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Farmacologia Módulo 6 - Principais Grupos de Fármacos - Analgésicos e Anti-inflamatórios

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FARMACOLOGIA BÁSICA – Nível Técnico
Conteúdos voltados para os Cursos 
Técnicos de Farmácia 
e Enfermagem
MÓDULO 6
PRINCIPAIS GRUPOS DE FÁRMACOS
ANALGÉSICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS
Prof.ª Vera Lúcia Pivello
Declaro que não possuo nenhum compromisso com laboratórios 
fabricantes de medicamentos, e os exemplos usados neste Curso Básico 
de Farmacologia (Nível Médio) fazem parte do dia a dia do profissional, e 
auxiliam no entendimento do assunto que está sendo tratado.
Vera Lúcia Pivello
Vera Lúcia Pivello – farmacêutica e Mestre em Fármacos pela Universidade de 
São Paulo (USP). Docente em Cursos Técnicos de Farmácia, e na Pós 
Graduação para farmacêuticos, em conteúdos voltados à Farmácia Clínica e 
Legislação farmacêutica.
Autora dos livros Farmacologia: como agem os medicamentos (editora Atheneu, 
2017) e 100 Casos Clínicos Comentados
O QUE VAMOS VER NESSE MÓDULO?3
O curso de Farmacolgia busca orientar o futuro 
profissional para que ele conheça os fármacos mais 
utilizados e saiba identificar seus benefícios e seus riscos!
Esse Módulo vai nos apresentar esses grupos principais.
Claro, o assunto é muito mais extenso!
Porisso temos que estudar e nos aperfeiçoar sempre!
ANALGÉSICOS
 Aliviam a dor – a maioria exerce seu efeito devido ação no Sistema 
Nervoso Central (SNC - cérebro);
 Há diferença entre analgésico e anestésico?
 Sim, há! O analgésico não tem a finalidade de deixar o individuo 
inconsciente – mas dependendo da dose, isso pode acontecer!
 O anestésico (se for para anestesia geral) causa inconsciência, que 
deve, claro, ser reversível – os anestésicos regionais e locais agem de 
forma localizada, em uma parte maior ou menor do corpo.
O analgésico reduz a dor, 
mas não trata a causa dessa 
dor! Se a dor persistir, ela 
deve ser investigada!
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Voltando aos analgésicos:
 Existem os que são isentos de Prescrição (MIPs), e os que exigem 
receita médica (com ou sem retenção da receita: esses possuem 
tarja – vermelha ou preta);
 Os “tarja preta” causam dependência, mas mesmo os de tarja 
vermelha ou MIPs podem deixar a pessoa dependente);
ANALGÉSICOS
https://pt.dreamstime.com/coluna-do-sad-desenhado-%C3%A0-m%C3%A3o-conceito-de-
express%C3%A3o-sozinha-ocupa%C3%A7%C3%A3o-motif-%C3%ADcone-simples-para-
desespero-comunica%C3%A7%C3%A3o-image168565406
https://www.istockphoto.com/br/vetor/medicamento-analg%C3%A9sico-em-
caixa-%C3%ADcone-de-contorno-cheia-gm1007072876-271752831
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Para todos os analgésicos com ação sistêmica (você se lembra? é a 
ação generalizada, obtida após absorção do fármaco para o sangue, 
vista no Módulo 2 – Efeito Sistêmico), se houver superdosagem, o 
individuo terá sonolência, tonturas, e mesmo perda da consciência –
o que não deveria acontecer, se a dose fosse adequada!
ANALGÉSICOS
https://br.pinterest.com/pin/840413980448220482/
Cuidado com 
o abuso de 
analgésicos!
 Os analgésicos mais utilizados (e talvez mais abusados!) são os MIPs 
– os isentos de prescrição;
 Os analgésicos MIPs são: ácido acetil salicílico (ex. Aspirina®), 
dipirona (ex. Novalgina®), paracetamol (ex. Tylenol®), ibuprofeno (ex. 
Advil®) e naproxeno (ex. Flanax®);
 Os 2 últimos (ibuprofeno e naproxeno) são anti-inflamatórios, que 
por terem ação a dor, foram registrados como analgésicos, mas 
possuem os benefícios e os riscos de seu grupo – são úteis na dor de 
origem inflamatória – não faz muito sentido usá-los em dores que 
não têm essa origem!
 Veja, demos o nome genérico de cada fármaco e entre parênteses, um exemplo de 
nome comercial (de marca) – sendo um nome que pertence ao fabricante o nome 
de marca deve ter o símbolo ® ao lado!
ANALGÉSICOS
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Como são muito utilizados e comuns em receituários médicos, vamos 
aprender mais sobre cada um deles?
Vamos lá....
Ácido acetil salicílico (AAS)
O mais antigo no mercado!
 Para dores leves a moderadas – dor de dente, dor de cabeça, dor 
de garganta, dor menstrual, dores musculares e das articulações, dor 
da artrite;
 Também é antipirético, ou antitérmico (baixa a febre);
 Tem ação anti-inflamatória – seu mecanismo de ação é muito 
semelhante ao dos anti-inflamatórios que não são do grupo das 
cortisonas – os chamados AINEs (Anti-Inflamatórios Não 
Esteroidais);
ANALGÉSICOS
Ácido acetil salicílico (AAS)
 No entanto, o AAS tem ação mais intensa que os AINEs como 
anticoagulante – inclusive, é usado para isso, em pessoas com risco 
de formação de trombos (coágulos), que podem levar a acidentes 
vasculares cerebrais (AVC - “derrame”) e infarto. 
 Observe: o uso como anticoagulante exige avaliação e prescrição 
médica!
Atenção se houver alguma das condições abaixo, que contraindicam o 
uso do AAS:
 Problemas gastrintestinais (gastrite, úlcera);
 Dengue (ou suspeita);
 Crianças com infecções virais (associadas à síndrome de Reye);
 Pessoas alérgicas - alérgicos não devem usar AAS!
ANALGÉSICOS – ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO
E o que é Síndrome de Reye?
R – É uma situação rara, mas se acontecer, é grave; é associada ao uso de 
AAS em crianças com infecções virais, como gripes, catapora, sarampo...
 Os sintomas variam, mas ocorrem náuseas e vômitos intensos; a criança 
fica confusa, desorientada e agitada; 
 Tais sintomas ocorrem devido a um aumento na pressão dentro do 
crânio (pressão intracraniana); pode haver também sérios prejuízos ao 
fígado;
 Essa situação pode levar ao coma e até ao óbito.
 O AAS não deve ser usado com vários outros medicamentos em 
conjunto, pois ocorrem interações, que podem ser prejudiciais... mas 
como essas interações são basicamente as mesmas dos AINEs, 
falaremos sobre elas ao discutir estes últimos.
ANALGÉSICOS – ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO
Dipirona
 Novalgina® Hoechst;
 Possui boa resposta analgésica, e também antitérmica (superior ao 
paracetamol, que veremos em seguida)
 Tem pouca ação anti-inflamatória;
 Pode causar queda da PA; 
 Disponível para diversas vias de administração (comprimido, gotas, 
solução oral, injetável, supositório);
 A dipirona tem maior ação no Sistema Nervoso Central (SNC -
cérebro), em relação ao paracetamol e aos AINEs – talvez daí 
venha sua ação analgésica bastante eficiente.
ANALGÉSICOS - DIPIRONA
Comercial antigo da Novalgina ®
Dipirona - Cuidados
 O risco de agranulocitose (redução de leucócitos - glóbulos 
brancos do sangue) era a maior preocupação das autoridades em 
saúde, em relação ao uso da dipirona;
 Por que isso é tão perigoso? Bem, porque se os leucócitos (que 
são células de defesa) são reduzidos, aumenta o perigo de 
infecções;
 Sinais e sintomas relacionados à queda de leucócitos são: febre, 
calafrios, dor de garganta, ulceração na cavidade oral;
 No entanto, estudos mostraram que os riscos da dipirona são 
similares ou menores que os de outros analgésicos/antitérmicos 
disponíveis no mercado. 
ANALGÉSICOS - DIPIRONA
ANALGÉSICOS - PARACETAMOL
Paracetamol
 Analgésico, antitérmico (antipirético);
 Pouca ação anti-inflamatória e antiplaquetária (anticoagulante);
 Tem, como a dipirona, ação a nível de SNC (no cérebro);
 Não agride o estômago como o AAS e os AINEs;
 Mas uma única dose - bem grande (10 g), ou doses 
menores por períodos prolongados podem causar 
lesões no fígado;
 Condições que favoreçam a toxicidade (ex. uso de 
álcool, ou se já houver problemas no fígado) aumentam 
os riscos do paracetamol.https://dracarolinesaad.com.br/2020/09/22/1318/
Uma das primeiras apresentações 
do paracetamol – anos 60
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Antiespasmódicos 
Outro grupo de fármacos que age na dor são os antiespasmódicos –
utilizados para dores em espasmos (“apertões”) em órgãos ou vísceras 
ocas - como intestino, bexiga, útero, vesícula biliar;
Tais fármacos reduzem os espasmos da musculatura dessas vísceras, 
principalmente geniturinária e gastrintestinal – assim, acalmam a dor.
Quem são?
São derivados de uma planta, a beladona.
ANALGÉSICOS - ANTIESPASMÓDICOS
https://pt.dreamstime.com/illustration/c%C3%B3lica.html
Ai,que cólica!
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Alguns Fármacos Antiespasmódicos:
- atropina (atravessa a barreira hematocefálica - alcança o cérebro);
- escopolamina/hioscina (Buscopan®);
- homatropina (Tropinal®-assoc.), 
- hiosciamina; dicicloverina (Bentyl®).
 Pode haver associação desse tipo de fármaco com outro que atue por 
mecanismo diferente:
 Ex. dipirona + escopolamina – é o Buscopan® Composto.
 Isso para que a ação na dor (com componente espasmódico) seja 
mais eficiente!
ANALGÉSICOS - ANTIESPASMÓDICOS
Pouca penetração 
através da barreira 
hematocefálica
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Antiespasmódicos
A atropina só é disponível como injetável, para uso hospitalar, pois 
como tem maior ação no cérebro, possui também mais efeitos 
adversos
Efeitos Adversos dos Antiespasmódicos
 Secura da boca;
 Midríase (dilatação da pupila);
 Aumento da pressão ocular/glaucoma;
 Retenção urinária; constipação;
 Confusão, alucinações, arritmias (doses altas);
 Outros fármacos c/ação a semelhante (como por ex. vários 
antidepressivos) intensificam tais efeitos.
ANALGÉSICOS - ANTIESPASMÓDICOS
Atropina
Relaxantes Musculares
 Nas dores da musculatura esquelética: produzem relaxamento 
muscular e alívio da dor – são comuns fármacos utilizados em 
associação com outros, para potencializar o efeito contra a dor:
 Ciclobenzaprina (Miosan®); 
 Carisoprodol (associação - Dorilax®, Tandrilax®);
 Orfenadrina (associação - Dorflex®, Relaflex®); 
 Existem as apresentações para uso tópico, na forma de cremes, géis, 
aerossóis, adesivos, como por ex. arnica (Gel de Arnica Herbarium®), 
cânfora, diclofenaco dietilamônio (Cataflan Pró® Emulgel), salicilato 
de metila (Gelol ®, Salonpas®).
ANALGÉSICOS – RELAXANTES MUSCULARES
Relaxantes Musculares
 Os analgésicos e relaxantes de uso tópico (de “passar” na pele) 
funcionam porque “esquentam” o local dolorido, causando alívio 
da dor – são chamados de rubefacientes – é o caso do salicilato de 
metila;
 Já o diclofenaco atravessa as camadas superficiais da pele e atinge 
os vasos sanguíneos locais, trazendo um efeito anti-inflamatório, 
que alivia a dor;
 O diclofenaco é também um anti-inflamatório de uso sistêmico–
com nomes comerciais muito conhecidos, como Voltaren® e 
Cataflan®.
ANALGÉSICOS – RELAXANTES MUSCULARES
Analgésicos Opioides
 Há outros grupos de analgésicos, com um mecanismo diferente dos 
que apresentamos – são o grupo dos opioides; embora possam ser 
eles naturais ou sintéticos (produzidos em laboratório), têm origem 
no ópio, substância extraída de uma espécie de papoula;
 São utilizados nas dores moderadas a severas, e para a aquisição na 
farmácia, necessitam de receituários especiais, que devem ficar com 
uma via retida;
ANALGÉSICOS OPIOIDES
 Os opioides são chamados também 
de analgésicos narcóticos, pois 
podem levar ao sono – chegando aos 
coma e óbito, dependendo do 
fármaco e da dose administrada.
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Analgésicos Opioides
 Os dois mais antigos são a morfina e a codeína (que é mais 
utilizada em associação, como codeína + paracetamol, por 
exemplo);
 Há vários outros: buprenorfina (Restiva®), fentanil (Durogesic®), 
oxicodona (Oxycontin®), tramadol (Tramal®);
 O fentanil, inclusive, tem uma potência cerca de 100 vezes maior 
que a da morfina (que é o fármaco padrão para comparação)!
 Os menos potentes, como a codeína e o tramadol, são menos 
associados a eventos graves, mas o risco existe;
 Esses fármacos têm maior ou menor potencial para dependência, 
mas este é um grupo que causa dependência.
ANALGÉSICOS OPIOIDES
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Analgésicos Opioides
 Além disso, há vários outros riscos no uso incorreto (exagerado, 
indevido): podem causar sedação profunda e coma; crises 
alérgicas intensas em pessoas propensas a alergias; queda 
acentuada da PA (hipotensão profunda); constipação e retenção 
urinária;
 E um dos riscos mais temidos é a depressão respiratória –
diminuição da capacidade de respirar, podendo haver óbito.
ANALGÉSICOS OPIOIDES
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 Vimos muitos exemplos de analgésicos... e há muitos mais!
 O analgésico mais eficaz é aquele que é usado corretamente, para 
cada tipo de dor!
 Existem dores crônicas que são aliviadas com antidepressivos e 
anticonvulsivos (fármacos utilizados no controle de convulsões): esses 
fármacos não são, originalmente, analgésicos, mas respondem bem 
nesse tipo específico de dor.
 Assim, é o diagnóstico correto e acompanhamento cuidadoso que 
trazem o alívio esperado!
Observe: analgésicos – todos eles, em maior ou menor grau – causam 
depressão do Sistema Nervoso Central (reduzem funções do cérebro) –
podem causar sono, sedação, tonturas, inconsciência: assim, cuidado 
para o uso exagerado, ou mistura de fármacos analgésicos!
23 .
Agora, vamos a outros fármacos muito utilizados, e muito abusados, 
também... Os Anti-Inflamatórios...
... que se dividem em Anti-Inflamatórios Não Esteroidais (AINEs) e 
Esteroidais (AIEs).
O que são os AINEs?
 São uma classe grande de fármacos com a finalidade de 
controlar o processo inflamatório, reduzindo a dor (e a febre, 
pois também agem como antitérmicos);
 É um grupo muito utilizado, inclusive, de forma incorreta, 
causando danos!
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AINEs
https://www.facebook.com/NoCaminhoDaEnfermagem/photos/
a.404033123082265/1461530247332542/?type=3
Sinais Clássicos 
da Inflamação
 Observe: a inflamação é uma resposta protetora, para eliminar a 
causa inicial de uma agressão celular;
 Pode ser devida a uma infecção, ou por agressões por agentes 
físicos (radiação, queimaduras, trauma), produtos químicos, ou outras 
causas.
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AINEs
http://www.icb.usp.br/~rtostes/rena
med_Inflamaoautac(SCosta).pdf
Assim, os AINEs auxiliam nas situações:
 Alívio da febre;
 Cefaleia, lombalgia, dores nas gripes e resfriados 
comuns, dor de dente, dores musculares, 
dismenorreia (dores menstruais) e de artrite;
 Dores associadas a processos inflamatórios e/ou 
traumáticos. 
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AINEs
 O processo inflamatório se torna nocivo se for exagerado, 
produzindo, por si só, uma agressão maior que a causa inicial que 
deveria combater.;
 Anti-inflamatórios não curam – controlam os sintomas – assim, as 
causas devem ser identificadas e tratadas
Você com certeza conhece muitos AINEs, como por exemplo:
Ác. mefenâmico (Ponstan®), celecoxibe (Celebra®), cetoprofeno 
(Profenid®), diclofenaco (Voltaren®, Cataflan®), ibuprofeno(*) (Advil®), 
naproxeno(*) (Flanax®), nimesulida (Nisulid®), piroxicam (Feldene®).
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AINEs
(*) ibuprofeno e naproxeno: já vistos como analgésicos (e reduzem, como os demais, 
as dores inflamatórios – mas pelo seu modo de ação, são anti-inflamatórios).
AINEs – Observe:
 Os AINEs possuem maior ou menor grau de dano ao estômago: os 
coxibes - celecoxibe (Celebra®) e etoricoxibe (Arcoxia®) não causam, 
praticamente, agressão gástrica; mas podem causar danos 
cardiovasculares, o que fez com que só possam ser comercializados, 
com retenção da receita!
 Devem ser usados com muita cautela se houver problemas 
gastrintestinais, hipertensão (para pacientes hipertensos, pode 
aumentar a PA, prejudicando o tratamento com anti-hipertensivos), 
algum grau de dano renal.
São muitas as interações entre AINEs e outros fármacos! Colocamos a 
seguir algumas delas...
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AINEs
Cuidados / Interações
 AINEs podem causar crises alérgicas - não devem ser utilizados para 
pacientes alérgicos (asma, rinite);
 O uso de álcool aumenta possibilidade de sangramentos e agressão 
ao estômago;
 Não são curativos – se houver infeção, podem mascarar os sintomas, 
retardando seu correto tratamento;
 O uso conjunto com anticoagulantes orais, AAS ou heparina traz 
maior risco de hemorragias; 
 Com alguns tipos de antidiabéticos orais e insulina: risco de 
hipoglicemia!
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AINEs
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Agora, vamos aos Anti-Inflamatórios Esteroidais (AIEs), conhecidos 
também como glicocorticoides;
São assim chamados (esteroidais) devidoà sua estrutura química –
para nós, é importante saber que são aqueles semelhantes à cortisona 
(cortisol), hormônio endógeno (que possuímos no organismo), e que é 
“imitado” por esses fármacos;
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AIEs
 Como fármacos, são anti-inflamatórios e antialérgicos potentes –
controlam situações agudas, sendo muito utilizados no ambiente 
hospitalar;
 São ferramentas valiosas na terapêutica, mas não devem ser 
utilizados de forma contínua (se não tiverem acompanhamento 
médico adequado), pelos seus muitos efeitos adversos;
 Veja: eles são bem diferentes dos AINEs, que já comentamos! Além 
do seus mecanismo de ação ter diferenças, observe que os 
glicocorticoides são antialérgicos, e os AINE, ao contrário, podem 
desencadear reações alérgicas!
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AIEs
AIEs - Quem são eles?
 São muitos, e administrados por muitas vias (oral, injetável, tópica, 
nasal, ocular);
 Os AIEs são disponibilizados como fármaco único, ou em associação 
com outros fármacos, como antibióticos, antifúngicos, secativos 
(estes últimos, no caso de uso tópico, na pele).
Alguns deles:
 Betametasona (Betaderm®, Diprospan®); budesonida (Busonid®); 
dexametasona (Decadron®); hidrocortisona (Solu-cortef®); 
prednisona (Meticorten®); triancinolona (Omcilon®).
 Esses são poucos exemplos, frente à diversidade de fármacos e 
apresentações disponíveis!
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AIEs
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AIEs - Para que são usados?
 Processos inflamatórios, 
 Doenças reumáticas (que também são processos inflamatórios), 
osteoartrite (artrose), artrite reumatoide, gota;
 Crises alérgicas: asmáticas, alergias dermatológicas, oftalmológicas, 
orais;
 São adjuvantes (auxiliares) no tratamento de certas doenças 
neurológicas e certos tipos de neoplasias (tumores cancerosos);
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AIEs
AIEs - Para que são usados?
 Os AIEs são imunossupressores (reduzem a imunidade do 
organismo) – assim, auxiliam na prevenção à rejeição de órgãos 
transplantados - mas dessa propriedade que eles possuem, 
também se originam efeitos adversos perigosos, que vamos ver a 
seguir!
 Outro uso é a prevenção da síndrome da angústia respiratória no 
recém-nascido (quando o bebê ainda não tem quantidade 
suficiente de surfactante pulmonar) - o surfactante é um líquido 
produzido pelo organismo com a função de auxiliar a troca de gases 
pelos pulmões.
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AIEs
AIEs - Efeitos Adversos 
 Os efeitos adversos dos AIEs se tornam mais presentes e perigosos 
quando seu uso é prolongado – de semanas ou meses.
Alguns deles:
 Retenção de sódio e água - porisso que se diz que os corticosteroides 
“engordam” – na verdade, eles “incham”, pela retenção de água e 
sódio; 
 Hipertensão – também pela retenção de água e sódio; 
 Imunossupressão – essa mesma condição que auxilia o organismo a 
não rejeitar um órgão transplantado, expõe quem utiliza esses 
fármacos à redução da imunidade natural: o organismo fica com 
menos condições de se defender de bactérias, fungos e demais micro-
organismos;
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AIEs
AIEs - Efeitos Adversos 
 Úlceras de estômago e duodeno;
 Agravamento do diabetes; 
 Catarata; glaucoma;
 Alterações de humor - como depressão, ansiedade, agitação;
 Osteoporose: o uso prolongado reduz a massa óssea, fragilizando os 
ossos;
 Lesões nos músculos (miopatias) – perda de massa muscular e 
enfraquecimento dos músculos;
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AIEs
AIEs - Efeitos Adversos 
 Alterações na pele – o uso tópico contínuo de corticosteroides (uso 
de cremes, pomadas, loções) pode causar “amolecimento” do tecido, 
estrias, dificuldade de cicatrização - e expor o tecido a infecções (pelo 
efeito imunossupressor que possuem).
A retirada do uso dos corticosteroides deve ser feita de forma gradual, 
e não “de uma vez” – a interrupção repentina do uso pode causar a 
reativação da doença que estava sendo tratada, e desconforto 
emocional muito grande ao paciente!
https://encontrar.org.br/efeitos-colaterais-corticoide/
Alterações na pele pelo 
uso de corticosteroides
ANTI-INFLAMATÓRIOS - AIEs
VAMOS PRATICAR O QUE VIMOS?
Escolha um fármaco (ou grupo de fármacos) dentre os relacionados 
abaixo, que se relacione à situação descrita (o fármaco pode aparecer 
em mais de uma afirmação, ou 2 fármacos podem caber na mesma 
afirmação):
AAS / paracetamol / dipirona / AAS / antiespasmódicos (atropina, 
escopolamina) / relaxantes musculares (ex. Dorflex®) /AINEs / 
Opioides / AIEs:
a) Úteis nas dores por tensão muscular: contraturas, torcicolos, “mau 
jeito” ........................................................................................................
b) Boa resposta na dor; pouco efeito anti-inflamatório, pode baixar a 
pressão arterial (PA) ...............................................................................
c) Os efeitos adversos mais comuns são secura da boca e dos olhos, 
constipação, retenção urinária ................................................................
d) Para hipertensos, cautela: pode causar aumento da PA ..................
e) Na cefaleia tensional, dores articulares, dores inflamatórias; 
também tem ação anticoagulante ..........................................................
f) Analgésico e antitérmico – tem pouca atividade anti-inflamatória; 
doses altas ou por tempo prolongado podem levar à hepatotoxicidade 
(tóxico para o fígado) .............................................................................
g) Nas dores inflamatórias: não são antialérgicos, podem causar lesão 
renal e o aumento da PA, em uso prolongado ......................................
h) Ajudam a acalmar dores em espasmos, como cólica renal, cólica 
biliar ou cólica menstrual .......................................................................
VAMOS PRATICAR O QUE VIMOS?
i) Nas dores moderadas a severas: o uso deve ser acompanhado, 
pelos efeitos adversos que possuem .....................................................
j) Anti-inflamatórios e antialérgicos potentes – reduzem a imunidade 
do organismo, aumentando o perigo de adquirir infecções ..................
k) Em maior ou menor grau, causam danos ao estômago (irritação, 
gastrite); os que não causam danos gástricos são relacionados a riscos 
cardiovasculares ....................................................................................
l) Um dos efeitos adversos mais perigosos desse grupo é a depressão 
respiratória (dificuldade de respirar) .....................................................
VAMOS PRATICAR O QUE VIMOS?
Veja no próximo slide as respostas para essas questões
GABARITO DAS QUESTÕES
a) relaxantes musculares g) AINEs
b) dipirona h) antiespasmódicos
c) antiespasmódicos i) opioides
d) AINEs / AIEs j) AIEs
e) AAS k) AINEs
f) paracetamol l) opioides
Apresentamos os primeiros grupos de fármacos de nosso 
estudo de Farmacologia!
Nos próximos módulos, vamos desenvolver outros grupos de 
maior utilização – sem dúvida, esse é um assunto muito 
extenso, e você pode ir conhecendo mais e mais – leia bulas, 
ou conteúdos sérios sobre fármacos.
Conhecê-los ajuda muito no dia a dia profissional!
FONTES DE CONSULTA
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Glossário de definições legais. 2014. 
Disponível em http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/index.htm.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Bulário Eletrônico. Disponível em: 
http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/index.asp.
KOROLKOVAS, A, Carneiro de França FFA. Dicionário terapêutico Guanabara 2014-2015. 21 ªed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan; 2015.
PIVELLO, V. L. Farmacologia – como agem os medicamentos. São Paulo: Atheneu; Edição revista e 
atualizada, 2017.
http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/glossario/index.htm
http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/index.asp

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