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Prévia do material em texto

Ciência Política 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Rodrigo Medina Zagni 
O Marxismo e a Política como Práxis 
Material teórico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Marxismo e a Política 
como Práxis 
Nessa unidade, vamos tratar do tema “O marxismo e a 
política como práxis”. 
Trata-se não só de uma das mais expressivas correntes 
teóricas dentro das Ciências Humanas, não apenas da 
Sociologia; mas indubitavelmente da mais significativa força 
política que ascendeu da nova ordem industrial da primeira 
para a segunda metade do século XIX, configurando-se no 
século seguinte como um riquíssimo e criativo campo de 
debates sobre os mais variados aspectos da vida social. 
Sendo assim, este é um conteúdo fundamental para entender uma das mais influentes 
correntes teóricas na Sociologia e que repercutiu em praticamente todas as áreas do saber, 
buscando a transformação da realidade social na perspectiva daqueles que, até então, não 
eram considerados agentes da própria história: os oprimidos. 
Para realizar a unidade, primeiro acesse o item Documentos da Disciplina, onde você 
encontrará o Referencial Teórico, ou seja, o texto que servirá de base para todas as demais 
atividades da unidade. Leia então o texto que trata do marxismo. 
Em seguida, para verificar se houve uma suficiente compreensão do conteúdo, 
responda as perguntas das Atividades de Aplicação, que tratam de categorias fundamentais 
sobre o assunto abordado. 
Foram disponibilizados ainda Materiais Complementares, para o caso de você desejar 
se aprofundar em algumas questões trabalhadas no conteúdo. 
Finalmente, realize a Atividade de Reflexão da unidade. Nela você deverá produzir um 
texto analítico a partir da análise de um trecho do capítulo: “Marx... Um fantasma ronda a 
Europa”, extraído do livro “O mundo de Sofia”, de Joisten Gaader. 
Bom estudo! Lembro que estou a sua inteira disposição e que pode me contatar a 
qualquer tempo neste ambiente web-class. 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
O marxismo é, como corrente política, como campo teórico e como 
ferramenta conceitual, tanto para as Ciências Humanas como para a prática social, 
uma das mais expressivas colaborações intelectuais já dadas para a compreensão e 
transformação da realidade social. 
O impacto que o pensamento marxista tem nas ciências sociais é 
equiparável, em importância e significados, a uma revolução. Pode-se dizer então, 
segundo afirma o Prof. Osvaldo Coggiola, que o séc. XIX não foi apenas o século 
da dupla revolução: política e econômica, como disse Eric Hobsbawn; houve 
também uma revolução intelectual operada a partir da Alemanha, e cujo nome era 
o Marxismo. 
Revolução tem aqui o sentido de transformação. Isso porque, nas ciências 
em geral, Marx não demonstrava estar preocupado apenas em compreender as 
dinâmicas desenvolvidas pelas sociedades; mas dava a essa compreensão uma 
função: transformar a própria realidade. 
Com isso, a Sociologia ganhava uma nova função e seus artífices uma 
tarefa, segundo a práxis definida por Marx: compreender as sociedades seria o 
primeiro passo para o que de fato importava, transformá-las! 
Sendo assim, embrenhemo-nos pelo denso universo conceitual do marxismo, pois 
há muito para ser transformado! 
 
 
 
 
Contextualização 
 
 
 
As Origens do Marxismo 
 Pode-se dizer que no final da primeira metade do séc. XIX, particularmente 
no ano de 1848, com a publicação do “Manifesto do Partido Comunista”, dos 
alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), desenvolveu-se o 
que, posteriormente, seria nominado como marxismo. 
 A obra é uma espécie de divisor de águas no pensamento de Marx, 
marcando o fim de um longo período de reflexões filosóficas (desde a elaboração 
de sua tese de doutoramento: "Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e 
Epicuro", defendida em 1841 na Universidade de Berlim); para uma etapa de 
estudos políticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nesta segunda fase, Marx resolveu um antigo problema na cisão entre 
idealistas (que pensavam modelos ideais de sociedade, por exemplo), e 
materialistas (alicerçados nas condições materiais de transformação das 
sociedades), propondo aquilo que definiu como práxis: a ação transformadora da 
realidade, rumo à concretização da idealidade. Obviamente, o ideal vicejado por 
Marx só se constituiria, em sua teoria, diante das possibilidades materiais de tornar-
se real. 
Material Teórico 
Portrait of Karl Marx 
Karl Marx (1818-1883), German 
political philosopher, 
author of Das Kapital. 
IMAGEM: © Bettmann/CORBIS 
DATA DA FOTOGRAFIA ca. 19th 
century 
COLEÇÃO Bettmann 
Friedrich Engels Working in His Office 
Título original: Illustration of Friedrich 
Engels (1820-1895), German socialist 
philosopher. Undated. 
IMAGEM: © Bettmann/CORBIS 
DATA DE CRIAÇÃO ca. 1880's 
COLEÇÃO Bettmann 
 
 
Com base nisso, Marx, nesta fase, centrou 
seus esforços na crítica política ao modelo de 
sociedade vigente ao seu tempo, perscrutando suas 
raízes mais longínquas na História da humanidade 
para defender um modelo de sociedade que 
superaria os antagonismos de suas precedentes, 
levando o Homem ao desenvolvimento máximo 
de suas potencialidades. 
 
Dessa forma, lançou as bases 
do marxismo, que constituiu um dos 
mais significativos cabedais teóricos da 
contemporaneidade. Serviu tanto 
como instrumento para organização da 
classe trabalhadora e para o 
surgimento dos partidos políticos de 
esquerda em todo o mundo, como 
para influenciar revoluções sociais 
como a Revolução Chinesa e a Russa, 
por exemplo; e, ainda, para conformar 
uma intelectualidade engajada com a 
transformação da realidade social em 
nome dos menos favorecidos, aquela 
que se denomina: marxista. 
 
 
A europa do séc. Xix 
 
O chamado renascimento histórico na 
Europa se deu após um longo período sob o 
domínio da Igreja Católica na Idade Média, quando 
as artes, as ciências e o conhecimento em geral 
foram libertados da autoridade religiosa e dos 
dogmas que impregnavam toda espécie de 
conhecimento. 
 
A Revolução de 1949 implantou um sistema 
comunista autônomo na nação chinesa. 
300 × 213 - 19k - jpg -
 www.algosobre.com.br/.../revolucao_russa_01.jpg 
Veja abaixo a imagem 
em: www.algosobre.com.br/index.php 
 
Martín Lutero 
http://www.algosobre.com.br/index.php
 
A “reforma”, introduzida por Martin Lutero na Alemanha no século XVI e 
por Calvino na Suíça naquele mesmo conturbado século, tomava a Europa inteira 
no XVII com a expansão do Calvinismo a partir da Inglaterra e da Holanda e, já no 
século XIX, encontrava-se bem difundida em toda a Europa, ruindo as bases de 
sustentação da Igreja Católica que já havia perdido sua dimensão de dominação 
política. 
O homem deixava de perceber-se como uma 
criatura apática, temerosa e insignificante diante do Deus 
cristão e sujeito a inevitabilidades do destino, que até ali 
lhe exercera coerção de tal forma que pensava não 
poder mudar seu próprio destino. 
Alcançou-se um estágio de profundo 
antropocentrismo – o homem passava a se perceber 
como o centro do universo, com tudo orbitando em 
torno de sua existência -, desprendendo-se dos dogmas 
religiosos, anticientifistas, característicos do homem 
teocentrista – para quem o Deus cristão seria o centro 
de tudo. 
Este novo estágio alcançado pelo homem, apesar de representar seu 
distanciamento das crenças e manifestações lúdico-religiosas, corroborou para um 
avanço significativo do espírito crítico, do qual derivam as ciências em geral. 
Esse é o passo que leva ao cientificismo, cuja expressão máxima é a teoria 
“positivista”, postulada por Augusto Comte, que deu às ciências objetividade e 
direção rumo ao humano, não deuma forma subjetiva, mas científica, apesar de 
todos os seus antagonismos. 
O novo modelo racional, obra deste novo estágio alcançado pelo 
pensamento crítico, baseava-se não mais nos dogmas religiosos; mas, neste novo 
estágio, a teorização seria resultado da prova, ou seja, toda tese deveria ser 
submetida a uma experimentação na qual a observação e a tangibilidade seriam 
fundamentais, sendo, somente a partir daí, edificado o “conceito científico”. Isso foi 
responsável pelo surgimento de diversas ciências como a Antropologia, a 
Sociologia, a Psicologia e a História, dentre outras. A política como ciência, depois 
de sistematizada por Maquiavel, ganha seu grau epistemológico a partir deste 
século. 
Augusto Comte 
 (1798-1857). 
 
 
AS MENTALIDADES E A PERCEPÇÃO DO HOMEM SOBRE O 
CONHECIMENTO 
Período medieval 
(476 a 1453 segundo a 
periodização tradicional) 
TEOCENTRISMO Deus é a medida de 
todas as coisas 
Renascimento e período 
moderno (séc. XVI ao 
XVIII) 
ANTROPOCENTRISMO O Homem é a medida 
de todas as coisas 
Séc. XIX CIENTIFICISMO A ciência é a medida de 
todas as coisas 
 
Contudo, os mais significativos antecedentes para que se compreenda, 
contextualizadamente, o desenvolvimento do marxismo são as revoluções liberais 
do final do séc. XVIII: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. 
Ambas as revoluções consolidar-se-iam ao tempo de Marx. 
As transformações decorrentes da 
Revolução Francesa de 1789, decorrentes do 
agigantamento da burguesia, fariam varrer a 
Europa. Também o vendaval revolucionário 
de 1848, desencadeado na França, a partir 
das universidades, convulsionaria as principais 
capitais europeias. Ainda, a Revolução 
Industrial já consolidara um novo espaço 
urbano em torno das fábricas, dos bairros 
operários, do surgimento do proletariado 
org
ani
zado em torno do movimento 
operário, dos sindicatos e das ligas e 
partidos políticos para os oprimidos. 
Das fileiras do movimento operário 
organizado, em torno de suas 
reivindicações, surgiria o marxismo. 
 
 
460 × 364 - 54k - jpg -
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Veja abaixo a imagem 
em: www.tijolaco.com/?p=7019 
 
http://www.tijolaco.com/?p=7019
 
A Reflexão sobre 1848 em Marx 
 
O ano de 1848 foi extremamente 
significativo por conta das revoluções que se 
operaram na Europa, por meio das quais se 
expressaram aspirações nacionalistas e 
democráticas ainda decorrentes da consolidação de 
uma nova burguesia, fruto da riqueza provinda da 
industrialização. 
Trata-se do mesmo ano de publicação do 
“Manifesto do Partido Comunista”, registro 
histórico de sua época e testemunha da 
organização do movimento operário, dos sindicatos 
à criação de projetos políticos para os explorados 
nessa nova ordem econômica: o capitalismo 
industrial. 
 
 
Teoria e Doutrina 
 
 As principais obras escritas por Marx foram: “A ideologia alemã” (1846); “O 
manifesto comunista” (1848), junto de Engels; “O 18 Brumário de Luis Bonaparte” 
(1851) e “O Capital” (1867). 
 Do conjunto da obra, é fundamental disponibilizarmos de início algumas 
definições que, no conjunto da teoria marxista, permitem a compreensão de 
conceitos importantes. 
Definições no Marxismo Clássico: 
Trabalho ação do Homem sobre a natureza para garantir os meios de 
sobrevivência 
Cultura produto do trabalho 
Força de trabalho capacidade do Homem para o trabalho 
Meios de produção matérias-primas e ferramentas para o trabalho (terra, 
fábrica, minas etc.) 
Força produtiva meios de produção + força de trabalho 
No dia 21 de fevereiro de 1848 
foi publicado pela primeira vez o 
Manifesto do Partido 
 
 
Relações sociais de 
produção 
se dão entre os donos dos meios de produção e os donos da 
força de trabalho 
Modo de produção 
de bens de consumo 
forma de organizar o processo produtivo; é a estrutura 
econômica da sociedade 
Modo de produção totalidade da vida social gerada por essa organização: 
econômica + jurídico-política + ideológica 
 
 Colocando essas categorias num esquema explicativo, podemos entender as 
relações que as definições do marxismo clássico mantêm entre si. 
 
 
 
 HOMEM 
> 
Necessidade de 
sobrevivência 
 
 
NATUREZA 
< 
Meios naturais 
disponíveis 
 
 
RELAÇÃO 
DESIGUAL 
 
Força produtiva 
(meios de produção + força de trabalho) 
HOMEM NATUREZA 
INTERVENÇÃO / TRABALHO / CULTURA 
Relações Sociais de Produção 
Modo de Produção de Bens de Consumo 
Modo de produção 
Novo Homem 
 
O Materialismo em Marx 
 
O princípio fundamental do 
marxismo é o materialismo, ou seja, a 
única realidade é a matéria e suas forças, 
em transformação contínua. Sendo assim, 
a matéria, para Marx, não consiste em uma 
composição estática, inerte, mas em 
constante movimento e transformação. 
De fato, o princípio já estava na 
filosofia pré-socrática (estudada pelo 
“jovem Marx”), no materialista Heráclito 
de Éfeso (540 a.C. - 470 a.C.) e seu 
célebre exemplo de que um homem nunca 
se banha no mesmo rio duas vezes, pois, na 
segunda vez, nem as águas do rio são as 
mesmas, nem o homem permanece o 
mesmo. Para ele, tudo flui. 
 
Materialismo Econômico 
 
 Para Marx, a base econômica é determinante para o 
desenvolvimento das sociedades. 
 Sua visão contrapõe-se à de Georg Wilhelm Friedrich 
Hegel (1770-1831, foi professor e reitor da Universidade de 
Berlim, onde Marx estudou), para quem “as ideias determinam 
todas as condições da sociedade”; para Marx e Engels “a 
economia determina inclusive as ideias”, sendo assim, para o 
marxismo “a economia molda a sociedade”. 
Marx entendia que as relações econômicas de produção de determinada 
sociedade permitiriam compreender todos os seus demais aspectos. Para isso, 
focou sua análise nos modos de produção, a partir dos quais se conformariam os 
demais aspectos da vida social, de forma adaptativa ao sistema econômico vigente. 
O estudo dos processos tecnológicos empreendidos nas atividades 
produtivas, a divisão do trabalho decorrente da organização da produção, a 
estratificação social resultante da divisão do trabalho, a distribuição dos bens e 
G.W.F. Hegel. 
Heráclito de Éfeso ( Johannes Moreelse) 
 
produtos, seu consumo, a própria organização social, a remuneração da mão-de-
obra, o regime de propriedade e as leis que legitimam essas relações, são 
elementos fundamentais para a compreensão das sociedades. 
Segundo esta visão, a 
estrutura econômica exerceria um 
papel determinante no processo de 
transformação das sociedades 
humanas. Dela adviriam mudanças 
no cotidiano dessas sociedades, 
moldando seus aspectos político-
ideológicos e culturais, pois se 
constituiria, fundamentalmente, das 
próprias formas de relação de 
produção que as regeriam. 
 
 A transformação das sociedades estaria, portanto, intrinsecamente 
relacionada com o movimento de suas estruturas econômicas, ou seja, com a 
forma como o Homem interfere na natureza para atender a suas necessidades de 
sobrevivência. 
 
 
Materialismo Histórico 
 
Para Marx, as sociedades, ao longo da História, também estariam em 
perene transformação, conforme vimos, determinadas pelas mudanças em sua 
base econômica. Essas transformações se dariam por meio de uma marcha triática, 
ou seja, a partir de três elementos: tese, antítese e síntese. 
Essa formulação advém de uma reapropriação que Marx fez da dialética 
proposta por Hegel, daí dizer-se: da dialética hegeliana. 
O movimento se daria da seguinte forma: tudo o que existe na natureza 
constitui tese; porque tudo está em movimento (como vimos), tudo o que existe em 
natureza se transforma, em especial, em direção ao seu oposto (exemplo: a 
madeira se transforma naturalmente de forma a deixar de ser madeira, quando 
começa a se decompor), a esse contrário, que nega a tese, chamamos de antítese 
(anti+tese); o choque da tese com seu contrário (ou suas contradições, como no 
exemplo dado, de a madeira naturalmentese decompor), teria como resultado a 
Revolução Industrial. 
 
síntese, ou seja, algo novo (uma matéria nova, no exemplo dado, produto da 
decomposição da madeira). 
Essa mesma lógica verifica-se, segundo Marx, na mudança das sociedades, 
que também se decompõem e se transformam em algo novo. Essas transformações 
seriam determinadas, como vimos, pela base econômica. Sendo assim, uma base 
econômica determinada, como o sistema capitalista, (ao tempo de Marx, que era o 
tempo da industrialização), seria a tese dessa sociedade: o chamado modo de 
produção capitalista. Seus antagonismos ou contradições, ou seja, sua antítese, 
seriam exatamente as condições de penúria e extrema exploração vivida pelo 
proletariado, a classe trabalhadora nas fábricas. No momento em que o 
proletariado não suportasse mais sua condição de exploração e se voltasse contra o 
explorador - a burguesia -, ocorreria o choque que produziria um novo modo de 
produção, ou seja, a síntese. 
 
 
 
 
 
 
 
Sendo assim, a expressão do materialismo histórico seria a luta de classes: o 
momento de choque entre uma classe dominante (cuja ordem seria a tese) e as 
classes dominadas (cuja condição de exploração seria antítese). Com base na 
dialética hegeliana (tese + antítese = síntese), Marx elaborou sua teoria explicativa 
sobre a sucessão dos modos de produção da vida social: “Todo modo de produção 
já traz em si o germe que provocará sua deterioração e o surgimento de um modo 
de produção novo”, tendo como motor dessas transformações a “luta de classes”. 
 Marx encontrou então uma explicação lógica, com base na dialética, para 
a sucessão dos diferentes modos de produção ao longo da História: 
 TESE X ANTÍTESE = SÍNTESE 
( o que existe) (suas contradições) o novo 
 
Modos de produção ao longo da história: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dinâmica do capitalismo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMUNISMO PRIMITIVO 
Durante o passado pré-histórico, baseava-
se na ausência da propriedade privada 
dos meios de produção, sendo assim, da 
exploração do homem pelo homem. 
MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO 
Durante o auge das civilizações do 
Crescente Fértil ou Oriente Próximo 
(Egito e Mesopotâmia), 
aproximadamente em 3 mil a.C., 
baseava-se na propriedade privada por 
parte de governantes como autoridade 
religiosa (Estados Teocráticos), a quem 
todos serviam por temerem sua 
condenação tanto em vida quanto no 
pós-morte. 
ESCRAVISMO 
Verifica-se no auge das civilizações 
clássicas (Grécia e Roma), até 476, 
baseava-se na mão-de-obra escrava, ou 
seja, o senhor detinha direito de 
propriedade sobre o escravo, assim 
sendo, de vida e morte sobre ele, 
podendo negociá-lo, deixá-lo de herança 
ou matá-lo. 
 
FEUDALISMO 
Verifica-se na Europa Medieval (de 476 a 
1453) e está baseado em relações de 
interdependência entre senhores e servos. 
Enquanto os senhores concediam-lhes 
temporariamente: proteção, moradia e uso 
da terra; os servos davam-lhes seu 
trabalho, pagavam-lhes taxas e serviam-
lhes militarmente, se preciso. 
CAPITALISMO 
Tem origem com o declínio do sistema 
feudal e está baseado na mão-de-obra 
livre e assalariada. 
CAPITALISMO 
MERCANTIL 
Ou, para Marx, 
PRÉ-CAPITALISMO 
Baseado nas manufaturas (ver 
unidade II), verifica-se sua 
existência desde a Baixa Idade 
Média, mas se expande 
durante as navegações e a 
colonização do Novo Mundo 
(do séc. XVI ao XVIII). 
CAPITALISMO INDUSTRIAL 
Advém da consolidação da 
Revolução Industrial na primeira 
metade do séc. XIX (ver unidade 
II). Tem como núcleo as relações 
entre burgueses e proletários no 
âmbito da produção fabril. 
CAPITALISMO FINANCEIRO 
Trata-se de uma fase rentista do 
capital, originada pela crise do 
capitalismo industrial, cujo 
epicentro foi a quebra da Bolsa de 
Nova Iorque, em 1929. Consolida-
se em 1945 com o término da 
Segunda Guerra Mundial, 
portanto, obviamente, esta fase 
não foi assistida por Marx. Advém 
da forte crise vivida pelas indústrias 
que tiveram seu capital absorvido 
por instituições financeiras. 
 
Modos vindouros segundo o marxismo: 
 
 
 
 
 
 É importante ressaltar que a ideia de Socialismo não foi criada por Marx, 
ela já era defendida antes de sua obra; contudo, por teóricos filiados a uma visão 
idealista de sociedade. Essa corrente foi caracterizada por Marx como Socialismo 
Utópico: pré Marx e Engels. 
 Esta nova visão criaria então o Socialismo científico: pós Marx e Engels; 
dando-lhe uma explicação sistêmica e apontando estratégias claras para ultimá-la 
como projeto político. 
 
 
Estratificação Social 
 
 Para Marx, a luta de classes seria então o motor da História, da 
transformação das bases econômicas das sociedades e, assim sendo, das próprias 
sociedades. 
 A origem da divisão da sociedade em classes sociais estaria na 
propriedade privada dos meios de produção. 
 
 
 
 
 
 No momento em que um indivíduo se outorga proprietário de um 
determinado meio de produção, como a terra, por exemplo, ele se distingue de 
todos os demais que não são proprietários. Decorre daí a divisão social do 
trabalho, entre os proprietários dos meios de produção e aqueles que são 
SOCIALISMO 
Propriedade privada dos meios 
de produção centralizadas no 
Estado, responsável por distribuir 
a riqueza social decorrente das 
relações de produção de forma 
igualitária. 
 
COMUNISMO 
Ausência total da propriedade 
privada. Fase na qual o indivíduo 
internalizaria o papel do Estado 
Socialista, findando com 
qualquer tipo de relação de 
exploração. 
 
MEIOS DE PRODUÇÃO: São os meios necessários para garantir a existência 
material do Homem, como a terra e os instrumentos/ferramentas para a 
transformação da natureza naquilo que possa saciar as necessidades humanas (uma 
enxada, um arado, uma máquina numa indústria, por exemplo). 
O meio de produção mais importante, no marxismo, é a terra. 
 
proprietários apenas de sua força de trabalho. Trata-se, para Marx, de uma 
relação, fundamentalmente, de exploração, na qual há exploradores e explorados. 
Percebemos então que, segundo essa perspectiva, a divisão do trabalho social 
determina papéis e identidades sociais e, segundo o marxismo, estão na base das 
desigualdades, por parte daqueles que são proprietários dos meios de produção e 
expropriam a força de trabalho alheia. 
Em determinado momento, então, essa condição de exploração se tornaria 
de tal forma insuportável que adviria daí a consciência dessa condição, chamada 
por Marx de “consciência de classe”: o combustível necessário para ativar a luta de 
classes, o motor das transformações sociais subsequentes. 
 
 
 
Revolução 
 
 
A luta de classes encontra expressão 
máxima na forma da revolução social, que 
cria a nova ordem de produção, síntese do 
velho e do novo. Trata-se da síntese 
dialética que vimos em Hegel e depois em 
Marx: a nova ordem já traz em si o germe de 
sua ruína, suas contradições internas, que 
provocarão a antítese, que em choque com 
a tese, geram a síntese (o novo). 
 A história da humanidade é, assim, a 
história da luta de classes, e a luta de classes 
depende por sua vez da consciência de 
classe. Desta forma, compreende-se porque 
para Marx “a violência é a parteira das 
novas sociedades”. 
 A revolução como expressão da luta de classes, dada pelas contradições do 
CAPITALISMO (expressão máxima da exploração a que teriam chegado às 
relações entre proprietários dos meios de produção e proprietários de sua força de 
trabalho), levaria ao SOCIALISMO (propriedade dos meios de produção centrados 
no Estado), fase transitória para o COMUNISMO (ausência de propriedade privada 
dos meios de produção e, com isso, ausência de relações de exploração). 
 
 
300 × 309 - 4k - gif -
 4.bp.blogspot.com/.../s400/socialismo.gif 
Imagem 
em: cienciassociaisbrasil.blogspot.com/200
9/11/so... 
 
http://cienciassociaisbrasil.blogspot.com/2009/11/socialismo-macroeconomico_06.html
http://cienciassociaisbrasil.blogspot.com/2009/11/socialismo-macroeconomico_06.htmlEstrutura Social 
 
 A estrutura social, no marxismo, é formada pelas relações de produção: o 
fator econômico é, portanto, o determinante fundamental na configuração das 
sociedades, pois o papel do indivíduo na sociedade advém do papel que 
desempenha na divisão social do trabalho. 
As relações de produção determinariam as formas de consciência, 
organizações políticas, religião, lei, filosofia, ciência, arte, literatura e até mesmo a 
moralidade. 
 Nessa perspectiva, o Estado (que não fosse o Socialista) seria a 
superestrutura criada a serviço da classe dominante, proprietária dos meios de 
produção, para manter essas relações inalteradas em favor dos dominadores. 
 
 
O Projeto Político para Transformação da Realidade Social 
 
 Da vasta obra legada por Marx, o livro “Manifesto do Partido Comunista” 
(Manifest der Kommunistischen Partei), escrito em coautoria com Engels e 
publicado em 21 de Fevereiro de 1848, é o que melhor delineia o projeto político 
do marxismo. Isso porque estava dirigido, em essência, para 
a classe trabalhadora. 
 Tratava-se do programa da Liga Comunista e 
apresentava o socialismo científico daqueles que seriam 
considerados como seus fundadores: Marx e Engels. 
 A obra dava curso claro de ação para uma revolução 
socialista, que consistiria na tomada do poder pelos 
proletários. 
 O materialismo histórico é ali apresentado na forma de uma análise que 
demonstra, em termos históricos, que as formas de opressão social mudam, assim 
como mudam seus atores, e que o opressor àquele tempo seria a burguesia 
moderna, que trataria o operário como uma descartável peça de trabalho. 
 A condição de miséria à qual estaria submetido, para o maior lucro de seus 
patrões, aliaria-se, ainda, a sua mais completa coisificação. Para romper com essas 
 
relações, a luta socialista deveria ser dada como luta de classes, sendo assim, o 
inimigo comum aos proletários de todo o mundo seria a burguesia. 
Para isso, o programa dava as etapas a serem cumpridas pelo proletariado: 
• tomar consciência de sua situação; 
• tomar conhecimento do contexto social e histórico no qual estava inserido; 
• organizar e lutar contra a opressão. 
 
O objetivo da luta, no socialismo preconizado por Marx, 
teria uma organização de caráter transnacional, uma vez 
que a consolidação da industrialização em termos 
internacionais tornaria necessária uma luta travada nesse 
mesmo âmbito, por isso o caráter internacionalista do 
marxismo. 
 
 
 O livro faz uma sistemática crítica ao modo de produção capitalista, 
propondo, para sua superação, os princípios do socialismo científico: proletários 
conscientes de sua condição, organizados como comunistas, lutariam pela abolição 
da propriedade privada. 
 Marx e Engels, no terceiro capítulo, fazem uma análise crítica da conjuntura 
socialista ao seu tempo. Para os autores, havaria três tipos de socialismo: 
• socialismo reacionário, uma forma da classe dominante assumir parte do 
discurso dos explorados, sob um ponto de vista burguês, com a finalidade 
de manter as relações de produção e de troca nas quais estavam em 
condição de privilégio. 
• socialismo conservador, que não almejaria a revolução social, expressão 
maior da luta de classes, mas sim uma reforma dada por dentro das 
estruturas sociais vigentes, o que para Marx e Engels seria notadamente 
antirevolucionário e, assim sendo, contrário aos interesses da classe 
trabalhadora. 
• socialismo utópico, que apesar de acertar na crítica que fazia sobre a 
situação do operariado, não apoiava sua luta política, tornando o projeto de 
sociedade comunista inatingível, uma vez que não criava planos para sua 
realização. 
 
Author: Liberdade & Revolução 
 
 
No quarto capítulo é apresentado, então, o novo 
socialismo, que superaria suas correntes contemporâneas e 
predecessoras. Neste capítulo, estão condensadas as principais 
ideias do Manifesto, com foco privilegiado na questão da 
propriedade privada, da qual derivariam as principais formas de 
exploração em distintos modos de produção. 
A luta proposta passaria primeiro pela motivação da 
união transnacional entre os operários, ultrapassando as 
barreiras do nacionalismos para fazer com que os explorados do 
mundo almejassem um novo papel como atores 
transformadores de sua própria história. 
 
 
 
 
 
Ainda sobre o tema "o marxismo e a política como práxis", indico os textos 
abaixo, disponíveis na internet, a título de leitura complementar: 
• No site da Biblioteca Virtual de História do Marxismo no Brasil, da 
Universidade Federal de Minas Gerais e da Pontífice Universidade Católica 
de Minas Geraos, é possível acessar os clássicos do marxismo, em formato 
digital, no link: http://www.fafich.ufmg.br/marxismo/. 
• O Centro de Estudos Marxistas (CEMARX) da Universidade Estadual de 
Campinas mantém uma publicação intitulada "Revista Crítica Marxista", no 
site:http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/. 
 
Indico ainda os filmes, disponíveis no Youtube: 
A teoria marxista 
• http://www.youtube.com/watch?v=bjIuO1EMR7E&feature=related 
Alienação 
• http://www.youtube.com/watch?v=n2vFecjCNWs&feature=related 
Material Complementar 
http://www.fafich.ufmg.br/marxismo/
http://www.unicamp.br/cemarx/criticamarxista/
http://www.youtube.com/watch?v=bjIuO1EMR7E&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=n2vFecjCNWs&feature=related
 
 
 
ALTHUSSER, Louis. Análise crítica da teoria marxista. Rio de Janeiro: 
Zahar, 1967. 
BAAS, Emile. Introdução crítica ao marxismo. Rio de Janeiro: Livraria AGIR, 
1958. 
BOBBIO, Norberto. Marxismo e o estado. Rio de Janeiro: Graal, 1979. 
__________. Teoria Geral da Política. A Filosofia Política e as lições dos 
clássicos. São Paulo: Campos, 2000. 
DRACHKOVITCH, Milorad M. O marxismo no mundo moderno. Rio de 
Janeiro: Zahar, 1966. 
FLORENZANO, Modesto. As revoluções burguesas. São Paulo: Brasiliense, 
1997. 
FROMM, Erich. Conceito Marxista do Homem. Rio De Janeiro: Zahar, 1975. 
GAADER, Jostein. O mundo de Sofia: Romance da história da Filosofia. São 
Paulo: Cia das Letras, 1997. 
MARX, Karl. Trabalho Assalariado e Capital. Rio de Janeiro: Zahar, 1967. 
__________. O Capital: Crítica da Economia Política. Vol. I. São Paulo: Abril 
Cultural, 1984. 
 
__________. Manifesto do Partido Comunista. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 1997. 
 
__________. O 18 de Brumário de Louis Bonaparte. São Paulo: Centauro, 
2003. 
Referências 
 
 
 
 
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Anotações

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