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G R A D U A Ç Ã O ME. FÁBIO AUGUSTO GENTILIN Automação Industrial Híbrido GRADUAÇÃO Automação Industrial Me. Fábio Augusto Gentilin FICHA CATALOGRÁFICA C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. GENTILIN, Fábio. Automação Industrial. Fábio Augusto Gentilin. 2020 Maringá - PR.: UniCesumar, 2020. 288 p. “Graduação - EaD”. 1. Automação 2. Industria 3. Produção. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 629.892 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-65-5615-136-6 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Fotos: Shutterstock Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi DIREÇÃO UNICESUMAR EXPEDIENTE BOAS-VINDAS Reitor Wilson de Matos Silva Neste mundo globalizado e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não somente para oferecer educação de qualidade, mas também, acima de tudo, gerar a conversão integral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em quatro pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Assim, iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil, nos quatro campi presenciais (Maringá, Londrina, Curitiba e Ponta Grossa) e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e, também, no exterior, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Por ano, produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educadores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter, pelo menos, três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a qualidade. Por isso, desenvolvemos para os cursos híbridos, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. tanto, havia algo a mais nessa história, algo que mais tarde faria parte da minha formação pro- fissional. Eu comecei a me perguntar o porquê de cada peça, as marchas, os materiais de que eram fabricadas as diferentes peças, a posição dos componentes etc. Aos poucos fui me tornando seletivo e deta- lhista. Quando avistava uma bicicleta, de longe já poderia dizer quais eram as peças e fabri- cantes. Comprava revistas sobre bicicletas e procurava desmontar tudo para ver como era o funcionamento e como manter a melhor for- ma possível. Hoje, posso dizer que isso já se passou há 27 anos e ainda continua a ser feito. Bicicletas após bicicletas eu ainda pedalo, estudo e ana- liso cada tecnologia que está ao meu alcance, sempre tentando entender o porquê de cada material, formato, alinhamento, tecnologia etc. Analiso cada relação de transmissão entre di- ferentes marchas para decidir qual a melhor para cada situação, desempenho, distância, velocidade, grau de exigência, massa, tempo de manutenção, tipos de lubrificantes, tipos de terreno etc. com gráficos e projeções, que podem responder a muitas perguntas sobre minha prática no ciclismo e sobre a Engenharia das bikes. Gosto de afirmar que, quando pedalo, meus pensamentos atingem um nível mais elevado e passo a raciocinar de maneira mais criativa. Na estrada, somos todos iguais, pois estamos sujeitos às mesmas dificuldades, afinal, subida é subida, não importa o que você tenha de equi- pamento, vai ter que se esforçar para vencer aquele desafio, e cada morro ultrapassado, uma vitória é somada. Naquele ambiente, resta ape- nas a humildade, não há espaço para mais nada. É assim que vivo parte dos meus momentos, pedalando e contemplando a natureza, sempre curioso por saber como funcionam as coisas, esforçando-me para vencer as ladeiras da vida e buscando aprender a humildade, procurando aprender a fazer algo de novo para melhorar a cada dia, pois a subida da vida é implacável. Currículo Lattes disponível em: http://lattes.cnpq.br/8899424045058024 Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. MEU CURRÍCULO MINHA HISTÓRIA Quando eu tinha 10 anos de idade, na escola onde eu estudava, havia um colega de sala que se sentava na carteira atrás da minha. Ele tinha um caderno cuja capa tinha uma foto de uma bicicleta de corrida, lindíssima por sinal. Todos os dias eu pedia a ele para ver o caderno. Ficava durante minutos admi- rando aquela máquina da Engenharia cheia de detalhes e peças delicadas. Naquele mo- mento eu pensava: quando eu crescer vou ter uma dessas! O tempo foi passando e três anos mais tarde consegui ganhar do meu pai uma bicicleta bem interessante, com um conceito diferen- te daquele, mas que era muito legal. Come- çava aí a paixão pelo ciclismo. Eu não via a hora de ir para a escola só para pedalar, ou para chegar o fim de semana, para sair com os colegas de bicicleta. Entre- https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2916 Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store IMERSÃO RECURSOS DE REALIDADE AUMENTADA: sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto. PODCAST: professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas. PÍLULA DE APRENDIZAGEM: uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido. PENSANDO JUNTOS: ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento! EXPLORANDO IDEIAS: com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva. EU INDICO: enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 11 69 37 109 7 Automação Industrial AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL Comunicação de Dados Digitalização Tecnologia de Automação de Processos Industriais 1 3 2 4 PROVOCAÇÕES INICIAIS APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 195 141 257 169 229 Introdução à programação do CLP Sensores Industriais e Robótica Solução de Problemas Com CLP Integração Programação de CLP Aplicada 7 5 9 6 8 INICIAISPROVOCAÇÕES Imagine que você está escolhendo o seu novo modelo de smartphone e está navegando no site do fabri- cante, apreciando as opções que cada um tem, as cores disponíveis para cada modelo, aquele design e tudo isso alinhado com o investimento a ser feito. Agora você já decidiu por um modelo. Checa as opções de pagamento e seleciona a que menos impacta no seu orçamento. Pronto. Já finalizou a compra no site e só resta esperar para que seja entregue na sua porta. Eis que começa a expectativa e a ansiedade. O pensamento é instantaneamente voltado para a chegada do novo apetrecho de comunicação. É como se uma lâmpada que estava apagada se acendesse e ligasse o alerta. Você já começa a imaginar os detalhes do aparelho nas suas mãos, as funcionalidades e, até mesmo, o toque na superfície, que até então só havia visto na tela do computador. Afinal, ao vivo sempre tem mais detalhes que não dá pra ver na tela. Mais do que rápido você já procura saber o código de rastreio do objeto comprado e passa a acompa- nhar periodicamente as atualizações em um aplicativo de rastreamento, vendo em qual cidade está, em quanto tempo vai chegar, torcendo para que ninguém faça greve enquanto não chegar a mercadoria, caso contrário o coração para de bater. Passam-se alguns dias e finalmente a espera chega ao fim, o entregador aperta a campainha e anuncia que sua encomenda chegou. Nesse momento, a espera termina, o tão esperado novo smartphone chega. Você assina o papel sem muito capricho, afinal quer logo abrir o novo brinquedo. O desembrulhar da embalagem é cuidadoso, pois lá dentro há um aparelho sensível, todo cuidado é pou- co para não arranhar a tela! (Cuidado que irá diminuir depois de algum tempo de uso). O dedo indicador pressiona cuidadosamente o botão liga. Uma mensagem cintilante aparece no mostrador. Fantástico! Ele funciona! Ao verificar cuidadosamente todos os detalhes, seus olhos atentos concluem: chegou tudo bem! O aparelho é exatamente aquele que eu escolhi. Neste momento, a ansiedade termina, o ciclo se completa. A cura imediata para a angústia da espera chegou e até que chegou rápido! (Você suspira aliviado). O telefone veio acompanhado de um carregador especialmente feito para ele que, quando conectado ao smartphone e plugado na tomada, carrega pela primeira vez a bateria pelo tempo de algumas horas, conforme as instruções do manual do fabricante, devidamente lido com atenção antes de usar o aparelho (ou quase isso). Ao vivo o aparelho é mais bonito do que na foto (você diz), ele tem detalhes que ainda não haviam sido notados quando escolheu na internet, afinal, a foto não consegue mostrar tudo. Um breve momento de reflexão sobre as 12 parcelas que virão pontualmente todos os meses para saldar o valor do novo equi- pamento, mas agora vendo de perto você conclui que vale muito à pena e pensa em como irá usar para depois indicar para os amigos. Impressionado, você se pergunta: quantos aparelhos iguaizinhos a este foram fabricados até hoje em todo o mundo? Como é possível chegar tudo perfeitamente igual ao especificado pelo site do fabricante? A cor AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL INICIAIS PROVOCAÇÕES é perfeita, a tela é isenta de qualquer coisa que se pareça com um risco, e o funcionamento é idêntico ao previsto. Você sabe como esse nível de padronização pode ser atingido? A automação industrial é a tecnologia que permite ao mercado oferecer produtos de qualidade, com pa- dronização e programação de entrega dentro das expectativas do cliente. Para que isso seja possível, as técnicas de automação contam com recursos inteligentes que envolvem máquinas programáveis capazes de tornar realidade uma ideia, assim, o projeto de um produto se torna fisicamente uma solução para os problemas que encontramos, como a comunicação entre pessoas por meio de um aparelho smartphone. As tecnologias envolvidas nas diferentes áreas da automação industrial permitem que, cada vez mais, tenhamos aprimoramentos nos itens de consumo e, com isso, a percepção se ajusta às novas tendências, resultando em uma massa de pessoas com senso crítico cada vez mais exigente, pois a referência de qualidade de um produto é até onde um similar chegou em sua evolução, assim, não encontramos um smartphone no mercado sem conectividade Bluetooth, por exemplo, desde que esta tecnologia foi lançada e se tornou uma realidade. A automação estimula o desenvolvimento de diversas áreas, assim como as empresas da área de tecnolo- gia, pois essas realizam a implantação dos recursos de hardware e software nos processos de fabricação, a fim de torná-los autônomos, necessitando de um mínimo necessário de mão de obra humana para sua execução. A manufatura automatizada é, sem dúvidas, a chave para o sucesso se houver a necessidade de padroni- zação, atendimento a prazos, planejamento, atendimento a normas, sofisticação, replicabilidade, relação custo-benefício, rastreabilidade, segurança etc. Realmente são muitos os atributos que podemos vincu- lar ao uso da automação industrial. E graças a tantos recursos de controle automático é que podemos contar com os fantásticos produtos, que são frutos do desenvolvimento tecnológico da atualidade, como no exemplo do smartphone, cada vez menor e mais moderno, ou dos carros que dirigimos, com tantos recursos interativos. Vamos aprofundar nossa análise utilizando mais uma vez o exemplo anterior. Liste, pelo menos, 20 pes- soas que você conhece e que utilizem smartphone. Estabeleça uma coluna com os nomes das pessoas associadas às suas idades, além de citar os modelos e os fabricantes dos aparelhos de cada um. Perceba que alguns modelos se repetem em diferentes perfis de pessoas com diferentes idades, enquanto que outros modelos são a preferência exclusiva de outras, mas analise como se dá a padronização de cada modelo e tente apontar alguma diferença de tamanho, cor ou peso entre eles. Você deve notar que produtos industrializados são fabricados por processos automatizados, contando com máquinas inteligentes programáveis, recursos de software embarcado, matéria-prima de alta qualidade, recursos de hardware altamente precisos, uma vez que entre diferentes aparelhos de mesmo modelo, as dimensões não variam perceptivelmente a olho nu. Agora, imagine se cada fabricante contratasse uma equipe de pessoas para fabricar seus smartphones, se cada tarefa da manufatura fosse manual (montagem, pintura, teste etc.), como seria o seu funcionamento? E quanto ao Acabamento? Todos os aparelhos seriam perfeitamente iguais? INICIAIS PROVOCAÇÕES Considere que cada indivíduo se diferencia quanto ao quesito meticulosidade e que, mesmo sendo minu- cioso, o melhor dos operários de uma linha de montagem pode estar mais ou menos disposto ao longo de seus dias de trabalho, por motivos diversos, e a qualidade dos seus serviços pode variar, refletindo diferenças entre uma e outra peça produzidas, talvez não no aspecto funcional, mas sim no acabamento; e muitas vezes, a percepção pode degradar a imagem do produto. Agora, observe na sua casa os objetos mais utilizados em cada um dos diferentes espaços e realize uma análise mental de quantos objetos são fabricados por processos automáticos (produtos padronizados com mesmo acabamento em qualquer lugar onde for adquirido) e quantos foram fabricados manualmente. Enumere um total de 20 objetos, entre fabricados por automação industrial e por processos manuais. Depois disso, determine quantos % cada tipo de produto está sendo utilizado na sua casa. A Automação Industrial surgiu com a proposta de utilizar recursos tecnológicos programáveis aplicados a máquinas ou processos, tornando-os autônomos (capazes de realizar as tarefas de maneira isenta ou com redução significativa de intervenção humana), ocorrendo em altas velocidades e, ao mesmo tempo, preservando a qualidade e a padronização desejadas. Neste livro, você será submetido(a) a uma introdução ao universo da Automação Industrial e poderá apren- der quais os recursos necessáriospara o projeto de um sistema automático industrial e também as suas limitações. Você poderá entender como funcionam os principais equipamentos utilizados na automatização de processos e a sua interação para, desta forma, permitir que os indicadores de desempenho de uma manufatura sejam disponibilizados em bases computacionais, indispensáveis para a gestão e otimização do processo produtivo. A automação industrial é necessária sempre que um produto é comercializado em escala. Em abatedouros de aves, por exemplo, onde cerca de 250.000 aves são abatidas diariamente, o armazenamento dos cortes congelados e resfriados deve ocorrer automaticamente, uma vez que o ambiente refrigerado opera em temperatura de -29 °C, inviável para a presença de um operador manual. A mesma situação ocorre na rastreabilidade dos lotes de produção em uma indústria farmacêutica, onde cada uma das embalagens envasadas de medicamento deve ser cuidadosamente separada e enviada corre- tamente para que possa ser vinculada à sua matéria-prima, em caso da necessidade de intervenção futura. Além dos exemplos citados, devemos olhar ao nosso redor e observar os objetos que nos cercam. Desde a armação dos óculos de sol que você adquiriu até a maçaneta da porta da sua casa, a automação industrial está presente. Seu relógio de pulso, o pneu do seu automóvel, o tecido da sua roupa, o chinelo confortável que usamos depois de um longo dia de trabalho, o copo plástico do cafezinho, o açúcar que adicionamos em nossos alimentos e o combustível de nossos veículos. Em todas essas situações, a automação industrial está sen- do aplicada e não fica por aí, há muito mais e vamos abordar ao longo deste livro. Não deixe de conferir! Conforme refletimos anteriormente e diante dos percentuais de produtos fabricados por processos au- tomatizados e por processos manuais, justifique mentalmente o porquê de cada item industrializado produzido pela automação industrial e imagine se eles fossem fabricados manualmente. Caso fossem, você iria adquiri-los mesmo assim? 1 OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM Automação Industrial Me. Fábio Augusto Gentilin Nesta unidade, você irá se aprofundar no conceito de automação industrial e quais são suas principais aplicações e áreas de abrangência. Também irá participar da construção das ideias das principais tecnologias e limitações desta área do conhecimento nos ambientes profissionais em processos automáticos, os quais são executados para que a manufatura moderna esteja alinhada com os objetivos de produtividade da indústria. 12 UNICESUMAR Você já observou as garrafas de refrigerante no supermercado? Elas são praticamente todas idênticas, não é mesmo? Você notou que todas possuem rótulos de identificação e informações importantes, como o respectivo lote de fabricação e data de validade impressas em sua superfície? Além disso, você já se perguntou como o líquido foi parar lá dentro com tal precisão que leva a todas as garrafas estarem devidamente cheias e tampadas? Você já se perguntou como isso tudo é feito? Será que há alguém que cola os rótulos manualmente, enche manualmente as garrafas ou mesmo carimba cada uma com o número do lote e sua validade? Ou há um processo que produz todas as garrafas em um piscar de olhos, como em um passe de mágica? Em um processo de fabricação de refrigerantes, há uma grande base de automação industrial aplicada, desde o recebimento das diferentes matérias-primas, o processo de produção e envase até o envio para o mercado consumidor. Todas essas etapas (e muitas outras mais detalhadas) geram dados importantes para que a fabricação de refrigerantes seja conduzida com sucesso. Para que os recursos necessários à fabricação dos refrigerantes sejam disponibilizados, precisamos entender que há uma cadeia de eventos envolvidos ao longo do processo, que envolve desde a con- tratação de recursos humanos qualificados à cada tarefa dentro da fábrica até o desenvolvimento de fornecedores de matéria-prima, que podem envolver embalagens e insumos utilizados na fabricação de cada tipo de refrigerante, além da contratação das fontes de energia necessárias para acionar as máquinas envolvidas no processo (demanda de energia elétrica, água, gases específicos etc.). As máquinas representam ativos importantes e consistem em investimento significativo à gestão do processo, que necessita de manutenção constante para manter-se operante, o que justifica a contratação de equipe de trabalho especializada nas tecnologias envolvidas. O processo de fabricação é, então, definido de acordo com as etapas necessárias à produção do refrigerante, logo, uma sequência de eventos define como as máquinas e insumos devem ser dispostos dentro do espaço disponível, assim, o processo será o mais rápido e eficiente possível. Em um processo automatizado, dispositivos sensores detectam a presença e ausência de objetos, como o caso das garrafas em uma esteira, e enviam esses dados ao controlador do processo, que os converte em quantidade de garrafas. Além disso, para que ocor- ra o envase, uma válvula deve ser acionada pelo controlador, isso significa que é necessário um atuador capaz de abrir o fluxo de refrigerante que adentra ao recipiente. Note que temos dispositivos sensores, controladores e atuado- res em um sistema automatizado e que, a partir desses elementos, é possível obter dados importantes à condução do processo de fabricação, como, por exemplo, identificar a quantidade de garrafas conforme e não conforme, quantidade produzida por intervalo de tempo, tempo de parada de máquina, quantidade de pessoas trabalhando e o devido tempo, consumo de energia, consumo de insumos etc. REALIDADE AUMENTADA Esteira transportadora de garrafas 13 UNIDADE 1 Todos esses dados são necessários para que o processo seja conduzido de maneira harmônica e sustentável, mantendo o equilíbrio financeiro de uma fábrica. Para isso, cada dado é convertido em informações, levando em consideração seu respectivo custo dentro do processo, como a temperatura necessária para o cozimento de um insumo, que consome energia ao longo do tempo e produz, ao final de um ciclo, dado volume de produção. Isso significa que não apenas o dado “temperatura” é importante, precisamos saber quanto consumi- mos de energia para que esta (temperatura) seja produzida e sob qual custo (investimento financeiro) isso ocorre. Isso define o conceito de integração e conversão de dados em informações, em que o dado é apenas o valor da temperatura e a informação é o dado mais o seu valor agregado. Tudo isso faz parte do cenário de um processo automatizado e replica-se ao seu modo em todos os diferentes processos de acordo com cada perfil produtivo, seja na produção de alimentos, peças automotivas, computadores, smartphones, aviões etc. Neste momento, vamos observar a automação em nosso meio, a partir da análise de uma estrutura que todos utilizamos: os tecidos de nossas roupas. Neste momento, tome como exemplo o tecido de uma peça de roupa que está vestindo. Observe a trama dos fios e cada fio individualmente. Note que cada forma elaborada da trama se repete ao longo do tecido de maneira uniforme e padronizada. Certamente foi produzido por um processo automatizado, desde a produção dos fios até a construção da trama do tecido. Imagine como isso é possível em uma máquina automática e quais recursos são necessários para que todos os fios realizem seu trabalho e constituam o tecido de maneira aceitável, pois, se um fio se partir ao longo do processo, o tecido estará perdido. Com base no processo de fabricação de tecidos, elabore uma lista dos recursos que acredita serem necessários para que o tecido seja produzido, levando em consideração a necessidade de sensores para detectar falhas, controladores para acionar os motores e atuadores da máquina e quais seriam os dados relevantes para o controle de qualidade. 14 UNICESUMAR Leve em consideração que sempre devemos avaliar a necessidade de determinadosrecursos, dado que, de acordo com o grau de complexidade, o custo de implantação pode ser elevado e a produção à qual se propõe deve ser justificada, ou não haverá equilíbrio e sustentabilidade. A necessidade de utilizar elementos de automação deve sempre levar em consideração o que se pretende automatizar, ajustando-se sempre o tipo adequado de sensor, controlador ou atuador, de modo a atender à demanda sem exageros, mantendo-se o equilíbrio entre o custo de implantação e o que se pretende produzir utilizando esses recursos. No caso proposto, a máquina de tecer deve dispor de sensores para monitorar os fios nas diferentes agulhas, monitorando quando cada uma executa a tarefa de introduzir o fio na trama, além de senso- res de avanço para que o motor de tração do tecido (atuador) seja acionado e a malha possa avançar. Veja que, em um simples exemplo, notamos a necessidade de elementos sensores e atuadores e um controlador, que decide quando, como e o quanto o motor deve ser acionado de acordo com sua programação. Esses recursos podem representar investimento que deve ser levado em consideração, pois o repasse desses valores deverá ser feito sobre a capacidade de produção da máquina e assim haja equilíbrio entre investimento e lucro. Perceba que a automação industrial consiste em um processo não apenas de elementos que tornam o processo funcional e automático, mas sim que permita uma correlação entre as variáveis operacio- nais do sistema e sua sustentabilidade, que depende do acesso aos dados do processo e sua conversão em informações. A automação, em termos gerais, está presente em várias atividades que envolvem a interação huma- na, desde o acionamento da ventoinha do sistema de arrefecimento de um motor automotivo até uma compra realizada via Internet. O indivíduo contemporâneo está rodeado de dispositivos autônomos com a capacidade de realizar tarefas que otimizam o uso do tempo disponível (cada vez mais escasso), assumindo funções com as quais não precisamos nos preocupar, pois já estão sob a supervisão auto- mática de uma entidade de controle autônoma. Quando um determinado processo é automático, como a troca de marchas de um automóvel, por exemplo, não precisamos nos preocupar com esta tarefa que o sistema inteligente do veículo realiza no momento certo, primando pelo desempenho e pela integridade do sistema mecânico, restando tempo para que o condutor do automóvel possa se ocupar com outras atividades, como aproveitar a viagem com segurança. Note que a automação de determinado siste- ma ou máquina depende de um agente controla- dor, ou sistema inteligente, que tem a capacidade de interpretar sentenças de entrada (ex.: tem- peratura, velocidade, nível etc.) e realizar tarefas baseadas em ações predefinidas em um software (acionar um ventilador com determinada veloci- dade, aquecer em determinada temperatura etc.). https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2900 15 UNIDADE 1 O conceito de automação está associado aos sistemas de controle automáticos, em que um agente controlador realiza as tarefas previstas em seu programa (que prevê cada ação para determinada combinação de entrada), de acordo com o processo para o qual foi projetado. Como a automação está presente em diversas áreas, tais como a Automação bancária, a comercial e a de postos de combustíveis, o termo passa a ter especificidades de acordo com o segmento de utilização, mas prevê características semelhantes. No caso específico da Automação Industrial, o conceito consiste em tornar automático um processo que se caracteriza como industrial, utilizando, para isto, o uso de sensores, controladores e atuadores devidamente construídos de acordo com as normas internacionais para suportar o ambiente agressi- vo da indústria em termos de variação de temperatura, umidade, vibrações, presença de substâncias contaminantes, corrosivos, interferência eletromagnética, entre outros. Além disso, deve disponibilizar todas as variáveis para a base computacional, promovendo a visibilidade do processo produtivo. Automatizar um processo, por sua vez, significa utilizar entidade(s) de controle associada(s) a sensor(es) e atuador(es), que são as entidades de entrada e saída, respectivamente, de modo que uma máquina ou um processo tenha as suas variáveis funcionais (conhecidas como variáveis de processo) monitoradas para que intervenções possam ocorrer em variáveis controladas e, assim, produzir o resultado desejado. Em outras palavras, automatizar uma máquina ou um processo consiste em utilizar sensores que informam a um controlador o valor atual de uma variável e, em função deste valor, este atua promovendo a ação desejada, dentro de limites definidos. Um exemplo é a temperatura de uma sala climatizada, em que um sensor de temperatura instalado no equipamento de ar-condicionado informa a temperatura atual e o controlador compara com o valor desejado, que poderia ser, a título de ilustração, 22 °C e, então, aciona ou não o sistema de resfriamento de acordo com a necessidade e as características da ação de controle projetada no equipamento. A automação industrial funciona utilizando vários princípios já dominados pela humanidade há muitos anos, porém, realiza as ações de maneira automática, a partir de recursos programá- veis para a definição de limites de operação, por exemplo, quando definimos a temperatura desejada em um aparelho de ar-condicionado ou quando desejamos determinar a quantidade de produção de um produto industrializado. Ao estabelecermos estes critérios, contamos com a execução das tarefas sendo realizadas por uma entidade computacional, que interpreta os limites impostos e controla o processo industrial para que os valores desejados sejam atendidos. 16 UNICESUMAR Há diversos exemplos de processos que, antes, eram realizados totalmente pela ação humana e, atualmente, são automatizados e não necessitam mais de supervisão de uma pessoa para que as suas tarefas sejam realizadas com sucesso. Exemplos triviais e cotidianos, como o ciclo de degelo de um refrigerador ou um sistema de irrigação de áreas de cultivo, os quais iniciam as suas atividades no horário programado e de acordo com as condições influenciadoras de seu funcionamento, foram automatizados para ocorrer sem a necessidade da intervenção de um operador. Poderiam ser citados muitos outros exemplos presentes no universo de tecnologias nas quais estamos imersos, envolvendo o uso de smartphones e gadgets que, cada vez mais, facilitam e tornam o nosso modo de vida mais produtivo e agradável. Entretanto, o foco principal deste livro é a Automação Industrial, e as menções a elementos que se relacionem com este tema são feitas com o objetivo de associar as tecnolo- gias do uso cotidiano aos equipamentos que tomam decisões e realizam tarefas em ambiente industrial. Na Automação Industrial propriamente dita, a necessidade de automatizar tarefas veio acompanhada da necessidade de tornar o processo mais eficiente e produtivo, e as diferentes tecnologias que encontra- mos no ambiente industrial evoluíram em capacidade de automatização na mesma proporção em que surgiram novas descobertas e, com isto, o desenvolvimento de dispositivos capazes de armazenar dados em sua memória, realizar tarefas rapidamente com cálculos matemáticos complexos ou comunicar-se com outros dispositivos. Foi em meados da década de 50 que algumas indústrias se destacaram ao automatizar os seus pro- cessos de manufatura por meio de tecnologias que, por sua vez, evoluíram em uma velocidade até então nunca vista. O exemplo mais claro que tivemos é o da indústria automobilística que, na necessidade de aumentar a produção de carros com diferentes características (diferentes modelos, cores etc.), preservando a qualidade e a padronização, começou a tornar “automáticos” os seus processos de linha de montagem, limitado ao uso de tecnologias disponíveis na época, que combinavam, predominantemente, o estado lógico dos contatos de relés (reléé um dispositivo eletromecânico dotado de contatos e bobinas, muito utilizado até hoje). A tecnologia dessa época se limitava à pouca flexibilidade, e qualquer alteração envolvia muito tempo e altos custos de implementação, além de difíceis manutenção e operação. Mais tarde, com o desenvol- vimento de componentes eletrônicos mais sofisticados, os antigos relés foram substituídos por circuitos eletrônicos, os quais evoluíram, com o passar dos anos, em escala exponencial, ganhando a capacidade de serem programados e acessados remotamente. Muitas pessoas acreditam que a Automação Industrial surgiu para diminuir os empregos, substituindo as pessoas por máquinas que nunca descansam e produzem cada vez mais. Como permanecer em um mercado em que pessoas podem ser substituídas por máquinas? 17 UNIDADE 1 Desde este estágio de desenvolvimento, em que um processo pode ser programado de acordo com o desejo de quem o utiliza, as tecnologias de automação vêm evoluindo a cada dia, na mesma velocidade em que computadores pessoais ou smartphones são lançados, talvez com objetivos distintos, mas com o funcionamento baseado nas mesmas limitações de tempo e necessidades de realização. Quando nos referimos à Automação Industrial, podemos classificá-la de acordo com as necessidades do processo a ser automatizado e dos tipos de tecnologias utilizadas, sendo os sistemas de automação mais comuns (CAMARGO, 2014): • Fixos. • Programáveis. • Flexíveis. • Integrados. um produto químico de carac- terísticas únicas dentre os de- mais produtos fabricados pela mesma manufatura e que não permite o compartilhamento da mesma linha de produção com outros produtos, dado o nível de especificidades presentes em sua produção. A Figura 1 apresenta um bloco de um motor automotivo constituído por liga metálica, em que são usinados espaços para componentes como pistões, vál- vulas, eixos, circulação de fluido refrigerante e demais elementos que permitem ao motor desem- penhar suas funções. Na Automação Fixa, são utilizados, basicamente, dispositivos sensores, atuadores e controladores, in- terligados por condutores “fixos” ao propósito para a qual essa automação foi desenvolvida. É adequada a processos com fins específicos, como a produção de determinada peça automotiva (Figura 1) ou de Figura 1 - Bloco de motor automotivo: produção automatizada 18 UNICESUMAR Neste caso, se houvesse a necessidade de produzir um tipo de peça ou um produto químico diferente, haveria alterações no processo de automação, o que teria custos elevados e demanda de tempo para os ajustes das especificidades do novo produto. No caso da Automação Programável, as alterações podem ser realizadas por softwares (programas) que definem como o processo se comportará. Os softwares envolvidos na solução programável devem permitir a edição e a execução das tarefas, as quais ficam a encargo de um dispositivo denominado Controlador Lógico-Programável, também abreviado por CLP ou, no inglês, PLC (Programmable Logic Controller), conforme mostrado na Figura 2. Figura 2 - CLP (Controlador Lógico-Programável) Se a automação é do tipo pro- gramável, o processo a ser au- tomatizado deve permitir que diferentes ações possam ocorrer com limites ajustáveis de acor- do com a necessidade e sem a intervenção humana. Como exemplo, tem-se um processo de envase de produto em uma indústria farmacêutica, mostra- do na Figura 3, em que o mesmo produto pode ser disponibiliza- do em frascos de diferentes ta- manhos e a mesma linha de pro- dução deve atender à demanda. Figura 3 - Processo de envase industrial As intervenções para a rea- lização de alterações na Auto- mação Programável envolvem mudanças menos onerosas se comparadas ao caso anterior (Automação Fixa) e, normal- mente, resultam em poucos ajustes no programa do CLP ou no posicionamento de sensores, demandando menos tempo e custo para adaptação. Se o processo reúne características comuns aos dois formatos antes mencionados (Automação Fixa e Programável), o tipo de automação passa a ser flexível (CAMARGO, 2014). Esta técnica permite que a mesma linha de produção que fabrica um produto específico seja programável e tenha o menor custo possível de intervenção para que alterações sejam realizadas. Isto depende, inclusive, da redução de tempo consumido para que as manobras, por exemplo, de troca de ferramentas ou de ajustes, sejam realizadas sempre que um modelo diferente de produto for iniciado na linha automatizada, como mostra a Figura 4. 19 UNIDADE 1 Na automação integrada, há um nível de evolução e conectivida- de até então não documentado no presente livro, que se estende a estágios de desenvolvimento industrial do ponto de vista de um produto, por exemplo, um molde de injeção utilizado para produzir uma peça plástica do retrovisor de um veículo. Este exemplo refere-se a um produto específico, que depende de um projeto, o qual, por seu turno, envolve o seu dimensionamen- Figura 4 - Exemplo de automação flexível to, que está ligado à sua forma e, portanto, a um desenho mecânico. Para o desenho transformar-se em molde, há uma série de softwares envolvidos para que todas as características do produto sejam verificadas. Quando a automação é integrada, os estágios de desenho, produção e manufatura da peça são as- sistidos por computador, sendo respectivamente denominados CAD (Desenho Assistido por Compu- tador), PCP (Planejamento e Controle da Produção) e CIM (Manufatura Integrada por Computador). A Figura 5 apresenta um exemplo de desenho assistido por computador de um motor automotivo, ilustrando o uso de sistema CAD. Figura 5 - Desenho de motor automotivo desenvolvido em ambiente CAD 20 UNICESUMAR Estas tecnologias permitem que uma indústria seja integrada a todos os estágios de produção de um determinado produto, desde o seu projeto até a sua manufatura. O uso desta técnica permite que haja visibilidade dentro do processo industrial, indispensável para tomadas de decisões estratégicas e cor- porativas, como selecionar fornecedores, sintonizar tempo de entrega de matéria-prima, contratação de demandas (pessoal, espaço, energia etc.), executar a manufatura e entregar o produto ao cliente de acordo com o prazo estipulado no ato da compra e, finalmente, atender aos objetivos da maioria das empresas: obter lucro pela fidelização do seu cliente. A Automação Industrial está comprometida com a sustentabilidade da manufatura de tal forma que, desde a aquisição de matéria-prima até a venda do produto final, ela deve permitir o acesso às infor- mações em tempo real para que todos os estágios envolvidos na fabricação de determinado produto por uma manufatura automatizada produzam resultados reais e fiéis ao sistema gestor. É muito importante ressaltar que, ao nos referirmos à Automação Industrial em termos de dados e informações, notamos que existe uma diferença entre ambos, cujos dados se referem às variáveis do processo, como temperatura, nível, vazão, quantidade de peças produzidas etc., enquanto as infor- mações são as variáveis do processo agregadas a seus respectivos custos operacionais durante deter- minado tempo e, como exemplo disto, temos o caso de uma caldeira, mostrada na Figura 6, a qual, para produzir vapor à temperatura de 350 °C, consome 0,85 tonelada de combustível ao custo de R$ 50,00/tonelada por hora. 21 UNIDADE 1 Figura 6 - Caldeira industrial O fato de a caldeira consumir o combustível resulta em uma conversão de energia, antes em forma de combustível (que pode ser na forma de madei- ra, por exemplo), em calor, no caso, o vapor. Essa conversão consome recursos financeiros, e a sustentabilidade do processo depende de acompanhamento em tempo real das variáveis en- volvidas e do estudo de quanto o processo produz consumindo dada quantidade de energia, ou seja, medindo-se a sua eficiência, que é a capacidade de converter a energia de entrada (combustível) em calor (vapor). Note, aluno(a), quea diferença entre os termos dados e informações é determinante para que possamos analisar o sistema de Automação Industrial em termos de sustentabilidade, e que um termo depende do outro para a manufatura existir e funcionar, pois se os dados não forem fiéis ao evento mensurado, as informações refletirão realidades incorretas, e os rumos administrativos da manufatu- ra e as suas decisões estratégicas podem resultar em colapso do sistema, como erros de aquisição na quantidade de matéria-prima, perdas por falhas no controle de qualidade, despesas com horas extras de funcionários, consumo excessivo de energia etc. O resultado será a inviabilidade operacional. Imagine uma fábrica de automóveis e toda a sua complexidade. Há uma preocupação muito grande entre atender às metas de produção e aos rigores do controle de qualidade, logo, como manter este equilíbrio de maneira sustentável? 22 UNICESUMAR A maioria das indústrias automatizadas utilizam sistemas gestores capazes de interligar os dados do processo produtivo em uma única base computacional (ERP - Enterprise Resource Planning), permi- tindo que os diferentes setores da empresa acessem e processem as informações de acordo com a sua área. Por exemplo, tem-se uma indústria de móveis, que compra madeira como matéria-prima para fabricar mesas (CORRÊA et al., 2007). A Figura 7 mostra um diagrama que ilustra a interação entre os diferentes setores na mesma base de controle e acesso (ERP). Figura 7 - ERP: Gestão das necessidades da empresa Essa empresa do exemplo necessita de um cadastro de fornecedores (com diferentes tipos de madei- ras), um cadastro de funcionários para realizar a produção dos móveis (com diferentes habilidades) e um cadastro de clientes (com diferentes perfis) para quem serão vendidos os produtos processados. Os diversos setores desta empresa se interessam por acessar dados que se alinham com as suas áreas de atuação. Assim, o setor de compras da empresa se interessa em saber qual volume de matéria-prima comprar, quando e como adquirir e como pagar e, para isto, tem acesso ao cadastro de fornecedores, enquanto o departamento financeiro depende do acesso aos clientes para realizar o trâmite da venda, e a equipe de produção está cadastrada no departamento pessoal (RH) da empresa. Para que o sistema gestor ERP possa apontar os rumos da manufatura, é preciso que os dados do processo sejam corretamente inseridos na base computacional, pois se a quantidade de material utilizado for contabilizada erroneamente ou se o número de peças que não atenderam ao controle de qualidade for omitido, a compra de matéria-prima e o produto entregue ao cliente final sofrerão impactos que podem determinar a sustentabilidade da empresa. Atualmente, há sistemas mais avançados utilizados por grandes corporações que, além de integrar os dados do planejamento das necessidades da manufatura, permitem também o planejamento da execução desta: são os sistemas MES (Manufacturing Execution System) ou sistema de execução de manufatura. A Figura 8 ilustra um processo de fabricação de motores em que a execução da manufatura depende de planejamento para que cada etapa ocorra de acordo com as metas da empresa. ESTOQUE SERVIÇO RECURSOS HUMANOS MRP COMPRASCRM VENDAS FINANÇAS PRODUÇÃO 23 UNIDADE 1 Figura 8 - Linha de montagem: exemplo de aplicação de MES No ambiente do MES, é comum que os dados do processo interajam com todos os módulos necessá- rios à execução da manufatura de tal maneira que, desde os fornecedores até as equipes de trabalho, de compras e vendas e também os clientes possam se interligar de modo que os fornecedores tenham acesso aos dados do estoque da manufatura. Eles podem intervir automaticamente assim que determi- nada quantidade do produto atingir um número crítico. O cliente pode acessar, a qualquer momento, a informação relativa à quantidade de unidades disponível para compra do produto desejado, sim- plesmente utilizando um sistema com acesso a uma base de dados integrada, por meio da Internet. É importante entender que automatizar processos não consiste apenas no fato de torná-los capazes de resolver tarefas de maneira autônoma: há um conceito fundamental envolvido neste contexto, que é a integração dos dados do processo. Esta técnica está alinhada com a transparência nas informa- ções dentro de uma manufatura e será retomada mais adiante neste livro, em que serão definidas as interações dos processos automáticos com a gestão integrada de recursos de um processo industrial. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2907 24 UNICESUMAR No ambiente industrial, há diversas tecnologias que se aplicam ao controle de processos, todas com objetivos distintos e arquiteturas adaptadas a resolver cada tipo diferente de problema. Quando um profissional de Automação Industrial se depara com o projeto de um sistema automá- tico, deve sempre considerar que a solução para o problema deve ser eficiente e sustentável, escolhendo tecnologias que se ajustem adequadamente a cada situação, sem exageros ou sem faltar funcionalidades necessárias para o bom funcionamento do sistema de automação. Atualmente, é possível encontrar uma série de tecnologias que podem resolver o problema, mas a variedade de opções pode confundir os menos familiarizados. Selecionar a solução correta é muito importante para equilibrar o custo do investimento e as necessidades do projeto. Para iniciar um projeto de Automação Industrial, há diversas técnicas, porém uma das mais comuns é realizar o levantamento das variáveis de entrada e saída do sistema de controle e os seus respectivos tipos (a classificação dos tipos de variáveis e dispositivos será abordada mais adiante). Normalmente, denominamos de TAGs as entidades de entrada e saída de um projeto de automação, e a determinação da quantidade de TAGs define o valor do investimento e as dimensões da obra, além da complexidade envolvida no projeto. Para iniciar o levantamento dos TAGs, é necessário analisar o processo a ser automatizado, levando em conta que há uma relação entre entradas, processamento e saídas, conforme mostrado na Figura 9. Figura 9 - As saídas são resultantes do processamento do valor das entradas Fonte: o autor. PROCESSAMENTO (CONTROLADOR) SAÍDASENTRADAS Σ 25 UNIDADE 1 As saídas do sistema de processamento são dadas em função do valor fornecido pelas entradas, ou seja, são resultado de ações de controle que decorrem de cálculos matemáticos executados em alta velocidade, os quais determinam o estado ou os valores das entidades de saída. Para entender melhor, devemos associar os termos às suas funções: Normalmente, são as entidades que fornecem um indicador para o processo. Podem informar o estado lógico de um determinado está- gio, por exemplo, se uma peça passou por uma esteira, ou o valor de uma variável, como a temperatura atual da água que passa por uma tubulação. São os dispositivos de entrada que informam à entidade de processamento o valor ou o estado de entrada para que, em função desse valor, sejam estabelecidas ações adequadas. Exemplos de dispositivos de entrada são: chaves, sensores de pro- ximidade, sensores de variáveis analógicas (vazão, pressão, tempe- ratura, nível etc.), teclados, botoeiras, contatos auxiliares, chaves fim de curso, entre outros dispositivos que podem introduzir um dado no estágio de processamento. Esses dispositivos podem ter natureza digital, analógica ou via barramento de dados e são disponibilizados em diversos padrões elétricos, os quais serão abordados mais adiante neste livro. A Figura 10 mostra o exemplo de um sensor de proximi- dade em uma planta industrial (FRANCHI; CAMARGO, 2008). Figura 10 - Sensor de proximidade: detecção de presença em sistemas de controle industrial D is p os it iv os d e en tr ad as 26 UNICESUMAR Os dispositivos de saída, ou atuadores, são os responsáveis por ma- nipular variáveis de acordo com a estratégia de controle imposta pelo controlador em funçãodo valor ou do estado das entradas. Os dispositivos de saída são acionados, normalmente, com a finalidade de controlar uma variável que denominamos Variável Controlada (CV) ou, em algumas literaturas, Variável Manipulada (MV) (TEIXEIRA; CAMPOS, 2006). Podemos citar como exemplo de dispositivos de saída: válvulas, atuadores pneumáticos e hidráulicos, motores, reatores, entre outros elementos que possuem a capacidade de manipular uma variável de acordo com um sinal de controle enviado pelo controlador. Os dis- positivos de saída, assim como os de entrada, podem ser disponibi- lizados no formato analógico ou digital, além de permitir casos onde os dados são enviados, por exemplo, via protocolo de comunicação em uma rede industrial. Os padrões elétricos também podem variar em cada caso, de acordo com o tipo e a aplicação. A Figura 11 mostra um exemplo de válvula industrial sendo confi- gurada pelo operador direto no processo. Figura 11 - Dispositivos de saída: operador configurando válvula no processo industrial D is p os it iv os d e sa íd as 27 UNIDADE 1 São os responsáveis pelo processamento ou pelo controle do pro- cesso. Realizam as suas funções pré-programadas de acordo com o valor de suas entradas (que podem ser analógicas, digitais ou de comunicação). Normalmente, as entidades de processamento ou os controladores industriais utilizados pela maioria das indústrias modernas são os CLPs (Controladores Lógico Programáveis), tipos de computadores adaptados aos tipos de dispositivos de entradas e saídas e que comportam a lógica de controle estabelecida em um programa editado em um computador pessoal e gravado em sua memória (FRANCHI; CAMARGO, 2008). A capacidade de processamento dos CLPs é significativamente elevada, com processadores de vários núcleos e memória de grande capacidade. As suas funcionalidades atendem à operação em am- bientes agressivos, com a presença de umidade, interferência ele- tromagnética, vibração, variação de temperatura e outras situações que inviabilizam o uso de um computador pessoal para executar as funções de controle. Uma característica importante do CLP é que, normalmente, um dispositivo desta natureza possui a capacidade de se comunicar com um computador em rede. Essa capacidade lhe confere uma das fun- cionalidades mais interessantes: a integração de dados do processo. Para exemplificar as tecnologias de Automação Industrial em uma aplicação trivial de nosso cotidiano, analisemos o caso de um indivíduo que pretende tomar banho: inicialmente, deve-se abrir a válvula para permitir que a água acione o chuveiro (pressupondo-se que este é um chuveiro elétrico comum, com a chave seletora na posição “inverno” ou na água quente). Nota-se, inicialmente, que a temperatura da água que imediatamente sai do chuveiro é, aproximadamente, a mesma temperatura do ambiente, e que, em seguida, de acordo com a seleção da chave, a água esquenta. Neste momento, o indivíduo manipula a válvula, variando a vazão da água até atingir a temperatura desejada. No exemplo dado, a vazão de água é manipulada para a temperatu- ra atingir um valor desejado, e o sensor de temperatura que informa o valor atual para o controlador é a pele do indivíduo, a qual, em fun- ção de sua intensidade, atua com a sua mão na válvula, modulando a vazão de água e obtendo, como resultado, a variação da temperatura. O processo de interpretar o valor da temperatura com a pele e reagir a este estímulo atuando sobre a válvula é denominado como ação D is p os it iv os d e co n tr ol e 28 UNICESUMAR de controle. Desta forma, realizamos isso intuitivamente, pois já o aprendemos ao longo de nossa evolução. Perceba que a velocidade com que atuamos na abertura de uma vál- vula depende da percepção que temos da relação entre a modulação dessa válvula (em percentual de abertura) e a resposta da temperatura na água, em outras palavras, ao manipularmos um pouco a válvula, podemos notar que há maior ou menor mudança na temperatura. O controlador deve estar ajustado corretamente por meio de cons- tantes que o adequam a atuar de acordo com a dinâmica do processo ao qual será aplicado, sendo necessário o conhecimento matemático das relações entre entrada e saída, que remete ao uso de uma equa- ção, a qual, por sua vez, representa a resposta de um sistema físico ao estímulo de entrada, conhecida como função de transferência, ou por meio de métodos de sintonia. A Figura 12 mostra um exemplo de malha de controle com as en- tidades de entrada, controle e saída em uma planta industrial. Neste caso, a válvula é acionada por CLP para controlar a pressão em uma indústria petrolífera. Figura 12 - Malha de controle industrial com ação PID 29 UNIDADE 1 Também são encontradas plantas controladas por dispositivos específicos com estratégia de controle no próprio atuador, não necessitando de uma entidade de controle central como o CLP, por exemplo, para controlar o estágio do processo, ficando este apenas conectado para monitorar e realizar ações de intervenção remotas. Um exemplo dessa técnica é uma planta controlada por uma rede industrial Foundation Fieldbus, que permite a alocação da inteligência do sistema de controle em uma entidade de campo, como o posicionador da válvula de controle de vazão. A automação industrial é a responsável pela potencialização da manufatura em um nível de pa- dronização, velocidade e volume de produção assistidas, acessibilidade em tempo real dos dados do processo, visibilidade de indicadores e, consequentemente, o controle de qualidade exigido pelo mer- cado em padrões internacionais. Em outras palavras, quando abrimos a porta do refrigerador e compramos uma lata de refrigerante de uma loja de conveniência, podemos ter a certeza de que o produto contido naquela embalagem apresenta o mesmo sabor em qualquer lugar ou a mesma quantidade que estamos acostumados a consumir, graças ao processo automático utilizado para sua produção (dosagem dos ingredientes, envase, armazenamento etc.). O mesmo resultado podemos esperar da fabricação de um computador, smartphone, carro, tênis, roupa, relógio ou qualquer bem de consumo que a sociedade contemporânea consome e necessita que apresente grau de qualidade elevadíssimo alinhado com prazos de entrega cada vez menores para atender a padrões de satisfação crescentemente elevados em um mercado extremamente competitivo. A automação industrial é inovadora e a cada dia se reinventa pelo mundo em diferentes áreas, oferecendo possibilidades diversas para a produção em escala, com qualidade e volume, preservando sempre a máxima de minimizar desperdícios e tornar seus dados acessíveis para controle em tempo real, gerando confiabilidade e permitindo a rastreabilidade dos produtos oriundos de seus processos. 30 M A P A M EN TA L O diagrama apresentado permite resgatarmos os principais termos que aprende- mos ao longo dessa unidade e suas correlações, assim, as entidades de entrada, controle e saída, respectivamente sensores, controlador e atuadores, consistem na base tecnológica necessária para controlar um processo industrial, e os dados produzidos são convertidos em informações para que a administração da empresa possa mensurar e tomar decisões estratégicas a respeito do andamento das metas de produção. Neste momento, vamos praticar o que vimos até aqui. Com base nos principais termos utilizados em nosso estudo, você deverá agora construir um diagrama que contemple os principais elementos e possam resumir o conhecimento adquirido nessa fase do estudo da automação industrial. Para começar, siga o exemplo dado. Chegou o momento de pensar no que aprendemos até este momento. Para isso, vamos resgatar alguns termos importantes: RECONHECIMENTO INFORMAÇÕES DADOS SENSORES ATUADORES CONTROLADOR AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL GESTÃO DA MANUFATURA GESTÃO DE INFORMAÇÕES DA PLANTA 31 M A P A M EN TA L A G O R A É C O M V O C Ê 32 1. A automação permiteque um sistema se torne autônomo e, ao mesmo tempo, acessível para os sistemas gestores conduzirem os rumos da empresa de acordo com os interesses corporativos. De acordo com a leitura da Unidade 1 e das afirmações desta questão, assinale a alternativa correta. a) A automação não permite a visibilidade e prima apenas pelo funcionamento do processo. b) Os resultados de gestão independem das variáveis do processo. c) A automação só existe em ambientes bancários e comerciais, portanto não representam indi- cadores válidos para indústrias. d) Uma das principais contribuições da automação é a visibilidade e a transparência, que permitem ao gestor definir os rumos corporativos em termos de sustentabilidade. e) A Automação Industrial só se aplica às indústrias de bens de consumo, sendo os demais setores denominados automação simples. 2. Os CLPs são amplamente utilizados em automação de processos industriais, dadas as suas ca- racterísticas de integração dos dados oriundos de dispositivos instalados no campo. Em relação a este assunto, leia as afirmações a seguir. I) O CLP depende apenas de entradas e não utiliza saídas para controlar o processo, pois possui a capacidade de se comunicar com o resto dos dispositivos via redes corporativas e industriais. II) Os sensores são dispositivos de entrada e os atuadores são dispositivos de saída. III) Os sistemas ERP não se comunicam com sistemas MES. IV) Um sensor é sempre um dispositivo de saída para o dispositivo controlador. É correto o que se afirma em: a) I e II, apenas. b) II, apenas. c) I, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I e III, apenas. 3. A Automação Industrial utiliza sensores e atuadores para automatizar processos. Em relação ao uso de automação, assinale a alternativa correta. a) Os dados convertidos em informações agregam valor ao processo. b) Em Automação Industrial, dados e informações são tratados como a mesma entidade. c) Os dados não podem ser convertidos em informações em sistemas automáticos devido aos padrões elétricos utilizados. d) A automação se tornou muito onerosa e não representa solução para problemas em empresas pequenas, apenas para indústrias de grande porte. e) Automatizar significa tornar um equipamento automático utilizando apenas um microcontrolador. A G O R A É C O M V O C Ê 33 4. Demonstre como a integração de dados de um processo industrial pode contribuir para o desen- volvimento da manufatura, apresentando um exemplo e subsídios que validem a sua resposta. 5. Os processos industriais podem ser automatizados conforme o seu perfil. De acordo com a afirmação e a leitura da Unidade 1, assinale a alternativa correta. a) Na Automação Fixa, as peças são fixas e as ferramentas não podem ser substituídas, sendo utilizadas para vários tipos de produtos diferentes. b) A Automação Programável não é viável, pois exige o uso de CLPs que não atendem aos padrões de compatibilidade eletromagnética. c) A Automação Flexível é aquela com características comuns da Automação Fixa e da Programável. d) Na Automação Integrada, são utilizados computadores, pois os CLPs não atendem à demanda. e) A Automação Programável é sempre viável, não importa o volume de produção. 6. Os sensores industriais apresentam características e naturezas de funcionamento específicas para cada necessidade. A respeito desses sensores, assinale a alternativa correta. a) Os sensores industriais podem ser apenas digitais, sendo os analógicos restritos a aplicações científicas. b) Os padrões elétricos utilizados pelos sensores industriais são sempre os mesmos. c) Os sensores analógicos podem ser aplicados em Automação Industrial e atendem a mais de um padrão elétrico. d) Os CLPs não podem ser utilizados para controlar processos onde se deseja estabilizar a tempe- ratura dentro de uma faixa específica, pois não há sensores analógicos que possam ser utilizados por um CLP. e) Os sensores industriais não podem ser utilizados com microcontroladores, pois os seus sinais são rápidos demais para serem coletados por esta tecnologia. C O N FI R A S U A S R ES P O ST A S 34 1. D. Uma das principais contribuições da automação é a visibilidade e a transparência, que permitem ao gestor definir os rumos corporativos em termos de sustentabilidade, pois sem os dados não há como de- terminar se a produção atual corresponde ao valor desejado, e com isso, permite interações para correção dos rumos em tempo. 2. B. Os sensores são dispositivos de entrada e os atuadores são dispositivos de saída. Assim, conforme sua estrutura construtiva, os sensores enviam sinais à entrada do controlador e os atuadores recebem sinais das saídas do controlador. 3. A. Os dados convertidos em informações agregam valor ao processo, pois representam não apenas o valor da variável de interesse, e sim o quanto “custa” para que essa variável assuma tal valor. 4. A integração de dados torna o processo mais visível e transparente, permitindo que a gestão tome decisões estratégicas, inclusive para conduzir os rumos da corporação. Sem acesso aos parâmetros funcionais ou aos dados do processo, o gestor não tem visão do que se produz, o quanto se produz e o quanto se perde para, assim, identificar o motivo das falhas e definir ações corretivas. 5. D. Na automação integrada, são utilizados computadores, pois os CLPs não atendem à demanda. Os CLPs têm capacidade de processar dados do processo em baixo nível (dados de sensores, atuadores etc.), en- quanto na automação integrada é necessário processar dados de diversos processos em alto nível. Logo, a necessidade dos computadores. 6. C. Os sensores analógicos podem ser aplicados em Automação Industrial e atendem a mais de um padrão elétrico. Os padrões elétricos disponíveis para sensores analógicos são 0 a 10 V e 4 a 20 mA. R EF ER ÊN C IA S 35 CAMARGO, V. L. A. Elementos de Automação. São Paulo: Érica, 2014. CORRÊA, H. L. et al. Planejamento, programação e controle da produção: MRP II/ERP conceitos, uso e implantação, base para SAP, Oracle applications e outros softwares integrados de gestão. São Paulo: Atlas, 2007. FRANCHI, C. M.; CAMARGO, V. L. A. Controladores Lógico Programáveis - Sistemas Discretos. São Paulo: Érica, 2008. TEIXEIRA, H. C. G.; CAMPOS, M. C. M. M. Controles Típicos de Equipamentos e Processos Industriais. São Paulo: Blucher, 2006. 36 M EU E SP A Ç O 2 OPORTUNIDADES DE APRENDIZAGEM Digitalização Me. Fábio Augusto Gentilin Nesta unidade, você terá a oportunidade de problematizar a respeito do universo da digitalização e como ela se aplica na automação industrial, além de descobrir as técnicas de análise digitais que são essenciais ao processo de conexão entre os mundos analógico e digital, bem como as principais tecnologias que possibilitam esse processo. Nos dias atuais, é muito comum observar as pessoas ao nosso redor utilizando dispositivos eletrônicos portáteis, como smartphones, laptops, MP3 players etc. Podemos notar que a maioria (ou quase todos) possuem teclas que permitem seu uso, por exemplo, aumentar o volume da música que está tocando, escrever um texto, ligar ou desligar o equipamento. Normalmente, essas teclas têm um funcionamento comum, pois sempre que as pressionamos e depois soltamos, elas retornam à sua posição original. Quando pressionamos a tecla do interruptor para acender uma lâmpada, a posição da tecla é alterada e permanece alterada, mesmo quando a soltamos, diferentemente do botão que pressionamos na câmera para capturar uma imagem, pois após pressioná-lo, este retorna rapidamente à sua posição original. Todos esses exemplos utilizam uma tecnologia comum: a digitalização. Você já parou para pensar como isso acontece no seu aparelho smartphone, sendo que há poucas teclas e os comandos vêm do toque na tela? A digitalização estuda a relação entre os fenômenos discretos e seu comportamento. Tudo o que é discreto (nesse caso) tem dois estados possíveis: ativo ou inativo, ou ligado e desligado.Os casos nunca ocorrem simultaneamente, por isso podemos afirmar que uma lâmpada ou está acesa ou está apagada. Uma tecla (ou botão) ou está pressionada ou está liberada. Não há estágio intermediário, sempre uma ou outra sentença prevalece, totalizando apenas dois estados lógicos possíveis. Os smartphones modernos normalmente utilizam uma superfície sensível ao toque que se estende por toda sua tela; assim, quando o dedo do usuário, por exemplo, toca em uma determinada região da tela, o software interpreta as coordenadas devidamente mapeadas e compara com a instrução deseja- da, assim, ao tocar em uma tela touchscreen, alteramos a capacitância naquele ponto, permitindo ao software executar as tarefas, como ampliar uma imagem (zoom), realizar uma ligação ou enviar uma mensagem de texto, por exemplo. 38 UNICESUMAR Neste momento, vamos exercitar o que aprendemos até aqui analisando alguns exemplos da tecnologia da digitalização em nosso dia a dia: observe ao seu redor itens que se enquadram neste contexto, por exemplo: interruptores de iluminação, teclados dos computadores, teclas dos smartphones, botão liga/ desliga do rádio, teclas da máquina de lavar roupas, estado de uma lâmpada (acesa ou apagada), teclas de avanço/retrocesso de música ou teclas de aumentar ou diminuir o volume em um MP3 player. Esses são alguns exemplos de elementos que utilizam a digitalização e que fazem parte da vida de muitas pessoas todos os dias. Com base nesta observação, apresente 10 exemplos de itens de digitalização que fazem parte do seu dia a dia. Pense em todos os dispositivos que podem assumir dois estados (ligado ou desligado) que estejam dentro do seu cotidiano (podem ser contatos ou dispositivos acionáveis, como motores, lâmpadas, solenoides etc.) O que acontece quando apertamos o botão de um controle remoto para ligar o televisor ou mesmo para trocar de canal? Ou quando pressionamos a tecla de um controle remoto do portão eletrônico para sair da garagem com o carro? A ação “mecânica” de pressionar um botão implica em fechar um contato que, neste estado “pressio- nado”, altera seu estado de repouso para um novo estado, podendo conduzir corrente elétrica (contato normalmente aberto) ou interromper seu fluxo, no caso de um contato normalmente fechado. Desta maneira, quando um botão é pressionado e permite a circulação de corrente, um compo- nente eletrônico devidamente associado a este interpreta o sinal enviado por meio de seus contatos e realiza uma ação prevista para esta sentença, assim, podemos ter o acendimento de uma lâmpada, acionamento de um motor ou mesmo trocar de canal do televisor. O mundo digital utiliza sentenças de dois níveis, onde ligado significa estado lógico 1 e desligado estado lógico 0. Eletronicamente isso corresponde a 5 V = nível lógico 1 e 0 V = nível lógico zero, assim, os controladores digitais interpretam em seus terminais (devidamente configurados como entrada) uma mudança de estado de 5 V para 0 V, por exemplo, podendo executar o acionamento de um dispositivo associado em seu terminal de saída, como o acendimento de um LED ou o aumento do volume do televisor, por exemplo. Observe o contato eletricamente associado ao acendimento de uma lâmpada em sua residência. Normalmente, não há um controlador presente entre o interruptor e a lâmpada, então, o contato do próprio interruptor é que permite ou não a circulação de corrente para o acionamento da lâmpada. A digitalização é a tecnologia que traduz uma ação em um nível lógico que pode ser interpretado por um dispositivo eletrônico, como o pressionar de uma tecla no seu computador ou mesmo quando as latas de refrigerante passam na frente de um sensor instalado na esteira da sua fábrica, o qual detecta sua passagem e, por meio de um sinal elétrico, introduz um dado que é utilizado para contabilizar sua passagem para um controlador que totaliza a produção da bebida em um processo de produção automatizado. Procure observar os objetos que fazem parte de seu ambiente de trabalho, casa ou carro e reflita como cada processo pode ser integrado a um ambiente automatizado, imaginando quais tecnologias seriam necessárias para interpretar os diferentes tipos de sinais, por exemplo, como ocorre o controle automático de rotações do motor de um carro moderno? Ou, como um aparelho de ar condicionado é capaz de regular a temperatura automaticamente? 39 UNIDADE 2 40 UNICESUMAR É quase impossível observar as maravilhas da Engenharia que nos cercam sem parar para se perguntar: como veículos não tripulados sendo utilizados para monitorar regiões de risco funcionam? Como os robôs de montagem e solda na indústria fazem um trabalho tão padronizado e preciso? Como os aviões podem ser cada vez mais rápidos e seguros? Como os satélites orbitam a terra e permitem o conforto de tantos serviços úteis, como rastreamento de objetos em tempo real? Como um tomógrafo pode obter as imagens internas de um paciente para o diagnóstico e tratamento de uma doença? E tantas outras inúmeras maravilhas que nos cercam e intrigam com tanta grandeza. Diante disso tudo, você já se perguntou como isso é possível? A resposta para essa pergunta é complexa, mas pode ser sintetizada se analisarmos os processos automatizados sob a ótica de suas limitações estruturais. Na maioria dos casos, a regra do mundo da tecnologia da automação industrial é: há dispositivos de entrada para informar o valor da variável de interesse no tempo, e há o dispositivo controlador, que possa manipular o processo que se deseja automatizar. Ele tem o papel de analisar a combinação dos valores de entrada e atuar na saída. Final- mente, existem os dispositivos de saída, sob os quais aplicamos a ação desejada em função do valor das entradas. Para ilustrar esse tema, imagine que você esteja em uma sala de trabalho que tenha um aparelho de ar-condicionado instalado e que a temperatura naquele ambiente é de 30 °C. Suponha que você gosta- ria que a temperatura fosse de 23 °C e, rapidamente, de posse do controle remoto do aparelho, impõe este valor por meio das teclas que, neste momento, aparecem no mostrador do equipamento que, agora ligado, passa a resfriar o ambiente. Lentamente, a temperatura que antes era de 30 °C passa a diminuir, passando aos 29 °C, 28 °C, e assim sucessivamente enquanto o compressor do sistema de ar-condicionado está operando na máxima rotação. Após um intervalo de tempo de, aproximadamente, 4 minutos, observa-se que um motor é desligado e o aparelho fica mais silencioso, porém continua a soprar ar frio. Devem ser os agradáveis e esperados 23 °C. Entenda que quando você estabelece o valor desejado da temperatura ao equipamento, fixando-o a operar em 23 °C, o controlador de temperatura compara este valor com o valor da temperatura atual do ambiente (30 °C) por meio de um sensor (dispositivo de entrada) e então se inicia o processo de diminuição de temperatura por meio da atuação sobre um compressor do sistema de refrigeração (dispositivo de saída). Perceba que desde o pressionar do botão liga até todas as funções exercidas pelo controlador, temos a digitalização ocorrendo, uma vez que os controladores modernos são digitais. Assim, cada sentença de entrada ou de saída será convertida para níveis lógicos para que os controladores programáveis possam interpretar e atuar de maneira a automatizar os processos industriais ou mesmo no controle de um satélite, veículo não tripulado, robô de solda, avião etc. Quando nos referimos à Automação Industrial, é fundamental o entendimento do termo digitaliza- ção. Esta técnica permite que estados de funcionamento em máquinas e processos sejam traduzidos em dados que possam ser processados por um elemento de controle computadorizado, como um computador ou o Controlador Lógico-Programável (CLP) (FRANCHI; CAMARGO, 2008). Como exemplo, imagine uma lâmpada que está acesa. Nesta situação, o valor 1 é atribuído a seu estado lógico na memória do controlador e, da mesma forma,se estiver desligada, então o valor 0 indica o seu novo estado. 41 UNIDADE 2 A maioria dos equipamentos que utilizamos na atualidade possuem funções automáticas programáveis, desde um relógio de pulso digital comum até um moderno smartphone. As suas funcionalidades são possíveis graças ao processo de digitalização. Este fato pode ser percebido no simples pressionar de uma tecla que muda de esta- do e, então, como consequência, ocorre uma ação, como o acendimento de um mostrador digital ou a navegação na estrutura de menus do aparelho. A Figura 1 mostra o funcionamento de um simples interruptor, que representa uma das mais simples entidades presentes no universo da Automação In- dustrial e também uma das mais utilizadas até hoje. Ao analisar a Figura 1, você pode notar que há duas representações para o mesmo dispositivo “interruptor”: (a) e (b). Em (a), o interruptor está aberto, impedindo a circulação de corrente elétri- ca; em (b), o interruptor está fechado, permitindo que o fluxo de elétrons circule. INTERRUPTOR ABERTO INTERRUPTOR FECHADO (a) (b) Figura 1 - Estados lógicos de um interruptor: (a) aberto, (b) fechado Fonte: o autor. Podemos constatar que o interruptor (também co- nhecido como chave) possui apenas dois estados possíveis, ou seja, aberto ou fechado (não há esta- do intermediário, meio aberto ou meio fechado). Note que, em (a), a representação considera que o interruptor é aberto e recebe a denominação Nor- malmente Aberto, ou simplesmente NA. Na lite- ratura internacional, normalmente, é referenciado como NO, do inglês normally opened. Em (b), a representação do interruptor é denominada Nor- malmente Fechado, ou NF, que também pode ser encontrado como NC, do inglês normally closed. CHAVE LÂMPADA FONTE DE TENSÃO Para exemplificar a digitalização, adotaremos um circuito trivial e cotidiano, mostrado na Fi- gura 2, composto de uma fonte de tensão elétrica, um interruptor e uma lâmpada. Figura 2 - Diagrama elétrico de acionamento de uma lâm- pada: digitalização de estado lógico Fonte: o autor. Façamos a seguinte convenção: suponha que há potência suficiente na fonte de tensão para acio- nar a lâmpada, porém esta se encontra desligada porque a chave está aberta (em ambos os casos, chave e lâmpada estão em estado lógico zero, ou 0, pois a chave está aberta e a lâmpada está desli- gada); assim, enquanto a chave estiver no estado em que ela se encontra, não há fluxo de corrente elétrica e a lâmpada permanece desligada. Por ou- tro lado, se o estado atual da chave passar para fe- chada, então haverá a circulação de corrente pelo circuito e a lâmpada acenderá (chave e lâmpada passam ao estado lógico 1, e o resultado indica que sofreram alteração de estado lógico, como indica a Figura 3). CHAVE LÂMPADA FONTE DE TENSÃO Figura 3 - Diagrama elétrico de acionamento de uma lâm- pada: alteração de estado lógico Fonte: o autor. 42 UNICESUMAR Quadro 1 - Estados lógicos do acionamento da lâmpada ENTRADA SAÍDA CHAVE LÂMPADA 0 DESLIGADA 1 LIGADA Fonte: o autor. Note que, na Figura 3, a chave e a lâmpada estão com representações diferentes das mostradas na Figura 2, pois houve a alteração de estado lógico e, como consequência disso, ocorreu o acionamento da lâmpada. Os diferentes estados lógicos que representam o funcionamento de um dispositivo determinam a sua operação, e a representação 0 ou 1 define numericamente o seu estado (em repouso ou acionado, respectiva- mente). No caso do acionamento da lâmpada, é possível resumir, no Quadro 1, o funcionamento do processo. Você deve interpretar o Quadro 1 em termos de entradas e saídas, sendo as saídas resultado das combinações dos estados das entradas. Neste caso, o processo de acionamento da lâmpada tem uma entrada (chave) e uma saída (lâmpada). Note que, enquanto a chave permanece em estado lógico 0, a lâmpada continua no seu estado de repouso, ou apagada, mas quando a chave recebe o estado lógico 1, a lâmpada passa ao estado ligada, sendo também estado lógico 1, como mostra o Quadro 2. Quadro 2 - Estados lógicos dos dispositivos POSSIBILIDADE ESTADO LÓGICO CHAVE LÂMPADA 1 0 EM REPOUSO APAGADA 2 1 NOVO ESTADO LÓGICO ACESA Fonte: o autor. O Quadro 2 mostra o resumo dos estados possíveis para cada tipo de dispositivo, a chave e a lâmpada dadas no exemplo anterior. Neste caso, ambos os dispositivos podem assumir apenas dois estados em duas possibilidades distintas. Note que, na possibilidade 1, a chave em estado de repouso (aberta) não sofre alterações em seu estado lógico, mantendo o seu estado de repouso. No caso da lâmpada, na possibilidade 1, ela se encontra apagada, também com estado lógico 0. Concluímos, portanto, que o estado lógico 0 não altera o funcionamento do contato ou da lâmpada. Na possibilidade 2, a chave se comporta com novo estado lógico 1 e apresenta-se fechada, o que permite a circulação de corrente elétrica. Assim, a lâmpada que recebe o estado lógico 1 torna-se acesa. Note que, em ambos os casos (lâmpada e chave), há apenas dois estados e duas possibilidades para cada dispositivo e a representação de uma ação está associada a um valor numérico (estado 0 = sem ação ou alteração de estado e 1 = novo estado ou acionado). Esta análise é válida para estudar o fun- cionamento de qualquer processo em que algo é ligado ou desligado e, computacionalmente falando, associamos valores numéricos 0 ou 1 para indicar a ação ocorrida. 43 UNIDADE 2 Quando um dispositivo apresenta o comportamento de operação de apenas ligar ou desligar, sem uma opção intermediária, dizemos que ele é do tipo booleano, proveniente da lógica estabelecida por George Boole (1815-1864), publicado em 1854, em que o bit 0 tem o significado do estado lógico 0, e o bit 1 tem o significado do estado lógico 1. Para analisar processos em termos de digitalização, é possível utilizar várias técnicas, entre elas a das entradas e saídas em um sistema. Esta técnica consiste em analisar e enumerar todas as entra- das e saídas de um sistema e, posteriormente, a natureza de cada uma. É a partir da posse dessas informações que a lógica de controle e automação se estabelece. A Figura 4 ilustra a técnica com as suas entradas e saídas em um sistema de controle, que pode ser uma ou mais entradas e também pode ter uma ou mais saídas, dependendo da situação. ENTRADAS CONTROLADOR SAÍDAS Figura 4 - Sistema de controle: relação entre a(s) entrada(s), a entidade de controle (processamento) e a(s) saída(s) Fonte: o autor. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/2908 44 UNICESUMAR Note que o estado da(s) saída(s), aqui representado pelo resultado, depende do estímulo aplicado na(s) entrada(s) e da lógica de controle, representada pelo bloco de processamento. Normalmente, os sistemas automáticos que apresentam uma entrada e uma saída são denominados sistemas SISO, do inglês: Single-Input Single-Output, que significa uma entrada e uma saída. Os sistemas de controle que apresentam mais de uma entrada e mais de uma saída são conhecidos como sistemas MIMO, do inglês: Multiple-Input Multiple-Output, que significa múltiplas entradas e múltiplas saídas. Os sistemas de controle que possuem uma entrada e várias saídas são definidos como SIMO (Sin- gle-Input Multiple-Output) e os sistemas compostos de várias entradas e uma saída são definidos como MISO (Multiple-Input Single-Output). A Figura 5 apresenta o resumo dos tipos de sistemas de controle (NISE, 2013). Figura 5 - Tipos de sistemas de controle relacionando as entradas e as saídas Fonte: o autor. Para ilustrar com um exemplo prático, adotaremos um sistema de controle de nível de um reservatório dado na Figura 6, em que há três níveis possíveis: vazio, médio e cheio, verificados pelos respectivos sensores de nível posicionados de acordo com a sua função. Os sensores são dispositivos classificados como variáveis de entrada do sistema de controle, pois é em função da combinação desses sensores que a saída do sistema mudará
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