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Recursos hídricos nos ambientes urbano e rural

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Recursos hídricos nos ambientes urbano e rural 
 
Água e o desenvolvimento urbano 
Atualmente, cerca de metade da população mundial vive em 
cidades. Essa quantidade tende a aumentar exponencialmente e, 
em aproximadamente duas décadas (cerca de 2035), 60% da 
população mundial habitará as grandes cidades e áreas 
urbanizadas. O crescimento urbano é ainda mais evidente nos 
países em desenvolvimento, onde as cidades ganham, juntas, cerca 
de 5 milhões de habitantes todos os meses (WBCSD, 2015). A 
explosão do crescimento demográfico urbano leva a inúmeros 
desafios, dentro os quais se destacam a provisão de água potável e 
o saneamento básico, cuja carência é altamente impactante para o 
desenvolvimento das cidades. Além disso, fenômenos como a seca e 
as enchentes também interferem enormemente no equilíbrio 
econômico e social dos centros urbanos. 
A escassez de serviços para o fornecimento de água potável e 
saneamento leva a diversos problemas de saúde coletiva, como 
episódios severos de diarreia, principalmente em crianças, e surtos 
de cólera e malária. Apesar do fornecimento de água e saneamento 
básico terem aumentado a partir da década de 1990, o crescimento 
acelerado da população mundial torna cada vez mais difícil o 
atendimento integral da demanda por esses serviços. De fato, entre 
os anos 1990 e 2008, cerca de 1052 milhões de moradores urbanos 
tiveram acesso a sistemas de provimento de água potável, e 813 
milhões a sistemas adequados de saneamento. Entretanto, nesse 
mesmo período, a população urbana mundial cresceu em 1089 
milhões de pessoas, o que compromete o atendimento adequado a 
toda população (UN, 2015).  
De acordo com dados levantados pelas Nações Unidas (ONU), 
estima-se que 96% da população urbana mundial façam uso de uma 
fonte adequada de fornecimento de água, enquanto nas zonas 
rurais essa porcentagem cai para 81%. Isso significa que cerca de 
650 milhões de habitantes das áreas rurais não tem acesso a uma 
fonte de água segura e com qualidade para a realização de suas 
atividades (UN, 2015). 
 
Medidas de controle na drenagem urbana 
De acordo com o Manual de Drenagem Urbana da Região 
Metropolitana de Curitiba (PARANÁ, 2002), algumas formas de evitar 
as ampliações custosas de canais, previamente estabelecidos na 
macrodrenagem, são:  
• regulamentar o uso do solo, transformando áreas naturalmente 
inundáveis em trechos acessíveis para uso público, que também 
deverão atuar como bacias urbanas de detenção;  
• definir e regulamentar os sistemas de microdrenagem da região, 
considerando-se a capacidade de recepção a jusante da sub-bacia 
de drenagem;  
• realizar uma previsão de recursos para atendimento às áreas de 
inundações;  
• proporcionar infraestrutura pública adequada em parques, áreas 
esportivas ou de convívio e lazer. 
 
Água na pecuária  
A água é fundamental para as atividades de pecuária e, nesse caso, 
destina-se principalmente ao processo de dessedentação (saciar a 
sede) de animais. Essa demanda hídrica é ainda maior quando 
consideradas as técnicas de criação intensiva, que têm como 
objetivo o aumento da produtividade, pelo uso de técnicas de 
manejo de animais confinados. 
Na pecuária intensiva, alguns dispositivos são responsáveis pelo 
uso considerável de água, como os sistemas de chuveiros, 
bebedouros, tanques para redução da temperatura, além daqueles 
destinados à limpeza de animais e seus alojamentos. A pecuária 
extensiva também apresenta elevada demanda de água, apesar de 
reduzida em comparação à criação em confinamento. Animais 
criados extensivamente necessitam de água em abundância para a 
manutenção e o bom funcionamento de seus órgãos. Assim, em 
regiões áridas, ou em períodos de estiagem, a sobrevivência e a 
qualidade de vida desses animais fica severamente comprometida, 
exigindo, quando possível, medidas emergenciais de suprimento do 
recurso pelos criadores. Em relação ao total de usos dos recursos 
hídricos, o abastecimento animal é responsável por 6% da retirada e 
consumo de água no mundo (GRUÈRE, 2016). Apesar de reduzido 
quando comparado a outras formas de uso, esse valor ainda é 
considerável, devendo ser estimuladas práticas eficientes e 
ambientalmente adequadas de criação. As práticas de pecuária 
também são responsáveis por uma parcela significativa da poluição 
de corpos hídricos, devido, em grande parte, ao descarte de 
efluentes de confinamentos animais sem tratamento em corpos 
hídricos superficiais e subterrâneos. 
 
Conservação e uso racional da água  
Os mecanismos de conservação da água estão associados a todas 
as estratégias, atividades e políticas que visem à gestão sustentável 
dos recursos hídricos. De acordo com o relatório Nosso Futuro 
Comum (Our Common Future), da Organização das Nações Unidas 
(HARLEM et al., 1987), a sustentabilidade refere-se às práticas de 
consumo que não causem o esgotamento dos recursos naturais do 
planeta, de forma a permitir seu aproveitamento pelas futuras 
gerações. 
Os principais objetivos das práticas de conservação e uso racional 
da água envolvem: garantir a disponibilidade de água às gerações 
futuras, de forma que as retiradas desse recurso não excedam a 
capacidade de renovação dos recursos hídricos; conservar os 
habitats de espécies animais e vegetais, preservando os corpos 
d’água presentes em diferentes ecossistemas; e fazer uso de 
sistemas energeticamente econômicos nos processos de retirada e 
tratamento de água e efluentes, considerando-se que a energia 
também é um recurso a ser preservado e produzido de forma 
ambientalmente adequada. 
Para atingir esses objetivos, algumas estratégias devem ser levadas 
a efeito. Como exemplo, uma forma eficiente de se reduzir a pressão 
exercida sobre os mananciais de abastecimento urbano é a 
utilização de sistemas de coleta de água de chuva, uma prática 
antiga, realizada desde as primeiras civilizações humanas. Para isso, 
é necessário conceber reservatórios e dutos de coleta capazes de 
direcionar e armazenar as águas oriundas de precipitações. 
Para que as práticas de conservação hídrica e uso racional desse 
recurso sejam realmente efetivas, é fundamental que haja a 
conscientização e educação ambiental da população, que deve ser 
estimulada a realizar práticas sustentáveis, visando à economia da 
água suprida para as suas atividades. Produtores agrícolas, 
pecuaristas e gestores industriais devem ter consciência do impacto 
causado por suas atividades e saber como conduzir sua produção 
de forma economicamente sustentável. 
 
Enchentes e saúde pública – uma questão 
na literatura científica recente das causas, 
consequências e respostas para prevenção 
e mitigação​ (FREITAS; XIMENES, 2012, p. 1601-1615) 
[...] Dentre os inúmeros impactos ambientais que afetam a vida de 
milhões de pessoas no mundo, os eventos como enchentes atingem 
cerca de 102 milhões de pessoas por ano e a maior parte das 
populações expostas (95%) e dos óbitos (95%) se encontram nos 
países de menor renda per capita (igual ou menor que 3.705 dólares 
por ano). 
A rede de distribuição de água para consumo humano, quando 
afetada, compromete o fornecimento para as casas e mesmo para 
os serviços de saúde, resultando, entre outras coisas, na falta de 
água potável para a população. A contaminação de alimentos 
armazenados em casas ou mercados, bem como de organismos 
marinhos filtradores, como ostras e mariscos, é também relatada 
como um dos problemas ambientais.

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