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A história da Saúde Pública no Brasil

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A história da Saúde Pública no Brasil
Maceió
2020
Universidade Federal de Alagoas
Faculdade de Nutrição
Introdução à Saúde Coletiva
Período Letivo Excepcional 
 Brasil Colônia/Império 1500 a 1889 
O quadro sanitário caracterizava-se pela existência de diversas doenças transmissíveis, trazidas inicialmente pelos colonos portugueses e, posteriormente, pelos escravos africanos e diversos outros estrangeiros.
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Muitas dessas doenças tornaram-se endemias e outras provocaram epidemias. 
Doenças frequentes:
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Lepra (hanseníase)
Febre amarela
Cólera
Malária
Tuberculose
Varíola
Leishmaniose
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Não se pode falar em existência de uma política de saúde, porém eram tomadas medidas que visavam minimizar os problemas de saúde pública que afetavam a produção econômica e prejudicavam o comércio internacional.
As atividades de saúde pública limitavam-se a:
Delegações das atribuições sanitárias as juntas municipais;
Controle de navios e saúde dos portos. 
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A assistência médica limitava-se apenas às classes dominantes, sendo exercida pelos raros médicos que vinham da Europa. 
Aos demais, restavam apenas os recursos da medicina popular.
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As Casas de Misericórdia se destinavam ao abrigo dos doentes, indigentes e viajantes, sem assistência médica e tratamento aos problemas de saúde.
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Primeira República ou República Velha 
1889 a 1930 
Estudos voltados para prevenção das doenças.
Crescimento da medicina pública/medicina sanitária.
 Avanços da medicina moderna  surgimento dos médicos sanitaristas.
 
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Médicos sanitaristas
atuação
Fiscalização sanitária dos habitantes
Retificação dos rios que causavam enchentes
Drenagem dos pântanos
Destruição dos viveiros de ratos e insetos
Primeira República ou República Velha 
1889 a 1930 
Criação dos laboratórios bacteriológico, Vacinogênico e de Análises. 
Criação do Instituto Soroterápico de Manguinhos. 
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Instituto Butantã 
Instituto Adolf Lutz
Fundação Oswaldo Cruz
FIOCRUZ
Primeira República ou República Velha 
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Oswaldo Cruz
Carlos Chagas
Adolfo Lutz
Primeira República ou República Velha 
1889 a 1930 
1906 Reforma urbanística e sanitária do RJ.
 Pereira Passos deu início a uma política que ficou conhecida como “bota-abaixo”: cortiços foram destruídos para dar lugar a largas avenidas, com majestosos edifícios, belos jardins e praças arborizadas.
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Primeira República ou República Velha 
1889 a 1930 
Uma reforma sanitária também foi aplicada na cidade pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz.
Surtos de doenças epidêmicas, em especial a febre amarela, a varíola e a peste bubônica.
Em outubro de 1904, o Congresso aprovou um projeto que tornava obrigatória a vacinação contra a varíola. 
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Primeira República ou República Velha 
1889 a 1930 
1920: Carlos Chagas assumiu o Comando do Departamento Nacional de Saúde, criando alguns programas que introduziram a propaganda e a educação sanitária da população como forma de prevenção das doenças. Foram criados também alguns órgãos para controle da tuberculose, lepra e doenças sexualmente transmissíveis.
Observa-se nesse período o nascimento da saúde pública e da Previdência Social, que incorporou a assistência médica aos trabalhadores como uma de suas atribuições a partir de contribuição com as Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAPs). As primeiras foram instituídas nas empresas ferroviárias e estendidas aos portuários, marítimos e outras áreas, como resposta às reinvindicações operárias.
Emerge nessa conjuntura a estruturação de dois modelos de intervenção nas questões da saúde: o sanitarismo campanhista e o curativo-privatista.
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Segunda República ou Era Vargas 1930 a 1945 
Marcado pela criação do Ministério do Trabalho, da Indústria e Comércio e do Ministério da Educação e Saúde. Vinculação dos empregados a sindicatos, com exigência de pagamento de contribuição sindical por parte do Estado.
O crescimento acelerado da indústria se dá à custa das condições precárias de trabalho. Dessa forma, além de endemias e epidemias, a inserção no processo produtivo industrial, somada a falta de moradia e saneamento adequados, trouxe acidentes de trabalho, doenças profissionais, estresse, desnutrição, verminoses.
1933: as CAPs são transformadas em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs). Criados não mais por empresas e sim por categorias profissionais. 
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Segunda República ou Era Vargas 1930 a 1945 
Ao Ministério da Educação e Saúde foi concebido com a função de coordenar as ações de saúde pública no mesmo modelo do sanitarismo capanhista do período anterior. Houve a criação do Serviço Nacional de Febre Amarela, Serviço de Malária no Nordeste e da Fundação de Serviço Especial da Saúde Pública (SESP).
De um lado haviam as ações de caráter coletivo sob a gestão do Ministério da Educação e Saúde, do outro as ações curativas e individuais, vinculadas ao IAPS, o que reforçava a dualidade do modelo assistencial. 
A população de maior poder aquisitivo utilizada os serviços privados de saúde integrantes da medicina liberal crescente, enquanto a maioria da população não vinculada à previdência contava apenas com os serviços públicos escassos e instituições de caridade, além de práticas populares de tratamento.
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Redemocratização ou Desenvolvimentista
1945 a 1963
A assistência médica se expande em todos os IAPs.
Foi observado redução dos casos de tuberculose, malária e outras doenças transmitidas por insetos, o que para alguns se deu pelo resultado das campanhas sanitárias e por outros pelo desenvolvimento do período.
A implantação de serviços de atenção médica tinha como marca o clientelismo, favorecido pelo vínculo entre os sindicatos e IAPs ao Estado.
1953: Ministério da Saúde é criado independente da área da educação.
Algumas empresas, insatisfeitas com a atuação dos IAPs começaram a contratação de serviços médicos particulares. Com essa ampliação, torna-se hegemônico o modelo médico-assistencial privatista.
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Regime Militar 1964 a 1984 
Final da década de 70 → Crise do modelo de saúde previdenciária. Vive-se um caos nos serviços públicos de saúde, há muito sucateados e insuficientes para a demanda existente.
Cresce a insatisfação da sociedade e surgem os movimentos sociais que denunciam a ineficiência das estruturas de saúde pública e previdenciária, reivindicam serviços de saúde e lutam por melhores condições de vida à população menos favorecida.
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Regime Militar 1964 a 1984 
A política econômica do período refletiu nas altas taxas de morbidade e mortalidade por doenças endêmicas e algumas epidemias, altas taxas de mortalidade materna e infantil, doenças resultantes ou agravadas pelas condições de vida e trabalho, e aumento das mortes por doenças cardiovasculares e câncer.
1978: Começa a ser difundida na América Latina o conceito de Atenção Primária à Saúde e os princípios da medicina comunitária.
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Regime Militar 1964 a 1984 
Início da década de 1970  Movimento da Reforma Sanitária: Grupos de médicos e outros profissionais preocupados com a saúde pública desenvolveram teses e integraram discussões políticas.
Este processo teve como marco institucional a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986.
As propostas da Reforma Sanitária resultaram, finalmente, na universalidade do direito à saúde, oficializado com a Constituição Federal de 1988 e a criação do Sistema Único de Saúde (SUS).
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Nova República 1985 a 1988 
1988: Promulgação da Constituição Federal → Aprovado o Sistema Único de Saúde.
O SUS tem o objetivo de prover uma atenção abrangente e universal, preventiva e curativa, por meio da gestão e prestação descentralizadasde serviços de saúde, promovendo a participação da comunidade em todos os níveis de governo. 
A reforma do setor de saúde brasileiro ocorreu de forma simultânea ao processo de democratização, tendo sido liderada por profissionais da saúde e pessoas de movimentos e organizações da sociedade civil.
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Referências
BERTOLI FILHO, C. História da Saúde Pública no Brasil. São Paulo: Ática, 2011. 
PAIM, J. et al. O sistema de saúde brasileiro: história, avanços e desafios. 2011. Lancet, v. 6736, n. 11, p. 11-31, 2011. Disponível em: https://actbr.org.br/uploads/arquivo/925_brazil1.pdf . Acesso em: 12 nov. 2020. 
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Caso tenham interesse!
Cursos on-line gratuitos
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Sobre os cursos
Os cursos da UNA-SUS são totalmente gratuitos, ofertados à distância e possuem enfoque prático, baseado na rotina dos profissionais de saúde e em suas reais necessidades.
A gama de ofertas inclui cursos abertos online, de extensão, aperfeiçoamento, especialização e mestrados profissionais, que abordam os mais diversos temas na área da saúde, desde assuntos específicos como diagnóstico e tratamento de doenças, além de temáticas mais abrangentes como gestão e políticas públicas em saúde.
Os cursos podem ser desenvolvidos tanto pelas Instituições de Ensino Superior que compõem a Rede UNA-SUS, quanto pela Secretaria Executiva.
Qualquer estudante podem pode se inscrever (exceto os de mestrado e especialização, pois requerem graduação em alguma área da saúde) e ser certificado nos cursos oferecidos pelo Sistema UNA-SUS, desde que atenda aos pré-requisitos descritos em cada oferta. 
Cursos da Plataforma Arouca do UNA-SUS: https://www.unasus.gov.br/cursos/busca?status=com%20oferta%20aberta&busca=&ordenacao=Relev%C3%A2ncia%20na%20busca
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Sobre os cursos
O Campus Virtual Fiocruz é uma rede de conhecimento e aprendizagem voltada à educação em saúde. Neste ambiente virtual, pessoas e instituições parceiras compartilham plataformas, serviços e atividades. Com base no uso intensivo de tecnologias de informação, comunicação e educação, é possível ter acesso a cursos e recursos educacionais. 
Estão disponíveis neste espaço os programas e cursos da instituição, além de acesso às diversas atividades, recursos educacionais, informações e serviços. Assim, o Campus Virtual é mais um importante projeto que vem fortalecer o arcabouço na área da gestão do conhecimento, da informação e da inovação na Fiocruz.
Cursos do Campus Virtual :
https://campusvirtual.fiocruz.br/portal/ 
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