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Fisiologia Humana Bioeletrogênese Prof. Carlos Eduardo Brasil Neves, D.Sc. Membrana Celular Composição Química dos Líquidos Intra e Extracelulares (mmol/L) Íon Intracelular Extracelular K+ 150 5 Na+ 2 140 Cl- 10 105 Ânions Orgânicos 65 0 Permeabilidade da membrana fosfolipídica s/ proteínas Proteínas de transporte Proteínas carreadoras proteínas de canal +rápido Transportes através da Membrana • Transporte Passivo – Sem gasto de energia, dependente do gradiente de concentração de íons – Difusão Simples – Difusão Facilitada • Transporte Ativo – com gasto de energia, realizado contra o gradiente de concentração de íons – Bomba de Na++/K+ Tipos de transporte através da membrana Difusão Simples • É o movimento contínuo de moléculas por entre as outras nos líquidos e nos gases. • Os íons estão em constante movimento através dos meios intra e extracelular, através de canais voltagem- dependentes. Difusão Facilitada • Difusão mediada por carreador Velocidade Efetiva de Difusão • Depende: – Permeabilidade da membrana; – Diferença de concentração da substância difusora; – Diferença de pressão através da membrana; – Diferença de potencial elétrico (ddp) Transporte Ativo • Ocorre quando a membrana celular transfere moléculas ou íons contra um Gradiente Eletroquímico,que é a soma de todas as forças difusionais (diferença de concentração, de potencial elétrico e de pressão), que agem sobre a membrana. • Divide-se em: – Transporte ativo primário – energia derivada diretamente do ATP – Transporte ativo secundário – energia é derivada de gradientes iônicos gerados no TA primário. Bomba de Na++/K+ • Esta bomba está presente em todas as reações do corpo e é a responsável pela manutenção das concentrações de sódio e potássio através da membrana celular, além de estabelecer um potencial elétrico negativo no interior da membrana. Bomba de Na++/K+ Devido ao bombeamento de 3 íons sódio para fora da célula e de apenas dois íons potássio para seu interior gera um positividade no exterior da célula e cria um déficit de íons positivos no interior da célula, criando assim um potencial elétrico através da membrana. Transporte Ativo Secundário Transporte de Água através da Membrana - Osmose Bioeletrogênese • Comunicação ao longo do neurônio ocorre por sinais elétricos • A corrente elétrica ocorre por movimento iônico • Distribuição iônica : – Ânions - Proteínas intracelulares, Cl- – Cations - Na+, K+ Potencial de membrana • O potencial de membrana é a voltagem através da membrana neuronal em qualquer momento (Vm). Pode estar em repouso ou não. Observamos que o interior do neurônio é eletricamente negativo (cerca de -65 mV). • O potencial de repouso é aquela diferença de potencial constante quando o neurônio não está gerando impulsos. Mensuração do potencial de membrana TIPO CELULAR Em (mV) Neurônio -70 Músculo esquelético -80 Músculo cardíaco (atrial e ventricular) -80 Músculo liso -55 Potencial de ação do neurônio • O potencial de ação é uma inversão rápida da situação de negatividade do interior do citosol do neurônio em repouso, que por um instante, fica carregado positivamente em relação ao exterior. • Os potenciais de ação assemelham-se em tamanho e duração e não diminuem à medida em que são conduzidos ao longo do axônio, ou seja, são de tamanho e duração fixos. • A aplicação de uma despolarização crescente a um neurônio não tem qualquer efeito até que se cruze o limiar e, então, surja o potencial de ação. Por esta razão, diz-se que os potenciais de ação obedecem à "lei do tudo ou nada". Etapas do potencial de ação Estado de repouso – célula polarizada; Etapa da despolarização – membrana permeável aos íons sódio – interior tende a positividade. Nas fibras grossas o PM ultrapassa o valor zero. Nas fibras delgadas chega próximo a zero; Etapa da repolarização – em milésimos de segundo os canais de sódio se fecham, abrem os canais de potássio. Repolarização da membrana. Etapa de Hiperpolarização – após a repolarização ocorre o restabelecimento das concentrações de sódio e potássio nos meios intra e extracelulares. Atuação das bombas de Na+/K+ Potencial de ação Tempo (ms) Período refratário absoluto Período refratário relativo Po te nc ia l d e m e m b ra na ( m V ) Pe rm e a b il id a d e i ôn ic a Período refratário Potencial de ação Û Período refratário absoluto Û : período de tempo durante o qual uma célula não pode produzir um segundo potencial de ação. Û Período refratário relativo: Û período que se segue a um potencial de ação no qual é possível gerar uma nova despolarização; no entanto, o estímulo deve ter intensidade superior à utilizada para gerar o primeiro. Propagação do Potencial de ação do neurônio • Em geral, os PAs são gerados apenas nos axônios, por serem estes ricos em canais de sódio. • O PA é propagado ao longo da membrana, devido ao fluxo iônico. O percurso do impulso nervoso no neurônio é sempre no sentido dendrito è corpo celular è axônio. Propagação do Potencial de Ação • Os axônios de maior diâmetro conduzem o PA com maior velocidade do que os axônios menos calibrosos. Isto porque os mais calibrosos são revestidos com bainha de mielina e o PA é propagado pelos nodos de Ranvier (onde existem canais iônicos de baixo limiar de excitabilidade). • Nas regiões dos nódulos de Ranvier, a onda de despolarização "salta" diretamente de um nódulo para outro, não acontecendo em toda a extensão da região mielinizada (a mielina é isolante). Desmielinização na doença esclerose múltipla Sinapse • é um tipo de junção especializada em que um terminal axonal faz contato com outro neurônio ou tipo celular • Podem ser: – Elétricas; ou – Químicas (maioria) Sinapses Elétricas • mais simples e evolutivamente antigas, permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra. • Junções gap ou junções comunicantes – membranas pré-sinápticas (do axônio - transmissoras do impulso nervoso) e pós-sinápticas (do dendrito ou corpo celular - receptoras do impulso nervoso) estão separadas por apenas 3 nm. Sinapses Elétricas • Fenda é atravessada por proteínas especiais denominadas conexinas. Seis conexinas reunidas formam um canal denominado conexon, o qual permite que íons passem diretamente do citoplasma de uma célula para o de outra. • A maioria das junções gap permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos, sendo desta forma, bidirecionais. Sinapses Químicas • As membranas pré e pós-sinápticas são separadas por uma fenda com largura de 20 a 50 nm - a fenda sináptica. • A passagem do impulso nervoso nessa região é feita, então, por substâncias químicas: os neuro-hormônios, também chamados mediadores químicos ou neurotransmissores, liberados na fenda sináptica. Sinapses Químicas Sinapses Químicas Potenciais Pós-Sinápticos • Excitatórios (PPSE) – Despolariza a membrana pós-sináptica • Inibitórios (PPSI) – Hiperpolariza a membrana pós-sináptica Remoção de Neurotransmissor • Difusão – Moléculas do neurotransmissor se difundem para foram da fenda sináptica • Degradação Enzimática – Inativados por degradação enzimática • Captação Celular – Transportados de volta para os neurônios que o liberaram por proteínas transportadora de neurotransmissores (norepinefrina); ou são transportados para neuroglia adjacente. Somação Espacial e Temporal de PPS • No SN, um neurônio típico recebe entradas de 1.000 a 10.000 sinapses. • SOMAÇÃO – integração entre estas sinapses • Somação Espacial– Acúmulo de neurotransmissores, liberados simultaneamente por diversos bulbos pré-sinápticos • Somação Temporal – Acúmulo de neurotransmissor liberado por botão terminal pré-sináptico único duas ou mais vezes em rápida sucessão • Um neurônio pós-sináptico recebe entradas de muitos neurônios pré- sinápticos, que liberam neurotransmissores excitatórios e inibitórios • A soma de todos os efeitos excitatórios e inibitórios, a qualquer momento, determina o efeito sobre o neurônio pós-sináptico Neurotransmissores • Os efeitos dos neurotransmissores, nas sinapses químicas, podem ser modificadas de várias maneiras: – Síntese de neurotransmissores pode estar aumentada ou diminuida – Liberação de neurotransmissores pode ser bloqueada ou aumentada; – Remoção de neurotransmissor pode ser estimulada ou inibida – Sítio receptor pode ser bloqueado ou ativado Neurotransmissores - Classes • Neurotransmissores de Moléculas Pequenas – Acetilcolina – Aminoácidos (Glutamato, Aspartato, GABA e Glicina) – Aminas Biogênicas (Norepinefrina, epinefrina e dopamina) • Neuropeptídeos Acetilcolina • Liberado por neurônios do SNP e por alguns neurônios do SNC • Excitatório na junção neuromusculares • Inibitório no coração Dopamina • neurotransmissor inibitório que produz sensações de satisfação e prazer, respostas emocionais e da regulação do tônus muscular e de alguns aspectos do movimento como a contração muscular • A degeneração de axônios, contendo dopamina, ocorre na doença de Parkinson . Serotonina • regula o humor, o sono, a atividade sexual, o apetite, o ritmo circadiano, as funções neuroendócrinas, temperatura corporal, sensibilidade à dor, atividade motora e funções cognitivas. • Atualmente vem sendo intimamente relacionada aos transtornos do humor, ou transtornos afetivos e a maioria dos medicamentos chamados antidepressivos agem produzindo um aumento da disponibilidade dessa substância no espaço entre um neurônio e outro. GABA (ácido gama-aminobutirico) • principal neurotransmissor inibitório do SNC. • Está envolvido com os processos de ansiedade. Medicamento com Diazepan são agonistas do GABA • A inibição da síntese do GABA ou o bloqueio de seus neurotransmissores no SNC, resultam em estimulação intensa, manifestada através de convulsões generalizadas. • Na medula espinha cerca de metade das sinapses inibitórias utiliza GABA e outra metade glicina Glutamato • Principal neurotransmissor estimulador do SNC. Quase todos os neurônios do SNC e metade do encéfalo se comunicam via glutamato Adrenérgicos – Liberam a adrenalina e nor-adrenalina que agem no sistema nervoso autônomo simpático Neuropeptídeos • Substância P – Encontrada em neurônios sensoriais, nas vias da medula espinhal e nas partes do encéfalo associadas a dor; aumenta a percepção da dor • Encefalinas – Inibem os impulsos dolorosos por suprimir a liberação da substância P • Endorfinas – Inibem a dor por bloquearema liberação da substância P Neuropeptídeos • Dinorfinas – Podem estar relacionadas ao controle da dor e ao registro de emoções • Hormônios de Liberação e inibição Hipotalâmicos – Regulam a liberação de hormônios pela hipófise anterior • Angiotensina II – Estimula a sede e controla a pressão arterial