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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA 
 
 
 
 
 
ANNA CLÁUDIA CARNEIRO BRAGA 
 
 
 
 
 
 
IMPACTO NA FAMÍLIA DO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO 
EM CRIANÇAS NA ATENÇÃO BÁSICA E SUA RELAÇÃO COM A 
AUTOPERCEPÇÃO DA SAÚDE BUCAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Piracicaba 
2018 
 
 
ANNA CLÁUDIA CARNEIRO BRAGA 
 
 
 
 
IMPACTO NA FAMÍLIA DO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO 
EM CRIANÇAS NA ATENÇÃO BÁSICA E SUA RELAÇÃO COM A 
AUTOPERCEPÇÃO DA SAÚDE BUCAL 
 
 
 
Dissertação de Mestrado Profissional apresentada à 
Faculdade de Odontologia de Piracicaba da 
Universidade Estadual de Campinas como parte dos 
requisitos exigidos para a obtenção do título de 
Mestra em Gestão e Saúde Coletiva. 
 
 
 
 
 
Orientadora: Profa. Dra. Dagmar de Paula Queluz 
 
 
 
Este exemplar corresponde a versão final da 
dissertação defendida por Anna Cláudia 
Carneiro Braga e orientada pela Profa. Dra. 
Dagmar de Paula Queluz 
 
 
 
Piracicaba 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus em primeiro lugar por ter me fortalecido em cada momento turbulento. 
À UNICAMP e à Faculdade de Odontologia de Piracicaba pela oportunidade de 
desenvolver esta dissertação. 
Ao diretor da FOP-UNICAMP Prof. Dr. Guilherme Elias Pessanha Henriques 
À Profa. Dra. Luciane Miranda Guerra, coordenadora do curso de Mestrado 
Profissionalizante da FOP-UNICAMP. 
À minha orientadora, Profa. Dra. Dagmar de Paula Queluz, pela paciência e 
dedicação. 
Aos meus pais Orozimbo e Clara pelo amor incondicional e por todo ensinamento 
que os livros não podem dar. 
Ao meu marido Klaas pelo apoio e pronto auxílio em todos os momentos que 
precisei. 
Às crianças e aos pais que me permitiram desenvolver este trabalho. 
 
 
 
 
RESUMO 
O objetivo do presente estudo foi avaliar o impacto na família do tratamento 
odontológico em crianças de 8 a 10 anos na atenção básica, e sua relação com a autopercepção 
da saúde bucal. Este estudo é intervencional de natureza quantitativa. A população do estudo 
somou-se 208 crianças provenientes de duas escolas públicas da região noroeste de Campinas. 
Desse total, 81 crianças possuíam alguma necessidade de tratamento por cárie. O critério de 
inclusão do estudo foi ser de médio ou alto risco segundo a classificação de risco preconizada 
pela Prefeitura Municipal de Campinas. Os critérios de exclusão foram a recusa em participar 
do estudo, e o responsável ou a criança terem alguma impossibilidade psicomotora para 
responderem os questionários. O estudo foi composto por três etapas. Na primeira etapa, através 
do exame clínico, foi realizado a classificação de risco, posteriormente o índice CPO-D, em 
seguida a aplicação dos questionários antes do tratamento odontológico: FIS (Family Impact 
Scale) aos responsáveis e CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 anos) às crianças. 
Na segunda etapa foi realizado o tratamento odontológico e na terceira etapa, após três meses 
foi feita novamente a aplicação dos questionários com objetivo de avaliar a intervenção do 
tratamento. A amostra foi formada por 36 escolares e responsáveis que finalizaram todas as 
etapas do estudo. As associações entre os escores do questionário, bem como a alteração após 
o tratamento e as variáveis socioeconômicas e de saúde bucal foram analisadas pelo teste Exato 
de Fisher. As variáveis com p<0,20 nas análises simples foram testadas em modelos de 
regressão logística múltipla, permanecendo no modelo as com p≤0,05. Ocorreu uma diminuição 
significativa dos escores de ambos os questionários após o tratamento odontológico. Houve 
diminuição significativa no escore da maioria das questões e no total do questionário FIS 
(Family Impact Scale) após o tratamento odontológico. Escolares de alto risco para cárie e 
também aqueles cujos responsáveis cursaram até o ensino fundamental tem 11,40 vezes mais 
chance de apresentar maior escore no CPQ 8-10 antes do tratamento odontológico. Escolares 
de alto risco têm 26,84 vezes mais chance de apresentar maior escore no CPQ 8-10 antes do 
tratamento odontológico. Conclui-se que o tratamento odontológico teve um impacto positivo 
na autopercepção e cuidado dos escolares sobre sua saúde bucal, assim como no sentimento de 
dor ou incômodo diário para se alimentar. O tratamento odontológico também teve um impacto 
positivo na atividade dos familiares, sentimento de culpa dos pais, diminuição de conflitos 
familiares e dificuldade financeira. 
 
Palavras-chave: Autoimagem. Saúde Bucal. Criança. Relações Familiares. 
 
 
 
ABSTRACT 
The objective of the present study was to evaluate the family impact of dental 
treatment in children aged 8 to 10 years at basic care and its concern with oral health self 
perception. This study is quantitative in nature. The study population included 208 children 
from two public schools in the northwestern region of Campinas. Of this total, 81 children had 
some need for caries treatment. The criterion of inclusion of the study was to be of medium or 
high risk according to the risk classification recommended by the Municipality of Campinas. 
The exclusion criteria were refusal to participate in the study, and the responsible person or the 
child had some psychomotor impossibility to answer the questionnaires. The study was 
composed of three stages. In the first stage, through clinical examination, the risk classification 
was performed, followed by the DMT-F index, followed by the application of the 
questionnaires before dental treatment: FIS (Family Impact Scale) to those responsible and 
CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 to 10-year-old questionnaire) to children. In the 
second stage the dental treatment was performed and in the third step, after three months, the 
questionnaires were applied again to evaluate the treatment intervention. The sample consisted 
of 36 schoolchildren and parents who completed all stages of the study. The associations 
between the scores of the questionnaire, as well as the alteration after the treatment and the 
socioeconomic and oral health variables were analyzed by Fisher's Exact test. The variables 
with p <0.20 in the simple analyzes were tested in multiple logistic regression models, 
remaining in the as models with p≤0.05. There was a significant decrease in the scores of both 
questionnaires after dental treatment. There was a significant decrease in the score of most 
questions and in the FIS (Family Impact Scale) questionnaire after dental treatment. High-risk 
students for caries, and those whose caregivers attended elementary school were 11.40 times 
more likely to present a higher score in CPQ 8-10 before dental treatment. High risk 
schoolchildren are 26.84 times more likely to present a higher score in CPQ 8-10 before dental 
treatment. It is concluded that the dental treatment had a positive impact on the self-perception 
and care of the students about their oral health, as well as the feeling of pain or daily nuisance 
to feed themselves. Dental treatment also had a positive impact on the family members 'activity, 
parents' feelings of guilt, decreased family conflicts and financial difficulty. 
 
Key words: Self-concept. Oral health. Child. Family relations. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO 9 
2 REVISÃO DA LITERATURA 13 
2.1 CÁRIE DENTÁRIA 13 
2.2 ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO 13 
3 PROPOSIÇÃO 16 
4 MATERIAL E MÉTODOS 17 
4.1 ASPECTOS ÉTICOS 17 
4.2 LOCAL DO ESTUDO 17 
4.3 TIPO DE ESTUDO 18 
4.4 AMOSTRA 18 
4.5 INSTRUMENTOS DE COLETA 18 
4.5.1 Classificação de risco 19 
4.5.2 CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire) 21 
4.5.3 FIS- Family Impact Scale 21 
4.6 VARIÁVEIS DO ESTUDO 23 
4.7ANÁLISE DOS DADOS 23 
5 RESULTADOS 24 
6 DISCUSSÃO 37 
7 CONCLUSÃO 42 
REFERÊNCIAS 43 
ANEXOS 53 
ANEXO 1 - CERTIFICADO DE AUTORIZAÇÃO DO COMITE DE ÉTICA 54 
ANEXO 2 -TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 55 
ANEXO 3 –ODONTOGRAMAUTILIZADO NA CIDADE DE CAMPINAS-SP 57 
ANEXO 4 – QUESTIONÁRIO DE SAÚDE BUCAL INFANTIL (CPQ 8-10) 58 
ANEXO 5 –QUESTIONÁRIO SOBRE O IMPACTO FAMILIAR DA SAÚDE 
BUCAL DOS FILHOS (FIS) 
60 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
Em 1986, o Brasil contava com o CPO-D de 6,65 aos 12 anos de idade, dados que 
colocaram o Brasil dentre os países com maior prevalência de cárie do mundo (Freire et al., 
1994). Em 1996, houve uma considerável diminuição do índice CPO-D na mesma faixa etária 
para 3,06 (Brasil, 1996). No ano 2003, o Brasil reduziu índice CPO-D aos 12 anos para 2,30, 
batendo a meta estipulada pela Organização Mundial de Saúde para o ano 2000 que era de igual 
a 3,0 (Brasil, 2004). Os dados mais recentes do Saúde Bucal Brasil 2010 indicam CPO-D igual 
a 2,07 em crianças de 12 anos e ceo-d em crianças de 5 anos igual 1,89 considerando regiões 
com presença de flúor (Brasil, 2012). O Estado de São Paulo apresenta índices menores do que 
os nacionais: média do índice ceo-d aos 5 anos e CPO-D aos 12 de 1,90, sendo este último, 
pouco acima do encontrado na região sudeste segundo dados do SB Brasil 2010 que é de 1,72 
(Pereira et al., 2016). 
Apesar da diminuição da prevalência de cárie a cada levantamento de saúde bucal 
no Brasil, esta doença ainda é considerada um problema de saúde pública (Narvai et al., 2006). 
Porém, a prevalência de cárie é diferente em cada grupo populacional. Pelo fato da doença não 
depender apenas de fatores biológicos para seu desenvolvimento, percebe-se sua maior 
prevalência entre grupos populacionais menos favorecidos em termos de condições sociais, 
econômicos, políticos e educacionais (Ramadan et al., 2016). Os aspectos socioeconômicos 
influenciam diretamente na saúde bucal individual e também em nível populacional (Antunes 
et al.,2004). Considerando o núcleo familiar, podemos afirmar que as condições 
socioeconômicas dos pais influenciam diretamente na saúde bucal dos filhos (Newton e Bower, 
2005). Locker et al. (2002) verificaram que pais com baixo salário e apenas um adulto na família 
têm um impacto negativo na saúde bucal de crianças (Locker et al., 2002; Locker, 2007). 
No Brasil, um importante estudo que comprovou a relação da condição da saúde 
bucal das crianças com os fatores socioeconômicos da família, principalmente a educação da 
mãe, foi conduzido por Piovesan et al., em 2010. Neste estudo, os autores concluíram que mães 
que não completaram o ensino fundamental e com baixa renda familiar possuem um impacto 
negativo na saúde bucal dos filhos o que reflete na qualidade de vida. 
A relação saúde bucal e aspectos socioeconômicos é uma via de mão dupla no 
contexto familiar. Não é só a condição socioeconômica dos pais que influencia na vida e 
comportamentos dos filhos, a condição da saúde bucal da criança também tem um impacto na 
convivência familiar (Fink, 1989). 
10 
 
A saúde bucal se relaciona também com a autopercepção que o indivíduo tem sobre 
si. Pessoas que tem menor experiência de cárie e maior número de dentes presentes em boca 
possuem uma melhor percepção sobre sua saúde bucal. Sugere-se então que estes indivíduos se 
preocupam mais com o cuidado dos dentes e também com sua saúde bucal o que influenciaria 
direto na qualidade de vida (Giblini et al. 2010). Dessa forma, a importância que um indivíduo 
dá sobre sua própria saúde bucal poderia ser transmitida para seus filhos, assim como a 
percepção de saúde bucal dos pais influenciaria diretamente na saúde bucal da criança (Talekar 
et al., 2005). É válido também fazer a associação entre a autopercepção em saúde e os fatores 
socioeconômicos. Estudos anteriores mostraram que o padrão socioeconômico dos pais está 
associado com a autopercepção de saúde bucal deles e com a saúde bucal dos filhos (Talekar et 
al., 2005; Poutanen et al., 2007). 
Os pais não são apenas uma forma de transmissão de ensino sobre cuidados em 
saúde para os filhos, mas também representam um importante papel na promoção da saúde 
bucal (Levin e Currie, 2010; Locker et al., 2002). Dentre outras pessoas, seriam eles os que 
mais estão em contato com as crianças e que as ajudariam no cuidado em saúde. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como Determinantes Sociais da 
Saúde (DSS) “os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e 
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco 
na população” (WHO, 2010). Eles interferem no bem-estar, independência funcional, e 
principalmente na qualidade de vida (WHO, 2010). Também segundo a definição da OMS 
saúde é um estado de completo bem-estar físico, social e mental. Qualidade de vida, é “a 
percepção do indivíduo de sua inserção na vida no contexto da cultura e sistemas de valores 
nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” 
(WHO, 1997a). Não existe apenas um conceito sobre qualidade de vida, mas é possível associar 
nesta definição indicadores objetivos (sociais) e subjetivos, a partir da percepção que os sujeitos 
constroem sobre o meio em que vivem (Barbosa, 1998). Vilarta e Gonçalves (2004) 
caracterizam esses indicadores como: “Objetividade das condições materiais: interessa a 
posição do indivíduo na vida e as relações estabelecidas nessa sociedade; Subjetividade: 
interessa o conhecimento sobre as condições físicas, emocionais e sociais relacionadas aos 
aspectos temporais, culturais e sociais como são percebidas pelo indivíduo”. 
Foi desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde o questionário WHOQOL-
100, a fim de mensurar alguns aspectos sobre qualidade de vida. Este é um instrumento que 
11 
 
busca uma avaliação sobre aspectos do estado funcional, de bem-estar e da condição geral de 
saúde dos indivíduos (Vilarta e Gonçalves,2004). 
Os problemas de saúde em geral impactam os indivíduos de maneiras diferentes. 
Um estudo realizado na Alemanha com uma amostra representativa demonstrou que ter menos 
do que 9 dentes teve maior impacto na qualidade de vida relacionada a saúde do que ter 
hipertensão, alergia ou até mesmo câncer (Mack et al.,2005). A cárie está muitas vezes 
relacionada à dor, limitações funcionais como mastigação e conversação, e também à alterações 
na rotina da criança e da família. Em vista disso, há mais de duas décadas os métodos que se 
usam índices clínicos com foco somente na presença ou ausência de doenças bucais, estão sendo 
substituídos por um conceito multidimensional que inclui aspectos psicossociais da saúde bucal 
e sua influência na saúde bucal relacionada à qualidade de vida (Gift, 1997; Robinson, 2003). 
Por causa dessa relação entre qualidade de vida e saúde bucal, Locker et al. (2002) 
criaram o OHRQoL (Oral Health Related Quality of Life) para avaliar a percepção sobre saúde 
bucal na qualidade de vida em adultos. O OHRQoL é mensurado por meio de questionários 
validados que acessam o impacto físico e psicossocial da saúde bucal e a extensão da 
interferência dos problemas bucais no dia a dia e bem-estar (Barbosa e Gavião, 2008). Esses 
instrumentos permitem a melhora da qualidade do cuidado psicossocial e clínico (Marcusson 
et al., 2001). 
Mas não é apenas em adultos que esta relação ocorre. Vários estudos (Do e Spencer, 
2007; Biazevic et al., 2008) têm mostrado que problemas bucais mais especificamente cárie e 
mal oclusão influenciam também a qualidade de vida de crianças e adolescentes. Com o intuito 
de avaliar a qualidade de vida especificamente em crianças foram criados alguns instrumentos 
(Locker, 2002; Talekar et al., 2004; Gherupong et al., 2004) visto que essas possuem um olhar 
peculiar de si mesmas e do mundo (Assumpção et al., 2000).Podemos citar o COHQOL (Child 
Oral Health Quality of Life Instrument) aplicável à crianças de 6 a 14 anos (Locker, 
2002),ECOHIS (The Early Childhood Oral Health Impact Scale) para as crianças de 2 a 5 anos 
(Talekar et al., 2004) e o CHILD-OIDP (Child-Oral Impacts on DailyPerformances); para a 
faixa etária de 11 e 12 anos(Gherunponget al., 2004). 
O COHQoL (Child Oral Health Quality of Life Questionnaire) avalia como a 
condição bucal da criança influencia na sua vida, na da família e como os pais percebem essa 
condição (Jokovic et al., 2002). Ele é composto pelo Family Impact Scale (FIS), Child 
Perceptions Questionnaire (CPQ) e o Parental- Caregivers Perceptions Questionnaire (P-CPQ) 
(Locker et al., 2002; Jokovic et al. 2003, 2004). Esses questionários já foram validados no 
12 
 
Canadá, Reino Unido, China e Brasil, respectivamente, por Jokovic et al. (2002), Marshman et 
al. (2007), McGrath et al. (2008) e Barbosa et al. (2009). O CPQ pode ser aplicado em três 
faixas etárias: de 6 a7, 8 a 10 anos (CPQ8-10), e de 11 a 14 anos (CPQ11-14) (Jokovic et al., 
2004). 
Considerando que a saúde bucal influencia na qualidade de vida e está relacionada 
ao ambiente onde o indivíduo está inserido, o objetivo deste estudo foi avaliar o impacto na 
família do tratamento odontológico em crianças de 8 a 10 anos na atenção básica, e sua relação 
com a autopercepção da saúde bucal. 
 
13 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
2.1 CÁRIE DENTÁRIA 
A cárie dentária é uma doença crônica ainda muito prevalente na infância e ainda 
representa um importante problema para a saúde pública mundial (Misra et al., 2007). É 
necessário conhecer os fatores multifatoriais etiológicos do desenvolvimento doença para 
trabalharmos com prevenção. A doença inicia-se com manchas brancas na superfície dentária 
que podem ser reversíveis e se caso tratadas nessa fase, não evoluem para a cavitação. Quando 
ocorre a evolução para cavitação dentária é necessário o tratamento interventivo e curativo. A 
progressão da doença está relacionada com danos bucais locais, sistêmicas, sociais e 
psicológicos. 
 
Figura 1 - Evolução da cárie dentária 
Fonte: Braga et al., 2008. 
2.2 ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO 
Newbrune, em 1978, definiu a cárie como uma doença multifatorial, necessitando 
da interrelação de quatro itens primários para seu desenvolvimento: presença do streptococcos 
mutans, a sacarose como substrato, um hospedeiro vulnerável e o tempo mínimo para atividade 
bacteriana. Porém esta doença é muito mais complexa e também é influenciada por fatores 
modificadores representados em um diagrama proposto por Manji e Fejerskov em 1990. 
 
14 
 
 
Figura 2 -Diagrama adaptado de Manjie e Fejerskov (1990) para explicar 
os fatores etiológicos determinantes (círculo interno) e 
modificadores (círculo externo) da doença cárie 
Fonte: Cerqueira, s.d. 
 
A presença de cárie na dentição decídua está relacionada com o desenvolvimento 
de cárie na dentição mista e permanente (Burt, 2005). 
O primeiro contato da criança com a bactéria ocorre por intermédio da mãe e de 
cuidadores com alta presença de S. mutans na saliva (Berkovitz, 1996). Essa contaminação 
precoce está associada a alta prevalência de cárie na infância (Köhler e Andreen, 1994). 
O fator de risco inicial se dá pela ingestão do leite na mamadeira noturna geralmente 
associada com carboidratos fermentáveis como farináceos e açúcar em crianças que já 
apresentam os primeiros dentes decíduos erupcionados (Ismail et al.,2008). A imunossupressão 
também está relacionada a maior susceptibilidade da cárie como por exemplo pacientes 
reumatológicos e oncológicos (Davies, 1998; Seow, 1998). Pacientes que fazem uso de 
medicamentos líquidos, de aerossol, ou comprimidos mastigáveis que possuem sacarose na sua 
constituição, também estão mais suscetíveis ao risco de cárie caso não ocorra a higienização 
bucal após a administração dessas drogas (Hebling et al., 2002). É importante ressaltar que a 
American Academy of Pediatric Dentistry (AAPD) define que a amamentação materna noturna 
frequente, após a erupção dos primeiros decíduos também constitui fator de risco e está 
associada à cárie dentária (AAPD, 2016/2017). 
Como já descrito anteriormente, os fatores sociais também têm um peso importante 
na etiologia da doença. A baixa escolaridade dos pais está relacionada com maior prevalência 
de cárie nos filhos assim como ceo-d igual a zero em filhos com mães mais velhas e com maior 
escolaridade (Brandão et al., 2006). 
15 
 
Em resumo, podemos organizar os fatores etiológicos da seguinte forma: 
 
 
Figura 3 - Fatores etiológicos da cárie dentária 
 
 
Fatores Etiológicos 
da cárie dentária
Primários
Fatores do 
Hospedeiro
*Saliva
*Mofologia dentária
Fatores do Agente
*Bactérias 
*Placa bacteriana
Fatores ambientais *Dieta
Secundários
Fatores Socio-
econômicos
Higiene Bucal
16 
 
 
3 PROPOSIÇÃO 
O objetivo do presente estudo é avaliar o impacto na família do tratamento 
odontológico em crianças de 8 a 10 anos na atenção básica, e sua relação com a autopercepção 
da saúde bucal. 
 
 
17 
 
4MATERIAL E MÉTODOS 
4.1 ASPECTOS ÉTICOS 
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FOP/UNICAMP no 
dia 19 de setembro de 2016 sob número CAAE 57225616.0.0000.5418 (Anexo1). 
4.2 LOCAL DO ESTUDO 
O estudo foi realizado no município de Campinas-SP que possui uma população de 
1.134.546 de habitantes (Campinas, 2010). São 63 Unidades Básicas de Saúde divididas pelos 
5 distritos: norte, sul, noroeste, sudeste, leste. A distribuição das Unidades básicas de Saúde 
(UBS)é calculada um Centro de Saúde (C. S.) para aproximadamente cada 20.000 habitantes, 
com equipes multiprofissionais envolvendo médicos nas especialidades básicas (clínicos, 
pediatras, gineco-obstetras), enfermeiros (com responsabilidades voltadas para as áreas da 
mulher, criança e adultos), dentistas, auxiliares de enfermagem, auxiliares de consultório 
dentário. Profissionais de apoio completam essas equipes. Cerca de 1/3 das equipes de C. S. 
contam com profissionais de Saúde mental, médicos psiquiatras, psicólogos, terapeutas 
ocupacionais (Campinas, 2017a). 
O Centro de Saúde Ipaussurama se localiza na região Noroeste que é uma área 
populosa dentro do município e conta com 13 centros de saúde, sendo que destes, 11 possuem 
equipe de saúde bucal. Segundo dados do site da prefeitura de Campinas (Campinas, 2017b) a 
população adscrita do Centro de Saúde Ipaussurama é de 10.546. Dessa população, somam-se 
751 o número de crianças de 5 a 9 anos e 997 o número de crianças de 10 a 14 anos. A população 
da unidade é dividida em três equipes de acordo com a distribuição territorial. As escolas 
públicas que estão na área de abrangência da unidade totalizam o número de 6 sendo 3 creches, 
1 escola que possui apenas até o ensino fundamental e 2 escolas que possuem ensino 
fundamental I, fundamental II e ensino médio. Como protocolo da Prefeitura Municipal de 
Campinas (PMC), a equipe de saúde bucal deve fazer ao menos uma visita por ano nas escolas 
para realização das ações educativas e preventivas de Saúde Bucal, em especial na pré-escola e 
ensino fundamental I e II. Nas mesmas visitas, também são realizados exame clínico nos alunos, 
bem como abertura de agenda para assistência em Saúde Bucal para os casos de história de 
cárie, maior risco e vulnerabilidade. O exame clínico é realizado numa sala com iluminação 
18 
 
natural ou artificial (Programação de orientação para saúde bucal- Prefeitura municipal de 
Campinas). 
Campinas é um município com bons indicadores sociais e de saúde como: 
educação, taxa de analfabetismo, habitação, infraestrutura e taxas de mortalidade infantil 
quando comparado com a média nacional (São Paulo, 2010); indicadores sociodemográficos e 
de saúde no Brasil (IBGE, 2009). Segundo dados do SB São Paulo 2015, com o CPO-D de 1,42 
na faixa etária de 12 anos, Campinas tem índices menores do que de muitas cidades brasileiras, 
e o quarto CPO-D mais baixo do estado de São Paulo que conta com a média de 1,90 (Pereira 
et al., 2016). Esses índices estão próximos aos índices de países desenvolvidos como Suécia 
com CPO-D menor que 1,0 ou Inglaterrade 0,86 (Sundber, 2002; Pitts et al., 2007). 
4.3 TIPO DE ESTUDO 
Trata-se de um estudo intervencional de natureza quantitativa. 
4.4 AMOSTRA 
Das 3 escolas que possuem as crianças com a faixa etária de interesse deste estudo, 
duas foram selecionadas por conveniência: escola estadual Alberto Martins e escola municipal 
Sílvia Simões totalizando 379 crianças. A população do estudo foi constituída por 208 alunos 
de 8 a 10 anos de ambos os gêneros matriculados do 1º ao 5º ano. Das 208, 81 apresentavam 
cárie. 36 crianças realizaram o tratamento completo e responderam todos os questionários, 
correspondendo à amostra do presente estudo. O critério de inclusão do estudo foi ser de médio 
ou alto risco segundo a classificação de risco preconizada pela Prefeitura Municipal de 
Campinas (Campinas, 2014). Os critérios de exclusão foram a recusa em participar do estudo, 
e o responsável ou a criança terem alguma impossibilidade psicomotora para responderem os 
questionários. 
4.5 INSTRUMENTOS DE COLETA 
O exame clínico nas escolas foi realizado usando-se luz natural, como determina a 
Organização Mundial de Saúde (WHO, 1997a). As etapas do estudo estão expostas na forma 
de fluxograma (Figura 4). 
19 
 
 
Figura 4- Etapas do estudo 
4.5.1 Classificação de risco 
 
A classificação de risco nas escolas é fundamental para priorização do atendimento 
das crianças de maior necessidade. A secretaria estadual de São Paulo propõe o estabelecimento 
de códigos de A a F sendo o A, o paciente que não possui nenhuma necessidade de tratamento 
e F como necessidade mais urgente. O instrumento inicial utilizado para seleção da amostra foi 
a classificação de risco proposta pela Prefeitura Municipal de Campinas (PMC) (Campinas, 
2014). 
 
ANÁLISE DOS DADOS
RETORNO 3 MESES E NOVA APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS (CPQ e FIS)
TRATAMENTO
APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO CPQ E FIS
TERMO DE CONSENTIMENTO E LEVANTAMENTO CPO-D
AGENDAMENTO PARA TRATAMENTO
REUNIÃO DE PAIS
NOTIFICAÇÃO AOS PAIS 
AVALIAÇÃO NA ESCOLA/CLASSIFICAÇÃO DE RISCO
20 
 
 
Risco/problema Cárie Periodontia Lesões/mucosa 
Alto 
Presença de lesões 
agudas dor/abscesso, 
paciente em atividade de 
cárie 
Presença de 
mobilidade, 
cálculos supra e 
subgengival e 
presença de bolsas 
Apresenta lesões graves 
na mucosa, necessário/ 
investigações 
complementares em 
Referência especializada 
Médio 
Atividade de cárie 
paralisada, com ou sem 
cavitação, sem mancha 
branca ativa 
Presença de 
gengivite, cálculos 
supra gengivais 
Apresenta lesões 
suspeitas, porém 
possíveis de 
acompanhamento e 
tratamento na unidade 
Baixo 
Não apresenta doença 
ou lesão de cárie 
Estruturas 
periodontais sadias 
Tecidos moles sadios 
Figura5 - Critério de classificação de risco adotado pela Prefeitura Municipal de Campinas 
Fonte: Campinas, 2014 
As crianças que tinham alguma necessidade de tratamento, ou seja, que eram de 
médio e alto risco segundo os critérios da PMC, foram selecionadas e os pais foram notificados 
por meio do comunicado no caderno de recados que é a forma de contato da escola com os pais 
e vice-versa. Posteriormente, a pesquisadora principal compareceu à reunião de pais de rotina 
da escola, para orientar os responsáveis sobre as etapas do estudo e sobre a importância da 
realização do tratamento. Neste mesmo momento, as etapas da pesquisa foram expostas e 
esclarecidas as dúvidas e enfim agendadas as consultas para iniciar o tratamento. A presença 
dos responsáveis na reunião de pais na escola estadual, foi muito mais expressiva do que na 
escola municipal. Na escola estadual, a reunião foi realizada no sábado, no mesmo dia da 
reunião de pais e renovação da matrícula. Na escola municipal a reunião foi agendada durante 
a semana, isso pode ter sido um motivo para o menor número de pais presentes. Ao longo dos 
meses, houve também os pais que trouxeram as crianças ao centro de saúde para tratamento, e 
que não foram na reunião de pais. Esses pais foram orientados individualmente sobre as etapas 
da pesquisa, as crianças foram agendadas para o tratamento, depois os pais assinaram o Termo 
de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (Anexo 2). 
Antes de serem submetidas ao tratamento, as crianças foram avaliadas segundo o 
CPO-D, (Anexo 3) seu valor expressa a média de dentes cariados, perdidos e obturados em um 
grupo de indivíduos (WHO, 2013). Após isso, responderam inicialmente o questionário do CPQ 
8-10, e ao mesmo tempo, os pais responderam o questionário FIS. Os pais preenchiam também 
no questionário a renda familiar e escolaridade. O tratamento foi realizado e agendado retorno. 
21 
 
Após três meses, as crianças novamente responderam o questionário CPQ8-10 e os pais o FIS 
com o objetivo de comparar as respostas antes e depois do tratamento. 
4.5.2 CPQ 8-10(Child Perception Questionnaire) (Anexo 4) 
O CPQ 8-10é parte do COHQoL (Jokovic et al., 2002) e é composto 
por12perguntas. De acordo com a versão em português validada por Barbosa et al. (2009), as 
perguntas foram separadas em 4 partes relacionadas ao tema. 
 
Perguntas Tema 
 O que acha quando pensa em seus dentes e boca Autopercepção 
 Quanto os dentes e boca incomodam 
 Existência de dor com bebida gelada ou alimentos quentes 
 Sentimento de alimento grudado nos dentes 
 Dificuldade para morder alimentos duros 
 Dificuldade para comer o que gostaria devido a problemas em 
dentes ou 
Dor ou incômodo para se alimentar 
 Preocupação com que as pessoas pensam sobre dentes ou boca 
 Preocupação quanto a beleza por causa de dentes ou boca nas 
últimas 4 semanas 
Preocupação por causa dos dentes 
 Resistência a sorrir ou rir com outras crianças devido a 
problemas nos dentes ou boca 
 Zombar devido aos dentes ou boca 
Vergonha dos dentes. 
Figura 6- CPQ 8-10 Perguntas agrupadas por temas 
4.5.3 FIS- Family Impact Scale (Anexo 5) 
O Family Impact Scale (FIS) é um dos questionários que constituem o COHQoL 
criado por Locker et al. (2002). O objetivo principal é identificar os efeitos dos problemas 
bucais em quatro domínios na família. Esse questionário possui na sua estrutura quatro partes. 
 
22 
 
 
Perguntas Temas 
 Necessidade de dispensa no trabalho 
 Solicitação de mais atenção do filho 
 Menos tempo pra si ou para outros membros da família 
 Sono interrompido 
 Interferência nas atividades da família 
Atividade Familiar 
 Sentimento de perturbação 
 Sentimento de culpa 
 Preocupação sobre o filho ter menos oportunidades na vida 
 Sentimento de desconforto em lugares públicos 
Emoção dos pais 
 Ocorrência de discussão com o filho 
 Existência de ciúmes por parte do filho 
 Ocorrência de discordância ou conflito 
 Filho culpou um membro da família 
Conflito familiar 
 Ocorrência de dificuldades financeiras Dificuldade financeira. 
Figura 7 - Questionário FIS agrupado por temas 
As perguntas são respondidas pelos pais e cada coluna corresponde a uma 
pontuação. Nunca = 0, uma ou duas vezes = 1, algumas vezes = 2, frequentemente = 3, 
todos os dias ou quase todos os dias = 4. Também é permitida resposta como “não sei” e 
pontua como 0 (Goursand et al., 2009). 
Após o levantamento de cárie nas escolas e classificação de risco, os seguintes 
dados foram obtidos: 
Condição Número de alunos % 
Sem cárie 245 64,6 
Com cárie 134 35,4 
 Total 379 100,0 
Figura 8 - Prevalência de crianças com cárie no Fundamental I 
 
Condição Número de alunos % 
Sem cárie 127 61,1 
Com cárie 81 38,9 
 Total 208 100,0 
Figura 9 - Prevalência de crianças com cárie 8 a 10 anos 
23 
 
4.6 VARIÁVEIS DO ESTUDO 
As variáveis socioeconômicas analisadas foram gênero dos escolares (masculino, 
feminino) do responsável (mãe, pai, outros), renda familiar (até 1 salário mínimo, até 2 salários 
mínimos, mais de 2 salários mínimos) e escolaridade dos pais (até o ensino fundamental, até o 
ensino médio, ensino superior). As variáveis de saúde bucal usadas foram risco(alto, médio) e 
o CPO-D. 
4.7ANÁLISE DOS DADOS 
 Inicialmente foi realizada a análise descritiva dos dados. A seguir comparou-se 
os escores de cada questão e o total do CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 anos) 
e do FIS (Family Impact Scale) antes e após o tratamento odontológico. As associações entre 
os escores do questionário, bem como a alteração após o tratamento e as variáveis 
socioeconômicas e de saúde bucal foram analisadas pelo teste Exato de Fisher. Em seguida 
foram realizadas análises de regressão logística simples, estimando-se os odds ratios brutos com 
os respectivos intervalos de confiança de 95%. As variáveis com p<0,20 nas análises simples 
foram testadas em modelos de regressão logística múltipla, permanecendo no modelo as com 
p≤0,05. A partir das regressões múltiplas foram estimados os odds ratios ajustados com os 
respectivos intervalos de confiança de 95%. As análises foram realizadas nos programas SAS 
(2010) e The R Foundation (2015). 
 
24 
 
5 RESULTADOS 
Na tabela 1 é apresentado o perfil da amostra de 36 crianças/escolares. Observou-
se um maior número de escolares de 8 anos (n=23 e 63,9%), do gênero masculino (n= 22 e 
61%) e de alto risco (n=28 e 77,8%). A maior parte dos responsáveis era mães (n=29 e 80,6 %), 
com renda até um salário mínimo (n=21 e 58,3%)e escolaridade até o ensino fundamental (n=19 
e 52,8%). 
Tabela 1 - Perfil da amostra analisada. Distribuição de frequência absoluta (n) e relativa (%) dos 
escolares em relação ao perfil 
Variável Categoria N % 
 8 23 63,9 
Idade 9 11 30,6 
 10 2 5,6 
Gênero 
Feminino 
Masculino 
14 
22 
38,9 
61,1 
 Mãe 29 80,6 
Responsável Pai 2 5,6 
 Outros 5 13,9 
 Até 1 salário mínimo 21 58,3 
Renda Até 2 salários mínimos 12 33,3 
 Mais de 2 salários mínimos 3 8,3 
 Até o ensino fundamental 19 52,8 
Escolaridade Até o ensino médio 16 44,4 
 Ensino superior 1 2,8 
Risco 
Alto 
Médio 
28 
8 
77,8 
22,2 
 Média Desvio padrão 
CPO-D 3,92 2,38 
 
Houve diminuição significativa (p<0,05) no escore da maioria das questões e no 
total do CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 anos), após o tratamento 
odontológico (tabela 2). Mostrando que o tratamento teve um impacto positivo na 
autopercepção sobre a saúde bucal, dor ou incômodo diário para se alimentar, preocupação com 
os dentes e vergonha dos dentes. Apenas a questão “Outras crianças tiraram sarro de você ou 
lhe apelidaram devido aos seus dentes ou sua boca” não apresentou diminuição significativa 
(p=0,0707). Nota-se que os escores para essa questão já eram baixos antes do tratamento, com 
escore máximo de 2 (uma ou duas vezes), gráficos 1 e 2.
25 
 
Tabela 2 - Escores do questionário de CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 anos), antes e após o tratamento odontológico 
Questão Antes do tratamento Após o tratamento *p-valor 
 Mediana Mínimo Máximo Mediana Mínimo Máximo 
O que acha quando pensa em seus dentes e boca 2 0 4 1 0 2 <0,0001 
Quanto os dentes e boca incomodam 1 0 4 0 0 2 0,0008 
Existência de dor com bebida gelada ou alimentos quentes 1 0 4 0 0 3 0,0004 
Sentimento de alimento grudado nos dentes 2 0 4 0 0 2 <0,0001 
Dificuldade para morder alimentos duros 0 0 4 0 0 2 0,0002 
Dificuldade para comer o que gostaria devido a problemas em dentes ou boca 0 0 4 0 0 2 0,0082 
Preocupação com que as pessoas pensam sobre dentes ou boca 1 0 4 0 0 3 0,0119 
Preocupação quanto a beleza por causa de dentes ou boca nas últimas 4 semanas 0 0 4 0 0 2 0,0468 
Resistência a sorrir ou rir com outras crianças devido a problemas nos dentes ou boca 0 0 3 0 0 2 0,0056 
Zombar devido aos dentes ou boca 0 0 2 0 0 1 0,0707 
Total 8,5 2 24 3 1 7 <0,0001 
*Wilcoxon 
 
26 
 
 
 
Gráfico 1 - Box plot do do questionário CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 anos), 
versão curta, antes e após o tratamento odontológico.Q1: O que acha quando pensa 
em seus dentes e boca; Q2: Quanto os dentes e boca incomodam; Q3: Existência de 
dor com bebida gelada ou alimentos quentes; Q4: Sentimento de alimento grudado 
nos dentes; Q5: Dificuldade para morder alimentos duros; Q6: Dificuldade para 
comer o que gostaria devido a problemas em dentes ou boca; Q7: Preocupação com 
que as pessoas pensam sobre dentes ou boca; Q8: Preocupação quanto a beleza por 
causa de dentes ou boca nas últimas 4 semanas; Q9: Resistência a sorrir ou rir com 
outras crianças devido a problemas nos dentes ou boca; Q10: Zombar devido aos 
dentes ou boca 
 
27 
 
 
Gráfico 2 - Box plot do escore total do CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 
anos), versão curta, antes e após o tratamento odontológico 
 
Também para os escores do questionário FIS (Family Impact Scale) houve 
diminuição significativa (p<0,05), após o tratamento odontológico, para a maioria das questões 
e para o total (tabela 3), (gráficos 3 e 4). Não se observou diminuição significativa dos escores 
(p>0,05) para as questões: “Você ou outro membro da família já se preocupou que seu filho 
terá menos oportunidades na vida (por exemplo para namorar, casar, ter filhos, arrumar 
emprego, etc.)” e “Você ou outro membro da família já se sentiu desconfortável em lugares 
públicos (ex: lojas, restaurantes) com seu filho”. 
 
28 
 
Tabela 3 - Escores do questionário FIS (Family Impact Scale), versão em português, antes e após o tratamento odontológico 
Questão Antes do tratamento Após o tratamento *p-valor 
 Mediana Mínimo Máximo Mediana Mínimo Máximo 
Necessidade de dispensa no trabalho 0 0 3 0 0 1 0,0003 
Solicitação de mais atenção do filho 0 0 4 0 0 2 0,0010 
Menos tempo pra si ou para outros membros da família 0 0 3 0 0 4 0,0122 
Sono interrompido 1 0 3 0 0 2 0,0004 
Interferência nas atividades da família 0 0 3 0 0 2 0,0515 
Sentimento de perturbação 0 0 3 0 0 3 0,0038 
Sentimento de culpa 0,5 0 4 0 0 3 0,0029 
Preocupação sobre o filho ter menos oportunidades na vida 0 0 4 0 0 4 0,4384 
Sentimento de desconforto em lugares públicos 0 0 3 0 0 3 0,1057 
Ocorrência de discussão com o filho 0 0 3 0 0 2 0,0429 
Existência de ciúmes por parte do filho 0 0 4 0 0 3 0,0093 
Ocorrência de discordância ou conflito 0 0 3 0 0 1 0,0059 
Filho culpou um membro da família 0 0 4 0 0 1 0,0090 
Ocorrência de dificuldades financeiras 0 0 4 0 0 2 0,0038 
Total 8,5 0 45 3 0 16 <0,0001 
*Wilcoxon 
 
29 
 
 
 
Gráfico 3 - Box plot do questionário FIS (Family Impact Scale) versão em português, antes 
e após o tratamento odontológico. Q1: Necessidade de dispensa no trabalho; Q2: 
Solicitação de mais atenção do filho; Q3: Menos tempo pra si ou para outros 
membros da família; Q4: Sono interrompido; Q5: Interferência nas atividades 
da família; Q6: Sentimento de perturbação; Q7: Sentimento de culpa; Q8: 
Preocupação sobre o filho ter menos oportunidades na vida; Q9: Sentimento de 
desconforto em lugares públicos; Q10: Ocorrência de discussão com o filho; 
Q11: Existência de ciúmes por parte do filho; Q12: Ocorrência de discordância 
ou conflito; Q13: Filho culpou um membro da família; Q14: Ocorrência de 
dificuldades financeiras 
 
30 
 
 
Gráfico 4 - Box plot do escore total do questionário FIS (Family Impact Scale) versão em 
português, antes e após o tratamento odontológico 
 
Na tabela 4 é apresentada a análise da associação entre os escores do questionário 
CPQ 8-10, antes do tratamento odontológico, com as variáveis socioeconômicas e de saúde 
bucal. Escolares com responsáveis com até o ensino fundamental têm 11,40 vezes mais chance 
de apresentar maior escore no CPQ 8-10 (p<0,05) antes do tratamento odontológico. Escolares 
de alto risco têm 26,84 vezes mais chance de apresentar maior escore no CPQ 8-10 (p<0,05) 
antes do tratamento odontológico. 
 
31 
 
Tabela 4 - Associação do escore do questionário CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 anos), antes do tratamento odontológico, com as variáveis 
socioeconômicas e de saúde bucal 
Variável Categoria N(%) Escore do questionário 
&p-valorOdds ratios bruto 
($IC95%) 
#p-valor 
IOdds ratios 
ajustados ($IC95%) 
#p-valor 
 ≤Mediana (8,5) >Mediana(8,5)* 
 n (%) n (%) 
Idade ≤ Mediana (8 anos) 23 (63,9) 13 (56,5) 10 (43,5) 0,4887 2,08 (0,52-8,34) 0,3013 - 
 > Mediana 13 (36,1) 5 (38,5) 8 (61,5) Ref 
Gênero Feminino 14 (38,9) 7 (50,0) 7 (50,0) 1,000 - - 
 Masculino 22 (61,1) 11 (50,0) 11 (50,0) 
Responsável Mãe 29 (80,6) 15 (51,7) 14 (48,3) 0,1881 0,23 (0,02-2,35) 0,1207 - 
 Pai 2 (5,6) 2 (100,0) 0 (0,0) - 
 Outros 5 (13,9) 1 (20,0) 4 (80,0) Ref 
Renda Até 1 salário mínimo 21 (58,3) 8 (38,1) 13 (61,9) 0,1756 3,25 (0,81-13,03) 0,0962 - 
 Mais de 1 salário mínimo 15 (41,7) 10 (66,7) 5 (33,3) Ref 
Escolaridade Até o ensino fundamental 19 (52,8) 6 (34,6) 13 (68,4) 
 
0,0437 5,20 (1,25-21,57) 0,0231 
11,40 (1,84-70,78) 0,0090 
 Médio/superior 17 (47,2) 12 (70,6) 5 (29,4) Ref 
Risco Alto 28 (77,8) 11 (39,3) 17 (60,7) 
 
0,0408 10,82 (1,16-100,44) 0,0362 
 
26,84 (2,05-350,37) 
 
0,0121 
 Médio 8 (22,2) 7 (87,5) 1 (12,5) Ref 
CPO-D ≤ Mediana (3,5) 18 (50,0) 10 (55,6) 8 (44,4) 0,7395 Ref - 
 > Mediana 18 (50,0) 8 (44,4) 10 (55,6) 1,56 (0,42-5,82) 0,5059 
*Categoria de referência para os cálculos dos odds ratios; $ Intervalo de confiança de 95%; &Teste Exato de Fisher; IModelo final;#Hipótese nula: odds ratios=1. 
32 
 
Na tabela 5 é apresentada a análise das associações entre os escores do questionário 
FIS (Family Impact Scale), antes do tratamento odontológico, e as variáveis socioeconômicas 
e de saúde bucal. Responsáveis de escolares do gênero feminino têm 4,38 vezes mais chance 
de apresentar maior escore no questionário FIS (p<0,05). 
Não houve associação significativa entre a diminuição no escore do CPQ 8-10 após 
o tratamento odontológico e as variáveis socioeconômicas e de saúde bucal, p>0,05, (tabela 6). 
 
33 
 
Tabela 5 - Associação do escore do questionário FIS (Family Impact Scale), versão original em português, antes do tratamento odontológico com as variáveis 
socioeconômicas e de saúde bucal 
Variável Categoria N(%) Escore do questionário &p-valor Odds ratios bruto ($IC95%) #p-valor 
IOdds ratios 
ajustado ($IC95%) 
#p-valor 
 ≤Mediana (8,5) >Mediana(8,5)* 
 n (%) n (%) 
Idade ≤ Mediana (8 anos) 23 (63,9) 9 (39,1) 14 (60,9) 0,1642 3,50 (0,82-14,85) 0,0893 - 
 > Mediana 13 (36,1) 9 (69,2) 4 (30,8) Ref 
Gênero Feminino 14 (38,9) 4 (28,6) 10 (71,4) 0,0402 4,38 (1,03-18,63) 0,0459 4,38 (1,03-18,63) 0,0459 
 Masculino 22 (61,1) 14 (63,6) 8 (36,4) Ref Ref 
Responsável Mãe 29 (80,6) 14 (48,3) 15 (51,7) 0,1881 4,29 (0,43-43,14) 0,2168 - 
 Pai 2 (5,6) 0 (0,0) 2 (100,0) - 
 Outros 5 (13,9) 4 (80,0) 1 (20,0) Ref 
Renda Até 1 salário mínimo 21 (58,3) 12 (57,1) 9 (42,9) 0,3105 0,50 (0,13-1,92) 0,3131 - 
 Mais de 1 salário mínimo 15 (41,7) 6 (40,0) 9 (60,0) Ref 
Escolaridade Até o ensino fundamental 19 (52,8) 10 (52,6) 9 (47,4) 0,7385 0,80 (0,22-2,97) 0,7389 - 
 Médio/Superior 17 (47,2) 8 (47,1) 9 (52,9) Ref 
Risco Alto 28 (77,8) 13 (46,4) 15 (53,6) 0,6906 1,92 (0,38-9,64) 0,4267 - 
 Médio 8 (22,2) 5 (62,5) 3 (37,5) Ref 
CPO-D ≤ Mediana (3,5) 18 (50,0) 9 (50,0) 9 (50,0) 1,000 - - 
 > Mediana 18 (50,0) 9 (50,0) 9 (50,0) 
*Categoria de referência para os cálculos dos odds ratios; $ Intervalo de confiança de 95%; &Teste Exato de Fisher; IModelo final; #Hipótese nula: odds ratios=1. 
34 
 
Tabela 6 - Associação da variação no escore do questionário CPQ 8-10 (Child Perception Questionnaire 8 a 10 anos), antes e após o 
tratamento odontológico com as variáveis socioeconômicas e de saúde bucal 
Variável Categoria N(%) 
Variação no escore do 
questionário 
 
&p-valor 
Odds ratios bruto 
($IC95%) 
#p-valor 
 Aumentou ou 
não alterou 
*Diminuiu 
 
 
 n (%) n (%) 
Idade ≤ Mediana (8 anos) 23 (63,9) 3 (13,0) 20 (87,0) 1,000 0,56 (0,05-5,96) 0,6274 
 > Mediana 13 (36,1) 1 (7,7) 12 (92,3) Ref 
Gênero Feminino 14 (38,9) 1 (7,1) 13 (92,9) 1,000 2,05 (0,19-21,97) 0,5521 
 Masculino 22 (61,1) 3 (13,6) 19 (86,4) Ref 
Responsável Mãe 29 (80,6) 4 (13,8) 25 (86,2) 1,000 - 
 Pai 2 (5,6) 0 (0,0) 2 (100,0) 
 Outros 5 (13,9) 0 (0,0) 5 (100,0) 
Renda Até 1 salário mínimo 21 (58,3) 1 (4,8) 20 (95,4) 0,2870 5,00 (0,47-53,68) 0,1839 
 Mais de 1 salário mínimo 15 (41,7) 3 (20,0) 12 (80,0) Ref 
Escolaridade Até o ensino fundamental 19 (52,8) 1 (5,3) 18 (94,7) 0,3255 3,86 (0,36-41,19) 0,2640 
 Médio/Superior 17 (47,2) 3 (17,6) 14 (82,4) Ref 
Risco Alto 28 (77,8) 4 (14,3) 24 (85,7) 0,5551 - 
 Médio 8 (22,2) 0 (0,0) 8 (100,0) - 
CPO-D ≤ Mediana (3,5) 18 (50,0) 2 (11,1) 16 (88,9) 1,000 - 
 > Mediana 18 (50,0) 2 (11,1) 16 (88,9) 
*Categoria de referência para os cálculos dos odds ratios; $ Intervalo de confiança de 95%; &Teste Exato de Fisher;#Hipótese nula: odds ratios=1
35 
 
Responsáveis por escolares mais novos têm 18,86 vezes mais chance de diminuição 
no escore do questionário FIS (Family Impact Scale) após o tratamento odontológico (p<0,05), 
tabela 7. O impacto do tratamento odontológico em escolares do gênero masculino (81,8%) 
demonstrou ser levemente maior do que em escolares do gênero feminino (78,6%). Mães e pais 
apontaram uma expressiva diminuição dos escores após o tratamento (82,8% e 100% 
respectivamente). Vemos também nesta tabela, que o tratamento tem impacto semelhante em 
famílias com renda de até um salário mínimo ou mais. Os pais com maior escolaridade 
apresentam maior percepção sobre o impacto familiar do tratamento odontológico do que os 
pais com escolaridade mais baixa (88,2% e 73,7% respectivamente). Escolares com alto risco 
de cárie o tratamento odontológico tem maior impacto familiar do que as escolares de médio 
risco (85,7% e 62,5% respectivamente). 
 
36 
 
 
Tabela 7 - Associação da variação no escore do questionário FIS (Family Impact Scale), versão original em português, antes e após o tratamento odontológico com 
as variáveis socioeconômicas e de saúde bucal 
Variável Categoria N(%) 
Variação no escore do 
questionário 
&p-valor 
Odds ratios bruto 
($IC95%) 
#p-valor 
IOdds ratios ajustado 
($IC95%) 
#p-valor 
 Aumentou ou 
não alterou 
*Diminuiu 
 n (%) n (%) 
Idade ≤ Mediana (8 anos) 23 (63,9) 1 (4,3) 22 (95,7) 0,0005 18,86 (1,93-184,60) 0,0116 18,86 (1,93-184,60) 0,0116 
 > Mediana 13 (36,1) 6 (46,2) 7 (53,8) Ref Ref 
Gênero Feminino 14 (38,9) 3 (21,4) 11 (78,6) 1,000 0,82 (0,15-4,35) 0,8105 - 
 Masculino 22 (61,1) 4 (18,2) 18 (81,8) Ref 
Responsável Mãe 29 (80,6) 5 (17,2) 24 (82,8) 0,5285 3,20 (0,42-24,42) 0,9716 - 
 Pai 2 (5,6) 0 (0,0) 2 (100,0) - 
 Outros 5 (13,9) 2 (40,0) 3 (60,0) Ref 
Renda Até 1 salário mínimo 21 (58,3) 4 (19,0) 17 (81,0) 1,000 1,06 (0,20-5,64) 0,9433 - 
 Mais de 1 salário mínimo 15 (41,7) 3 (20,0) 12 (80,0) Ref 
Escolaridade Até o ensino fundamental 19 (52,8) 5 (26,3) 14 (73,7) 0,4080 0,37 (0,06-2,25) 0,2818 - 
 Médio/Superior 17 (47,2) 2 (11,8) 15 (88,2) Ref 
Risco Alto 28 (77,8) 4 (14,3) 24 (85,7) 0,1675 3,60 (0,61-21,35) 0,1585 - 
 Médio 8 (22,2) 3 (37,5) 5 (62,5) Ref 
CPO-D ≤ Mediana (3,5) 18 (50,0) 3 (16,7) 15 (83,3) 1,000 Ref - 
 > Mediana 18 (50,0) 4 (22,2) 14 (77,8) 0,70 (0,13-3,70) 0,6745 
*Categoria de referência para os cálculos dos odds ratios; $ Intervalo de confiança de 95%; &Teste Exato de Fisher; IModelo final; #Hipótese nula: odds ratios=1.
37 
 
6 DISCUSSÃO 
Em relação ao gênero, os dados apresentados no estudo revelam o perfil da amostra 
constituída em sua maior parte por escolares de 8 anos, do gênero masculino. A leve prevalência 
de cárie no gênero masculino tem sido demonstrada em alguns estudos realizados em escolares 
de 6 a 19 anos. Ely et al. (2016) em um estudo realizado com adolescentes de 12 a 19 anos 
descreve que adolescente do gênero feminino com mães que cursaram até o ensino médio ou 
ensino superior associam-se com menornúmero de dentes cariados. Barreto et al. (2017) em 
um estudo realizado na cidade de Recife com escolares de 2 a 12 anos que foram submetidas a 
procedimentos de terapia pulpar, 53% eram do gênero masculino. Abegg et al. (2004) relatam 
que mulheres são mais adeptas a cuidados preventivos e a hábitos adequados de higiene bucal. 
Porém, em outros estudos há uma leve prevalência do gênero feminino. Goskuma et al. (2017) 
demonstraram que ser do gênero feminino, cor negra, ter baixa renda familiar são fatores que 
estão associados à odontalgia. Frias et al. (2007) fizeram um comparativo entre as 5 regiões do 
Brasil e apesar de ter encontrado dados que indicavam, uma leve predileção para cárie no gênero 
masculino constatou que variáveis preditoras do desfecho foram ser negro ou pardo, morar na 
área rural e não estar matriculado na escola. Pode-se dizer então que a variável gênero não foi 
um fator importante naquele estudo. 
Em relação ao risco, crianças/escolares de alto risco representavam 77,8% da 
amostra neste presente estudo. Esses dados corroboram com dados também apresentados por 
Nomura et al. (2004) que relatam que escolares com CPO-D> 1 apresentam 2,9mais chances 
de sofrerem de dor de dente do que os escolares que apresentam CPO-D≤ 1. Outro estudo 
realizado na cidade de Piracicaba associa o risco de cárie em escolares de 5 a 10 anos com o 
risco familiar. Os autores concluíram que de cada 6 estudantes que pertencem à família 
considerada de alto risco, 5 deles apresentavam alto risco individual para cárie (Silva et al., 
2013). 
Em relação ao questionário CPQ 8-10, nota-se uma diminuição dos escores após o 
tratamento representando melhora da autopercepção dos escolares quanto aos seus dentes, 
diminuição ou eliminação de dor ou incomodo para se alimentar, diminuição da preocupação 
por causa dos dentes e do sentimento de vergonha por causa dos dentes. A questão “Outras 
crianças tiraram sarro de você ou lhe apelidaram devido aos seus dentes ou sua boca” pode não 
ter apresentado diminuição significativa (p=0,0707), porque os escores para essa questão já 
eram baixos antes do tratamento, com escore máximo de 2 (uma ou duas vezes)(gráficos 1 e 
38 
 
2).Como a cárie dental está relacionada à odontalgia e também à problemas funcionais isto pode 
ser angustiante e preocupante para as crianças (Do e Spencer, 2007). Por outro lado, por meio 
de uma boa saúde bucal, a autoestima e confiança da criança podem ser reforçadas (Do e 
Spencer, 2007). Vítimas de discriminação podem apresentar baixa autoestima, o que 
influenciaria até mesmo nos hábitos de higiene (Ferriani et al., 2005). Desta forma, podemos 
pensar que o tratamento odontológico ajudaria neste processo de conquista da autoestima e da 
confiança por parte do paciente. 
A vivência pessoal de cada indivíduo influenciará nas atitudes relacionadas aos 
hábitos de saúde bucal e no desenvolvimento de um padrão de comportamento (Freeman, 
1999). Por causa disso, a percepção sobre a necessidade de tratamento, assim como o nível de 
escolaridade influenciam na obtenção de conhecimento e cuidados com a própria saúde bucal 
(Matos et al., 2001, 2002). Como após o tratamento odontológico houve uma expressiva 
melhora da percepção sobre saúde bucal, é possível inferir que após esse processo os pacientes 
melhorariam os cuidados e consequentemente diminuiria a chance do aparecimento de novas 
lesões cariosas, e o início de um novo ciclo de repercussões de queixas por dores, ou incômodos 
como ocorreu antes do tratamento. 
Em relação ao questionário FIS verifica-se a diminuição no escore de 12 questões. 
Pode-se dizer que houve melhora da percepção dos pais, pela diminuição dos escores nas 
questões agrupadas em temas, como: “atividade dos pais e familiares, emoção dos pais e 
sentimento de culpa, conflito familiar e dificuldade financeira”, por causa do tratamento. Logo, 
houve diminuição do impacto na família da condição bucal dos escolares. “Outros 
responsáveis” tiveram uma diminuição menor nos escores. Esse fato pode ter corrido porque 
muitas vezes o responsável acompanhante nas consultas, não mora na mesma casa que a 
criança, por isso não terem uma convivência tão estreita e desconhecerem muitas vezes algumas 
queixas importantes. Os pais cujos filhos estão com uma boa saúde bucal não necessitariam de 
dispensa do trabalho, o que seria positivo para a vida e desempenho profissional deles. Da 
mesma forma, ter o sono interrompido também poderia influenciar nesse quesito. Considerando 
os conflitos familiares por causa dos problemas bucais dos filhos, alguns estudos demonstram 
que a falta de apoio social interfere negativamente nos hábitos de saúde e também está 
relacionado a frequentes problemas de saúde, de uma maneira geral (Avlund et al., 2003). 
No presente estudo, foram prevalentes as mães como responsáveis e as famílias 
com renda inferior ou igual a um salário mínimo. Esses dados corroboram com estudos que 
analisam o perfil dos responsáveis pelos escolares que utilizam o serviço público de saúde. 
39 
 
Ribeiro et al. (2010) fizeram um estudo sobre o acolhimento de escolares na atenção primária 
no município de Diamantina- MG e relataram que dos casos atendidos na ESF, a maioria a mãe 
era a responsável pelo atendimento e também a pessoa mais capacitada a descrever para o 
profissional de saúde a condição da criança no acolhimento. Nesse mesmo estudo os autores 
relatam haver prevalência das famílias que tinham renda inferir a dois salários mínimos. 
Ferreira et al. (2011) avaliaram a prática de pais sobre a higiene bucal e dieta de 
pré-escolares na rede pública no município de João Pessoa. As mães foram em peso, 
representando 85,5% da amostra, o principal membro da família que recebeu orientações sobre 
higiene bucal, sendo o dentista a principal fonte de orientação. Dentre os responsáveis, 60,4% 
possuíam apenas o ensino fundamental ou não eram alfabetizados, 95%recebiam no máximo 
um salário mínimo. Nomura et al (2004) em um estudo conduzido com escolares de uma escola 
pública na cidade de Florianópolis verificou que escolares cujos pais ganham até o equivalente 
a U$67,00 apresentam 3,2 mais chances de apresentarem dor dentária quando comparadas com 
escolares cuja renda familiar é mais alta. 
A importância do acesso ao atendimento odontológico é verificada por Ely et al. 
(2016). Segundo os autores, ter realizado a última consulta odontológica no serviço público de 
saúde e com tempo superior a três anos, foi associado a maior índice de cárie não tratada o que 
será refletido em maior ocorrência de odontalgia. Dor dentária pode causar perda do sono, 
diminuição de produtividade no trabalho e na escola, absenteísmo, perda de peso por 
dificuldade de se alimentar e evitar alguns tipos de alimentos. O acesso a apenas um serviço 
curativo ou de emergência pode aumentar a probabilidade da criança ficar edêntula quando for 
adulta (Steele et al., 2004). Por isso a necessidade de um tratamento odontológico e não apenas 
atendimentos de urgência e emergência no serviço público de saúde. 
A dificuldade de acesso ao atendimento odontológico predisporia o indivíduo a uma 
pior condição de saúde bucal o que está também relacionado à dor. Guskuma et al. (2017) 
relacionam diversos fatores à odontalgia em escolares de municípios da região de Campinas. 
Dentre esses fatores, podemos citar que os escolares que possuem renda familiar maior que 
R$1.500,00 apresentam menos chance de apresentar dor dentária. Guskuma também associa a 
escolaridade do pai com a intensidade da dor da criança. Quanto menor a escolaridade do pai 
maior a intensidade da dor relatada pela criança. Barrêtto e Pordeus (2009) em um estudo 
realizado em Belo Horizonte concluíram que a intensidade da dor da criança era inversamente 
proporcional ao grau de escolaridade da mãe. Dentre os escolares cujos pais estudaram de 0 a 
3 anos do ensino fundamental, 61,3% já tiveramdor de dente. O inverso também foi percebido. 
40 
 
Dentre os escolares cujos pais estudaram 12 anos ou mais, 66,5% nunca sentiram dor de dente. 
Nomura et al. (2004) demonstraram também que há relação entre dor dentária e alta prevalência 
de cárie assim como baixa escolaridade dos pais. Os escolares cujas mães estudaram menos do 
que 4 anos do ensino fundamental, possuíam 2,5 vezes mais chances de apresentarem dor 
dentária do que os escolares cujas mães tiveram mais de 4 anos de estudo escolar. 
Ainda sobre o estudo de Guskuma et al. (2017), os autores associaram a odontalgia 
com o absenteísmo. Segundo os autores, 46,4% dos escolares que faltaram às aulas tiveram 
como razão a dor dentária. É válido associar o impacto que o absenteísmo escolar tem na rotina 
dos pais em relação à dispensa do trabalho e no ambiente familiar de uma maneira geral. Os 
autores também relacionam o absenteísmo, causado por diversos motivos inclusive odontalgia, 
com baixo desempenho escolar. A criança com condições bucais melhores poderia ter melhor 
desempenho escolar. Barrêtto e Pordeus (2009) mostraram em seu estudo que 63,8% das 
crianças que tiveram o sono interrompido, os pais possuíam os dois níveis mais baixos de 
escolaridade (correspondendo hoje até o fundamental I e II). 
A presença da equipe de saúde bucal na ESF é um fator que impacta diretamente 
na presença de cárie em crianças da área de abrangência. Tonelli et al. (2016) fizeram um estudo 
comparativo em Passa Fundo entre dois grupos: um grupo que estava na área coberta por uma 
ESF e outro grupo em uma área descoberta. Dentre as crianças que já tiveram experiência de 
cárie, mais de 90% pertenciam à área que não havia cobertura. 
O tamanho da amostra é uma limitação deste trabalho, mas mesmo com um número 
pequeno de amostra pode-se observar que o tratamento odontológico teve um impacto 
significativo na autopercepção de saúde bucal dos escolares assim como no ambiente familiar. 
É possível também afirmar que os escores dos questionários antes e após o tratamento 
apresentam associação forte, com significância estatística entre as variáveis “escolaridade dos 
pais” e “risco de cárie” e se aumentar a amostra há uma grande probabilidade de continuar tendo 
significância estatística. Outras pesquisas devem ser desenvolvidas para aprofundar o 
conhecimento neste assunto. 
Considerando que a saúde está ligada ao bem-estar e também ao contexto familiar, 
é fundamental que as unidades básicas de saúde ofereçam desde a primeira infância assistência 
odontológica preventiva e também a curativa. Mas muitas vezes, o acesso ao tratamento 
odontológico esbarra em questões estruturais, como problemas nos equipamentos, equipes 
incompletas, falta de insumos e materiais para uma assistência integral. Fica evidente neste 
41 
 
estudo, que garantir o acesso ao atendimento odontológico a uma determinada população, não 
impacta apenas em uma melhor condição de saúde bucal, mas também impacta na autoestima 
dos indivíduos e no contexto familiar, assim como é válido o contrário: a privação a esse serviço 
também traria impactos negativos em vários aspectos sociais. 
Não se pode deixar de ressaltar a importância na prevenção pois a assistência 
preventiva é um pilar para a saúde pública consistindo por um lado em visitas dos técnicos em 
saúde bucal ou dentistas nas escolas para realização de orientações de higiene bucal e aplicação 
tópica de flúor. Por outro lado, as consultas de rotina também são um fator importante para 
prevenção. Crianças na fase escolar estão mais aptas a aprenderem e adquirirem hábitos de 
higiene oral e noções de conceito em saúde bucal (Morano Júnior e Mialhe, 2008). Por isso, os 
professores são fortes aliados, pois são estes que possuem maior contato diário com o escolar e 
pelo muito falar e repetir os hábitos de higiene bucal são introduzidos em todas as faixas etárias. 
Esses profissionais trabalhando em conjunto com o cirurgião-dentista, contribuirão para o 
sucesso de programas educativos (Oliveira, 1996). 
É necessário investir em educação e motivação para se obter êxito na mudança de 
comportamento e hábitos dos pacientes com o principal objetivo de promoção de saúde (Garcia 
et al., 2000) isso seria possível desenvolvendo uma boa relação entre a ESF e as escolas das 
áreas de abrangência. A fim de estreitar este vínculo, as equipes de saúde bucal nas ESF 
poderiam fazer visitas regulares nas escolas e não só isso, disponibilizarem vagas específicas 
para os escolares das áreas de abrangência quando for necessário o tratamento. A prevenção e 
intervenção na infância é uma forma de evitar que o indivíduo se torne um adulto com grande 
demanda de tratamentos complexos e que são muitas vezes difíceis de conseguirem na rede 
pública por vários motivos como: pouca disponibilidade de vagas para especialidades, excesso 
de demanda, falta de materiais e profissionais e vários outros problemas. Em um estudo 
realizado por de Toassi e Petry (2002) foi selecionada uma amostra de 135 crianças; os autores 
compararam o resultado de duas formas diferentes de motivação em dois grupos diferentes. Um 
grupo recebeu motivação em apenas uma sessão e outro grupo recebeu motivação em quatro 
sessões em momentos diferentes. Eles puderam concluir que reforços motivacionais são mais 
eficientes para diminuição significativa do índice de placa e do sangramento gengival. 
Por fim, torna-se evidente a importância das equipes de saúde bucal nas ESF pela 
relação que tem a parte odontológica no contexto social e familiar. Também é válido ressaltar 
a necessidade de melhorar o acesso ao tratamento odontológico para todas as faixas etárias 
considerando toda a importância que esta assistência possui e foi exposta neste presente estudo. 
42 
 
7 CONCLUSÃO 
O tratamento odontológico teve um impacto positivo na autopercepção sobre a 
saúde bucal das crianças e no ambiente familiar, o que foi demonstrado por meio da diminuição 
dos escores nos questionários CPQ8-10 e FIS respectivamente. Foi demonstrado que crianças 
de alto risco e também as que os pais possuem baixo grau de escolaridade possuem mais chance 
de apresentarem altos escores antes do tratamento. Responsáveis por escolares do gênero 
feminino têm mais chance de apresentarem maior escore no questionário FIS antes do 
tratamento odontológico. Responsáveis por escolares mais novos têm mais chance de 
diminuição no escore do questionário FIS após o tratamento odontológico. 
 
 
43 
 
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