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Artigo Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n.1, jan/jun, 2016 – ISSN 2525-2801. 54 A química dos pesticidas no meio ambiente e na saúde Luciano Nascimento Faculdade Estácio de João Pessoa luciano.ufpe@gmail.com Anastasiia Melnyk Universidade Federal da Paraíba anastasiia.ufpb@gmail.com Resumo Os pesticidas são produtos químicos utilizados para controlar e combater as pragas, nas áreas destinadas à agricultura, na pecuária, em domicílios, como também nos programas de saúde pública. Porém, um dos maiores desafios na agricultura é garantir alimentos em quantidade e qualidade adequada para uma população em plena expansão sem provocar impactos ambientais. Este trabalho aborda um estudo sobre a química de alguns pesticidas, como a contaminação destes produtos químicos em ecossistemas e no meio ambiente, e seus efeitos nocivos à saúde humana. As características físico-químicas dos pesticidas, e sua forma de uso acarretam fatores importantes que explicam a dinâmica desses resíduos no ambiente. O artigo mostra que, o uso crescente de pesticidas no setor agrícola no país, nas últimas décadas tem a acarretado sérios problemas de saúde na vida dos trabalhadores rurais; esses problemas são na sua maioria das vezes, condicionados por um grau de toxicidade destes produtos. É importante o uso moderado dos pesticidas para a agricultura e no combate das pragas urbanas, ou mesmos buscar novas formas de controle biológico e genético, para produção agrícola, e o bem-estar da população sem que haja transtorno à natureza e a saúde do homem. Palavras-Chave: Química dos Pesticidas; Agricultura; Grau de Toxicidade. The chemistry of pesticides in the environment and health Abstract Pesticides are chemicals used to control and combat pests, areas for agriculture, livestock, and private homes as well as in public health programs. However, one of the greatest challenges in agriculture to ensure food in adequate quantity and quality for an expanding population without causing environmental impacts. This paper discusses a study on the chemistry of some pesticides, such as contamination of these chemicals in ecosystems and the environment, and its effects on human health. The physico-chemical properties of pesticides and its manner of use involve important factors that explain the dynamics of these residues in the environment. The article shows that the increasing use of pesticides in the agricultural sector in the country in recent decades has brought about serious health problems in the lives of rural workers, these issues are for the most part, conditioned by the degree of toxicity of these products. It is important to moderate use of pesticides for agriculture and urban pest control, or those seeking new forms of genetic and biological control, agricultural production, and the good of the population is without any disorder of the nature and human health. Keywords: Chemistry of Pesticides; Agriculture; Degree of Toxicity. Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n.1, jan/jun, 2016 – ISSN 2525-2801. 55 1 Introdução Um dos maiores desafios na atualidade é sem dúvidas produzir alimentos agrícolas suficientes para sustentação humana, sem agredir o meio ambiente, e o mínimo grau toxicidade química, ou ausência de qualquer tipo de pesticida. Os ambientalistas defendem uma agricultura biológica, sem a utilização de substancias orgânicas tóxica; com vistas que os seres vivos sofrem uma contaminação de alto ou baixo nível por esses produtos químicos. No entanto, o uso de pesticidas é considerado importante e indispensável para o aumento da produtividade das áreas destinadas à agricultura, já que os insetos são grandes responsáveis pelas perdas verificadas durante a produção de alimentos. Os pesticidas são também usados na pecuária, em domicílios e em programas de saúde pública (DULLEY, 2004). É importante ressaltar que o uso indiscriminados de pesticidas devem ser profundamente controlado, já que acarreta efeitos indesejados, tanto para o homem através da contaminação ambiental ou de acidentes como para a vida selvagem. O Brasil é o terceiro país do mundo e o primeiro da América Latina no uso de praguicidas (ANVISA,2007). A utilização de praguicidas no Brasil alcançou, no ano de 2005, o patamar de produção e comercialização de aproximadamente de 400 toneladas. Muitos pesticidas tiveram o seu uso proibido devido a sua alta toxicidade e/ou persistência no ambiente. Os organoclorados, grupos pioneiro dos pesticidas sintéticos tiveram o seu uso agrícola proibido no Brasil desde 1985, sendo somente autorizados em campanhas de saúde pública (Portaria n°: 329 de 02/09/1985). Como consequências, as indústrias agroquímicas vêm trabalhando na síntese e formulação de moléculas que sofram degradação, desaparecendo no ambiente em pouco tempo (MANNA,2004) . Neste contexto, este trabalho visa fornecer informações para o desenvolvimento de novos estudos relacionando os problemas ambientais associados ao seu uso e alguns princípios gerais de toxicologia que se aplicam a seus efeitos sobre a saúde humana e a contaminação do meio ambiente. 2 Referencial Teórico 2.1 Pesticidas Os termos, pesticidas, biocidas, defensivos agrícolas, praguicidas e agrotóxicos são comumente usados com o mesmo significado, embora definições mais restritas possam incluir ou excluir dessas classificações diferentes grupos de substâncias químicas. Os pesticidas são substâncias que podem matar diretamente um organismo indesejável ou controlar o processo reprodutivo. Todos os pesticidas químicos têm a propriedade comum de bloquear um processo metabólico vital para os organismos para os quais são tóxicos. A classificação dos pesticidas encontra-se em função de vários aspectos que os diferenciam em classes, segundos critérios, a saber: inseticidas, herbicidas, fungicidas e antibacterianos (WARE,1983). Os inseticidas são efetivos contra os insetos que podem subdivide-se em inseticidas sintéticos orgânicos, inseticidas sintéticos inorgânicos, inseticidas botânicos e agentes biológicos. Devidos à extensão do tema, neste trabalho iremos focar apenas alguns aspectos dos inseticidas sintéticos orgânicos, e nos processos de interação com o meio ambiente. 2.2 Inseticidas Orgânicos 2.2.1 Organoclorados Os organoclorados foi um dos primeiros a ser desenvolvidos, e possui na sua composição química Carbono(C), Hidrogênio(H) e Cloro (Cl). É importante observar nas estruturas químicas dos organoclorados, que a ligação Carbono(C)-Cloro (Cl) caracteriza-se por ser difícil de romper, e a presença do Cloro (Cl) reduz também a reatividade de outras moléculas orgânicas (BLUMBERG, 1994). Para muitas aplicações, a falta de reatividade é uma vantagem importante. Contudo, essa mesma propriedade significa que, uma vez os organoclorados tenham entrado em contanto com o meio ambiente degradando-se lentamente tendo que se acumular aos poucos no ecossistema. Com vistas, nas características mais comuns para os organoclorados são eles: - Baixa solubilidade em água e levada solubilidade em solventes orgânicos; - Baixa pressão de vapor e alta estabilidade química; - São persistentes no ambiente, com tendências de acumulação nos tecidos dos seres vivos; - Toxicidade relativamente alta para insetos, mais baixa para seres humanos. O primeiro grupo, e também o mais antigo, é o dos DDT ou para- diclorodeniltricloroetano é o exemplo mais representativo que, encontra-se ilustrado na Figura 1. Os derivados deste composto incluem o DDD, para-diclorodifenildicloroetano, Metoxiclor e Dificol. Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n.1, jan/jun, 2016 – ISSN 2525-2801. 56 Figura 1 – Fórmulas estruturais dos organoclorados do DDT e seus derivados. DDT DDD Metoxiclor Dicofol Fonte: Autor 2.2.2 Organofosforados Os organofosforados são todos os inseticidas que contém na sua composição químicao átomo de Fósforo(P), este inseticida foi desenvolvido através da tecnologia química utilizando os “gases de nervos” usados na Segunda Guerra Mundial. Quimicamente os organofosforados são ésteres de ácido fosfórico ou de ácido fosforotióico podendo ser subdivididos em diferentes em classes, a saber: fosfatos, fosfonatos, fosforoditiolatos e fosforoamidatos (MELNIKOV, 1998) , como estão representados na Figura 2. De um modo geral, é um inseticida que apresenta uma toxicidade aguda mais elevada para humanos e outros mamíferos do que os organoclorados. Vários organofosforados representam uma periculosidade à saúde dos trabalhadores que aplicam e a outros que possam entrar em contatos com os mesmos. A intoxicação por essas substâncias pode ocorrer por exposição via inalação, ingestão ou absorção através da pele, podendo levar a problemas imediatos de saúde. Uma das características dos organofosforados é de serem lipossolúveis semelhantes aos organoclorados; porém decompõem-se dentro de dias ou semana, e por esta razão é raramente encontrado na cadeia alimentar (ROSA, 1999). Com exceção do inseticida diclorvós, muitos organofosforados possuem baixa volatilidade. A dispersão dos organofosforados ocorre por pulverização podendo ser provocado por ventos espalhando por áreas de 1km a 2km ocasionando sério risco de contaminação. No meio aquático há três possíveis meios de contaminação: - O despejo de resíduos indústrias ou descargas de efluentes na água; - Infiltração de resíduos tóxicos no solo, contaminando os mananciais de águas (lençóis freáticos); - O escoamento superficial durante a pulverização durante aplicação do produto. Alguns inseticidas como o Parathion e o Malathion possuem fraca atividade anticolinestrerásica sendo aparentemente convertidos nos inseticidas em poderosos inibidores, ou seja, ativadores, estes inseticidas estão representados na Figura 3. Figura 2. Esquemas dos principais inseticidas organofosforados Fonte: Autor Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n.1, jan/jun, 2016 – ISSN 2525-2801. 57 Figura 3 – Fórmulas estruturais de dois inseticidas organofosforados. Malathion Parathion Fonte: autor 2.2.3 Carbamatos Os carbamatos constituem o grupo mais versátil dos pesticidas, encontra-se compostos do tipo que funcionam como inseticidas, herbicidas, fungicidas e até mesmo antibacterianos. Eles são derivados do ácido cabâmico, H2NCOOH foi introduzido como inseticida em 1951. Um dos Hidrogênios(H) ligados ao Nitrogênio (N) são trocados por um grupo alquil, normalmente metil; e o Hidrogênio(H) ligado ao Oxigênio (O) é trocado por um grupo R segundo a sua fórmula química geral que esta sendo mostrado na Figura 4 (MANAHAN,1992) . Figura 4 – Fórmula química estrutural dos carbamatos Fonte: Autor O modo de ação dos carbamatos é semelhante à dos inseticidas organofosforados com a vantagem de ser mais rapidamente degradado o que diminuem a sua toxidade para mamíferos (CORBETT et al., 1984). Já no meio ambiente aquático os carbamatos contaminam às águas superficiais por rotas diretas e indiretas, ou ainda por resíduos indústrias ou mesmo por derramamentos acidentais. Porém, o perigo deste é limitado por rápida decomposição em ambientes aquáticos. Desta forma, a contaminação em longo prazo por este de composto não é muito razoável, sendo que os efeitos adversos em animais aquáticos podem resultar de direta adição ou de escoamentos deste pesticida químico em pouco s tempo de aplicação. Na Figura 5 ilustramos algumas fórmulas estruturais destes compostos mais conhecidos (DOUGLAS,1987). Figura 5 – Fórmulas estruturais dos compostos dos Carbamatos Carbaril Pirimicarbo Propoxur(Baygon) Fonte: Autor 2.2.4 Piretróides Os piretróides são, atualmente, os inseticidas mais usados, pois apresentam baixa toxicidade em mamíferos, baixo impacto ambiental, são efetivos contra certa quantidade de insetos e são necessárias baixas quantidades para exercerem sua ação. No entanto, alguns casos, a utilização de piretróides tem aumentado os riscos a pássaros e/ou mamíferos. Os inseticidas piretróides podem ser origem natural ou sintética possuindo a mesma ação semelhantemente ao do DDT afetando o sistema nervoso central e periférico (NARAHASHI,1996). Porém esse efeito é apenas temporário, se não for administrado um composto sinergético, como por exemplo, butóxido de piperonilo, que potencie a atividade dos piretróides, neutralizando seus efeitos. No meio ambiente, como todos os produtos químicos usados para combater pragas, este inseticida serve como modelo para estudo do Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n.1, jan/jun, 2016 – ISSN 2525-2801. 58 eco- toxicologia, pois contaminam o ar, a terra e a água provocando efeitos adversos que atingem desde uma bactéria até ao homem. Os piretróides de pendem da estrutura química e configuração estérica. A toxicidade da mistura racêmica varia com a razão Cis/Trans e com as características do veículo usado. Os isômeros Cis demonstram uma toxicidade mais elevada em relação aos Trans e o carregador não polar aumenta a toxicidade de ambos os isômeros (KANEKO et al.,1981) . Logo, diferenças nas estruturas químicas estão descritos na Figura 6 sendo importante para sua toxicidade. Figura 6 – Fórmulas estruturais dos compostos de alguns Piretróides. Deltametrina Permetrina Ácido 3-fenoxibezóico Fonte: Autor 3 A Toxicidade dos Pesticidas Os efeitos toxicológicos são determinados em geral, pela injeção ou pela administração oral da substância de interesse em animais, e observando-se como a saúde desses animais é afetada. A avaliação e a classificação do potencial de periculosidade ambiental de um pesticida são realizados estudos em físico- química, toxicológicos e ecotoxicológicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma classificação, sujeita a utilizações periódicas, que considera três critérios: - A dose letal média (DL50) do biocida formulado, que considera a quantidade da substância tóxica produz uma mortalidade de 50% dos animais de prova, em condições controladoras por um tempo de 24 horas (a D50 é em miligramas de biocida por quilograma de peso); - A forma de contato do biocida que pode ser oral ou dérmica; -O tipo de formula, podendo ser sólida ou líquida. A Tabela 1 mostra de forma sumaria a classificação dos pesticidas quanto à toxicidade aguda. 3.1 Os Pesticidas e os Impactos no Meio Ambiente Com o aumento considerável do uso de pesticidas aplicados tem trazido uma série de transtorno e modificações para o meio ambiente, tanto pela contaminação das comunidades de seres vivos que o compõe, quanto pela sua acumulação nos segmentos bióticos e abióticos dos ecossistemas (biota,água, ar, solo e etc.) (MARONI et al.,2000). A Figura 7 mostra no Rio Paraíba do Sul que foi poluído por um pesticida conhecido como endossulfan causando a morte de peixes e a contaminação total de outros sistemas biológicos, e do lençol freático. Figura 7. Contaminação pelo pesticida endossulfan no Paraíba do Sul FONTE: Caldas e Souza (2000). Na agricultura a contaminação pode ocorrer pelas perdas na aplicação do produto pela deriva ocasionada pelos ventos e pela evaporação atingindo a atmosfera e distribuindo os contaminantes para outros compartimentos Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n.1, jan/jun, 2016 – ISSN 2525-2801. 59 ambientais como solo ou águas superficiais. Outra forma de contaminação pode ocorrer pela disposição inadequada das embalagens vazia contendo resíduos de pesticidas possibilitando a contaminação do solo e das águas. Uma vez presente no meio ambiente os pesticidas podem se distribuir, degradar ou acumular-nos diversos compartimentos do ambiente. Os fatores determinantes da dinâmica dos pesticidas no meio ambiente são a forma de uso dos pesticidas,características ambientais e de suas propriedades físico-químicas do princípio ativo (LARA; BATISTA, 1992). 3.2 Os Pesticidas e os Efeitos na Saúde Humana Os efeitos sobre a saúde podem ser de dois tipos, a saber: - Efeitos agudos, ou aqueles que resultam da exposição à concentração de um ou mais agentes tóxicos, capazes de causar dano efetivo aparente em um período de 24 horas; - Efeitos crônicos, ou aqueles que resultam de uma exposição continuada a doses relativamente baixas de um ou mais produtos. Tabela 2– Distribuição do número de casos de intoxicação por pesticidas de 1997 a 2007. Ano Casos de Intoxicação Humana por Pesticidas 1997 5474 1998 5268 1999 4674 2000 5127 2001 5384 2002 5591 2003 5945 2004 6034 2005 6870 2006 6757 2007 6179 Com relação, a exposição a seres humanos, há grande subnotificação de intoxicação por pesticidas no Brasil. Estima-se que para cada caso registrado de intoxicação por pesticidas ocorrem outros 50 casos sem notificação, ou com notificação errônea. Segundo estimativas da organização Mundial da Saúde, 70% das intoxicações por pesticidas ocorridas no mundo são derivadas a exposições ocupacionais (MOREIRA, 2002). Os dados revelados pelo IBGE (2004) notificaram 84.596.294 pessoas com mais de 10 anos ocupadas no Brasil, 17.733.835(cerca de 20%) tinham o trabalho agrícola como principal ramo de atividade, revelando o grande potencial de exposição a substâncias tóxicas na população brasileira do campo. A Tabela 2 abaixo representa dados de pesquisa feita em números de casos por intoxicações de pesticidas, transcorrido no período de 1997 a 2007, no Brasil, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Famacológico (SINITOX) publicado em 2007 de acordo com a Tabela 2 (SINITOX, 2009). A partir dos resultados dessa Tabela 2 foi feito um gráfico de barra mostrando a evolução temporal da intoxicação humana no país, que pode ser ilustrado na Figura 8. Figura 8. Gráfico mostrando a intoxicação humana por pesticida em 10 anos 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 Into xic açم o p or Pe stic ida s Intoxicaçمo por Pesticidas versus Tempo(Anos) Tempo(Anos) 3.3 Avaliação do tempo de Intoxicação Humana por Pesticidas Os resultados obtidos por intoxicação transcorridos num intervalo de 10 anos que, vai de 1997 a 2007, demonstra através do gráfico da Tabela 1. Classificação dos pesticidas de acordo com os efeitos à saúde humana Classe Toxicológica Toxicidade DL50 Faixa Colorida I Extremamente tóxico ≤ 5mg/Kg Vermelho II Altamente tóxico Entre 5mg/kg e 50mg/kg Amarela III Mediamente tóxico Entre 50 mg/kg 500mg/kg Azul IV Pouco Tóxico Entre 500 mg/kg e 5000mg/kg Verde __ Muito pouco tóxico Acima de 5000mg/kg Fonte: World Health Organization (1990). Revista Mangaio Acadêmico, v. 1, n.1, jan/jun, 2016 – ISSN 2525-2801. 60 Figura 8 um comportamento não satisfatório, devido os efeitos irremediáveis que esses produtos químicos provocam na saúde. Analisando o comportamento do gráfico da figura observando-se, que não houve nenhuma mudança significativa nos dados levantados pela pesquisa; e nos intervalos de tempo correspondentes aos anos de intoxicação, há somente uma leve alternância nos números de casos por intoxicações onde as barras representam dados estatísticos, sendo praticamente constante no decorrer dos anos. O estudo neste ponto pode ser visto que as intoxicações por pesticidas causam epidemias, descrevendo diversos contextos de vulnerabilidades e de susceptibilidades na atividade de aplicação de pesticidas, que contaminam todo um complexo de ecossistemas, aquáticos e terrestres trazendo males à saúde humana, e resistência às pragas e como o aparecimento de novas doenças que são um desafio para a medicina moderna. Conclusões O uso desordenado e excessivo tem provocando diversos impactos sobre a saúde humana e no meio ambiente; Os pesticidas se agrupam em classes de substâncias cujo princípio ativo é formado por estruturas moleculares, como por exemplo: os organoclorados, cujo elemento ativo é o Cloro (Cl), e os organofosforado que são derivados orgânicos do ácido fosfórico; os carbamatos são derivados do ácido do ácido carbâmico; os piretróides a sua estrutura molecular está relacionada com aqueles extraídos das flores de Pyrethrum; Os efeitos diretos da contaminação no meio ambiente, podendo ocorrer pelas perdas na aplicação do produto pela deriva ocasionada pelos ventos e pela evaporação atingindo a atmosfera e distribuindo os contaminantes para o solo e as águas superficiais; No âmbito geral, podemos conscientizar a população de forma organizada por meios de panfletos e palestras sobre os perigos que estas substâncias causam ao meio ambiente e ao ecossistemas de forma geral e alertar aos governantes sobre pesticidas e proibição destes agentes químicos que muitas vezes entram de forma clandestinas em nosso pais. Agradecimentos Os autores agradecem ao CNPq pelo o apoio financeiro. Referências ANVISA. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Piretróides. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/. Acesso em: 03.02.2007. BLUMBERG, A.A., Risks and Chemical substances. Journal of Chemical Education 71: pp.912- 918, 1994. CALDAS, E.; SOUZA, L. C. de. Avaliação de risco crônico da ingestão de resíduos de pesticidas na dieta brasileira. R. Saúde Pública, São Paulo, v.34, n. 5, p. 529-537, 2000. CORBETT, R.J.; WRIGHT, K.; BAILLE, A.C., The biochemical mode of action of pesticides, Academic Press, 2end, Ed.London, 1984. DOUGLAS, H. The Agrochemical Handbook. Royal Society of chemistry second edition. Nottingham, 1987. DULLEY,D.R. Noção de Natureza, Ambiente, Meio Ambiente, Recursos Ambientais e Recursos Naturais. Agric. São Paulo, São Paulo, v. 51, n. 2, p. 15-26, jul./dez. 2004. KANEKO, H.; OHAKAWA, H.; MYAMOTO, J. Absorption and metabolism of dermally applied phenothrin in rats.J.Pestic.Sci.1.pp.169-182, 1981. 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