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3. Cadeia de Evolução dos Dados e Informações 
Dado, informação, conhecimento e sabedoria constituem a cadeia de evolução de dados e 
informações. Na verdade, quando falamos sobre “dados” estamos nos referindo à base da 
matéria-prima necessária para conseguir o que todas as organizações desejam: utilizar o 
conhecimento das informações para tomar decisões ágeis e corretas. 
A cadeia de evolução de dados e informações representa a transformação gradual e 
progressiva sobre o uso de dados e informações. Também serve como modelo para 
descobrir em que nível dessa cadeia as informações de mais alto valor estratégico são 
utilizadas, possibilitando, desta forma, estabelecer ações para melhorar o nível da 
maturidade de dados e informações. 
DADOS 
São a base de todo o processo de geração da sabedoria organizacional e o primeiro 
estágio a ser atingido. Eles representam fatos por meio de um conjunto de caracteres 
primitivos e isolados, geralmente representados através de textos, números, imagens, 
sons ou vídeos. Os dados não possuem qualquer significado relevante dentro de um 
contexto de negócio (dados sem contexto). 
 
METADADOS 
Representam os significados dos dados. Estes significados correspondem tanto ao 
conteúdo técnico do dado, obtido por: 
• informações sobre estrutura, formato, tamanho e restrições (metadados técnicos); 
e 
• informações sobre definições, conceito, relevância e regras de negócio dos dados 
envolvidos (metadados de negócio). 
• 
INFORMAÇÕES 
Correspondem aos dados processados com algum significado. As informações são 
geradas e obtidas nos sistemas de processamento de transações e sistemas de apoio à 
decisão, reduzindo a incerteza sobre alguma coisa, estado ou evento. 
Quando os metadados são utilizados para leitura e interpretação dos dados, a cadeia de 
evolução do dado já mudou de estágio, ou seja, já está no nível da informação. 
 
CONHECIMENTO 
Corresponde ao processamento das informações com significados, premissas, padrões de 
comportamento, tendências e valores agregados a partir de um conjunto de regras de 
manipulação e características dessas informações. 
São o subsídio para soluções de problemas e tomadas de decisão. 
Atualmente, é impossível imaginar a evolução para este estágio da cadeia sem os 
sistemas de apoio à decisão e as aplicações de inteligência analítica. 
 
SABEDORIA 
É a utilização do conhecimento com efetividade. 
Apesar das aplicações de inteligência analítica já serem uma realidade dentro do mercado, 
fornecendo condições para a organização atingir o estágio anterior, muitas organizações 
que possuem estes subsídios desejam a “sabedoria”, mas não a conseguem. Parte deste 
fracasso está na confiabilidade dos dados, que não foram bem geridos no decorrer da 
evolução da cadeia e a outra parte na falta de habilidade dos profissionais em extrair as 
informações e utilizá-las de forma vantajosa. 
 
 
Algumas referências sobre Gestão de Dados, incluindo o guia DAMA-DMBOK©, não 
descrevem e não reconhecem a sabedoria como último estágio dessa cadeia, justamente 
pelo fato dela, em grande parte, depender da competência humana para atingir este 
estágio. 
 
Na imagem abaixo, observe um exemplo dessa cadeia: 
 
3.1. Organização da Informação na Administração Pública Federal - APF 
É sabido que os órgãos públicos geram muitos dados e informações. Cobram taxas e 
impostos, constroem estradas, abastecem hospitais, pagam benefícios e cancelam 
permissões de motoristas, essas ações são sustentadas pelo primeiro item: a cobrança de 
impostos. Poderíamos, então, dizer que a função do Estado é cobrar impostos e executar 
ações com esse dinheiro. Mas, para todas as ações, desde a cobrança de impostos, o 
insumo básico é informação. Isso ocorre desde a renda declarada e da renda verificada 
até a ocorrência de multas que justificarão, por exemplo, o cancelamento da carteira de 
motorista. 
O governo é uma instituição de informações. Ele consome informações (renda, salários, 
bens, ocorrência de doenças, estoque de remédios, idade de pensionistas, multas de 
trânsito, etc.) e produz informações (imposto devido, necessidade de reposição de 
medicamentos, valores de pensões devidas, carteiras a serem canceladas). Seu 
desempenho, em todas as áreas, está ligado a essas informações. 
Com isso, a APF, diante de um cenário em que existe uma elevada geração de dados 
registrados em diversas bases sem integração e compartilhamento promoveu a criação de 
instrumentos normativos e adoção de soluções tecnológicas visando: 
• Criar um ambiente de integração para simplificar a oferta de serviços públicos. 
• Subsidiar e otimizar a formulação, a implementação, a avaliação e o 
monitoramento de políticas públicas. 
• Possibilitar a análise de condições para acesso a benefícios sociais e sua 
respectiva manutenção. 
• Fomentar a melhoria da qualidade e da fidedignidade dos dados custodiados pelo 
governo. 
Neste contexto, podemos destacar a publicação do Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 
2019 e a criação da Plataforma de Interoperabilidade do Governo Federal - ConectaGov. 
Essas duas ações do governo fomentaram mecanismos de compartilhamento de dados e 
a possibilidade de interoperabilidade entre sistemas de governo, com garantia de 
requisitos de segurança necessários e suficientes para prover a disponibilidade, a 
integridade, a autenticidade e a confidencialidade dos dados. 
Posto isso, considerando os objetivos da Governança de Dados, destacamos os 
instrumentos listados na tabela abaixo como sendo mecanismos de Governança de Dados 
do governo federal que visam promover o valor dos dados como ativos estratégicos e 
subsidiar o processo de transformação digital: 
 
INSTRUMENTO FINALIDADE 
Lei nº 12.527, de 18 de 
novembro de 2011 
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º, no inciso II do § 3º 
do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. 
Lei nº 13.460, de 26 de 
junho de 2017 
Definiu que os cidadãos brasileiros não precisam mais apresentar a órgãos públicos 
documentos, atestados ou certidões que já estejam de posse da Administração 
Pública Federal. São os órgãos que devem integrar as bases de dados e compartilhar 
essas informações. Esse compartilhamento pode ser feito de forma automatizada, 
sem intervenção humana, por meio de uma API – Application Programming Interface, 
uma forma padronizada de conexão e troca de informações entre diferentes sistemas 
de diferentes órgãos. 
Lei nº 13.709, de 14 de 
agosto de 2018 
Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). 
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89906&displayformat=dictionary
Decreto nº 8.638, de 15 
de janeiro de 2016 
Institui a Política de Governança Digital no âmbito dos órgãos e das entidades da 
Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional. 
Decreto nº 8.777, de 11 
de maio de 2016 
Institui a Política de Dados Abertos do Poder Executivo Federal. 
Decreto nº 10.046, de 9 
de outubro de 2019 
Dispõe sobre o compartilhamento de dados no âmbito da Administração Pública 
Federal e institui o Cadastro base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de 
Dados. 
Decreto nº 8.936, de 19 
de dezembro de 2016 
Institui a Plataforma de Cidadania Digital e dispõe sobre a oferta dos serviços públicos 
digitais no âmbito dos órgãos e das entidades da Administração Pública Federal 
direta, autárquica e fundacional. 
Decreto nº 9.094, de 17 
de julho de 2017 
Dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços 
públicos. Institui o Cadastro de Pessoas Físicas - CPF como instrumento suficiente e 
substitutivo para a apresentação de dados do cidadão no exercício de obrigações e 
direitos e na obtenção de benefícios. Ratifica a dispensa do reconhecimento de firma 
e da autenticação em documentos produzidos no país. Institui a Carta de Serviços ao 
Usuário. 
Decreto nº 9.203, de 22 
de novembro de 2017 
Dispõe sobre a políticade governança da Administração Pública Federal direta, 
autárquica e fundacional. 
Decreto nº 9.723, de 11 
de março de 2019 
Altera o Decreto nº 9.094, de 17 de julho de 2017, o Decreto nº 8.936, de 19 de 
dezembro de 2016, e o Decreto nº 9.492, de 5 setembro de 2018, para instituir o 
Cadastro de Pessoas Físicas - CPF como instrumento suficiente e substitutivo da 
apresentação de outros documentos do cidadão no exercício de obrigações e direitos 
ou na obtenção de benefícios e regulamentar dispositivos da Lei nº 13.460, de 26 de 
junho de 2017. 
Decreto nº 9.929, de 22 
de julho de 2019 
Dispõe sobre o Sistema Nacional de Informações de Registro Civil - Sirc e sobre o seu 
comitê gestor. 
Portaria STI/MP nº 58, 
de 23 de dezembro de 
2016 
Dispõe sobre procedimentos complementares para o compartilhamento de bases de 
dados oficiais entre órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e 
indireta e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União. 
 
Em decorrência da publicação desses instrumentos, principalmente do Decreto nº 
8.638/2016 e do Decreto nº 10.046, de 9 de outubro de 2019, foram desenvolvidas as 
soluções tecnológicas, com suas respectivas finalidades, apresentadas no quadro a 
seguir: 
 
SOLUÇÃO FINALIDADE 
PLATAFORMA GOVDATA 
Disponibiliza infraestrutura de Data Lake, que permite a hospedagem e o 
cruzamento de grandes volumes de dados provenientes de várias bases dados de 
órgãos da Administração Pública Federal - APF. 
Nesse ambiente, é possível compartilhar informações entre órgãos, mantendo o 
sigilo e confidencialidade daqueles dados que são de uso exclusivo. 
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89904&displayformat=dictionary
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89904&displayformat=dictionary
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89904&displayformat=dictionary
https://www.govdata.gov.br/
PLATAFORMA 
CONECTAGOV 
Plataforma de Interoperabilidade do governo federal. Uma infraestrutura tecnológica 
que propicia: 
 
• A integração de serviços públicos. 
• O compartilhamento de informações e mediação de aplicações. 
• A governança dos ativos e processos de integração. 
• Modelo simplificado de consumo de API's. 
ACESSO ÚNICO 
Ferramenta de autenticação para integrar os dados de cadastro dispersos na 
Administração Pública Federal. 
PORTAL GOV.BR 
O Gov.br é um projeto de unificação dos canais digitais do governo federal que, até 
dezembro de 2020, vai reunir os serviços públicos ofertados para o cidadão e 
informações sobre a atuação de todas as áreas do governo em um só lugar. 
 
Saiba Mais! 
Base de Dados Oficiais - As bases de dados do governo federal representam o conjunto 
de dados ou informações coletadas a partir de vários sistemas de governo, independente 
de formato, tecnologia ou tamanho; sendo o principal ativo de valor no que concerne ao 
processo de conhecimento das ações de governo e de insumos para a formulação de 
políticas públicas. 
 
3.2. A Informação de Qualidade 
Os dados são um ativo valioso e devem ser gerenciados conforme são transferidos em 
uma organização. 
À medida que as fontes de informações estão se tornando mais numerosas e 
diversificadas e as iniciativas de conformidade regulatória mais direcionadas, existe a 
necessidade de integrar e acessar informações dessas fontes diferentes de forma 
consistente, confiável e reutilizável. 
A informação de qualidade deriva de dados qualificados, característica essencial que 
determina a confiabilidade dos dados para a tomada de decisões. 
Sendo o governo uma organização de informações, seus resultados estão ligados às suas 
informações e à qualidade dessas. Exemplo: Se o índice de erro no controle de estoque de 
medicamentos subir muito, não apenas o governo irá gastar no que não precisa, como 
poderá deixar a população sem atendimento médico adequado. A qualidade da informação 
inclui atualização, completude, detalhes, etc. 
3.3. Legislação Correlata 
O uso da informação no âmbito do governo federal é regulamentado por vários 
instrumentos normativos. 
O mais recente é a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018), entre outras 
produzidas na medida em que a implementação de novos conceitos e tecnologias são 
agregados com a finalidade de aumentar a efetividade das políticas públicas, bem como 
ampliar a oferta e digitalização de serviços públicos da Administração Pública Federal. 
https://catalogo.conecta.gov.br/conectagov/
https://catalogo.conecta.gov.br/conectagov/
https://sso.acesso.gov.br/login?client_id=acesso.gov.br
https://www.gov.br/pt-br
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89906&displayformat=dictionary
Destaca-se, dentre esses instrumentos normativos, o Decreto nº 8.789, de 29 de junho de 
2016, que dispõe sobre o compartilhamento de bases de dados na Administração Pública 
Federal; e a Portaria STI/MP nº 58, de 23 de dezembro de 2016, que dispõe sobre 
procedimentos complementares para o compartilhamento de bases de dados oficiais entre 
órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta e indireta e as demais 
entidades controladas direta ou indiretamente pela União. 
Esses dois instrumentos têm o objetivo de estabelecer os fundamentos legais para o 
compartilhamento de bases de dados oficiais entre órgãos e entidades da Administração 
Pública Federal direta e indireta e as demais entidades controladas direta ou indiretamente 
pela União, visando: 
• Prover mecanismos para simplificar a oferta de serviços públicos. 
• Subsidiar e otimizar a formulação, a implementação, a avaliação e o 
monitoramento de políticas públicas; possibilitar a análise de condições para 
acesso a benefícios sociais e sua respectiva manutenção. 
• Fomentar a melhoria da qualidade e da fidedignidade dos dados custodiados pelo 
governo por meio de mecanismos de compartilhamento de dados que garantam a 
confiabilidade das informações, sua interoperabilidade e os requisitos de 
segurança da informação e comunicações necessários e suficientes para prover a 
disponibilidade, a integridade, a autenticidade e a confidencialidade. 
2.6 Diferentes tipos de dados têm diferentes requisitos de ciclo de vida 
O gerenciamento de dados se torna mais complicado pelo fato de diferentes tipos de 
dados apresentarem requisitos diferentes de gerenciamento do ciclo de vida. 
Os dados podem ser classificados conforme: 
• função que servem (por exemplo, dados transacionais, dados de referência, dados 
mestre, metadados; alternativamente, dados de categoria, dados de recursos, 
dados de eventos, dados detalhados de transações); 
• conteúdo (domínios de dados, áreas de conhecimento); 
• formato ou nível de proteção exigido pelos dados; e 
• forma e onde são armazenados ou acessados. 
Como diferentes tipos de dados têm requisitos diferentes, eles estão associados a riscos 
diferentes e desempenham papéis diferentes dentro de uma organização. A maioria das 
ferramentas de gerenciamento de dados estão focadas nos aspectos de classificação e 
controle. Por exemplo, os Dados Mestre têm usos diferentes e, consequentemente, 
requisitos de gerenciamento diferentes dos dados transacionais. 
Como variados tipos de dados têm requisitos diferentes, eles estão associados a riscos 
distintos e desempenham papéis diferentes dentro de uma organização. A maioria das 
ferramentas de gerenciamento de dados estão focadas nos aspectos de classificação e 
controle. 
Por exemplo, os Dados Mestre têm usos discrepantes e, consequentemente, requisitos de 
gerenciamento desiguais dos dados transacionais. 
O quadro a seguir, apresenta a análise sobre as fases do ciclo de vida dos dados, 
considerando a Lei nº 13.709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): 
 
https://mooc.escolavirtual.gov.br/mod/glossary/showentry.php?eid=89906&displayformat=dictionary
CICLO DE VIDA DOS DADOS 
Fase do Ciclo Antes da LGPD Com a LGPD 
Coleta Os dadospessoais são coletados indiscriminadamente. 
Os dados pessoais coletados devem obedecer ao princípio da 
necessidade e da finalidade. 
Processamento 
Os dados podem ser processados sem um tratamento 
específico. 
O processamento de dados só poderá ser realizado se o 
tratamento estiver enquadrado no Art. 7º da LGPD. 
Análise 
A análise de dados é feita para entender o mercado, 
conhecer o perfil das pessoas e definir estratégias para 
oferecer bens e serviços para o público-alvo. 
A análise dos dados deve levar em consideração a finalidade 
da coleta. Devem ser obedecidos os princípios de tratamento 
com propósito legítimo específico e explicito. 
Compartilhamento 
Os dados pessoais são compartilhados sem a necessidade 
do consentimento de seus titulares. 
O compartilhamento de dados deve ser consentido pelos seus 
titulares* 
 
*Ver Inciso II do Art. 3º do Decreto nº 10.046/2019. 
Armazenamento 
Os dados pessoais são armazenados e mantidos por tempo 
indeterminado. 
Os dados pessoais devem ser armazenados e mantidos por 
prazos definidos, ou seja, até que a finalidade seja alcançada 
ou deixem de ser necessários ou pertinentes ao alcance da 
finalidade. 
Reutilização 
Os dados pessoais são reutilizados sem a necessidade de 
consentimento de seus titulares. 
Um novo consentimento deve ser solicitado sempre que houver 
mudança de finalidade. 
Eliminação 
Os dados pessoais são mantidos sem a obrigatoriedade de 
serem eliminados. 
Os dados pessoais devem ser eliminados após o término de 
seu tratamento. 
 
A depender do objetivo da coleta do dado, segue-se um ciclo de vida. Após o finalizado o 
objetivo de coleta de dados, os trabalhos devem continuar sobre os dados produzidos, a 
fim de que eles sejam reutilizados após análises, citações e atualizações. Dessa forma, 
existe a possibilidade de reutilização dos dados para outros fins, que seja até para 
alimentar sistemas que compõem um ecossistema relacionado a uma política pública ou 
de pesquisas estatísticas para fins de planejamento de outras políticas para atendimento 
de demandas de interesse da sociedade. 
2.7 Os metadados devem ser gerenciados como parte do ciclo de vida dos 
dados. 
Existe uma atenção especial dos profissionais de gerenciamento de dados em relação aos 
metadados porque sabem da sua importância no processo de gestão de dados. No 
entanto, é um fato que estes profissionais se limitam em utilizar o termo Metadados ao se 
direcionar à Alta Administração, visto que essa gestão deve ser transparente aos 
usuários/consumidores e bastante eficiente no contexto técnico. 
Os metadados incluem uma variedade de informações que permitem às pessoas entender 
dados e os sistemas que os contêm. Os metadados descrevem quais dados uma 
organização possui, o que representa, como é classificado, sua origem, sua 
interoperabilidade dentro da organização, como evolui por meio do uso, quem pode ou não 
acessá-los e se são de alta qualidade. 
O desafio não é evidenciar a importância dos metadados para gerenciá-los, mas a forma 
de ser gerenciados como tal. As organizações que não gerenciam bem seus dados 
geralmente não gerenciam seus metadados. A resposta para esse desafio é que o 
gerenciamento de metadados geralmente fornece um ponto de partida para melhorias no 
gerenciamento de dados em geral. 
2.8 O gerenciamento de dados geralmente é confundido com o gerenciamento 
de tecnologia da informação 
Como quase todos os dados atuais são armazenados eletronicamente, o gerenciamento 
de dados está intimamente ligado ao gerenciamento de tecnologia. Eles precisam ser 
vistos em relação um ao outro, porque as decisões sobre a tecnologia afetam muitas 
facetas de como os dados são gerenciados. 
Observe que: 
• O gerenciamento de dados se concentra em garantir que os dados em si sejam 
utilizáveis e confiáveis; e 
• O gerenciamento de tecnologia se concentra na criação e manutenção de 
infraestrutura, sistemas e aplicações. 
Os dois estão fundamentalmente conectados pelo fato de que sistemas e aplicações 
automatizam processos de negócios que coletam ou criam dados e diferentes opções 
tecnológicas impõem restrições diferentes aos próprios dados. Os requisitos de 
gerenciamento de dados e gerenciamento de tecnologia devem estar enraizados nos 
processos de negócios que criam ou usam dados e nas necessidades das pessoas e 
processos que consomem dados. 
Em muitas organizações, existe uma tensão contínua entre o desejo de construir novas 
tecnologias e o desejo de ter dados mais confiáveis - como se os dois se opusessem um 
ao outro, em vez de precisarem um do outro. 
O gerenciamento bem-sucedido de dados requer decisões sólidas sobre tecnologia, mas 
gerenciar tecnologia não é o mesmo que gerenciar dados. As organizações precisam 
entender o impacto da tecnologia nos dados, para impedir que a tentação tecnológica 
direcione suas decisões sobre os dados. Em vez disso, os requisitos de dados alinhados à 
estratégia de negócios devem orientar as decisões sobre tecnologia. 
2.9 O que o gerenciamento de dados requer 
O gerenciamento de dados é multifuncional e requer habilidades e uma perspectiva 
corporativa. Vamos conhecê-las. 
Habilidades 
O gerenciamento de dados envolve um conjunto de processos interconectados alinhados 
ao ciclo de vida dos dados. Embora muitas organizações vejam o gerenciamento de dados 
como uma função de tecnologia da informação, na verdade, requer uma ampla gama de 
pessoas com um conjunto diversificado de habilidades trabalhando em diferentes partes 
de uma organização. 
O gerenciamento de dados é um processo complexo porque é executado em toda a 
organização. Os dados são gerenciados em diferentes locais da organização por equipes 
que são responsáveis por diferentes fases do ciclo de vida dos dados. 
O gerenciamento de dados requer: 
• Habilidades de processos de negócios para entender e planejar a criação de dados 
confiáveis. 
• Habilidades de design para planejar sistemas nos quais os dados serão 
armazenados ou usados. 
• Habilidades altamente técnicas para administrar hardware e criar software onde os 
dados são mantidos. 
• Habilidades de análise de dados para entender questões e problemas descobertos 
nos dados. 
• Habilidades analíticas para interpretar dados e aplicá-los a novos problemas. 
• Habilidades linguísticas para trazer consenso às definições e modelos para que as 
pessoas possam entender dados. 
• Pensamento estratégico para visualizar oportunidades de uso de dados para 
atender usuários/consumidores e atingir metas. 
O desafio é fazer com que as pessoas com esse rol de habilidades e perspectivas 
reconheçam como as peças se encaixam e como o trabalho delas são transversais com o 
trabalho de outras partes da organização, para que elas colaborem com sucesso e 
alcancem objetivos comuns. 
Uma perspectiva corporativa 
A maioria das organizações divide o trabalho por unidades ou funções de negócios, cada 
uma das quais pode desenvolver suas próprias aplicações para executar seu trabalho. 
Como os dados geralmente são vistos simplesmente como subprodutos de processos 
operacionais, nem sempre são planejados para além da necessidade imediata. Pode até 
não ser reconhecido como algo que outras pessoas e processos utilizam. 
A menos que os padrões de dados corporativos sejam estabelecidos e aplicados, haverá 
diferenças na forma como os dados são definidos e criados em diferentes áreas. Por 
exemplo, considere algo aparentemente simples como um Número de Segurança Social 
(Social Security Number - SSN), um identificador americano para indivíduos. Se uma 
aplicação captura o SSN como um valor numérico e outro a captura em um campo de 
texto, os dados do SSN serão formatados de maneira diferente. Isso pode resultar em 
problemas como a eliminação de zeros à esquerda nos SSNs. 
Diferenças de formatação, diferenças na granularidade dos dados e diferenças sobre quais 
atributos são obrigatórios para capturar - todas essas diferenças apresentam obstáculos à 
integraçãode dados de diversas aplicações. Os obstáculos à integração limitam o valor 
que uma organização pode obter com seus dados. 
As organizações que veem os dados como um produto que eles criam ou compram 
tomarão melhores decisões sobre como gerenciá-los ao longo de seu ciclo de vida. Essas 
decisões exigem o reconhecimento de: 
• As formas como os dados conectam processos de negócios que, de outra forma, 
poderiam ser vistos como separados. 
• A relação entre processos de negócios e a tecnologia que os suporta. 
• O design e a arquitetura dos sistemas e os dados que eles produzem e 
armazenam. 
• As maneiras pelas quais os dados podem ser usados para avançar a estratégia 
organizacional. 
Planejar dados melhores requer uma abordagem estratégica da arquitetura, modelagem e 
outras funções de design. Também depende da colaboração estratégica entre os negócios 
e a liderança de TI. E, é claro, exige a capacidade de executar efetivamente em projetos 
individuais. 
O desafio é que geralmente existem pressões organizacionais, bem como as constantes 
pressões de tempo e dinheiro, que atrapalham o planejamento. As organizações devem 
equilibrar as metas de longo e curto prazo à medida que executam sua estratégia. Ter 
clareza sobre as compensações leva a melhores decisões. 
O que você precisa saber: 
• Os dados são um ativo valioso, mas também representam risco. Uma 
organização pode começar a entender o valor de seus dados reconhecendo 
os custos de dados de baixa qualidade e os benefícios de dados de alta 
qualidade. 
• Os dados têm características únicas que dificultam o gerenciamento. 
• A melhor abordagem para enfrentar esses desafios é gerenciar dados em todo 
o seu ciclo de vida e adotar uma perspectiva corporativa. 
• A falha no gerenciamento do ciclo de vida dos dados é cara, embora muitos 
custos estejam ocultos. 
• O gerenciamento de dados em todo o ciclo de vida requer planejamento, 
habilidade e trabalho em equipe.

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