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Resenha Levi-Strauss Raça e Historia

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Rafael Bashiyo Baz
RESENHA DA OBRA: RAÇA E CULTURA
Ribeirão Preto
2020
Introdução
	A cultura é um dos preceitos fundamentais para o pensamento da antropologia como ciência do homem, uma vez que a cultura é “todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade” como apresentado por Edward B. Taylor.
A obra “Raça e História” de Claude Levi-Strauss é um reflexo direto as Teorias Raciais do século XIX e XX como o Darwinismo Social e o Positivismo. Sendo está obra produzida a pedido da Unesco, objetivando o confronto com as ideias de superioridade de outrora. Porém as concepções apresentadas não eram novidade, sendo elas já presentes no pensamento antropológico desde as primeiras décadas do século XX, porém muito comuns no pensamento geral. Demonstrando assim um distanciamento entre o senso comum e a antropologia. 
Pecado original da antropologia
	Levi traz em sua obra a crítica fundamentada a concepção de evolução social, sendo está concepção decorrente da confusão ao utilizar-se da óptica da biologia em especial a Teoria da Evolução de Charles Darwin para legitimar concepções e julgamentos próprios já pré-existentes na concepção europeia como demonstrado na concepção religiosa através da “Sublimus Deus”, promulgada em 2 de junho de 1537 pelo Papa Paulo III.
O progresso
Strauss traz em sua obra, a quebra da concepção de linearidade e continuidade do progresso humano através da apresentação da coexistência de modelos e técnicas distintos. Não visando negar o progresso, mas sim o estabelecimento de uma prudência na observação do desenvolvimento humano, o autor apresenta os progressos da chegada humana as Américas e suas influencias para as civilizações europeias. 
Histórica estacionaria e história cumulativa
	“A distinção entre as duas formas de história depende da natureza intrínseca das culturas a que está se aplica, ou resulta, antes, da perspectiva etnocêntrica em que sempre nos colocamos para avaliar uma cultura diferente da nossa? Consideraríamos assim como cumulativa toda cultura que se desenvolvesse num sentido análogo ao nosso, isto é, cujo desenvolvimento fosse dotado de significação para nós.”, presente na página 10. A partir deste trecho Strauss traz à tona o personalismo no julgamento do distinto, valorizando-se o similar e ignorando ou condenando o diferente, pois independente de suas características, uma vez que não perfaz nossa própria perspectiva se torna irrelevante. De forma análoga as pessoas em sua velhice observam o mundo sobre a mesma óptica de uma história estacionaria, em que seu distanciamento das transformações e seus valores estabelecidos sobre nas concepções do passado, as fazem de similar forma ao da observação de uma cultura por outra.
Strauss traz de forma complementadora à observação, da simplificação de um tempo com base em uma generalização seja ela boa ou ruim, ignorando assim suas minucias e prescrevendo a de forma simplificada. Está atitude percorre a própria construção do processo cultural. 
Cultura, uma distância relativa
	Após discorrer sobre a história, Strauss apresenta a oposição entre cultura progressista e cultura inerte. Apresentando está como uma ilusão, uma vez que pequenas diferenças ou “distancias” concebem-se de forma tão confusa e embaralhada que se torna irreal. 
Sendo novamente estás noções pautadas no próprio personalismo, uma vez que através da própria inserção somos levados a agregar “juízos de valor, motivações, centros de interesse, inclusive a visão reflexiva que a educação nos impõe do devir histórico da nossa civilização sem a qual está se tornaria impensável, ou apareceria em contradição com as condutas reais.”. Portanto ao avaliar outra cultura a “deformamos” sobre nossa própria óptica.
Considerações
	Na obra Strauss traz como principal alvo a concepção de evolução cultural, sendo está produto de uma visão distorcida pelo etnocentrismo baseada no julgamento personalista em suas próprias concepções e valorações (de origem individual e social). Portanto na hora de observar e construir a leitura sobre outro grupo social, não o considerava como realmente é mas sim como sua leitura e valores o levavam a observar. 
	Além de que Levi, apresenta de forma contundente o surgimento de ações, retorica e concepções de forma multipolar, demonstrando como é extremamente difícil apontar quais elementos são oriundos de qual cultura, uma vez que concepções, atos e lógicas são muitas vezes construídas em diversos pontos e em épocas distintas, como exemplificado pelo numeral 0 de origem tanto maia, quanto indiana, sendo somente posteriormente repassado aos europeus. Porém, sobre a visão simplificadora ignora-se o mérito dos povos pré-colombianos, creditando a origem asiática.
Bibliografia 
LÉVI-STRAUSS, Claude. Raça e História. 7a Ed., Lisboa, editorial
Presença, 2003. 
B. Taylor, Edwar. Primitive Culture: reserches into the development of mythology, phylosophy, religion, language, art, and custom. 1a Ed., Londres, Murray, 1920.
Cultura. Wikipédia, 2020. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura#cite_note-3. Acesso 29 de agosto de 2020.
Sublimus Deus. Wikipédia, 2020. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Sublimis_Deus. Acesso 29 de agosto de 2020.

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