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LICENCIATURA EM ENSINO DE GEOGRAFIA MÓDULO DE GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS 3º Ano Disciplina: Gestão De Recursos Naturais Código: Total Horas/1o Semestre:125 Créditos (SNATCA):5 Número de Temas: 6 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - ISCED ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais i Direitos de autor (copyright) Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais em vigor no País. Instituto superior de Ciências e Educação a Distância (isced) Direcção de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa Beira - Moçambique Telefone: +258 23 323501 Cel: +258 82 3055839 Fax: 23323501 E-mail: isced@isced.ac.mz Website: www.isced.ac.mz Agradecimentos O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: Autor Pedro Herculano Arrone Coordenação Design Financiamento e Logística Revisão Científica e Linguística Ano de Publicação Local de Publicação Direcção Académica Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) ISCED – BEIRA http://www.isced.ac.mz/ ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais ii Indice Visão geral 1 Objectivos do Módulo ...................................................................................................... 1 Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 1 Como está estruturado este módulo .................................................................................. 1 Ícones de actividade .......................................................................................................... 3 Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3 Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4 Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 5 Avaliação .......................................................................................................................... 5 TEMA – I: INTRODUÇÃO A GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS 7 UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Conceito e classificação de recursos naturais, contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. ............................................ 7 Introdução ......................................................................................................................... 7 Conceito e classificação de recursos naturais ................................................................... 7 Classificação dos recursos naturais e algumas aplicações ................................................ 8 Contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. .......................................... 11 Sumário ........................................................................................................................... 13 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 14 UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Desenvolvimento sustentável e as dimensões de gestão dos recursos naturais ....................................................................................................... 18 Introdução ....................................................................................................................... 18 Desenvolvimento sustentável e as dimensões da gestão de recursos naturais ................ 18 Sumário ........................................................................................................................... 21 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 21 UNIDADE TEMÁTICA 1.3. Noção de gestão comunitária dos recursos naturais e sectores participantes na gestão dos recursos naturais .................................................... 25 Introdução ....................................................................................................................... 25 Gestão comunitária dos recursos naturais ....................................................................... 25 Sectores participantes na gestão ambiental ..................................................................... 29 Sumário ........................................................................................................................... 30 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 30 Referências bibliográficas do tema I .............................................................................. 36 TEMA – II: GESTÃO DOS RECURSOS MINERAIS E PEDOLÓGICOS 38 UNIDADE TEMÁTICA 2.1. Gestão dos recursos minerais .......................................... 38 Introdução ....................................................................................................................... 38 Gestão dos recursos minerais e as dimensões e indicadores da sustentabilidade na mineração ........................................................................................................................ 38 Ciclo de Vida da Mina e acções para mineração sustentável ......................................... 43 Sumário ........................................................................................................................... 54 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 54 UNIDADE TEMÁTICA 2.2. Gestão dos recursos pedológicos .................................... 57 Introdução ....................................................................................................................... 57 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais iii Condições óptimas dos solos explorados duma forma sustentável. ............................... 57 Gestão sustentável dos solos ........................................................................................... 58 Como minimizar erosão dos solos .................................................................................. 59 Como aumentar o teor de matéria orgânica no solo ....................................................... 61 Como favorecer o equilíbrio e o ciclo de nutrientes no solo .......................................... 62 Como prevenir, minimizar e mitigar a salinização e alcalinização do solo .................... 64 Como prevenir e minimizar a contaminação dos solos .................................................. 65 Como evitar e minimizar a acidificação do solo ............................................................. 66 Como preservar e reforçar a biodiversidade do solo ...................................................... 67 Como minimizar a impermeabilização do solo .............................................................. 68 Como evitarou reduzir a compactação do solo .............................................................. 68 Sumário ........................................................................................................................... 70 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 70 Referências bibliográficas ............................................................................................... 76 TEMA – III: GESTÃO DOS HÍDRICOS 78 UNIDADE TEMÁTICA 3.1. Gestão dos hídricos ......................................................... 78 Introdução ....................................................................................................................... 78 Gestão de recursos hídricos ............................................................................................ 78 Factores de desperdício e práticas sustentáveis nos usos domésticos da água ............... 80 Gestão das bacias hidrográficas versus gestão dos recursos hídricos ............................. 87 Sumário ........................................................................................................................... 91 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO .............................................................................. 91 Referências bibliográficas ............................................................................................... 94 TEMA – IV: GESTÃO DOS RECURSOS PESQUEIROS 96 UNIDADE TEMÁTICA 4.1. Gestão dos recursos pesqueiros ...................................... 96 Introdução ....................................................................................................................... 96 Gestão de recursos pesqueiros ........................................................................................ 97 Gestão integrada dos recursos pesqueiros .................................................................... 101 Modelo trade-off na gestão dos recursos pesqueiros .................................................... 103 Factores e desafios em prol da gestão dos recursos pesqueiros .................................... 104 Sumário ......................................................................................................................... 106 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................ 106 Referências bibliográficas ............................................................................................. 110 TEMA – V: GESTÃO DOS RECURSOS FLORESTAIS 113 UNIDADE TEMÁTICA 5.1. Gestão dos recursos florestais ....................................... 113 Introdução ..................................................................................................................... 113 Gestão de recursos florestais versus sustentabilidade ambiental e socioeconómica .... 113 Maneio Florestal comunitário ....................................................................................... 124 Sumário ......................................................................................................................... 126 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................ 126 Referências bibliográficas ............................................................................................. 130 TEMA – VI: GESTÃO DE ÁREAS DE CONSERVAÇÃO 132 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais iv UNIDADE TEMÁTICA 6.1. Gestão de áreas de conservação .................................... 132 Introdução ..................................................................................................................... 132 Gestão de áreas protegidas ............................................................................................ 132 Directrizes de gestão de áreas protegidas ..................................................................... 140 Sumário ......................................................................................................................... 143 Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ............................................................................ 143 Referências bibliográficas ............................................................................................. 148 ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 1 Visão geral Benvindo à Disciplina/Módulo de Gestão de Recursos Naturais Objectivos do Módulo Ao terminar o estudo deste módulo de gestão de recursos naturais deverá ser capaz de: Compreender a dinâmica da gestão dos recursos naturais e conhecer e aplicar os instrumentos de gestão de recursos naturais nos diferentes contextos, garantindo o alcance da sustentabilidade nas suas diversas variáveis. Objectivos Específicos ▪ Conhecer os procedimentos de gestão de recursos naturais ▪ Conhecer os factores de gestão de recursos naturais ▪ Analisar os processos gestão de recursos naturais ▪ Aplicar os instrumentos de gestão dos recursos naturais Quem deveria estudar este módulo Este Módulo foi concebido para estudantes do 4º ano do curso de Licenciatura em Ensino de Geografia do ISCED, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos nessa disciplina, esses serão bem- vindos, não sendo necessário para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. Como está estruturado este módulo Este módulo de Gestão de Recursos Naturais, para estudantes do 4º ano do curso de licenciatura em Ensino de Geografia, à semelhança dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: Páginas introdutórias ▪ Um índice completo. ▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de começar o seu estudo, como componente de habilidades de estudos. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 2 Conteúdo desta Disciplina / módulo Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma introdução, objectivos, conteúdos. No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só depois é que aparecem os exercícios de avaliação. Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e actividades práticas, incluído estudo de caso. Outros recursos A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso como: Livros e/ou módulos, CD, CD- ROOM, DVD. Para além deste material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as possibilidades dos seus estudos. Auto-avaliação e Tarefas de avaliação Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, exercícios que mostram apenas respostas. Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação mas semmostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. Parte das tarefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de avaliação é uma grande vantagem. Comentários e sugestões Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico- Pedagógica, etc., sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser melhorado. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 3 Ícones de actividade Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc. Habilidades de estudo O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a aprender. Aprender aprende-se. Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos, procedendo como se segue: 1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de leitura. 2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as de estudo de caso se existirem. IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, respectivamente como, onde e quando...estudar, como foi referido no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada hora, etc. É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o anterior. Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no módulo. Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 4 (chama-se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das actividades obrigatórias. Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente incapaz! Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que está a se formar. Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar; Precisa de apoio? Caro estudante tem a certeza que por uma ou por outra razão, o material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou invertidas, etc.). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando a preocupação. Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes (Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante – CR, etc. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 5 As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza pedagógica e/ou administrativa. O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida em que lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade temática, no módulo. Tarefas (avaliação e auto-avaliação) O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da disciplina/módulo. Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudoos mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do autor. O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). Avaliação Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e consistente. Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 6 avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de avaliação. Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de frequência para ir aos exames. Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) trabalhos e 1 (um) (exame). Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizados como ferramentas de avaliação formativa. Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a identificação das referências bibliográficas utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de Avaliação. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 7 TEMA – I: INTRODUÇÃO A GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS UNIDADE Temática 1.1. Conceito e classificação de recursos naturais, contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. UNIDADE Temática 1.2. Desenvolvimento sustentável e as dimensões da gestão de recursos naturais UNIDADE Temática 1.3. Noção de gestão comunitária dos recursos naturais e sectores participantes na gestão dos recursos naturais UNIDADE TEMÁTICA 1.1. Conceito e classificação de recursos naturais, contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. Introdução A compreensão de qualquer temática científica nas diferentes perspectivas passa necessariamente pelo esclarecimento da sua origem e evolução para além da compreensão dos conceitos básicos que a norteiam. Na presente unidade temática faz se uma abordagem sobre contextualização dos processos em prol da gestão dos recursos naturais, apresentam-se os conceitos de recursos naturais e de gestão de recursos naturais, culminando com a classificação de recursos naturais de acordo a critérios específicos. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ Contextualizar o processo da gestão dos recursos naturais; ▪ Definir recursos naturais e gestão dos recursos naturais; ▪ Classificar os recursos naturais com base diversos critérios. Conceito e classificação de recursos naturais Recurso, numa perspectiva geral, refere-se a elementos de que o homem se vale para satisfazer suas necessidades nos diferentes contextos, sendo que recursos naturais, constituem elementos de origem natural, isto é, que se originam sem qualquer intervenção humana mas que o homem usa nas suas actividades socioculturais ou socioeconómicas. Portanto, Recursos naturais compreendem-se como tudo que existe de origem natural e ostentando certo valor para satisfação das necessidades de ordem fisiológicas, socioeconómicas e culturais dos seres humanos, numa perspectiva de desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral (BRITO, 2006). ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 8 Ainda em prol da noção de recursos naturais podem-se distinguir recursos naturais próprios de um estado, os compartilháveis entre estados e os que são património comum da humanidade. A diferença entre recursos naturais compartilhados e recursos do património comum internacionais está baseada no número de estados que compartilham o recurso, pois os recursos como património comum pertencem a comunidade internacional e não podem ser individualizados para os Estados, já os recursos compartilháveis estão pela jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma exclusiva (BRITO, 2006). Classificação dos recursos naturais e algumas aplicações Os Recursos Naturais podem ser classificados de acordo a velocidade ou tempo que levam para a renovação ou de acordo a sua natureza. Quanto a velocidade ou tempo da sua renovação, os recursos naturais subdividem-se em renováveis (não se esgotam com maior facilidade devido a sua rápida capacidade de renovação e de manutenção após seu uso sem ultrapassar a capacidade de carga, pois, a velocidade e a forma como são utilizados pelo homem são determinantes para a sua manutenção na natureza, como são os casos de recursos hídricos e biológicos) e não renováveis (esgotam-se a uma velocidade superior à sua renovação e não se renovam à escala da vida duma geração humana, ou seja, aqueles que não se renovam em um espaço de tempo que garanta o suprimento das necessidades do ser humano como são os casos de carvão mineral, petróleo e gás natural) (DULLEY, 2004; BRITO, 2006). Fig.1- Classificação dos recursos naturais a velocidade ou tempo de renovação Fonte: adaptado pelo autor com base DULLEY, 2004; BRITO, 2006. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 9 Constituem exemplos de recursos renováveis, a luz solar (energia solar), que é calor emitido pelo Sol, uma fonte de energia capaz de gerar energia eléctrica através da captação da luz solar realizada por meio de tecnologias, como os painéis fotovoltaicos, aquecedores solares e usinas heliotérmicas; o vento que é capaz de gerar energia eólica através da sua força, por meio de aerogeradores; a água que é o recurso natural essencial à existência humana tanto para consumo como para diversas actividades socioculturais e económicas; os vegetais que são a fonte alimentos bem como matéria-prima para o ramo da produção industrial; os animais que servem como alimento directo para o homem ou como matéria-prima para indústrias têxteis, entre outros, etc. É importante frisar que apesar dos recursos renováveis terem a capacidade de se restabelecerem naturalmente na natureza, eles não são ilimitados e cada tipo de recurso tem um determinado tempo para se regenerar. Portanto, é necessário respeitar o tempo de renovação de cada tipo de recurso renovável, de modo que estes continuem disponíveis para satisfazer as necessidades do homem. De forma contrária, os recursos naturais renováveis poderão chegar a ficar indisponíveis e se esgotarem para as futuras gerações. Do ponto de vista ecológico, alguns recursos renováveis se originam e se renovam independentemente da forma como são consumidos, como é ocaso da luz do sol que independentemente de como é utilizada pelo consumidor, está sempre disponível (pois advém de fonte externa). Um segundo tipo de recurso renovável é aquele gerado dentro do sistema ecológico (de uma fonte interna), onde os consumidores afectam directamente a abundância destes recursos. Na perspectiva de recursos naturais não renováveis, podemos citar como exemplos, os minérios que são elementos encontrados na natureza constituídos de minerais, como óxidos e silicatos, e muitos possuem valor económico, como o ferro, prata, ouro; petróleo que é tido com uma das fontes de energia mais importantes do mundo, originada a partir da decomposição de matéria orgânica e que para além de ser utilizado como fonte de energia, também serve também como matéria-prima para a fabricação de plásticos, borrachas, solventes etc. e o carvão mineral que é bastante utilizado como fonte de energia. Por outro lado, os recursos naturais quanto a sua natureza podem ser classificados em: minerais (metálicos e não metálicos), biológicos (animais e vegetais), hídricos (quantidade de água superficial e subterrânea disponível para o homem) e energéticos (que envolvem qualquer fonte energética: combustíveis fosseis, energia nuclear e energias alternativas) (DULLEY, 2004; BRITO, 2006). ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 10 Os recursos biológicos constituem os recursos vegetais (madeira, plantas medicinais, etc.) e animais existentes no globo terrestre. São considerados recursos renováveis na natureza, sendo utilizados na alimentação, vestuário, medicina, construção, dentre outros. Os animais e os vegetais são considerados recursos naturais, visto que nós, seres humanos, nos apropriamos deles para suprir nossas necessidades. Diversas espécies de animais que compõem a fauna estão presentes não só na nossa alimentação diária, mas também servindo como meio de locomoção e no fornecimento de matéria- prima para diversas indústrias, como as têxteis. O sector agro-pecuário é actualmente um dos mais representativos do mundo em diversas regiões. O mesmo acontece com os vegetais. Diversas espécies são utilizadas não só para a alimentação, como também para fornecer matéria- prima para indústrias de transformação, têxtil e indústrias farmacêuticas que desenvolvem medicamentos por meio das substâncias fornecidas pelo vegetal. A madeira, por exemplo, é bastante utilizada construção civil e na indústria imobiliária; as fibras são utilizadas como matéria-prima para o artesanato; os óleos essenciais para a fabricação de produtos de beleza, entre outras utilidades. Os recursos hídricos são provenientes da água superficial (rios lagos e oceanos) e subterrânea do planeta são utilizados sobretudo na alimentação humana para além de servir de matéria-prima em muitos processos de produção industrial. Os recursos energéticos distinguem-se por fornecer energia, por exemplo, os e energia nuclear e os combustíveis fósseis como o carvão, o petróleo e o gás natural, utilizados na produção de materiais, construção, transporte, electricidade, dentre outros. Esse tipo de recurso natural pode ser renovável (energia solar, eólica, hidroeléctrica, geotérmica, biomassa, etc.) ou não renovável (energia nuclear e combustíveis fósseis). Os recursos minerais são de ordem geológica, composto pelos minerais (ouro, grafite, diamante, ferro, cobre, manganês, níquel, titânio, etc.) e as rochas (areia, argila, calcário, mármore, etc.), sendo muito utilizados para adornos, construções, etc. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 11 Fig.1- Classificação dos recursos naturais quanto à sua natureza Fonte: Adaptado pelo autor com base DULLEY, 2004; BRITO, 2006. Contextualização e conceito de gestão de recursos naturais. O modelo económico capitalista vigente na actualidade, baseado no uso não sustentável dos recursos naturais e que se perpetra desde a revolução industrial dos séculos XVIII e XIX, tem causado diversidade de perturbações ao ambiente quanto aos recursos e condições, agravamento dos conflitos ambientais, aumentando a possibilidade de escassez de recursos naturais e prejudicando a qualidade de vida dos indivíduos. Face a tendência evolutiva dos problemas ambientais, nos anos 1970, surge a perspectiva da sustentabilidade como forma de modificação de modelos de desenvolvimento, com o intuito de salvaguardar o meio ambiente e os recursos naturais para as futuras gerações (LACERDA; CÂNDIDO, 2013). Em 1987, no Relatório Brundtland “Nosso Futuro Comum”, encomendado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, surge a definição de desenvolvimento sustentável no discurso político público no meio internacional, evidenciando que esse desenvolvimento “implica encontrar as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades” (ONU, 1987). ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 12 Desse modo, possibilitar que as futuras gerações continuem a usufruir dos recursos naturais disponível no mundo actualmente. Ao mesmo tempo, o relatório também destaca a importância da acção da ONU, dos governos, das instituições privadas, organizações e empresas na implementação do desenvolvimento sustentável como princípio orientador central tanto para o desenvolvimento no âmbito doméstico dos Estados quanto para o âmbito internacional. No entanto, foi na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1992, que o desenvolvimento sustentável foi realisticamente direccionado para a agenda pública internacional, buscando-se afectar directamente no modelo de desenvolvimento económico causador de danos ambientais e devastador de recursos naturais, ficando claro que a gestão de recursos naturais tem, além de uma incidência nacional, uma área de abrangência internacional evidente e está fortemente ligada às questões ambientais, que, em geral, são problemas que transcendem as fronteiras dos estados e tornam-se uma parte essencial da política internacional. Nesta perspectiva a gestão de recursos naturais é uma forma de prevenir, controlar e combater possíveis conflitos motivados pelo uso dos recursos naturais, tanto dentro das fronteiras estatais quanto além delas. De acordo com Alves e Freitas (2013), por muito tempo se teve a despreocupação quanto aos impactos ambientais causados pelo crescimento económico desordenado e pelo uso desenfreado dos recursos naturais, como se fossem fontes inesgotáveis. Por isso, surge a necessidade da gestão de recursos naturais, pois, a obtenção de resultados positivos dependeria das boas práticas de gestão, as quais deveriam levar em conta factores como os interesses políticos e sociais, os objectivos que direccionam o desenvolvimento socioeconómico e os instrumentos de gestão disponíveis e consequentemente, possibilitando que haja interacção entre o modelo económico e a acção sobre o meio ambiente. Os objectivos próprios à gestão de recursos enquadram-se nas esferas de tomada de decisão (política industrial e tecnológica, política de ordenamento espacial, política ligada aos modos de vida, etc.) e a multiplicidade de preocupações públicas subjacentes à gestão de recursos naturais, pois, devem apreender as diversas preocupações subjacentes à intervenção pública, para além da referência às preferências de consumidores e usuários (independência nacional, emprego, equilíbrio regional, protecção do meio ambiente, etc.) (ALVES; FREITAS, 2013). Portanto, a gestão de recursos naturais como área de conhecimento centra-se na procura de explicaçõesde âmbito científico e técnica sobre os recursos, da ecologia e da capacidade de apoio à vida desses ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 13 recursos. Gestão dos recursos naturais, como uma particularidade da gestão ambiental, preocupa-se em especial, com o conjunto de princípios, estratégias e directrizes de acções determinadas e conceituadas pelos agentes socioeconómicos, públicos e privados, que interagem no processo de uso dos recursos naturais, garantindo-lhes sustentabilidade (Ministério do Meio Ambiente do Brasil, 2000). Portanto, a gestão de recursos naturais centra-se em um conjunto de directrizes e acções destinadas a regular o uso, o controlo e a protecção dos recursos naturais de modo que sirvam para as presentes gerações e futuras duma fora equitativa. Particularizando para uma perspectiva de recursos próprios e específicos duma nação, pode-se introduzir a noção da gestão nacional de decursos naturais, que constitui a administração de recursos naturais próprios de um Estado ou nação, composta por acções de governos nos seus diferentes níveis conforme os casos, legislações e normas, organizações governamentais e não governamentais, movimentos ambientalistas, empresas, sector industrial e dos próprios indivíduos como intervenientes (ALVES; FREITAS, 2013). Numa perspectiva de recursos internacionais, subentende-se que presta-se a gestão internacional de recursos naturais, sendo que as acções de preservação e controle dos usos dos recursos naturais são formatadas e realizadas pelos mais diversos atores do sistema internacional, incluindo a realização das conferências mundiais da ONU sobre meio ambiente e das acções dos processos de integração regional. A gestão internacional de recursos naturais são as acções internacionais para a administração dos usos dos recursos naturais e tem implicações fundamentais para a estruturação e implementação das gestões nacionais de recursos naturais. A gestão compartilhada de recursos naturais aplica-se nos casos de existência de recursos compartilháveis (recursos que estão pela jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma exclusiva), que podem ser em substâncias fluídas (líquidos e gases) e os animais que migram entre territórios estatais, sendo que por sua essencialidade transfronteiriça, urge a necessidade de harmonização e compartilha das directrizes e acções para controlo e prevenção (BRITO, 2006, p. 73). Sumário Nesta Unidade temática 1.1, abordaram-se os conceitos gerais e básicos da disciplina (recursos naturais e gestão dos recursos naturais), a contextualização da origem e evolução dos processos de gestão dos recursos naturais e fez-se a classificação dos recursos naturais de acordo a natureza (recursos ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 14 pedológicos, minerais, hídricos, etc.) e quanto ao tempo ou velocidade de renovação ou manutenção (recursos renováveis e não renováveis). Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO Lê com atenção as questões e responde com clareza, resumidamente e respeitando as exigências do conteúdo de cada questão. 1- Define recurso natural 2- Distingue gestão nacional e internacional dos recursos naturais 3- Estabeleça diferença entre recursos naturais compartilhados e recursos naturais de património comum internacional 5- Classifica os recursos naturais quanto a velocidade ou tempo de renovação e caracteriza a cada grupo 5- Explica resumidamente quando é que se aplica a gestão compartilhada dos recursos naturais Questões de avaliação Lê atenciosamente as questões abaixo. Cada questão apresenta quatro alternativas de resposta. Das alternativas de resposta apresentadas em cada questão, assinale apenas a alternativa mais correcta. 1- Em Moçambique constitui recurso natural compartilhado: A: Lago Niassa B: Rio Rovuma C: Rio Zambeze D: Todas as opções estão correctas 2- Em Moçambique constitui recurso natural apenas próprio: A: Lago Niassa B: Rio Lúrio C: Rio Zambeze D: Todas as opções estão correctas 3- Consideram-se recursos naturais renováveis aqueles que: A: Podem se renovar dentro da escala da vida humana B: A sua renovação depende dos factores naturais que actuam sobre eles C: Mesmo esgotados num determinado espaço, pode se explorar noutros lugares D: A capacidade da sua manutenção é muito lenta, podendo levar séculos 4- Constitui um dos exemplos de recurso natural renovável: A: O vento como fonte energética B: O carvão mineral porque tem a origem na decomposição da matéria orgânica e é inesgotável ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 15 C: O mármore porque ocorre em grande escala em todo planeta e é inesgotável D: Nenhuma opção está correcta 5- Constitui um dos exemplos de recursos naturais não renováveis: A: A água do rio porque seca durante a estação fria e seca B: O vento como fonte energética porque sem o vento não se gera energia D: A radiação solar como fonte energética, pois, o ocaso pressupõe esgotamento da fonte energética D: Nenhuma opção está correcta 6- Os recursos naturais energéticos podem ser renováveis ou não renováveis. Podem-se considerar como recursos energéticos não renováveis: A: Combustíveis fósseis B: Biomassa C: Energia eólica D: Energia solar 7- Os recursos naturais energéticos podem ser renováveis ou não renováveis. Podem-se considerar como recursos energéticos renováveis: A: Combustíveis fósseis B: Biomassa C: Energia nuclear D: Nenhuma opção está correcta 8- Os recursos minerais podem ser classificados de matais e não matais. Constitui um dos exemplos de recursos minerais metálicos: A: Mármore B: Ouro C: Argila porque é condutora eléctrica D: Todas as opções estão correctas 9- Os recursos minerais podem ser classificados de matais e não matais. Constitui um dos exemplos de recursos minerais não metálicos: A: Mármore B: Ouro C: Diamante D: Nenhuma opção está correcta 10- As acções de preservação e controlo dos usos dos recursos naturais, formatadas e realizadas pelos mais diversos atores do sistema internacional associam-se a gestão de: A: Recursos compartilhados entre duas ou mais nações ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 16 B: Recursos do património comum internacionais C: Recursos próprios duma nação D: Aplicáveis em todas as situações Conforme o conteúdo da frase, assinale verdadeiro ou falso 11- Os recursos hídricos são provenientes da água superficial e subterrânea mas não inclui a água salgada porque não faz parte dos usos comuns do homem A: Verdade B: Falso 12- A gestão de recursos naturais é uma forma de prevenir, controlar e combater possíveis conflitos motivados pelo uso dos recursos naturais, tanto dentro das fronteiras estatais quanto além delas. A: Verdade B: Falso Respostas: 1D; 2B; 3A; 4A; 5D; 6A; 7B; 8B; 9A; 10B; 11B; 12A. Respostas questões de auto avaliação 1- Recurso natural é tudo que existe de origem natural e ostentando certo valor para satisfação das necessidades de ordem fisiológicas, socioeconómicas e culturais dos seres humanos, numa perspectiva de desenvolvimento da civilização, sobrevivência e conforto da sociedade em geral. 2- A gestão nacional de decursos naturais constitui a administração de recursos naturais próprios de um estado ou nação, composta por acções de governos nos seus diferentes níveis conforme os casos, legislações e normas, organizações governamentais e não governamentais, movimentos ambientalistas, empresas, sectorindustrial e dos próprios indivíduos como intervenientes enquanto que a gestão internacional dos recursos naturais as acções de controlo e preservação transcende as de uma nação, envolvendo os mais diversos atores do sistema internacional, incluindo a realização das conferências mundiais da ONU sobre meio ambiente e das acções dos processos de integração regional. 3- A diferença entre recursos naturais compartilhados e recursos do património comum internacionais está baseada no número de estados que compartilham o recurso, pois os recursos como património comum pertencem a comunidade internacional e não podem ser individualizados para os estados, já os recursos compartilháveis estão pela jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma exclusiva, portanto, os recursos naturais compartilhados pertencem a um grupo de nações enquanto que os recursos de património comum internacional pertencem a humanidade o geral. 4- Quanto a velocidade ou tempo da sua renovação, os recursos ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 17 naturais subdividem-se em renováveis (não se esgotam com maior facilidade devido a sua rápida capacidade de renovação e de manutenção após seu uso sem ultrapassar a capacidade de carga, pois, a velocidade e a forma como são utilizados pelo homem são determinantes para a sua manutenção na natureza, como são os casos de recursos hídricos e biológicos) e não renováveis (esgotam-se a uma velocidade superior à sua renovação e não se renovam à escala da vida duma geração humana, ou seja, aqueles que não se renovam em um espaço de tempo que garanta o suprimento das necessidades do ser humano como são os casos de carvão mineral, petróleo e gás natural). 5- A gestão compartilhada de recursos naturais aplica-se nos casos de existência de recursos compartilháveis (recursos que estão pela jurisdição de dois ou mais estados que os compartilham de forma exclusiva), que podem ser em substâncias fluídas (líquidos e gases) e os animais que migram entre territórios estatais, sendo que por sua essencialidade transfronteiriça, urge a necessidade de harmonização e compartilha das directrizes e acções para controlo e prevenção. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 18 UNIDADE TEMÁTICA 1.2. Desenvolvimento sustentável e as dimensões de gestão dos recursos naturais Introdução O interesse sobre questões ambientais assumiram grande importância no debate científico e político, de maneira mais intensificada a partir dos anos 60 e 70, com surgimento de movimentos ambientalistas, regulamentações, organizações não- governamentais, etc., fruto principalmente do actual contexto em que se encontram os atuais sistemas convencionais de gestão de recursos naturais. A presente unidade temática centra-se no esclarecimento do conceito de desenvolvimento sustentável e sua ligação com as dimensões de sustentabilidade de gestão dos recursos naturais. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ Conceituar desenvolvimento sustentável ▪ Identificar as dimensões de sustentabilidade na gestão dos recursos naturais ▪ Caracterizar as dimensões de sustentabilidade na gestão dos recursos naturais Desenvolvimento sustentável e as dimensões da gestão de recursos naturais O desenvolvimento sustentável é o processo de mudança social e elevação das oportunidades da sociedade compatibilizando no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência económica, a conservação ambiental, a qualidade vida e a equidade social partindo de claro compromisso com o futuro e a solidariedade com as futuras gerações (LACERDA E CANDIDO 2013, IN: Lira e ATAÍDE 2013) O desenvolvimento sustentável é um tipo de desenvolvimento orientado a garantir a satisfação das necessidades fundamentais da população e a elevar a sua qualidade de vida, por meio do maneio racional dos recursos naturais, propiciando sua conservação, sua recuperação, sua melhoria e usos adequados, por intermédio de processos participativos e de esforços locais e regionais, de tal maneira que tanto esta geração quanto as futuras tenham a possibilidade de usufrui-los com equilíbrio físico e psicológico, sobre bases éticas e de equidade, garantindo-se a vida em todas as suas manifestações e a sobrevivência da espécie humana. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 19 O desenvolvimento sustentável afigura-se como alternativa de con- servação e continuidade dos recursos de modo a alcançar a solidariedade diacrónica e sincrónica, desta feita, interagindo com diversas áreas económicas, urge a necessidade de ferramentas que possam mensurar a sustentabilidade de suas acções. A mensuração do desenvolvimento sustentável consiste em fornecer elementos concretos que possam auxiliar nas tomadas de decisões, o que vem a ser um poderoso recurso de apoio ao planeamento das acções futuras. A mensuração é feita através de indicadores que podem ser de ordem social, económica, ambiental, etc. Na área da saúde por exemplo, é possível mensural quantos doentes estão para um médico, qual a distância percorrida pelos utentes de determinado centro de saúde, etc., para posteriormente comparar com os parâmetros ideais definidos pela OMS. Baseando-se SACHS, 2000, VAN, 2006, apud CARVALHO et al 2013 in Lira e ATAÍDE 2013), arrolam-se em seguida as dimensões de gestão dos recursos naturais sob perspectiva da sustentabilidade: Dimensão ecológica: A manutenção e recuperação da base de recursos naturais. A noção de preservação e conservação da base dos recursos naturais como condição essencial para a continuidade dos processos de reprodução socioeconómica e cultural da sociedade. Constitui a base física do processo de crescimento e tem como objectivo a conservação e o uso racional do estoque de recursos naturais incorporados às actividades produtivas. Dimensão social: equidade (intrageracional e intergeracional) incluindo também a busca contínua de melhores níveis de qualidade de vida mediante a produção e o consumo de alimentos com qualidade biológica superior. Objectiva promover a melhoria da qualidade de vida e a reduzir os níveis de exclusão social por meio de políticas de justiça redistributiva. A dimensão social está ancorada no princípio da equidade na distribuição de renda e dos bens, no princípio da igualdade de direitos à dignidade humana e no princípio da solidariedade dos laços sociais. Dimensão económica: Resultados económicos como base para o desenvolvimento socioecónomico, respeitando o equilíbrio entre processos produtivos e equilíbrio nos ecossistemas, recursos naturais, condições naturais. É avaliada a partir da sustentabilidade social propiciada pela organização da vida material, dentro do contexto de sustentabilidade forte e fraca, ambas baseadas no fato de que a humanidade deve preservar capital natural para as futuras gerações, enfatiza ainda, de maneira crítica, a importância de se discutir a sustentabilidade a partir da contabilidade e da responsabilidade ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 20 Dimensão cultural: Necessidade de manter a diversidade de culturas, valores e práticas existentes e que integram ao longo do tempo as identidades dos povos. Respeito a cultura local. Os saberes, os conhecimentos e os valores locais das populações rurais precisam ser analisados, compreendidos e utilizados como ponto de partida nos processos de desenvolvimento rural. Dimensão política: processos participativose democráticos. O desenvolvimento rural sustentável deve ser concebido a partir das concepções culturais e políticas próprias dos grupos sociais, considerando-se suas relações de diálogo e de integração com a sociedade maior, através de representação em espaços comunitários. Relacionada ao caminho da modernização sem o rompimento da identidade cultural Dimensão ética: solidariedade intra e intergeracional e com novas responsabilidades dos indivíduos com respeito à preservação do meio ambiente. A ética da sustentabilidade tem a ver com a necessidade de redução do sobre consumo, da hiper-poluição, da abundante produção de lixo e de todo o tipo de contaminação ambiental gerado pelo seu estilo de vida e de relação com o meio ambiente. A ética ambiental vincula a conservação da diversidade biológica do planeta com respeito à heterogeneidade étnica e cultural da espécie humana. Dimensão política: Relacionada à construção da cidadania plena dos indivíduos por meio do fortalecimento dos mecanismos democráticos de formulação e de implementação das políticas públicas em escala global, diz respeito ainda ao governo e à governabilidade nas escalas local, nacional e global Dimensão institucional: Necessidade de criar e fortalecer engenharias institucionais e/ou instituições cujo desenho e aparato já levem em conta critérios de sustentabilidade Dimensão ambiental: Capacidade de suporte dos ecossistemas associados de absorver ou se recuperar das agressões derivadas da acção humana (acção antrópica), implicando um equilíbrio entre as taxas de emissão e/ou produção de resíduos e as taxas de absorção e/ou regeneração da base natural de recursos. Ancorada no princípio da solidariedade com o planeta e suas riquezas e com a biosfera que o envolve responsabilidade Dimensão demográfica: Os limites da capacidade de suporte de determinado território e de sua base de recursos e implica cotejar os cenários ou as tendências de crescimento económico com as taxas demográficas, sua composição etária e os contingentes de população economicamente activa esperados. Norteada pelo alcance de uma equanimidade (serenidade de espírito) nas relações inter-regionais e na distribuição populacional entre o rural/urbano e o urbano. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 21 Fig. 3 – Correlação das dimensões da gestão dos recursos naturais Sumário Na unidade temática 1.2, desenvolveu-se-s o conceito de desenvolvimento sustentável como utopia orientadora dos processos de desenvolvimento da sociedade no geral e estabeleceu-se a sua ligação com as diversas dimensões de sustentabilidade (dimensões: cultural, ecológica, ambiental, demográfica, ética, institucional, etc.) a ser observadas no âmbito de exploração e gestão dos recursos naturais. Portanto, o desenvolvimento sustentável preconiza a solidariedade diacrónica e a sincrónica, isto é, a equidade entre a sociedade presente mas a solidariedade com as futuras gerações. Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO Lê com atenção as questões e responde com clareza, resumidamente e respeitando as exigências do conteúdo de cada questão. 1- Define desenvolvimento sustentável como utopia orientadora das actividades humanas rumo a sustentabilidade nas suas diversas vertentes 2- Distingue dimensão ecológica e ambiental de gestão dos recursos naturais 3- Observa a figura 3 e explica resumidamente porque é que o respeito a cultura local envolve as dimensões político-cultural, socioeconómico e ambientais em simultâneo 4- No que tange a equidade, distingue a equidade intrageracional da equidade integeracional. 5- Caracterize a dimensão cultural da gestão dos recursos naturais ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 22 Questões de avaliação Lê atenciosamente as questões abaixo. Cada questão apresenta quatro alternativas de resposta. Das alternativas de resposta apresentadas em cada questão, assinale apenas a alternativa mais correcta. 1- No contexto de desenvolvimento sustentável, a sustentabilidade ambiental associa-se a: A: Solidariedade diacrónica B: Solidariedade sincrónica C: Respeito à capacidade de resiliência dos recursos naturais D: Todas as opções estão correctas 2- A dimensão ética da gestão dos recursos naturais associa-se a: A: Capacidade de suporte dos recursos naturais em se recuperar perante a acção humana B: Solidariedade intra e intergeracional C: Capacidade de suporte dum território quanto a densidade populacional D: Todas as opções estão correctas 3- O caminho da modernização no âmbito de exploração e gestão dos recursos naturais, sem o rompimento da identidade cultural, associa- se a: A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais C: Dimensão demográfica de gestão dos recursos naturais D: Nenhuma opção está correcta 4- O caminho da modernização no âmbito de exploração e gestão dos recursos naturais, sem o rompimento da identidade cultural, associa- se a: A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais C: Dimensão cultural de gestão dos recursos naturais D: Todas as opções estão correctas 5- A necessidade de alcance de uma equanimidade nas relações inter- regionais e na distribuição populacional, associa-se a. A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais C: Dimensão demográfica de gestão dos recursos naturais D: Nenhuma opção está correcta 6- O equilíbrio entre processos produtivos e equilíbrio nos ecossistemas, recursos naturais, condições naturais associa-se mais a: A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 23 C: Dimensão demográfica de gestão dos recursos naturais D: Dimensão económica de gestão de recursos naturais 7- A noção de que os recursos e as condições naturais constituem a base física do processo de crescimento e tem como objectivo a conservação e o uso racional do estoque de recursos naturais incorporados às actividades produtivas associa-se a: A: Dimensão política de gestão dos recursos naturais B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais C: Dimensão ecológica de gestão dos recursos naturais D: Dimensão económica de gestão de recursos naturais 8- A noção de que os recursos e as condições naturais constituem a base física do processo de crescimento e tem como objectivo a conservação e o uso racional do estoque de recursos naturais incorporados às actividades produtivas associa-se a: A: Dimensão ambiental de gestão dos recursos naturais B: Dimensão ética de gestão dos recursos naturais C: Dimensão ecológica de gestão dos recursos naturais D: Nenhuma opção está correcta Conforme o conteúdo da frase, assinale verdadeiro ou falso 9- A dimensão demográfica está relacionada à construção da cidadania plena dos indivíduos por meio do fortalecimento dos mecanismos democráticos de formulação e de implementação das políticas públicas em escala global. A: Verdade B: Falso 10- A dimensão ecológica da gestão dos recursos naturais associa-se a capacidade de suporte dos ecossistemas associados de absorver ou se recuperar das agressões derivadas da acção humana (acção antrópica), implicando um equilíbrio entre as taxas de emissão e/ou produção de resíduos e as taxas de absorção e/ou regeneração da base natural de recursos. A: Verdade B: Falso Respostas: 1A; 2B; 3D; 4C; 5C; 6D; 7C; 8C; 9B; 10B. Respostas de questões deauto-avaliação 1- O desenvolvimento sustentável é um tipo de desenvolvimento orientado a garantir a satisfação das necessidades fundamentais da população e a elevar a sua qualidade de vida, por meio do maneio racional dos recursos naturais, propiciando sua conservação, sua recuperação, sua melhoria e usos adequados, por intermédio de processos participativos e de esforços locais e regionais, de tal maneira que tanto esta geração quanto as futuras tenham a possibilidade de ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 24 usufrui-los com equilíbrio físico e psicológico, sobre bases éticas e de equidade, garantindo-se a vida em todas as suas manifestações e a sobrevivência da espécie humana. 2- A dimensão ecológica considera que os recursos naturais são a base física do processo de crescimento e tem como objectivo a conservação e o uso racional do estoque de recursos naturais incorporados às actividades produtivas enquanto que a dimensão ambiental, a sua essência centra-se na capacidade de recuperação dos recursos naturais face a exploração humana 3- A necessidade de respeitar a cultura local envolve as três dimensões de gestão de recursos naturais em simultâneo (dimensões político- cultural, socioeconómico e ambiental), na medida em que a definição de estratégias que vão nortear a gestão dos recursos naturais passa necessariamente por respeitar e integrar as particularidades culturais de modo que se garanta a participação efectiva da comunidade local e ao mesmo tempo, as particularidades ambientais tanto pelas condições dos recursos naturais, como sobre as práticas que concorrem para conservação, degradação e recuperação são de domínio local, incluindo a necessidade de desenhar as politicas e acções de gestão dos recursos naturais tendo em conta as particularidades das condições socioeconómicas da comunidade. 4- A equidade intrageracional é relativo a solidariedade sincrónica ou seja, a distribuição equitativa da riqueza, a necessidade de diminuir desigualdades sociais na geração presente enquanto que a equidade intergeracional associa-se a solidariedade diacrónica ou seja, a questão da durabilidade dos recursos, a necessidade e usar os recursos naturais tendo em conta que as gerações vindouras também terão o mesmo direito de usufrui-los 5- A dimensão cultural caracteriza-se por valorizar a diversidade de culturas, valores e práticas existentes e que integram ao longo do tempo as identidades dos povos, o respeito a cultura local. Os saberes, os conhecimentos e os valores locais das populações duma determinada região ou comunidade, precisam ser analisados, compreendidos e utilizados como ponto de partida nos processos de desenvolvimento. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 25 UNIDADE TEMÁTICA 1.3. Noção de gestão comunitária dos recursos naturais e sectores participantes na gestão dos recursos naturais Introdução A gestão dos recursos naturais como base para o alcance da sustentabilidade nos seus diversos níveis exige a contribuição de diversos extractos da sociedade, sendo que as comunidades locais desempenham um papel preponderante na medida em que se afiguram como utentes directos mas ao mesmo tempo conhecedores das particularidades dos recursos naturais. Na presente unidade temática apresentam-se alguns pressupostos básicos que devem nortear os processos de gestão comunitária dos recursos naturais e analisam-se também alguns factores que influenciam os processos de gestão comunitária dos recursos naturais. Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: Objectivos Específicos ▪ Conceituar gestão comunitária e comunidade ▪ Caracterizar os diferentes níveis de participação comunitária na gestão dos recursos naturais ▪ Explicar os factores que influenciam os processos de participação comunitária na gestão dos recursos naturais Gestão comunitária dos recursos naturais A gestão de recursos naturais, conforme vem definido em documentos oficiais, pressupõe a administração de recursos como os florestais, faunísticos, hídricos, minerais e outros, um processo que inclui o seu controlo e uso em conformidade com a legislação, assegurando a participação efectiva das instituições, comunidades locais e diferentes organizações (INVALA 2012). A legislação moçambicana define a comunidade local como sendo "agrupamento de famílias e indivíduos, vivendo numa circunscrição territorial de nível de localidade ou inferior, que visa a salvaguarda de interesses comuns através da protecção de áreas habitacionais, áreas agrícolas, sejam cultivadas ou em pousio, florestas, sítios de importância cultural, pastagens, fontes de água, áreas de caça e de expansão." A solução para os problemas ambientais identificados é complexa passando por processo de reconhecimento de mecanismos de tomada ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 26 de decisão no campo sobre os quais assenta o exercício do poder ao nível das comunidades rurais. A declaração do rio de Janeiro sobre meio ambiente e desenvolvimento de 1992, consagra no princípio 10 que a melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos cidadãos interessados. No nível nacional, cada individuo deve ter acesso adequado as informações relativas ao meio ambiente que disponham as autoridades publicas, inclusive informações sobre materiais e actividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar em processos de tomada decisões. Os estados devem facilitar e estimular a consciencialização e a participação pública, colocando a informação a disposição de todos. Deve ser propiciado acesso efectivo aos mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que diz respeito a compensação e reparação de danos ambientais. A política nacional do ambiente (moçambicana), realça o papel da comunidade na gestão ambiental, sustentando que a sustentabilidade da gestão dos recursos naturais só poderá ser eficaz através duma directa e activa participação das comunidades, valorizando e utilizando as suas tradições e experiencias. Assim sendo o governo criara um clima propício através de conhecimento de padrões de usos de recursos, formas de gestão tradicionais e hábitos de vida das comunidades. Paralelamente procurará encorajar e reforçar a capacidade das comunidades em conhecer e aplicar princípios e regras de gestão dos recursos naturais que orientam a sociedade em geral dando-lhes competências e instrumentos que facilitam o estreitamento da cooperação com estruturas formais e informais. A participação comunitária na tomada de decisões deve obedecer às realidades locais com as quais as pessoas se identificam. A solução do problema dá-se pela participação e pelo comprometimento. Todavia, para ser efectiva, faz-se necessário o envolvimento de pessoas que tenham conhecimento e competência. O envolvimento da comunidade abrange uma vasta gama de actividades envolvendo: Informar a comunidade sobre as orientações de política do Governo Consultar a comunidade como parte de um processo para desenvolver políticas governamentais ou criar uma maior consciência e compreensão pela comunidade Envolver a comunidade através de uma série de mecanismos para assegurar que questões e preocupações são compreendidas e consideradas como parte do processo de tomada de decisões ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 27 Colaborar com a comunidade, desenvolvendo parcerias para formular opções e fornecerrecomendações. Partilha de liderança/empoderamento permitem à comunidade tomar decisões, implementar e realizar mudanças. Para LAGAN e NEL (2000:195) a participação ocorre pelo menos em cinco níveis principais a saber: Acção prescritiva: as pessoas seguem todos os procedimentos e executam as tarefas conforme são mandadas. Em associações muito autoritárias, mesmo o executivo dispõe de muita pouca liberdade de acção. Participação na actividade: as pessoas participam influenciando na forma como o trabalho é feito. Elas decidem a respeito das técnicas a serem usadas e da sequência de suas acções. Este é o primeiro nível em que podemos buscar uma participação real e significativa. Participação na função: as pessoas participam ao determinar o que elas ou suas equipes irão realizar. A participação nesse nível requer um amplo conhecimento a respeito das operações da sua organização. Para tomar decisões sábias, as pessoas envolvidas precisam ter informações globais sobre todos os aspectos do seu trabalho. Participação no contexto: as pessoas participam ultrapassando as barreiras da sua própria função na equipe para influenciar os processos e as estruturas em torno delas. Seguindo critérios próprios, as pessoas vão além do seu nível de autoridade imediata para solucionar problemas existentes junto à clientela. Participação na visão: as pessoas participam idealizando e influenciando os conceitos mais fundamentais que guiam a sua organização. As actividades nesse nível ajudam a determinar valores, as metas, as estratégias e outras estruturas que determinam o que a associação é e será. Os indivíduos e as equipes trabalham juntos para determinar a direcção dos caminhos da organização e ajudam a determinar os valores, os princípios e a missão da associação. As actividades dos níveis 1, 2 e 3, portanto, tratam de questões práticas, enquanto as actividades dos níveis 4 e 5 tratam de questões de poder. A administração participativa é formada de contribuição de três argumentos que não são mutuamente exclusivos. Entretanto, o processo de participação na gestão dos recursos naturais é afectado negativamente por uma diversidade de factores sobretudo nos países em Desenvolvimento como é o caso de Moçambique. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 28 O avanço da pobreza está a destruir poderosamente o tecido social básico, principal força da socialização e protecção, célula básica para a participação. O agravamento da pobreza faz com que as pessoas dirijam todas as energias na luta pela sobrevivência no dia-a-dia. O aumento do desemprego e a pobreza constituem-se elementos chaves para o não estabelecimento e não consolidação das organizações populares sólidas. A pobreza económica conduz a pobreza do poder, o que debilita as organizações das populações. As maquinas institucionais encarregues em implementar a participação adoptam geralmente o modelo vertical de organização interna, estruturas que incorporam modelos de gestão tradicionais, do tipo piramidal, bastante hierarquizadas, apegadas a normas e rotinas rígidas, convencidas de que o cumprimento da norma deve prevalecer em relação a outras considerações. Ignoram praticamente que a participação exige flexibilidade, capacidade de diálogo, acção horizontal, dentre outras acções de natureza inovadora. Muitas vezes as necessidades reais da população não são ouvidas com devida atenção, pois os responsáveis pelos levantamentos, o que fazem, quando vão fazer uma consulta, são mais formulação de convites à população para aceitar o programa que esta na manga em função do orçamento existente e daquilo que o doador apresenta como área de intervenção, do que propriamente recolher as reais necessidades desta. Algumas vezes, os líderes que têm legitimidade junto as comunidades são ignorados, colocando-se no seu lugar conhecidos oficiais porem sem respaldo no seio das populações (sem aceitação popular). Por vezes, os métodos usados em acções que procuram capacitar as populações comunitárias para participação não correspondem a situação real e às necessidades das comunidades. Ainda regista-se a prevalência, no seio de vários sectores sociais dotados de alto poder na direcção de programas públicos, a ideia, sem nenhuma base empírica, de que a participação diminui a eficiência na medida em que exigem muitos recursos e tempos, de acordo com o tempo programado para acções, como argumento para exclusão dos beneficiários dos passos de planeamento e implementação de actividades, não se levando em conta os resultados que dai advém para o próprio processo participativo. A comunidade se não for suficientemente esclarecida, pode pensar que esta a ser usado por indivíduos que desejam extrair benefícios pessoais dos programas. ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 29 Sectores participantes na gestão ambiental Uma vez que os bens ambientais podem ser entendidos como bens difusos, onde seu mau uso por alguns pode influenciar, directa ou indirectamente, o bem-estar da colectividade; sua conservação está, em última análise, sujeita aos dilemas da acção colectiva. A gestão ambiental caracteriza-se pela intersectorialidade e pela necessidade de incorporar aos seus processos o conjunto de pessoas envolvidas directa ou indirectamente nas situações ambientais sobre as quais se precisa actuar. Nesta perspectiva, os sectores participantes devem representar a população em seus diferentes campos de actuação, com seus diferentes níveis de influência e seu potencial de contribuição para o processo em desenvolvimento. Vários são os sectores que podem tomar parte nos processos de gestão ambiental, entre eles figuram, por exemplo: O sector público, que inclui as instituições do Estado, cujas funções ou competências se relacionam com o campo ambiental; O sector produtivo, público ou privado, ligado ao crescimento económico da região, ou localidade, com seu potencial de desenvolvimento e com as responsabilidades correspondentes no que se refere à prevenção da contaminação ambiental e ao adequado maneio dos recursos naturais; A população em geral, com sua capacidade de influir nos processos de gestão ambiental nos diversos níveis, através de mecanismos de participação pública, com suas decisões pessoais e colectivas ante as diversas situações que comprometem o ambiente em seus âmbitos de trabalho, de trânsito, de recreação ou de habitação; Associações, fundações, centros sociais e outros organismos não- governamentais, cujos objectivos se orientam, de uma ou de outra maneira, para o melhoramento da qualidade de vida da população, para propiciar processos de desenvolvimento sustentável, para combater a pobreza, para proteger o ambiente e para outros fins similares educativos ou de promoção social, cuja contribuição pode ser significativa no apoio à gestão ambiental; Grupos comunitários e étnicos, assim como diversas organizações de base, os quais se constituem numa opção crucial de respaldo para a obtenção da sustentabilidade da gestão ambiental; Universidades e centros de estudos e de pesquisa, que podem se constituir num apoio fundamental para a definição de linhas de acção em gestão ambiental, assim como ISCED CURSO: Ensino de Geografia; 40 Ano Disciplina/Módulo: Gestão de Recursos Naturais 30 para o diagnóstico das situações ambientais, para a definição de soluções tecnologicamente apropriadas e para a definição de usos racionais e potenciais dos recursos naturais; Grupos religiosos ou temáticos, cujas relações com a comunidade convertem-se em eixos de actividades diversas, podendo incidir nos processos de gestão ambiental. Sumário Na
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