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Regimes políticos, formas e sistemas de governo Regimes políticos Regime democrático - direitos e garantias fundamentais asseguradas pelo ordenamento jurídico, liberdade política, independência dos poderes com sistema de freios e contrapesos (check and balances system), eleições livres e sistemáticas, oposição ativa. Regime autoritário (ditadura) – Restrições às liberdades políticas, censura à imprensa, repressão política (perseguições), submissão do Judiciário e do Parlamento ao Executivo, torturas e assassinatos políticos. Regime totalitário – partido único, imprensa oficial dita a notícia, vigilância em massa, domínio do terror de Estado, campos de concentração, genocídio, controle da vida pública e da vida privada, controle central da economia, ausência de limites ao Estado, culto à personalidade do líder. Formas de governo Monarquia República (res publica) a) Absolutista - vontade do rei é a norma, ele é o soberano. b) Constitucional - o rei reina, mas não governa). Sistemas de governo 1. Presidencialismo: presidente é chefe de Estado e chefe de governo; governo com mandato “fechado” (direito à reeleição, hipótese de impeachment). 2. Semipresidencialismo: Chefe de Estado tem apenas algumas funções executivas, normalmente na política externa. 1º ministro é o chefe de governo. 3. Parlamentarismo: Chefe de governo é o 1º ministro, eleito pela maioria do Parlamento, chefe de Estado exerce funções de representação. Quando o governo perde maioria parlamentar, novas eleições são convocadas Cláusulas Pétras Art. 60. § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. As Cláusulas Pétreas são aquelas que compõem o artigo 60 da Constituição Federal de 1988. Elas possuem esse nome pois não podem ser modificadas, nem mesmo através de Propostas de Ementas Constitucionais - as chamadas PECs - ou serem discutidas em qualquer proposta de modificação constitucional que deseje aboli-las. A única forma de modificar estas leis seria através da criação de uma nova Constituição ou através de um golpe de Estado que derrubasse a constituição. Processo Legislativo: o Executivo pode elaborar Projeto de Lei, o Parlamento pode aprová-lo (na íntegra ou em parte) ou rejeitá-lo. O Executivo pode sancionar o projeto aprovado, silenciar ou vetá-lo (no todo ou em parte). O Parlamento deverá examinar o veto, mantendo-o ou derrubando. O Poder Judiciário pode considerar uma Lei aprovada como inconstitucional e anulá- la. Indicação de ministros aos Tribunais Superiores - O Executivo deve indicar nomes de acordo com as exigências constitucionais, mas os indicados são sabatinados pelo Parlamento que pode aprovar ou rejeitar os nomes. Nomeações de assessores - O presidente pode indicar nomes de sua confiança para o ministério e para outros cargos de direção, mas o Judiciário pode impedir a posse ou afastá-los (“desvio de finalidade” - casos de Lula para Casa Civil e de Sérgio Nascimento de Camargo para Fundação Palmares). Controle de constitucionalidade - Normas do Poder Executivo podem ser anuladas pelo Parlamento (quando extrapolam o poder regulamentar) ou pelo STF em defesa da Constituição, mas Congresso pode alterar a Constituição (PECs). Impeachment – Congresso pode destituir um presidente, mas também um membro dos Tribunais Superiores. O Sistema de Freios e Contrapesos – chamado também de Teoria da Separação dos Poderes – consiste na ideia do controle do poder pelo próprio poder. Nessa teoria, há a ideia de que as diferentes funções desenvolvidas pelo Estado precisam se autorregularem. Essa ideia de divisão de poderes que se regulassem entre si surgiu através da obra “O Espírito das Leis”, de Montesquieu, que tornou-se posteriormente um dos livros fundamentais do Iluminismo e base para divisão moderna dos três poderes. Cheks and Balances Sistema de Freios e Contra Pesos Exemplos: Sócrates acreditava que as ideias pertenciam a um mundo que somente os sábios conseguiam entender, fazendo com que o filósofo se tornasse o perfeito governante para um Estado. Se opunha à democracia aristocrática que era praticada em Atenas durante sua época, essa mesma ideia surge nas Leis de Platão, seu discípulo. Sócrates Consiste em fazer perguntas que deslocam as certezas. A intenção de Sócrates era levar as pessoas a conhecer seus desconhecimentos através da problematização de conceitos conhecidos e daquilo que se conhece, percebendo-se os dogmas e os preconceitos. "Vocês me deixam a escolha entre duas coisas: uma que eu sei ser horrível, que é viver sem poder passar meus conhecimentos adiante. A outra, que eu não conheço, que é a morte ... escolho pois o desconhecido!" Para superar essa tendência, o legislador deveria ser um sábio. Que o filósofo fosse rei ou o rei se tornasse filósofo. “Se quem governa não é sábio, o dever do povo é retirá-lo do poder”. Platão almejava a estabilidade do Estado. Por isso, imaginou uma república onde a classe dirigente não fosse nem rica, nem pobre e onde todos os bens fossem de uso coletivo. Platão IMPORTANTE VER: "A alegoria da caverna" de Platão trata de como o ser humano pode se libertar da condição de escuridão, que o aprisiona, por meio da luz da Verdade. Platão tem uma perspectiva historicista do mundo (lógica na história), marcada pela “guerra de interesses materiais”, que conduziria a sociedade à degeneração. A igualdade absoluta seria o meio de se chegar a uma sociedade justa. Institutos como a família, a propriedade privada e a sucessão deveriam desaparecer para esse fim. Considerava a família um absurdo, porque permite que se cuide dos seus e se odeie os demais. “A virtude é conhecimento" Método socrático (ironia e maiêutica) Jusnaturalista (Direito Natural) Foi um importante político romano, chegou a exercer o cargo de cônsul na república romana. Serviu como grande influência para pensadores iluministas. Para Cícero os deveres para com a vida pública inclui valores como a honestidade, a sabedoria, a justiça, a firmeza e a moderação. Por outro lado o cidadão virtuoso deve se afastar do luxo, das riquezas, da ganância, da inveja (moral estóica) Cícero Estoicismo ou moralestóica: correntefilosófica donde a"virtude" é consideradasuficiente para atingir afelicidade. Aristóteles Na filosofia aristotélica a Política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na pólis) e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva da pólis). Bom Ruim Monarquia > Tirania (poder de um só) Aristocracia > Oligarquia (poder de poucos) República > Democracia (poder de todos) Regimes de governo para Aristóteles: Todo governo deve almejar a justiça, o bem comum, a promoção da coexistência pacífica e a felicidade na polis. Formas de governo que não visam a justiça, que buscam apenas a autopreservação degeneram o sistema político (tirania, oligarquia, democracia). Maquiavel é conhecido como o "pai" da ciência política moderna. Seu pensamento inovardor vê a política de um novo ponto de vista ético, estruturado para manter o poder e cumprir com a verdadeira missão da política. Esse pensamento está presente principalmente no seu livro mais famoso: "O Príncipe". Sua obra é antiutópica e realista. A frase “os fins justificam os meios” nunca foi dita por Maquiavel, mas tem algo a ver com suas ideias. Defensor da Itália unificada Trouxe a ideia de Virtú e Fortuna Ética Maquiaveliana </> Ética Religiosa Maquiavel diz que um líder deve ser amado e temido, mas preferencialmente temido. Ele pensa, ainda, a política como estratégia de poder e defende que os seres humanos são naturalmente maus. Maquiavel Fortuna– aquilo que não se pode evitar, nem produzir. Que ocorre por acaso (fortuitamente) Virtù - capacidade de se adaptar às mudanças políticas e de manter o poder. Somente a virtù poderia barrar o destino. Maquiavel sustenta que o governante terá de praticar ações que podem parecer más (como a violência, por exemplo), para garantir o bem geral do povo e proteger sua pátria. Isaiah Berlin sustenta que Maquiavel não separou a ética da política, mas defendeu uma ética diferente. Ele não nega os valores cristão, mas entende que escolher uma vida cristã é condenar-se à impotência política. Maquiavel defende que um governante deve ver a realidade e lidar com ela, não com suas ilusões ou paixões (que obscurecem a razão). “A fé cristã tornou os homens fracos, vítimas fáceis de homens maus. O efeito geral dos ensinamentos cristãos tem sido esmagar o espírito cívico dos homens e obrigá-los a suportar humilhações sem reclamar, de modo que os destruidores e os déspotas encontram pouca resistência”. Maquiavel Para Hobbes o “estado de natureza” é a condição da guerra permanente, para ele o homem nasce e permanece egoísta, visando sempre o próprio bem. Contraposição à ideia de Aristóteles para quem o ser humano seria naturalmente social. Para Hobbes, então, para preservar suas vidas, os seres humanos teriam aberto mão de sua soberania, entregando-a ao Estado e criando, então, um contrato. O contrato social de Hobbes é aquele onde os indivíduos abrem mão de parte de seus direitos e de sua liberdade, em troca de segurança. Precisamos do Estado, porque não somos capazes de nos autorregular. É preciso um Estado para que existam leis (que limitam nossa liberdade, mas que tornam o convívio possível) e que punam os que as transgridem. Thomas Hobbes Jusnaturalista Contratualista Empirista “O homem é o lobo do homem” A missão do governante é manter a ordem. Se ele não conseguir, deve ser deposto. Hobbes é autor do livro "Leviatã", nome bíblico para um monstro marinho. Para ele, Leviatã seria o Estado, tão necessário porque os indivíduos são incapazes de agir moralmente de forma natural. Para Hobbes no Estado civil todo o poder deve emanar do soberano, que tem poder ilimitado e absolutista e não deve nada ao povo. John Locke Precursor da democracia liberal e dos Direitos Humanos Locke acreditava que a vida, a liberdade, a igualdade e a propriedade se tratavam de Direitos Naturais. No entanto, é importante frisar que, para ele, um indivíduo deverá ser permitido agir livremente desde que não prejudique nenhum outro. Quanto à propriedade privada, Locke desenvolveu a teoria da propriedade- trabalho e a cláusula lockeana: Os indivíduos têm direito de se apropriar da terra em que trabalham, desde que isso não cause prejuízo aos demais. O direito de se apropriar privadamente de parte da terra comum a todos seria, pois, limitado pela consideração de que ainda houvesse bastante [terra] igualmente boa e mais para que aqueles ainda não providos pudessem usar. Para Locke, em seu Estado de Natureza o homem visa seu próprio bem, embora possua direitos naturais. O egoísmo no estado de natureza não é brutal apenas moral e o indivíduo respeita por dever a vontade alheia Iluminista Jusnaturalista Empirista Defensor da liberdade religiosaInfluenciou diversas revoluções O Estado de Natureza para Locke O Estado Civil para Locke O Estado Civil de Locke não renuncia os direitos naturais, pelo contrário, o governo garante os direitos naturais e direitos civis do povo, além de garantir a justiça e a punição. Para Locke o poder emana do Estado, no entendo, o indivíduo pode revoltar-se caso o Estado viole os direitos naturais ou torne-se usurpador. Além disso, no estado civil de Locke o governo é Constitucionalista. Jean-Jacques Rousseau Iluminista Jusnaturalista Empirista Romântico “Uma sociedade só é democrática quando ninguém for tão rico que possa comprar alguém e ninguém seja tão pobre que tenha de se vender a alguém” - Rousseau Para Rousseau o homem nasce bom, o sujeito é livre por direito e dever, busca a igualdade e a paz perpétua e possui direitos naturais como a vida e a liberdade. O Estado de Natureza para Locke O Estado Civil para Rousseau Ao contrário do pensamento lockeano, para Rousseau "a sociedade corrompe o indivíduo". Rousseau defende que o governo deve garantir a liberdade e os direitos e que o estado surge da vontade geral, que seria o equivalente ao interesse público. Em sua ideia ele diz que o indivíduo renuncia seu direitos naturais para que o Estado, por obrigação, lhe garanta. Rousseau defende a democracia direta onde todo poder emana da vontade do povo. No entanto no estado civil de Rousseau, a figura do legislador ainda se faz necessária. Ele diz que o legislador deve orientar sobre a vontade geral: ele não vota, não delibera, mas redige as leis interpretando a vontade geral. A teoria de Rousseau pressupõe três momentos: No Estado de Sociedade, Rousseau diz que nós não somos livres e sim dominados e vivemos a "Alienação da Liberdade". Para se chegar no contrato social, ele diz que seria preciso: No entanto Rousseau entende que contrato social proposto por ele não seria a vontade da maioria do povo. Dessa forma, ele diz que para passar do Estado de Sociedade para o Contrato seria preciso um ditador. Estado de Natureza Estado de Sociedade Contrato Social Superar a Alienação da Liberdade; Implantar a democracia direta; Assegurar a vontade geral; Contar com o legislador. Montesquieu e o Federalismo A ideia de separação dos Poderes é desenvolvida por Montesquieu que defende que os poderes devem controlar uns aos outros. Dessa forma ele definiu uma separação horizontal dos poderes. Vale destacar que, para Montesquieu, o Judiciário, embora deva ser desempenhada por um poder, não é poder, mas função do Estado e, na prática Legislativo e Executivo seriam superiores. A atual Separação dos Poderes se dá a partir de competências distintas também em “nível vertical” (entre Governo Central e Estados), resolvendo o problema que Montesquieu não soube solucionar quanto ao Judiciário. Conservador liberalIluminista Teoria da divisão dos poderes Defensor da monarquia parlamentarInfluenciou o pensamento político moderno Separação Horizontal e Vertical dos Poderes A virtude para Montesquieu envolve a capacidade das pessoas terem os interesses da coletividade. Virtuoso é quem consegue lidar com a tensão entre os interesses pessoais e os interesses coletivos, valorizando o bem geral. O Conceito de Virtude para Montesquieu Em uma Confederação, as unidades mantém sua soberania, podendo , inclusive, deixarem a confederação se assim desejarem. Na Federação, a soberania se transfere para um poder central e os estados membros possuem autonomia relativa, não podendo deixarem a federação. Dessa forma, vale ressaltar que, como o Brasil é uma República Federativa, as ideias separatistas são totalmente inviáveis. Federação e Confederação Funções típicas: Aquelas trazidas por Montesquieu. São as funções típicas designadas a cada um dos poderes, como, por exemplo, a função de legislar ao parlamento, a de administrar do executivo e a de julgar do judiciário. Funções atípicas: atualmente os três poderes possuem funções atípicas e funcionam de forma harmoniosa. Funções Típicas e Funções Atípicas Os textos do Federalista formulam uma teoria a respeito do que deve ser uma Constituição, deixando a visão antiga de Constituição - que apenas descrevia o modo de ser de um povo - de lado e a definem como um consenso de valores. Visão Moderna das Constituições Jusnaturalismo & Juspositivismo Denominamos jusnaturalismo o conjunto de direitos naturais e a teoria do estado de natureza. O Direito Natural decorreria da natureza humana e sua fonte seria a razão (logos), ou seja, as leis devem expressar razão. Existiria, assim, um direito anterior e superior àquele reconhecido pelas leis. Se uma lei contrariar o Direito Natural, ela não poderia serválida. Para o Cristianismo, a vontade de Deus é a fonte do Direito Natural. Para o positivismo jurídico, o Direito é a norma positivada. Para os positivistas, o Direito Natural - imutável e fruto da razão - como os iluministas haviam sustentado, era uma ideia sem sentido. Hans Kelsen foi um grande defensor do positivismo jurídico e defendia que o direito deveria ser totalmente separado do direito e defendia o ato de julgar como um ato livre de valores. Kelsen também defendia o direito hierarquizado, onde uma norma inferior retira seu fundamento de uma norma superior (construção escalonada do ordenamento jurídico). Jusnaturalismo Juspositivismo O nazismo e o enfraquecimento do positivismo A experiência nazista enfraqueceu o prestígio teórico do positivismo jurídico, pois ao seguir tal ponto de vista, as leis de Hitler eram legitimas, pois foram aprovadas pelo Parlamento. Sendo assim, de que forma poderíamos julgar os crimes dos nazistas sem levar em conta os valores morais? Posição de Dworkin sobre regras e princípios Dworkin argumenta que a legalidade não é determinada apenas por fatos sociais, mas também por fatos morais. Para Dworkin, regras não tem “pesos” e não podem entrar em conflito. Se duas regras aparentemente conflitam, é porque uma delas não é uma regra válida. Por outro lado, os princípios podem entrar em conflito um com o outro e, nesse caso, deve-se avaliar qual posição é baseada no princípio com o maior peso naquela situação específica. As Constituições Federais autais A Constituição é documento legal que está positivado (ela mesma é uma lei), no entanto, esta possui princípios e consagra direitos fundamentais que permitem uma conversa do Direito com a Moral, ou seja, as atuais constituições permitem uma aproximação entre o jusnaturalismo e neopositivismo. MAX WEBERMax Weber Jurista Pai da Sociologia ModernaSociólogo Economista 1864-1920 Tipos Ideais (dominação e ação) Capitalismo e Ética Protestante Estado (legitimação da força)Ética Patrimonialismo Dominação Legal A dominação se da através de uma regra, uma lei. Dominação Tradicional Se estabelece através de uma crença tradicional existente há muito tempo. Dominação Carismática Se estabelece através da devoção afetiva à uma figura muito carismática. Se atribui a este ser certo heroísmo, faculdades mágicas, etc. Tipologias da Dominação Para Weber Tipologias da Ação Para Weber Ação racional com relação à fins Ação pensada de acordo com sua finalidade. Nesse caso, adotam-se meios adequados para se chegar a uma consequência desejada. Ação racional com relação à valores Ação feita de forma a respeitar única e fielmente determinados princípios, valores e convicções. Ação tradicional Quando uma ação é feita unicamente por se ter esta como um costume ou como um hábito. Ação afetiva Quando uma ação é resultante de uma emoção imediata. "A ética protestante o espírito do capitalismo" Weber analisou dados a respeito do crescimento econômico de alguns países da Europa e constatou que o crescimento do PIB dos países protestantes era significativamente maior do que em países católicos. Pensando nisso, Weber decidiu aprofundar seus estudos, a fim de descobrir o motivo pelo qual isso acontecia. Por fim, constatou que a ética protestante - que valorizava o ascetismo, a poupança e o trabalho e condenava o ócio e a perda de tempo - combinava com os princípios do capitalismo. A ética protestante defendia que para estarem seguros quanto à sua salvação, ricos e pobres deveriam trabalhar em favor do que lhes foi destinado pela vontade de Deus, e glorificá-lo por meio de suas atividades produtivas. Definição de Estado para Weber Para Weber, o Estado é um instrumento de dominação e apenas este pode fazer uso da força (ou da violência) de forma legítima, prevista através de normas em uma constituição (monopólio do uso legítimo da força física). Além disso, Weber define a política como "o conjunto de esforços feitos visando a participação do poder ou a influenciar a decisão do poder" Ética da convicção e ética da responsabilidade Ética da Convicção A ética da convicção é aquela que seus princípios são valores morais. Ética da Responsabilidade Para Weber, esta é a ética que deve ser usada pelos governantes. Esta é uma ética consequencialista/utilitarista e deve ser sempre contextualizada. Patrimonialismo Weber traz o conceito de patrimonialismo, originado através do contexto histórico do feudalismo. Para Weber, patrimonialismo seria a conduta de quem trata ou transforma a coisa pública (res publica) em coisa privada. Legitimidade, legalidade e poder Legalidade Agir em conformidade com as leis Princípio da legalidade para agentes públicos: um agente público só pode agir mediante autorização legal, ao contrário do princípio usado para cidadania. Este princípio está previsto no artigo 37 da CF: ). Princípios da administração pública (LIMPE): 1. Legalidade 2. Impessoalidade 3. Moralidade 4. Publicidade 5. Eficiência No Direito Penal, o princípio da legalidade é: “Nullun crimen, nulla poena, sine lege praevia” (não há crime nem pena sem lei prévia, ou seja, sem lei anterior ao fato). O contrário de um poder legal, é um poder arbitrário. Legitimidade Legitimidade é a característica de algo que se fundamenta no consenso. “Consenso” aqui não significa unanimidade, mas a característica que faz com que a obediência às normas seja assegurada sem necessidade de se recorrer à força (salvo em momentos especiais). Diante da legitimidade política, a obediência se transforma em adesão. Não se deve confundir legalidade e legitimidade. O regime nazista, por exemplo, foi legal, mas não legítimo. Poder O poder trata-se de uma relação entre as pessoas (poder social). Tradicionalmente, também se associou o Poder de Estado à possibilidade do emprego da violência (Hobbes, Marx, Weber, etc) e de práticas coercitivas. O poder também ser exercido pela persuasão. Hannah Arendt propôs uma definição onde "o poder é a capacidade que temos de agir em conjunto e a violência surge onde não há poder". ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO Estado Democrático de Direito O Estado é definido como a ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território. Contemporaneamente, se entende que um Estado precisa ter quatro elementos: Soberania; Território; Povo; Finalidade. No estado liberal de Direito o principal objetivo é assegurar o princípio da legalidade, onde toda atividade estatal é submetida à lei (redução do Direito à lei). Nesse caso, o Direito limita o poder do Estado e reduz suas funções em favor do mercado. Suas características básicas são: submissão às normas aprovadas pelo Parlamento; Igualdade jurídica; Justicialidade; Divisão dos Poderes com mecanismos de freios e contrapesos; Enunciado e garantia dos direitos individuais. Há três tipos de Estado: Estado liberal de Direito; Estado social de Direito; Estado democrático de Direito. Conceito de Estado Tipos de Estado Estado liberal de Direito Estado social de Direito No estado social de Direito o principal objetivo é assegurar os direitos sociais, mantendo as conquistas liberais. Esta forma de Estado originou o modelo de “Estado de bem estar social. Aqui, o Direito deve reconhecer e regrar um Estado com funções ampliadas. Estado democrático de Direito No Estado democrático de Direito o principal objetivo é garantir os direitos fundamentais e a Justiça social, assegurando a soberania popular. Direitos fundamentais no Estado democrático (art. 1° da Constituição) Superar as desigualdades é uma tarefa fundamental desta forma de Estado. É por isso que a Constituição nos trás garantias à direitos fundamentais antes mesmo de trazer a forma de organização do Estado, pois o objetivo principal do Estado democrático é realizar uma justiça social. Sobre o Estado Democrático de Direito O conceito de estado democrática de direito se funda no princípio da soberania popular, que deve ter participaçãoefetiva no Estado, e não somente na escolha de representantes, mas no seu completo desenvolvimento. Em um Estado Democrático de Direito a legitimação do domínio político se dá somente pelo próprio povo e o povo é, ele mesmo o titular da soberania e do poder. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único - Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. A lei no Estado democrático de Direito No Estado Democrático de Direito o princípio da legalidade possui grande importância. No entanto, aqui a lei busca assegurar os direitos fundamentais, os objetivos e os princípios constitucionais. A lei não deve ser, também, apenas uma norma abstrata, mas sim deve influir na realidade social. Princípios do Estado Democrático de Direito Princípio da constitucionalidade - a Constituição possui supremacia e vincula todos os Poderes e Órgãos e os atos deles provenientes. Princípio democrático - a democracia é representativa, participativa e pluralista, que garanta a vigência e a eficácia dos direitos fundamentais. Principio dos Direitos Humanos - sistema de direitos fundamentais individuais, coletivos, sociais e culturais Principio da justiça social - princípio da ordem econômica e social. O direito ao exercício de poder �pela cidadania Direito ao exercício de uma democracia semidireta através de plebiscitos, referendos e de uma iniciativa popular no processo legislativo (art. 14 CF); Direito à existência de mecanismo de conselhos que viabilizam a participação popular, o controle social e governança democrática, como a existência dos conselhos tutelares, conselhos da saúde, etc. (arts. 198, 204 e 206 CF); Peticionar junto aos Poderes Públicos para a defesa de seus direitos (Art. 5º - XXXIV); Obter certidões em repartições públicas (Art. 5º - XXXV); Obter certidões em repartições públicas (Art. 5º - XXXV); Fiscalizar as contas municipais (Art. 31º, § 3º); Denunciar irregularidades ou ilegalidades (Art. 74º, § 2º); Cooperar por meio de associações no planejamento municipal (Art. 29º - XII); Receber informações das autoridades (Art. 5º - XXXIII); Promover ações judiciais e representações (Art. 5º - LXXIII); Etc..... Desafios para o exercício da democracia social de fato Superação da tradição autoritária presente na política brasileira: afirmação de uma cultura democrática, pois , em tese, todos governantes concordam com a participação, mas, em regra, não a permitem ou a permitem apenas formalmente. Superação da passividade e da alienação que impedem o pleno exercício da cidadania: todos exigem participação, mas poucos se dispõem a participar de fato. Formação da cidadania quanto aos temas da gestão pública: para participar e tomar decisões é preciso conhecer. LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO Lei de Acesso à Informação A lei obriga que os órgãos disponibilizem em seus postais de transparência: I - Registro das competências e estrutura organizacional, endereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendimento ao público; II - Registros das despesas e dos repasses ou transferências de recursos financeiros; III - Informações concernentes a procedimentos licitatórios, inclusive os respectivos editais e resultados, bem como todos os contratos celebrados; IV - Dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, projetos e obras de órgãos e entidades; e V - Respostas a perguntas mais frequentes da sociedade. Além disso, a lei exige a disponibilização de dados abertos, ou seja, documento editáveis, que possam ser editados pela sociedade. Qualquer pessoa poderá requerer informações, mediante identificação simples, sem ter que justificar seu pedido (A LAI veda a exigência de motivação). O prazo para a resposta é de 20 dias, prorrogável por mais 10 dias, mediante justificativa do gestor. A negativa do acesso à informação, sem razões legais para o sigilo, acarretará sanções aos responsáveis, que ainda poderão responder pelo crime de improbidade administrativa. Em caso de negativa fundamentada, caberá recurso ao demandante. É uma lei que obriga todos os Órgãos Públicos a disponibilização das informações públicas em seus portais (transparência ativa) e à resposta de solicitações da cidadania por informações não disponíveis nos portais (transparência passiva). A LAI também se aplica às entidades privadas, sem fins lucrativos, que tenham recebido recursos públicos. (LAI) - LEI 12.521/2011 O que é? Sobre a transparência ativa Sobre a transparência passiva Casos de sigilo previstos pela LAI Informações pessoais (não se aplica à investigação de atos ilícitos e à apuração da verdade histórica). Informações que coloquem em risco a segurança pública ou a soberania nacional. KARL MARXKarlMarx Marx juntamente com Emile Durkheim e Max Weber, é considerado um dos "três porquinhos" das Ciências Sociais. Karl Marx possuía formação em direito e doutorado em filosofia, no entanto possuía muitos conhecimentos em política e economia. Marx nasceu na Alemanha mas viveu grande parte da sua vida em exílio na cidade de Londres, em condições de miséria. Lá teve sete filhos, dos quais apenas três chegaram a idade adulta. Marx conseguiu sobreviver graças a seu amigo e parceiro intelectual - com quem escreveu suas obras mais conhecidas - Friederich Engels. O Pensamento de Marx SobreMarx Para Marx a base do pensamento das pessoas se dava a partir da vida social, ou seja, Marx defendia que o estado social das pessoas seria a base para seus pensamentos. Segundo Karl Marx há uma lógica presente na história. Ele defendia que a contradição entre as forças produtivas e as relações sociais de produção levariam o capitalismo a ceder, independente da vontade ou do desejo das pessoas. Marx dizia que a lógica econômica utilizada pela sociedade conduziria o capitalismo a ruptura, pois ao invés de impulsionar a produção essa lógica entravava a mesma, ameaçando cada vez mais a existência da sociedade burguesa. Luta de Classes Um dos pontos mais importantes das obras de Marx e mais conhecido é a sua concepção de luta de classes. Para Marx a história da sociedade se resume em uma eterna luta de classes entre opressores e oprimidos. Ele dizia que essa guerra apenas acabaria com a destruição total de uma das classes em luta ou através de uma transformação revolucionária de toda a sociedade. Dessa forma, Marx defendia que a classe operária era o principal sujeito revolucionário. Para ele a própria forma com que a burguesia conduzia as relações de trabalho e de produção levaria ao fim dessa classe social. Mas não somente isso: Karl Marx defendia que a burguesia produziu também os homens que acabariam com essa classe - os operários modernos, ou seja, o proletariado. Mais Valia Karl Marx dizia que a força de trabalho é uma mercadoria e que o valor dessa mercadoria é exatamente o valor necessário para mantê-la, ou seja, o valor da força de trabalho é exatamente o valor das despesas básicas para sobrevivência do trabalhador. O ponto principal da teoria da mais-valia de Marx é que, para ele, a diferença do valor da mão de obra e da mercadoria produzida por ela é extremamente grande. Dessa forma a teoria da mais velhinha oferece um argumento pelo qual a justiça social foi apresentada como consequência do próprio sistema capitalista. Na época essa teoria ganhou grande atenção, mas atualmente essa teoria perdeu muito o prestígio que teve no passado por conta das transformações que ocorreram ao longo do tempo e que foram implantadas na economia contemporânea. Para acalmar todo estado é uma forma de ditadura Por que o Estado por mais democrático que seja estará sempre a serviço das classes dominantes. Mas diziaque o estado é um aparelho que existe para assegurar a dominação de classe. Dessa forma ele entendia que o estado desapareceria assim que as classes sociais não existissem mais no comunismo. Mas antes de isso acontecer seria necessário um estado de transição que seria o socialismo tem esse estado de transição o estado Também seria uma ditadura mas nesse caso seria a ditadura do proletariado. Como o proletariado é a grande maioria da sociedade no socialismo o estado seria o primeiro estado a representar a verdadeira maioria e assustadora seria necessária para vencer a resistência da burguesia. A teoria marxiana tem a concepção de que as mudanças deveriam vir através de uma ruptura violenta, ou seja, as posições marxistas tradicionais sempre defendem uma luta armada para tomada de poder, pois entende-se que as classes dominantes não permitiriam uma transição revolucionária do Capitalismo para o Socialismo, por ser uma mudança de grande magnitude. Antônio Gramsci foi um teórico marxista italiano, vítima do fascismo, que se opôs a essa concepção tradicional e defendia a revolução através de reformas (mudanças incrementais). Divergência entre a teoria de Marx e o anarquismo A teoria marxiana tem como objetivo o fim do Estado - que seria uma consequência do fim das classes sociais. Mas Marx admitia que para se chegar ao comunismo era necessário antes criar um estado que esmagasse as resistências burguesas a fim de instaurar o fim das classes sociais. Já os anarquistas, eram contra todo tipo de governo, inclusive a ditadura do proletariado, pois a teoria anarquista defende a liberdade geral e o fim imediato do Estado. Marx observou a sequência dos modos de produção até o início do capitalismo e imaginou que o que havia descoberto previa a transição ao socialismo e posteriormente, ao comunismo. Dessa forma, Marx imaginou uma forma de sucessão dos modos de produção e essa ideia ofereceu aos marxistas e a ilusão de que falavam em nome do futuro. Observe abaixo a tabela que mostra a forma de sucessão dos modos de produção imaginada por Marx: Comunidades Primitivas O conceito de Estado e a teoria de revolução para Marx Sucessão Histórica da Sociedade para Marx Sociedade Escravista Feudalismo Capitalismo Socialismo Comunismo Sociedade Tribal Não há Estado Não há luta de classes Não há propriedade privada Sociedade Escravista Sociedade Servil Sociedade Capitalista Sociedade Cooperativa Sociedade Comum Formação de Estados Senhor Feudal VS servo Propriedade do senhor dos escravos Senhor VS Escravos Propriedade do Senhor Feudal Formação de Estados Ditadura da burguesia burguesia VS proletariado propriedade burguesa Ditadura do proletariado proletariado VS burguesia propriedade coletiva Não há Estado Não há luta de classes Não há propriedade privada 1e995b0bc286345e1d76b67dddcbf43bd5c5c5fc0a0cb9194a55834ab8173240.pdf 1e995b0bc286345e1d76b67dddcbf43bd5c5c5fc0a0cb9194a55834ab8173240.pdf 1e995b0bc286345e1d76b67dddcbf43bd5c5c5fc0a0cb9194a55834ab8173240.pdf 1e995b0bc286345e1d76b67dddcbf43bd5c5c5fc0a0cb9194a55834ab8173240.pdf
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