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ATIVIDADE 04 educacao_comunicacao_saude_4

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Suzana Raquel Bisognin Zanon
Educação e 
Comunicação em Saúde
Sumário
03
CAPÍTULO 4 – Como promover ações de saúde e autocuidado? .........................................05
Introdução ....................................................................................................................05
4.1 Como garantir a clareza na comunicação? .................................................................05
4.1.1 Quais as falhas que devemos/podemos evitar em nossas mensagens? ..................07
4.1.2 Qual a importância da coerência na comunicação em saúde? .............................09
4.2 Como estimular a prevenção por meio da comunicação adequada? ..............................11
4.3 Como utilizar a comunicação pode contribuir com o autocuidado? ..............................17
4.4 Quais os instrumentos de comunicação educativa? ......................................................19
Síntese ..........................................................................................................................22
Referências Bibliográficas ................................................................................................23
05
Capítulo 4 
Introdução
Você já se autoanalisou para tentar identificar alguma moléstia? Pois bem, o autocuidado é funda-
mental quando se trata de prevenção de doenças, uma vez que é por meio dele que construímos 
barreiras à entrada de males em nosso corpo. Prevenir ainda é “o melhor remédio” de acordo 
com o senso comum e, por essa razão, podemos criar hábitos de cuidados com nosso corpo e 
nossa mente para auxiliar determinados tipos de tratamento. Somos responsáveis por nossa saúde 
e, na maioria das vezes, somos o nosso próprio médico, não é mesmo? Mas lembre-se de que 
somente a orientação do profissional da saúde garante os procedimentos corretos e adequados 
a cada caso. 
Hoje, mais do que nunca, as pessoas investem em estilos de vida saudáveis. Praticar esportes, me-
ditar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e cigarros, dispor de horas de lazer e ter uma alimen-
tação saudável são exemplos universais de autocuidado. Afinal, esse termo não pode ser definido 
apenas como o ato de ingerir medicamentos para tratar de uma infecção ou dor, por exemplo. 
Para incentivar as ações de autocuidado, o Governo Federal, os estados e os municípios vêm in-
vestindo em novas formas de esclarecer à população sobre a importância da prevenção. Um dos 
exemplos é o site lançado pelo Ministério da Saúde em 14 de novembro, Dia Mundial do Cui-
dado da Pessoa com Diabetes (BRASIL, 2013) para informar o que é a diabetes, como prevenir, 
como se adquire, como tratar, dentre outros dados que atendem à necessidade de conhecimento 
dos cidadãos. 
Você, como profissional da saúde, deve ter em mente que autocuidado, prevenção e infor-
mação não existem sem comunicação. Por isso, é fundamental que os órgãos responsá-
veis definam melhores estratégias e mídias para cada tipo de público, uma vez que a socie-
dade brasileira é composta por diferentes grupos com necessidades igualmente distintas. 
Em vista dessa discussão, você tem pela frente um caminho repleto de dúvidas, entre as quais: 
como promover ações de autocuidado? Como garantir a clareza nesse processo de comunica-
ção? Como estimular a prevenção?
Mas a discussão não para por aqui, pois o objetivo deste capítulo é também esclarecer as se-
guintes questões: como a comunicação contribui para o autocuidado? Quais os instrumentos de 
comunicação educativa?
Agora que você já tem o terreno mapeado por esse assunto tão instigante, prepara-se para aprender.
4.1 Como garantir a clareza na comunicação?
O que você sabe a respeito da clareza na comunicação? O que significa ser claro? Pois bem, 
para auxiliá-lo, observe o exemplo a seguir. 
Como promover ações de 
saúde e autocuidado?
06 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
CASO
No posto de saúde, a enfermeira se aproxima do paciente e diz:
– Tenho uma boa notícia: existe um remédio para melhorar a sua alergia!
Sem entender direito a mensagem, o paciente vai embora sem aceitar o remédio da funcionária, 
pois pensou o seguinte:
– Meu Deus! Não quero que minha alergia aumente! O que será que está passando na cabeça 
da enfermeira em querer me dar um remédio para tornar minha alergia melhor, o que vai me 
fazer piorar?
Agora, pense o seguinte: quem foi o responsável pelo mal-entendido, o paciente ou a enfermei-
ra? O que gerou a confusão? 
Lembre-se de que o responsável pela comunicação é sempre o emissor da mensagem, ou seja, 
quem a encaminha. Assim, a enfermeira foi a responsável pela falha de comunicação. O pacien-
te é o receptor, ou seja, ele é quem recebe a informação, cabendo a ele codificá-la (entender 
o código, ou seja, a língua pela qual a mensagem é estruturada) e decodificá-la (compreender, 
interpretar). Nesse caso prático, a comunicação não teve sucesso pela falta de clareza causada 
pela utilização inadequada do verbo “melhorar” (a alergia). Isso porque o termo indica a me-
lhora do que já existe (no caso, a melhora da alergia e não do paciente). Portanto, é natural o 
paciente não entender o que a enfermeira “quis dizer” (mas não soube expressar corretamente). 
Ela poderia ter utilizado a seguinte frase: “Existe um remédio para diminuir a sua alergia”. Agora 
sim! Observe que, dessa maneira, o paciente sairia do posto de saúde satisfeito e tranquilo por 
ter entendido a mensagem.
Então, fique atento: ser claro é transmitir uma mensagem de forma que chegue ao receptor sem 
“ruídos” ou elementos que permitam outras interpretações. E além do completo entendimento do 
que foi transmitido, deve haver harmonia entre aquilo que foi enunciado (seja pela fala, seja pela 
escrita) ao que foi compreendido.
Uma das técnicas que contribuem para que você perceba se foi claro, ou não, é questionar-se: 
será que eu compreenderia esta mensagem se a recebesse de outra pessoa? Assim, ao se colocar 
no lugar do outro, fica mais fácil identificar se uma palavra – ou todo o contexto da mensagem 
– interfeririam na sua compreensão. 
Para que a comunicação seja efetiva e alcance o sucesso esperado, a clareza se faz fundamental. 
Dessa forma:
[...] Comunicar com qualidade passa pela compreensão do que queremos trocar com as 
pessoas, o que queremos colocar em comum, qual a nossa capacidade de estar trocando com 
o outro, qual o nível de troca que somos capazes de fazer com alguém que está precisando de 
ajuda, da disponibilidade e do conhecimento de alguém que se dispõe a ser um profissional de 
saúde (SILVA, 2001, p. 2).
Ser claro não é apenas uma obrigação, mas acima de tudo uma necessidade para convivermos 
em harmonia em qualquer tipo de ambiente.
07
 
O livro Comunicação em saúde: estratégias para a promoção da saúde, organizado 
por Nova Corcoran, aborda amplamente a comunicação em saúde. A obra mostra as 
diferenças da comunicação em saúde nos cenários tradicionais e não tradicionais, os 
métodos de avaliação da comunicação nessa área, além de pesquisas práticas que vão 
lhe auxiliar a atender e entender melhor as pessoas. Boa leitura!
VOCÊ QUER LER?
A seguir, você conhecerá as falhas de estruturação mais comuns nas mensagens no dia a dia e 
verá como evitá-las.
Acompanhe!
4.1.1 Quais as falhas que devemos/podemos evitar em nossas mensagens?
Você conhece algum “tergiversador”? Essa pessoa é conhecida por ter o costume de fugir do 
assunto e escapar de determinada conversa. Utilizar subterfúgios, quando não sabe a resposta, 
é o seu maior álibi na comunicação. O tergiversador não pensa na reação do outro ao dar uma 
resposta, tendo sua fala caracterizada por “rodeios”, ou seja, sem objetividade. Esta é uma gran-
de falha na comunicação, e é necessário saber como evitá-la, pois repercute negativamente em 
sua imagem, causando dúvidas para o receptor. 
Já dizia Willian Penn (1644-1718), fundador da província da Pensilvânia: “Se você pensar duas 
vezes antes de falar algo, você falará duasvezes melhor.” (PENN, apud KNAUT, 2014, s. p.). E 
ele estava certo! Sempre antes de emitir uma mensagem, seja ela escrita ou falada, é preciso 
refletir se essa ideia possui lógica e se a outra pessoa vai entender o que se quer transmitir. Dessa 
forma, as chances de alcançar o sucesso do ato comunicativo serão redobradas. 
Mas para que tudo saia conforme planejado, também é importante evitar alguns “vícios” de lin-
guagem muito comuns no cotidiano, conforme descritos a seguir.
Prolixidade: usar muitas palavras, geralmente desnecessárias e que acabam dispersando o real 
objetivo da mensagem. Esse vício de linguagem deve ser evitado nas ações de comunicação em 
saúde. Primeiro, porque deixa o receptor “perdido” e confuso sobre a informação que recebeu; 
segundo, porque a falta de objetividade distrai a atenção do receptor, que acaba perdendo o 
interesse pelo assunto.
Figura 1 – O emissor prolixo cansa o receptor, que acaba perdendo o interesse pelo assunto.
Fonte: Shutterstock, 2015.
08 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
Ambiguidade: também conhecida como duplo sentido, a ambiguidade provoca interpretações 
equivocadas da mensagem. Por essa razão, é muito importante pensar com calma na informação 
a ser emitida. Se a mensagem for escrita, antes enviá-la peça para alguém ler o texto – proce-
dimento que auxilia na verificação de sentidos expressos não planejados pelo emissor. Se for 
falada, procure estruturar o raciocínio, elaborando a mensagem mentalmente antes de dizê-la. 
Veja um exemplo de ambiguidade: uma das enfermeiras chega ao posto de saúde e diz aos 
colegas: “O secretário do posto disse ao diretor administrativo que seria demitido!”. Está feita a 
confusão: Quem será demitido? O secretário ou o diretor administrativo? Na maioria das vezes, 
a ambiguidade gera a famosa “rádio-corredor”, alimentando boatos e distorcendo fatos, pois 
cada funcionário entende a informação de maneira diferente – e assim como entender, retrans-
mitirá, com todos os seus equívocos.
Pontuação incorreta: esse é um problema que causa falta de clareza na mensagem, veja como, 
analisando as seguintes frases:
•	 Maria não marcou o atendimento ainda!
•	 Maria, não marcou o atendimento ainda?
Observe que os sentidos das frases anteriores são totalmente diferentes, mas por quê? Pela 
inserção da vírgula e da substituição do ponto de exclamação pelo sinal de interrogação. Na 
primeira expressão, você percebe que existe alguém comentando que Maria ainda não marcou o 
atendimento; na segunda, nota-se que existe uma cobrança à Maria por ela ainda não ter mar-
cado o atendimento. Assim como os que você viu nos dois exemplos, também há outros sinais 
gramaticais que interferem no sentido da mensagem, entre os quais dois pontos, ponto e vírgula 
e ponto final. Por isso, é essencial revisar a pontuação aplicada em um comunicado e, para tan-
to, deve-se conhecer as regras da gramática. 
O uso incorreto da pontuação muda todo o sentido da mensagem que se quer transmi-
tir. Saber aplicar os sinais gráficos na escrita (vírgula, ponto final, ponto e vírgula, entre 
outros) é fundamental para expressar-se e ser compreendido. Saiba mais acessando o 
endereço: <http://www.infoescola.com/portugues/pontuacao/>.
VOCÊ SABIA?
Desconhecimento do assunto: quem não conhece o assunto, não sabe explicá-lo, nem trans-
mitir as informações a respeito. E se o emissor não domina o que deve ser divulgado, mas tenta 
passar a mensagem mesmo assim, acaba se tornando um tergiversador (lembra?), confundindo 
aquele que recebe a mensagem.
Desconhecimento do receptor/público-alvo: saber o perfil ouvinte (ou de quem se destina a 
mensagem) é fundamental em qualquer situação comunicativa. Deve-se considerar o grau de 
instrução, as características culturais e regionais (diferenças de costumes e de vocabulário, por 
exemplo), a faixa etária e, em determinados casos, a classe econômica dos receptores. Observe 
a citação a seguir:
O conteúdo da nossa comunicação está intimamente ligado ao nosso referencial de cultura, 
e o profissional de saúde tem uma cultura própria, diferente do leigo, por isso é importante 
saber que quanto mais informações possuirmos sobre aquela pessoa e quanto maior a nossa 
habilidade em correlacionar esse saber do outro com o nosso, melhor será o nosso desempenho 
no aspecto da informação e do conteúdo (SILVA, 2001, p. 2).
Saber sobre o receptor antes do ato comunicativo é essencial para selecionar a linguagem, o 
vocabulário e a mídia mais adequados e eficazes.
09
O que é a Carta de Ottawa? Essa carta é fruto da Primeira Conferência Internacional 
Sobre Promoção da Saúde realizada em Ottawa (Canadá) em novembro de 1986. 
Nela, estão expostas as intenções dos setores da saúde de maneira exemplar. Saiba 
mais acessando o endereço: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_
ottawa.pdf>.
VOCÊ SABIA?
Agora que você acabou de conhecer e entender as principais falhas que comprometem a clareza 
da mensagem, verá outro importante elemento a ser observado na comunicação nas ações de 
saúde: a coerência. 
4.1.2 Qual a importância da coerência na comunicação em saúde?
Alguma vez você agiu de forma incoerente com alguém? Você conhece pessoas que costumam 
difundir (ou exigir) um posicionamento, mas agem totalmente ao contrário do que pregam? Co-
erente, portanto, é aquele que age de acordo com as ideias e os conceitos que defende. 
Falar em coerência quando se discute clareza é fundamental, uma vez que esta última depende 
de todos os cuidados possíveis na elaboração da mensagem. Um discurso incoerente, por exem-
plo, é uma afirmação sem lógica, ou seja, você diz que é contra o tabagismo e, em seguida, 
posta uma foto fumando um cigarro. Com o corpo não é diferente. Lembra da linguagem verbal 
e não verbal? Esta última é composta por gestos, sinais de trânsito, pelo comportamento, pela 
postura corporal e até mesmo pela respiração! Toda manifestação sem palavras é caracterizada 
como linguagem não verbal.
A comunicação pressupõe a informação e o domínio sobre o que queremos comunicar, a nossa 
intenção, emoção e o que pretendemos quando nos aproximamos do nosso cliente ou do nosso 
paciente (SILVA, 2001, p. 2).
 Dessa forma, as emoções estão intrinsecamente ligadas ao ato comunicativo entre enfermeiro/
médico/paciente, devendo esses sentimentos serem coerentes àquilo que se expressa de fato. A 
mesma autora reconhece a existência de quatro finalidades da linguagem não verbal, e explica 
cada uma delas, veja a seguir:
[...] a primeira é justamente complementar a comunicação verbal. É quando dizemos “bom dia” 
sorrindo para o outro e olhando nos seus olhos; a segunda, é contradizer o verbal. É quando 
dizemos, por exemplo, «muito prazer» e apertamos a mão do outro como se fosse um «peixe 
morto» ou com medo ou nojo de tocar; a terceira, é substituir o verbal. É quando utilizamos, por 
exemplo, o meneio positivo da cabeça, olhando para a outra pessoa e dizendo não-verbalmente 
«estou te ouvindo», «estou atenta a você». A quarta função ou finalidade do não-verbal, mas não 
menos importante, é a demonstração dos nossos sentimentos (SILVA, 2001, p. 2).
Observe que os quatro elementos destacados pela estudiosa supracitada têm o seguinte foco: 
entender que os sentimentos podem estar dizendo alguma coisa, e as palavras o contrário. Alinhar 
àquilo que se pensa com os gestos e o tom de voz, por exemplo, significa coerência. Outro fator 
comentado por Silva (2001) é a utilização de palavras diminutivas (“queridinho”, “coitadinho”, 
“filhinho”) ao se dirigir ao paciente, que é, na maioria das vezes, um adulto que não quer ser 
tratado como criança. Por isso, é preciso saber com quem se está falando para evitar desconforto.
10 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
Figura 2 – Ser coerente é alinhar discurso, prática e linguagem corporal.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Outro exemplo de incoerência ressaltado pela autora supracitada destaca a temidainjeção do 
antibiótico Benzetacil, que a maioria dos profissionais da saúde conhecem, mas nem todos se 
preocupam em esclarecer o paciente: 
Todos os que já tomaram injeção de Benzetacil, por exemplo, sabem que a mesma não é uma 
“picadinha” e que quando nos aproximamos com este medicamento e dizemos “Agora é só 
uma picadinha!”, estamos tratando a pessoa como boba, porque ela vai sentir a inoculação do 
Benzetacil por, pelo menos, uns três ou quatro dias (SILVA, 2001, p. 4).
Reflita sobre este exemplo e pense o que você faria nesta situação e que resposta daria à enfer-
meira que disse que a injeção seria apenas “uma picadinha” e não iria “doer nada”. Certamente, 
sua confiança por essa profissional se perderia e isso é uma das grandes consequências da falta 
de coerência entre a fala e a prática.
Portanto, lembre-se de que ser coerente é um requisito básico da comunicação. Sem coerência, 
não existe entendimento entre as partes; sem coerência não há como alinhar um discurso homo-
gêneo com os colegas, funcionários, parceiros e pacientes.
 
Maria Júlia Paes da Silva é professora livre-docente do Departamento de Enfermagem 
Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e realizou vá-
rios estudos na área de comunicação em saúde, entre os quais O papel da comunicação 
na humanização da atenção à saúde, cuja ótica está pautada na coerência da linguagem 
verbal e não verbal utilizada pelos profissionais da saúde. Saiba mais acessando o ende-
reço: <http://www.ciape.org.br/matdidatico/enfermagem/anadias/papel.pdf>.
VOCÊ A CONHECE?
11
4.2 Como estimular a prevenção por meio da 
comunicação adequada?
Você sabe o que significa a palavra “prevenir”? Significa precaver-se de algo, ou seja, antecipar-se 
a alguma coisa. Na área da educação em saúde, esse termo é comum, principalmente quando 
se percebe a vasta tipologia de doenças que afetam o ser humano que, por falta de cuidados 
simples, facilita a entrada de várias moléstias em seu organismo. Dessa forma:
As ações preventivas, por sua vez, definem-se como intervenções orientadas a evitar o 
surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações 
(CESCHIN, 2011, p. 18).
A respeito do cenário da saúde no Brasil, o autor citado acredita que: “Vivemos um momento 
importante de mudança de paradigma: o objetivo do sistema de saúde deve ser promover a 
saúde e, não somente, tratar doenças.” (CESCHIN, 2011, p. 14). O pensamento do diretor 
executivo da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) vai ao encontro da reali-
dade do contexto que vive o Brasil nos dias de hoje, o que se percebe nos investimentos que são 
feitos na área da promoção da saúde e não somente na cura de doenças. Observe que quando 
fala-se em “promover saúde”, várias são as práticas envolvidas nessa esfera, ou seja, informar, 
conscientizar, integrar e humanizar a sociedade para que perceba que a saúde se encontra de 
diversas formas, seja na felicidade, no convívio social ou bem-estar da mente e do corpo. 
Neste contexto, vale lembrar o que diz a Carta de Ottawa (1986, s. p.), a respeito da saúde:
[...] a saúde é um conceito positivo, que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as 
capacidades físicas. Assim, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor 
saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global.
Mas quais seriam os aspectos a serem levados em conta para contribuir à promoção da saúde e 
prevenção de doenças? A Agência Nacional de Saúde Suplementar (BRASIL, 2013 apud OGATA 
et al., 2014) pontua o seguinte: 
•	 capacitação profissional e qualificação da(s) equipe(s) de saúde;
•	 definição da metodologia de identificação dos indivíduos elegíveis ao programa;
•	 definição das regras de participação no programa;
•	 definição de indicadores para o monitoramento e avaliação das ações do programa, 
dos resultados em saúde obtidos com o programa, da relação custo-efetividade das 
intervenções, da adesão dos beneficiários, entre outros;
•	 definição de projetos terapêuticos de acordo com a população do programa, com a 
descrição das ações e a periodicidade das atividades;
•	 definição dos objetivos, cobertura e metas do programa;
•	 definição dos protocolos clínicos a serem adotados no programa.
12 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
Figura 3 – O planejamento faz a grande diferença na promoção da saúde.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Veja que os elementos destacados se inserem no universo comunicativo das ações de prevenção 
e cuidado com a saúde e evidenciam o planejamento, sem o que qualquer estratégia a ser uti-
lizada nos setores de saúde para conscientizar e informar terá a mínima chance de ter sucesso. 
É possível citar, ainda, outros fatores fundamentais no estímulo à prevenção de doenças. Mas 
para entender isso melhor, você deve conhecer os 7 “Cs”, que provavelmente nunca ouviu falar. 
Segundo Ogata et al. (2014, p. 77), estes elementos são fruto do que foi proposto pela institui-
ção norte-americana Wellness Councils of America, conhecida como Welcoa. De acordo com 
os mesmos autores (2014, p. 77), essa instituição reúne mais de 3.000 organizações, sendo que 
há mais de 20 anos busca “[...] oferecer subsídios para que as empresas tenham programas de 
promoção de saúde bem estruturados e efetivos.” A Welcoa possui um modelo baseado nos 7 
“Cs”, que são (em inglês):
1. Concentration on Senior Level Support;
2. Creating Cohesive Wellness Team;
3. Collecting Data to Drive Programming Efforts;
4. Crafting an Operating Plan;
5. Choosing Appropriate Interventions;
6. Creating a Supportive Environment;
7. Consistently Evaluating Outcomes (OGATA et al., 2014, p.77).
Acompanhe o quadro a seguir e entenda o que estes 7 elementos querem dizer, quando traduzi-
dos à língua portuguesa.
O que é preciso? Por que isso é necessário?
Apoio dos gestores
O primeiro passo é obter um amplo apoio dos 
gestores, que é considerado crítico para o sucesso 
do programa, pois deles depende a liberação do 
orçamento, a política de comunicação e a agenda 
da organização. É muito difícil ter êxito nas demais 
etapas sem esse suporte, particularmente quando 
proposto por agentes externos, como as operado-
ras de saúde. 
13
O que é preciso? Por que isso é necessário?
Criar comitês de saúde
Estes grupos devem ser coesos e integrados e têm 
por objetivo realizar o planejamento estratégico do 
programa, manter o foco e buscar os melhores re-
sultados. Possibilitam, também, uma melhor distri-
buição das tarefas e responsabilidades e permitem 
a integração com as áreas de saúde ocupacional, 
recursos humanos e comunicação, maximizando os 
resultados na promoção da saúde e prevenção de 
riscos e doenças na saúde suplementar brasileira.
Coletar informações que orientem a 
gestão do programa
A primeira tarefa do grupo não é iniciar atividades 
e lançá-las de maneira precipitada. É importante 
procurar conhecer a realidade e as prioridades da 
organização, bem como os interesses e as ne-
cessidades em saúde das pessoas. Em geral, são 
utilizados questionários, pesquisas de clima orga-
nizacional, análises dos fatores de risco em saúde, 
avaliações de saúde, informações das áreas de 
recursos humanos, saúde ocupacional e de frequ-
ência e utilização do sistema de saúde.
Construir um plano de ação
É o pilar sobre o qual serão conduzidas as ações. 
Deve incluir, pelo menos, a missão e a visão do 
programa, os objetivos gerais e específicos, a im-
plantação, comunicação, orçamento e metodologia 
de avaliação. É o guia das ações a serem conduzi-
das.
Escolher as melhores intervenções 
Deverão ser selecionadas de acordo com a pes-
quisa de necessidades e interesses já realizada, o 
perfil de risco da população, os canais de comu-
nicação e o orçamento disponível. Buscar se as 
intervenções que foram testadas são baseadas em 
evidências científicas.
Criar um ambiente de suporte
Esforço coordenado para uma transformaçãoorganizacional, para um ambiente de trabalho 
saudável, inclusive com modificação de aspectos 
culturais e estruturais. As mudanças em prol de um 
ambiente de suporte permitirão a manutenção dos 
hábitos saudáveis dos empregados e demonstrarão 
o comprometimento da empresa.
Avaliar de maneira consistente
Buscar examinar cuidadosamente e determinar o 
valor de cada ação, isto é, se atingiu os resultados 
propostos no planejamento. Utilizar as melhores 
ferramentas de avaliação que podem incluir indi-
cadores de retorno sobre o investimento, absenteís-
mo, presenteísmo, produtividade, turnover, aciden-
tes no trabalho, aposentadorias precoces, causas e 
duração das internações, uso do sistema de saúde, 
doenças mais prevalentes na população.
Quadro 1 – Os 7 fatores do planejamento das ações de prevenção. 
Fonte: Adaptado de Ogata et al. (2014, p. 77-78).
14 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
Os 7 fatores que você acabou de conhecer podem ser adotados em qualquer programa de 
prevenção em saúde, mas cabe aos gestores responsáveis definirem as melhores técnicas para 
cada tipo de população a que se destinam as informações. Veja que as propostas apresentadas 
compõem o contexto comunicativo das ações de cuidado, podendo também ser consideradas 
estratégias para uma boa interação com a comunidade envolvida nos projetos da área da saúde, 
estimulando o contato entre os emissores e receptores das mensagens.
Mas você deve estar se perguntado: como estimular a prevenção por meio da comunicação ade-
quada? Lembre-se de que tudo o que foi discutido até aqui são formas de estímulo à prevenção, 
e existem outras formas muito eficazes para conscientizar os cidadãos de que moléstias como 
câncer e diabetes, por exemplo, podem estar mais próximas do que se pensa.
Nesse contexto, é válido ressaltar algumas dinâmicas basilares do estímulo à prevenção de do-
enças, descritas a seguir.
Preparar: uma pessoa obesa, por exemplo, não conseguira parar de consumir açúcares, sódio 
e frituras de uma hora para outra, não é mesmo? Um dos primeiros passos para estimular à mu-
dança de comportamento, ou seja, para evitar a obesidade, é preparar a pessoa para entender 
que ela deve preocupar-se consigo mesma e se cuidar. Com isso, ela será capaz de aprender 
como resolver problemas futuros com sua saúde. O importante é conscientizar o paciente e 
prepará-lo para agir em situações de risco.
Informar: tudo parte da informação, não é verdade? Pois bem, se as pessoas recebem informa-
ções sobre o que pode causar câncer, diabetes e como se transmite o vírus HIV, por exemplo, pro-
vavelmente entenderão os riscos que correm dentro de sua realidade, buscando formas imediatas 
de prevenção. Não é à toa que nas escolas a abordagem sobre os malefícios causados pelo 
cigarro, álcool e sexo sem camisinha é feita desde cedo. Outro exemplo bastante comum são as 
campanhas a respeito das causas da dengue e como prevenir essa doença. Sem informação, é 
muito difícil conhecermos os riscos, assim como sabermos como evitar a entrada de males em 
nosso corpo e reconhecer os benefícios que nos trazem as ações de prevenção.
 
Conscientizar: às vezes, é difícil fazer com que as pessoas acreditem que um mosquito, por 
exemplo, pode levar à morte. Falas como “isso não vai acontecer comigo” e/ou “na minha 
região não tem mosquito da dengue” são muito comuns. Mas como mudar esse pensamento e 
conduzir à prevenção? Conscientizando! A partir do momento em que há consciência de que 
as doenças e infecções podem se instalar em qualquer ser humano, cresce a credibilidade nos 
programas de saúde. Os exemplos factuais expostos pelos diversos canais midiáticos contribuem 
para essa conscientização, pois só assim, quando a proximidade do fato é compreendida, fica 
mais fácil acreditar e transformar o comportamento.
15
 Figura 4 – A informação conscientiza o paciente sobre os benefícios da prevenção.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Você conhecerá agora um exemplo de como a comunicação adequada estimula a prevenção, 
acompanhe!
O tabagismo é hoje um dos grandes vilões da saúde, pois provoca câncer e o envelhecimento 
precoce, por exemplo. De acordo com a ANS:
A recomendação para abandono do tabagismo deve ser universal, tendo em vista que está 
envolvido com o aumento da incidência de várias doenças. Tanto as intervenções farmacológicas 
quanto as não farmacológicas, bem como o simples aconselhamento de parar de fumar, 
possuem benefício comprovado para efetivo abandono do tabagismo (BRASIL, 2011, p. 47).
Tendo em vista a universalidade das instruções e recomendações contra o consumo de cigarro, 
toda e qualquer campanha veiculada nas mídias, sejam elas digitais, impressas ou visuais, deve 
conhecer o contexto do paciente, entendendo as suas necessidades. Neste sentido, os progra-
mas de prevenção devem, prioritariamente, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar 
(BRASIL, 2011, p. 47): 
•	 preparar o fumante para soluções de seus problemas; 
•	 estimular habilidades para resistir às tentações de fumar; 
•	 preparar o fumante para prevenir a recaída; 
•	 preparar o fumante para lidar com o estresse.
Partindo dessas ações iniciais, já se percebe o estímulo direcionado ao paciente que já é fumante 
e precisa largar o vício. Além dessas formas de preparo ao abandono do vício, outras ações são 
sugeridas para a prevenção, controle e tratamento do tabagismo. Veja o que descreve a ANS 
(BRASIL, 2011) a respeito do que pode ser seguido neste caso, em se tratando de estratégias de 
comunicação para estes casos.
16 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
População-alvo
Aconselhamento telefônico reativo para deixar 
de fumar
Todos os indivíduos tabagistas, inde-
pendentemente da faixa etária.
Indivíduos tabagistas pertencentes a 
uma determinada faixa etária e/ ou 
grupos e situações especiais.
Indivíduos tabagistas que possuam 
doenças que tenham o fumo como 
importante fator de risco.
Informar sobre tabagismo e seus derivados.
Relacionar os malefícios à saúde de quem fuma e 
do tabagismo passivo.
Esclarecer sobre a dependência da nicotina.
Informar sobre os benefícios de deixar de fumar.
Apoiar fumantes que desejem deixar de fumar.
Informar sobre métodos de parada.
Relacionar os sintomas da abstinência.
Orientar como se manter sem fumar.
Orientar ex-fumantes no sentido de prevenir a 
recaída.
Orientar amigos e familiares a ajudarem fumantes 
a deixar de fumar.
As possíveis formas de identificação 
da população-alvo
Aconselhamento telefônico ativo/reativo para 
deixar de fumar
Questionário sobre o perfil de saúde e 
doença.
Faixa etária.
Grupos e situações especiais (gestan-
tes, nutrizes, adolescentes, indivíduos 
com doenças cardiovasculares etc.).
Estabelecer fluxo de encaminhamento para fuman-
tes que desejam deixar de fumar.
Identificar os fumantes beneficiários e entrar em 
contato por telefone para oferecer apoio para 
cessação de fumar.
Acompanhar o fumante em processo de cessação: 
quatro contatos no primeiro mês (1 vez/semana), 
um contato no segundo e no terceiro mês, um 
contato no sexto mês e um contato no décimo-
-segundo mês.
Variáveis e indicadores para monitoramento e 
avaliação
Número de consultas ao Disque pare de fumar 
(monitoramento mensal).
Número de beneficiários que pararam de fumar 
após o tratamento reativo.
Número de beneficiários que pararam de fumar 
após o tratamento ativo.
Proporção de beneficiários que pararam de fumar 
após contato com o Disque pare de fumar - (no de 
beneficiários que pararam de fumar após contato 
com o Disque pare de fumar/ no total de benefici-
ários que entraram em contato com o Disque pare 
de fumar no período de avaliação).
Quadro 2 – Exemplo de planejamento de comunicação na saúde
Fonte: Adaptado de ANS (BRASIL, 2011, p. 48-49). 
17
O que você percebe ao analisar o Quadro 2? Veja que um mecanismo de comunicação bastante 
comum foi utilizado nessa proposta de campanha de prevenção e tratamentodo tabagismo: o 
telefone (nesse caso, por meio do Disque pare de fumar). Assim como em outros programas de 
prevenção e apoio desenvolvidos pelo Governo Federal, o telefone ainda é o canal mais usado 
para denunciar abusos e/ou solicitar certos tipos de providências pela população. Por meio do 
Disque para de fumar, o agente de saúde interage com os pacientes que têm dificuldades para 
abandonar o cigarro. Veja que essa forma direta de contato estimula o tratamento e prevenção 
de doenças, com um beneficio ainda maior, que é a atenção voltada às pessoas que precisam 
de apoio e acompanhamento psicológico para dar o primeiro passo a um novo estilo de vida. 
A presença e o contato próximo do profissional da saúde são requisitos à boa comunicação nas 
ações educativas. Sobre isso, Ramos e Bortagarai (2011, p. 4) afirmam:
Uma vez que a comunicação incide sobre a qualidade da assistência prestada ao sujeito, para 
alcançar uma comunicação satisfatória é preciso que o profissional da saúde deseje envolver-se 
e acredite que sua presença é tão importante quanto a realização de procedimentos técnicos. 
Observe que as estudiosas comentam o que já foi discutido aqui anteriormente: relacionamento 
interpessoal, lembra?
Informar para prevenir é o primeiro passo ao estímulo do cuidado com a saúde e a prevenção 
das moléstias. E para isso, a comunicação está ao seu lado, cabendo a você definir o que é mais 
válido e produtivo para cada situação.
 
A má comunicação entre médico e paciente causam infinitos prejuízos. O Manual téc-
nico para promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar 
apresenta fórmulas que lhe darão suporte para entender as doenças que circulam em 
diversas idades e o que fazer para promover a prevenção em saúde. Para ler, acesse 
o endereço: <http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Mate-
riais_por_assunto/manual_promoprev_web.pdf>. 
VOCÊ QUER LER?
4.3 Como utilizar a comunicação pode 
contribuir com o autocuidado? 
Você sabe o que é autocuidado? Quando você se preocupa com sua saúde e passa a investir 
em hábitos de vida saudável você está se “autocuidando”, ou seja, cuidando de você mesmo.
É necessário refletir, na área da saúde, sobre o cuidado consigo e com o outro:
Refletir sobre o cuidado nos remete a especular o que é o cuidado, quem cuida e por que 
cuidamos, e nessa perspectiva de compreensão, o cuidado tem diversos significados que, por 
vezes são complexos, e sem uma concepção definida. Está inserido na humanidade desde o 
início da história do ser humano, acompanha a evolução dos tempos, convive com as mais 
variadas formas de sociedade e está no interior das discussões nos diferentes contextos coletivos 
(SILVA et al. (2009, p. 698).
18 Laureate- International Universities
Educação e Comunicação em Saúde
Na área da enfermagem, o cuidado tem sido considerado o sentido das ações voltadas à co-
munidade, uma vez que nesse setor trabalha-se prioritariamente com dinâmicas envolvidas pela 
preocupação com a saúde do outro. Dessa maneira, o cuidado promovido pela enfermagem:
É um modo de estar com o outro, no que se refere às questões especiais da vida das pessoas, 
como a promoção e a recuperação da saúde, o nascimento e a própria morte. É compreendido 
como um cuidado que rompe com a fragmentação corpo/mente, normal/patológico. Um 
cuidado humanizado, favorecedor de uma vida melhor e mais saudável. A noção de cuidado 
no século XXI mantém-se como fundamento de integrar as pessoas em torno do bem, e do elo 
social, com comprometimento e engajamento político cultural e social, prevenindo rupturas na 
sociedade e contribuído para a sua superação (SILVA et al. 2009, p. 698).
A partir dessas considerações, é possível afirmar que a área da enfermagem é a mediadora do 
cuidado de si e, para tanto, a comunicação se fará presente para o intercâmbio das informações 
que serão transmitidas à sociedade. De acordo com Loppes et al. (2008, s. p.), no autocuidado 
está presente a interação entre família e enfermeiro, sendo que:
Quando refere-se ao autocuidado, não se pensa apenas no indivíduo, mas também nas famílias, 
tanto para a relação enfermeiro-cliente no ensino do autocuidado aos membros dependentes 
como parte necessária para o desenvolvimento humano e ao bem estar, como também para 
pessoas independentes, pois o autocuidado é apreendido por meio da interação humana e 
comunicação (LOPPES et al., 2008, s. p.).
Oriá, Moraes e Victor (2004) alertam que a comunicação no processo de assistência ao paciente 
deve ser humanizado e personalizado, havendo, acima de tudo, a interação entre os envolvidos 
para que assim haja sucesso nas ações de autocuidado promovidas ao paciente. Dessa forma:
[...] o processo de interação com o cliente/paciente se caracteriza não só por uma relação 
de poder em que este é submetido aos cuidados do enfermeiro, mas, também por atitudes 
de sensibilidade, aceitação e empatia entre ambos (ORIÁ; MORAES; VICTOR, 2004, p. 294).
Se levar em conta o papel da mídia nas ações de autocuidado, você lembrará que elas são um 
suporte essencial para toda e qualquer atividade divulgada a diversos públicos. Mas o sucesso 
da comunicação será efetivo se forem levados em conta os seguintes aspectos: 
•	 contexto social;
•	 idade do público de interesse;
•	 nível de escolaridade;
•	 localização;
•	 meios de comunicação mais acessados etc.
Destacam-se esses elementos porque, no encaminhamento de qualquer tipo de mensagem, o 
perfil da população a ser atingida deve ser observado para que seja definida a melhor forma de 
comunicação, ou seja, se a pessoa sabe ler, se tem acesso à internet e\ou à televisão, qual a 
mídia que costuma acessar etc.
O contato face a face nessas ações também se faz essencial no processo comunicativo do au-
tocuidado, pois constitui um processo educativo e de atenção constante. A visita à casa do pa-
ciente é um exemplo dessa prática, sendo “[...] um importante artifício para identificar o nível de 
necessidade de segurança, amor, autoestima, espiritualidade e biofisiológicas do cliente.” (ORIÁ; 
MORAES; VICTOR, 2004, p. 295). É por essa razão que se afirma ser o atendimento humani-
zado indispensável para qualquer forma de promoção de saúde, em especial nas dinâmicas de 
autocuidado (também conhecido como cuidado de si e gestão de si).
19
Figura 5 – O contato face a face é fundamental no estímulo ao autocuidado.
Fonte: Shutterstock, 2015.
Portanto, lembre-se que nas ações de promoção ao autocuidado a comunicação interativa e 
humanizada deve ser prioridade, pois as emoções do enfermeiro e a empatia certamente serão 
transmitidas ao paciente – e vice-versa. Valorizar e planejar a comunicação, definir como a 
informação será levada ao paciente, constituem grande parte do sucesso do trabalho dos pro-
fissionais da saúde.
4.4 Quais os instrumentos de comunicação 
educativa? 
Em seu dia a dia, já sentiu a necessidade de obter informações sobre os cuidados com sua 
saúde? Provavelmente sim! Atualmente, os meios de comunicação vêm sendo utilizados para 
diversas finalidades: entreter, informar, divulgar e conscientizar, correto? Para isso, as mídias, na 
área da saúde em especial, estão sendo empregadas para finalidades maiores: educar para a 
prevenção, para o tratamento e o autocuidado. 
Mas você sabe quais são os mecanismos de comunicação mais utilizados para educar em saúde?
Um dos primeiros que se destacam é a internet. Como hoje a maioria das pessoas tem acesso 
ao universo virtual, essa ferramenta contribui enormemente para a difusão de informações de 
interesse público, seja por meio das redes sociais, a exemplo do Facebook, seja pelos blogs, sites 
oficiais (como o do Ministério da Saúde), jornais on-line, entre outros. 
Uma eficiente comunicação virtual contempla a emissão de informação (frequente e atualizada), 
com inclusão de imagens, vídeos, testemunhos, diagramas, figuras e mapas, informação ampla 
sobre pessoas, cronologias, documentação, produtos e eventos (internetpermite armazenar e 
consultar importantes volumes de informação), inclusive links que sirvam de ajuda e outros sites 
(MARTINEZ, 2010, p. 112).
Além de trazer informações textuais, o que chama a atenção nessa ferramenta é a interação que 
gera com o público, de forma dinâmica e atrativa.
Outro mecanismo de comunicação educativo bastante eficiente é o evento, em que estão inclu-
ídos os seminários, congressos, as palestras e os simpósios voltados à saúde. Mas por que esses 
encontros são tão importante? Porque estabelecem uma forma de contato face a face, permitindo 
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Educação e Comunicação em Saúde
o sentimento de proximidade e confiança com os profissionais que integram a organização do 
evento. Nesses espaços, as comunidades interagem, trocam ideias e expõem seus medos e ques-
tionamentos ao médico, ao dentista ou ao enfermeiro que comanda a palestra, por exemplo. O 
ganho maior obtido com essa dinâmica é a aproximação de pessoas com conhecimentos e cul-
turas diferentes, que sentem, nestes momentos, uma liberdade maior de expor suas inseguranças 
frente aos desafios que sua saúde lhes traz.
Figura 6 – As palestras promovem interação entre os profissionais da saúde e o público. 
Fonte: Shutterstock, 2015.
Os jornais são outros meios de comunicação de grande utilidade para a educação em saúde. 
Trazem notícias factuais (recentes e atualizadas) e abordam temas variados que ampliam o co-
nhecimento dos leitores.
Bastante utilizados nos hospitais e postos de saúde, principalmente, os fôlderes (também chama-
dos de panfletos ou flyers) contêm informações específicas sobre determinados tipos de doenças, 
com esclarecimentos sobre os sintomas e os cuidados que devem ser tomados para evitá-las. 
Esses materiais têm ilustrações e imagens atrativas, em formato e distribuição eficaz para atingir 
o maior número possível de pessoas. 
Figura 7 – O fôlder tem grande potencial para atingir o público nas ações educativas em saúde.
Fonte: Shutterstock, 2015.
21
Para que as ações de educação em saúde sejam completas e satisfatórias, não há outro jeito 
senão investir em comunicação. É assim que se informa, conscientiza e se educa a sociedade que 
tanto precisa de orientações para viver bem, mais e melhor.
Qual a diferença entre promoção em saúde e educação em saúde? Para entender 
melhor essas peculiaridades, leia o editorial Educação em saúde: novas perspectivas 
(SCHALL; STRUCHINER, 1999), disponível no endereço: http://www.scielosp.org/scie-
lo.php?pid=S0102-311X1999000600001&script=sci_arttext.
VOCÊ SABIA?
22 Laureate- International Universities
Síntese
Ao concluir este estudo, você teve a oportunidade de:
•	 entender o que é o autocuidado e as ações de comunicação envolvidas nesse contexto;
•	 conhecer os meios de comunicação para a educação em saúde;
•	 reconhecer que as ações de educação em saúde só têm sucesso se as informações forem 
claras e coerentes;
•	 entender o que caracteriza a falta de clareza na fala e na escrita;
•	 conhecer técnicas para estimular a prevenção em saúde.
Síntese
23
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