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Elementos da radiologia Aula 4: Tipos de receptores digitais e processamento da imagem Apresentação Nesta aula, exibiremos os diferentes sistemas de radiologia digital CR (radiogra�a computadorizada) e DR (radiogra�as digitais), embora, em ambos os casos, sejam produzidas as imagens digitais, os métodos de aquisição, os componentes do sistema e até os fatores qualitativos irão divergir entre esses dois métodos. É de extrema importância que o pro�ssional de radiologia compreenda os componentes dos sistemas digitais, assim como a participação e interferência deles na formação da imagem radiológica, o que irá proporcionar os melhores resultados na formação das imagens. Objetivos Identi�car os diferentes sistemas de radiologia digital CR e DR; Reconhecer os diferentes componentes responsáveis na formação das imagens em sistemas CR e DR. Primeiras palavras A radiologia digital, é o ramo do diagnóstico médico, que emprega sistemas computacionais no desenvolvimento de atividades como: Na transferência das imagens da workstation do equipamento para determinado servidor. No armazenamento das imagens produzidas em um servidor. Durante o processo físico de aquisição das imagens radiológicas. No tratamento das imagens digitais (pós-processamento). Para que ocorresse a evolução no método de aquisição das imagens radiológicas, foi necessário que houvesse um grande desenvolvimento na área tecnológica da ciência da computação, como a transmissão de alta velocidade, possibilitando, entre outras vantagens, o surgimento da telerradiologia , aumento na capacidade de armazenamento de dados e aumento da resolução de monitores médicos. A formação das imagens radiológicas digitais pode ser identi�cada como indiretas e diretas, e a principal diferença está na necessidade de um componente para que haja uma interface entre um receptor de imagem exposto e uma imagem digital formada em uma tela de computador. Vejamos alguns sistemas geradores de imagens: 1 Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Digitalização de �lmes analógicos Trata-se de um sistema que transforma imagens radiológicas com padrão analógico em imagens digitais. Atualmente, não se observa uma vasta utilização desse dispositivo. Digitalizador de imagens radiológicas analógicas. Sistema de radiologia CR com leitor de cassete e workstation. Imagens de radiologia computadorizada Após a exposição da placa de fósforo em um conjunto cassete, é necessário a participação de um leitor de cassete. É nesse componente que os fótons de radiação armazenados no plate serão convertidos em sinal elétrico e posteriormente em imagem. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0106/aula4.html Imagens de radiologia digital Em sistemas DR, não existe nenhuma componente entre a placa de detector exposta e a imagem formada no monitor da workstation. Sistema de radiologia DR com placa de detector de radiação e workstation Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Placas fotoestimuláveis ou photostimulable phosphor detector (PSP) Estes plates são compostos por papel cartolinado de cor branca, sendo os responsáveis pela formação da imagem digitais em sistemas CR, sua principal característica é a fosforescência , desse modo, quando são expostas à radiação ionizante, absorvem essa energia para, posteriormente, sejam liberadas em forma de luz. 2 Essas placas radiológicas fotoestimuláveis pode ser composta pelos seguintes elementos químicos: Gd O S, CsBr:Eu + e BaFBr:Eu +. 2 2 2 2 Cassete CR Este componente serve como depositório do plate. Para que, assim, as placas fotoestimuláveis sejam preservadas do contato físico, sujeira e qualquer outro tipo de agente nocivo que poderia estar presente durante sua manipulação. Os cassetes possuem microchip que atuam com sistemas de código de barras, para que, após o processo de leitura do cassete, as imagens produzidas �quem associadas ao seu respectivo paciente da worklist. Cassetes radiográficos CR com diferentes tamanhos. http://estacio.webaula.com.br/cursos/go0106/aula4.html O conjunto cassetes/plates, assim como os chassis e �lmes radiográ�cos, possuem diferentes tamanhos, que serão utilizados de acordo com a dimensão da região anatômica de interesse no estudo. Os possíveis tamanhos são: 35 x 43 cm 35 x 35 cm 24 x 30 cm 18 x 24 cm 15 x 30. Leitora de cassete Este importante componente, é responsável pelo processo de leitura das placas CR. É lá que ocorre todo o processo físico da liberação da energia armazenada na placa durante a exposição do paciente no exame. Após o processo de leitura, será incidida uma luz branca de alta intensidade para que qualquer energia residual ainda presente na placa seja totalmente apagada e, assim, o plate estará disponível para uma nova utilização. Indicação com retângulo amarelo da luz branca de alta intensidade luminosa responsável pela limpeza de dados do plate. Tipos de leitoras de cassete Existem dois tipos de leitoras de cassete: Monocassete Neste modelo, a leitura e posterior apagamento de dados ocorrerá em um cassete por vez. A reposição dos cassetes ocorre de forma manual pelo operador do equipamento. Multicassete Existe uma bandeja que pode acomodar alguns cassetes, que serão sucessivamente lidos e apagados pelo aparelho. Neste equipamento, a reposição dos cassetes é automática. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Processo físico da leitura dos cassetes CR Veja os passos necessários para que haja formação das imagens digitais por meio de um sistema de radiogra�a computadorizada: Primeiro passo O primeiro passo é a exposição à radiação dos plates durante a realização do exame. A intensidade da radiação no plate será relacionada com a atenuação dos fótons de radiação pelos diferentes tecidos que compõe o corpo do paciente, desse modo, essa energia �cará absorvida na placa CR. Vale ressaltar que parte dos fótons não são absorvidos pela placa fotoestimulável e outra parte da radiação é imediatamente convertida em fótons de luz. Em ambos os casos, esses fótons não contribuirão com a formação da imagem. Segundo passo Após a exposição a placa foto estimulável, esta é conduzida até o leitor de cassete. Lá, as placas de fósforo são movimentadas e escaneladas por um sistema a laser. Dentro da leitora, existe um canhão de laser direcionado para um espelho em forma de poliedro, com objetivo de realizar a difração do laser para que ele alcance toda dimensão da placa. A função da interação do laser com a placa é estimular a emissão da energia que foi armazenada no plate por meio da ocorrência de um processo de excitação. Por ter característica fosforescente, a energia armazenada será liberada em forma de luz de cor azul, que será coletada por um guia de �bra óptica. Terceiro passo Após a coleta pelo cabo de �bra ótica, os fótons de luz serão ampli�cados em um tubo fotomultiplicador. Posteriormente, o sinal luminoso é convertido em sinal elétrico, sendo digitalizado e armazenado, para que haja a construção da imagem. Atividade 1. Sobre radiologia digital, marque a opção que não corresponde a uma ação realizada por meio de sistemas computacionais nos processos que envolvem a produção de uma imagem radiológica. a) Transferência de imagens. b) Armazenamento de imagens. c) Aquisição de imagens. d) Tratamento das imagens digitais. e) Amplifica e retifica a corrente elétrica. 2. Nas a�rmativas a seguir, marcadas de 1 até 7, escolha a alternativa que melhor representa em ordem crescente a formação das imagens radiológicas digitais em sistemas de radiologia computadorizada (CR). 1. Liberação da energia armazenada no plate em forma de luz. 2. Ampli�cação de sinal em um tubo fotomultiplicador. 3. Condução do chassi exposto até a leitora de cassete. 4. Conversão do sinal luminoso em sinal elétrico. 5. Movimentação das placas de fósforo e escaneamento por um sistema a laser. 6. Exposição dos plates à radiação durante a realização do exame. 7. Coletada da luz por uma guiade �bra óptica. a) 6, 3, 5, 1, 7, 2 e 4. b) 3, 6, 1, 5, 7, 4 e 2. c) 6, 3, 5, 1, 7, 4 e 2. d) 6, 3, 2, 1, 5, 2, e 4. e) 3, 6, 5, 1, 7, 2 e 4. Placa de detectores de radiologia DR Em sistemas de radiologia digitais, existem dois mecanismos de formação das imagens. Um, de categoria indireta para formação da imagem, que podem ser obtidos por meio de material cintilador, que converte os fótons de raios X incidentes em luz, antes que sejam convertidos em cargas elétricas, enquanto o outro, forma as imagens através de dispositivo de carga acoplada (charge-coupled device – CCD). Detector de radiação por cintilação Um detector de tela plana tem três partes principais: Cintilador Arranjo de diodos transistor Componentes eletrônicos de leitura Quando a camada de cintilador é exposta aos raios X, o feixe é absorvido e convertido em luz visível. Um tubo fotomultiplicador acoplado a estes cristais possuem a função de ampli�car o sinal recebido, transformando-o em uma corrente elétrica de pequena intensidade e em seguida em sinal digital armazenado no computador. Ilustração de detector de cintilação. Dispositivo de carga acoplada (CCD) Trata-se de uma espécie de chip eletrônico (sensor) que contém elementos sensíveis à luz, similar aos CCDs encontrados em câmeras fotográ�cas. Por ter um tamanho pequeno, estes são dispostos em forma de matriz compostas por diferentes tipos de CCDs com pequenas dimensões. O processo de formação de imagem se inicia com a interação dos raios X que são transmitidos pelo paciente e chegam a um material cintilador (iodeto de césio dopado com tálio, CsI:Tl, ou oxissul�to de gadolínio, Gd O S). A função do cintilador é converter a energia dos raios X em luz. A luz alcança o CCD, para que, então, seja transformada em cargas elétricas. Esse sinal analógico, em forma de cargas, é convertido em sinal digital. 2 2 Dispositivo CCD e matriz CCD. Sistemas integrantes da informatização do serviço de radiologia Para que um serviço de radiologia digital utilize todas as possíveis vantagens obtidas por este processo, é imprescindível que ocorra paralelamente à digitalização o processo de informatização da unidade de saúde. A seguir, veremos mais detalhes sobre digitalização e informatização na saúde. Sistema PACs e protocolo DICOM Clique no botão acima. Sistema PACs (Picture Archiving and Communication system) No processo de informatização, o sistema PACs será o responsável pelo arquivamento e comunicação dos dados médicos, inclusive as imagens radiológicas. Com o sistema PACs será possível a visualização em estações de diagnóstico, de todas as imagens diagnósticas das diferentes modalidades e os seus respectivos laudos médicos. Além da visualização, dispositivos de saída como: gravadores de mídia (CD e DVD) estão conectados ao servidor para possibilitar o registro desses exames. Por meio de redes de comunicação LAN (rede de área local), MAN (rede de área no perímetro de uma cidade) e WAN (rede que abrange um país ou continente), as imagens podem ser compartilhadas entre diferentes setores e unidades, mesmo que estas não �quem no mesmo local (caso da rede MAN e WAN). DICOM (Digital Image and Communications in Medicine) É de�nido como um protocolo de imagens médicas com o objetivo de uni�cação, para facilitar a manipulação e transferência desses arquivos entre os diversos equipamentos e setores de um hospital. O protocolo DICOM permite manipulação e transferência de imagens usadas em Medicina entre diferentes equipamentos. Sua aplicação se baseia em um único protocolo de imagem independentemente de modalidade de exame, modelo e marca do equipamento responsável pela formação da imagem. Vantagens obtidas em um processo de digitalização e informatização de um setor de radiodiagnóstico Cada vez mais, é maior o número de clínicas e hospitais que recorrem ao serviço de digitalização e informatização, pois suas vantagens são inegáveis. Os possíveis benefícios obtidos em um setor de radiologia são listadas a seguir. Melhor qualidade das imagens produzidas quando comparado ao método analógico; Recursos de manipulação e pós-processamento das imagens por meio de computadores denominados workstation; Apresenta um maior aproveitamento das imagens radiográ�cas reproduzidas, desse modo, possibilitam redução no número de imagens rejeitadas, com isso, contribuem para que haja redução de dose; Ilustração de uma rede local de transmissão de dados em um típico hospital. Redução do impacto ambiental e nos pro�ssionais de radiologia devido a descontinuidade do uso de agentes químicos (revelador e �xador) e películas; Otimização do �uxo de trabalho, devido à alta velocidade entre a recepção dos pacientes, a execução do exame e a reprodução das imagens; Transmissão de imagens entre ambientes distantes através de rede de transmissão de dados pela internet; Possibilidade de criar sistema de prontuários digitais, o que possibilita que todas as imagens e todos os laudos �quem armazenados no mesmo local de modo digital; Redução de espaço físico, pois a sala destinada ao serviço de revelação das películas (câmara escura) perderia o seu propósito. Custo para implementação da digitalização e informatização do serviço de radiodiagnóstico O custo inicial para que seja realizado o processo de digitalização e informatização varia de forma direta com o porte da unidade hospitalar, número de equipamentos e se há ou não �liais para compartilhamento de dados. Apesar de alto investimento necessário para implementação deste processo, o custo operacional será inferior ao custo de um serviço analógico. Isso se justi�ca pela ausência dos insumos (�lmes e químicos) que seriam utilizados de maneira constante caso o processo não seja iniciado. Com isso, podemos entender que dependendo do volume de exame realizado por esta unidade de saúde, o alto investimento inicial pode ser facilmente compensado por essa economia ao longo de algum tempo de operação do setor. Fonte: Google Atividade 3. Em sistemas de produção da imagem de forma indireta, é necessária a participação interface entre os receptores de imagem expostos e a imagem digital propriamente dita reproduzida em uma tela. Sobre as leitoras de cassete utilizada em sistemas de imagens radiográ�cas CR, marque a opção correta. a) Trata-se de um sistema que transforma imagens radiológicas com padrão analógico em imagens digitais. b) São componentes responsáveis por liberar a energia armazenada nos plates, assim como a coleta da energia para que haja formação das imagens. c) Utiliza uma espécie de chip eletrônico (sensor) que contém elementos sensíveis à luz, similar aos CCDs encontrado em câmeras fotográficas. d) Aplica-se a utilização de detectores de radiação do tipo cintilação. e) Esse componente utiliza luz branca de alta intensidade luminosa para estimular a liberação da energia armazenada nos plates. 4. Identi�que a melhor opção que representa a descrição abaixo. Graças a esse programa, se torna possível a padronização do formato das imagens geradas pelos equipamentos e uniformizar a comunicação entre eles. Por isso, foi criado um conjunto de normas para a troca e o armazenamento dessas informações, denominado: a) PEP b) PACS c) DICOM d) MAN e) RIS 5. Sobre as vantagens obtidas após o processo de digitalização e informatização de um setor de radiodiagnóstico, qual das opções a seguir não representa uma vantagem obtida por esse processo? a) Minimiza o risco químico em funcionários e meio ambiente. b) Melhoria na qualidade das imagens radiológicas. c) Não representa um custo investir na digitalização de um setor, os valores gastos em radiologia analógica são idênticos ao da radiologia digital. d) Possibilita a transmissão de imagens entre diferentes locais. e) Possibilita pós-processamento com possíveis melhorias nos parâmetros qualitativos da imagem. Notas Telerradiologia 1 É a utilização das tecnologias de informação e meios de comunicação em rede, com o objetivo de permitir o diagnóstico em locais distantes do ambienteonde foi realizado o exame. Fosforescência 2 É um fenômeno presente em alguns elementos que emitem luz, para tanto, é necessário que haja um estímulo energético prévio. Formas típicas de exercícios 3 - ênfase em exercícios de aquisição de léxico de forma dinâmica e signi�cativa para o aluno. Referências ANTÔNIO JR. Técnicas radiográ�cas. Rio de Janeiro: Rubio, 2006. BONTRANGER, K. L. Tratado de técnica radiológica e base anatômica. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001. BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier 2010. Próxima aula Equipamento e acessórios de mamogra�a; Radiologia intervencionista e seus componentes; Radiologia odontológica, ultrassonogra�a e densitometria óssea. Explore mais Assista ao vídeo Webinar: A�nal, o que é um PACS? javascript:void(0);
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