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3. Cadeia de Evolução dos Dados e Informações Dado, informação, conhecimento e sabedoria constituem a cadeia de evolução de dados e informações. Na verdade, quando falamos sobre “dados” estamos nos referindo à base da matéria-prima necessária para conseguir o que todas as organizações desejam: utilizar o conhecimento das informações para tomar decisões ágeis e corretas. A cadeia de evolução de dados e informações representa a transformação gradual e progressiva sobre o uso de dados e informações. Também serve como modelo para descobrir em que nível dessa cadeia as informações de mais alto valor estratégico são utilizadas, possibilitando, desta forma, estabelecer ações para melhorar o nível da maturidade de dados e informações. DADOS São a base de todo o processo de geração da sabedoria organizacional e o primeiro estágio a ser atingido. Eles representam fatos por meio de um conjunto de caracteres primitivos e isolados, geralmente representados através de textos, números, imagens, sons ou vídeos. Os dados não possuem qualquer significado relevante dentro de um contexto de negócio (dados sem contexto). METADADOS Representam os significados dos dados. Estes significados correspondem tanto ao conteúdo técnico do dado, obtido por: • informações sobre estrutura, formato, tamanho e restrições (metadados técnicos); e • informações sobre definições, conceito, relevância e regras de negócio dos dados envolvidos (metadados de negócio). • INFORMAÇÕES Correspondem aos dados processados com algum significado. As informações são geradas e obtidas nos sistemas de processamento de transações e sistemas de apoio à decisão, reduzindo a incerteza sobre alguma coisa, estado ou evento. Quando os metadados são utilizados para leitura e interpretação dos dados, a cadeia de evolução do dado já mudou de estágio, ou seja, já está no nível da informação. CONHECIMENTO Corresponde ao processamento das informações com significados, premissas, padrões de comportamento, tendências e valores agregados a partir de um conjunto de regras de manipulação e características dessas informações. São o subsídio para soluções de problemas e tomadas de decisão. Atualmente, é impossível imaginar a evolução para este estágio da cadeia sem os sistemas de apoio à decisão e as aplicações de inteligência analítica. SABEDORIA É a utilização do conhecimento com efetividade. Apesar das aplicações de inteligência analítica já serem uma realidade dentro do mercado, fornecendo condições para a organização atingir o estágio anterior, muitas organizações que possuem estes subsídios desejam a “sabedoria”, mas não a conseguem. Parte deste fracasso está na confiabilidade dos dados, que não foram bem geridos no decorrer da evolução da cadeia e a outra parte na falta de habilidade dos profissionais em extrair as informações e utilizá-las de forma vantajosa. Algumas referências sobre Gestão de Dados, incluindo o guia DAMA-DMBOK©, não descrevem e não reconhecem a sabedoria como último estágio dessa cadeia, justamente pelo fato dela, em grande parte, depender da competência humana para atingir este estágio. Na imagem abaixo, observe um exemplo dessa cadeia: 3.1. Organização da Informação na Administração Pública Federal - APF É sabido que os órgãos públicos geram muitos dados e informações. Cobram taxas e impostos, constroem estradas, abastecem hospitais, pagam benefícios e cancelam permissões de motoristas, essas ações são sustentadas pelo primeiro item: a cobrança de impostos. Poderíamos, então, dizer que a função do Estado é cobrar impostos e executar ações com esse dinheiro. Mas, para todas as ações, desde a cobrança de impostos, o insumo básico é informação. Isso ocorre desde a renda declarada e da renda verificada até a ocorrência de multas que justificarão, por exemplo, o cancelamento da carteira de motorista. O governo é uma instituição de informações. Ele consome informações (renda, salários, bens, ocorrência de doenças, estoque de remédios, idade de pensionistas, multas de trânsito, etc.) e produz informações (imposto devido, necessidade de reposição de medicamentos, valores de pensões devidas, carteiras a serem canceladas). Seu desempenho, em todas as áreas, está ligado a essas informações. Com isso, a APF, diante de um cenário em que existe uma elevada geração de dados registrados em diversas bases sem integração e compartilhamento promoveu a criação de instrumentos normativos e adoção de soluções tecnológicas visando: • Criar um ambiente de integração para simplificar a oferta de serviços públicos. • Subsidiar e otimizar a formulação, a implementação, a avaliação e o monitoramento de políticas públicas. • Possibilitar a análise de condições para acesso a benefícios sociais e sua respectiva manutenção. • Fomentar a melhoria da qualidade e da fidedignidade dos dados custodiados pelo governo. Neste contexto, podemos destacar a publicação do Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019 e a criação da Plataforma de Interoperabilidade do Governo Federal - ConectaGov. Essas duas ações do governo fomentaram mecanismos de compartilhamento de dados e a possibilidade de interoperabilidade entre sistemas de governo, com garantia de requisitos de segurança necessários e suficientes para prover a disponibilidade, a integridade, a autenticidade e a confidencialidade dos dados. Posto isso, considerando os objetivos da Governança de Dados, destacamos os instrumentos listados na tabela abaixo como sendo mecanismos de Governança de Dados do governo federal que visam promover o valor dos dados como ativos estratégicos e subsidiar o processo de transformação digital: INSTRUMENTO FINALIDADE Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017 Definiu que os cidadãos brasileiros não precisam mais apresentar a órgãos públicos documentos, atestados ou certidões que já estejam de posse da Administração Pública Federal. São os órgãos que devem integrar as bases de dados e compartilhar essas informações. Esse compartilhamento pode ser feito de forma automatizada, sem intervenção humana, por meio de uma API – Application Programming Interface, uma forma padronizada de conexão e troca de informações entre diferentes sistemas de diferentes órgãos. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89906&displayformat=dictionary Decreto nº 8.638, de 15 de janeiro de 2016 Institui a Política de Governança Digital no âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Decreto nº 8.777, de 11 de maio de 2016 Institui a Política de Dados Abertos do Poder Executivo Federal. Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019 Dispõe sobre o compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública Federal e institui o Cadastro base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de Dados. Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016 Institui a Plataforma de Cidadania Digital e dispõe sobre a oferta dos serviços públicos digitais no âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Decreto nº 9.094, de 17 de julho de 2017 Dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços públicos. Institui o Cadastro de Pessoas Físicas - CPF como instrumento suficiente e substitutivo para a apresentação de dados do cidadão no exercício de obrigações e direitos e na obtenção de benefícios. Ratifica a dispensa do reconhecimento de firma e da autenticação em documentos produzidos no país. Institui a Carta de Serviços ao Usuário. Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017 Dispõe sobre a políticade governança da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. Decreto nº 9.723, de 11 de março de 2019 Altera o Decreto nº 9.094, de 17 de julho de 2017, o Decreto nº 8.936, de 19 de dezembro de 2016, e o Decreto nº 9.492, de 5 setembro de 2018, para instituir o Cadastro de Pessoas Físicas - CPF como instrumento suficiente e substitutivo da apresentação de outros documentos do cidadão no exercício de obrigações e direitos ou na obtenção de benefícios e regulamentar dispositivos da Lei nº 13.460, de 26 de junho de 2017. Decreto nº 9.929, de 22 de julho de 2019 Dispõe sobre o Sistema Nacional de Informações de Registro Civil - Sirc e sobre o seu comitê gestor. Portaria STI/MP nº 58, de 23 de dezembro de 2016 Dispõe sobre procedimentos complementares para o compartilhamento de bases de dados oficiais entre órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União. Em decorrência da publicação desses instrumentos, principalmente do Decreto nº 8.638/2016 e do Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019, foram desenvolvidas as soluções tecnológicas, com suas respectivas finalidades, apresentadas no quadro a seguir: SOLUÇÃO FINALIDADE PLATAFORMA GOVDATA Disponibiliza infraestrutura de Data Lake, que permite a hospedagem e o cruzamento de grandes volumes de dados provenientes de várias bases dados de órgãos da Administração Pública Federal - APF. Nesse ambiente, é possível compartilhar informações entre órgãos, mantendo o sigilo e confidencialidade daqueles dados que são de uso exclusivo. https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89904&displayformat=dictionary https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89904&displayformat=dictionary https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89904&displayformat=dictionary https://www.govdata.gov.br/ PLATAFORMA CONECTAGOV Plataforma de Interoperabilidade do governo federal. Uma infraestrutura tecnológica que propicia: • A integração de serviços públicos. • O compartilhamento de informações e mediação de aplicações. • A governança dos ativos e processos de integração. • Modelo simplificado de consumo de API's. ACESSO ÚNICO Ferramenta de autenticação para integrar os dados de cadastro dispersos na Administração Pública Federal. PORTAL GOV.BR O Gov.br é um projeto de unificação dos canais digitais do governo federal que, até dezembro de 2020, vai reunir os serviços públicos ofertados para o cidadão e informações sobre a atuação de todas as áreas do governo em um só lugar. Saiba Mais! Base de Dados Oficiais - As bases de dados do governo federal representam o conjunto de dados ou informações coletadas a partir de vários sistemas de governo, independente de formato, tecnologia ou tamanho; sendo o principal ativo de valor no que concerne ao processo de conhecimento das ações de governo e de insumos para a formulação de políticas públicas. 3.2. A Informação de Qualidade Os dados são um ativo valioso e devem ser gerenciados conforme são transferidos em uma organização. À medida que as fontes de informações estão se tornando mais numerosas e diversificadas e as iniciativas de conformidade regulatória mais direcionadas, existe a necessidade de integrar e acessar informações dessas fontes diferentes de forma consistente, confiável e reutilizável. A informação de qualidade deriva de dados qualificados, característica essencial que determina a confiabilidade dos dados para a tomada de decisões. Sendo o governo uma organização de informações, seus resultados estão ligados às suas informações e à qualidade dessas. Exemplo: Se o índice de erro no controle de estoque de medicamentos subir muito, não apenas o governo irá gastar no que não precisa, como poderá deixar a população sem atendimento médico adequado. A qualidade da informação inclui atualização, completude, detalhes, etc. 3.3. Legislação Correlata O uso da informação no âmbito do governo federal é regulamentado por vários instrumentos normativos. O mais recente é a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018), entre outras produzidas na medida em que a implementação de novos conceitos e tecnologias são agregados com a finalidade de aumentar a efetividade das políticas públicas, bem como ampliar a oferta e digitalização de serviços públicos da Administração Pública Federal. https://catalogo.conecta.gov.br/conectagov/ https://catalogo.conecta.gov.br/conectagov/ https://sso.acesso.gov.br/login?client_id=acesso.gov.br https://www.gov.br/pt-br https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89906&displayformat=dictionary Destaca-se, dentre esses instrumentos normativos, o Decreto nº 8.789, de 29 de junho de 2016, que dispõe sobre o compartilhamento de bases de dados na Administração Pública Federal; e a Portaria STI/MP nº 58, de 23 de dezembro de 2016, que dispõe sobre procedimentos complementares para o compartilhamento de bases de dados oficiais entre órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União. Esses dois instrumentos têm o objetivo de estabelecer os fundamentos legais para o compartilhamento de bases de dados oficiais entre órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, visando: • Prover mecanismos para simplificar a oferta de serviços públicos. • Subsidiar e otimizar a formulação, a implementação, a avaliação e o monitoramento de políticas públicas; possibilitar a análise de condições para acesso a benefícios sociais e sua respectiva manutenção. • Fomentar a melhoria da qualidade e da fidedignidade dos dados custodiados pelo governo por meio de mecanismos de compartilhamento de dados que garantam a confiabilidade das informações, sua interoperabilidade e os requisitos de segurança da informação e comunicações necessários e suficientes para prover a disponibilidade, a integridade, a autenticidade e a confidencialidade. 2.6 Diferentes tipos de dados têm diferentes requisitos de ciclo de vida O gerenciamento de dados se torna mais complicado pelo fato de diferentes tipos de dados apresentarem requisitos diferentes de gerenciamento do ciclo de vida. Os dados podem ser classificados conforme: • função que servem (por exemplo, dados transacionais, dados de referência, dados mestre, metadados; alternativamente, dados de categoria, dados de recursos, dados de eventos, dados detalhados de transações); • conteúdo (domínios de dados, áreas de conhecimento); • formato ou nível de proteção exigido pelos dados; e • forma e onde são armazenados ou acessados. Como diferentes tipos de dados têm requisitos diferentes, eles estão associados a riscos diferentes e desempenham papéis diferentes dentro de uma organização. A maioria das ferramentas de gerenciamento de dados estão focadas nos aspectos de classificação e controle. Por exemplo, os Dados Mestre têm usos diferentes e, consequentemente, requisitos de gerenciamento diferentes dos dados transacionais. Como variados tipos de dados têm requisitos diferentes, eles estão associados a riscos distintos e desempenham papéis diferentes dentro de uma organização. A maioria das ferramentas de gerenciamento de dados estão focadas nos aspectos de classificação e controle. Por exemplo, os Dados Mestre têm usos discrepantes e, consequentemente, requisitos de gerenciamento desiguais dos dados transacionais. O quadro a seguir, apresenta a análise sobre as fases do ciclo de vida dos dados, considerando a Lei nº 13.709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89906&displayformat=dictionary CICLO DE VIDA DOS DADOS Fase do Ciclo Antes da LGPD Com a LGPD Coleta Os dadospessoais são coletados indiscriminadamente. Os dados pessoais coletados devem obedecer ao princípio da necessidade e da finalidade. Processamento Os dados podem ser processados sem um tratamento específico. O processamento de dados só poderá ser realizado se o tratamento estiver enquadrado no Art. 7º da LGPD. Análise A análise de dados é feita para entender o mercado, conhecer o perfil das pessoas e definir estratégias para oferecer bens e serviços para o público-alvo. A análise dos dados deve levar em consideração a finalidade da coleta. Devem ser obedecidos os princípios de tratamento com propósito legítimo específico e explicito. Compartilhamento Os dados pessoais são compartilhados sem a necessidade do consentimento de seus titulares. O compartilhamento de dados deve ser consentido pelos seus titulares* *Ver Inciso II do Art. 3º do Decreto nº 10.046/2019. Armazenamento Os dados pessoais são armazenados e mantidos por tempo indeterminado. Os dados pessoais devem ser armazenados e mantidos por prazos definidos, ou seja, até que a finalidade seja alcançada ou deixem de ser necessários ou pertinentes ao alcance da finalidade. Reutilização Os dados pessoais são reutilizados sem a necessidade de consentimento de seus titulares. Um novo consentimento deve ser solicitado sempre que houver mudança de finalidade. Eliminação Os dados pessoais são mantidos sem a obrigatoriedade de serem eliminados. Os dados pessoais devem ser eliminados após o término de seu tratamento. A depender do objetivo da coleta do dado, segue-se um ciclo de vida. Após o finalizado o objetivo de coleta de dados, os trabalhos devem continuar sobre os dados produzidos, a fim de que eles sejam reutilizados após análises, citações e atualizações. Dessa forma, existe a possibilidade de reutilização dos dados para outros fins, que seja até para alimentar sistemas que compõem um ecossistema relacionado a uma política pública ou de pesquisas estatísticas para fins de planejamento de outras políticas para atendimento de demandas de interesse da sociedade. 2.7 Os metadados devem ser gerenciados como parte do ciclo de vida dos dados. Existe uma atenção especial dos profissionais de gerenciamento de dados em relação aos metadados porque sabem da sua importância no processo de gestão de dados. No entanto, é um fato que estes profissionais se limitam em utilizar o termo Metadados ao se direcionar à Alta Administração, visto que essa gestão deve ser transparente aos usuários/consumidores e bastante eficiente no contexto técnico. Os metadados incluem uma variedade de informações que permitem às pessoas entender dados e os sistemas que os contêm. Os metadados descrevem quais dados uma organização possui, o que representa, como é classificado, sua origem, sua interoperabilidade dentro da organização, como evolui por meio do uso, quem pode ou não acessá-los e se são de alta qualidade. O desafio não é evidenciar a importância dos metadados para gerenciá-los, mas a forma de ser gerenciados como tal. As organizações que não gerenciam bem seus dados geralmente não gerenciam seus metadados. A resposta para esse desafio é que o gerenciamento de metadados geralmente fornece um ponto de partida para melhorias no gerenciamento de dados em geral. 2.8 O gerenciamento de dados geralmente é confundido com o gerenciamento de tecnologia da informação Como quase todos os dados atuais são armazenados eletronicamente, o gerenciamento de dados está intimamente ligado ao gerenciamento de tecnologia. Eles precisam ser vistos em relação um ao outro, porque as decisões sobre a tecnologia afetam muitas facetas de como os dados são gerenciados. Observe que: • O gerenciamento de dados se concentra em garantir que os dados em si sejam utilizáveis e confiáveis; e • O gerenciamento de tecnologia se concentra na criação e manutenção de infraestrutura, sistemas e aplicações. Os dois estão fundamentalmente conectados pelo fato de que sistemas e aplicações automatizam processos de negócios que coletam ou criam dados e diferentes opções tecnológicas impõem restrições diferentes aos próprios dados. Os requisitos de gerenciamento de dados e gerenciamento de tecnologia devem estar enraizados nos processos de negócios que criam ou usam dados e nas necessidades das pessoas e processos que consomem dados. Em muitas organizações, existe uma tensão contínua entre o desejo de construir novas tecnologias e o desejo de ter dados mais confiáveis - como se os dois se opusessem um ao outro, em vez de precisarem um do outro. O gerenciamento bem-sucedido de dados requer decisões sólidas sobre tecnologia, mas gerenciar tecnologia não é o mesmo que gerenciar dados. As organizações precisam entender o impacto da tecnologia nos dados, para impedir que a tentação tecnológica direcione suas decisões sobre os dados. Em vez disso, os requisitos de dados alinhados à estratégia de negócios devem orientar as decisões sobre tecnologia. 2.9 O que o gerenciamento de dados requer O gerenciamento de dados é multifuncional e requer habilidades e uma perspectiva corporativa. Vamos conhecê-las. Habilidades O gerenciamento de dados envolve um conjunto de processos interconectados alinhados ao ciclo de vida dos dados. Embora muitas organizações vejam o gerenciamento de dados como uma função de tecnologia da informação, na verdade, requer uma ampla gama de pessoas com um conjunto diversificado de habilidades trabalhando em diferentes partes de uma organização. O gerenciamento de dados é um processo complexo porque é executado em toda a organização. Os dados são gerenciados em diferentes locais da organização por equipes que são responsáveis por diferentes fases do ciclo de vida dos dados. O gerenciamento de dados requer: • Habilidades de processos de negócios para entender e planejar a criação de dados confiáveis. • Habilidades de design para planejar sistemas nos quais os dados serão armazenados ou usados. • Habilidades altamente técnicas para administrar hardware e criar software onde os dados são mantidos. • Habilidades de análise de dados para entender questões e problemas descobertos nos dados. • Habilidades analíticas para interpretar dados e aplicá-los a novos problemas. • Habilidades linguísticas para trazer consenso às definições e modelos para que as pessoas possam entender dados. • Pensamento estratégico para visualizar oportunidades de uso de dados para atender usuários/consumidores e atingir metas. O desafio é fazer com que as pessoas com esse rol de habilidades e perspectivas reconheçam como as peças se encaixam e como o trabalho delas são transversais com o trabalho de outras partes da organização, para que elas colaborem com sucesso e alcancem objetivos comuns. Uma perspectiva corporativa A maioria das organizações divide o trabalho por unidades ou funções de negócios, cada uma das quais pode desenvolver suas próprias aplicações para executar seu trabalho. Como os dados geralmente são vistos simplesmente como subprodutos de processos operacionais, nem sempre são planejados para além da necessidade imediata. Pode até não ser reconhecido como algo que outras pessoas e processos utilizam. A menos que os padrões de dados corporativos sejam estabelecidos e aplicados, haverá diferenças na forma como os dados são definidos e criados em diferentes áreas. Por exemplo, considere algo aparentemente simples como um Número de Segurança Social (Social Security Number - SSN), um identificador americano para indivíduos. Se uma aplicação captura o SSN como um valor numérico e outro a captura em um campo de texto, os dados do SSN serão formatados de maneira diferente. Isso pode resultar em problemas como a eliminação de zeros à esquerda nos SSNs. Diferenças de formatação, diferenças na granularidade dos dados e diferenças sobre quais atributos são obrigatórios para capturar - todas essas diferenças apresentam obstáculos à integraçãode dados de diversas aplicações. Os obstáculos à integração limitam o valor que uma organização pode obter com seus dados. As organizações que veem os dados como um produto que eles criam ou compram tomarão melhores decisões sobre como gerenciá-los ao longo de seu ciclo de vida. Essas decisões exigem o reconhecimento de: • As formas como os dados conectam processos de negócios que, de outra forma, poderiam ser vistos como separados. • A relação entre processos de negócios e a tecnologia que os suporta. • O design e a arquitetura dos sistemas e os dados que eles produzem e armazenam. • As maneiras pelas quais os dados podem ser usados para avançar a estratégia organizacional. Planejar dados melhores requer uma abordagem estratégica da arquitetura, modelagem e outras funções de design. Também depende da colaboração estratégica entre os negócios e a liderança de TI. E, é claro, exige a capacidade de executar efetivamente em projetos individuais. O desafio é que geralmente existem pressões organizacionais, bem como as constantes pressões de tempo e dinheiro, que atrapalham o planejamento. As organizações devem equilibrar as metas de longo e curto prazo à medida que executam sua estratégia. Ter clareza sobre as compensações leva a melhores decisões. O que você precisa saber: • Os dados são um ativo valioso, mas também representam risco. Uma organização pode começar a entender o valor de seus dados reconhecendo os custos de dados de baixa qualidade e os benefícios de dados de alta qualidade. • Os dados têm características únicas que dificultam o gerenciamento. • A melhor abordagem para enfrentar esses desafios é gerenciar dados em todo o seu ciclo de vida e adotar uma perspectiva corporativa. • A falha no gerenciamento do ciclo de vida dos dados é cara, embora muitos custos estejam ocultos. • O gerenciamento de dados em todo o ciclo de vida requer planejamento, habilidade e trabalho em equipe.
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