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Acesso Coronal DOCENTE: JOSÉ RENATO BRANDÃO DISCENTES: ANNA KAROLLINY COSTA BERTOLDI DANIELA SILVA OLIVEIRA GISELE VIEIRA VALIDO COSTA LETÍCIA STÉPHANY NASCIMENTO DOS SANTOS Acesso Coronal • Abordagem cirúrgica versátil para as regiões superior e média do esqueleto facial. • A principal vantagem dessa abordagem é que a maioria das cicatrizes cirúrgicas são escondidas por pêlos do couro cabeludo. Anatomia Cirúrgica ❖Camadas do Couro Cabeludo Detalhe no alto: A pele, o tecido subcutâneo, a camada musculoaponeurótica (gálea nesta ilustração), a camada subgaleal do tecido frouxo, o periósteo(pericrânio) e o osso do crânio. Detalhe à direita: a pele, o tecido subcutâneo, a fáscia temporoparietal (note o ramo temporal do N. VII), a camada superficial da fáscia temporal, o tecido adiposo superficial, a camada profunda da fáscia temporal, o músculo temporal acima, o coxim gorduroso bucal abaixo e o crânio. Camadas do Couro Cabeludo Pele e tecido subcutâneo • São cirurgicamente inseparáveis, diferentes dessas mesmas estruturas em outras regiões do corpo. • Muitos folículos pilosos e glândulas sudoríparas são encontrados na gordura subcutânea, abaixo da derme. • Nao existe nenhum plano fácil de clivagem entre a gordura subcutânea e a camada musculoaponeurótica. Musculoaponeurótica Indevidamente chamada de gálea consiste em Músculos duplos occipitais e frontais. ▪ Músculos Auriculares ▪ Aponeurose (Gálea) Gálea • Densa lâmina brilhante de tecido fibroso. • Aproximadamente com 0,5 mm de espessura • Se estende entre os Músculos frontais e occipitais. Lateralmente, a gálea ou fáscia temporoparietal, torna-se menos densa, porém é ainda facilmente separável. • A artéria temporal superficial repousa nesta camada. Camadas do Couro Cabeludo Fáscia Subgaleal • Permite que a pele, tecido subcutâneo e camadas aponeuróticas descolem do pericrânio • Plano onde ocorre a clivagem durante avulsão traumática do couro cabeludo. • Lateralmente esta unida ao processo frontal do zigoma e anteriormente encontra-se continua com a camada areolar frouxa, localizada nos músculos orbiculares do olho. Pericrânio Encontra-se mais firmemente ao longo das suturas cranianas. Quando liberado na dissecação subperiosteal acaba se retraindo dev ido a sua elasticidade. Camadas da região Temporoparietal • A fáscia temporoparietal é a • camada fascial mais superficial abaixo da gordura subcutânea. • Também chamada de fáscia temporal superficial ou SMAS suprazigomático, • essa camada fáscia é uma extensão lateral da gálea e continua com o SMAS da face. Dissecação anatômica da região temporal mostrando a fáscia temporoparietal (pinça inferior) e a fáscia subgaleal (pinça superior). Pele e tecido subcutâneo foram removidos. Camadas da região temporoparietal Fáscia Subgaleal Origina-se na região temporoparietal é bem desenvolvida e pode ser dissecada como uma discreta camada fascial, embora seja usada somente como um plano de clivagem num acesso coronal padrão. Fáscia Temporal • Origem na linha temporal superior, fundindo-se com o pericrânio. O musculo, por sua vez, preenche a fossa temporal. • Na borda orbital superior a fáscia div ide- se, com a camada superficial unindo-se à borda lateral e a camada profunda ligando-se à borda medial do arco zigomático. • Pode-se encontrar um coxim superficial de gordura entre as camadas; e abaixo da camada medial da fascia temos outra camada de gordura, a parte temporal do coxim bucal, que é continua do coxim bucal da bochecha. Tal coxim permite a movimentação suave, durante a movimentação, pois separa o musculo temporal do arco zigomático e de outros músculos da mastigação. Ramo Temporal do Nervo Facial • Frequentemente chamados de ramos frontais quando alcançam a região supraciliar. • Fornecem inervação motora para os músculos frontais, corrugador, prócero e, ocasionalmente, para uma parte do orbicular do olho. • Lesões no nervo são reveladas pela incapacidade de suspender o supercílio ou franzir a testa. • Os ramos temporais do nervo facial deixam a glândula parótida imediatamente abaixo do arco zigomático. Dissecação anatômica mostrando ramos do nervo fascial. Note a relação temporal com o arco zigomático (*). Neste espécime, o ramo cruza anteriormente à eminencia articular da ATM. Ramo Temporal do Nervo Facial • Em geral, seu curso é de um ponto a o,5 cm abaixo do tragus até um ponto a 1,5 cm acima da sobrancelha. Ele cruza superficialmente o arco zigomático a uma distância média de 2 cm anterior à concavidade anterior do canal auditivo externo. • Em alguns casos, pode estar tão próximo quanto 0,8 cm ou tão distante quanto 3,5 cm anterior ao canal auditivo externo. • O ramo temporal cruza a superfície lateral do arco, caminha sob a superfície da fáscia temporoparietal, entre esta e a fusão do periósteo no arco zigomático, a camada superficial da fáscia temporal e a fáscia subgaleal. • Geralmente se ramifica em três ou quatro ramos ao longo do seu curso. Órbita Medial A parede medial da órbita é composta por diversos ossos: o processo frontal da maxila, o osso lacrimal, a lâmina papirácea do etmoide e a parte da asa menor do osso esfenoide. Divisão em terços da órbita medial Terço Anterior da Parede Medial da Órbita A borda orbital média e o terço anterior da órbita medial são compostas pelo processo frontal da maxila, pelo processo maxilar do osso frontal e pelo osso lacrimal. Terço Médio da Parede Medial da Órbita O terço médio da parede medial da órbita, na maior parte dela feita de uma lâmina papirácea do osso etmoide, é fina, mas é reforçada pelo efeito de escora das células aéreas etmoidais. Terço Posterior da Parede Medial da Órbita A parte posterior da órbita é feita de um osso espesso ao redor do forame óptico e da fissura orbital superior. Técnica Cirúrgica • O acesso coronal pode ser usado para expor diferentes áreas da face média e superior. • A camada da dissecação e a extensão da exposição dependem, em particular, do tipo de procedimento cirúrgico em que a abordagem coronal está sendo usada. • Em alguns casos, pode ser prudente realizar uma elevação subperiosteal do retalho coronal a partir do ponto de incisão. • O periósteo é solto com um bisturi ao longo das linhas temporais superiores quando continua anteriormente com a dissecação deixando os músculos temporais ligados ao crânio. Em muitos casos, entretanto, a dissecação e a elevação do retalho coronal estão na facilidade da clivagem no plano subgaleal. Localização da linha de incisão e preparação Dois fatores são considerados quando planejamos a linha de incisão. O primeiro é o contorno do couro cabeludo do paciente. No homem, a recessão do couro cabeludo no "pico da viúva“ e as entradas temporais laterais devem ser consideradas e na maioria das mulheres, a incisão pode ser curvada anteriormente no vértice, correndo paralelamente, mas permanecendo internamente de 4 a 5 cm à linha do contorno do couro cabeludo. Localização da linha de incisão e preparação • Nas crianças, a incisão é preferivelmente colocada bem atrás da linha do contorno do couro cabeludo para se evitar a migração da cicatriz durante o crescimento. • Nos pacientes negros com pouco cabelo, a formação de quelóide também é uma preocupação. • Incisões em ziguezague podem ser usadas, fazendo com que as cicatrizes sejam menos perceptíveis. • Se uma incisão hemicoronal for planejada, ela circula em direção à linha média, terminando posteriormente à linha de contorno do couro cabeludo. • Curvar antes da incisão hemicoronal fornece o relaxamente necessário para a retração do retalho. Técnicas hemostáticas A perda de sangue oriunda da incisão coronal é maior no início e no fim da cirurgia. Três técnicas podem ser usadas para reduzira perda sanguínea. ❖ Um vasoconstritor é injetado na superfície subgaleal para promover a hemostasia e facilitar a separação das camadas teciduais. ❖ Realização de contínuas suturas bloqueio com fio de náilon ou de polipropileno 2-0, ao longo de cada lado da linha de incisão proposta. ❖ Eletro bisturis especiais são usados para incisões do couro cabeludo. Incisão • Marcações propositais no local proposto para incisão ajudam no alinhamento adequado do couro cabeludo durante o fechamento. • A parte inicial da incisão é feita com lâmina 10 ou bisturi especial de diatermia, estendendo-se de uma linha temporal superior à outra. • A incisão da pele abaixo da linha temporal superior deve estender-se até o fundo da camada superficial da fáscia temporal, na superfície subgaleal, contínua com a dissecação acima da linha temporal superior. A extensão pré-auricular da incisão é realizada dentro da dobra de pele pré-auricular, no nível do lóbulo. • A incisão é feita através de pele, tecido subcutâneo e gálea, revelando a superfície subgaleal do tecido conjuntivo areolar frouxo suprajacente ao pericrânio. • A margem do retalho pode ser rápida e facilmente elevada e dissecada sobre o pericrânio. Elevação do retalho coronal e exposição do arco zigomático • Após a elevação das margens anterior e posterior do ferimento por 1 ou 2 cm, clipes hemostáticos (clipes de Raney) podem ser aplicados e os vasos sangrantes isolados e cauterizados. • O retalho pode ser elevado para cima do pericrânio através de dissecação digital, com elevadores de periósteo rombos ou pelo corte com as costas de um bisturi. • Uma vez que o retalho foi dissecado anterior e inferiormente, por alguns centímetros, torna-se possível everter o retalho para que a superfície galeal fique externa. • Incisões através do pericrânio são feitas acima das linhas temporais superiores, estendendo-se das bordas orbitais superiores bilateralmente para a extensão posterior da incisão coronal. Uma incisão é, então, realizada através do pericrânio. A parte lateral do retalho é dissecada inferiormente,sobre a fáscia temporal.Uma vez que a parte lateral do retalho foi elevada de 2 a 4 cm para dentro do corpo do zigoma e do arco zigomático,essasestruturas geralmente podem ser palpadas através do revestimento fascial. Exposição Subperiosteal das Áreas Periorbitais • Para permitir acessos funcionais às órbitas superiores e/ou região nasal, é necessário liberar o feixe neurovascular supra orbital de seu forame ou sulco. • Essa manobra envolve dissecação no plano subperiosteal completamente em volta do feixe, inclusive dentro da órbita. • Os conteúdos orbitais unidos ao tubérculo orbital são deslocados, permitindo dissecação profunda para dentro da órbita lateral. Liberação do periósteo em volta da borda orbital inferior permite exposição de todo o soalho orbital e da região infra orbital. • Dissecar o periósteo das paredes medial e superior da órbita libera o retalho e permite a retração inferior,até o nível da junção dos ossos nasais e das cartilagens nasais laterais superiores. ❖ Exposição da Fossa Temporal O acesso para dentro da fossa temporal é obtido pelo deslocamento da borda anterior do músculo temporal da superfície temporal dos ossos zigomáticos, temporal e frontal. ❖ Exposição da Articulação Temporomandibular e/ou Côndilo e/ou Ramo mandibular Acesso à região da ATM é obtido pela dissecação abaixo do arco zigomático. A exposição da superfície lateral da região subcondilar mandibular e do ramo pode começar lateralmente à cápsula da ATM. Retirada de Enxerto Ósseo Cranianos A incisão é através de pericrânio é feita acima das órbitas, outra incisão periosteal, na região da saliência parietal permite a retirada do enxerto ósseo. O fechamento procede a sutura do couro cabeludo Fechamento • A drenagem de sucção fechada pode ser empregada, com o uso de dreno achatado saindo da região com pêlos do couro cabeludo posteriormente à incisão. • Toda vez que o músculo temporal é deslocado da superfície temporal da órbita, ele deve ser suspenso, para se evitar uma aparência caída na região temporal. • Um método fácil é perfurar orifícios na margem posterior da borda orbital e suturar a margem anterior do músculo temporal com fios de reabsorção tardia 3-0. • O fechamento do periósteo em volta da borda orbital é realizado com suturas reabsorvíeis 4-0. • A incisão do couro cabeludo é fechada em duas camadas, usando suturas com reabsorção tardia 2-0 através dos tecidos subcutâneos/gálea e suturas da pele com fios permanentes ou reabsorvíveis 2-0 ou grampos. • As suturas são removidas de 7 a 10 dias. Bandagens compressivas são opcionais, mas, se usadas, elas não devem apertar muito. REFERÊNCIA ELLIS, Edward; ZIDE, Michael F. Acessos Cirurgicos ao Esqueleto facial: 2ª Edição, São Paulo, Livraria Santos Editora, 2006.Titulo em Inglês: Surgical Approaches to the Facial skeleton