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2003_Teste Ponta a Ponta - SNPTEE2003

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© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 1/12 
 
 
TESTE PONTA A PONTA, NAS PROTEÇÕES DAS LINHAS DE 
TRANSMISSÃO CACHOEIRA PAULISTA-ITAJUBÁ E ITAJUBÁ-
POÇOS DE CALDAS 500KV, SINCRONIZADO POR GPS, 
UTILIZANDO SINAIS TRANSITÓRIOS MODELADOS EM ATP (*) 
 
 
 
Marcelo E. de C. Paulino Roberto C. Lima Geraldo M. Aoun Reginaldo C. de Oliveira 
ADIMARCO FURNAS FURNAS CEMIG 
 
 
 
 
Resumo 
 
 
Este trabalho apresenta os procedimentos adotados na realização dos ensaios ponta a ponta 
envolvendo as linhas de transmissão de 500KV de Cachoeira Paulista-itajubá e Itajubá-Poços de Caldas. 
O pioneirismo do teste deve-se ao fato de o mesmo ter sido realizado envolvendo instalações de duas 
empresas do setor elétrico brasileiro, FURNAS Centrais Elétricas S A e CEMIG, Companhia Energética 
de Minas Gerais. Atestando assim, a capacidade dos procedimentos adotados de envolver equipes, 
configurações de instalações e seqüências de fases diferentes nos dois sistemas testados. Nos sistemas 
de teste foram utilizados equipamentos de teste OMICRON já existentes nas empresas, sincronizados 
com CMGPS. 
 
 
 
Palavras-Chave: 
 
Teste End-to-End, Proteção de Linhas de Transmissão, Teste de Relés, ATP, GPS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(*) Trabalho apresentado no Grupo V – Grupo de Estudo de Proteção, Medição e Controle em Sistemas de Potência, do XVII 
SNPTEE - Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica – Uberlância-MG; 2003. 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 2/12 
1 INTRODUÇÃO 
Os sistemas de proteção de linhas de transmissão dotados de teleproteção são comumente 
estruturados utilizando-se dois relés de distância alocados em cada extremidade e um sistema de 
comunicação entre eles capaz de remover, instantaneamente, uma falta ao longo de toda linha de 
transmissão. 
Dentro dos padrões de teste e comissionamento normalmente aceitos, o procedimento seguido 
para testar a funcionalidade e as características da proteção de distância é o de realizar ensaios nos 
relés individualmente nas duas pontas da linha de transmissão. 
Utilizando-se procedimentos e ferramentas adequadas, como equipamentos de teste 
microprocessados, principalmente depois da introdução de relés eletrônicos multifuncionais, tem-se 
obtidos bons resultados na garantia da atuação desses relés, dentro das características de 
parametrização exigidas. 
Entretanto tal procedimento traz a desvantagem de testar os relés individualmente, ou seja, não 
existe garantia de que todo o sistema de proteção trabalhará em conjunto, apenas partes deste 
sistema. 
Esta desvantagem pode ser superada com a aplicação de um método capaz de testar o sistema 
completo como uma unidade, isto é, testar os relés em cada ponta da linha de transmissão e o link de 
comunicação, com um teste simulando as condições reais de atuação de todo sistema de proteção. 
Este método consiste no teste ponta a ponta, sincronizado por sinais de satélite do sistema de 
posicionamento global (GPS), utilizando sinais transitórios gerados por programas de simulação de 
redes elétricas. 
Os sinais de falta são cuidadosamente selecionados de forma a possibilitar a execução do teste e 
posterior análise das atuações do sistema de proteção atuando como um sistema único, dada a 
aplicação simultânea dos sinais de falta nos relés de proteção nos dois terminais da linha de 
transmissão. 
O pioneirismo do teste apresentado neste trabalho deve-se ao fato de o mesmo ter sido realizado 
envolvendo instalações de duas empresas do setor elétrico brasileiro, FURNAS Centrais Elétricas S A e 
CEMIG, Companhia Energética de Minas Gerais. Atestando assim, a capacidade dos procedimentos 
adotados de envolver equipes, configurações de instalações e seqüências de fases diferentes nos dois 
sistemas testados. 
Os testes foram estruturados com equipamentos de teste OMICRON já existentes nas empresas, 
sincronizados com unidades CMGPS, proporcionando uma saída no tempo especificado pelo usuário. 
Este sinal de clock é usado como referência para partidas simultâneas dos equipamentos de teste nos 
terminais das linhas de transmissão testadas. Assim, foram aplicados arquivos de falta com eventos 
transitórios contendo sinais analógicos secundários de tensões e correntes, gerados pelo programa de 
simulação ATP. Tais arquivos são preparados de forma a possibilitar a injeção simultânea desses sinais 
nos relés dos terminais das linhas de transmissão testadas. 
2 Descrição do Sistema Elétrico. 
2.1 Dados das Linhas de Transmissão. 
Os testes foram realizados para o seccionamento da Linha de Transmissão de 500 KV entre SE 
Cachoeira Paulista-SP e SE Poços de Caldas-MG, ambas de FURNAS, com a entrada em serviço da SE 
Itajubá 3-MG, subestação da CEMIG. 
As linhas de transmissão possuem os seguintes dados: 
 
(1) LT Itajubá - Cachoeira Paulista. 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 3/12 
Linhas de 500 kV, 56 km, circuito simples, 3 cabos 954 KCM por fase, com cabo pára-raios 
convencional 
 
(2) LT Poços de Caldas - Itajubá 
Linha de 500 kV, 142 km, circuito simples, 3 cabos 954 KCM por fase, com cabo pára-raios 
convencional. 
 
 
FIGURA 1 – Configuração do Sistema 
2.2 Proteções Utilizadas 
O sistema de proteção de distância foi configurado utilizando o relé Alstom MiCOM P437, cujas 
principais funções são: 
 
• Característica de trip poligonal ou circular: 6 zonas 
• Esquema de medição completa 
• Trip trifásico ou monofásico 
• 6 zonas independentes e controle de zona estendida 
• Todas as zonas podem ser configuradas para frente, reversamente e não direcional 
• Com ou sem compensação de linha paralela 
• Adequado para linhas com compensação série 
• Filtragem especial para transientes 
• Algoritmo especial para detecção e compensação de saturação do TC 
 
Os esquemas de proteção habilitados no sistema foram: 
 
(1) Esquema de transferência de disparo por sobrealcance permissivo (POTT) 
(2) Esquema de transferência de disparo direto por subalcance (DUTT) 
(3) Religamento Monopolar 
 
A figura 2 mostra o esquema de proteção POTT aplicada ao sistema de proteção. 
 
 
FIGURA 2: Esquema de Proteção 
 
As funções habilitadas no relé foram: 
 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 4/12 
• DIST: Distance Protection 
• PSB : Power Swing Blocking and Tripping 
• MCMON:Measuring Circuit Monitoring 
• BUOC: Back-up Overcurrent 
• PSIG: Protective Signaling 
• SOFT: Switch on-to Fault 
• DTOC: Definite-time Overcurrent 
• IDMT: Invers Definite Min. Time OC 
• GFSC: Ground-Fault (short-circuit) Prot 
• GFSIG : Ground-Fault Signaling 
• V<>: Over/Undervoltage Protection 
• f<>: Over/Underfrquency Protection 
• LOGIC: Programmable Scheme Lconfiguração e PREPARAÇÃO do teste ponta a ponta 
 
Uma forma de verificar a completa funcionalidade de todo esquema de teleproteção é 
promovendo faltas reais na linha, que consomem uma boa quantidade de tempo e custo e não são, 
de nenhuma forma, práticos. 
Utilizando equipamentos de testes digitais sincronizados por sinais de satélite de sistema de 
posicionamento global (GPS) e sinais de tensão e corrente, no domínio do tempo, gerados por 
programas de simulações de transitórios eletromagnéticos como ATP, é possível verificar o 
desempenho do esquema de teleproteção na sua totalidade. 
2.3 Modelagem Arquivos de Falta pelo ATP. 
Os sinais modelados no ATP compreenderam dois grupos de faltas. O primeiro grupo formado por 
faltas internas AN, BN, CN, ABN e ABC, com localização de falta em 10%, 50% e 90% da LT, em 
condição de carga pesada e ângulo de incidência de 90º. 
O segundo grupo formado por faltas externas nas barras de Cachoeira Paulista, Itajubá e Poços de 
Caldas, reproduzindo as mesmas condições de sistema e ângulo de incidência anteriores. 
Para as faltas modeladas foram estabelecidos 250 ms de pré-falta, 100 ms de falta e 50 ms de 
pós-falta. As respostas dos relése sistema testados foram monitoradas pelo sistema de aquisição de 
dados do relé, registro de eventos dos equipamentos OMICRON e por oscilógrafos agregados ao 
sistema de teste. 
Foram estabelecidos limites na geração dos sinais de falta de forma a respeitar os limites do 
hardware dos equipamentos de teste utilizados. Depois de definidos os arquivos de falta, foram 
realizadas simulações em bancada de forma constatar e/ou evitar saturações das fontes do hardware 
do equipamento de teste. 
Foram definidas as seguintes condições para as simulações: 
 
• Cenário : Carga Máxima 
• Faltas : AN, BN, CN, ABN e ABC. 
• Ângulo de incidência: 90º. 
• Resistência de falta: 0 ohms. 
• Faltas internas (1, 2 e 3) 
 - Localização da falta :10%, 50% e 90% 
• Faltas externas.(4 e 5) 
 - Na linha paralela e nas barras 
• Intervalos comuns para todas as faltas: 
- 350 ms de pré-falta 
- 100 ms de falta 
- 50 ms de pós-falta 
• Fechamento sobre falta 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 5/12 
• Weak Infeed 
• Echo 
 
 
FIGURA 3: Localização das faltas. 
2.4 Equipamentos utilizados 
2.4.1 Equipamento de Teste Trifásico CMC156. 
O hardware contem os seguintes elementos: 
 
• Uma seção de geração de sinal que provê doze canais independentes 
• Uma seção de amplificação com três amplificadores de tensão e três de corrente, 
• Uma seção de temporização numérica de alta precisão com dez entradas binárias para 
detecção de seqüência de contatos 
• Uma seção de medição analógica com duas entradas analógicas para a medição de sinais 
de transdutores 
• Quatro relés de saída 
• Circuitaria completa de controle de sistema 
 
A geração de sinais é executada digitalmente (Tecnologia DSP). A conversão D/A de 16-bit resulta 
em um sinal de alta qualidade inclusive para pequenas amplitudes. 
Em adição as seis saídas da seção de amplificação, seis canais independentes com baixo nível de 
sinal estão disponíveis na parte traseira da unidade. Eles podem ser usados para controlar 
amplificadores externos, para aplicações que necessitem mais que três fases de tensões ou correntes. 
Estes canais são utilizados para aplicações que necessitem de correntes, tensões e potências de 
saída maiores que as disponíveis na CMC156, como foi o caso do teste ponta a ponta, com a 
utilização do amplificador de corrente CMA156. 
Do CMC156 foram utilizados os canais analógicos de tensão, além das entradas binárias que 
aquisitaram a resposta do sistema. 
 
 
FIGURA 4: Equipamento de Teste CMC156 
2.4.2 Amplificador de Corrente CMA156. 
O CMA 156 da OMICRON é um amplificador de corrente contendo seis canais independentes de 
corrente, dispostos em dois grupos isolados, A e B. Estes canais podem ser usados 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 6/12 
independentemente das saídas da CMC 156/256. O CMA 156 é conectado ao CMC por meio de um 
cabo de controle no painel traseiro das unidades. As saídas da CMA 156 estão separadas 
galvanicamente das saídas da CMC. As saídas da CMA 156 podem ser conectadas em série ou paralelo 
para se conseguir a potência necessária. 
 
FIGURA 5: AMPLIFICADOR DE CORRENTE CMA156 
2.4.3 Unidade de Sincronização CMGPS OMICRON. 
Quando se realizam testes ponta a ponta dos esquemas de proteção de linhas, são necessárias 
várias partidas simultaneamente. A CMGPS é uma unidade baseada em sincronização GPS que e usada 
com os equipamentos de teste CMC. 
O CMGPS recebe os sinais dos satélites do sistema de posicionamento global (GPS) e proporciona 
uma saída no tempo especificado pelo usuário. Este sinal de clock é usado como entrada de trigger 
para a partida da unidade CMC. O CMGPS foi desenvolvido para cumprir os requisitos de testes de 
campo, porque o receptor de GPS normal tem algumas desvantagens (tamanho, peso, funcionamento 
complicado). 
O CMGPS tipicamente está pronto para operação 5 minutos depois de ativado e emite um pulso 
pôr minuto (1 sinal PPM). O pulso de sincronização pode ser configurado de acordo com a 
necessidade da aplicação. O software que está integrado com os módulos de teste (neste caso 
utilizando o Advanced Transplay) e também provê uma aplicação independente. Isto permite o ajuste 
do primeiro pulso de saída, a freqüência e a polaridade. 
 
 
FIGURA 6: Unidade de Sincronização CMGPS 
 
Dois pulsos de tempo independentes estão disponíveis em conectores separados, em um conector 
de 16 pinos (saída Pulso 1) que está conectado com o equipamento CMC (interface externa) e o outro 
em 2 conectores tipo banana (saída Pulso 2). 
2.5 Parametrização Arquivos de Teste com Advanced Transplay – OMICRON. 
Advanced transplay é uma ferramenta universal para realizar testes com sinais transitórios 
utilizando o sistema CMC da OMICRON. 
Arquivos de sinais transitórios obtidos dos registradores digitais de faltas ou de programas de 
simulação de redes elétricas podem ser carregados, processados e reproduzidos com o Advanced 
Transplay. A resposta do relé que está sendo testado com estes sinais é gravada e avaliada e um 
relatório do teste é gerado. 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 7/12 
O Advanced Transplay aceita os formatos de arquivos COMTRADE (C37.111-1991 e P37.111/D11), PL4 
(formato ASCII para PC) e TRF. Isto facilitou a realização das máscaras de teste, devido à saída em PL4 
dos sinais gerados pelo ATP. 
Para cada falta foram geradas tensões e correntes trifásicas para os dois terminais de linha e o 
software utilizado permitiu a distribuição dos sinais de acordo com cada terminal 
Marcadores foram ajustados para assinalar pontos significantes do oscilograma, tal como o ponto 
de início da falha, partida, disparo, etc. Estes marcadores constituem a base para as medições de 
tempo. 
O Advanced Transplay não só produz sinais de tensão e de corrente como também pode 
reproduzir sinais binários de um registro de faltas via saídas binárias (transistor ou relé) do CMC. Sinais 
binários adicionais (por exemplo, sinais de envio/recebimento de esquemas baseados em 
comunicação) podem ser agregados. A Figura 7 mostra a tela de um teste já realizado com a 
oscilografia do sinal, a simulação de sinais de disjuntores e a respostas das entradas binárias. 
 
 
FIGURA 7: Tela do Software de Teste – ADVANCED TRANSPLAY – OMICRON 
 
A resposta da proteção é medida e avaliada por meio de medições de tempo. Medições de tempo 
absoluto ou relativo são possíveis. 
Medições de tempo absolutas são realizadas determinando-se os intervalos de medição segundo 
os marcadores ajustados sobre a oscilografia, que determinam, por exemplo, os tempos de partida ou 
disparo do relé enquanto o sinal é reproduzido. 
Medições relativas comparam a resposta do relé durante a reprodução do sinal e sua resposta 
original armazenada no registro (referência), ou seja, o operador define os valores esperados e os 
intervalos de tolerância para cada tempo lido. O sistema devolve automaticamente e graficamente 
uma avaliação do ponto testado, conforme mostrado na Figura 8. 
 
 
FIGURA 8: Tela de Medição dos eventos do Relé após o teste – MEDIDA DE TEMPOS 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 8/12 
3 Testes Preliminares. 
Foram realizados testes preliminares a fim de confirmar os procedimentos adotados e validar o 
sistema de teste utilizado. 
Foi montada uma bancada de testes simulando as duas pontas da linha de transmissão, conforme 
a figura 9. 
Os sistemas não possuíam nenhuma conexão entre si. Eram constituídos de dois equipamentos de 
teste CMC156 e dois módulos CMGPS. 
Ambos acionavam um relé com as parametrizações reais da linha Cachoeira Paulista-Itajubá. Para 
efeito de teste foram utilizados um relé MiCOM P437 e um relé SEL321, recebendo sinais de falta 
monofásica C-N, a 10% do comprimento da linha contado a partir do terminal de Cachoeira Paulista. 
 
 
FIGURA 9: Testes preliminares em bancada 
 
As saídas analógicas das duas malas de teste foram aquisitadas por um oscilógrafo, resultando na 
comparação dos tempos de disparo de cada equipamentode teste. 
 
 
FIGURA 10: Sinais de falta F-N 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 9/12 
Os resultados obtidos indicaram um erro médio na sincronização dos disparos de 
aproximadamente 50µs. 
Além do teste de sincronização, foram realizadas aplicações de todos os arquivos de falta 
simulados, de forma a constatar a performance do equipamento de teste utilizado. 
Os testes obtiveram resultados que aprovaram os procedimentos adotados e o sistema utilizado. 
A Figura 10 mostra os sinais de corrente dos dois sistemas aplicados aos relés. 
4 Procedimentos para realização do Teste PONTA A PONTA. 
Como relatado um dos desafios dos testes realizados foi estabelecer a coordenação envolvendo 
equipes de duas companhias, FURNAS Centrais Elétricas S A e CEMIG, Companhia Energética de Minas 
Gerais, e uma empresa prestadora de serviços, a ADIMARCO Representações e Serviços LTDA. 
Outro problema enfrentado foi estabelecer um procedimento único para instalações com 
configurações e seqüências de fase diferente nos dois sistemas testados. Na SE Itajubá (CEMIG) a 
seqüência de fases é ABC e nas SE C Paulista e SE P Caldas (FURNAS) a seqüência de fases é CBA. 
Graças à simplicidade na operação do sistema de teste, estes problemas foram facilmente 
resolvidos, sendo possível sua comprovação antes do teste ponta a ponta, quando da realização dos 
testes preliminares. 
4.1 Configuração das Máscaras de Teste. 
Foram modelados 30 tipos de faltas gerados pelo ATP, em formato PL4. Cada arquivo de falta com 
12 sinais analógicos, 3 tensões e 3 correntes para cada ponta de linha. 
Para cada arquivo de falta foram criadas duas máscaras de teste utilizando-se o software Advanced 
Transplay, para serem utilizadas no teste sincronizado em cada ponta da linha testada. O mesmo 
processo foi repetido para as duas linhas de transmissão testadas. 
De forma a sistematizar o uso desses arquivos foram estabelecidos padrões para identificação de 
cada arquivo. Onde: 
 
• CP: SE Cachoeira Paulista 
• IT: SE Itajubá 
• PC: SE Poços de Caldas 
• SOTF: Switch on-to Fault 
• BF Falhas do Disjuntor 
• ECO: Echo Logic 
• ABC: Faltas trifásicas 
• ABN: Faltas bifásicas 
• AN, BN. CN: Faltas monofásicas 
 
Para a linha de Cachoeira Paulista-Itajubá foi estabelecida a referência na SE C Paulista,ou seja, a 
linha inicia-se em na SE C Paulista (0% LT) e finaliza-se na SE Itajubá (100% LT). Para a linha de 
Itajubá-Poços de Caldas foi estabelecida a referência na SE Itajubá,ou seja, a linha inicia-se em na SE 
Itajubá (0% LT) e finaliza-se na SE P Caldas (100% LT). 
Como exemplo, para uma falta monofásica A-N, a 10% da SE C Paulista, foram criadas duas 
máscaras de teste, cujos rótulos são mostrados a seguir. 
 
CP 10 AN - CP
SE C Paulista
Falta AN
10% LT
LT C Paulista
a Itajubá
a
 
FIGURA 11: Arquivo de Teste utilizado na ponta de Cachoeira Paulista 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 10/12 
4.2 Execução do Teste Ponta a Ponta. 
De posse dos arquivos de teste foram formadas duas equipes, uma em cada ponta da linha de 
transmissão testada. 
O teste foi realizado na proteção principal. Foram conectados ao painel de proteção uma unidade 
de teste CMC156, um amplificador de corrente CMA156 e a unidade de sincronização CMGPS, 
conforme mostrado na Figura 12. 
 
 
FIGURA 12: Sistema de teste OMICRON conectado ao painel de proteção. 
 
A supervisão dos sinais digitais da resposta do sistema de proteção foi realizada pelo CMC156 
através das 10 entradas digitais, coletando os seguintes eventos: 
 
• TRIP A: Trip na fase A 
• TRIP B: Trip na fase B 
• TRIP C: Trip na fase B 
• R PSIG: Recepção de PSIG 
• T PSIG: Transmissão de PSIG 
• R GSCSG: Recepção de GSCSG 
• T GSCSG: Transmissão de GSCSG 
• RTT A: Recepção de Transfer Trip fase A 
• RTT B: Recepção de Transfer Trip fase B 
• RTT C: Recepção de Transfer Trip fase C 
 
Com o objetivo de confirmar os eventos e a supervisão, foi conectado ao sistema de teste um 
oscilógrafo, aquisitando os eventos acima e acrescentando os seguintes eventos: 
 
• FALHA CANAL 1 
• FALHA CANAL 2 
• DISJ 1A: Disjuntor 1 fase A 
• DISJ 1B: Disjuntor 1 fase B 
• DISJ 1C: Disjuntor 1 fase C 
• DISJ 2A: Disjuntor 2 fase A 
• DISJ 2B: Disjuntor 2 fase B 
• DISJ 2C: Disjuntor 2 fase C 
 
Com o sistema de teste conectado ao painel de proteção, foi inicializado o software Advanced 
Transplay e carregada a máscara de teste previamente preparada. Depois de carregado o arquivo de 
falta, seguindo uma ordem pré-estabelecida, foi inicializado o software CMGPS, aguardando Locking, 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 11/12 
ou seja, o estabelecimento da conexão da unidade de sincronização com os satélites do GPS. Este 
intervalo de tempo não ultrapassou 5 minutos. 
Usando uma linha telefônica para estabelecer o contato entre as duas equipes, foi definido o 
horário para o disparo da falta no sistema. 
Após o teste, os resultados foram facilmente monitorados pela tela do software de teste. 
 
 
 
FIGURA 13: Esquema da configuração do teste Ponta a Ponta. 
4.3 Resultados 
 
Na execução dos 60 casos simulados pode-se analisar a atuação dos componentes do sistema de 
proteção testado. Dentre outros, foram observados os seguintes problemas: 
 
(1) Erro no faseamento do sinal de transferência de disparo monopolar. Dada a falta em uma fase, 
ocorria a recepção de sinal de disparo para outra fase. 
 
(2) Erro de projeto na fiação da bobina de corrente residual do relé. Foi constatado o disparo da 
proteção para faltas monofásicas externas na barra. 
 
(3) A lógica de religamento não funcionava como projetado. 
5 Conclusões 
 
O método apresentado oferece novas possibilidades para teste de proteção e poderá desempenhar 
um papel importante no que diz respeito a temas como análise à distância para atendimento a 
clientes ou testes integrados entre empresas fornecedoras e consumidores de energia elétrica. 
Com os métodos tradicionais um teste dessa complexidade pode durar várias horas de trabalho 
intensivo de diversos especialistas, em ambos os locais de teste, pois relés de proteção digitais trazem 
benefícios significativos em todos os aspectos dos sistemas de potência, porém eles requerem maior 
 
 
© Eng. Marcelo Paulino março de 2005 12/12 
sofisticação das instalações e principalmente uma qualificação diferenciada dos profissionais 
envolvidos nas várias etapas do projeto até a manutenção destes sistemas 
Isto posto, é exigida das equipes envolvidas uma qualificação superior abrangendo noções de 
sistemas de potência, de parametrização de relés, de operação de software dedicado. 
Com os procedimentos adotados torna-se possível que especialistas possam dar apoio a equipes 
de teste sem a necessidade de sua presença física no local do teste, pois a metodologia e 
procedimentos de teste podem ser facilmente executados pelas equipes locais. 
O teste isolado de equipamentos, instalações, painéis e sistemas de comunicação comprovam sua 
validade e performance separadamente. Entretanto, com a injeção de faltas simuladas no sistema de 
proteção como um todo, cria-se a oportunidade de testar por completo o esquema de proteção. 
Pode-se testar, por exemplo, a integração dos sistemas de teleproteção, religamento monopolar, 
dentre outros. Além disso, o procedimento de teste criado poder ser utilizado para testes 
convencionais de rotina. 
Dentre outras vantagens observadas, destacamos: 
 
1) A performance dos relés, bem como as lógicas de teleproteção são verificadas. 
2) Simplicidade na realização dos testes, com número reduzido de conexões no painel 
3) Os testes foram realizados com equipamentos convencionais já existentes nas empresas. 
4) Toda a preparação foi feita off line, no escritório. 
5) O teste foi realizado na fração do tempo que seria necessário para o teste convencional. 
6) O procedimento de teste criado pode ser utilizado para testes convencionais de rotina. De 
posse dos resultados obtidos nos teste de comissionamento, tem-seos valores reais das 
atuações do sistema de proteção. Tais valores podem ser incorporados aos procedimentos de 
teste promovendo uma avaliação rápida e confiável da performance do sistema. 
7) A análise detalhada mediante a injeção de uma falta no sistema pode ser realizada 
imediatamente após os testes, promovendo imediata correção das não conformidades 
encontradas. O processo pode ser facilmente repetido até a obtenção do resultado desejado. 
6 Referências Bibliográficas 
[1] OMICRON electronics; CMC software User manual V1.5 – APROT.AE.3; July 2001; 
[2] IEEE Standard C37.90.111 (1991); Common Format for Transient Data Exchange (COMTRADE); 
 
 
 
Sobre o Autor: 
Marcelo Paulino é gerente do Departamento técnico-comercial da Adimarco Representações e Serviços LTDA. Graduou-se 
como Engenheiro Eletricista na Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFEI). Possui larga experiência em engenharia de 
sistemas de potência, particularmente na área de Testes e Ensaios em Equipamentos Elétricos. Atua no contato direto com 
clientes no fornecimento de equipamentos, pós-venda e treinamento. Também responsável pela preparação, projeto e 
execução de prestação de serviço na área de teste de proteção e equipamentos de sistemas elétricos de Usinas e 
Subestações de 500/345/138/13,8 KV. Instrutor convidado do Curso de Especialização em Proteção de Sistemas Elétricos 
CEPSE (UNIFEI-SEL-FUPAI) em 2004. Atuou como instrutor externo na Fundação de Pesquisa e Assessoramento a Industria 
– FUPAI. Membro do IEEE.

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