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Matéria: Direito Tributário Professor: Cadu Carrilho Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 2 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Esse é um curso de Direito Tributário para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Em função da notícia da saída da ESAF como a banca examinadora desse concurso, fizemos a reformulação das questões para todas as bancas, com ênfase na FCC e na CESPE. Olá!!! Eu sou o Professor Cadu Carrilho. Fui aprovado em PRIMEIRO LUGAR em um dos concursos mais difíceis do BRASIL, Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro, famoso ICMS-RJ, cargo que ocupo hoje. Além disso, passei no concurso de Auditor Fiscal da Prefeitura de São Paulo, chamado de ISS-SP, em 2007, ocupei esse cargo por 4 anos. Fui aprovado e ocupei o cargo de Analista Tributário da Receita Federal do Brasil em 2006. Aprovado também no concurso de Auditor Fiscal da Prefeitura do Rio de Janeiro em 2010. Sou formado em Ciências Navais pela Escola Naval, quase me formando em Direito e com uma especialização em Direito Tributário. No mundo dos concursos dou aulas nas matérias de Legislação Tributária Estadual, Direito Tributário e Direito Empresarial. É uma trajetória que me enche de orgulho, não o orgulho altivo, mas o de saber que obtive esses resultados em função de muita dedicação e sacrifício. Foi um investimento bem grande de recursos, tempo e aprendizado. E tenho ajudado outros a alcançarem esse mesmo sucesso há alguns anos. Então, nosso objetivo é usar toda essa experiência e bagagem no mundo dos concursos a te ajudar a ter o melhor material. E proporcionar um EXCELENTE RESULTADO nesse concurso tão difícil. Tenha convicção de que o seu esforço será recompensado, só depende de você. É com base nessas aprovações que venho aqui apresentar e oferecer um excelente material, mas não basta o material ser bom, é preciso que gere o resultado e atenda as expectativas. O RESULTADO PRETENDIDO é a sua aprovação no concurso, fazendo você mandar muito bem na prova de Direito Tributário que tem um peso significativo no concurso. O objetivo desse conteúdo é deixar você apto a “arrebentar” na prova de Direito Tributário. O curso é feito tendo como base os melhores materiais, com a teoria necessária e adequada a um correto aprendizado. Além disso, teremos muitos esquemas que ajudam a melhor compreensão do conteúdo. Haverá muitos exercícios, essa ideia de fazer muitos exercícios norteia nossos trabalhos aqui no exponencial, pois a experiência nos mostra que os exercícios são ferramentas indispensáveis à aprovação. Eu, no intuito de facilitar a vida do aluno, procuro colocar no corpo da aula a reprodução da letra da lei, porque, se você for reparar, a grande maioria das questões de Direito (qualquer um) nas provas de concurso, cobra a literalidade da lei. Apresentação http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 3 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Assim, você não vai precisar abrir nenhum outro livro, código ou site para alcançar o conteúdo explicado, pois já estará ali, à sua disposição. Fica a dica!!! Vamos nos ater também à jurisprudência, no que for cabível, já que as decisões do STF e STJ são usadas pelas bancas para elaborar questões com uma certa frequência. Então, como concurseiro, sempre gostei muito de ver no corpo da teoria o artigo citado Nosso trabalho principal é facilitar seus estudos, de maneira que não seja necessário nenhum outro material complementar. Letra da Lei e Jurisprudência Esquemas e Exercícios Teoria Estilo do Curso http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 4 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Aula Conteúdo 00 Sistema Tributário Nacional. Tributo: definição e espécies - impostos, taxas 01 Tributo: definição e espécies contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios, contribuições especiais. 02 Competência tributária. Capacidade tributária. Repartição de receitas tributárias. 03 Limitações ao poder de tributar 1: Princípios gerais. 04 Limitações ao poder de tributar 2: Imunidade. Incidência e não incidência. Isenção. 05 Impostos da União. Impostos dos Municípios. 06 Impostos dos Estados e do Distrito Federal 07 Legislação tributária: fontes do Direito Tributário, vigência, aplicação, integração e interpretação. 08 Obrigação tributária: principal e acessória. Fato gerador. Base de cálculo. Alíquota. Sujeito ativo. Sujeito passivo: contribuinte e responsável. Domicílio tributário. 09 Responsabilidade solidária, responsabilidade de terceiros, responsabilidade por infrações. 10 Crédito tributário: lançamento - efeitos e modalidades. 11 Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário. 12 Administração tributária - fiscalização, regulamentação, competência, limites, procedimentos. Dívida ativa - certidão negativa. Garantias e privilégios. 13 Simples Nacional – Lei Complementar nº 123/2006 e alterações A ideia desse cronograma é poder fazer uma divisão equitativa em termos de conteúdo, de maneira que as aulas tenham um número similar de páginas, principalmente em relação à parte teórica. Acho que a divisão ficou boa!! Perceba também o enfoque em fazermos muitas questões e recentes. Visto isto, vamos em frente! http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 5 de 117 www.exponencialconcursos.com.br SUMÁRIO 1 - Conceito de Tributo ........................................................................8 2 - Espécies de Tributo ...................................................................... 15 3 - Classificação dos Tributos ............................................................ 19 3.1- Quanto a Hipótese de Incidência ...................................................... 19 3.2- Quanto ao Destino da Arrecadação .................................................. 21 3.3- Quanto à Finalidade ....................................................................... 22 3.4- Natureza Jurídica dos Tributos ......................................................... 23 4 - Impostos ..................................................................................... 26 4.1- Princípio da Não Afetação ............................................................... 28 4.2- Classificação dos Impostos ............................................................. 28 4.2.1 - Impostos Direitos e Indiretos .................................................................. 29 4.2.2 - Impostos Proporcionais, Progressivos ou Regressivos ................................ 30 4.2.3 - Impostos Classificados Segundo o CTN .................................................... 31 4.2.4 - Impostos Reais e Pessoais ...................................................................... 31 4.3- Capacidade Contributiva dos Impostos ............................................. 32 5 - Taxas ........................................................................................... 33 5.1- Taxa de Serviço ............................................................................ 34 5.2- Taxa de Polícia .............................................................................. 36 5.3- Base de Cálculo das Taxas .............................................................. 39 5.4 - Taxas e Preço Público .................................................................... 41 6 – Questões Comentadas ................................................................. 44 7 – Lista de Exercícios .......................................................................91 8 – Gabarito .................................................................................... 117 Aula 00 – Tributo, Definição e Espécies: impostos e taxas http://www.exponencialconcursos.com.br/ file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316546 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316547 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316548 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316549 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316550 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316551 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316552 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316553 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316554 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316555 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316560 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316561 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316562 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316563 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316564 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316565 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316566 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316567 file:///G:/Meu%20Drive/Exponencial/.%20Gestão%20dos%20cursos/.%20Cursos%20PDF/Cursos%20Regulares/Direito%20Tributário%20Regular/Aula%2000%20-%20Direito%20Tributario%20-%20Definicao%20de%20Tributo%20e%20Especies%20Tributarias-v2.docx%23_Toc516316568 Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 6 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Seja bem-vindo ao curso de Direito Tributário. Como bem sabemos, o Direito, como ciência jurídica, é um sistema jurídico completo e integrado de princípios, normas, leis e regras impostas pelo Estado. No entanto, para fins didáticos e para questões de concursos públicos, existe sim a divisão entre os ramos do Direito. Vamos nos ater a um desses ramos considerado autônomo, o Direito Tributário. Observação importante, quando me refiro a Estado, estou falando sobre os entes estatais previstos na Constituição Federal, União, Estados-Membros, Distrito Federal e Municípios. Existe também a clássica divisão do Direito em Público e Privado, essa classificação varia de acordo com o critério doutrinário, independentemente do critério adotado, o Direito Tributário é inserido como Direito Público. Já que é um ramo em que sempre uma das partes é o Estado, além disso, na aplicação do direito público deve prevalecer a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público, vemos isso muito bem em Direito Administrativo. Portanto, podemos definir o Direito Tributário como o ramo jurídico de Direito Público didaticamente autônomo que estuda e analisa as relações jurídicas entre o Estado e o contribuinte, no que tange à instituição, fiscalização e arrecadação de tributos. Instituir tributo significa usar a imperatividade estatal para criar tributo, fiscalizar tem a ver com as atividades promovidas pela Administração Pública sobre o contribuinte e arrecadar significa o ato em que os recursos vão do contribuinte para o Estado. O Estado organizado precisa de recursos financeiros para manter sua estrutura e oferecer ao cidadão os serviços que lhe competem, atendendo à coletividade, além de diversas outros compromissos, obrigações e competências. Esses recursos financeiros são as receitas públicas. As receitas públicas obtidas pelo Estado são classificadas em originárias e derivadas. Receitas originárias são as obtidas pelo Estado quando age como um particular, são advindas de situações contratuais, decorrentes da exploração do patrimônio estatal. Exemplo de receita originária ocorre quando o Estado é dono de um imóvel e aluga esse imóvel para um particular, veja que esse particular paga o aluguel porque quis contratar, manifestou sua vontade com a assinatura do contrato de aluguel. Outros exemplos de receitas originárias são os dividendos obtidos quando o Estado é sócio de uma sociedade que obteve lucro e quando o Estado explora atividade econômica. Não há, na obtenção desse tipo de receita, coercitividade ou imperatividade estatal. Há igualdade nas relações. Receitas derivadas são as obtidas pelo Estado no uso do seu poder de império, utiliza as prerrogativas que lhe são próprias e sua soberania outorgada http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadasProf. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 7 de 117 www.exponencialconcursos.com.br pela sociedade, para impor, por meio de lei, que as pessoas transfiram seus recursos financeiros. Não há manifestação de vontade do cidadão. São exemplos desse tipo de receita os tributos, as multas e as reparações de guerra. O imposto de renda é um bom exemplo de receita derivada, já que é cobrado da pessoa que obtenha renda de maneira coercitiva e sem análise de vontade do contribuinte. Nas receitas derivadas o Estado faz valer seu poder sobre o contribuinte. Para isso, o Estado edita leis. As partes aqui são desiguais. Os tributos são as principais fontes de receitas públicas derivadas obtidas pelo Estado. RECEITAS ORIGINÁRIAS DERIVADAS Relações de Dir. Privado Relações de Dir. Público Exploração do próprio patrimônio DERIVA do Poder de Império Natureza contratual Previsão legal Isonomia entre as partes Desigualdade entre as partes Ex: Alugueis, dividendos Ex: Tributos O Direito Tributário estuda os tributos e as relações jurídicas que ensejarão a cobrança, fiscalização e pagamento desses tributos, enquanto o uso, gasto e utilização desses recursos pelo Governo é estudado no Direito Financeiro e não será objeto de nossa análise. As relações jurídico-tributárias são aquelas em que o polo ativo é o ente tributante (pessoa jurídica de direito público) e o polo passivo é o sujeito passivo, contribuinte e devedor do tributo. É interessante também saber que o Direito Tributário se relaciona de perto com os outros diversos ramos do Direito, como Constitucional, Administrativo, Civil, Processual, e até mesmo o Penal. 1. (FCC/INFRAERO/Advogado/2011) O imposto, a taxa e a contribuição de melhoria são, para o Estado, formas de receita a) derivada, derivada e originária, respectivamente. b) originária. c) derivada. d) derivada, originária e derivada, respectivamente. e) originária, derivada e derivada, respectivamente. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 8 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Comentário: Os tributos são as principais fontes de receitas públicas obtidas pelos Estados. Imposto, taxa e contribuição de melhoria são espécies de tributo e são, portanto, considerados receitas derivadas. Gabarito 1: C 2. (FCC/TCE-PR/Analista/2011) Com relação aos tributos, é correto afirmar que são considerados receita derivada e têm por finalidade obter recursos financeiros para o Estado custear as atividades que lhe são correlatas. Comentário: Os tributos existem para financiar e custear as atividades públicas e são considerados receitas derivadas. Gabarito 2: Correta O nosso estudo de Direito Tributário será feito de acordo com as previsões da Constituição Federal de 1988 (CF) e do Código Tributário Nacional (CTN) principalmente. A Constituição Federal estipula as regras e princípios tributários, as competências dos entes tributantes, além de impor limites ao poder de tributar e a manutenção das garantias e direitos individuais. É nela que tiraremos os princípios norteadores da nossa matéria. Essas previsões constitucionais compõem o chamado Sistema Tributário Nacional que estão lá do Artigo 145 a 162 da CF. Atente que as questões tributárias constitucionais não se esgotam nesses artigos. Precisamos conhecer o conceito de tributo. Essa definição não está prevista na Constituição e sim no Código Tributário Nacional (CTN). Antes de vermos a definição de tributo, é importante, desde já, sabermos qual o poder normativo do CTN. A Constituição Federal estipula quais as situações que serão reguladas por lei complementar. E em relação ao Direito tributário diz o seguinte: Constituição Federal - Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies (...) Portanto, cabe à lei complementar definir tributo. Encontramos essa definição no CTN, podemos afirmar, então, que o CTN é uma lei complementar. 1 - Conceito de Tributo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 9 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Muita calma em relação a essa afirmação, ela é verdadeira, mas precisa ser melhor analisada. O CTN é a Lei 5.172 de 1966, foi aprovado, à época, como Lei Ordinária, até porque a constituição da época não previa a existência de lei complementar. O CTN é uma lei que dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Em 1988 foi promulgada à Constituição, pela lógica do sistema, conclui-se que o CTN apesar de formalmente ter sido aprovado como Lei Ordinária, foi recepcionado pela Constituição de 1967 como Lei Complementar em função, exatamente, desse artigo exposto acima e mantido esse status de Lei Complementar ao ser recepcionado também pela Constituição de 88. Tanto é que, caso o legislador queira alterar o CTN, precisa fazer isso por meio de lei complementar. Agora sim podemos concluir a afirmação sobre o poder normativo do CTN. O Código Tributário Nacional é materialmente conceituado como lei complementar, pois assim foi recepcionado pela CF e formalmente lei ordinária e, de acordo com a ordem constitucional, define tributo e as normas gerais de direito tributário. Definição legal de tributo: Código Tributário Nacional - Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. TRIBUTO é toda prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir prestação compulsória que não constitua sanção e de ato ilícito instituída em lei cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 10 de 117 www.exponencialconcursos.com.br 3. (FCC/SEGEP-MA/Técnico da Receita/2016) De acordo com a definição do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação a) compulsória, em moeda ou em quaisquer tipos de bens e direitos, cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade administrativa ou judicial plenamente vinculada. b) pecuniária compulsória, em moeda ou em quaisquer tipos de bens e direitos, cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa ou judicial plenamente vinculada. c) compulsória, preferencialmente em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. d) pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. e) compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade administrativa ou judicial plenamente vinculada. Comentário: Tributo, conforme o CTN, no Artigo 3º, é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Gabarito 3: D Vamos analisar cada um dos aspectos dessadefinição, dividindo em 5 partes essa análise: Tributo é: - Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. O tributo é prestação que deve ser cumprida em dinheiro, considera-se redundante a expressão usada pelo CTN ao dizer “pecuniária” e “em moeda”. Pecúnia é dinheiro, é moeda. O objetivo aqui é deixar claro que não se deve pagar tributo em serviços (como serviço militar obrigatório ou serviços nas eleições), nem com bens e nem com mercadorias ou in natura. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 11 de 117 www.exponencialconcursos.com.br O termo “cujo valor nela se possa exprimir” não deve ser entendido como a possibilidade, de pegar algo com valor econômico, como um bem ou uma mercadoria, e atribuir um valor que possa ser expresso em moeda pagando o tributo, isso não pode ser feito. Essa expressão deve ser analisada no sentido de que há autorização para que um tributo seja expresso em unidades fiscais de referência, chamados de indexadores, como UFIR, OTN, etc. Importante observação sobre essa regra de prestação pecuniária ocorre em relação a um tipo específico de situação de extinção do crédito tributário por meio da dação em pagamento de bens imóveis. O CTN prevê as possibilidades de extinção do crédito tributários, uma dessas é a possibilidade de extinção do crédito tributário por meio da dação em pagamento de bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei (CTN, Art. 156, inciso XI). Essa situação excepcional só é admitida, não obstante o conceito de tributo, porque está expressamente prevista no próprio código. Isso não quer dizer nenhum tipo de derrogação do artigo 3º. O Supremo Tribunal Federal (STF) já consolidou entendimento sobre a inconstitucionalidade de dação em pagamento de bens móveis, considerando uma lei inconstitucional que previa o pagamento de tributo em bens móveis, por ferir os princípios da licitação. E o Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende que não se pode quitar ou compensar tributo com títulos da dívida pública. Conclusão, tributo deve ser pago em dinheiro como regra, admitindo-se na forma da lei, dação em pagamento de bens imóveis. - Prestação compulsória A compulsoriedade do tributo ocorre exatamente pela aplicação do poder de império do Estado, as pessoas não pagam tributo porque querem pagar, mas porque a lei determinada que sejam pagos. Tributo decorre de imposição legal. Somente a lei pode obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa. Independe da vontade do contribuinte. Compulsório é o contrário de voluntário, de facultativo. A Constituição autoriza que um ente crie um tributo, o ente faz uma lei instituindo o tributo, respeitando os princípios e garantias, ele deve ser pago pelo sujeito passivo. Não sendo pago, aplicam-se os mecanismos legais e judiciais de cobrança do tributo. - Não constitui sanção de ato ilícito O tributo não é punição, paga-se o tributo porque o legislador estipulou que uma determinada situação praticada pelo sujeito passivo enseja a cobrança do tributo, essa situação é chamada de fato gerador. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 12 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Fato gerador é uma situação abstrata prevista em lei que, quando ocorre no mundo concreto, enseja a cobrança do tributo. Portanto, muito importante saber que tributo não é multa e não deve ser confundida com essa. Mesmo se estivermos falando de infringência à legislação tributária que acarreta cobrança de multa tributária, você precisa ter convicção de que essa multa não é tributo. Pois, tributo não é punição por um ato ilícito. Tributo tem finalidade arrecadatória e interventiva e multa tem finalidade punitiva. Há uma outra análise interessante sobre essa previsão, falo da análise de fatos geradores que ocorrem em função da prática de um ato ilícito. Exemplo, banqueiro de jogo do bicho ou aquele que comercializa produtos ilícitos ou drogas, ambos auferem renda dessas atividades e, por isso, caracteriza-se o fato gerador do imposto de renda. Pela regra em comento, é devida a cobrança do imposto de renda, até mesmo nesses casos, mas não como sanção ao ato ilícito praticado, essa sanção deve até ocorrer pelas vias penais, e sim pela prática do fato gerador em comento. Portanto, ocorrido fato gerador é devido tributo, ocorrida a infração à legislação tributária deve ser cobrada multa como forma de punição. Tributo é poder fiscal do Estado, multa é poder de punir. Nessa situação temos o que a doutrina chama de princípio da pecúnia non olete, quer dizer dinheiro não tem cheiro. O imperador romano passeando com seu filho pelas ruas de Roma, mostra ao filho que cobra o tributo pelo uso das latrinas públicas, o filho questiona dizendo que seria uma situação ruim pelo fedor das latrinas, o imperador entrega uma moeda ao seu filho e pergunta: “tem algum cheiro?”, então, o dinheiro não tem cheiro, por isso cobramos independentemente de onde vem esse dinheiro. - Instituída em lei Todo tributo só existe e pode ser cobrado se houver lei. Há uma relação direta entre a previsão legal do tributo e a compulsoriedade. Essa parte da definição está ligada a questão do princípio da legalidade, vamos ver mais detalhadamente esse princípio tão relevante, as regras, as exceções entre outros detalhes. Afinal, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei. TRIBUTO • Não possui finalidade sancionária. • O objetivo é arrecadar e interfirir no cenário econômico e social. MULTA • É sanção por ato ilícito. • O objetivo é coibir o ato ilícito. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 13 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Nesse caso aqui, que fique claro, o fato de que, tem que ser lei em sentido estrito, ou seja, ato normativo emanado pelo Poder Legislativo, ou com força de lei como as medidas provisórias (MP) já que a Constituição atribui força de lei, não cabe instituição de tributo por decreto, resolução ou outros atos que compõem a chamada legislação tributária. Em regra, a instituição de tributo se dá por meio de lei ordinária, mas é preciso saber que há exceções, ou seja, alguns tributos podem ser instituídos por medida provisória (desde que se tornem lei), e alguns outros SÓ podem ser instituídos por lei complementar. - Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada A cobrança do tributo deve ser feita pela autoridade competente que deve agir de acordo com o mandamento legal. Não há análise de oportunidade e conveniência, típica dos atos discricionários, por parte da agente, constatada a situação que enseja cobrança de tributo, deve ser feita a cobrança. A atividade tributária no que tange à cobrança do tributo é vinculada. Exemplo: não cabe ao fiscal ficar com pena de alguém e deixar de cobrar o tributo porque a situação do contribuinte está difícil, sua atividade de cobrança do tributo é plenamente vinculada. Esse termo “vinculado” aparece em outras situações da nossa matéria, existe a classificação dos tributos em tributos vinculados e não vinculados, outra classificação que separa em tributos de receita vinculada e receita não vinculada. São situações diferentes dessa que está na definição de tributo, aqui, esse termo é utilizado para a atividade de cobrança de todos os tributos que é vinculada. Olha que interessante, o tributo é compulsório, ou seja, o contribuinte tem que pagar e cobrado por meio de atividade vinculada, ou seja, a autoridade tem que cobrar. O contribuinte é obrigado a pagar e o agente, como representante doEstado, é obrigado a cobrar. Instituída em Lei Criar ou extinguir tributo Sem exceção! Regra: Lei Ordinária ou Medida Provisória Exceções: Lei Complementar http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 14 de 117 www.exponencialconcursos.com.br 4. (CONSULPLAN/TJ-MG/Notário/2017) A partir da definição legal de tributo, considerando-se o art. 3º e outras disposições constantes do Código Tributário Nacional, é correto afirmar: a) Tributo é toda prestação pecuniária, podendo constituir sanção de ato ilícito. b) Tributo é prestação em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, sendo vedado o uso de unidades fiscais para indexação. c) Tributo é pagável em dinheiro, mas também em bens imóveis, nos termos da lei. d) A característica de ser prestação compulsória denota a natureza de receita originária do tributo. Comentário a) Errada - Tributo não pode ser sanção de ato ilícito. b) Errada - Pode ser usado indexadores nos tributos. c) Correta - Em regra tributo deve ser pago em dinheiro, mas pode também, nos casos da lei, ser pago com bens imóveis. d) Errada - Tributo é receita derivada. Gabarito 4: C 5. (CONSULPLAN/TJ-MG/Notário/2017) A partir da definição de tributo, é correto afirmar: a) O tributo é compulsório, mas essa característica não possui nenhuma relação com a garantia constitucional segundo a qual ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude da lei. b) A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido da possibilidade de medida provisória ser veículo idôneo para a instituição de tributo. c) Admite-se a edição de medida provisória sobre matéria reservada a lei complementar. d) Medida provisória não pode instituir imposto. Comentário a) Errada – A compulsoriedade do tributo tem tudo a ver com a questão da garantia constitucional da legalidade. b) Correta – Medida provisória, como tem força de lei, pode sim ser usada para instituir tributo. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 15 de 117 www.exponencialconcursos.com.br c) Errada – A medida provisória não pode ser usada nos casos de tributos que só podem ser feitos por lei complementar. d) Errada – Imposto é um tipo de tributo, medida provisória pode sim instituir imposto, desde que siga os requisitos que aprenderemos mais à frente. Gabarito 5: B Precisamos conhecer todas as espécies tributárias que existem no nosso ordenamento jurídico. A clássica divisão em três tipos ou espécies de tributos está no CTN, a Constituição, no Artigo 145, aparentemente também prevê esses mesmos três tipos de tributos que podem ser instituídos pelos entes federados, mas essa análise não para por aí. Os tributos previstos pelo CTN são os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. Chamada de teoria tripartida. CTN - Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. Porém, na nossa constituição, há previsão de outros dois tipos de exações a serem impostas ao cidadão que diferenciam-se dessas três, seriam o empréstimos compulsórios, no Artigo 148 e as contribuições especiais do Artigo 149 e 149-A. Durante um tempo houve uma discussão, se seriam ou não espécies tributárias distintas das demais, porém, tal discussão está superada, pois o STF, assim como a maioria da doutrina já consolidou entendimento, estabelecendo a chamada teoria pentapartida. Então, temos, hoje, cinco espécies tributárias de acordo com o entendimento do STF. São elas: impostos, taxas, contribuições de melhorias, empréstimo compulsórios e contribuições especiais. Espécies de tributos Imposto Taxa Contribuição de melhoria Empréstimos compulsórios Contribuições especiais Teoria Tripartida (CTN) Teoria Pentapartida (STF) 2 - Espécies de Tributo http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 16 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Gostaria de, nesse momento, trazer à tona os tributos que temos previsão constitucional. O intuito é apenas dar uma pincelada para você já ter uma noção do que vem pela frente. Vamos falar detalhadamente sobre cada um deles no momento oportuno. Agora é só mesmo para ter uma visão geral. Os tributos podem ser instituídos pelos entes federados, União, Estados, Distrito Federal e Municípios de acordo com as competências estipuladas pela Constituição. Lembrando, tributos podem ser: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições especiais. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; Quanto aos impostos, temos que a União pode instituir 7 impostos (Art. 156 da CF): imposto de importação (II), imposto de exportação (IE), imposto de renda (IR), imposto sobre produtos industrializados (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF), imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), imposto sobre grandes fortunas (IGF). Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. A União também pode instituir o imposto residual e o imposto extraordinário de guerra. Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, (...) II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, (...) http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 17 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Os Estados podem instituir 3 impostos (Art. 155), o imposto sobre a transmissão causa mortis e doação (ITCMD), o imposto sobre a circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) e o imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA). Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; III - propriedade de veículos automotores. Os Municípios podem instituir 3 impostos (Art. 156), o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), o imposto sobre a transmissão “inter vivos” de bens imóveis (ITBI) e o imposto sobre serviços (ISS). Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. Em relação às taxas cada ente tem competência para instituir as taxas no que tangem às suas atribuições. Ou seja, taxa pode ser instituída por qualquer ente da federação, desde que se enquadrem nos requisitos constitucionais e legais para isso. As taxas podem surgir pela prestação de serviço público ou pelo exercício do poder depolícia. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; As contribuições de melhorias são tributos que, assim como as taxas, podem ser instituídas por qualquer um dos entes da federação. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 18 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Contribuição de melhoria pode ser instituída quando ocorre valorização imobiliária decorrente de obra pública. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Os empréstimos compulsórios só podem ser instituídos pela União e dentro dos parâmetros constitucionais previstos. Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: Vamos ver as contribuições especiais. São muitas e estão previstas em locais fora dos artigos que se referem ao Sistema Tributário. As contribuições especiais são divididas em contribuições sociais (com mais subdivisões), contribuições de intervenção no domínio econômico, contribuição de categorias profissionais ou econômicas, e as contribuições de iluminação pública. As contribuições sociais podem ser contribuições para a seguridade social, ou outras contribuições sociais e, por fim, contribuições sociais gerais. A constituição prevê várias contribuições sociais, sendo muitas delas da seguridade social. A União é competente para instituir quase todas essas contribuições acima descritas, com exceção das contribuições previdenciárias dos servidores dos outros entes, essas ficam a cargo de cada ente e as contribuições de iluminação pública (COSIP) que só podem ser instituídas pelos Municípios ou pelo DF em sua competência municipal. Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, (...) § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40 (...) Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 19 de 117 www.exponencialconcursos.com.br 6. (FUNDATEC/SEFAZ-RS/Técnico Tributário/2014) I - Pelo fato de o Art. 145 da Constituição Federal contemplar a expressão “os tributos são os seguintes: impostos, taxas e contribuição de melhoria”, o empréstimo compulsório e as demais contribuições não se enquadram como exação tributária. II - As espécies tributárias restringem-se às exações previstas no Capítulo I do Sistema Tributário Nacional, contido no Título VI – Da Tributação e do Orçamento, da Constituição Federal. Comentário: I – Errada – Aprendemos que o entendimento é de que existem 5 espécies tributárias e não apenas 3. II – Errada – Algumas contribuições especiais estão previstas em outros artigos da Constituição sem ser esses dentro do Sistema Tributário Nacional, vamos aprender detalhadamente sobre isso. Gabarito 6: E; E Antes de adentrarmos especificamente nos ditames de cada tipo de tributo, acho que é interessante aprendermos algumas classificações e divisões adotadas pela doutrina e pelas normas no que tange aos tributos. Essa classificação é feita levando em conta as peculiaridades de cada tipo de tributo e nos fornece uma visão geral, além de permitir as diferenciações importantes para entendimento de cada assunto. Ajudam, inclusive, a determinar competência, natureza jurídica, base de cálculo e destinação da receita. Essa classificação nos ajuda a compreender melhor cada tributo. Quanto a hipótese de incidência, que é a situação prevista pelo legislador como fato gerador da exação, os tributos podem ser vinculados e não- vinculados. Essa classificação refere-se ao caso em que o fato gerador do tributo está relacionado ou não a uma contraprestação estatal. Tributo vinculado é aquele em que o fato gerador se vincula a alguma atividade estatal em prol do contribuinte, é cobrado quando ocorre um “fato do Estado”. Para que a cobrança do tributo aconteça é preciso que o ente cobrador realize alguma atividade relativa ao sujeito passivo. Alguns autores chamam de tributo retributivo. Exemplo: taxa e contribuição de melhoria. 3 - Classificação dos Tributos 3.1- Quanto a Hipótese de Incidência http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 20 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Tributo não vinculado é aquele que o fato gerador não tem nada a ver com alguma atividade estatal, não há relação ou vínculo entre o fato gerador do tributo e alguma atividade do governo para o contribuinte em relação ao pagamento do tributo. Há sim um “fato do contribuinte”. Não há necessidade de um agir estatal em direção ao contribuinte especificamente sobre o tributo cobrado. Alguns chamam de tributos contributivos. Exemplo clássico: imposto, por isso, que não faz muito sentido dizer que é um absurdo termos estradas esburacadas se pagamos IPVA, porque o pagamento de IPVA ocorre por uma manifestação de riqueza do contribuinte e esse imposto vai para o cofre “geral do governo”, que usa esse dinheiro sem vínculo entre o pagamento de IPVA e os buracos na estrada. Em relação aos empréstimos compulsórios e contribuições especiais não há previsão constitucional determinando ou estabelecendo fato gerador vinculado ou não vinculado para esses tributos, mas essa situação especial desses tributos deve ser analisada especificamente, não há um consenso na doutrina sobre o assunto. 7. (FGV/Prefeitura de Salvador/Técnico em Contábeis/2017) Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção por ato ilícito, constituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os tributos podem ser classificados em vinculados e não vinculados. Assinale a opção que indica um tributo não vinculado. a) Taxas. b) Impostos. c) Contribuições de melhoria. d) Contribuições sociais. e) Empréstimos compulsórios. TRIBUTOS VINCULADOS •Fato gerador é um "fato do Estado", pois depende de uma ação estatal. • Contraprestacionais • Caráter retributivo • São as taxas e as contribuições de melhoria TRIBUTOS NÃO VINCULADOS • Fato gerador é um "fato do contribuinte", pois independe de ação estatal • Não contraprestacionais • Caráter contributivo • São os impostos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 21 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Comentário: Taxas e contribuições de melhorias são tributos vinculados e impostos são tributos não vinculados. Gabarito 7: B Tributos podem ser de arrecadação vinculada ou de arrecadação não vinculada. É muito importante que você entenda a diferença da classificação anterior com essa daqui. A análise nesse ponto é feita no sentido de saber qual o destino da arrecadação do tributo instituído, para onde vai o dinheiro arrecadado, ou, pelo menos, para onde a lei ou a constituição definemque deve ir. Se tem determinação para que o tributo vá para o cofre geral do governo ele é um tributo de arrecadação não vinculada, se ao contrário, existe uma determinação para que a arrecadação do tributo tenha uma destinação específica, será um tributo de arrecadação vinculada. Tributo de arrecadação vinculada é aquele instituído de maneira que seus recursos são destinados ou comprometidos a certas despesas ou necessidades. O ente instituidor não tem liberdade de usar esses recursos como queira, deve sim, conforme estipulação constitucional ou legal, dar destino certo a esses recursos. Também chamados de tributos finalísticos. Exemplo: os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. Tributos de arrecadação não vinculada são os que os recursos da arrecadação podem ser utilizados livremente pelo Estado no atendimento de seus serviços à população (respeitando, é claro, a lei orçamentária). Não há uma previsão constitucional dando destinação ou vinculando a receita a alguma despesa. Exemplo: mais uma vez, impostos. As taxas e as contribuições de melhoria não possuem nenhuma determinação constitucional quanto a essa vinculação ou não. O ente instituidor desses tributos pode escolher se vincula a receita ou não, por meio da lei criadora do tributo. Então, veja bem, a taxa é tributo vinculado, podendo ser de arrecadação não vinculada. 3.2- Quanto ao Destino da Arrecadação http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 22 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Nessa classificação os tributos podem ser fiscais, extrafiscais ou parafiscais. Finalidade nos remete a saber qual o intuito do tributo, para que serve. Para fins meramente arrecadatórios, para fins de intervir na atividade econômica ou outro motivo. Os tributos fiscais são os que têm o objetivo principal de arrecadar, como fonte para os recursos da máquina estatal. Exemplo: alguns impostos como o ISS, ICMS, IR. O tributo extrafiscal, ou também chamado extra arrecadatório ou mesmo regulatório, existe com o objetivo de influenciar o comportamento das pessoas de maneira que o tributo intervenha em alguma situação social ou econômica. Muito usado para incentivar ou mesmo desmotivar o consumo de alguns tipos de produtos, ou intervir de verdade na economia, como controle de comércio internacional. Exemplo: contribuições interventivas, II, IPI. Mesmo que o tributo seja instituído como interventor, acaba também, de alguma maneira, contribuindo para a arrecadação, portanto, não são situações excludentes, mas deve ser analisada a função precípua do tributo. Ou seja, um tributo pode ser eminentemente fiscal e ser usado também de alguma maneira com uma função extrafiscal, enquanto um tributo extrafiscal, além de intervir, pode ajudar na arrecadação do ente. Por fim, temos a parafiscalidade, em que a lei estabelece que o ente que cobrará e ficará com os recursos do tributo é diverso do que institui. Exemplo: as contribuições previdenciárias antes da incorporação da Receita Federal pela Secretaria da Receita Previdenciária, já que antes disso o Tributo de ARRECADAÇÃO VINCULADA A receita arrecadada deve ser destinada exclusivamente a determinadas atividades São conhecidos como tributos finalísticos. Ex: empréstimos compultórios e contribuições especiais NÃO VINCULADA A receita arrecadada pode ser utilizada em qualquer despesa do ente estatal. Ex: impostos 3.3- Quanto à Finalidade http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 23 de 117 www.exponencialconcursos.com.br tributo era instituído pela União, mas a arrecadação do tributo era do INSS, uma pessoa diferente, outros exemplos são as contribuições corporativas para os Conselhos Regionais. 8. (CESPE/Câmara dos Deputados/Analista/2014) A parafiscalidade caracteriza-se pela destinação do produto da arrecadação a ente diverso do que instituiu o tributo. Comentário: A parafiscalidade é exatamente o que está descrito no enunciado. Um ente institui o tributo e o outro fica com o dinheiro desse tributo. Gabarito 8: Correta Diante dessa apresentação inicial sobre os tributos que existem em nosso ordenamento, podemos finalmente aprender como descobrir a natureza jurídica do tributo. O CTN estabelece como deve ser feita a análise para descobrir qual a natureza jurídica de um imposto. A natureza jurídica do tributo é definida pelo fato gerador da obrigação. Ou seja, para eu saber se um determinado tributo é imposto, ou taxa ou contribuição, preciso analisar o seu fato gerador. Por exemplo, se um tributo tiver um fato gerador vinculado a uma contraprestação estatal poderá ser uma taxa, mas não poderá ser imposto, lembra a classificação em tributo vinculado e não vinculado. O comentado artigo ainda nos ensina que será irrelevante para qualificar o tributo a denominação e as características formais adotadas pela lei, bem como a destinação legal do que for arrecadado. TRIBUTOS FISCAIS Objetiva principalmente: arrecadar recursos financeiros Ex.: IR, IPTU, ICMS, IPVA, ITBI, ISS 3.4- Natureza Jurídica dos Tributos TRIBUTOS EXTRAFISCAIS Objetiva principalmente: intervir em uma situação social ou econômica. Ex.: II, IE, IOF, IPI TRIBUTOS PARAFISCAIS A instituidora do tributo atribui a disponibilidade dos recursos arrecadados a entidade distinta. Ex: Contribuição ao CREA. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 24 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Portanto, não importa muito para análise da natureza jurídica de um tributo o nome dado pela lei ao tributo, ou mesmo, para onde vai o valor arrecadado. Por exemplo, se um ente institui um tributo com nome de “imposto de coleta de lixo municipal”, e é cobrado mediante a prestação de um serviço público de limpeza a favor do contribuinte, então, apesar do nome que a lei deu de “imposto”, nitidamente trata-se de uma taxa. E deve ser tratado como taxa, caso seja considerado constitucional. Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la: I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei; II - a destinação legal do produto da sua arrecadação. Na verdade, esse segundo inciso do artigo complica um pouco nosso entendimento, porque nós vimos que alguns tributos são de receita vinculada, então, importa sim saber qual a destinação da receita para definir o tributo. A Constituição, mais nova que o CTN em idade, prevê dois novos tributos que não estavam no CTN, por isso, para os três tipos de tributos inicialmente previstos no CTN realmente não importava a destinação da arrecadação, no entanto, para os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais essa situação importa. Então, o artigo 4 do CTN foi parcialmente recepcionado pela Constituição Federal. O entendimento não se encerra aí, temos ainda que analisar sim outros aspectos do tributo para saber sua natureza jurídica. A constituição estabelece que as taxas não podem ter base de cálculo próprias de imposto. Exemplo: não pode um ente instituir taxa que use a base de cálculo sobre a renda da pessoa. Enfim, é preciso, portanto, para determinar a natureza jurídica de um tributo a análise do fato gerador e da sua base de cálculo. Art. 145 - § 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos . Apesar das outras considerações, aconselho conhecer bem esse artigo 4º porque costuma ser cobrado no seu inteiro teor da maneira que está lá na lei. http://www.exponencialconcursos.com.br/Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 25 de 117 www.exponencialconcursos.com.br 9. (VUNESP/IPT-SP/Advogado/2014) A natureza jurídica do tributo é determinada a) pela sua denominação e demais características formais adotadas pela lei. b) pela destinação legal do produto da sua arrecadação. c) pelo fato gerador da respectiva obrigação. d) pelo crédito tributário correspondente. e) pela obrigação tributária que lhe dá origem. Comentário: Segundo o Artigo 4º do CTN, a natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da obrigação. a) Errada – Pelo CTN, a denominação e demais características são irrelevantes para qualificar o tributo. b) Errada – De acordo com a literalidade do artigo do CTN, a destinação legal do produto da arrecadação do tributo é irrelevante para qualificar e determinar a sua natureza jurídica. c) Correta – Está de acordo com a lei. d) Errada – Crédito tributário é assunto que será visto no curso mais à frente, mas não é o que determina a natureza jurídica. e) Errada – A obrigação tributária dá origem ao crédito tributário e não a natureza jurídica do tributo. Gabarito 9: C CF 88 Relevante na qualificação CTN Irrelevante para qualificá-la Natureza Jurídica do Tributo Determinada pelo: Fato Gerador denominação e demais características Base de Cálculo destinação da arrecadação o destino da arrecadação http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 26 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Imposto é uma espécie de tributo, e tem como característica ser não vinculado, ou seja, é exigido independente de uma contraprestação estatal, o seu fato gerador não é decorrente de uma atividade estatal específica em prol do contribuinte. Além disso, sua receita também é não vinculada. Incide sobre a manifestação de riqueza do contribuinte, possuem, portanto, caráter contributivo e solidário, já que fazem com que o Estado possa arrecadar e com esses recursos possa atender à coletividade, financiam a atividade geral do Estado. Vamos entender melhor essas características do imposto. A lei definiu o imposto de forma negativa, ou seja, diz o que ele não é. O imposto é um tributo em que o fato gerador constitui uma obrigação tributária de uma situação independente de qualquer contraprestação estatal específica voltada para o contribuinte desse imposto. Portanto, é o tributo eminentemente não vinculado, diferente das taxas e contribuições de melhorias em que há uma vinculação do fato gerador e a contraprestação do Estado para o contribuinte. Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Veremos mais para frente o princípio da capacidade contributiva aplicada aos impostos prevista no Artigo 145 § 1º da CF. 10. (CESPE/TJ-RN/Juiz/2013) Imposto consiste em tributo cujo fato gerador representa situação que depende de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte. Comentário: Imposto é tributo em que o fato gerador INDEPENDE de atividade estatal voltada para o contribuinte que pagou o imposto. IMPOSTOS Fato Gerador Situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (Art. 16 CTN) Devem ser graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. (Art. 145, § 1º ) 4 - Impostos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 27 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito 10: Errada 11. (FUNDEP/MPE-MG/Promotor/2018) Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Comentário: Perfeita, está de acordo com o Artigo 16 do CTN. Gabarito 11: Correta Depois, entraremos nos detalhes das competências para instituições de todos os tributos, mas creio que nunca é demais lembrar o que é importante. A Constituição Federal não cria os tributos e nem os impostos, ela atribui competência para que os entes façam isso, instituam os tributos. Ou seja, o ente pode criar o imposto quando autorizado pela Constituição, mas saiba que, se resolver criar, tem que ser por meio de lei, em regra pode ser por lei ordinária, ou até mesmo por medida provisória, só não pode usar medida provisória nos casos de tributos que só possam ser criados por meio de lei complementar, já que alguns outros impostos só podem ser criados por meio de lei complementar. Em relação aos impostos temos as seguintes possibilidades de instituição: - União, são 7 ordinários e mais 2 tipos – II, IE, IPI, IOF, IR, ITR, IGF, IEG e I Residual. Estados podem criar IPVA, ICMS e ITCMD. Municípios podem criar ITBI, IPTU e ISS. O Distrito Federal pode criar os impostos Estaduais e Municipais. De acordo com a constituição, cada ente que for instituir o seu imposto deve se atentar na hora de elaborar a sua lei para as regras gerais relativas ao imposto em pauta. Essas regras gerais do IMPOSTO a ser instituído serão feitas com base em lei complementar federal. A Lei Complementar deve estabelecer normas gerais em relação aos fatos geradores, às bases de cálculo e aos contribuintes dos impostos, de maneira que, assim sendo, o ente federativo não tem plena liberdade legislativa. Exemplo: Diversos impostos possuem essas regras gerais no próprio CTN, o ICMS tem a Lei Complementar 87 de 1996, famosa Lei Kandir, o ISS também possui lei geral que é a LC 116 de 2003. No entanto, há casos em que essa LC ainda não existe, mesmo assim, o STF já pacificou entendimento de que o ente pode legislar plenamente, enquanto não houver a lei geral do imposto. Quando essa lei for aprovada, a lei do ente pode ter os efeitos suspensos no que for contrário à lei geral. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 28 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Exemplo: não existe a lei geral do ITCMD, então, cada Estado faz sua própria lei, devendo respeitar, é claro, a Constituição. Art. 146. Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; Além disso, o imposto é um tributo em que os recursos adquiridos por essa exação não estão vinculados a nenhum tipo de despesa específica, até porque, a própria constituição proíbe essa vinculação. É a aplicação de um princípio chamado de princípio da não afetação ou não vinculação. A regra constitucional diz que é vedada vinculação de receita de impostos à órgão, fundo ou despesa. Essa é a regra geral, veja abaixo que o próprio constituinte estabeleceu alguns casos em que se admitirá a vinculação. Dentre essas exceções vale a pena destacar as vinculações atribuídas pela própria constituição em outros trechos, como a repartição de receitas de impostos com outros entes, além das despesas com saúde, educação e com a administração tributária. Art. 167. São vedados: IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestaçãode garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo. Vamos ver uma classificação sobre impostos, alguns poucos usam essa classificação para os tributos em geral, mas nas provas e alguns outros doutrinadores usam dessa mesma maneira que vou fazer agora. E, na prática, é uma divisão que se aplica aos impostos, e que, inclusive, nos ajuda na compreensão de outros assuntos correlatos. 4.1- Princípio da Não Afetação 4.2- Classificação dos Impostos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 29 de 117 www.exponencialconcursos.com.br 4.2.1 - Impostos Direitos e Indiretos O imposto direto é aquele que a pessoa que paga o imposto é o próprio contribuinte definido na lei. A pessoa que manifestou riqueza e que praticou o fato gerador é a mesma que arcará financeiramente com esse pagamento. A pessoa eleita pela lei para ser o contribuinte é chamada de contribuinte de direito. Quem suporta o ônus da carga tributária é chamado de contribuinte de fato. Quando a mesma pessoa elencada pela lei como contribuinte é a que de fato arca com esse pagamento, ou seja, contribuinte de direito e contribuinte de fato são a mesma pessoas tem-se o imposto direto. Exemplo: IR, IPTU, IPVA, ITBI. Imposto indireto é aquele em que o ônus tributário recai sobre terceira pessoa não elencada na lei. Ocorre quando a lei estipula que uma pessoa é o contribuinte, chamado de contribuinte de direito, mas quem arca com o custo financeiro e sobre quem recai a diminuição patrimonial é outra pessoa, chamada de contribuinte de fato. Geralmente ao consumidor final de um produto ou serviço é repassado o valor do imposto no preço da venda ou serviço. O contribuinte de direito consegue transferir a outra pessoa o encargo econômico. Exemplo: IPI, ICMS, ISS. Não pense que, nesses casos, o ente estatal cobrará o imposto do contribuinte de fato, pois a lei diz quem tem que pagar, essa situação de repasse do ônus financeiro ocorre em decorrência do mercado e da economia. Então fica assim, imposto direto é aquele em que o contribuinte de direito (da lei) e contribuinte de fato (arca com o ônus) são a mesma pessoa e imposto indireto é aquele em o contribuinte de direito é um e contribuinte de fato é outro. Contribuinte de direito Aquele que tem o dever legal de pagar o tributo de fato Aquele que, do ponto de vista econômico, suporta o ônus da carga tributária http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 30 de 117 www.exponencialconcursos.com.br 4.2.2 - Impostos Proporcionais, Progressivos ou Regressivos Essa diferenciação ocorre principalmente pela mudança da alíquota a ser aplicada para cada base de cálculo. Vamos aprender que os impostos são calculados, basicamente, pela multiplicação do valor da base de cálculo pela alíquota (Imposto = BC x Alíq.). Imposto proporcional é aquele em que não há variação da alíquota, ou seja, mesmo que mude a base de cálculo, aumentando ou diminuindo esse valor, a alíquota permanece a mesma. Em termos de justiça fiscal é considerado “neutro”. Exemplo: ICMS sobre uma circulação de mercadorias com base de cálculo de R$ 100.000,00 e outra operação com base de cálculo de R$ 200.000,00, a alíquota de 18% será a mesma para os dois casos, não mudando a alíquota só porque aumentou a base, mantendo a cobrança proporcional. Imposto progressivo é o que aumenta a alíquota conforme for aumentando a base de cálculo. De maneira que, quem demonstra mais riqueza, vai pagar mais progressivamente do que quem demonstra menos riqueza. Exemplo: IR, quem ganha R$ 3.000,00 por mês paga sobre uma alíquota de 15%, e quem recebe no valor de R$ 6.000,00 calcula o IR com alíquota de 27,5%, ou seja, o imposto é progressivo. Imposto regressivo é o contrário do progressivo, quanto mais riqueza, ou seja, maior a base de cálculo, menor seria a alíquota e menor o valor proporcionalmente considerado vai ser pago. Não vislumbro exemplo dessa possibilidade em nosso país. TRIBUTOS DIRETOS Contribuinte de Direito Contribuinte de Fato Não há transferência / repercussão do ônus tributário. Contribuinte de Direito arca com o ônus econômico do tributo. Ex: IR, IPVA, IPTU, ITDC, ITBI TRIBUTOS INDIRETOS Contribuinte de Direito Contribuinte de Fato Há transferência / repercussão do ônus tributário. Contribuinte de Direito repassa o encargo econômico do tributo para outro (contribuinte de fato) Ex: IPI, ICMS e ISS http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 31 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Atente ainda para a possibilidade de imposto fixo, ou seja, determina-se um valor fixo para o pagamento do imposto. Essas regras de progressividade e proporcionalidade são decorrentes da seletividade e da capacidade contributiva que aprenderemos no tempo oportuno. 12. (CS-UF/Prefeitura de Goiânia/Auditor de Tributos/2016) O imposto em que a alíquota diminui à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores pode ser considerado um imposto a) seletivo. b) proporcional. c) regressivo. d) progressivo. Comentário: O imposto em que a alíquota diminui com o aumento da base de cálculo é regressivo. Gabarito 12: C 4.2.3 - Impostos Classificados Segundo o CTN Existe uma classificação prevista no CTN bastante criticada pela doutrina, mas que ajuda o entendimento de alguns detalhes. É assim: Imposto sobre o comércio exterior seriam o II e o IE. Imposto sobre o patrimônio e renda, nesse caso, IR, ITR, IGF, IPVA, ITCMD, IPTU e ITBI. Imposto sobre a produção e circulação, que são IPI, IOF, ICMS e ISS. Por fim, impostos extraordinários como o IEG. 4.2.4 - Impostos Reais e Pessoais Impostos reais incidem sobre a coisa, são cobrados sem considerar a situação de pessoa, do sujeito passivo incidem de forma objetiva. Exemplo: IPTU, ITR e IPVA. Duas pessoas que possuem o mesmo carro vão pagar o mesmo IPVA, mesmo que uma esteja milionária e a outra afundada em dívidas. Impostos pessoais são aqueles que levam em consideração as particularidades e individualidades do contribuinte, incidem de forma subjetiva, os aspectos pessoais do contribuinte são levados em conta para apuração e cálculo do imposto devido. Exemplo clássico: IR, duas pessoas auferindo a mesma renda podem pagar valores diferentes de imposto na análise de suas peculiaridades, em função de terem ou não dependentes na família ou gastos com saúde, entre outras situações. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 32 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Essa última classificação muito nos interessa em relação ao próximo tópico, perceba o link entre os assuntos. Vamos lá. A constituição prevê a aplicação do chamado princípio da capacidade contributiva dos impostos, dizendo que sempre que possível, os impostos, devem ter caráter pessoal e serão graduados de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. A administração tributária pode se utilizar de meios para identificar os dados do contribuinte quanto ao patrimônio e a renda, para uma correta apuração do imposto devido, mas isso deve ser feito respeitando- se os direitos individuais e os termos da lei. Art. 145 - § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitadosos direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Esse princípio tem tudo a ver com a pessoalidade dos impostos. O legislador instituidor do imposto deve buscar a possibilidade de dar caráter pessoal ao imposto, para que fique caracterizado o princípio da isonomia, e para que o imposto seja apurado de forma mais justa e pessoal possível em relação à manifestação de riqueza do contribuinte. Repare que não há previsão constitucional para a busca por esse principio em relação aos outros tributos, mas apenas aos impostos. Atenção: Essa omissão constitucional não impede a aplicação do princípio aos outros tributos. REAIS • Tributos que não levam em consideração características pessoais, subjetivas dos contribuintes. Incidem objetivamente • Incidem sobre coisas. • Exemplo: Dois proprietários de veículos idênticos (residentes no mesmo estado) pagarão o mesmo valor de IPVA, independentemente de suas suas características pessoais. PESSOAIS • Tributos que levam em consideração as características pessoais de cada contribuinte, incidindo de forma subjetiva. • Exemplo: Duas pessoas que ganham o mesmo salário não pagarão, necessariamente, o mesmo valor de IR, pois o valor do tributo a ser pago dependerá também de características pessoais do sujeito passivo, como a quantidade de dependentes, gastos com saúde, educação, etc. 4.3- Capacidade Contributiva dos Impostos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 33 de 117 www.exponencialconcursos.com.br 13. (CESPE/ANATEL/Especialista em Regulação/2014) Acerca de competência tributária, conceito e classificação dos tributos, bem como de tributos em espécie, julgue o item a seguir. Nos termos da CF, os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria devem ser graduadas de acordo com a capacidade contributiva do contribuinte, por força do princípio da isonomia. Comentário: De acordo com a CF, apenas os impostos devem ser graduados de acordo com a capacidade econômica ou também chamada capacidade contributiva do contribuinte. Gabarito 13: Errada A segunda espécie tributária que vamos aprender é a taxa. É um tributo que qualquer um dos entes pode instituir, e que existe mediante uma contraprestação estatal para o contribuinte. O fato gerador da taxa é o agir do Estado que pode ser por um serviço público ou pelo exercício do poder de polícia. No caso de taxa de serviço público, é preciso que esse serviço seja específico e divisível, e o contribuinte pode utilizar esse serviço efetiva ou potencialmente. São serviços que podem ser prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. Tem previsão na própria Constituição e no CTN. A outra hipótese de taxa tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia. CF - Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; CTN - Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. O ente instituidor da taxa será aquele que prestar o serviço ou o que exercer o poder de polícia dentro das suas atribuições. 5 - Taxas http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 34 de 117 www.exponencialconcursos.com.br São tributos vinculados, também chamados retributivos, em que é exigida uma contraprestação estatal para legitimar a cobrança da taxa. São de dois tipos em função do fato gerador, a taxa de polícia e a taxa de serviço público. O fato gerador da taxa de serviço é a utilização, efetiva OU potencial do serviço público, para isso, o serviço deve existir efetivamente. Não pode cobrar taxa se não houver serviço ou se ainda estiver em implantação. Já a utilização pelo contribuinte não é obrigatória, o contribuinte pode usar ou não o serviço, já que na definição de taxa de serviço ele pode ser um serviço prestado ao contribuinte OU posto à sua disposição. Temos aqui dois pontos de vista, o do Estado e o do contribuinte. O Estado presta efetiva ou potencialmente, o contribuinte utiliza ou tem à sua disposição, ou seja, prestação efetiva quer dizer utilização, prestação potencial quer dizer à disposição. Exemplo: a taxa de coleta de lixo domiciliar instituída por um município vai ser cobrada dos imóveis em que o serviço de coleta de lixo acontece, se a pessoa produz muito lixo e a coleta é feita, ele paga a taxa, e o seu vizinho que ficou o mês todo viajando, também deve pagar a taxa, mesmo que não tenha produzido nenhum lixo, mas o serviço passou lá na sua casa, ou seja, foi posto à sua disposição. Além disso, temos a definição legal do que vem a ser utilização efetiva ou potencial. Serviços são utilizados efetivamente quando usufruídos a qualquer título e serviços são utilizados potencialmente quando postos à disposição do contribuinte mediante atividade estatal em funcionamento e de utilização compulsória. Muita atenção que nessa parte temos o conectivo “OU”. A atividade administrativa que enseja a taxa tem que estar em efetivo funcionamento. U, E, DF e M Taxa pela UTILIZAÇÃO Efetiva OU potencial de serviço público específico E divisível prestado ao contribuinte OU posto à sua disposição Taxa pelo EXERCÍCIO regular do poder de polícia. 5.1- Taxa de Serviço http://www.exponencialconcursos.com.br/ Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 35 de 117 www.exponencialconcursos.com.br Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; As taxas podem só podem ser instituídas se o serviço público for específico E divisível. Tem que ter os dois requisitos. Aqui o conectivo é o “E”. Serviço específico é aquele que pode ser destacado em unidades autônomas de intervenção, utilidade ou necessidade públicas. Na prática é aquele que o contribuinte sabe por qual serviço ele está pagando. Serviços são divisíveis quando podem ser utilizados por cada um de seus usuários separadamente. Não se pode cogitar cobrança de taxa de serviço prestado de forma genérica à coletividade ou universal, é preciso que o usuário ou o contribuinte da respectiva taxa seja identificável, já que o serviço é divisível e que se possa cobrar desse contribuinte a taxa devida pelo serviço público. Divisível, portanto, é o serviço que pode ser singular. Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários. Diante dessas características, diversos casos chegaram ao STF para analisar a constitucionalidade de algumas taxas que foram criadas. Vejamos: A taxa de lixo é considerada constitucional pelo STF e pode sim ser cobrada em relação aos imóveis. O usuário do serviço pode ser identificado, como o proprietário
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