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NEOPLASIAS – Vias de disseminação e metástase Disseminação: caminhos que as células neoplásicas fazem até outro local para que se forme uma metástase. Contudo, nesse caminho as células podem morrer ou então não conseguirem se proliferar no novo tecido que chegarem. Metástase: quando de fato há um sítio propenso para um crescimento secundário e distante do crescimento inicial/primário da neoplasia Ou seja, disseminação e metástase são coisas diferentes. Quando uma neoplasia maligna faz metástase, por ser mais agressiva irá: crescer mais rapidamente, tem diferenciação menor, mais distante da célula normal vai ser (em comportamento e morfologia) e fará invasão tecidual (ou seja, características anaplasicas) → reflexo de um maior número de mutações no gen. O QUE É METÁSTASE?? É a formação de um crescimento secundário distante do primário, sem ligação física entre elas. Sempre surge a partir de uma neoplasia maligna. Essas células que possuem: 1. maior número de mutações 2. aptidão para sobreviver em outros lugares 3. capacidade de fazer invasão tecidual 4. resistência a quimioterápicos 5. característica de ser mais agressivo do que o crescimento primário Ou seja, são todas características de maior agressividade. Locais mais comuns: pulmão, tecido ósseo e fígado 90% dos óbitos por câncer devem-se á lesão metastática. O câncer secundário se origina a partir do primário, trazendo em si características morfológicas do dele de forma mais agressiva. Teoria de Paget: a célula formava um crescimento secundário a partir do momento que encontra um tecido fértil para ela. Teoria de James: a metástase tem orientação vascular, ou seja, aqueles tecidos que tiverem mais vascularização linfática e sanguínea terão mais metástases Teorias mais recentes: concluem que alguns órgãos têm receptores para essas células, portanto, desenvolvem mais facilmente as metástases. VIAS DE DISSEMINAÇÃO Vias de disseminação, mas frequentes: 1. Vias vasculares 2. Vias linfáticas Caminho da célula neoplásica: Sai do sítio primário → ganha vias de disseminação → ganha via sanguínea ou linfática → sai do vaso → chega ao órgão → se instala Outra via importante: 1. Implante 2. Transplante Implante A célula neoplásica apenas se desgruda de um tumor (principalmente em cavidades corporais, como a abdominal) e se instala em outro lugar dentro da própria cavidade, em alguma víscera próxima. Não usa vasos e nem a circulação. É comum que esses crescimentos metastáticos (secundários) se alojem no fígado, peritônio, intestino e diafragma. É comum que se forme edema, ou seja, acúmulo de líquido. Sobre esse caso da imagem: ✓ Para essa neoplasia, forma-se a ascite ✓ Na análise citologia, feita por punção, apareceu essa lâmina que está na imagem ✓ Para fechar o diagnóstico, se associa um exame de imagem (ultrassom) e se faz a castração do animal para fazer diagnóstico histopatológico, que é o definitivo. ✓ É uma neoplasia maligna Transplante Normalmente cresce na base do pênis do macho ou na vulva da fêmea e é transmitido sexualmente, na copula se houver uma área aberta na mucosa dos órgãos sexuais. As células neoplásicas penetram e formam o crescimento. Um fato agravante é que o próprio coito já gera lesões, sendo esse um fator a mais para facilitar essa disseminação. ✓ Normalmente tem origem em macrófagos ✓ São malignas Pode passar no ato de cheirar os órgãos dos parceiros. ✓ Prognostico: bom, responde bem ao tratamento quimioterápico. ✓ Diagnostico fácil pois só pela citologia já caracteriza bem (aspecto verrugoso) Vascular linfática Todos os tecidos do corpo são irrigados por vasos linfáticos, no qual há a entrada de células, podendo ser inclusive as neoplásicas. ✓ Essa via é mais frequentemente utilizada por carcinomas Entre os vasos linfáticos há os linfonodos, que recebem a linfa pelos vasos aferentes, potencialmente com as células neoplásicas e depois seguem pelos vasos eferentes. ✓ Tecido histológico: dá para observar células neoplásicas nos vasos linfáticos. Não é possível determinar se vai metástase, apenas afirmar que há disseminação Vascular sanguínea É a disseminação pelos vasos sanguíneos. ✓ Mais frequente em sarcomas (de origem mesenquimal), mas também há em carcinomas. Preferência por liposarcoma, osteosarcoma e carcinoma mamário, de pele, de fígado e de rim. Muitas vezes, há um local onde se encontram a vascular linfática e vascular sanguínea, como no ducto torácico. Nesse local também pode ocorrer a passagem de células neoplásicas. Sobre esse caso da imagem: ✓ Imagem de cima: fígado // imagem de baixo: pulmão. ✓ Para dizer se o pulmão é metastático precisa de um corte histológico, e ver se há células neoplásicas com a mesma origem da do fígado. ✓ O diagnóstico da metástase tem que ser citológico e histopatológico MECANISMO DE DISSEMINAÇÃO DAS METÁSTASES 1. Tumor primário: virou neoplasia por adquirir diversas mutações em seu gen e passar pelo ciclo celular sem que elas fossem detectadas. Uma das suas características é conseguir ganhar via de disseminação e formar a metástase. 2. Célula neoplásica que adquiriu capacidade de fazer metástase (bolinhas verdes na figura): essa célula obrigatoriamente tem que ser capacitada a fazer metástase por ter um número maior de mutações em seu DNA. Esse é o subclone metastático 3. Disseminação: essa célula consegue se destacar do tumor primário, ganha mobilidade pelo tecido, invade tecido ao redor e entra na circulação. O subclone metastático tem essa capacidade de fazer invasão tecidual. Vai destruindo todo o tecido conjuntivo ao redor, pois pela caminha do tecido até chegar ao vaso libera enzimas proteases que destroem a matriz ao redor. 4. O crescimento secundário: após a disseminação, tem que sair da via e se adaptar ao tecido secundário, formando um novo crescimento (se proliferar e formar uma nova massa), e então essa será a massa metastática. Ou seja, um crescimento a distância sem vínculo físico Sobrevivência no vaso: Quando a célula neoplasia entra no vaso para se disseminar e fazer a metástase, tem que sobreviver nesse espaço, o que é um fato difícil. Menos de 10% sobrevivem Por que é difícil sobreviver no vaso? Uma célula que geralmente está no tecido, não é feita para suportar o fluxo turbulento dentro do vaso Ou seja, tem que fazer uma adaptação ao fluxo sanguíneo: ✓ Células neoplásicas vão se agrupando, para ser mais fácil de escapar do fluxo sanguíneo ✓ Formam um embolo (massa circulante dentro dos vasos sanguíneos) Faz isso para escapar da resposta imune do organismo, que atacaria através do linfócito Esse embolo se engloba por plaquetas, para que não seja reconhecido. ✓ O embolo consegue caminhar dentro do vaso sanguíneo até chegar em um local que seja interessante para eles e que talvez tenha receptores para essas células neoplásicas. Ao sair do vaso e forma o novo crescimento (depósito metastático), precisa se proliferar e fazer angiogênese. Cascata metastática: É a sequência de: 1. Invadir a matriz extracelular ao redor 2. Interação com a matriz extracelular 3. Fazer disseminação no vaso 4. Implantação no sítio secundário 1) INVASÃO NA MATRIZ EXTRACELULAR A célula tem que estar com diminuição de moléculas adesivas. Se pegar um epitélio normal, por exemplo, as células são bem ligadas uma as ouras através de muitas moléculas de adesão. Quando se tornam neoplásicas e perdem diferenciação, perdem essas moléculas adesivas. Neoplasia benigna: mudam um pouco seu aspecto morfológico e perder apenas algumas moléculas de adesão, ou seja, ainda se mantémjuntas e não invadem o tecido. Neoplasia maligna: a diferenciação celular se perde com muita frequência junto da grande perda de moléculas adesivas (anaplasia), o que deixa as células mais “soltas” no tecido e consequentemente mais prontas para invadir o tecido ao redor e chegar até o vaso. ✓ Esse fato é quantificado por imuno- histoquímica ✓ Um exemplo de moléculas adesivas são as Caderinas E 2) INTERAÇÃO COM A MATRIZ EXTRACELULAR Essa matriz extracelular é o interstício ao redor. A interação com a matriz é menor em população de células normais e benignas e maior em células malignas. Essas células se ligam, através de receptores (integrinas e lamininas) na matriz. Elas têm que degradar a matriz. Quanto mais forte for a interação, mais degradação ela fará. Portanto, elas produzem enzimas proteolíticas para fazer essa degradação da matriz, que atrapalha a migração dessas células até o vaso. 3) FAZER DISSEMINAÇÃO NO VASO Elas se movimentam até o vaso por quimiotaxia. A atração das células até o vaso é feita pelos restos de matriz extracelular (após a ação de enzimas proteolíticas), que faz um gradiente químico que permite essa movimentação. Quando chega dentro do vaso, se ficar sozinha morre por 1. fluxo sanguíneo turbulento 2. linfócitos as detectando Sobre esse caso da imagem: ✓ Setinhas amarelas: indica o endotélio ✓ Está formando a célula circulante. ✓ O embolo está todo revestido por plaquetas (que não estão visíveis nesse corte). A célula neoplásica é tão grave que usa um recurso do próprio organismo (as plaquetas) para se disfarçar. Sobre esse caso da imagem: ✓ Células neoplásicas misturadas dentro do vaso, em uma via de disseminação. ✓ Mesmo assim, após todo esse problema, anda não se caracteriza uma metástase (só se torna uma a partir do momento que extravasa do vaso, saindo dele) 4) Implantação no sítio secundário Para sair do vaso e entrar no tecido, também precisa degradar a matriz desse sítio secundário O tecido que tem receptores e “solo fértil” para as células neoplásica, fazendo-a sair do vaso para o tecido, se instalando nele. Para se torne de fato uma metástase, tem que se proliferar, formar angiogênese (para nutrir essas células) e fazer um novo tumor. A neovascularização é feita a partir de fatores de crescimento (VGF, por exemplo) das próprias células neoplásicas, que estimulam as células de vasos próximos a fazer a angiogênese.
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