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Adjudicação compulsória

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA _______VARA CÍVEL DA COMARCA 
DE GOIÂNIA, ESTADO DE GOIÁS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINA DA COSTA BELO, solteira, empresária, inscrista no Cadastro de Pessoas 
Físicas sob o nº: xxx.xxx.xxx-xx e no Registro Geral sob o nº: xxxx SSP-GO, 
marinaCB77@gmail.com, residente e domiciliada na Rua Paineras, Qd. 56, Lt. 03, Setor 
Universitário, por intermédio de seu advogado, com escritório profissional na Rua 03, 
edifício Cruzeiro, sala 455, Setor Central, onde recebe intimações, vem respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência propor 
 
 
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA 
 
 
em face de KÁTIA SILVA ABREU, solteira, agronoma, número de inscrição no 
Cadastro de Pessoas Físicas sob o nº: xxx.xxx.xxx-xx e no Registro Geral sob o nº: xxxx 
SSP- GO, katiaSV@gmail.com, residente e domiciliada na Rua Belo Horizonte, Qd. 43, 
Lt. 22, Setor Jardim Gunabara I, pelos motivos abaixo narrados. 
 
 
DOS FATOS 
 
 
A Autora, adquiriu, em 12 de abril de 2018, um lote de terras de n.32, situado na Rua das 
Acácias, Qd. 08, Setor Bonfim, nesta capital, por compra feita a Ré, através de um 
Contrato de Compromisso de Compra e Venda, cuja avença foi firmada com a seguinte 
forma de pagamento: R$ 10.000,00 (dez mil reais) de entrada e mias 3 parcelas de 
10.000,00 (dez mil reais) a serem pagas em data de 12 /05 /2018, 12 /06 /2018 e 12 /07 
/2018. 
Ficou convencionado que, após o pagamento da última parcela a Ré outorgaria a 
Escritura Pública de Compra e Venda, sob pena do pagamento de 20% (vinte por cento) 
do valor total do Contrato à título de multa. 
A Autora cumpriu fielmente a sua parte no negócio firmado. 
Porém, ao procurar a Ré para assinar a Escritura definitiva, esta se negou a efetuar o ato 
sob a alegação de que o imóvel tinha sofrido uma valorização em torno de 30% (trinta 
por cento) e que ela queria mais 10.000,00 (dez mil reais) para assinar a Escritura. 
A requerente tentou de todas as formas resolver amigavelmente a questão, porém, sem 
lograr êxito. Nesse contexto não lhe resta outro caminho senão ajuizar a ação competente 
para solucionar o conflito instaurado. 
 
 
DO DIREITO 
 
 
Sem dúvidas, operou-se a compra e venda, a teor do que dispõe o artigo 481 do CC, 
pretendendo o Autor, formalizar a aquisição da propriedade pela transcrição imobiliária 
no Registro de Imóveis (arts. 1.227 e 1.245, CC). 
 
Por sua vez, o artigo 16 do Decreto-Lei 58/37, estabelece que na recusa do 
compromitente em outorgar a escritura definitiva, poderá o compromissário propor ação 
de adjudicação compulsória para o cumprimento da obrigação. 
Ainda acerca do tema tratado, cabe também ressaltar que nesta caso cabem os artigos 
1417 e 1418, pois ambos tratam da matéria com veemência, sendo assim trago o exposto 
dos artigos: 
 
“ Art. 1.417. Mediante promessa de compra e venda, em que se 
não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público 
ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, 
adquire o promitente comprador direito real à aquisição do 
imóvel. “ 
“ Art. 1.418. O promitente comprador, titular de direito real, pode 
exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos 
deste forem cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e 
venda, conforme o disposto no instrumento preliminar; e, se 
houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do imóvel. “ 
 
Para fazer jus à adjudicação compulsória, o promissário comprador deve demonstrar, 
além da existência do contrato de compra e venda, bem como o efetivo pagamento do 
preço avençado. 
Os termos da promessa de compra e venda não deixa dúvida de que o pagamento foi 
realizado. 
Abarcando o tema, existe entendimento jurisprudencial a favor, destarte, exponho o 
entendimento do Tribunal de Justiça de Minas Gerais: 
 
“ EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE 
OBRIGAÇÃO DE FAZER - TUTELA DE URGÊNCIA - 
OUTORGA DA ESCRITURA DE IMÓVEL GRAVADO COM 
HIPOTECA DE PRIMEIRO GRAU - POSSIBILIDADE - 
ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA - MULTA DIÁRIA - LIMITE - 
MINORAÇÃO - RAZOABILIDADE. 
1- Para deferimento do pedido de tutela antecipada, é 
imprescindível o preenchimento dos requisitos cumulativos 
indicados no art. 300, do CPC/2015. 
2- A parte autora demonstrou suficientemente a existência do 
contrato de compra e venda e o efetivo pagamento do preço 
avençado nos autos. 
3- A adjudicação compulsória que tem o objetivo de proteger 
o comprador da recusa injusta do vendedor em outorgar a 
escritura definitiva do bem objeto de contrato de compra e venda, 
nos termos do art. 1.148, do Código Civil. 
4- Tendo a decisão judicial determinado uma obrigação de 
fazer, é plenamente aplicável o disposto do art. 497, do Código de 
Processo Civil. Não obstante, a multa fixada para o caso de 
descumprimento deve obedecer a critérios de razoabilidade e 
proporcionalidade, de forma a compelir o destinatário da 
obrigação, sem importar no enriquecimento ilícito da outra parte. 
5- Agravo conhecido e parcialmente provido. (TJMG - 
Agravo de Instrumento-Cv 1.0000.18.010542-1/001, Relator(a): 
Des.(a) José Arthur Filho , 9ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em 
14/08/0018, publicação da súmula em 16/08/2018)” 
“EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - POSSIBILIDADE DE 
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA. CONTRATO DE 
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL DEVIDAMENTE QUITADO E 
ASSINADO PELAS PARTES. O promitente comprador, titular de 
direito real, pode exigir do promitente vendedor, ou de terceiros, a 
quem os direitos deste forem cedidos, a outorga da escritura 
definitiva de compra e venda, conforme o disposto no instrumento 
preliminar e, se houver recusa, requerer ao juiz a adjudicação do 
imóvel. O contrato de compra e venda, devidamente assinado pelas 
partes, em que conste, expressamente, o pagamento e a cessão dos 
direitos e obrigações decorrentes, é documento escrito hábil a 
provar a quitação e viabilizar a adjudicação compulsória, ausente 
prova em contrário. (TJMG - Apelação Cível 1.0693.17.002577-
1/001, Relator(a): Des.(a) Newton Teixeira Carvalho , 13ª 
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 26/07/2018, publicação da 
súmula em 03/08/2018) ” 
 
Nesse sentido, o doutrinador Fábio Ulhoa Coelho, discursa da seguinte forma: 
"Em razão da cláusula geral da boa-fé objetiva, os contratantes 
devem-se, tanto nas negociações como na execução do contrato, 
mútuo respeito quanto aos direitos da outra parte. (COELHO, 
Fabio Ulhoa, 2012, p. 92). 
 
Não obstante, há a necessidade de se citar também que o STJ, possui declaração 
pronunciada sobre a matéria, disposta na Súmula 239, que trata da adjudicação 
compulsória: 
 
“ O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao 
registro do compromisso de compra e venda no cartório de 
imóveis. “ 
 
DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer: 
 
1. A citação da Ré, para, querendo, oferecer sua defesa na fase processual 
oportuna, sob pena de revelia e confissão ficta da matéria de fato, com o 
consequente julgamento antecipado da lide, julgando-se procedente o pedido, 
declarando em favor da Autora a adjudicação do imóvel objeto da lide; 
 
2. A condenação da Ré em custas judiciais e honorários advocatícios, no importe 
de 20% sobre o valor da causa; 
 
3. Concorda a demandante com a realização de audiência de conciliação ou 
mediação. (Art. 319, inciso VII). 
 
 
 
 Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas. 
 
 
 Dá-se à presente o valor de R$ 10.000,00 (art. 291, II do CPC). 
 
 
Termos em que, 
 
Pede deferimento. 
 
Goiânia, 18 de Agosto de 2018 
 
_________________________ 
Advogada 
OAB/GO nº xxxx

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