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MODULO GRN 2020 (1)

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Prévia do material em texto

LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA 
MÓDULO DE GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS 
 
 
 
 
 
 
 
3º Ano 
Disciplina: Gestão De Recursos Naturais 
Código: 
Total Horas/1o Semestre:125 
Créditos (SNATCA):5 
Número de Temas: 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), 
e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou 
total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos 
judiciais em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto superior de Ciências e Educação a Distância (isced) 
Direcção de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos 
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
Autor Pedro Herculano Arrone 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
Revisão Científica e 
Linguística 
Ano de Publicação 
Local de Publicação 
Direcção Académica 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia 
(IAPED) 
 
 
ISCED – BEIRA 
 
 
 
http://www.isced.ac.mz/
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 ii 
 
Indice 
Visão geral 1 
Objectivos do Módulo ...................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 1 
Como está estruturado este módulo .................................................................................. 1 
Ícones de actividade .......................................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 5 
Avaliação .......................................................................................................................... 5 
TEMA – I: INTRODUÇÃO A GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS 7 
UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Conceito e classificação de recursos naturais, 
contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. ............................................ 7 
Introdução ......................................................................................................................... 7 
Conceito e classificação de recursos naturais ................................................................... 7 
Classificação dos recursos naturais e algumas aplicações ................................................ 8 
Contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. .......................................... 11 
Sumário ........................................................................................................................... 13 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 14 
UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Desenvolvimento sustentável e as dimensões de gestão 
dos recursos naturais ....................................................................................................... 18 
Introdução ....................................................................................................................... 18 
Desenvolvimento sustentável e as dimensões da gestão de recursos naturais ................ 18 
Sumário ........................................................................................................................... 21 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 21 
UNIDADE TEMÁTICA 1.3. Noção de gestão comunitária dos recursos naturais e 
sectores participantes na gestão dos recursos naturais .................................................... 25 
Introdução ....................................................................................................................... 25 
Gestão comunitária dos recursos naturais ....................................................................... 25 
Sectores participantes na gestão ambiental ..................................................................... 29 
Sumário ........................................................................................................................... 30 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 30 
Referências bibliográficas do tema I .............................................................................. 36 
TEMA – II: GESTÃO DOS RECURSOS MINERAIS E PEDOLÓGICOS 38 
UNIDADE TEMÁTICA 2.1. Gestão dos recursos minerais .......................................... 38 
Introdução ....................................................................................................................... 38 
Gestão dos recursos minerais e as dimensões e indicadores da sustentabilidade na 
mineração ........................................................................................................................ 38 
Ciclo de Vida da Mina e acções para mineração sustentável ......................................... 43 
Sumário ........................................................................................................................... 54 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 54 
UNIDADE TEMÁTICA 2.2. Gestão dos recursos pedológicos .................................... 57 
Introdução ....................................................................................................................... 57 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 iii 
 
Condições óptimas dos solos explorados duma forma sustentável. ............................... 57 
Gestão sustentável dos solos ........................................................................................... 58 
Como minimizar erosão dos solos .................................................................................. 59 
Como aumentar o teor de matéria orgânica no solo ....................................................... 61 
Como favorecer o equilíbrio e o ciclo de nutrientes no solo .......................................... 62 
Como prevenir, minimizar e mitigar a salinização e alcalinização do solo .................... 64 
Como prevenir e minimizar a contaminação dos solos .................................................. 65 
Como evitar e minimizar a acidificação do solo ............................................................. 66 
Como preservar e reforçar a biodiversidade do solo ...................................................... 67 
Como minimizar a impermeabilização do solo .............................................................. 68 
Como evitarou reduzir a compactação do solo .............................................................. 68 
Sumário ........................................................................................................................... 70 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 70 
Referências bibliográficas ............................................................................................... 76 
TEMA – III: GESTÃO DOS HÍDRICOS 78 
UNIDADE TEMÁTICA 3.1. Gestão dos hídricos ......................................................... 78 
Introdução ....................................................................................................................... 78 
Gestão de recursos hídricos ............................................................................................ 78 
Factores de desperdício e práticas sustentáveis nos usos domésticos da água ............... 80 
Gestão das bacias hidrográficas versus gestão dos recursos hídricos ............................. 87 
Sumário ........................................................................................................................... 91 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 91 
Referências bibliográficas ............................................................................................... 94 
TEMA – IV: GESTÃO DOS RECURSOS PESQUEIROS 96 
UNIDADE TEMÁTICA 4.1. Gestão dos recursos pesqueiros ...................................... 96 
Introdução ....................................................................................................................... 96 
Gestão de recursos pesqueiros ........................................................................................ 97 
Gestão integrada dos recursos pesqueiros .................................................................... 101 
Modelo trade-off na gestão dos recursos pesqueiros .................................................... 103 
Factores e desafios em prol da gestão dos recursos pesqueiros .................................... 104 
Sumário ......................................................................................................................... 106 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................ 106 
Referências bibliográficas ............................................................................................. 110 
TEMA – V: GESTÃO DOS RECURSOS FLORESTAIS 113 
UNIDADE TEMÁTICA 5.1. Gestão dos recursos florestais ....................................... 113 
Introdução ..................................................................................................................... 113 
Gestão de recursos florestais versus sustentabilidade ambiental e socioeconómica .... 113 
Maneio Florestal comunitário ....................................................................................... 124 
Sumário ......................................................................................................................... 126 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................ 126 
Referências bibliográficas ............................................................................................. 130 
TEMA – VI: GESTÃO DE ÁREAS DE CONSERVAÇÃO 132 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 iv 
 
UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Gestão de áreas de conservação .................................... 132 
Introdução ..................................................................................................................... 132 
Gestão de áreas protegidas ............................................................................................ 132 
Directrizes de gestão de áreas protegidas ..................................................................... 140 
Sumário ......................................................................................................................... 143 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................ 143 
Referências bibliográficas ............................................................................................. 148 
 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 1 
 
Visão geral 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Gestão de Recursos Naturais 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo deste módulo de gestão de recursos naturais 
deverá ser capaz de: Compreender a dinâmica da gestão dos 
recursos naturais e conhecer e aplicar os instrumentos de gestão 
de recursos naturais nos diferentes contextos, garantindo o 
alcance da sustentabilidade nas suas diversas variáveis. 
 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ Conhecer os procedimentos de gestão de recursos naturais 
▪ Conhecer os factores de gestão de recursos naturais 
▪ Analisar os processos gestão de recursos naturais 
▪ Aplicar os instrumentos de gestão dos recursos naturais 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 4º ano do curso de 
Licenciatura em Ensino de Geografia do ISCED, etc. Poderá 
ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e 
consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem-
vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá 
adquirir o manual. 
 
 
 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Gestão de Recursos Naturais, para estudantes do 
4º ano do curso de licenciatura em Ensino de Geografia, à 
semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se 
segue: 
Páginas introdutórias 
▪ Um índice completo. 
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta 
secção com atenção antes de começar o seu estudo, como 
componente de habilidades de estudos. 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 2 
 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e 
actividades práticas, incluído estudo de caso. 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio 
de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, 
apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu 
módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na 
biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos 
relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD-
ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico 
disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital 
moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus 
estudos. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos 
exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: 
primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas semmostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de 
campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de 
correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame 
do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os 
exercícios de avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 3 
 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando 
estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos 
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos 
estudos, procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e 
assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou 
as de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de 
estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: 
Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo 
melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da 
semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num 
sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em 
cada hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido 
estudado durante um determinado período de tempo; Deve 
estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao 
seguinte quando achar que já domina bem o anterior. 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler 
e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos 
conteúdos de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 4 
 
(chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que 
durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos 
das actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado 
volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, 
criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência 
lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai 
em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, 
estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área 
em que está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
Precisa de apoio? 
Caro estudante tem a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis 
erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página 
trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de 
atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), 
via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta 
participando a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, 
estudante – CR, etc. 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 5 
 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff 
do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudoos mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um 
autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 6 
 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da 
cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 7 
 
TEMA – I: INTRODUÇÃO A GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS 
UNIDADE Temática 1.1. Conceito e classificação de recursos naturais, 
contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. 
UNIDADE Temática 1.2. Desenvolvimento sustentável e as dimensões 
da gestão de recursos naturais 
UNIDADE Temática 1.3. Noção de gestão comunitária dos recursos 
naturais e sectores participantes na gestão dos recursos naturais 
 
UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Conceito e classificação de recursos naturais, 
contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. 
 
Introdução 
 A compreensão de qualquer temática científica nas diferentes 
perspectivas passa necessariamente pelo esclarecimento da sua 
origem e evolução para além da compreensão dos conceitos básicos 
que a norteiam. Na presente unidade temática faz se uma abordagem 
sobre contextualização dos processos em prol da gestão dos recursos 
naturais, apresentam-se os conceitos de recursos naturais e de gestão 
de recursos naturais, culminando com a classificação de recursos 
naturais de acordo a critérios específicos. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
 
▪ Contextualizar o processo da gestão dos recursos naturais; 
▪ Definir recursos naturais e gestão dos recursos naturais; 
▪ Classificar os recursos naturais com base diversos critérios. 
 
Conceito e classificação de recursos naturais 
Recurso, numa perspectiva geral, refere-se a elementos de que o 
homem se vale para satisfazer suas necessidades nos diferentes 
contextos, sendo que recursos naturais, constituem elementos de 
origem natural, isto é, que se originam sem qualquer intervenção 
humana mas que o homem usa nas suas actividades socioculturais ou 
socioeconómicas. Portanto, Recursos naturais compreendem-se como 
tudo que existe de origem natural e ostentando certo valor para 
satisfação das necessidades de ordem fisiológicas, socioeconómicas e 
culturais dos seres humanos, numa perspectiva de desenvolvimento 
da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral (BRITO, 
2006). 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 8 
 
Ainda em prol da noção de recursos naturais podem-se distinguir 
recursos naturais próprios de um estado, os compartilháveis entre 
estados e os que são património comum da humanidade. A diferença 
entre recursos naturais compartilhados e recursos do património 
comum internacionais está baseada no número de estados que 
compartilham o recurso, pois os recursos como património comum 
pertencem a comunidade internacional e não podem ser 
individualizados para os Estados, já os recursos compartilháveis estão 
pela jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma 
exclusiva (BRITO, 2006). 
 
Classificação dos recursos naturais e algumas aplicações 
 
Os Recursos Naturais podem ser classificados de acordo a velocidade 
ou tempo que levam para a renovação ou de acordo a sua natureza. 
Quanto a velocidade ou tempo da sua renovação, os recursos naturais 
subdividem-se em renováveis (não se esgotam com maior facilidade 
devido a sua rápida capacidade de renovação e de manutenção após 
seu uso sem ultrapassar a capacidade de carga, pois, a velocidade e a 
forma como são utilizados pelo homem são determinantes para a sua 
manutenção na natureza, como são os casos de recursos hídricos e 
biológicos) e não renováveis (esgotam-se a uma velocidade superior à 
sua renovação e não se renovam à escala da vida duma geração 
humana, ou seja, aqueles que não se renovam em um espaço de 
tempo que garanta o suprimento das necessidades do ser humano 
como são os casos de carvão mineral, petróleo e gás natural) (DULLEY, 
2004; BRITO, 2006). 
Fig.1- Classificação dos recursos naturais a velocidade ou tempo de 
renovação 
Fonte: adaptado pelo autor com base DULLEY, 2004; BRITO, 2006. 
 
 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 
 9 
 
Constituem exemplos de recursos renováveis, a luz solar (energia 
solar), que é calor emitido pelo Sol, uma fonte de energia capaz de 
gerar energia eléctrica através da captação da luz solar realizada por 
meio de tecnologias, como os painéis fotovoltaicos, aquecedores 
solares e usinas heliotérmicas; o vento que é capaz de gerar energia 
eólica através da sua força, por meio de aerogeradores; a água que é o 
recurso natural essencial à existência humana tanto para consumo 
como para diversas actividades socioculturais e económicas; os 
vegetais que são a fonte alimentos bem como matéria-prima para o 
ramo da produção industrial; os animais que servem como alimento 
directo para o homem ou como matéria-prima para indústrias têxteis, 
entre outros, etc. 
 
É importante frisar que apesar dos recursos renováveis terem a 
capacidade de se restabelecerem naturalmente na natureza, eles não 
são ilimitados e cada tipo de recurso tem um determinado tempo para 
se regenerar. Portanto, é necessário respeitar o tempo de renovação 
de cada tipo de recurso renovável, de modo que estes continuem 
disponíveis para satisfazer as necessidades do homem. De forma 
contrária, os recursos naturais renováveis poderão chegar a ficar 
indisponíveis e se esgotarem para as futuras gerações. 
 
Do ponto de vista ecológico, alguns recursos renováveis se originam e 
se renovam independentemente da forma como são consumidos, 
como é ocaso da luz do sol que independentemente de como é 
utilizada pelo consumidor, está sempre disponível (pois advém de 
fonte externa). Um segundo tipo de recurso renovável é aquele gerado 
dentro do sistema ecológico (de uma fonte interna), onde os 
consumidores afectam directamente a abundância destes recursos. 
 
Na perspectiva de recursos naturais não renováveis, podemos citar 
como exemplos, os minérios que são elementos encontrados na 
natureza constituídos de minerais, como óxidos e silicatos, e muitos 
possuem valor económico, como o ferro, prata, ouro; petróleo que é 
tido com uma das fontes de energia mais importantes do mundo, 
originada a partir da decomposição de matéria orgânica e que para 
além de ser utilizado como fonte de energia, também serve também 
como matéria-prima para a fabricação de plásticos, borrachas, 
solventes etc. e o carvão mineral que é bastante utilizado como fonte 
de energia. 
 
Por outro lado, os recursos naturais quanto a sua natureza podem ser 
classificados em: minerais (metálicos e não metálicos), biológicos 
(animais e vegetais), hídricos (quantidade de água superficial e 
subterrânea disponível para o homem) e energéticos (que envolvem 
qualquer fonte energética: combustíveis fosseis, energia nuclear e 
energias alternativas) (DULLEY, 2004; BRITO, 2006). 
 
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 10 
 
Os recursos biológicos constituem os recursos vegetais (madeira, 
plantas medicinais, etc.) e animais existentes no globo terrestre. São 
considerados recursos renováveis na natureza, sendo utilizados na 
alimentação, vestuário, medicina, construção, dentre outros. Os 
animais e os vegetais são considerados recursos naturais, visto que 
nós, seres humanos, nos apropriamos deles para suprir nossas 
necessidades. Diversas espécies de animais que compõem a fauna 
estão presentes não só na nossa alimentação diária, mas também 
servindo como meio de locomoção e no fornecimento de matéria-
prima para diversas indústrias, como as têxteis. O sector agro-pecuário 
é actualmente um dos mais representativos do mundo em diversas 
regiões. 
 
O mesmo acontece com os vegetais. Diversas espécies são utilizadas 
não só para a alimentação, como também para fornecer matéria-
prima para indústrias de transformação, têxtil e indústrias 
farmacêuticas que desenvolvem medicamentos por meio das 
substâncias fornecidas pelo vegetal. A madeira, por exemplo, é 
bastante utilizada construção civil e na indústria imobiliária; as fibras 
são utilizadas como matéria-prima para o artesanato; os óleos 
essenciais para a fabricação de produtos de beleza, entre outras 
utilidades. 
 
Os recursos hídricos são provenientes da água superficial (rios lagos e 
oceanos) e subterrânea do planeta são utilizados sobretudo na 
alimentação humana para além de servir de matéria-prima em muitos 
processos de produção industrial. 
 
Os recursos energéticos distinguem-se por fornecer energia, por 
exemplo, os e energia nuclear e os combustíveis fósseis como o 
carvão, o petróleo e o gás natural, utilizados na produção de materiais, 
construção, transporte, electricidade, dentre outros. Esse tipo de 
recurso natural pode ser renovável (energia solar, eólica, 
hidroeléctrica, geotérmica, biomassa, etc.) ou não renovável (energia 
nuclear e combustíveis fósseis). 
 
Os recursos minerais são de ordem geológica, composto pelos 
minerais (ouro, grafite, diamante, ferro, cobre, manganês, níquel, 
titânio, etc.) e as rochas (areia, argila, calcário, mármore, etc.), sendo 
muito utilizados para adornos, construções, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 11 
 
 
Fig.1- Classificação dos recursos naturais quanto à sua natureza 
 
Fonte: Adaptado pelo autor com base DULLEY, 2004; BRITO, 2006. 
 
 
Contextualização e conceito de gestão de recursos 
naturais. 
O modelo económico capitalista vigente na actualidade, baseado no 
uso não sustentável dos recursos naturais e que se perpetra desde a 
revolução industrial dos séculos XVIII e XIX, tem causado diversidade 
de perturbações ao ambiente quanto aos recursos e condições, 
agravamento dos conflitos ambientais, aumentando a possibilidade de 
escassez de recursos naturais e prejudicando a qualidade de vida dos 
indivíduos. 
 
Face a tendência evolutiva dos problemas ambientais, nos anos 1970, 
surge a perspectiva da sustentabilidade como forma de modificação 
de modelos de desenvolvimento, com o intuito de salvaguardar o 
meio ambiente e os recursos naturais para as futuras gerações 
(LACERDA; CÂNDIDO, 2013). 
 
Em 1987, no Relatório Brundtland “Nosso Futuro Comum”, 
encomendado pela Assembleia Geral da Organização das Nações 
Unidas, surge a definição de desenvolvimento sustentável no discurso 
político público no meio internacional, evidenciando que esse 
desenvolvimento “implica encontrar as necessidades do presente sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas 
próprias necessidades” (ONU, 1987). 
 
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 12 
 
Desse modo, possibilitar que as futuras gerações continuem a usufruir 
dos recursos naturais disponível no mundo actualmente. Ao mesmo 
tempo, o relatório também destaca a importância da acção da ONU, 
dos governos, das instituições privadas, organizações e empresas na 
implementação do desenvolvimento sustentável como princípio 
orientador central tanto para o desenvolvimento no âmbito doméstico 
dos Estados quanto para o âmbito internacional. 
 
No entanto, foi na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente e o Desenvolvimento, em 1992, que o desenvolvimento 
sustentável foi realisticamente direccionado para a agenda pública 
internacional, buscando-se afectar directamente no modelo de 
desenvolvimento económico causador de danos ambientais e 
devastador de recursos naturais, ficando claro que a gestão de 
recursos naturais tem, além de uma incidência nacional, uma área de 
abrangência internacional evidente e está fortemente ligada às 
questões ambientais, que, em geral, são problemas que transcendem 
as fronteiras dos estados e tornam-se uma parte essencial da política 
internacional. 
 
Nesta perspectiva a gestão de recursos naturais é uma forma de 
prevenir, controlar e combater possíveis conflitos motivados pelo uso 
dos recursos naturais, tanto dentro das fronteiras estatais quanto 
além delas. De acordo com Alves e Freitas (2013), por muito tempo se 
teve a despreocupação quanto aos impactos ambientais causados pelo 
crescimento económico desordenado e pelo uso desenfreado dos 
recursos naturais, como se fossem fontes inesgotáveis. Por isso, surge 
a necessidade da gestão de recursos naturais, pois, a obtenção de 
resultados positivos dependeria das boas práticas de gestão, as quais 
deveriam levar em conta factores como os interesses políticos e 
sociais, os objectivos que direccionam o desenvolvimento 
socioeconómico e os instrumentos de gestão disponíveis e 
consequentemente, possibilitando que haja interacção entre o modelo 
económico e a acção sobre o meio ambiente. 
 
Os objectivos próprios à gestão de recursos enquadram-se nas esferas 
de tomada de decisão (política industrial e tecnológica, política de 
ordenamento espacial, política ligada aos modos de vida, etc.) e a 
multiplicidade de preocupações públicas subjacentes à gestão de 
recursos naturais, pois, devem apreender as diversas preocupações 
subjacentes à intervenção pública, para além da referência às 
preferências de consumidores e usuários (independência nacional, 
emprego, equilíbrio regional, protecção do meio ambiente, etc.) 
(ALVES; FREITAS, 2013). 
 
Portanto, a gestão de recursos naturais como área de conhecimento 
centra-se na procura de explicaçõesde âmbito científico e técnica 
sobre os recursos, da ecologia e da capacidade de apoio à vida desses 
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 13 
 
recursos. 
 
Gestão dos recursos naturais, como uma particularidade da gestão 
ambiental, preocupa-se em especial, com o conjunto de princípios, 
estratégias e directrizes de acções determinadas e conceituadas pelos 
agentes socioeconómicos, públicos e privados, que interagem no 
processo de uso dos recursos naturais, garantindo-lhes 
sustentabilidade (Ministério do Meio Ambiente do Brasil, 2000). 
 
Portanto, a gestão de recursos naturais centra-se em um conjunto de 
directrizes e acções destinadas a regular o uso, o controlo e a 
protecção dos recursos naturais de modo que sirvam para as 
presentes gerações e futuras duma fora equitativa. 
 
Particularizando para uma perspectiva de recursos próprios e 
específicos duma nação, pode-se introduzir a noção da gestão nacional 
de decursos naturais, que constitui a administração de recursos 
naturais próprios de um Estado ou nação, composta por acções de 
governos nos seus diferentes níveis conforme os casos, legislações e 
normas, organizações governamentais e não governamentais, 
movimentos ambientalistas, empresas, sector industrial e dos próprios 
indivíduos como intervenientes (ALVES; FREITAS, 2013). 
 
Numa perspectiva de recursos internacionais, subentende-se que 
presta-se a gestão internacional de recursos naturais, sendo que as 
acções de preservação e controle dos usos dos recursos naturais são 
formatadas e realizadas pelos mais diversos atores do sistema 
internacional, incluindo a realização das conferências mundiais da 
ONU sobre meio ambiente e das acções dos processos de integração 
regional. A gestão internacional de recursos naturais são as acções 
internacionais para a administração dos usos dos recursos naturais e 
tem implicações fundamentais para a estruturação e implementação 
das gestões nacionais de recursos naturais. 
 
A gestão compartilhada de recursos naturais aplica-se nos casos de 
existência de recursos compartilháveis (recursos que estão pela 
jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma 
exclusiva), que podem ser em substâncias fluídas (líquidos e gases) e 
os animais que migram entre territórios estatais, sendo que por sua 
essencialidade transfronteiriça, urge a necessidade de harmonização e 
compartilha das directrizes e acções para controlo e prevenção 
(BRITO, 2006, p. 73). 
Sumário 
Nesta Unidade temática 1.1, abordaram-se os conceitos gerais e 
básicos da disciplina (recursos naturais e gestão dos recursos naturais), 
a contextualização da origem e evolução dos processos de gestão dos 
recursos naturais e fez-se a classificação dos recursos naturais de 
acordo a natureza (recursos 
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pedológicos, minerais, hídricos, etc.) e quanto ao tempo ou velocidade 
de renovação ou manutenção (recursos renováveis e não renováveis). 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
 
Lê com atenção as questões e responde com clareza, resumidamente 
e respeitando as exigências do conteúdo de cada questão. 
 
1- Define recurso natural 
2- Distingue gestão nacional e internacional dos recursos naturais 
3- Estabeleça diferença entre recursos naturais compartilhados e 
recursos naturais de património comum internacional 
5- Classifica os recursos naturais quanto a velocidade ou tempo de 
renovação e caracteriza a cada grupo 
5- Explica resumidamente quando é que se aplica a gestão 
compartilhada dos recursos naturais 
 
Questões de avaliação 
Lê atenciosamente as questões abaixo. Cada questão apresenta 
quatro alternativas de resposta. Das alternativas de resposta 
apresentadas em cada questão, assinale apenas a alternativa mais 
correcta. 
 
1- Em Moçambique constitui recurso natural compartilhado: 
A: Lago Niassa 
B: Rio Rovuma 
C: Rio Zambeze 
D: Todas as opções estão correctas 
 
2- Em Moçambique constitui recurso natural apenas próprio: 
A: Lago Niassa 
B: Rio Lúrio 
C: Rio Zambeze 
D: Todas as opções estão correctas 
 
3- Consideram-se recursos naturais renováveis aqueles que: 
A: Podem se renovar dentro da escala da vida humana 
B: A sua renovação depende dos factores naturais que actuam sobre 
eles 
C: Mesmo esgotados num determinado espaço, pode se explorar 
noutros lugares 
D: A capacidade da sua manutenção é muito lenta, podendo levar 
séculos 
 
4- Constitui um dos exemplos de recurso natural renovável: 
A: O vento como fonte energética 
B: O carvão mineral porque tem a origem na decomposição da matéria 
orgânica e é inesgotável 
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 15 
 
C: O mármore porque ocorre em grande escala em todo planeta e é 
inesgotável 
D: Nenhuma opção está correcta 
 
5- Constitui um dos exemplos de recursos naturais não renováveis: 
A: A água do rio porque seca durante a estação fria e seca 
B: O vento como fonte energética porque sem o vento não se gera 
energia 
D: A radiação solar como fonte energética, pois, o ocaso pressupõe 
esgotamento da fonte energética 
D: Nenhuma opção está correcta 
 
6- Os recursos naturais energéticos podem ser renováveis ou não 
renováveis. Podem-se considerar como recursos energéticos não 
renováveis: 
A: Combustíveis fósseis 
B: Biomassa 
C: Energia eólica 
D: Energia solar 
 
7- Os recursos naturais energéticos podem ser renováveis ou não 
renováveis. Podem-se considerar como recursos energéticos 
renováveis: 
A: Combustíveis fósseis 
B: Biomassa 
C: Energia nuclear 
D: Nenhuma opção está correcta 
 
8- Os recursos minerais podem ser classificados de matais e não 
matais. Constitui um dos exemplos de recursos minerais metálicos: 
A: Mármore 
B: Ouro 
C: Argila porque é condutora eléctrica 
D: Todas as opções estão correctas 
 
9- Os recursos minerais podem ser classificados de matais e não 
matais. Constitui um dos exemplos de recursos minerais não 
metálicos: 
A: Mármore 
B: Ouro 
C: Diamante 
D: Nenhuma opção está correcta 
 
 
10- As acções de preservação e controlo dos usos dos recursos 
naturais, formatadas e realizadas pelos mais diversos atores do 
sistema internacional associam-se a gestão de: 
A: Recursos compartilhados entre duas ou mais nações 
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 16 
 
B: Recursos do património comum internacionais 
C: Recursos próprios duma nação 
D: Aplicáveis em todas as situações 
 
Conforme o conteúdo da frase, assinale verdadeiro ou falso 
 
11- Os recursos hídricos são provenientes da água superficial e 
subterrânea mas não inclui a água salgada porque não faz parte dos 
usos comuns do homem 
A: Verdade 
B: Falso 
12- A gestão de recursos naturais é uma forma de prevenir, controlar e 
combater possíveis conflitos motivados pelo uso dos recursos naturais, 
tanto dentro das fronteiras estatais quanto além delas. 
A: Verdade 
B: Falso 
 
Respostas: 1D; 2B; 3A; 4A; 5D; 6A; 7B; 8B; 9A; 10B; 11B; 12A. 
Respostas questões de auto avaliação 
1- Recurso natural é tudo que existe de origem natural e ostentando 
certo valor para satisfação das necessidades de ordem fisiológicas, 
socioeconómicas e culturais dos seres humanos, numa perspectiva de 
desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade 
em geral. 
 
2- A gestão nacional de decursos naturais constitui a administração de 
recursos naturais próprios de um estado ou nação, composta por 
acções de governos nos seus diferentes níveis conforme os casos, 
legislações e normas, organizações governamentais e não 
governamentais, movimentos ambientalistas, empresas, sectorindustrial e dos próprios indivíduos como intervenientes enquanto que 
a gestão internacional dos recursos naturais as acções de controlo e 
preservação transcende as de uma nação, envolvendo os mais 
diversos atores do sistema internacional, incluindo a realização das 
conferências mundiais da ONU sobre meio ambiente e das acções dos 
processos de integração regional. 
 
3- A diferença entre recursos naturais compartilhados e recursos do 
património comum internacionais está baseada no número de estados 
que compartilham o recurso, pois os recursos como património 
comum pertencem a comunidade internacional e não podem ser 
individualizados para os estados, já os recursos compartilháveis estão 
pela jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma 
exclusiva, portanto, os recursos naturais compartilhados pertencem a 
um grupo de nações enquanto que os recursos de património comum 
internacional pertencem a humanidade o geral. 
 
4- Quanto a velocidade ou tempo da sua renovação, os recursos 
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naturais subdividem-se em renováveis (não se esgotam com maior 
facilidade devido a sua rápida capacidade de renovação e de 
manutenção após seu uso sem ultrapassar a capacidade de carga, pois, 
a velocidade e a forma como são utilizados pelo homem são 
determinantes para a sua manutenção na natureza, como são os casos 
de recursos hídricos e biológicos) e não renováveis (esgotam-se a uma 
velocidade superior à sua renovação e não se renovam à escala da 
vida duma geração humana, ou seja, aqueles que não se renovam em 
um espaço de tempo que garanta o suprimento das necessidades do 
ser humano como são os casos de carvão mineral, petróleo e gás 
natural). 
 
5- A gestão compartilhada de recursos naturais aplica-se nos casos de 
existência de recursos compartilháveis (recursos que estão pela 
jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma 
exclusiva), que podem ser em substâncias fluídas (líquidos e gases) e 
os animais que migram entre territórios estatais, sendo que por sua 
essencialidade transfronteiriça, urge a necessidade de harmonização e 
compartilha das directrizes e acções para controlo e prevenção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Desenvolvimento sustentável e as dimensões de 
gestão dos recursos naturais 
 
Introdução 
 O interesse sobre questões ambientais assumiram grande 
importância no debate científico e político, de maneira mais 
intensificada a partir dos anos 60 e 70, com surgimento de 
movimentos ambientalistas, regulamentações, organizações não-
governamentais, etc., fruto principalmente do actual contexto em que 
se encontram os atuais sistemas convencionais de gestão de recursos 
naturais. A presente unidade temática centra-se no esclarecimento do 
conceito de desenvolvimento sustentável e sua ligação com as 
dimensões de sustentabilidade de gestão dos recursos naturais. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
 
▪ Conceituar desenvolvimento sustentável 
▪ Identificar as dimensões de sustentabilidade na gestão dos recursos naturais 
▪ Caracterizar as dimensões de sustentabilidade na gestão dos recursos 
naturais 
 
Desenvolvimento sustentável e as dimensões da gestão 
de recursos naturais 
O desenvolvimento sustentável é o processo de mudança social e 
elevação das oportunidades da sociedade compatibilizando no tempo 
e no espaço, o crescimento e a eficiência económica, a conservação 
ambiental, a qualidade vida e a equidade social partindo de claro 
compromisso com o futuro e a solidariedade com as futuras gerações 
(LACERDA E CANDIDO 2013, IN: Lira e ATAÍDE 2013) 
 
O desenvolvimento sustentável é um tipo de desenvolvimento 
orientado a garantir a satisfação das necessidades fundamentais da 
população e a elevar a sua qualidade de vida, por meio do maneio 
racional dos recursos naturais, propiciando sua conservação, sua 
recuperação, sua melhoria e usos adequados, por intermédio de 
processos participativos e de esforços locais e regionais, de tal maneira 
que tanto esta geração quanto as futuras tenham a possibilidade de 
usufrui-los com equilíbrio físico e psicológico, sobre bases éticas e de 
equidade, garantindo-se a vida em todas as suas manifestações e a 
sobrevivência da espécie humana. 
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 19 
 
 
O desenvolvimento sustentável afigura-se como alternativa de con-
servação e continuidade dos recursos de modo a alcançar a 
solidariedade diacrónica e sincrónica, desta feita, interagindo com 
diversas áreas económicas, urge a necessidade de ferramentas que 
possam mensurar a sustentabilidade de suas acções. A mensuração do 
desenvolvimento sustentável consiste em fornecer elementos 
concretos que possam auxiliar nas tomadas de decisões, o que vem a 
ser um poderoso recurso de apoio ao planeamento das acções futuras. 
A mensuração é feita através de indicadores que podem ser de ordem 
social, económica, ambiental, etc. Na área da saúde por exemplo, é 
possível mensural quantos doentes estão para um médico, qual a 
distância percorrida pelos utentes de determinado centro de saúde, 
etc., para posteriormente comparar com os parâmetros ideais 
definidos pela OMS. 
 
Baseando-se SACHS, 2000, VAN, 2006, apud CARVALHO et al 2013 in 
Lira e ATAÍDE 2013), arrolam-se em seguida as dimensões de gestão 
dos recursos naturais sob perspectiva da sustentabilidade: 
 
Dimensão ecológica: A manutenção e recuperação da base de recursos 
naturais. A noção de preservação e conservação da base dos recursos 
naturais como condição essencial para a continuidade dos processos 
de reprodução socioeconómica e cultural da sociedade. Constitui a 
base física do processo de crescimento e tem como objectivo a 
conservação e o uso racional do estoque de recursos naturais 
incorporados às actividades produtivas. 
 
Dimensão social: equidade (intrageracional e intergeracional) incluindo 
também a busca contínua de melhores níveis de qualidade de vida 
mediante a produção e o consumo de alimentos com qualidade 
biológica superior. Objectiva promover a melhoria da qualidade de 
vida e a reduzir os níveis de exclusão social por meio de políticas de 
justiça redistributiva. A dimensão social está ancorada no princípio da 
equidade na distribuição de renda e dos bens, no princípio da 
igualdade de direitos à dignidade humana e no princípio da 
solidariedade dos laços sociais. 
 
Dimensão económica: Resultados económicos como base para o 
desenvolvimento socioecónomico, respeitando o equilíbrio entre 
processos produtivos e equilíbrio nos ecossistemas, recursos naturais, 
condições naturais. É avaliada a partir da sustentabilidade social 
propiciada pela organização da vida material, dentro do contexto de 
sustentabilidade forte e fraca, ambas baseadas no fato de que a 
humanidade deve preservar capital natural para as futuras gerações, 
enfatiza ainda, de maneira crítica, a importância de se discutir a 
sustentabilidade a partir da contabilidade e da responsabilidade 
 
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 20 
 
Dimensão cultural: Necessidade de manter a diversidade de culturas, 
valores e práticas existentes e que integram ao longo do tempo as 
identidades dos povos. Respeito a cultura local. Os saberes, os 
conhecimentos e os valores locais das populações rurais precisam ser 
analisados, compreendidos e utilizados como ponto de partida nos 
processos de desenvolvimento rural. 
 
Dimensão política: processos participativose democráticos. O 
desenvolvimento rural sustentável deve ser concebido a partir das 
concepções culturais e políticas próprias dos grupos sociais, 
considerando-se suas relações de diálogo e de integração com a 
sociedade maior, através de representação em espaços comunitários. 
Relacionada ao caminho da modernização sem o rompimento da 
identidade cultural 
 
Dimensão ética: solidariedade intra e intergeracional e com novas 
responsabilidades dos indivíduos com respeito à preservação do meio 
ambiente. A ética da sustentabilidade tem a ver com a necessidade de 
redução do sobre consumo, da hiper-poluição, da abundante produção 
de lixo e de todo o tipo de contaminação ambiental gerado pelo seu 
estilo de vida e de relação com o meio ambiente. A ética ambiental 
vincula a conservação da diversidade biológica do planeta com 
respeito à heterogeneidade étnica e cultural da espécie humana. 
 
Dimensão política: Relacionada à construção da cidadania plena dos 
indivíduos por meio do fortalecimento dos mecanismos democráticos 
de formulação e de implementação das políticas públicas em escala 
global, diz respeito ainda ao governo e à governabilidade nas escalas 
local, nacional e global 
 
Dimensão institucional: Necessidade de criar e fortalecer engenharias 
institucionais e/ou instituições cujo desenho e aparato já levem em 
conta critérios de sustentabilidade 
 
Dimensão ambiental: Capacidade de suporte dos ecossistemas 
associados de absorver ou se recuperar das agressões derivadas da 
acção humana (acção antrópica), implicando um equilíbrio entre as 
taxas de emissão e/ou produção de resíduos e as taxas de absorção 
e/ou regeneração da base natural de recursos. Ancorada no princípio 
da solidariedade com o planeta e suas riquezas e com a biosfera que o 
envolve responsabilidade 
Dimensão demográfica: Os limites da capacidade de suporte de 
determinado território e de sua base de recursos e implica cotejar os 
cenários ou as tendências de crescimento económico com as taxas 
demográficas, sua composição etária e os contingentes de população 
economicamente activa esperados. Norteada pelo alcance de uma 
equanimidade (serenidade de espírito) nas relações inter-regionais e 
na distribuição populacional entre o rural/urbano e o urbano. 
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Fig. 3 – Correlação das dimensões da gestão dos recursos naturais 
 
 
 
Sumário 
Na unidade temática 1.2, desenvolveu-se-s o conceito de 
desenvolvimento sustentável como utopia orientadora dos processos 
de desenvolvimento da sociedade no geral e estabeleceu-se a sua 
ligação com as diversas dimensões de sustentabilidade (dimensões: 
cultural, ecológica, ambiental, demográfica, ética, institucional, etc.) a 
ser observadas no âmbito de exploração e gestão dos recursos 
naturais. Portanto, o desenvolvimento sustentável preconiza a 
solidariedade diacrónica e a sincrónica, isto é, a equidade entre a 
sociedade presente mas a solidariedade com as futuras gerações. 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
Lê com atenção as questões e responde com clareza, resumidamente 
e respeitando as exigências do conteúdo de cada questão. 
 
1- Define desenvolvimento sustentável como utopia orientadora das 
actividades humanas rumo a sustentabilidade nas suas diversas 
vertentes 
2- Distingue dimensão ecológica e ambiental de gestão dos recursos 
naturais 
3- Observa a figura 3 e explica resumidamente porque é que o respeito 
a cultura local envolve as dimensões político-cultural, socioeconómico 
e ambientais em simultâneo 
4- No que tange a equidade, distingue a equidade intrageracional da 
equidade integeracional. 
5- Caracterize a dimensão cultural da gestão dos recursos naturais 
 
 
 
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 22 
 
Questões de avaliação 
Lê atenciosamente as questões abaixo. Cada questão apresenta 
quatro alternativas de resposta. Das alternativas de resposta 
apresentadas em cada questão, assinale apenas a alternativa mais 
correcta. 
 
1- No contexto de desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade 
ambiental associa-se a: 
A: Solidariedade diacrónica 
B: Solidariedade sincrónica 
C: Respeito à capacidade de resiliência dos recursos naturais 
D: Todas as opções estão correctas 
 
2- A dimensão ética da gestão dos recursos naturais associa-se a: 
A: Capacidade de suporte dos recursos naturais em se recuperar 
perante a acção humana 
B: Solidariedade intra e intergeracional 
C: Capacidade de suporte dum território quanto a densidade 
populacional 
D: Todas as opções estão correctas 
 
3- O caminho da modernização no âmbito de exploração e gestão dos 
recursos naturais, sem o rompimento da identidade cultural, associa-
se a: 
A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais 
B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais 
C: Dimensão demográfica de gestão dos recursos naturais 
D: Nenhuma opção está correcta 
 
4- O caminho da modernização no âmbito de exploração e gestão dos 
recursos naturais, sem o rompimento da identidade cultural, associa-
se a: 
A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais 
B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais 
C: Dimensão cultural de gestão dos recursos naturais 
D: Todas as opções estão correctas 
 
5- A necessidade de alcance de uma equanimidade nas relações inter-
regionais e na distribuição populacional, associa-se a. 
A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais 
B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais 
C: Dimensão demográfica de gestão dos recursos naturais 
D: Nenhuma opção está correcta 
 
6- O equilíbrio entre processos produtivos e equilíbrio nos 
ecossistemas, recursos naturais, condições naturais associa-se mais a: 
A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais 
B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais 
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C: Dimensão demográfica de gestão dos recursos naturais 
D: Dimensão económica de gestão de recursos naturais 
 
7- A noção de que os recursos e as condições naturais constituem a 
base física do processo de crescimento e tem como objectivo a 
conservação e o uso racional do estoque de recursos naturais 
incorporados às actividades produtivas associa-se a: 
A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais 
B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais 
C: Dimensão ecológica de gestão dos recursos naturais 
D: Dimensão económica de gestão de recursos naturais 
 
8- A noção de que os recursos e as condições naturais constituem a 
base física do processo de crescimento e tem como objectivo a 
conservação e o uso racional do estoque de recursos naturais 
incorporados às actividades produtivas associa-se a: 
A: Dimensão ambiental de gestão dos recursos naturais 
B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais 
C: Dimensão ecológica de gestão dos recursos naturais 
D: Nenhuma opção está correcta 
 
Conforme o conteúdo da frase, assinale verdadeiro ou falso 
 
9- A dimensão demográfica está relacionada à construção da cidadania 
plena dos indivíduos por meio do fortalecimento dos mecanismos 
democráticos de formulação e de implementação das políticas públicas 
em escala global. 
A: Verdade 
B: Falso 
 
10- A dimensão ecológica da gestão dos recursos naturais associa-se a 
capacidade de suporte dos ecossistemas associados de absorver ou se 
recuperar das agressões derivadas da acção humana (acção antrópica), 
implicando um equilíbrio entre as taxas de emissão e/ou produção de 
resíduos e as taxas de absorção e/ou regeneração da base natural de 
recursos. 
A: Verdade 
B: Falso 
 
Respostas: 1A; 2B; 3D; 4C; 5C; 6D; 7C; 8C; 9B; 10B. 
Respostas de questões deauto-avaliação 
1- O desenvolvimento sustentável é um tipo de desenvolvimento 
orientado a garantir a satisfação das necessidades fundamentais da 
população e a elevar a sua qualidade de vida, por meio do maneio 
racional dos recursos naturais, propiciando sua conservação, sua 
recuperação, sua melhoria e usos adequados, por intermédio de 
processos participativos e de esforços locais e regionais, de tal maneira 
que tanto esta geração quanto as futuras tenham a possibilidade de 
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usufrui-los com equilíbrio físico e psicológico, sobre bases éticas e de 
equidade, garantindo-se a vida em todas as suas manifestações e a 
sobrevivência da espécie humana. 
 
2- A dimensão ecológica considera que os recursos naturais são a base 
física do processo de crescimento e tem como objectivo a conservação 
e o uso racional do estoque de recursos naturais incorporados às 
actividades produtivas enquanto que a dimensão ambiental, a sua 
essência centra-se na capacidade de recuperação dos recursos naturais 
face a exploração humana 
 
3- A necessidade de respeitar a cultura local envolve as três dimensões 
de gestão de recursos naturais em simultâneo (dimensões político-
cultural, socioeconómico e ambiental), na medida em que a definição 
de estratégias que vão nortear a gestão dos recursos naturais passa 
necessariamente por respeitar e integrar as particularidades culturais 
de modo que se garanta a participação efectiva da comunidade local e 
ao mesmo tempo, as particularidades ambientais tanto pelas 
condições dos recursos naturais, como sobre as práticas que 
concorrem para conservação, degradação e recuperação são de 
domínio local, incluindo a necessidade de desenhar as politicas e 
acções de gestão dos recursos naturais tendo em conta as 
particularidades das condições socioeconómicas da comunidade. 
 
4- A equidade intrageracional é relativo a solidariedade sincrónica ou 
seja, a distribuição equitativa da riqueza, a necessidade de diminuir 
desigualdades sociais na geração presente enquanto que a equidade 
intergeracional associa-se a solidariedade diacrónica ou seja, a questão 
da durabilidade dos recursos, a necessidade e usar os recursos naturais 
tendo em conta que as gerações vindouras também terão o mesmo 
direito de usufrui-los 
 
5- A dimensão cultural caracteriza-se por valorizar a diversidade de 
culturas, valores e práticas existentes e que integram ao longo do 
tempo as identidades dos povos, o respeito a cultura local. Os saberes, 
os conhecimentos e os valores locais das populações duma 
determinada região ou comunidade, precisam ser analisados, 
compreendidos e utilizados como ponto de partida nos processos de 
desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE TEMÁTICA 1.3. Noção de gestão comunitária dos recursos naturais e 
sectores participantes na gestão dos recursos naturais 
 
Introdução 
 A gestão dos recursos naturais como base para o alcance da 
sustentabilidade nos seus diversos níveis exige a contribuição de 
diversos extractos da sociedade, sendo que as comunidades locais 
desempenham um papel preponderante na medida em que se 
afiguram como utentes directos mas ao mesmo tempo conhecedores 
das particularidades dos recursos naturais. Na presente unidade 
temática apresentam-se alguns pressupostos básicos que devem 
nortear os processos de gestão comunitária dos recursos naturais e 
analisam-se também alguns factores que influenciam os processos de 
gestão comunitária dos recursos naturais. 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
 
Objectivos 
Específicos 
 
▪ Conceituar gestão comunitária e comunidade 
▪ Caracterizar os diferentes níveis de participação comunitária na gestão dos 
recursos naturais 
▪ Explicar os factores que influenciam os processos de participação 
comunitária na gestão dos recursos naturais 
 
Gestão comunitária dos recursos naturais 
A gestão de recursos naturais, conforme vem definido em documentos 
oficiais, pressupõe a administração de recursos como os florestais, 
faunísticos, hídricos, minerais e outros, um processo que inclui o seu 
controlo e uso em conformidade com a legislação, assegurando a 
participação efectiva das instituições, comunidades locais e diferentes 
organizações (INVALA 2012). 
 
A legislação moçambicana define a comunidade local como sendo 
"agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa circunscrição 
territorial de nível de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de 
interesses comuns através da protecção de áreas habitacionais, áreas 
agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sítios de 
importância cultural, pastagens, fontes de água, áreas de caça e de 
expansão." 
 
A solução para os problemas ambientais identificados é complexa 
passando por processo de reconhecimento de mecanismos de tomada 
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de decisão no campo sobre os quais assenta o exercício do poder ao 
nível das comunidades rurais. 
 
A declaração do rio de Janeiro sobre meio ambiente e 
desenvolvimento de 1992, consagra no princípio 10 que a melhor 
maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no 
nível apropriado, de todos cidadãos interessados. No nível nacional, 
cada individuo deve ter acesso adequado as informações relativas ao 
meio ambiente que disponham as autoridades publicas, inclusive 
informações sobre materiais e actividades perigosas em suas 
comunidades, bem como a oportunidade de participar em processos 
de tomada decisões. 
 
Os estados devem facilitar e estimular a consciencialização e a 
participação pública, colocando a informação a disposição de todos. 
Deve ser propiciado acesso efectivo aos mecanismos judiciais e 
administrativos, inclusive no que diz respeito a compensação e 
reparação de danos ambientais. 
 
A política nacional do ambiente (moçambicana), realça o papel da 
comunidade na gestão ambiental, sustentando que a sustentabilidade 
da gestão dos recursos naturais só poderá ser eficaz através duma 
directa e activa participação das comunidades, valorizando e 
utilizando as suas tradições e experiencias. Assim sendo o governo 
criara um clima propício através de conhecimento de padrões de usos 
de recursos, formas de gestão tradicionais e hábitos de vida das 
comunidades. Paralelamente procurará encorajar e reforçar a 
capacidade das comunidades em conhecer e aplicar princípios e regras 
de gestão dos recursos naturais que orientam a sociedade em geral 
dando-lhes competências e instrumentos que facilitam o 
estreitamento da cooperação com estruturas formais e informais. 
 
A participação comunitária na tomada de decisões deve obedecer às 
realidades locais com as quais as pessoas se identificam. A solução do 
problema dá-se pela participação e pelo comprometimento. Todavia, 
para ser efectiva, faz-se necessário o envolvimento de pessoas que 
tenham conhecimento e competência. 
 
O envolvimento da comunidade abrange uma vasta gama de 
actividades envolvendo: 
Informar a comunidade sobre as orientações de política do Governo 
Consultar a comunidade como parte de um processo para desenvolver 
políticas governamentais ou criar uma maior consciência e 
compreensão pela comunidade 
 
Envolver a comunidade através de uma série de mecanismos para 
assegurar que questões e preocupações são compreendidas e 
consideradas como parte do processo de tomada de decisões 
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Colaborar com a comunidade, desenvolvendo parcerias para formular 
opções e fornecerrecomendações. 
 
Partilha de liderança/empoderamento permitem à comunidade tomar 
decisões, implementar e realizar mudanças. 
 
Para LAGAN e NEL (2000:195) a participação ocorre pelo menos em 
cinco níveis principais a saber: 
 
 Acção prescritiva: as pessoas seguem todos os procedimentos e 
executam as tarefas conforme são mandadas. Em associações muito 
autoritárias, mesmo o executivo dispõe de muita pouca liberdade de 
acção. 
 
Participação na actividade: as pessoas participam influenciando na 
forma como o trabalho é feito. Elas decidem a respeito das técnicas a 
serem usadas e da sequência de suas acções. Este é o primeiro nível 
em que podemos buscar uma participação real e significativa. 
 
Participação na função: as pessoas participam ao determinar o que 
elas ou suas equipes irão realizar. A participação nesse nível requer 
um amplo conhecimento a respeito das operações da sua organização. 
Para tomar decisões sábias, as pessoas envolvidas precisam ter 
informações globais sobre todos os aspectos do seu trabalho. 
 
Participação no contexto: as pessoas participam ultrapassando as 
barreiras da sua própria função na equipe para influenciar os 
processos e as estruturas em torno delas. Seguindo critérios próprios, 
as pessoas vão além do seu nível de autoridade imediata para 
solucionar problemas existentes junto à clientela. 
 
Participação na visão: as pessoas participam idealizando e 
influenciando os conceitos mais fundamentais que guiam a sua 
organização. As actividades nesse nível ajudam a determinar valores, 
as metas, as estratégias e outras estruturas que determinam o que a 
associação é e será. Os indivíduos e as equipes trabalham juntos para 
determinar a direcção dos caminhos da organização e ajudam a 
determinar os valores, os princípios e a missão da associação. 
 
As actividades dos níveis 1, 2 e 3, portanto, tratam de questões 
práticas, enquanto as actividades dos níveis 4 e 5 tratam de questões 
de poder. A administração participativa é formada de contribuição de 
três argumentos que não são mutuamente exclusivos. 
Entretanto, o processo de participação na gestão dos recursos naturais 
é afectado negativamente por uma diversidade de factores sobretudo 
nos países em Desenvolvimento como é o caso de Moçambique. 
 
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O avanço da pobreza está a destruir poderosamente o tecido social 
básico, principal força da socialização e protecção, célula básica para a 
participação. O agravamento da pobreza faz com que as pessoas 
dirijam todas as energias na luta pela sobrevivência no dia-a-dia. O 
aumento do desemprego e a pobreza constituem-se elementos chaves 
para o não estabelecimento e não consolidação das organizações 
populares sólidas. A pobreza económica conduz a pobreza do poder, o 
que debilita as organizações das populações. 
 
As maquinas institucionais encarregues em implementar a 
participação adoptam geralmente o modelo vertical de organização 
interna, estruturas que incorporam modelos de gestão tradicionais, do 
tipo piramidal, bastante hierarquizadas, apegadas a normas e rotinas 
rígidas, convencidas de que o cumprimento da norma deve prevalecer 
em relação a outras considerações. Ignoram praticamente que a 
participação exige flexibilidade, capacidade de diálogo, acção 
horizontal, dentre outras acções de natureza inovadora. 
 
Muitas vezes as necessidades reais da população não são ouvidas com 
devida atenção, pois os responsáveis pelos levantamentos, o que 
fazem, quando vão fazer uma consulta, são mais formulação de 
convites à população para aceitar o programa que esta na manga em 
função do orçamento existente e daquilo que o doador apresenta 
como área de intervenção, do que propriamente recolher as reais 
necessidades desta. 
 
Algumas vezes, os líderes que têm legitimidade junto as comunidades 
são ignorados, colocando-se no seu lugar conhecidos oficiais porem 
sem respaldo no seio das populações (sem aceitação popular). 
Por vezes, os métodos usados em acções que procuram capacitar as 
populações comunitárias para participação não correspondem a 
situação real e às necessidades das comunidades. 
 
Ainda regista-se a prevalência, no seio de vários sectores sociais 
dotados de alto poder na direcção de programas públicos, a ideia, sem 
nenhuma base empírica, de que a participação diminui a eficiência na 
medida em que exigem muitos recursos e tempos, de acordo com o 
tempo programado para acções, como argumento para exclusão dos 
beneficiários dos passos de planeamento e implementação de 
actividades, não se levando em conta os resultados que dai advém 
para o próprio processo participativo. 
 
A comunidade se não for suficientemente esclarecida, pode pensar 
que esta a ser usado por indivíduos que desejam extrair benefícios 
pessoais dos programas. 
 
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Sectores participantes na gestão ambiental 
Uma vez que os bens ambientais podem ser entendidos como bens 
difusos, onde seu mau uso por alguns pode influenciar, directa ou 
indirectamente, o bem-estar da colectividade; sua conservação está, 
em última análise, sujeita aos dilemas da acção colectiva. 
 
A gestão ambiental caracteriza-se pela intersectorialidade e pela 
necessidade de incorporar aos seus processos o conjunto de pessoas 
envolvidas directa ou indirectamente nas situações ambientais sobre 
as quais se precisa actuar. Nesta perspectiva, os sectores participantes 
devem representar a população em seus diferentes campos de 
actuação, com seus diferentes níveis de influência e seu potencial de 
contribuição para o processo em desenvolvimento. 
Vários são os sectores que podem tomar parte nos processos de 
gestão ambiental, entre eles figuram, por exemplo: 
 
O sector público, que inclui as instituições do Estado, cujas funções ou 
competências se relacionam com o campo ambiental; 
 
O sector produtivo, público ou privado, ligado ao crescimento 
económico da região, ou localidade, com seu potencial de 
desenvolvimento e com as responsabilidades correspondentes no que 
se refere à prevenção da contaminação ambiental e ao adequado 
maneio dos recursos naturais; 
 
A população em geral, com sua capacidade de influir nos processos de 
gestão ambiental nos diversos níveis, através de mecanismos de 
participação pública, com suas decisões pessoais e colectivas ante as 
diversas situações que comprometem o ambiente em seus âmbitos de 
trabalho, de trânsito, de recreação ou de habitação; 
 
Associações, fundações, centros sociais e outros organismos não-
governamentais, cujos objectivos se orientam, de uma ou de outra 
maneira, para o melhoramento da qualidade de vida da população, 
para propiciar processos de desenvolvimento sustentável, para 
combater a pobreza, para proteger o ambiente e para outros fins 
similares educativos ou de promoção social, cuja contribuição pode ser 
significativa no apoio à gestão ambiental; 
 
Grupos comunitários e étnicos, assim como diversas organizações de 
base, os quais se constituem numa opção crucial de respaldo para a 
obtenção da sustentabilidade da gestão ambiental; 
 
Universidades e centros de estudos e de pesquisa, que podem se 
constituir num apoio fundamental para a definição de linhas de acção 
em gestão ambiental, assim como 
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para o diagnóstico das situações ambientais, para a definição de 
soluções tecnologicamente apropriadas e para a definição de usos 
racionais e potenciais dos recursos naturais; 
 
Grupos religiosos ou temáticos, cujas relações com a comunidade 
convertem-se em eixos de actividades diversas, podendo incidir nos 
processos de gestão ambiental. 
 
 
Sumário 
Na

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