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Tratados de Direitos Humanos, STF e Sistema Carcerário

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1) Em relação aos tratados internacionais de Direitos Humanos, o Pacto de São José de Costa Rico foi aderido pelo Brasil oficialmente? Tendo sido aderido, com qual status de norma jurídica o tratado foi incorporado ao Brasil, e sobre que fundamento constitucional?
O Pacto de São José da Costa Rica, também conhecido como a Convenção dos Direitos Humanos, foi adotada e aberta à assinatura na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos, em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969. No entanto, só foi adotada em nosso ordenamento jurídico e entrou em vigor em 18 de julho de 1978, depois da 11ª ratificação. 
A Emenda Constitucional nº 45, acrescentou o parágrafo 3° ao inciso LXXVIII do artigo 5º da Constituição Federal, conferiu aos tratados e às convenções de direitos humanos dos quais o Brasil seja signatário e que forem aprovados pelo Congresso Nacional, em votação de dois turnos, por três quintos de seus membros, a equivalência às emendas constitucionais.
No entanto, a orientação quanto aos tratados internacionais precisou ser alterada, em especial sobre aqueles que, anteriores à emenda, haviam sido aprovados por maioria simples, como ocorreu com o Pacto de São José. Em razão disso, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os tratados e as convenções internacionais sobre direitos humanos, se não incorporados como emenda constitucional, têm natureza de normas supralegais.
Segundo a Suprema Corte, o caráter especial desses diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico, estando abaixo da Constituição, porém acima da legislação infraconstitucional com eles conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de ratificação.
2)    Segundo o tema relativo aos tratados internacionais de Direitos Humanos, qual é o posicionamento do STF no tocante à prisão civil por dívida?
O posicionamento do Supremo Tribunal Federal foi no sentido da inadmissibilidade da prisão civil do depositário infiel, segundo a súmula número 25 do STF, que expressa: 	“é ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”. Assim, a jurisprudência da Corte evoluiu no sentido de que a prisão civil por dívida é aplicável apenas ao responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia. O Tribunal entendeu que a segunda parte do dispositivo constitucional que versa sobre o assunto é de aplicação facultativa quanto ao devedor excetuado o inadimplente com alimentos e, também, ainda carente de lei que defina rito processual e prazos.  
3) Segundo o posicionamento do STF em relação às gerações de Direitos Humanos, como o Meio Ambiente se enquadra no nosso ordenamento jurídico, e como a sua tutela funciona? 
O Superior Tribunal Federal reconheceu o direito ao meio ambiente como direito fundamental que está na terceira geração dos direitos humanos. Nesse sentido, o meio ambiente também foi considerado como bem jurídico constitucional, ampliando assim as características especiais do bem ambiental, disposto no artigo 225 da Constituição Federal de 19888, que prediz: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A CF também diz que é um dever de todos preservar e defender o meio ambiente, pois cuidar dos recursos naturais é cuidar da própria vida. 
4) O Supremo Tribunal Federal se posicionou em relação ao princípio da Dignidade Humana e o sistema carcerário brasileiro. A esse respeito, apesar de se tratar de uma pauta impopular, o encarcerado tem direito à proteção contra a proliferação de doenças infectocontagiosas e condições de vida insalubres, segundo a jurisprudência constitucional pacificada? 
A assistência à saúde está prevista no art. 14 da LEP e visa prevenir e remediar os problemas de saúde que possam acometer o condenado. O ambiente prisional é, por natureza, dotado de um maior risco para o surgimento de determinadas doenças. Tal assistência garante ao preso o tratamento odontológico, médico e ambulatorial bem como, o recebimento de medicação necessária. Ressalte-se, que o art.41, VII, da LEP estipula que é direito do preso a assistência à saúde e que o art.43, VII, estipula ser direito de o preso contratar médico de confiança pessoal a fim de orientar e acompanhar o tratamento recebido por ocasião do cumprimento de medida de segurança.
Questão interessante diz respeito à possibilidade de concessão de prisão domiciliar para o condenado em regime aberto, nas hipóteses expressamente previstas, entre as quais a de estar acometido com doença grave. A jurisprudência confere esse direito aos condenados no regime semiaberto e fechado quando as condições de saúde estiverem graves e a unidade prisional não puder custodiar o preso, garanti-lhe um tratamento digno.
Outro ponto a ser destacado é o recente posicionamento do Supremo Tribunal Federal em autorizar a concessão de prisão domiciliar ao preso que cumpre pena no regime semiaberto quando não houver estabelecimento prisional adequado para aquele regime, que seriam a colônia agrícola ou industrial. Esse entendimento está expresso no verbete da Súmula Vinculante nº 56 que dispõe o seguinte: a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS.
5) Como o STF s e posiciona e m relação ao princípio d a proibição do retrocesso social? 
A Constituição Federal de 1988 abarca muitos princípios e direitos importantes para toda a sociedade e que são o cerne de toda e qualquer Constituição de uma nação democrática. Estes princípios que foram conquistados através de uma longa e constante briga por espaço dentro da sociedade estão em constante expansão, visto que a sociedade vem mudando de forma extremamente veloz. Por este motivo o Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição, deve se posicionar em situações em que o legislador infraconstitucional tenta limitar ou restringir direitos sociais garantidos constitucionalmente e historicamente. Nesse sentido o Supremo já teve alguns julgados, como a ADI 3.105, na qual o Min. Celso de Mello declarou inconstitucional Medida Provisória que autorizava contribuição previdenciária sobre os proventos dos servidores inativos. 
6)Explique a viabilidade jurídica dos programas de ação afirmativa segundo o STF. 
O programa de ação afirmativa visa oferecer tratamento justo a grupos de minorias, com o intuito de neutralizar as desigualdades e os efeitos de discriminações de modo geral e racial. A ação afirmativa leva o Brasil a um começo para a superação das desigualdades, reivindicando e buscando uma reparação de danos que esses grupos tiveram ao longo da história. 
Assegurando a população que fazem parte de grupos de minoria, a adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa, com o intuito de assegurar que a implementação de tais programas serão destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas em várias áreas, como educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra e à Justiça.
https://www.conjur.com.br/2017-jan-14/ambiente-juridico-decisoes-stf-dever-fundamental-desenvolvimento-sustentav http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.htm
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1268&termo= 
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-38537789 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11702239/artigo-14-da-lei-n-7210-de-11-de-julho-
de-1984

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