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Embriologia 03 - Fertilização e Desenvolvimento Embrionário (Até a 2º semana)

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Embriologia
Fertilização
· Quando o ovócito maduro é liberado, ele vai para a tuba uterina. Se um espermatozóide encontrá-lo ocorre a fecundação na ampola da tuba uterina. Após a fecundação, ocorre a formação do zigoto, que migra para o corpo do útero, onde será implantado.
· Problemas na tuba uterina, como um estreitamento (por uma questão anatômica ou causado depois), pode dificultar a passagem do zigoto para ser implantado no útero ou até dificultar chegada dos espermatozóides na área. Esse estreitamento é uma causa de infertilidade.
1- Fecundação
· A fecundação é um tipo de fertilização.
· A fertilização ocorre até 24 horas após a ovulação.
· Ela consiste na passagem do espermatozóide pela coroa radiada e pela zona pelúcida.
· As membranas do ovócito e do espermatozóide se fundem, terminando a segunda divisão meiótica do ovócito e formando o zigoto e começando as clivagens.
1.1- Caminho do Espermatozóide
· O espermatozóide deve passar através das células foliculares da coroa radiada. Para isso, no acrossomo (cabeça do espermatozóide), são liberadas várias enzimas que ajudam a abrir passagem pelas células foliculares da coroa radiada. Uma delas é a hialuronidase. 
· Ele deve passar também pela zona pelúcida, para isso, o acrossomo libera outras enzimas que auxiliam nessa passagem.
· Após isso, o espermatozóide entra com a ajuda do movimento da cauda, suas membranas de fundem com a do ovócito e após isso, a cauda se degenera.
1.2- Problemas na fecundação
· Quando a membrana do espermatozóide e do ovócito se fundem, são liberados grânulos que enrijecem o ovócito, fazendo com que o mesmo fique impermeável a outros espermatozóides, fazendo com que os outros não entrem.
· Se por algum motivo mais de um espermatozóide entrar no ovócito, é formado um zigoto com o número de cromossomos alterado (ao invés de 23 da mãe e 23 do pai, haverá 23 da mãe e 46 do pai, ou mais), podendo formar um indivíduo triplóide (XXX ou XXY). Em alguns casos os embriões conseguem se desenvolver até a vida fetal, mas o mais comum é que haja aborto espontâneo.
1.3- Triploidia
· Ocorre quando um ser tem uma cópia extra de todos os cromossomos, tendo ao invés de 23 pares, tendo 46 cromossomos ao total, 23 trios, tendo 69 cromossomos ao total.
· A triploidia pode ser:
- Diandria: Quando a triploidia é causada pelos cromossomos paternos (Dois espermatozóides em um só óvulo ou espermatozóide com número de cromossomos alterados).
- Diginia: Quando a triploidia é causada pelos cromossomos maternos (óvulo com número de cromossomos alterados).
· Alguns aspectos como o tamanho do embrião, da placenta, e a taxa de alguns hormônios podem indicar diandria ou diginia. Por isso, a triploidia pode ser identificada nos exames pré-natais (de sangue ou ultrassonografia).
OBS: Na trissomia, há uma cópia extra de um cromossomo fazendo com que ao invés de um par, haja um trio. Na triploidia há uma cópia extra de todos os cromossomos, fazendo com que todos os cromossomos sejam um trio e não par. A triploidia seria uma trissomia de todos os cromossomos.
Desenvolvimento Embrionário até a 2ª Semana
1- Formação do Zigoto
· Depois da fecundação, ocorre a formação dos pronúcleos. Após a segunda divisão meiótica ocorre a formação do pronúcleo materno e a cabeça do sptz forma o pronúcleo paterno, cada um com 23 cromossomos cada.
· Depois há a fusão dos dois pronúcleos, formando o núcleo do zigoto, com 46 cromossomos. Após isso ocorrem as divisões mitóticas.
1.1- Clivagem do Zigoto (divisões mitóticas)
· Acontece aproximadamente 30 horas após a fertilização.
· A primeira divisão mitótica vai formar o zigoto no estágio de duas células.
· A segunda divisão vai formar o zigoto no estágio de quatro células.
· A terceira divisão vai formar o zigoto no estágio de oito células.
· Após isso é formada a mórula, que possui de 12 a 30 células aproximadamente. 
(**associar com amora**)
· A principal diferença do estágio de oito células para a mórula, além do número de células, é que as células na mórula estão mais compactadas, possuindo proteínas de adesão celular que ajudam nessa compactação mantendo uma célula ancorada a outra. Isso é importante para a formação de camadas nas fases posteriores.
2- Blastogênese
2.1- Antes da implantação no endométrio
· O líquido que existe dentro do útero entra por entre as células da mórula, formando uma cavidade chamada de cavidade do blastocisto. Quando essa cavidade é formada, a mórula passa a ser chamada de blástula. Com a formação da cavidade, acumula-se uma massa de células acima, chamada de massa celular interna (que dará origem ao embrião) e a camada de células que estão em volta circulando a massa e a cavidade chama-se trofoblasto (que dará origem a uma parte da placenta).
· Essa blástula dará origem ao embrião e aos anexos embrionários. Também podemos chamá-la de concepto.
· A corona radiada e a zona pelúcida, estruturas do óvulo, vão se degenerar. Até a fase de mórula, a corona radiada já foi degenerada, mas a zona pelúcida ainda está presente, mas vai se degenerar.
· É importante a degeneração da zona pelúcida, porque ela impede o crescimento do concepto e a implantação no útero.
· Em fertilização in vitro, é possível fazer o hatching. É um processo que utiliza um laser preciso para fazer um corte na zona pelúcida, retirando o concepto que está dentro dela, aumentando as chances de implantação no útero.
2.2- Depois da implantação no endométrio
· Após aproximadamente 6 dias após a fertilização ocorre a aderência no útero, na parede do endométrio. Ela começa no fim da primeira semana e termina na segunda semana.
· O trofoblasto se prolifera, se dividindo em:
- Citotrofoblasto: Parte mais externa.
- Sinciciotrofoblasto: Responsável pela implantação na parede do endométrio. As células do sinciciotrofoblasto se proliferam e “invadem” cada vez mais a mucosa do endométrio, até encontrar capilares sanguíneos para trazer nutrição.
· O meio intrauterino é o que ajuda a nutrir essas células em proliferação.
· A massa celular interna (embrioblasto), que vai formar o embrião, após a implantação é dividido em hipoblasto e epiblasto, sendo o primeiro o endoderma primitivo.
2.3- Implantação inicial – Período crítico
· No período crítico, que compreende as três primeiras semanas, há muitos riscos para o desenvolvimento do embrião.
- Baixa no nível de estrogênio e progesterona: Pode dar problemas na implantação do concepto.
- Aborto espontâneo: A taxa pode chegar se 45% a 50%, desses, 50% por alterações cromossômicas.
- Gravidez anembrionária: O zigoto se implanta na parede do endométrio, mas o embrião não se desenvolve.
- Gravidez molar: Ocorre quando a placenta se multiplica demais, podendo (gravidez molar parcial) ou não (gravidez molar total) ter um embrião associado. Alguns casos de triploidia podem gerar gravidez molar.
3- Segunda semana: Formação do disco bilaminar
· O sinciciotrofoblasto se prolifera chegando às glândulas do útero.
· No epiblasto é formado o âmnio ou cavidade amniótica.
· A cavidade do blastocisto passa a se chamar cavidade exocelômica, delimitada por uma membrana exocelômica. 
· O epiblasto e o hipoblasto darão origem a todas as camadas germinativas, que são as camadas de tecidos que darão origem a todos os órgãos.
3.1- Estruturas extraembrionárias
· Estruturas que estão ao redor do embrião para dar nutrição e fixação que ele precisa.
- Cavidade amniótica
- Âmnio
- Saco vitelínico
- Saco coriônico
3.2- Sétimo e oitavo dias
· O sinciciotrofoblasto continua avançando pelo endométrio. As células ao redor do ele sofrem apoptose e são fagocitadas por ele servindo de nutrição. Essas células ão chamadas células deciduais.
· Quando o sinciciotrofoblasto encontra os capilares sanguíneos, o sangue da mãe começa a nutrir o concepto.
· O disco bilaminar corresponde ao epiblasto e o hipoblasto.
· Acontece muita liberação de hCG (gonadotrofina coriônica humana). Essa substância mantém a atividade do corpo lúteo (estrogênio/progesterona) na gravidez. 
· O estrogênio e progesteronaauxiliam no processo de implantação do concepto.
· Os testes de gravidez são baseados na detecção de hCG.
- Testes de farmácia: detectam a presença de hCG.
- Exames de sangue (beta hCG): mostram a quantidade de hCG no sangue.
· Gravidez molar aumenta muito a quantidade de hCG.
· Gravidez gemelar aumenta muito a quantidade de hCG.
3.3- Dez a doze dias
· A partir do décimo dia o concepto foi completamente implantado.
· Há o início da interação útero-placentária primitiva (interação entre capilares endometriais e as estruturas que formarão a placenta).
· O mesoderma extraembrionário é formado como uma camada entre o disco bilaminar e o citotrofoblasto.
· A cavidade exocelômica dará origem ao saco vitelínico, o âmnio o saco amniótico e o mesoderma extraembrionário o saco coriônico.
3.3- Treze dias
· A cavidade exocelômica passa a ser chamada de celoma extra-embrionário. Ele abriga o âmnio e o saco vitelínico primitivo que é formado abaixo dele.
· A porção inferior do saco vitelínico primitivo se desprenderá continuando a se chamar primitivo e a porção superior será saco vitelínico secundário.
· Córion: Região que envolve o celoma extra embrionário.
3.4- Quatorze dias
· As células do citotrofoblasto se proliferam para formar as vilosidades coriônicas, que são partes da placenta.
· O saco vitelínico primitivo vai para baixo do celoma extra embrionário. O que continua em cima junto à cavidade amniótica é chamado saco vitelínico secundário. 
· O saco vitelínico secundário e a cavidade amniótica darão origem ao embrião. Eles estão presos ao córion pelo pedículo do embrião. Ele será a ligação da placenta com o embrião.
4- Gravidez Ectópica
· O concepto pode se implantar na parede anterior ou posterior em uma gravidez normal.
· Quando o concepto se implanta em lugares não convencionais chamamos de gravidez ectópica.
· Dependendo de onde o concepto se implanta é possível que a gravidez tenha riscos, mas prossiga e pode ser que o desenvolvimento seja inviável. Ex:
- Gravidez tubária: Implantação na tuba uterina. Desenvolvimento inviável.
· A gravidez ectópica é detectável através de ultrassonografia.
5- Sexagem Fetal
· O sexo do bebê é detectável através de exame de sangue, pois parte do sangue do embrião passa para a mãe. Se for detectado cromossomo Y, o bebê é menino. Se o cromossomo Y não for detectado, é menina.
· Na sexagem fetal o resultado é muito mais preciso do que no exame de ultrassonografia, pois é uma análise anatômica, que pode ser mal interpretada. 
· O resultado da sexagem fetal pode ser alterado se a mãe tiver sido transplantada ou recebido sangue de doador homem.

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