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INTRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL

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INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
1 | P á g i n a 
 
Sumário 
 
Introdução .......................................................................................................................... 4 
Aula 1 – Hierarquização entre normas constitucionais e infraconstitucionais. ........................ 5 
1. Do Poder constituinte ......................................................................................................... 5 
1.1. Poder constituinte originário (Assembléia Nacional Constituinte). .......................... 5 
1.2. Poder constituinte derivado (Congresso Nacional)................................................... 5 
2. Hierarquização entre normas constitucionais e normas infraconstitucionais ................... 6 
2.1.Normas infralegais...........................................................................................................7 
2.2. Das constituições Estaduais............................................................................................8 
2.3. Das Leis Orgânicas..........................................................................................................8 
Aula 2 – Do Estado Democrático de Direito e os Princípios Constitucionais. ......................... 12 
1. Estado Democrático de Direito ......................................................................................... 12 
2. Princípios Constitucionais ................................................................................................. 12 
2.1. Princípio da legalidade ............................................................................................ 12 
2.2. Princípio da Igualdade ............................................................................................. 13 
2.3. Princípio da liberdade ............................................................................................. 13 
2.4. Princípio da Ampla Defesa ...................................................................................... 14 
2.5. Princípio do Contraditório ....................................................................................... 14 
Aula 3 – Dos Direitos e Garantias Fundamentais e suas Cláusulas Pétreas (Parte I). ............. 19 
1. Direitos e Garantias Fundamentais................................................................................... 19 
1.1. Finalidade dos Direitos Fundamentais .................................................................... 19 
1.2. Destinatários desses direitos................................................................................... 20 
1.3. Aplicabilidade dos Direitos e Garantias Fundamentais ........................................... 20 
2. Dos Direitos e Garantias em espécie ................................................................................ 20 
2.1. O Direito à Vida: ...................................................................................................... 20 
2.1.1. Fecundação................................................................................................................20 
2.1.2. Nidação......................................................................................................................20 
2.1.3. Formação do Sistema Nervoso..................................................................................21 
2.1.4. Capacidade do Feto Existir Sem a Mãe......................................................................21 
2.2. Princípio da Igualdade: (Art. 5º, Caput da CF/88). .................................................. 21 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
2 | P á g i n a 
 
2.3. Princípio da Legalidade: (Art. 5°, I da CF/88). ......................................................... 21 
2.4. Princípio da Vedação Constitucional da Tortura: (Art. 5°, I e XLI). .......................... 22 
2.5. Liberdade de Expressão: (Art. 5º) da CF/88). .......................................................... 22 
2.6. Inviolabilidade à Intimidade: (Vida Privada, Honra e Imagem)............................... 23 
2.7. Inviolabilidade Domiciliar: (art. 5°, XI) ..................................................................... 23 
2.8. Sigilo de Correspondência e de Comunicação: (Art. 5°, XII) .................................... 24 
Aula 4 – Dos Direitos e Garantias Fundamentais e suas Cláusulas Pétreas (Parte II). ............ 27 
2.9. Direito de Locomoção (Art. 5º, XV) ......................................................................... 27 
2.10. Direito de Reunião (Art. 5°, XVI) .............................................................................. 27 
2.11. Desapropriação (Art. 5º, XXIV) ................................................................................ 27 
2.12. Requisição Administrativa (Art. 5º, XXV) ................................................................. 27 
2.13. Inafastabilidade do poder Judiciário (Art. 5°, XXXV) ............................................... 28 
2.14. Segurança Jurídica (Art. 5°, XXXVI) .......................................................................... 28 
2.15. Tribunal do Júri (Art. 5°, XXXVIII) ............................................................................. 29 
2.16. Extradição (Art. 5°, LI e LII) ...................................................................................... 29 
2.17. Devido Processo Legal (Art. 5°, LIV e LV) ................................................................. 29 
2.18. Provas Ilícitas (Art. 5°, LVI) ...................................................................................... 29 
2.19. Princípio da Presunção de Inocência (Art. 5°, LVII) ................................................. 30 
2.20. Prisão Civil (Art.5°, LXVII) ......................................................................................... 30 
3. Das Cláusulas Pétreas ....................................................................................................... 31 
Aula 5 – Dos Militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios. ....................................... 35 
1. Dos Militares Estaduais e Distritais ................................................................................... 35 
1.1. Da Organização e Manutenção dos Militares Distritais .......................................... 36 
2. Do Direito de Greve dos Militares Distritais e Estaduais .................................................. 36 
Aula 6 – Da Organização dos Poderes. ................................................................................ 45 
1. Dos Três Poderes Constituídos ......................................................................................... 45 
1.1. Poder Legislativo: .................................................................................................... 45 
1.2. Poder Executivo: ...................................................................................................... 46 
1.3. Poder Judiciário: ...................................................................................................... 46 
Aula 7 – Da Segurança Pública (Parte I). ............................................................................. 51 
1. Da Segurança Pública ........................................................................................................ 51 
2. Das Polícias Administrativas e Judiciárias ......................................................................... 51 
3. Dos Órgãos de Segurança Pública e Suas Atribuições ...................................................... 52 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
3 | P á g i n a 
 
Aula 7 – Da Segurança Pública (Parte II).............................................................................. 61 
1. Polícia Ferroviária Federal ................................................................................................ 61 
2. Polícia Civil ........................................................................................................................61 
3. Polícia Militar e Corpos de Bombeiros .............................................................................. 62 
4. Guarda Municipal .............................................................................................................. 63 
5- Conclusão ............................................................................................................................ 68 
Referências bibliográficas ..................................................................................................... 689 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
4 | P á g i n a 
 
 
Introdução 
 
A Polícia Militar no contexto constitucional. 
De acordo com Constituição Federal de 1988, a Polícia Militar é uma 
instituição organizada com base na hierarquia e disciplina, responsável pela preservação 
da ordem pública, através da realização do policiamento ostensivo e preventivo. 
O Policial Militar é um representante da administração pública, devendo 
pautar suas ações dentro dos limites da lei, não podendo dela, em hipótese alguma se 
afastar. 
Segundo Hely Lopes Meirelles em sua obra (Direito Administrativo 
Brasileiro. 30. Ed Pg. 82, Ed. São Paulo: Malheiros, 2005) “Na Administração Pública 
não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto que 
na administração particular é lícito fazer tudo o que a 
lei não proíbe, na Administração Pública só é 
permitido fazer o que a lei autoriza” É, ainda, de Hely 
Lopes Meirelles na mesma obra, Pg. 83, afirma que: 
“cumprir simplesmente a lei na frieza de seu texto não 
é o mesmo que atende-la na sua letra e no seu espírito. 
A Administração por isso, deve ser orientada pelos 
princípios do Direito e da moral, para que o legal se 
ajunte ao honesto e o conveniente aos interesses 
sociais”. 
Caro Policial Militar! Estamos inseridos 
em uma nova ordem constitucional, na qual, não se 
tolera a ilegalidade nem os desvios de conduta. 
Portanto, é de suma importância que nos dediquemos 
na obtenção e no aperfeiçoamento do conhecimento, 
pois sem ele, estaremos fadados insucesso 
profissional. 
O Policial Militar trabalha com 
segurança quando tem 
conhecimento da Lei em nível 
adequado ao desempenho de sua 
função, em patamar acima da 
média do cidadão comum. O 
Policial Militar deve entender e 
conhecer a competência legal da 
instituição da qual pertence, a fim 
de que possa exercer plenamente 
a atividade policial inerente à sua 
competência. 
O Policial Militar é um mero 
cumpridor da lei, devendo 
sempre limitar suas atitudes nos 
limites estabelecidos por ela. 
Nesse aspecto, é de suma 
importância que o Policial Militar 
tenha um relativo conhecimento 
da Constituição Federal, pois 
esse conhecimento, certamente 
lhe trará mais segurança e 
facilidade no desempenho de 
suas inúmeras atribuições. 
https://www.algosobre.com.br/no
coes-basicas-pm/o-policial-
militar-operador-do-direito.html 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
5 | P á g i n a 
 
Por fim, o estudo do Direito Constitucional será de fundamental importância 
para nortear e fundamentar as atitudes do Policial Militar enquanto operador de 
segurança pública. 
 
Aula 1 – Hierarquização entre normas constitucionais e 
infraconstitucionais. 
 
1. Do Poder constituinte 
Assembléia Nacional Constituinte foi composta pelos Deputados Federais e 
Senadores eleitos em novembro de 1986. A Assembléia Nacional Constituinte teve 
como finalidade a produção da nossa atual Constituição Federal, promulgada 05 de 
outubro de 1988. 
1.1. Poder constituinte originário (Assembléia Nacional Constituinte). 
Também é denominado de poder genuíno ou poder de 1º grau ou poder 
inaugural. É aquele capaz de estabelecer uma nova ordem constitucional, isto é, de dar 
conformação nova ao Estado, rompendo com a ordem constitucional anterior. 
1.2. Poder constituinte derivado (Congresso Nacional). 
Também é denominado de poder instituído, constituído, secundário ou 
poder de 2º grau. É aquele criado pelo poder constituinte originário para reformular 
(modificar) as normas constitucionais. A reformulação se dá através das emendas 
constitucionais. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
6 | P á g i n a 
 
2. Hierarquização entre normas constitucionais e normas 
infraconstitucionais 
No Brasil, vigora o princípio da Supremacia da Constituição, segundo o 
qual as normas constitucionais, obra do poder constituinte originário, estão num 
patamar de superioridade em relação às demais leis, servindo de fundamento de 
validade para estas. Assim, as normas podem ser separadas : 
A nova pirâmide jurídica na visão do STF 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerando as ultimas decisões do STF, verifica-se uma nova 
configuração na pirâmide jurídica brasileira. 
No topo da pirâmide que hierarquiza o ordenamento jurídico brasileiro está 
a Constituição Federal (CF), as Emendas Constitucionais (EC) e os Tratados 
Internacionais que tratam de Direitos Humano (TIDH), que passaram pelo 
procedimento das Emendas Constitucionais. 
No segundo patamar estão os Tratados Internacionais de Direito Humanos 
(TIDH) que não passaram pelo procedimento de Emenda Constitucional, pois, segundo 
o Supremo Tribunal Federal, atualmente, os mesmos tem o status de norma supra legal 
(estão acima das Leis e abaixo da Constituição). 
CF, EM e 
TIDH que 
passaram pelo 
processo de 
EC 
Tratados de Direitos Humanos que não 
passaram pelo processo de Emenda 
Constitucional 
 
Leis Ordinárias, Leis complementares, Leis Delegadas, 
Resoluções, Decretos Legislativos, Tratados 
Internacionais que não tratam de Direitos Humanos, 
Medidas Provisórias 
 
Decretos, Portarias, Resoluções, Nota de Instrução Etc. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
7 | P á g i n a 
 
 No terceiro patamar estão as Leis Ordinárias, Leis Complementares, Leis 
Delegadas, Resoluções, Decretos Legislativos, Tratados Internacionais que não tratem 
de direitos humanos, Medidas Provisórias. 
No quarto patamar estão os Decretos, Portarias, Resoluções etc. 
Importante ressaltar que não há hierarquia entre as normas de um mesmo 
grupo, o que existe é campo de atuação diferenciado, específico entre essas normas que 
compõem o mesmo grupo. O que existe é hierarquia entre os grupos, sendo que as 
normas constitucionais são hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais 
e estas são hierarquicamente superiores aos Decretos, Portarias, Resoluções etc. 
Antes de adentrarmos aos detalhes de cada norma da pirâmide, é importante 
comentar que o Poder Legislativo Federal é bicameral, ou seja, compostos por duas 
casas: Câmara dos Deputados Federais e Senado Federal, compondo o Congresso 
Nacional. Ainda, a votação de leis pode se dar por votação da maioria simples (Lei 
ordinária) ou votação da maioria absoluta (Lei complementar). 
*Maioria simples = 50% + 1 dos Deputados ou Senadores presentes 
*Maioria absoluta = 50% + 1 dos Deputados ou Senadores existentes 
O Congresso Nacional é o órgão constitucional que exerce, no âmbito 
federal, as funções do poder legislativo, quais sejam, elaborar/aprovar leis e fiscalizar o 
Estado Brasileiro (suas duas funções típicas), bem como administrar e julgar (funções 
atípicas). O Congresso nacional é bicameral, sendo composto por duas Casas: o Senado 
Federal, integradas por Senadores que representam as unidades federativas (26 estados e 
o Distrito Federal) e a Câmara dos Deputados (integrada por Deputados Federais, 
representantes do povo). O sistema bicameral foi adotado em razão da forma de Estado 
instalada no País (federalismo), buscando equilibrar o peso político das unidades 
federativas. 
No Senado Federal, todos os estados (e o Distrito Federal) têm o mesmo 
número de representantes (três senadores), independentemente do tamanho de suas 
populações; enquanto na Câmara dos Deputados, o número de representantes de cada 
unidade federativa varia conforme o tamanho da sua população(estados mais 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
8 | P á g i n a 
 
populosos, como São Paulo, chegam a eleger 70 deputados, ao passo que os menores, 
como o Acre, elegem oito). 
2.1. Normas Infralegais 
São as normas inferiores normas infraconstitucionais / legais. Essas normas 
nascem do poder regulamentador do Estado, normatização interna da administração 
pública. Normatização esta que serve para buscar a fiel execução da lei, ou seja, as 
normas infralegais detalham o que diz a norma infraconstitucional. 
Ex: Decretos, Portarias, Instruções normativas Etc. 
2.2. Das Constituições Estaduais 
A auto-organização dos Estados-membros manifesta-se na elaboração das 
constituições estaduais (advinda do poder constituinte derivado decorrente) e leis. 
Mas especialmente à constituição estadual cabe o dever de delinear as instituições 
políticas fundamentais do ente federado, seus funcionamentos e estruturas básicas, 
devendo as leis estaduais guardar observância hierárquica a essas disposições. O caput 
do art. 25 da Constituição Federal é expresso ao prescrever que “os Estados organizam-
se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta 
Constituição”. 
2.3. Das leis orgânicas 
No ordenamento jurídico brasileiro, a Lei Orgânica pode ser: 
• A lei maior de um município ou do Distrito Federal; 
• A lei que disciplina o funcionamento de uma categoria específica de 
alguns dos poderes do Estado (Lei Orgânica da Magistratura, Lei Orgânica do 
Ministério Público, etc.) - não apenas no Brasil, mas em diversos países. 
No caso brasileiro, a lei orgânica municipal está sob dupla subordinação, 
uma vez que está subordinada, sobretudo pela Constituição Federal, bem como pela 
Constituição Estadual. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
9 | P á g i n a 
 
No âmbito de um município, a lei orgânica é uma lei ordinária aprovada em 
dois turnos pela Câmara Municipal, e pela maioria de dois terços de seus membros, que 
faz às vezes de lei fundamental daquele território. 
È de suma importância salientar que os municípios também dispõem de suas 
respectivas casas legislativas, as Câmaras Municipais, bem como de seus próprios 
legisladores, os Vereadores. Cabe ressaltar que, os Municípios somente poderão legislar 
sobre matérias autorizadas pela Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações Finais 
Portanto, conclui-se que não existe hierarquia entre as normas que compõem 
um mesmo grupo, mas o que se verifica, é a existência de campos de atuação 
específicos, diferenciados entre as normas que fazem parte de um mesmo grupo. Apenas 
se encontra hierarquia entre os grupos de normas constitucionais que são superiores ao 
grupo de normas infraconstitucionais (que regulamenta a constituição), e estas por sua 
vez são superiores ao grupo de normas infralegais. 
Aprendemos também que, os estados membros ainda possuem as suas 
respectivas constituições estaduais, bem como os municípios possuem suas Leis 
Orgânicas, que analogicamente, se tratam de verdadeiras constituições municipais. 
 
Aconteceu... 
No dia 15 de novembro de 1986, realizou-se a eleição para a Assembléia Nacional 
constituinte. 
 
Participaram da escolha (exatos 69.003.963), com forte predominância do eleitorado 
urbano (67,57%), refletindo o extraordinário crescimento das cidades, acelerado a 
partir da década de 70 (hoje mais de 80% do eleitorado brasileiro é urbana). 
A Assembléia nacional Constituinte foi integrada por 559 parlamentares (487 
Deputados e 72 senadores), com renovação de 45% em relação a composição do 
congresso da legislatura anterior. 
http://www2.camara.leg.br/comunicacao/institucional/noticias-institucionais/ha-25-
anos-era-eleita-a-assembleia-nacional-constituinte. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
10 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais... 
 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
SEÇÃO IV DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES. 
Art. 91 - São servidores militares estaduais os integrantes da Polícia Militar e do 
Corpo de Bombeiros Militar. 
§ 5º - Ao servidor militar são proibidas a sindicalização e a greve, sendo livre, no 
entanto, a associação de natureza não sindical, sem fins lucrativos, garantido o 
desconto em folha de pagamento das contribuições expressamente autorizadas pelo 
associado. 
§ 11 - O Estado fornecerá aos servidores militares os equipamentos de proteção 
individual adequados aos diversos riscos a que são submetidos em suas atividades 
operacionais. 
§ 13 - O servidor público militar estadual demitido por ato administrativo, se 
absolvido pela justiça, na ação que deu causa a demissão, será reintegrado à 
Corporação com todos os direitos restabelecidos. (Acrescentado pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 25.06.10). 
http://www.amperj.org.br/store/legislacao/constituicao/cerj.pdf 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
11 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercícios: 
Hierarquia entre normas 
1) Assinale a alternativa adequada quanto às afirmações abaixo: 
Em relação à hierarquia entre as normas podemos afirmar que: 
(A) Não existe hierarquia entre a Constituição e Lei Complementar. 
(B) Existe hierarquia entre dispositivo constitucional e emenda constitucional. 
(C) Existe hierarquia entre Tratados Internacionais que tratam de Direitos 
Humanos (TIDH), que passaram pelo procedimento das emendas constitucionais e a 
Constituição Federal. 
(D) Existe hierarquia entre Tratados Internacionais de Direito Humanos (TIDH) 
que não passaram pelo procedimento legislativo similar ao de Emenda 
Constitucional e a Constituição Federal. 
2) Escolha a alternativa abaixo que complete o texto corretamente. 
(A) TIDH, Emenda constitucional, Portaria. 
(B) TIDH, Lei Ordinária, Portaria. 
(C) Lei Complementar, Lei Ordinária, Portaria. 
(D) Lei Orgânica, TIDH, Lei Complementar. 
-----------------------------------------------, após passar pelo procedimento legislativo 
similar ao das emendas constitucionais, passam gozar status de dispositivo 
constitucional, ao passo que, o que não passou por tal procedimento passa a integrar 
o mesmo patamar das 
____________________________________________________, sendo certo que 
o/a(s) ___________________integram o ultimo patamar da hierarquia das normas. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
12 | P á g i n a 
 
 Aula 2 – Do Estado Democrático de Direito e os Princípios 
Constitucionais. 
 
1. Estado Democrático de Direito 
A Segurança pública, atualmente, está inserida na realidade do Estado 
Democrático de Direito e onde se deve haver preocupação com o indivíduo, sempre sob 
a perspectiva dos Direitos Humanos e nunca se perdendo de vista princípios que os 
norteiam: Dignidade da pessoa humana, igualdade de todos perante a lei, etc. 
A missão das Forças Policiais é garantir ao cidadão o exercício dos direitos 
e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal. Essa atividade exige 
preparo dos integrantes das Corporações Policiais, que devem se afastar do arbítrio, da 
prepotência, do abuso ou excesso de poder, em respeito à lei, que deve ser observada 
por todos em respeito ao Estado democrático de Direito. 
2. Princípios Constitucionais 
Os Princípios Constitucionais estão previstos na Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988. Assim, podemos citar alguns: 
2.1. Princípio da legalidade 
De acordo com o art. 5º, inciso II, da Constituição Federal, “ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. O que se 
extrai do dispositivo é que somente a lei poderá criar ou extinguir direitos, deveres e 
vedações, ficando os indivíduos vinculados aos comandos legais, disciplinadores de 
suas atividades. 
No Direito penal, o princípio da legalidade se desdobra em outros dois 
princípios: 
 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
13 | Pá g i n a 
 
a) Princípio da anterioridade 
Por anterioridade da lei penal, entende-se que não se pode impor uma pena a 
um fato praticado antes da edição desta lei, exceto se for em benefício do réu. 
b) Princípio da reserva legal 
 Já a reserva legal, estabelece não existir delito fora da definição da norma 
escrita. 
Em resumo, estabelece que ninguém será punido sem que haja uma lei 
prévia, escrita, estrita e certa. 
O bem verdade que a regra é válida em um sentido e não em outro. A lei 
nunca retroage, se não em favor do réu. Neste caso, ela SEMPRE retroage. Isso quer 
dizer, que uma nova lei, jamais irá retroagir, ou seja, punir alguém por um fato que não 
era considerado crime ou aumentar a pena daquele que já foi processado ou condenado. 
Mas se o individuo já foi processado ou condenado, a lei que, de qualquer maneira 
beneficie o réu, sempre irá retroagir, obrigatoriamente. 
2.2. Princípio da Igualdade 
Este princípio, como todos os outros, nem sempre será aplicado, podendo 
ser relativizado de acordo com o caso concreto. Tanto a doutrina quanto a 
jurisprudência já assentam o entendimento que a igualdade jurídica consiste em 
assegurar às pessoas de situações iguais os mesmos direitos, prerrogativas e vantagens, 
com as obrigações correspondentes, o que significa "tratar igualmente os iguais e 
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam" , visando sempre o 
equilíbrio entre todos. 
Neste aspecto, a lei “Maria da Penha” e as leis que estabelecem cotas para 
negros, pardos, índios, deficientes físicos, são perfeitamente legais e constitucionais, 
pois, no contexto atual, não é razoável negar que esses indivíduos não sofrem qualquer 
tipo de desvantagem ou discriminação. 
2.3. Princípio da liberdade 
Todos têm direito a liberdade de crença, locomoção, e de pensamento. 
 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
14 | P á g i n a 
 
2.4. Princípio da Ampla Defesa 
A Ampla Defesa consiste no direito da parte de se utilizar de todos os meios 
a seu dispor para alcançar seu direito, seja através de provas ou de recursos. Portanto, o 
Juiz ou julgador não pode negar à parte o direito à apresentar determinada prova, exceto 
se ela for repetitiva, irrelevante ou for utilizada apenas para atrasar o processo. 
Cabe ressaltar, que o dispositivo legal citado confere o direito à ampla 
defesa também aos litigantes em processos administrativos. Ou seja, quem foi ofendido 
ou acusado, mesmo que na esfera administrativa, tem o direito de se defender. 
2.5. Princípio do Contraditório 
O contraditório garante o direito do acusado ou réu de ser ouvido. Consiste 
na proibição de que haja decisão sem que se tenha ouvido os interessados. Por conta 
desse princípio, no processo cível, a sentença será nula se o demandado não tiver tido 
oportunidade de contestar a ação e no processo penal, será suspenso até que a defesa 
seja apresentada. 
Considerações Finais 
Nessa aula, aprendemos e compreendemos o que o Estado democrático de 
direito é um conceito que designa qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito 
das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias 
fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. 
Aprendemos também que a Constituição Federal está alicerçada sobre 
alguns princípios constitucionais, os quais servem como limite de atuação do Estado. O 
princípio tem a função de limitar a vontade subjetiva do aplicador do direito, ou seja, os 
princípios estabelecem balizamentos, dentro dos quais, o operador do direito limitará 
suas decisões. 
 
 
 
 
 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
15 | P á g i n a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais... 
 
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. (Lei Maria da Penha) 
Art. 5º- Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a 
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, 
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei 
complementar nº 150, de 2015) 
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por 
indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por 
afinidade ou por vontade expressa; 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha 
convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual. 
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Aconteceu... 
11/11/2015 
 
Perde força os bloqueios dos caminhoneiros nas rodovias do país neste terceiro dia 
de protesto. O enfraquecimento do movimento coincide com o aumento da multa 
para quem mantiver bloqueadas rodovias, que, passa de R$ 1.915,00 para R$ 
5.746,00. Os organizadores de manifestações com bloqueios poderão ser multados 
em R$ 19.154,00. Medida Provisória que endurece as penalidades foi publicada 
hoje no Diário Oficial da União. 
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2015/11/11/interna_politica,706758/mul
ta-maior-para-caminhoneiros-inibe-bloqueios-nas-rodovias.shtml 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Saiba mais... 
 
DECRETO Nº 6.579 DE 05 DE MARÇO DE 1983 
Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro – 
RDPMERJ 
Art. 11 (...) 
§4º - a autoridade a quem a parte disciplinar é dirigida deve dar solução no prazo 
máximo de quatro dias úteis, podendo, se necessário, ouvir as pessoas envolvidas, 
obedecidas as demais prescrições regulamentares. Na impossibilidade de solucioná-
la nesse prazo, o motivo deverá ser publicado em boletim e, desse modo, o prazo 
poderá ser prorrogado por até 20 (vinte) dias. (Grifo Nosso). 
• A expressão “se necessário” deve ser interpretado à luz da Constituição Federal e 
Constituição Estadual, devendo as partes serem ouvidas em atendimento ao 
princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa. Ouvir as partes 
envolvidas, não é mais uma faculdade da Administração e sim uma imposição 
constitucional. 
• Caso o prazo, supra citado, não seja cumprido ou prorrogado, justificadamente, 
poderá ocorrer a preclusão temporal do direito de punir. 
• Preclusão temporal: É a perda da possibilidade de certo sujeito praticar 
determinado ato no processo, em decorrência de circunstancia de já haver sido 
esgotado o prazo para que o ato seja praticado. 
• O Decreto Supra citado, foi recepcionado pela Constituição Estadual com status de 
lei, portanto, somente poderá ser alterado ou contrariado por outra lei. (Vide aula 
01, item 02, “Hierarquização entre normas constitucionais e normas 
infraconstitucionais”). 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Exercícios: 
1) Assinale a alternativa correta: 
(A) No Estado democrático de direito não existe preocupação com a dignidade 
da pessoa humana. 
(B) A Segurança pública, atualmente, não está inserida na realidade do Estado 
Democrático de Direito. 
(C) De acordo com o princípio da legalidade, somente a lei poderá criar ou 
extinguir direitos, deveres e vedações, ficando os indivíduos vinculados aos 
comandos legais, disciplinadores de suas atividades. 
(D) O princípio da reserva legal garante a reserva de vagas para deficientes 
físicos. 
2) Escolha a alternativa abaixo que complete o texto corretamente. 
De acordo com os princípios constitucionais estudados, escolha a opção que 
completa corretamente a sentença abaixo: 
O princípio do (a)____________________consiste no direito da parte de se utilizar 
de todos os meios a seu dispor para alcançar seu direito, seja através de provas ou de 
recursos, e o princípio do (a)___________________________ garante o direito do 
acusado ou réu de ser ouvido, como também o princípio do (a) 
_________________________, garante que não se pode impor uma pena a um fato 
praticado antes da edição de uma lei, exceto se for em benefício do réu. 
(A) Legalidade, anterioridade, reserva legal. 
(B) Ampla defesa, contraditório, anterioridade. 
(C) Igualdade, contraditório, anterioridade. 
(D) Liberdade, contraditório, ampla defesa. 
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 Aula 3 – Dos Direitos e Garantias Fundamentais e suas 
Cláusulas Pétreas (Parte I). 
 
1. Direitos e Garantias Fundamentais 
Inicialmente é de suma importância entender exatamente o significado das 
palavras DIEITOS e GARANTIAS. 
DIREITO: Tem o objetivo de tutelar ou 
proteger algo. Ex: A propriedade, a vida Etc. 
GARANTIA: É o mecanismo através do qual 
se garante o exercício desse direito. 
1.1. Finalidade dos Direitos Fundamentais 
Através das eleições o povo escolhe seus 
representantes, que agindo como mandatários ou 
representantes decidem os destinos da nação. O poder 
delegado pelo povo aos seus representantes, porém, não é 
absoluto, conhecendo várias limitações, inclusive com a 
previsão de direitos e garantias individuais e coletivas, do 
cidadão relativamente aos demais cidadãos e ao próprio 
Estado. 
Os direitos e garantias fundamentais surgem 
como disposições que limitam o poder estatal, podendo ser 
exigidas omissões dos poderes públicos de forma a evitar 
ingerências abusivas na esfera individual. Os direitos 
fundamentais podem ser definidos como disposições 
meramente declaratórias, ou seja, que definem quais os 
direitos que o ordenamento jurídico entende que devem ser 
A atividade policial, de hoje, 
leva em consideração não só a 
intolerância a criminalidade, 
mas também se preocupa com 
o caráter social que 
desempenha junto à 
população. O trabalho da 
polícia abrange toda 
determinação legal imposta 
pela constituição e regimentos 
policiais, e, sobretudo a 
civilidade que o profissional 
deve terno senso da 
responsabilidade frente à 
sociedade, a qual espera do 
agente de segurança pública; a 
proteção quanto ao conflito 
que se instala. 
http://www.ambitojuridico.co
m.br/site/?n_link=revista_artig
os_leitura&artigo_id=13668 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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objeto de proteção consignada na Norma Fundamental. Por sua vez, as garantias, na 
visão do mestre Rui Barbosa, constituem disposições assecuratórias, ou seja, em defesa 
dos direitos, limitam o poder estatal. 
1.2. Destinatários desses direitos. 
 O Art. 5°, caput, da Constituição Federal, afirma que: 
 “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Assim, tais 
direitos protegem tanto as pessoas naturais, brasileiros ou estrangeiros no território 
nacional (estes últimos ainda que apenas em trânsito), como as pessoas jurídicas. 
1.3. Aplicabilidade dos Direitos e Garantias Fundamentais 
 Os Direitos e Garantias Fundamentais são de aplicabilidade imediata, ou 
seja, independem da atuação do legislador infraconstitucional para que possam ser 
exercidos. (Art. 5°, § 1°). 
2. Dos Direitos e Garantias em espécie 
Estudaremos e abordaremos alguns desses Direitos e Garantias 
Constitucionais. 
2.1. O Direito à Vida 
O direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos, já que constitui 
pré-requisito para o exercício de todos os demais direitos, sendo considerado sob dois 
aspectos preponderantes, o direito de continuar vivo, bem como de conviver 
dignamente. A Constituição protege a vida de uma forma geral, inclusive uterina. 
O início da vida é tema conturbado, posto que não existe consenso sobre o 
momento em que ocorre, Marcelo Novelino destaca quatro concepções sobre o tema: 
2.1.1. Fecundação (ou concepção) 
Ocorre com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide, resultando o 
zigoto. Pacto de São José da Costa Rica 
2.1.2. Nidação 
Vida viável (sete a dez dias após a fecundação, o zigoto se fixa no útero, é o 
início da gravidez. 
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2.1.3. Formação do Sistema Nervoso Central (SNC) 
Quando o ser passa a sentir dor ou prazer (14 dias após a concepção). 
2.1.4. Capacidade do feto de existir sem a mãe: 
França, Reino Unido e Estados Unidos (24 a 26 semanas de gestação). 
2.2. Princípio da Igualdade: (Art. 5º, Caput da CF/88) 
O princípio da igualdade (isonomia) decorre da concepção clássica do que 
seria justiça, ou seja, o tratamento desigual de casos desiguais na medida em que são 
desiguais. Em outros termos, o que se veda é o tratamento desigual daqueles casos que 
se encontram na mesma situação. 
Cabe ressaltar que, somente pode ser considerado lesado o princípio da 
igualdade quando o elemento discriminador atuar de forma não amparada pelo direito, 
por isso, pode ser perfeitamente possível, dependendo do caso concreto, a estipulação 
de limitação etária para ingresso no serviço público, desde que, verificada a 
peculiaridade da situação (como no caso dos militares, nos termos do art. 142, § 3°, X 
da CF/88). 
Embora o Art. 7°, X da CF/88, determine que não poderá haver 
discriminação por motivo de idade para admissão no serviço público, porém, conforme 
afirmado depende sempre da avaliação da hipótese e da atuação do elemento 
discriminador, levando-se sempre em conta a finalidade e a natureza do serviço público. 
Podemos citar também como exemplo, o limite de idade ou de altura para o 
ingresso na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Tais exigências são 
perfeitamente razoáveis, pois o exercício da atividade Policial Militar, além de exigir 
conhecimento técnico específico, exige também do futuro Policial, uma compreensão 
física adequada ao desempenho daquela profissão. 
2.3. Princípio da Legalidade: (Art. 5°, I da CF/88). 
O princípio da legalidade garante que só por meio das espécies normativas 
(Constituições, Leis, Decretos, Portarias, Resoluções etc.), devidamente elaboradas 
conforme as regras do processo legislativo constitucional, que o indivíduo será proibido 
(deixar de fazer) ou obrigado (fazer) a ter uma conduta de acordo com a lei, alcançando 
a segurança jurídica e estabilidade nas relações, sejam públicas ou privadas. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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2.4. Princípio da Vedação Constitucional da Tortura: (Art. 5°, I e XLI) 
Outro direito fundamental concebido pelo legislador constituinte originário, 
no art. 5° da CF, foi a previsão de que ninguém será submetido a tortura nem a 
tratamento desumano ou degradante. A lei considerará crimes inafiançáveis e 
insuscetíveis de graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes 
e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem 
(inciso XLIII). Os crimes hediondos estão previstos na Lei n° 8.072/90. 
Vale dizer que, respondem também por crime de tortura, quem pratica o ato 
diretamente ou indiretamente ou quem podendo evitá-lo se omite. 
O Policial Militar, não somente poderá, deverá evitar o crime de tortura, 
pois tem o dever legal de agir como agente garantidor. (Art. 13§2º do Código Penal). 
2.5. Liberdade de Expressão: (Art. 5º) da CF/88) 
A liberdade de expressão está garantida pelo texto constitucional brasileiro 
em diferentes incisos. 
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 
IX- é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científicae de 
comunicação, independente de censura ou licença; 
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e 
liberdades fundamentais. 
O Art. 5º. §2º também dispõe: 
Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Inspirado por tal parágrafo, um rico complemento à definição constitucional 
de „liberdade de expressão‟ pode ser dado pelo „Pacto Internacional de Direitos Civis e 
Políticos‟, adotado em resolução pela XXI Sessão da Assembléia Geral da ONU, em 16 
de dezembro de 1966 e ratificado pelo Brasil em 24 de janeiro de 1992, após ser 
aprovado pelo Congresso Nacional em decreto legislativo de 12 de dezembro de 1991. 
Dispõe o Artigo 19 do referido Pacto: 
1. Ninguém poderá ser molestado por suas opiniões. 
 
2. Toda pessoa terá direito à liberdade de expressão; esse direito incluirá a 
liberdade de procurar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza, 
independentemente de considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, em 
forma impressa ou artística, ou qualquer outro meio de sua escolha. 
3. O exercício do direito previsto no § 2º do presente artigo implicará 
deveres e responsabilidades especiais. Conseqüentemente, poderá estar sujeito a certas 
restrições, que devem, entretanto, ser expressamente previstas em lei e que se façam 
necessárias para: 
a) assegurar o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas; 
b) proteger a segurança nacional, a ordem, a saúde ou a moral pública. 
2.6. Inviolabilidade à Intimidade: (Vida Privada, Honra e Imagem) 
Os direitos à intimidade e à própria imagem formam a proteção 
constitucional à vida privada, salvaguardando um espaço íntimo intransponível por 
intromissões ilícitas externas, tanto para as pessoas físicas quanto jurídicas. 
2.7. Inviolabilidade Domiciliar: (art. 5°, XI) 
A regra constitucional da inviolabilidade domiciliar possui exceções 
previstas na própria CF, assim a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo: 
a) em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro; 
*Flagrante Delito: Art. 302 do CPP (Decreto Lei nº 3.689 de 03 de 
Outubro de 1941). 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Considera-se em flagrante delito quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis 
que façam presumir ser ele autor da infração. 
 b) ainda, durante o dia, por determinação judicial. 
*Concepção de dia: Existe divergência na doutrina sobre o tema: 
Parte da doutrina entende que o dia é o período compreendido entre o nascer 
e ao por do sol. 
Outra parte da doutrina entende que o critério é cronológico, ou seja, 6 horas 
da manhã às 18:00h. 
2.8. Sigilo de Correspondência e de Comunicação: (Art. 5°, XII) 
O sigilo de correspondência e de comunicação (art. 5°, XII), possibilita em 
certos casos a interceptação telefônica desde que por ordem judicial, para fins de 
investigação criminal ou instrução processual penal e nas hipóteses que a lei estabelecer 
(Lei n° 9.296/96). A interceptação poderá ser determinada pelo juiz de ofício ou a 
requerimento da autoridade policial (somente na investigação criminal) ou do 
representante do Ministério Público, sempre em autos apartados, preservando-se o sigilo 
das diligências, gravações e transcrições respectivas. A gravação clandestina é aquela 
em que a captação e gravação da conversa pessoal, ambiental ou telefônica, se dá por 
meio de um dos interlocutores, ou por terceira pessoa com o seu consentimento, sem 
que haja conhecimento dos demais interlocutores. Essa conduta afronta o inciso X do 
art. 5° da CF, diferentemente das interceptações telefônicas que são realizadas sem o 
consentimento dos interlocutores e que afrontam o art. 5°, inciso XII da CF. 
 
 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Saiba mais... 
O termo tortura provém do termo latim tortum, que significa uma espécie de corda 
utilizada como instrumento de tortura. Posteriormente, surgiu o tortur, que significa 
“o que submete à tortura” A tortura advém de longas datas, configurando-se como 
prática extremamente cruel e desumana, sendo por isso combatida através de 
diversos diplomas legais, internacionais e nacionais. Entretanto, a tortura nem 
sempre é repelida. 
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/26019/crime-de-tortura-tipificacao-no-
ordenamento-juridico-brasileiro#ixzz3sui1y31G 
Aconteceu... 
 
POLÍTICA. Publicado quinta, 26 de novembro de 2015 (11:00) 
Em relatório da PGR (Procuradoria-Geral da República), o procurador-geral 
Rodrigo Janot, já prevendo uma possível contestação sobre as gravações que 
incriminam o Senador Delcídio Amaral (PT/MS), realizadas por Bernardo Cerveró 
– filho de Nestor Cerveró –, ressaltou que a gravação foi realizada no âmbito de 
tratativas de acordo de delação premiada de Cerveró com o Ministério Público. 
As gravações de Bernardo comprometeram, além de Delcídio, o presidente do 
banco BTG Pactual, André Santos Esteves, o chefe de gabinete do senador, Diogo 
Ferreira e o advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro. Todos foram presos na 
manhã desta quarta-feira (25) pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava-
Jato, por tentar atrapalhar as investigações. 
No parecer, o procurador salienta que Bernardo participou da conversa gravada, o 
que não acarreta interceptação – que, neste último caso, até poderia caracterizar 
ilicitude. Isso porque, conforme entendimento do próprio STF, aquele que revela 
gravação de conversa da qual participou, como emissor ou receptor, não está 
interceptando conversa. Neste caso, a pessoa que gravou apenas dispõe do que 
também é seu. Pelo menos duas conversas foram gravadas por Bernardo, em 
reuniões do grupo, apenas neste mês de novembro. 
http://fatoonline.com.br/conteudo/12997/stf-e-pgr-sustentam-que-gravacao-que- 
compromete-delcidio-e-licita-e-vale-como-prova? 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Exercícios: 
1) Assinale a alternativa adequada quanto às afirmações abaixo: 
A regra constitucional da inviolabilidade domiciliar possui exceções previstas 
na própria CF, assim a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo: 
I- Em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro. 
II- Durante o dia, por determinação do Delegado de Polícia. 
III- Com consentimento do morador. 
(A) Somente a I está incorreta. 
(B) As opções I e III estão corretas. 
(C) Todas estão corretas 
(D) Somente a II está correta. 
2) Assinale a alternativa que caracteriza corretamente o flagrante delito. 
(A) O marginal é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa que achar ser ele o autor da infração; 
(B) O marginal está se preparando para cometer a infração penal;. 
(C) O marginal é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou 
papéis que façam presumir ser ele autor da infração. 
(D) O marginal é encontrado espreitando a vítima. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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 Aula 4 – Dos Direitos e Garantias Fundamentais e suas 
Cláusulas Pétreas (Parte II).2.9. Direito de Locomoção (Art. 5º, XV) 
É livre a locomoção no território nacional em 
tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, 
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
2.10. Direito de Reunião (Art. 5°, XVI) 
A Constituição Federal garante que todos 
podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais 
abertos ao público, independentemente de autorização, 
desde que não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido 
prévio aviso à autoridade competente. Trata-se de direito 
individual de se reunir com outras pessoas para fim lícito. 
2.11. Desapropriação (Art. 5º, XXIV) 
A lei estabelecerá o procedimento para 
desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por 
interesse social, mediante justa e prévia indenização em 
dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição. 
2.12. Requisição Administrativa (Art. 5º, XXV) 
A Constituição Federal estabelece que no caso 
de iminente perigo público, a autoridade competente poderá 
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário 
indenização ulterior, se houver dano. 
Pressupostos da reunião: Pluralidade de 
participantes, tempo (duração limitada), finalidade (lícita, 
Muito se discute acerca da 
constitucionalidade da cobrança 
de pedágio. O tema em análise 
gera bastante discussões, sendo 
que parte dos juristas e cidadãos 
entendem como constitucional a 
cobrança, ao passo que outra 
parcela, entende como 
inconstitucional, alegando 
principalmente, dentre outras 
teses, a ofensa ao Art. 5º. XV, 
CF/88, que versa a respeito do 
direito de ir e vir do cidadão. Do 
referido artigo e inciso, é que se 
extraiu o princípio tributário da 
“não limitação ao tráfego de 
pessoas e bens” Tal princípio 
visa, em síntese, evitar que o 
poder Público impeça a liberdade 
de locomoção de pessoas e bens, 
com a atribuição de um fato 
gerador, criador de tributo em 
situações de transposição de 
fronteiras. Todavia, a própria 
CF/88 elencou uma ressalva a 
esse princípio, sendo que, por 
essa ressalva, a cobrança de 
pedágio não fere o direito de ir e 
vir do cidadão, o que torna viável 
e constitucional a cobrança de 
pedágio. O referido princípio 
constitucional tributário 
encontra-se elencado no Art. 150, 
V da CF/88. 
Leiamais: 
http://jus.com.br/artigos/33191/a-
constitucionalidade-do- pedagio-
e-sua-natureza-
juridica#ixzz3teUuQP65 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
28 | P á g i n a 
 
pacífica e sem armas) e lugar (fixo ou móvel – ex. passeatas). Cabe ressaltar que tal 
direito pode ser suspenso, excepcionalmente, nas hipóteses de Estado de Defesa e 
Estado de Sítio. 
2.13. Inafastabilidade do poder Judiciário (Art. 5°, XXXV) 
A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito, é o princípio da inafastabilidade do acesso ao Poder Judiciário (direito de ação e 
de prestação jurisdicional – princípio do livre acesso). A constituição federal garante 
que a instância administrativa não precisa ser exaurida como condição ao acesso ao 
Poder Judiciário, a única exceção é o acesso prévio, em certos casos, à Justiça 
Desportiva (CF, art. 217, § 1°). Por outro lado, o STF já firmou entendimento no 
sentido de que inexiste direito subjetivo ao duplo grau jurisdicional. 
2.14. Segurança Jurídica (Art. 5°, XXXVI) 
A Constituição Federal afirma que a lei não prejudicará o direito adquirido, 
o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Assim, a CF prevê a imutabilidade das 
chamadas cláusulas pétreas (art. 60, § 4°, VI), ou seja, a impossibilidade de emenda 
constitucional prejudicar os direitos e garantias individuais, entre eles, o direito 
adquirido (art. 5, XXXVI). Pode-se definir como direito adquirido aquele que se 
incorporou definitivamente ao patrimônio pessoal do indivíduo, ou seja, que pode ser a 
qualquer momento invocado, usufruído, independentemente da vontade alheia, e que, 
mesmo no caso da existência de condição ou termo para início de sua fruição, tal 
condição perfaz-se inalterável ao arbítrio de terceiros. Ato Jurídico Perfeito é aquele que 
se aperfeiçoou, que reuniu todos os elementos necessários a sua firmação, em face da lei 
vigente. Coisa Julgada é a decisão judicial transitada em julgado, em outros termos, a 
decisão judicial de que já não caiba recurso (LICC, art. 6°, § 3°); 
Exemplo: O Estatuto da PMERJ assegura ao Policial Militar, a cada decênio 
(10 anos) de serviço prestado, o direito de gozar da LE (Licença especial), 06 meses de 
licença remunerada. Nesse aspecto, o Direito Adquirido somente ocorrerá na data em 
que completar os 10 anos de serviço, antes disso, terá somente mera expectativa de 
direito. Portanto, se tal direito for suprimido, por nova lei, aqueles que já haviam 
preenchido os requisitos da lei anterior, terão direito o adquirido de gozar a referida 
licença. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
29 | P á g i n a 
 
2.15. Tribunal do Júri (Art. 5°, XXXVIII) 
O Júri é um tribunal popular, de essência e obrigatoriedade constitucional, 
regulamentado na forma de lei ordinária e, atualmente, composto por um juiz de direito, 
que o preside, por 21 jurados, que serão sorteados dentre cidadãos que constem do 
alistamento eleitoral do Município, formando-se o Conselho de Sentença com sete 
deles. A CF assegura à instituição do Júri: plenitude da defesa, o sigilo das votações, a 
soberania dos veredictos (que não exclui a recorribilidade das suas decisões contrárias a 
provas dos autos) e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida 
(apenas não aplicável nos casos em que exista prerrogativa constitucional de foro). 
Governadores, Presidente da República, Ministros etc. 
2.16. Extradição (Art. 5°, LI e LII) 
A Constituição Federal garante que o brasileiro nato jamais poderá ser 
extraditado, já o brasileiro naturalizado somente será extraditado por cometimento de 
crime comum (praticado antes da naturalização) ou no caso de participação comprovada 
em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, independentemente 
do momento do fato. O estrangeiro poderá ser extraditado, havendo vedação apenas nos 
crimes políticos ou de opinião. O pedido de extradição será sempre encaminhado ao 
STF, pois nunca se concederá extradição sem o seu prévio pronunciamento sobre a 
legalidade e procedência do pedido, ficando o Presidente apenas vinculado em caso de 
negativa pelo STF. 
2.17. Devido Processo Legal (Art. 5°, LIV e LV) 
A Constituição Federal assegura a ampla defesa e o contraditório aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral (art. 5°, LV). 
Contudo, o princípio do contraditório nos processos penais não se aplica aos inquéritos 
policiais (fase investigatória). 
2.18. Provas Ilícitas (Art. 5°, LVI) 
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meios ilícitos. As 
provas ilícitas são aquelas obtidas com desrespeito à lei (Princípio da inviolabilidade 
domiciliar, telefônica, direito à intimidade, sigilo etc.). As provas derivadas de provas 
ilícitas, de acordo com a posição atual do STF, contaminam as demais provas dela 
decorrentes, de acordo com a teoria americana dos frutos da árvore envenenada. Em 
certos casos (excepcionais), contudo, há a possibilidade de convalidação de provas 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
30 | P á g i n a 
 
obtidas por meios ilícitos com a finalidade de defesa das liberdades públicas 
fundamentais, ocorrendo na hipótese a chamada legítima defesa dos direitos humanos 
fundamentais. 
2.19. Princípio da Presunção de Inocência (Art. 5°, LVII) 
A CF estabelece que ninguém será considerado culpado até o trânsito em 
julgado da sentença penal condenatória, consagrando o princípio da presunção de 
inocência, o qual, contudo, não afasta a constitucionalidade das espécies de prisão 
provisórias (prisão temporária, em flagrante, preventiva ouadministrativa militar). 
2.20. Prisão Civil (Art.5°, LXVII) 
Em regra não haverá prisão civil por dívida, no Brasil, exceto nos casos de: 
a) inadimplemento voluntário de obrigação alimentícia; e, b) do depositário infiel. 
O Supremo Tribunal Federal (STF) editou, em 16 de dezembro de 2009, a 
Súmula Vinculante nº 25, que traduz: “É ilícita a prisão civil de depositário infiel, 
qualquer que seja a modalidade do depósito”. A partir de então, somente é aplicável no 
Brasil a prisão civil por dívida ao responsável pelo inadimplemento de obrigação 
alimentícia. 
A Constituição Federal de 1988 previu duas formas de prisão civil: a do 
devedor de alimentos e a do depositário infiel (artigo 5º, inciso LXVII). O depositário 
infiel é aquele que recebe a incumbência judicial ou contratual de zelar por um bem, 
mas não cumpre sua obrigação e deixa de entregá-lo em juízo, de devolvê-lo ao 
proprietário quando requisitado, ou não apresenta o seu equivalente em dinheiro na 
impossibilidade de cumprir as referidas determinações. Tal súmula encerra por 
definitivo as questões e decisões em contrário, vinculando a administração pública e 
judiciária. 
Há muito tempo já se discutia sobre a possibilidade ou não da prisão de um 
cidadão por ser considerado um depositário infiel. Desde a Emenda Constitucional nº 
45, a prisão civil do depositário infiel mostra-se inconstitucional, ocorrendo um choque 
de normas constitucionais. Assim, ao introduzir o § 3º no seu artigo 5º, a emenda deu 
status de emendas à Constituição também aos tratados internacionais de direitos 
humanos em que o Brasil for signatário. Isso ocorre devido à crescente preocupação 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
31 | P á g i n a 
 
com a dignidade da pessoa humana e com a garantia efetiva de seus direitos – 
indivisíveis e universais. 
3. Das Cláusulas Pétreas 
São denominadas "cláusulas pétreas" os dispositivos elencados no 
parágrafo 4º do artigo 60 da Carta Magna. Assim está disposto: 
"Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
...§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
I- Forma federativa de Estado - A denominação República Federativa do 
Brasil indica que o país é baseado em uma federação, isto é, composto por vários 
estados membros. Não é possível aceitar propostas que possa transformar um dos 
estados membros em um Estado (país) independente do Brasil. 
II- Voto direto, secreto, universal e periódico - Não é possível a modificar 
o sistema de voto direto, onde cada cidadão devidamente alistado tem direito a voto. 
Deverá sempre ser secreto (o cidadão tem o direito de não revelar o seu voto, evitando 
assim perseguições políticas ou qualquer outra intimidação). Deve também ser 
universal, ou seja, todos os brasileiros, natos ou naturalizados têm a oportunidade de se 
alistar e votar, a menos que se encaixem em certos casos previstos no artigo 14 da Carta 
Magna. Deve este voto ser ainda periódico, ou seja, o cidadão deve ter a oportunidade 
de votar de tempos em tempos. 
III- A Separação dos Poderes - Não se admite discutir a organização 
tripartite do Estado em Judiciário, Legislativo e Executivo. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
32 | P á g i n a 
 
IV- Os Direitos e Garantias Individuais – Cabe ressaltar que, não devemos 
confundir garantias fundamentais com garantias individuais, já que as garantias 
individuais são espécie do gênero garantias fundamentais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais... 
 
O Artigo 142,§2º da CF/88, dispõe que “Não caberá habeas corpus em relação a 
punições disciplinares militares, entretanto, a doutrina e jurisprudência entendem 
que, não cabe habeas corpus no tocante ao mérito das punições disciplinares. 
O entendimento é de que todos os princípios de Direito Penal devem ser aplicados 
para as infrações administrativas, inclusive o da legalidade, como explica o 
Professor Luiz Flávio Gomes: “Todas as garantias do direito penal devem valer para 
as infrações administrativas, e os princípios como o da legalidade, tipicidade, 
proibição da retroatividade, da analogia, do no bis in idem, da proporcionalidade, da 
culpabilidade, Etc, Valem integralmente inclusive no âmbito administrativo. Por tal 
motivo, entende-se que, nada impede que o poder judiciário examine os 
pressupostos de legalidade da punição, cabendo neste caso, a interposição de 
Habeas Corpus, mas não para análise do mérito. 
Leia mais: http://jus.com.br/artigos/33191/a-constitucionalidade-do-pedagio-e-sua-
natureza-juridica#ixzz3teUuQP65 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Aconteceu... 
 
18/06/2015 
O ex-jogador do Cruzeiro, Anderson Leal de Amorim, conhecido como Donizete 
Amorim, está preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) 
Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte, porque não teria pago pensão 
alimentícia. De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ele está 
detido desde o dia 29 de maio. 
 
http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2015/06/ex-jogador-do-cruzeiro-esta-
preso-por-falta-de-pagamento-de-pensao.html 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Exercícios: 
 
1) Assinale a alternativa adequada quanto às afirmações abaixo: 
Em relação à requisição administrativa, prevista no Art. 5º, XXV da CF/88, o 
Policial Militar, em caso de iminente perigo público, poderá: 
I- Usar da propriedade particular, sem assegurar ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano. 
II- Requisitar a propriedade particular a fim de satisfazer interesse próprio 
III- Usar da propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização 
ulterior, se houver dano. 
(A) Somente a I está incorreta. 
(B) As opções I e III estão corretas. 
(C) Somente a III está correta 
(D) Somente a II está correta. 
2) Assinale a alternativa que indique corretamente a competência Tribunal 
do Júri (Art. 5°, XXXVIII). 
(A) Julgar crimes contra o patrimônio público 
(B) Julgar crimes de homofobia 
(C) Julgar crimes culposos contra a vida 
(D) Julgar crimes dolosos contra a vida 
 
 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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 Aula 5 – Dos Militares dos Estados, Distrito Federal e 
Territórios. 
 
1. Dos Militares Estaduais e Distritais 
A Seção III, do Capítulo VII, da Constituição Federal de 1988, em seu Art. 
42, assim dispõe: 
“Os membros das Policias Militares e Corpos 
de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base 
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Territórios. (Redação da EC 
18/1998)”. 
A Constituição Federal dispõe que as Polícias 
Militares e o os Corpos de Bombeiros Militares, 
semelhantemente às Forças Armadas, são instituições 
organizadas com base na hierarquia e disciplina. Afirma 
ainda que, que os membros dessas instituições são militares 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 
Atualmente, não há mais Territórios Federais no Estado 
brasileiro. Por isso, os membros das Polícias Militares e dos 
Corpos de Bombeiros Militares são denominados militares 
estaduais. 
As patentes dos oficiais dos militares estaduais 
serão conferidas pelos respectivos Governadores (CF/88, 
art. 42, §1º). Já o parágrafo sexto do Artigo 144, afirma que 
as Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares 
subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos 
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Você sabia que o primeiro 
Território Federal criado no 
Brasil foi o do Acre. 
Natureza Jurídica 
Apesar de ter personalidadejurídica, o Território não é 
dotado de autonomia político, 
pois se trata de mera 
descentralização 
administrativo-territorial da 
União, ou seja, uma autarquia 
conforme prescreve o Art. 18, 
§2º da CF/88. 
Atualmente, não existem mais 
Territórios no Brasil. Até 
1988, existiam três Territórios: 
Roraima, Amapá e Fernando 
de Noronha. 
Roraima e Amapá foram 
transformados em Estado, já 
Fernando de Noronha, foi 
extinto, sendo incorporado ao 
Estado de Pernambuco. 
Apesar de não mais existirem, 
é perfeitamente possível a 
criação de novos Territórios 
Federais, que continuarão 
sendo mera autarquia sem 
qualquer autonomia político 
administrativa. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
36 | P á g i n a 
 
Territórios. Portanto, as instituições supra citadas, têm como chefe supremo o 
governador local. 
Tanto as Polícias Militares quanto os Corpos de Bombeiros, são também 
forças auxiliares e reserva do Exército. Portanto, em caso de Estado de emergência ou 
Estado de sítio, ou em decorrência de uma guerra, os integrantes destas corporações 
poderão ser requisitados pelo Exército para exercerem funções diversas da área de 
segurança pública. 
Fica evidente que as atividades delegadas pela Constituição a essas duas 
instituições são atividades essenciais e imprescindíveis para a sociedade; logo, a 
interrupção da execução dessas atividades corresponde a um atentado violento ao 
Estado Democrático de Direito, que pode ensejar um verdadeiro caos social. 
1.1. Da Organização e Manutenção dos Militares Distritais 
O Art. 21 da Constituição Federal dispõe o seguinte: 
Compete a União 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de 
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao 
Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
Nesse aspecto, ficou claro que, tanto remuneração quanto a organização das 
instituições militares distrital é de total responsabilidade da União, ou seja, do governo 
federal. 
2. Do Direito de Greve dos Militares Distritais e Estaduais 
No início do ano de 2012, ocorreu em vários estados, uma onda de greves 
dos Policiais e Bombeiros Militares, culminado em um aumento absurdo da 
criminalidade, fato que trouxe bastante temor à população brasileira, causando inúmeros 
prejuízos à sociedade. 
Os meios de comunicação noticiavam, diuturnamente, o aumento alarmante 
nos números de homicídios, roubos e furtos, esses números praticamente 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
37 | P á g i n a 
 
quadruplicaram no período da greve dos militares estaduais nos Estados da Bahia, Ceará 
e Rio de Janeiro. 
Existem alguns doutrinadores que defendem a constitucionalidade da greve 
dos militares estaduais, sob o argumento de que o artigo 142 da Constituição Federal 
(que veda à sindicalização e à greve) se refere apenas aos militares federais, membros 
das Forças Armadas. Os militares estaduais são tratados em outro capítulo, portanto, 
teriam o direito de utilização da greve, como instrumento de pressão no Poder Público. 
Outro embasamento utilizado por esses doutrinadores está calcado no 
princípio da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1º, inciso III), sendo na verdade, 
um argumento humanitário e social, sustentando, que se trata de uma é uma cláusula 
pétrea, portanto, se os militares estaduais estivessem sendo privados de sua dignidade 
humana devido às condições precárias do trabalho, podiam sim paralisar seus serviços 
em busca do atendimento de suas reivindicações. 
Em que pese o os ótimos fundamentos, ora sustentados, por esses 
doutrinadores, esse não é o entendimento do STF (Supremo Tribunal Federal), na 
condição de guardião máximo da Constituição Federal, durante o julgamento da 
Reclamação Constitucional 6.568, ocasião em que entendeu, que alguns serviços 
públicos, em razão de sua essencialidade e imprescindibilidade para a sociedade, 
deverão, sempre, ser prestados em sua totalidade, vedando a paralisação (total ou 
parcial) dos agentes públicos responsáveis por essas atividades. 
O STF, por analogia aos militares federais, vedou também o exercício do 
direito de greve aos policiais civis do Estado de São Paulo, a pedido da Procuradoria 
Geral do Estado, afirmando que os servidores que exerçam atividades indelegáveis do 
Estado, das quais dependam a manutenção da ordem pública, da segurança pública, da 
saúde pública e da administração da Justiça, não estão inseridos no elenco dos 
servidores detentores do direito de greve. 
Entendeu também, que os servidores públicos que estão relacionados a 
grupos armados, como os militares (federais e estaduais) e os policiais civis, não 
possuem a faculdade de interromper suas funções, pois não dispõem do direito de greve. 
Assim se manifestou o STF: 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
38 | P á g i n a 
 
“EMENTA: RECLAMAÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. 
POLICIAIS CIVIS. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. 
SERVIÇOS OU ATIVIDADES PÚBLICAS ESSENCIAIS. 
COMPETÊNCIA PARA CONHECER E JULGAR O 
DISSÍDIO. Artigo 114, inciso I, da Constituição do Brasil. 
DIREITO DE GREVE. Artigo 37, inciso VII, da 
constituição do Brasil. LEI N. 7.783/89. 
INAPLICABILIDADE AOS SERVIDORES PÚBLICOS. 
DIREITO NÃO ABSOLUTO. RELATIVIZAÇÃO DO 
DIREITO DE GREVE EM RAZÃO DA ÍNDOLE DE 
DETERMINADAS ATIVIDADES PÚBLICAS. 
Amplitude da decisão proferida no julgamento do Mandado 
de injunção n. 712. art. 142, § 3º, inciso IV, da constituição 
do Brasil. interpretação da constituição. AFRONTA AO 
DECIDIDO NA ADI 3.395. INCOMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA DO TRABALHO PARA DIRIMIR CONFLITOS 
ENTRE SERVIDORES PÚBLICOS E ENTES DA 
ADMINISTRAÇÃO ÀS QUAIS ESTÃO VINCULADOS. 
RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O 
Supremo Tribunal Federal, ao julgar o MI n. 712, afirmou 
entendimento no sentido de que a Lei n. 7.783/89, que 
dispõe sobre o exercício do direito de greve dos 
trabalhadores em geral, é ato normativo de início inaplicável 
aos servidores públicos civis, mas ao Poder Judiciário dar 
concreção ao artigo 37, inciso VII, da Constituição do 
Brasil, suprindo omissões do Poder Legislativo. 2. 
Servidores públicos que exercem atividades relacionadas 
à manutenção da ordem pública e à segurança pública, à 
administração da Justiça --- aí os integrados nas 
chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades 
indelegáveis, inclusive as de exação tributária --- e à 
saúde pública. A conservação do bem comum exige que 
certas categorias de servidores públicos sejam privadas 
do exercício do direito de greve. Defesa dessa 
conservação e efetiva proteção de outros direitos 
igualmente salvaguardados pela Constituição do Brasil. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
39 | P á g i n a 
 
3. Doutrina do duplo efeito, segundo Tomás de Aquino, na 
Suma Teológica (II Seção da II Parte, Questão 64, Artigo 7). 
Não há dúvida quanto a serem, os servidores públicos, 
titulares do direito de greve. Porém, tal e qual é lícito 
matar a outrem em vista do bem comum, não será ilícita 
a recusa do direito de greve a tais e quais servidores 
públicos em benefício do bem comum. Não há mesmo 
dúvida quanto a serem eles titulares do direito de greve. 
A Constituição é, contudo, uma totalidade. Não um 
conjunto de enunciados que se possa ler palavra por 
palavra, em experiência de leitura bem comportada ou 
esteticamente ordenada. Dela são extraídos, pelo 
intérprete, sentidos normativos, outras coisas que não 
somente textos. A força normativa da Constituição é 
desprendida da totalidade, totalidade normativa, que a 
Constituição é. Os servidores públicos são, seguramente, 
titulares do direito de greve. Essa é a regra. Ocorre, 
contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a 
coesão social impõe sejam prestados plenamente, em sua 
totalidade. Atividades das quais dependam a manutenção 
da ordempública e a segurança pública, a administração 
da Justiça --- onde as carreiras de Estado, cujos 
membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de 
exação tributária --- e a saúde pública não estão inseridos 
no elenco dos servidores alcançados por esse direito. 
Serviços públicos desenvolvidos por grupos armados: as 
atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, 
para esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a 
Constituição expressamente proíbe a greve [art. 142, § 3º, 
IV]. (...) Pedido julgado procedente.” (EROS GRAU, 2009). 
O Doutrinador Pedro Lenza, explica que a segurança pública, em nível 
estadual, foi atribuída às Polícias Civis, às Polícias Militares e ao Corpo de Bombeiros. 
Lembrando que o policiamento ostensivo e a preservação da ordem pública (polícia 
administrativa) ficaram a cargo das Polícias Militares, forças auxiliares e reservas do 
Exército. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
40 | P á g i n a 
 
No que diz respeito ao direito de greve dos militares estaduais, o festejado 
doutrinador preleciona que: 
“Nos termos do art. 142, §3º, IV, ao militar são proibidas a sindicalização e 
a greve, Assim, os membros das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica), 
bem como os militares dos Estados, do DF e dos Territórios (membros das Polícias 
Militares e Corpos de Bombeiros Militares – art. 42, §1º, que determina a aplicação do 
art. 142, §3º) estão proibidos de exercer o direito de greve, confirmando, então, que 
referido direito fundamental não é absoluto” (LENZA, Pedro 2010, p. 731). 
 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
SEÇÃO IV 
DOS SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES 
 Art. 91 - São servidores militares estaduais 
os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar. 
§ 1º - (...) 
§ 2º - (...) 
§ 3º - (...) 
§ 4º - (...) 
§ 5º - Ao servidor militar são proibidas a sindicalização e a greve, sendo 
livre, no entanto, a associação de natureza não sindical, sem fins lucrativos, garantido o 
desconto em folha de pagamento das contribuições expressamente autorizadas pelo 
associado. 
§ 6º - O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar filiado a 
partidos políticos. 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
41 | P á g i n a 
 
§ 7º - O oficial e a praça só perderão o posto, a patente e a graduação se 
forem julgados indignos do oficialato, da graduação ou com eles incompatíveis, por 
decisão de tribunal competente. 
§ 8º - O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de 
liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao 
julgamento previsto no parágrafo anterior. 
 § 9º - (...) 
 § 10 - (...) 
 § 11 - O Estado fornecerá aos servidores militares os equipamentos de 
proteção individual adequados aos diversos riscos a que são submetidos em suas 
atividades operacionais. 
§ 12 - Será designado para as corporações da Polícia Militar e do Corpo de 
Bombeiros Militar um pastor evangélico que desempenhará a função de orientador 
religioso em quartéis, hospitais e presídios com direito a ingressar no oficialato capelão. 
§ 13 - O servidor público militar estadual demitido por ato administrativo, 
se absolvido pela justiça, na ação que deu causa a demissão, será reintegrado à 
Corporação com todos os direitos restabelecidos. (Acrescentado pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 25.06.10). 
Art. 92 - Aos servidores militares ficam assegurados os seguintes direitos: 
(Regulamentado pela Lei nº 1890, de 14.11.91) 
 I - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que recebem 
remuneração variável; 
II - décimo terceiro salário com base na remunerarão integral ou no valor da 
aposentadoria; 
III - salário-família para os seus dependentes; 
IV - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais 
do que o salário normal; 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
42 | P á g i n a 
 
V - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração 
de cento e vinte dias; 
VI - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
 VII - licença especial para os adotantes, nos termos fixados em lei; 
VIII - elegibilidade do alistável, atendidas as seguintes condições: 
a) se contar menos de dez anos de serviço deverá afastar-se da atividade; 
b) se contar mais de dez anos de serviço será agregado pela autoridade 
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 
 IX - aos servidores militares estaduais será permitido o porte de arma, para 
a sua defesa pessoal e dos concidadãos, fora do horário de serviço. (Inciso 
regulamentado pela Lei nº 1890, de 14.12.91, que regulamenta o disposto no inciso IX 
do artigo 92 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro.) 
 Parágrafo único - (...) 
93 - A lei disporá sobre a pensão militar estaduaL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais... 
Embora o §13 do Art. 91 da Constituição do Estado do Rio de Janeiro disponha que: 
O servidor público militar estadual demitido por ato 
administrativo, se absolvido pela justiça, na ação que 
deu causa a demissão, será reintegrado à Corporação 
com todos os direitos restabelecidos. (Acrescentado 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 25.06.10). 
A Jurisprudência e a Doutrina dominante entendem que, o efeito da sentença 
absolutória na esfera criminal, somente vinculará na esfera administrativa, quando 
for declarada a inexistência do fato ou negativa de sua autoria. Caso haja absolvição 
por falta de provas, não haverá repercussão na esfera administrativa. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/1188766/sentenca-absolutoria-criminal 
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Aconteceu... 
 
10/02/2012 
Nesta sexta-feira, a Justiça Militar expediu mandados de prisão contra 11 líderes 
grevistas; nove foram presos até o momento mais de 150 Policiais Militares foram 
presos administrativamente no Rio de Janeiro por transgressões disciplinares. 
Dos 11 mandados de prisão expedidos contra líderes grevistas da corporação, nove 
foram cumpridos até o momento. 
A PM deve divulgar nas próximas horas um balanço completo sobre as prisões de 
policiais grevistas na capital fluminense e no interior do estado. 
Os mandados de prisão foram expedidos nesta sexta-feira pela Justiça Militar. A 
Polícia Militar (PM) ainda não divulgou os nomes dos policiais militares que são 
procurados. O porta-voz da PM, Coronel Frederico Caldas, informou que os 
serviços estão mantidos e os comandantes estão presentes em todas as unidades. 
“Montamos um gabinete de gestão e todas as viaturas estão sendo monitoradas. 
Estamos com um reforço do Bope [Batalhão de Choque] para dar uma sensação de 
segurança maior”, informou o coronel, que garantiu que a greve não teve adesão em 
nenhuma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). anúncio ocorreu ao final de uma 
manifestação que durou quase seis horas, na Cinelândia, no centro do Rio, com 
participação de cerca de 3 mil pessoas, segundo a PM. 
O porta-voz da PM também descartou a necessidade de reforço por parte das Forças 
Armadas no Rio de Janeiro. 
A greve declarada no Rio acontece após uma paralisação da Polícia Militar baiana 
que segue desde o dia 31 de janeiro, com altos índices de criminalidade registrados 
no Estado nesse período, incluindo ao menos 150 homicídios. 
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/mais-de-150-pms-sao-presos-
no-rio-por-transgressoes-6vam6d07eaehu7h8vlpi1i89a 
 
 
 
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/mais-de-150-pms-sao-presos-no-rio-por-transgressoes-6vam6d07eaehu7h8vlpi1i89a
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/mais-de-150-pms-sao-presos-no-rio-por-transgressoes-6vam6d07eaehu7h8vlpi1i89a
INRODUÇÃO AO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
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Exercícios:

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