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Aula 1-Behaviorismo Metodológico versus radical

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Behaviorismo Metodológico versus
Behaviorismo Radical
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Análise Experimental do Comportamento I
BASQUEIRA, A. P.; LARGURA, W.. Analise experimental do comportamento. 1.ed. Sao Paulo: ed. Pearson, 2010. 
Capítulo 11
Apresentar os conceitos do behaviorismo metodológico;
Apresentar os conceitos do behaviorismo radical;
Identificar as principais diferenças entre eles.
OBJETIVOS DESTA AULA
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O Comportamento
Na Idade Média, a Igreja explicava a ação, o comportar-se
pelo homem pela posse de uma alma.
• No início do século XX, os cientistas o faziam pela existência de uma mente. As faculdades ou capacidades da alma causavam e explicavam o comportamento deste homem. Os objetos e eventos criavam idéias em suas mentes e estas impressões mentais ou idéias geravam seu comportamento.
• Ambas são posições essencialmente dualistas: o homem é concebido como tendo duas naturezas, uma divina e uma
material, ou uma mental e uma física. (Matos, 1993)
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O Comportamento
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No mentalismo, o acesso às ideias ou imagens se faria
somente através da introspecção, que seria então revelada
através de uma ação, gesto ou palavra. Temos aqui um
modelo causal de ciência:
• (a) o indivíduo passivo recebe impressões do mundo;
• (b) estas impressões são impressas na sua mente
constituindo sua consciência;
• (c) que é então a entidade agente responsável por, ou
local onde ocorrem processos responsáveis por nossas ações. (Matos, 1993).
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Behaviorismo
	 O Behaviorismo surgiu no começo deste século (no caso, século XX) como uma proposta para a Psicologia, para tomar como seu objeto de estudo o comportamento, ele próprio, e não como indicador de alguma outra coisa, como indício da existência de alguma outra coisa que se expressasse pelo ou através o comportamento. (Matos, 1993)
Behaviorismo
• De qualquer modo, o Behaviorismo surgiu em oposição ao mentalismo e ao introspeccionismo. Em fins do século
passado (século XIX) a ciência de modo geral começou a colocar uma forte ênfase na obtenção de dados ditos objetivos, em medidas, em definições claras, em demonstração e experimentação.
• Esta influência se fez sentir na Psicologia, no começo deste século (século XX), com a proposta behaviorista feita por Watson em 1924. (Matos, 1993)
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Behaviorismo
Behaviorismo:
É a filosofia que embasa a ciência do comportamento 	
	
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Behaviorismo
A proposta do Behaviorismo:
É possível uma ciência do comportamento.
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Behaviorismo Metodológico
Watson (1913), publicou o artigo: “A psicologia 
como um behaviorista vê”, que ficou conhecido
como Manifesto Behaviorista.
Objetivos:
- Expor a insatisfação com o método da introspecção.
- Transformar a psicologia em ciência do
comportamento, deixando de ser uma ciência da
consciência.
- Estudar apenas o comportamento observável,
evitando a subjetividade da introspecção e
analogias entre animal e humano.
	
“Se você não conseguir reproduzir meus dados (...) é porque sua introspecção não foi bem treinada. Atacasse o observador e não a situação experimental. Na física e na química atacam-se as condições experimentais. (...) Nessas ciências, uma técnica melhor fornecerá resultados passíveis de reprodução. Na psicologia é diferente. Se você não consegue observar de 3 a 9 estágios de clareza na atenção, é sua introspecção que é deficiente.” (1913, p. 163)
Behaviorismo Metodológico
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	A observação tornou-se fundamental para o behaviorismo de Watson.
O comportamento era definido como aquilo que é acessível a mais de um observador. Para ser considerado objeto de estudo do behaviorista, o comportamento deveria afetar os sentidos do outro.
O behaviorista metodológico não nega a existência da mente, mas nega-lhe status científico ao afirmar que não podemos estudá-la pela sua inacessibilidade.
Behaviorismo Metodológico
Por também não ser acessível, nega o status científico dos pensamentos, emoções, sensações e outros eventos privados.
Para o Behaviorismo Metodológico a ciência do comportamento estudaria apenas o comportamento objetivamente observável.
Behaviorismo Metodológico
Behaviorismo Metodológico
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Pressupostos Filosóficos
Estudar o comportamento por si mesmo
Opor-se ao mentalismo e ignorar fenômenos como da consciência
Estudar tanto o comportamento humano quanto o animal
Determinismo material
Behaviorismo Metodológico
Pressupostos Metodológicos
Experiência controlada
Procedimento objetivo de coleta de dados
Teste de hipóteses com grupo de controle
Observação consensual
Recorre ao sistema nervoso para explicar o comportamento
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Behaviorismo Metodológico
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Discordâncias dos pressupostos do
behaviorismo metodológico
O que é objetivo?
Qual a definição de comportamento?
Essas discordâncias resultaram em posicionamentos
diferentes ao de Watson:
- O Behaviorismo Radical de B. F. Skinner.
Behaviorismo Metodológico
Segundo Skinner (1995):
“Behavioristas metodológicos (…) argumentam que a ciência deve restringir-se a eventos passíveis de serem observados por duas ou mais pessoas; a veracidade de um fato depende da concordância. (…) Existe um mundo interno de sentimentos e estados da mente, mas ele está fora do alcance de uma segunda pessoa e, portanto, da ciência. Certamente, essa não é uma posição satisfatória. Como as pessoas se sentem é frequentemente, tão importante quanto o que elas fazem. O behaviorismo radical nunca assumiu essa direção. (Skinner,1995, p. 13)
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Behaviorismo Radical
O Behaviorismo Radical
Nova proposta para o estudo do comportamento:
Auto-observação e auto-conhecimento (introspecção)
 não são negados
É feito o questionamento da natureza daquilo que se sente ou se observa.
Propõe uma visão evolucionista para explicar o Homem, analisando sempre a relação entre ele com seu ambiente.
Para Skinner: “O que é sentido ou introspectivamente observado não é nenhum mundo imaterial da consciência, da mente ou da vida mental, mas o próprio corpo do observador.” ( SKINNER, 2003, p. 19)
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Pressupostos do Behaviorismo Radical
Nega a existência da mente enquanto iniciadora das ações. Passa a discutir os eventos privados enquanto comportamentos cuja diferenciação se dá pela questão da acessibilidade.
 Propõe uma visão monista de homem para a psicologia
“O behaviorista radical nega a existência da mente e assemelhados, mas aceita estudar eventos internos.” (Matos, 1993)
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Behaviorismo Radical
“O behaviorismo Radical restabelece um certo tipo de equilíbrio. Não insiste na verdade por consenso e pode, por isso, considerar os acontecimentos ocorridos no mundo privado dentro da pele. Não considera tais acontecimentos inobserváveis e não os descarta como subjetivos. Simplesmente questiona a natureza do objeto observado e a fidedignidade das observações.” (SKINNER, 2003, p. 19)
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Behaviorismo Radical
Em relação ao acesso:
“[o behaviorismo] simplesmente proporciona uma explicação alternativa dos mesmos fatos. Ele não reduz os sentimentos a estados corpóreos; simplesmente argumenta que os estados corporais são e sempre foram aquilo que é sentido. Ele não reduz os processos de pensamento ou comportamento; simplesmente analisa o comportamento previamente explicado pela invenção dos processos de pensamento.” (SKINNER, 2003, p. 204)
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Behaviorismo Radical
“O behaviorismo radical pertence a uma tradição, em filosofia da ciência, que rejeita explicitamente as interpretações mecanicistas do fenômeno natural e se recusa a descrever o comportamento dos organismos, humanos e de outras espécies, através de princípios mecânicos. É somente histórica, em vez de filosófica, a sua relação com as outras tradições que compartilham o rótulo behaviorismo, e não se preocupa nem com as conexões S – R dos reflexos condicionados, como os sistemas de Pavlov e Watson, nem com as estruturas mediadoras entre o input ambiental e o output comportamental, como as psicologias de Tolman e Hull.” (CHIESA, 2006, p. 190)
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Behaviorismo Radical
Behaviorismo Radical
 O behaviorista radical propõe que existam dois tipos de transações entre o Comportamento e o Ambiente:
a) conseqüências seletivas
(que ocorrem após o comportamento e modificam a probabilidade futura de ocorrerem comportamentos equivalentes, i.e., da mesma classe);
b) contextos que estabelecem a ocasião para o comportamento ser afetado por suas conseqüências (e que portanto ocorreriam antes do comportamento e que igualmente afetariam a probabilidade desse comportamento).
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Behaviorismo Radical
Behaviorismo Radical
• Estas duas classes possíveis de interações são denominadas "contingências" e constituem as duas classes conceituais fundamentais para a análise do comportamento. Relações funcionais são estabelecidas na medida em que registramos mudanças na probabilidade de ocorrência dos comportamentos que procuramos entender em relação a mudanças quer nas conseqüências, quer nos contextos, quer em ambos. (Matos, 1993)
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Behaviorismo Radical
• Desafios derivados do fato de assumirmos como objeto de estudo uma relação que ao mesmo tempo é produto e construtora de uma história. É esta característica que Skinner (1953/1965) destaca em uma das oportunidades em que apresenta o comportamento como objeto de estudo da psicologia.
 Comportamento é um objeto de estudo difícil, não porque é inacessível, mas porque é extremamente complexo. Uma vez que é um processo, e não uma coisa, não pode facilmente ser imobilizado para observação. É mutável, fluido e evanescente e por esta razão coloca enormes exigências sobre a engenhosidade e energia do cientista. (p. 15)
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Behaviorismo Radical
O desafio que se coloca para a análise do comportamento é descrever e explicar as interações que constituem o comportamento e a história que produziu estas interações. Os conceitos que foram propostos por esta teoria pretendem dar conta deste desafio.
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Behaviorismo Radical
Pressupostos Filosóficos
Estudar o comportamento por si mesmo
Opor-se ao mentalismo e estudar os fenômenos como da consciência
Estudar tanto o comportamento humano quanto o animal
Determinismo material
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Behaviorismo Radical
Pressupostos Metodológicos
Experiência controlada
Procedimento objetivo de coleta de dados
Teste de hipóteses com grupo de controle e com sujeito único
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Behaviorismo Radical
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	BEHAVIORISMO METODOLÓGICO 	BEHAVIORISMO RADICAL
	Pressupostos filosóficos 
	Pressupostos filosóficos
	Estudar o comportamento por si mesmo 	Mantém esse pressuposto
	Opor-se ao mentalismo e ignorar fenômenos como da consciência
	Altera esse pressuposto
	Estudar tanto o comportamento humano quanto o animal
	Mantém esse pressuposto
	Determinismo material 	Mantém esse pressuposto
	Pressupostos metodológicos 	Pressupostos metodológicos 
	Experiência controlada 	Mantém esse pressuposto
	Procedimento objetivo de coleta de dado 	Mantém esse pressuposto
	Teste de hipóteses com grupo controle 	Altera esse pressuposto
	Observação consensual 	Descarta esse pressuposto
	Recorre ao sistema nervoso para explicar o comportamento
	Descarta esse pressuposto
Lista de ideias completamente equivocadas sobre o Behaviorismo Radical de Skinner*
1. O behaviorismo ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais;
2. Negligencia os dons inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do indivíduo;
3. Apresenta o comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos, descrevendo a pessoa como autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina;
4. Não tenta explicar os processos cognitivos;
5. Não considera as intenções ou os propósitos;
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Lista de ideias completamente equivocadas sobre o Behaviorismo Radical de Skinner*
6. Não consegue explicar as realizações criativas - na arte, por exemplo, ou na música, na literatura, na ciência ou na matemática;
7. Não atribui qualquer papel ao eu ou à consciência do eu;
 8. É necessariamente superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da personalidade;
 9. Limita-se à previsão e ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do homem;
 10. Trabalha com animais, particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento humano atêm-se por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm em comum;
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Lista de ideias completamente equivocadas sobre o Behaviorismo Radical de Skinner*
11. Seus resultados, obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no mundo mais amplo torna-se, por isso, uma metaciência não-comprovada;
12. Ele é super simplista e ingênuo e seus fatos são os triviais ou já bem conhecidos;
13. Cultua os métodos da ciência mas não é científico; limita-se a emular as ciências;
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Lista de ideias completamente equivocadas sobre o Behaviorismo Radical de Skinner*
14. Suas realizações tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum;
15. Se suas alegações são válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo, este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser verdadeiro;
16. Desumaniza o homem; é redutor e destrói o homem enquanto homem;
17. Só se interessa pelos princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual;
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Lista de ideias completamente equivocadas sobre o Behaviorismo Radical de Skinner*
18. É necessariamente antidemocrático porque a relação entre experimentador e o sujeito é de manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores e não pelos homens de boa vontade;
19. Encara as idéias abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções;
20. É indiferente ao calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.
*Os 20 ítens foram extraídos do Livro: Skinner, B. F. Sobre o Behaviorismo, Editora Cultrix, São Paulo, 15ª Edição, 2009. (1a Edição: 1974)
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PÓS AULA
Construir um quadro diferenciando:
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	Behaviorismo Metodológico	Behaviorismo Radical
		
		
		
		
		
		
		
		
Pré Aula 
Leitura:
BASQUEIRA, A. P.; LARGURA, W.. Analise experimental do comportamento. 1.ed. Sao Paulo: Pearsoned, 2008. v.1
Capítulo 1
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