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Mandado de Segurança

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AO JUÍZO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE IJUÍ/RS.
MARIA JANDIRA DOS SANTOS PORTELA, brasileira, estado civil, profissão, portadora do RG número..., e inscrita no CPF sob o número..., nascida na data de..., filha de... E..., endereço eletrônico..., residente e domiciliada na Rua... – CEP..., no Município de ...., por seu advogado que esta subscreve, nos termos do incluso instrumento de mandato, ENDEREÇO, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, impetrar o presente,
MANDADO DE SEGURANÇA, com fulcro no Art. 5º, incisos XXXIV, a, e LXIX, da Constituição Federal c/c com artigo 1º e seguintes da Lei nº 12.016/2009,
Contra ato abusivo por parte do MUNICIPIO DE IJUÍ, situado na rua ______, centro da Cidade de Ijuí-RS, endereço eletrônico, representado pelo sua autoridade coatora o Sr. ............... Prefeito municipal em exercício, pelos fatos e fundamentos jurídicos que a seguir expõe: 
I - PRELIMINARMENTE
I.I – ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
A requerente encontra-se desempregada, não possuindo condições financeiras para arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência.
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 e seguintes.
I.II DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA.
Inicialmente, cumpre destacar que o deslinde do caso em tela, ainda que dotado de provisoriedade, requer a máxima urgência.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
O certame foi homologado em 03 de julho de 2015, logo, dois anos de vigência findam em 03 de agosto de 2017.
Além de que, apesar de existir cargo vago de Cirurgião Dentista no quadro dos servidores do município, não foi feita a nomeação durante o período de vigência, tendo em vista a necessidade de contenção de despesas do ente público.
II – DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE
Os atos administrativos, em regra, são os que mais ensejam lesões a direitos individuais e coletivos; portanto estão sujeitos a impetração de Mandado de Segurança.
O objeto do Mandado de Segurança será sempre a correção de ato ou omissão de autoridade, desde que, ilegal e ofensivo de direito individual ou coletivo, líquido e certo, do impetrante.
O Art. 5º, LXIX, da Constituição Federal do Brasil, determina:
“Conceder-se-á Mandado de Segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por hábeas corpus ou hábeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”.
O art. 5º, III da Lei nº 12.016 de 07 de agosto de 2009 disciplina:
“Não se dará mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução”.
O caso em tela tem cabimento constitucional, ainda amparado pela Lei 12.016/09, e demais dispositivos aplicáveis à espécie.
Ademais, o presente instrumento é tempestivo, tendo em vista que o certame foi homologado em 03 de julho de 2015, logo, dois anos de vigência findam em 03 de agosto de 2017, considerando que a data de hoje não se verificou extrapolado o prazo de 120 dias estabelecido pelo art. 23, da Lei do Mandado de Segurança Individual e Coletivo, uma vez que decorrido pouco mais de trinta dias de sua ciência.
III - DOS FATOS
O Município de Ijuí-RS promoveu concurso público para provimento do cargo de Cirurgiã Dentista. No edital nº 03/2015 ficou estabelecido a existência de 01 vaga para o referido cargo. O concurso foi homologado em 03/07/2015, sendo que o prazo de validade do concurso público é de 02 anos, havendo a previsão que poderia ser prorrogado, a critério da Administração, por igual período. 
A impetrante prestou o referido concurso público e logrou com êxito aprovação em primeiro lugar. Contudo, Excelência, findado o prazo de 02 anos, o ilustre Sr. Prefeito não prorrogou o prazo por mais dois anos, conforme estabelecido no edital.
Dessarte, a demandante postulou em via administrativa para que o impetrado lhe nomeasse cirurgiã-dentista do Município, pedido que restou indeferido pela autoridade municipal sobre a égide de que a requerente poderia ser nomeada, desde que vigente o prazo de validade do concurso e que o certame teria finalidade de nomear eventuais vagas que poderiam surgir no decorrer do período de vigência do concurso.
Além de que, apesar de existir cargo vago de Cirurgião Dentista no quadro dos servidores do município, não foi feita a nomeação durante o período de vigência, tendo em vista a necessidade de contenção de despesas do ente público, sendo que a escolha na nomeação ou não é critério discricionário da administração pública, assim sendo, as questões relativas à nomeação, o candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital do certame não tem direito subjetivo à nomeação, mas mera expectativa de direito à nomeação para o cargo a que concorreu e foi classificado.
Considerando que os efeitos do ato omissivo continuado se prolongam no tempo, subsistindo a lesão enquanto não cessada a inércia, não se conta o prazo de decadência para a impetração do mandado de segurança, enquanto perdurar a ilegalidade, o que afasta definitivamente a decadência.
Dessa forma, houve por parte do Prefeito flagrante desrespeito ao estipulado pela Constituição Federal, e ao direito líquido e certo da impetrante, que assegura aos aprovados em concurso público o ingresso nos cargos.
IV - DO DIREITO
A impetrante foi aprovada em concurso público, para o cargo de CIRURGIÃ-DENTISTA.
Contudo, a surpresa maior, é a informação de que não há cirurgião-dentista efetivado pelo Município, restando vaga a ser preenchida no referido cargo.
A nossa Carta Magna determina que o acesso a cargo ou emprego público será por meio de prévia aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos, conforme consta em seu artigo 37:
Art. 37 I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como ao
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; Nos incisos seguintes do mesmo artigo 37 a traz a regra de que o candidato aprovado em concurso público tem direito subjetivo de ser nomeado de acordo com a ordem de classificação.
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos serão convocados com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; - grifou-se.
Nesse sentido, o Tribunal Gaúcho já exarou entendimento:
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. MUNICÍPIO DE PAROBÉ. PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA. CANDIDATO APROVADO DENTRO DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTO NO EDITAL. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO. 1. Tem direito subjetivo à nomeação para o cargo a que concorreu e foi classificado (e não mera expectativa de direito) o candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no editalde abertura do certame. Aplicação da compreensão firmada em repercussão geral pelo STF no RE nº 598099/MS. 2. Alegação da presença de situação excepcional e superveniente que justificaria a possibilidade de recusa à nomeação, pelo ente público, que exige decisão administrativa anterior, motivada, pública e impessoal, controlável pelo Poder Judiciário, acerca de eventual impossibilidade orçamentário-financeira para a não-convocação de concursados aprovados em certame válido dentro do número de vagas ofertadas pela Administração. 3. Segurança concedida na origem. RECURSO DE APELAÇÃO DESPROVIDO. (Apelação e Reexame Necessário Nº 70077738698, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo Uhlein, Julgado em 20/06/2018) – grifou-se.
Resta claro e indiscutível o direito líquido e certo da impetrante em ser nomeada e empossada no cargo de CIRURGIÃ-DENTISTA, na ordem classificatória do certame.
V - DO PEDIDO
Ante ao exposto, estando caracterizada a ilegalidade do ato ora atacado e o abuso de poder praticado pela Autoridade Coatora, em flagrante transgressão a Princípios Constitucionais e em evidente violação de direito líquido e certo da Impetrante, atendendo ao princípio constitucional do controle judicial dos atos administrativos, REQUER seja recebido o presente MANDADO DE SEGURANÇA, para os fins de:
a) Conceder os benefícios da justiça gratuita, vez que se declara pobre no sentido jurídico do termo, conforme declaração anexa; Indicação da gratuidade do Mandado de segurança
b) Conceder a liminar, de forma a determinar convocação e nomeação da Impetrante MARIA JANDIRA DOS SANTOS PORTELA, para o cargo de CIRURGIÃ-DENTISTA, sob pena de...;
b.1) julgar procedente o pedido para confirmar a segurança....o MANDADO DE SEGURANÇA, expedindo a ordem mandamental para que o Impetrado, ou quem suas vezes fizer, a imediata convocação e nomeação da Impetrante MARIA JANDIRA DOS SANTOS PORTELA, para o cargo de CIRURGIÃ-DENTISTA;
c) Notificar a Autoridade Coatora na pessoa do Prefeito Municipal de Ijuí Sr ..., por todo conteúdo desta, nos termos do art. 7º, da Lei nº 12.016/09, para que preste informações no prazo de 10 dias;
d) A intimação do representante do Ministério Público para que se manifeste, art. 180, §2º, CPC; - Recomendação n. 16/2010 – MP.
e) Requerimento de intimação do órgão representativo da pessoa jurídica de direito público interessada;
Dá-se à causa, por inestimável, o valor de alçada - Agosto/2017 - R$ 9.175,00.
Termos em que pede deferimento.
Ijuí, 17 de AGOSTO de 2017.
Advogado
OAB/... Nº...
ROL DE DOCUMENTOS:
1. Procuração;
2. Edital;
3. Lista de Classificação;
4. Declaração de Hipossuficiência.
5. Negativa administrativa do Prefeito Municipal.

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