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RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA DISCIPLINA: Saúde Ambiental TEMÁTICA DA AULA PRÁTICA: Indicadores de qualidade da água CURSO: Farmácia PROFESSOR: Mariele Katherine Jungles TURMA: C ALUNO: Leandro Ferreira 1. OBJETIVOS Analisar amostra de água coletada em um tanque de peixes na cidade de Ponta Grossa - Paraná. Identificar e caracterizar microrganismos presentes na amostra. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Amostra - água de tanque de peixes; Lâminas de vidro; Lamínulas de vidro; Pipeta automática; Papel absorvente; Microscópio; Turbidímetro Tecnopon; Condutivímetro Quimis, modelo Q485M; pHmetro de bancada Quimis. A amostra analisada em aula prática, oriunda de um tanque de peixes, foi homogeneizada agitando lentamente a garrafa plástica, transferiu-se parte da amostra para um béquer e em seguida foram preparadas e higienizadas as lâminas de vidro para análise. Com o auxílio de uma pipeta automática, coletou-se volume suficiente de amostra para análise em microscopia ótica, e o excesso de amostra na lâmina foi eliminado com papel absorvente. A lâmina com a amostra foi observada ao microscópio e os microrganismos presentes foram caracterizados. Anteriormente, a professora realizou testes de turbidez, condutividade e pH da amostra em análise. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao visualizar a amostra na microscopia ótica, a maioria dos alunos não conseguiu visualizar microrganismos devido provavelmente a erros durante o preparo da lâmina e também possivelmente pelo fato da amostra ter sido coletada a mais de uma semana e pela morte dos organismos. Por outro lado, alguns alunos e a professora conseguiram encontrar alguns organismos vivos, os quais serão descritos brevemente a seguir. 3.1 Chlorella As microalgas do gênero Chlorella, foram identificadas pelo pesquisador holandês Martinus Willem Beijerinck em 1890 como sendo a primeira microalga com um núcleo definido em um lago na Holanda. O nome Chlorella vem da palavra grega chloros que significa verde, e o sufixo latino ella que se refere ao seu tamanho microscópico (CAVALCANTI, 2016). C. vulgaris é uma alga verde, unicelular ou colonial, possui forma cocoidal medindo de 2-10 µm de diâmetro. Não possuem motilidade sendo encontrada em sua grande maioria em ambientes de água doce, mas também em águas salobras em todo o mundo (CAVALCANTI, 2016). Possui um único cloroplasto e podem acumular pigmentos como clorofila, β- carotenos e xantofilas. Seu carboidrato de reserva intracelular é o amido, mas possuem a capacidade de acumular lipídios quando se encontram em condições de estresse. Sua célula possui uma parede celular rígida que preserva a integridade da célula, protegendo-a contra invasores e ambientes ásperos (CAVALCANTI, 2016). Sua reprodução é assexuada e rápida, assim, dentro de 24 horas uma única célula de C. vulgaris cultivada em condições ótimas se multiplica por autosporulação, onde uma célula de C. vulgaris dá origem a quatro células filhas. Deste modo, a parede celular das células filhas é formada dentro da parede celular da célula mãe. Após a maturação das células filhas, a parede celular da célula mãe se rompe, liberando as células recém-formadas e os detritos remanescentes da célula mãe são utilizados como nutrientes que vão ser absorvidos pelas células recém-formados (CAVALCANTI, 2016). Figura 1. Algas de Chlorella vulgaris a vista microscópica. Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/algas-de-chlorella-vulgaris-a-vista-microsc%C3%B3pica-gm1130868183-299223687 3.2 Aspidisca Os microrganismos do gênero Aspidisca se encontram dentro do grupo dos organismos ciliados e classificados como ciliados livre natantes (CLN). São os protozoários que possuem cílios regularmente distribuídos por toda a superfície externa do corpo e nadam livremente entre flocos. Pelo fato de serem velozes e gastarem muita energia com a movimentação, precisam de grandes quantidades de alimentos, e por esta razão, frequentemente são associados a efluentes de alta carga orgânica e baixo OD, podendo ingerir mais de 500 bactérias por hora (BENTO et al, 2005; GENÉTICA, S/A). Figura 2. Aspidisca a vista microscópica. Fonte: http://protist.i.hosei.ac.jp/PDB/Images/Ciliophora/Aspidisca/cicada.html 3.3 Scenedesmus Scenedesmus é um gênero de cerca de 70 espécies de algas verdes coloniais (família Scenedesmaceae), um componente comum do plâncton de água doce. As espécies de Scenedesmus são usadas experimentalmente para estudar a poluição e a fotossíntese e são uma fonte potencial de biodiesel. Nos processos de purificação de esgoto, as algas fornecem oxigênio para a decomposição bacteriana da matéria orgânica e, assim, ajudam a destruir outras substâncias nocivas (BRITANNICA, S/A). As espécies do Scenedesmus são imóveis e geralmente consistem em 4, 8, 16 ou 32 células dispostas em fileira. Algumas espécies são espinhosas ou apresentam cerdas. A reprodução ocorre por esporos não móveis, denominados auto esporos (BRITANNICA, S/A). Figura 3. Scenedesmus a vista microscópica. Fonte: https://www.istockphoto.com/br/foto/microscopic-organism-chlorophytes-scenedesmus-quadricauda-colonies- gm619765334-108169609 3.4 Pediastrum As microalgas de água doce do Gênero Pediastrum pertencem à divisão Chlorophyta (algas verdes) e formam colônias discóides com as células dispostas em círculos concêntricos, podendo apresentar nas células periféricas incisões ou 1-2-4 apófises (prolongamentos afilados). Encontrado no plâncton de lagos e lagoas ricos em nutrientes. Muitas vezes abundante em lagoas de esgoto, principalmente durante a primavera e o verão. O número de células por colônia varia (2–128), dependendo da espécie. As células jovens são uninucleadas, enquanto as células maduras podem ter até oito núcleos. Durante a reprodução assexuada, o conteúdo celular se divide e forma esporos móveis que se organizam em colônias antes de serem liberados. A reprodução sexual é feita por gametas móveis (BRITANNICA, S/A). Figura 4. Pediastrum a vista microscópica. Fonte: http://protist.i.hosei.ac.jp/PDB/Images/Chlorophyta/Pediastrum/simplex/simplex4c.html 3.5 Diatomácea As diatomáceas são microrganismos eucariontes unicelulares que ocorrem nos mais diversos ambientes úmidos e aquáticos, suspensos na coluna d´água ou aderidos a diversos substratos: macrófitas, rochas, animais, grãos de areia, sedimento. São fotossintetizantes, possuindo clorofilas do tipo A e C, mas algumas poucas espécies são capazes de resistir heterotroficamente a condições de pouca luz e de baixa disponibilidade de matéria orgânica (CAVALCANTE, 2012). A principal característica morfológica das diatomáceas é a parede celular impregnada de sílica (SIO2.nH2O), envolvida por uma fina camada de matéria orgânica, conhecida como frústula. É altamente diferenciada, ornamentada por diferentes tipos de estruturas, e sempre dividida em duas unidades chamadas tecas, as quais se encaixam como duas placas de Petri. A teca maior é conhecida como epiteca (sempre originada da célula mãe), enquanto a menor é chamada hipoteca. Uma variedade de estruturas e projeções ornamentam as frústulas, as quais são a base da taxonomia das diatomáceas (CAVALCANTE, 2012). A motilidade das células das diatomáceas ocorre particularmente nos gametas uniflagelados das cêntricas (únicas células móveis de todo o grupo) e nas formas penadas que possuem sistema de rafe (CAVALCANTE, 2012). Figura 5. Diatomácea a vista microscópica. Fonte: https://www.infoescola.com/biologia/diatomaceas/ 3.6 Navicula O gênero Navicula apresenta um amplo número de espécies, sendo muito encontrado tanto em ambientes continentais quanto marinhos. As células são solitárias, apresentando valvas lanceoladas a lineares, ambas possuem sistema de rafe e as extremidades podem ser abruptas, rostradas ou capitadas(WENGRAT et al, 2007). O nome Navicula deve-se a sua semelhança morfológica a um navio. Pertencem a Ordem Penales por apresentarem frústulas alongadas e simetria bilateral. Provavelmente compreendem o gênero com o maior número de espécies, sendo encontrado inclusive no gelo (WENGRAT et al, 2007). Figura 6. Navicula a vista microscópica. Fonte: https://alchetron.com/Navicula 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a visualização no microscópio, não foi possível concluir a aula prática devido a duração curta da aula, portanto, a professora previamente realizou os testes de turbidez, condutividade e pH da amostra, cujo resultados foram: - Turbidez de 405 NTU; - Condutividade 24,3 ºC 74,8 µs/cm; - pH 5. Sendo assim, a amostra de água apresenta poluentes e presença de microrganismos característicos. Os resultados obtidos nos testes de turbidez, condutividade e medida de pH confirmam que a água não era própria para o consumo (comparação com água potável), e a presença dos microrganismos indica uma grande disponibilidade de matéria orgânica no local da coleta da amostra, sendo um ambiente propicio para seu desenvolvimento. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENTO, A. P. et al. Caracterização da microfauna em estação de tratamento de esgotos do tipo lodos ativados: um instrumento de avaliação e controle do processo. Eng. sanit. ambient. Vol.10 - Nº 4 - out/dez 2005, 329-338. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/esa/v10n4/a09v10n4.pdf. Acesso em 10 de março de 2020. BRITANNICA, E. Pediastrum: Description and Reproduction, S/A. Disponível em: https://www.britannica.com/science/Pediastrum. Acesso em 10 de março de 2020. BRITANNICA, E. Scenedesmus: Description and Importance, S/A. Disponível em: https://www.britannica.com/science/Scenedesmus. Acesso em 10 de março de 2020. CAVALCANTE, K. Diatomáceas – as algas douradas, 2012. Disponível em: https://docs.ufpr.br/~veiga/ficologia/diatomaceas.html. Acesso em 10 de março de 2020. CAVALCANTI, D. L. Potencial biotecnológico de Chlorella vulgaris: aplicação em biocélulas a combustível fotossintética, produção de energia e sequestro de CO2. Recife, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/18531/1/DISSERTA%C3%87%C3%8 3O%20-DAVI%20CAVALCANTI%20certa.pdf. Acesso em 10 de março de 2020. GENÉTICA, G. Ciliados livre-natantes, S/A. Disponível em: https://www.geneticagroup.com/links/ciliados-livre-natantes. Acesso em 10 de março de 2020. PÁGINA da educação. Pediastrum sp. – Microalga de água doce, S/A. Disponível em: https://www.apagina.pt/?aba=7&cat=177&doc=12910&mid=2. Acesso em 10 de março de 2020. RESEARCH, M. W. L. Pediastrum: Colonies have regular structure, S/A. Disponível em: https://www.landcareresearch.co.nz/resources/identification/algae/identification- guide/identify/guide/colonial/green-or-blue-green/organelles-grass-green/regular- structure/pediastrum. Acesso em 10 de março de 2020. WENGRAT, S. et al. Bacillariophyceae do Rio São Francisco Falso, município de Santa Helena, Paraná, Brasil: Navicula. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 2, p. 996-998, jul. 2007.
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