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Edificio Projeto ViverEdificio Projeto ViverEdificio Projeto Viver Integrantes: Iasmim Nikolly Chaves Guedes Maria Clara Chaves Castor Brandão Tiago Victor Vaz de Araújo FI C H A T É C N IC A FI C H A T É C N IC A Localização: São Paulo, SP – Brasil Tipo de Construção: Institucional Área do terreno: 1500m² Área construída: 400m² Início do projeto: 2003 Conclusão da obra: 2005 Autores: Fernando Forte, Lourenço Gimenes, Rodrigo Marcondes Ferraz Colaboradores: Marília Caetano, Cecília Reichstul SO B R E A FG M F SO B R E A FG M F Criado em 1999 por colegas da FAU-USP, o escritório FGMF nasceu com o propósito de produzir uma arquitetura contemporânea, sem restrições ao uso de materiais, técnicas construtivas e escalas. Não há fórmulas pré-definidas ou rígidas: a cada desafio, partimos do zero e fazemos do desenho o nosso instrumento de pesquisa para elaborar uma nova visão de edifício, de objeto e de cidade. Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz são formados pela FAU- USP entre 2001 e 2002. Entre pós-graduações, especializações e ampla experiência de canteiro, suas características pessoais e profissionais são distintas, porém complementares, o que resulta em uma visão arquitetônica bastante ampla e plural, revelada a cada projeto. P R O JE T O V IV E R P R O JE T O V IV E R O Projeto Viver nasceu em São Paulo, com uma ideia na cabeça: acreditar no potencial humano. E esse foi o alicerce por onde começamos a nossa construção.Com foco principal em crianças e adolescentes, buscamos desenvolver suas habilidades a partir da criação de oportunidades de informação, capacitação e aprendizado. Através dos nossos projetos, possibilitamos que as famílias que vivem no Jardim Colombo sejam os transformadores de suas vidas, proporcionando maior inclusão social, com melhorias reais na qualidade de vida.Nossas ações são criadas para e com as famílias atendidas, prática que rompe o assistencialismo tradicional de oferta unilateral. Essa compreensão e a proximidade com a realidade e as necessidades da comunidade, nos permitem identificar a fundo as principais carências e oportunidades a serem potencializadas. Escolhemos o Projeto Viver por abrir margem para uma discussão ampla a respeito da interação obra-comunidade, e em seu propósito sugerir a criação de um lugar em detrimento de um não-lugar, como o autor Marc Augé trata em sua obra "Não lugares". Buscando compreender o aspecto macro do projeto, indo além da estrutura e da materialidade fomos movidos pela sensação - ainda que limitada, pois, não desfrutamos da obra final e de como sua dinâmica acontece na prática- de pertencimento e proximidade com o projeto. Escolha do projetoEscolha do projeto O objetivo da obra é atender a população carente da favela Jardim Colombo e hospedar as atividades da Associação Viver em Família, que atua no desenvolvimento humano dessa comunidade. A premissa fundamental do projeto foi criar espaço livre para a população da comunidade local. Essa diretriz foi originada da análise de dois elementos fundamentais do contexto pré-existente: primeiro, o fato do tecido da favela não contar com espaços coletivos de qualidade. A idéia principal, portanto, foi tornar esse terreno num grande espaço coletivo. O contexto local e o terrenoO contexto local e o terreno O local escolhido pela a construção foi um terreno que onde era utilizado para descarte de lixo e como um campo de futebol localizando-se na comunidade Jardim Colombo. O terreno em que o edifício se situa é o último remanescente intacto da região. Dispõe de área de 30 x 50 metros que servia não só de acesso às ruas internas da favela como também era a única área de convívio de toda a comunidade. O complexo de favelas de Paraisópolis começou com a ocupação de um loteamento pouco habitado e ganhou força na década de 1970, atraindo os trabalhadores da construção civil. O Jardim Colombo, no lado oposto da Av. Giovanni Gronchi, tem hoje aproximadamente 18 mil habitantes. Os materiais usados na obra foram à utilização de concreto armado na estrutura do edifício, as vedações em bloco de concreto, esquadrias de ferro e a utilização de metais em alguns moveis trazendo esse aspecto mais industrial. Esses materiais foram utilizados para não destoar do ambiente e trazer uma sensação de não pertencimento daquele local. MATERIALIDADEMATERIALIDADE Têm-se também a utilização de cerâmicas para compor esta parede de mosaico localizada na fachada do edifício principal do Projeto. Segundo a organização da ONG este mosaico foi confeccionado por cada morador voluntário do projeto. MOSAICOMOSAICO Nas escadarias que dão acesso interno aos ambientes, assim como na cobertura externa das praças do piso superior, foi utilizado ferro. SS EE TT OO RR II ZZ AA ÇÇ ÃÃ OO A obra aparentemente trás a preocupação em agrupar ambientes e tentar resolver as necessidades do local, na tentativa de diminuir a complexidade do projeto. Ela está dividida em duas edificações, no térreo do edifício principal está localizada a recepção, a casa do zelador e oficina interdisciplinar. No andar superior estão localizadas as salas de espera, salas de atendimento médico, odontológico psicológico, jurídico e outros. Uma cozinha experimental para treinamento, com local para venda de produtos, está aberta para a rua, gerando renda para o edifício. Salas de capacitação profissional, biblioteca e sala de informática, além de sanitários e depósito estão no bloco elevado. Algo que nos chamou a atenção é que através das vidraças usadas no edifício principal, possibilita uma interação entre interior-exterior, principalmente referente à biblioteca. Vestiários e depósitos que atendem a quadra localizam-se no meio subsolo. Eles também atendem aos banhos coletivos organizados pela associação de moradores. A porção deste volume que aflora do piso serve de palco para festividades. Um ponto de extrema importância e que pode gerar um problema é a disposição dos ambientes de forma concentrada nos edifícios, essa concentração pode promover um grande fluxo de pessoas podendo causar algum tipo de desconforto. Na cobertura foi desenvolvido um terraço-jardim para trazer arborização e para amenizar os efeitos climáticos do ambiente, outro ponto é fazer da cobertura um local atrativo, pois é visto de longe na comunidade devido ao declive do terreno. ACESSOSACESSOS A obra é composta por dois tipos de acessos externos, um reservado para os pedestres pelas escadarias (seta azul) , e o outro para transporte (seta amarela) . Na parte interna todos os patamares foram interligados por meio de escadarias. A falta de acessibilidade é visível na obra, e a nosso ver foi totalmente desprezada, mesmo tendo em mente que havia pessoas que frequentam o projeto com deficiência física, seja em maior ou menor grau. Não há outros acessos além dos já citados, na obra também não são inseridas soluções de acessibilidade como rampas ou elevadores, nem mesmo para acesso ao térreo do edifício. Esse fator contraria o objetivo da obra de promover interação total de todos os que usufruem do projeto DINÂMICA DO ESPAÇODINÂMICA DO ESPAÇO No tocante a estética do projeto foi utilizada formas lineares horizontais, que contrasta com a verticalidade da comunidade, assim por se tratar de uma obra central ela ganhariam um maior destaque em relação ao espaço que está inserido. Em questões visuais e de utilização de cores, não deixado claro pelos arquitetos, mas que nos chamou a atenção, baseado em conhecimentos adquiridos através da leitura do livro "Psicologia das Cores" de Eva Heller e Maria Lucia Lopes Da Silva, observamos que o amarelo e o branco são utilizados para promover a sensação de paz, pureza, alegria e o incentivo a criatividade, não tendo a certeza se isto de fato ocorre na prática A utilização das vidraças na obra surge da necessidade de iluminação natural, e em seu objetivo busca realizar uma melhor interação do interior-exterior. Na questão dos interiores, não percebemos uma intencionalidadeatravés da decoração ou acabamentos, mas nos chamou a atenção a utilização do mosaico amarelo que vai tanto do térreo quanto ao piso superior. Além disso, têm-se o paisagismo que surge na cobertura da edificação com o objetivo de promover uma melhor solução para os efeitos climáticos, apesar de que a nosso ver não foi uma solução eficaz, pois os demais espaços do projeto não possuem alguma solução. Ao concentrar esse paisagismo as coberturas, as praças abertas, por exemplo, ficam sem um amparo no tocante ao efeito climático, e isso afetará diretamente no objetivo integrador de comunidade-obra, afinal como desejar que pessoas utilizem as praças às 14hs da tarde, com muita exposição solar, sem ter sombras. Ainda mais nas escadarias de acesso que são utilizadas como arquibancadas em dias de eventos. Acreditamos que houve pouca atenção dos arquitetos a essas soluções de conforto, que infelizmente acabam contrariando e afetando diretamente o objetivo macro da construção da obra e do programa necessidade. PROGRAMA NECESSIDADESPROGRAMA NECESSIDADES A questão da declividade do terreno fora bastante explorada no projeto, pois a favela está inserida em um local de difícil acesso e bastante íngreme, o que dificulta o deslocamento acessível por toda a população. Assim a necessidade da elaboração de espaços de circulação marcada por escadas, rampas e plataformas elevatórias. Para dar vida ao projeto, foram usados materiais simples e corriqueiros em bairros pobres da cidade, como os blocos de concreto e cacos cerâmicos. O que faz a diferença é a forma como foram empregados. A cerâmica utilizada no mosaico foi quebrada e assentada uma a uma por voluntários da comunidade. IMPORTÂNCIAIMPORTÂNCIA Com base em nossa análise, na tentativa de compreender melhor a importância da obra para o contexto, apesar de ter sido contemplada com diversos prêmios, observamos que a expectativa de trazer pertencimento obra-comunidade foi determinante par o desenvolvimento do projeto, a ponto de deixar de lado algumas questões que já mencionamos como acessibilidade e conforto. Reconhecemos que nossa visão a respeito de como ocorreu na prática essa integração proposta é limitada pois, não vivenciamos as experiências do local, mas pautados em compreender este processo percebemos a preocupação na solução das necessidades da comunidade por meio da disposição das ambientações, de como o Projeto Viver e as atividades da Associação Viver em Família funcionariam, e ainda da proposta de ambientes de uso comum, por exemplo, as praças de patamares localizadas no entorno do edifício principal que possibilita a realização de atividades culturais, brincadeiras de crianças e outros. Concordamos com a opinião acima, no tocante a vitória sobre as barreiras topográficas do ambiente, e como isso facilitaria o acesso a comunidade, porém a questão da acessibilidade nos preocupa. REFERÊNCIASREFERÊNCIAS • https://fgmf.com.br/portfolio-item/edificio-projeto-viver/ • https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/14.164/5265?page=1 • http://www.projetoviver.org.br/ • https://www.youtube.com/watch?v=Fzf_zI1mXXs • http://comoprojetar.com.br/setorizacao-na-arquitetura/ •https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/fgmf- arquitetos_/edificiosede-do-projeto-viver/1206
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