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MICROBIOTA 3

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Buscar o conceito e funcionalidade da microbiota normal do corpo humano.
 
 O QUE É MICROBIOTA ?
* Microbiota é definida como o conjunto de microrganismos (não só bactérias, mas também fungos e vírus), que habitam um certo ambiente do corpo – por exemplo, pele, trato gastrointestinal ou vias respiratórias.
*Conjunto de microrganismos que vive no corpo de um indivíduo estabelecendo relações adaptativas e de sobrevivência.
No corpo humano encontra-se grande quantidade de microrganismos, os quais se distribuem em diferentes órgãos e tecidos, podendo-se encontrar dez vezes mais células microbianas que células humanas. A distribuição dos microrganismos depende de vários fatores, tais como: umidade, acidez, temperatura e disponibilidade de nutrientes. Esses microrganismos influenciam o sistema imunológico, a resistência aos patógenos e o aproveitamento dos alimentos
Existem dois tipos de microbiota:
 A microbiota transitória, que coloniza a camada superficial da pele, sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples das mãos, com água e sabonete, por meio de fricção mecânica. É freqüentemente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o paciente (colonizados ou infectados), ambiente, superfícies próximas ao paciente, produtos e equipamentos contaminados.
A microbiota transitória consiste de microrganismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que raramente se multiplicam na pele. No entanto, alguns podem provocar infecções relacionadas à assistência à saúde.
-PRESENTE TEMPORARIAMENTE NO SITIO ANATÔMICO .
-FACILMETE REMOVIDA PELOS PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA.
-FACILMENTE ELIMINADA PELOS PROCEDIMENTOS DE ANTISSEPSIA 
A microbiota residente, que está aderida às camadas mais profundas da pele é mais resistente à remoção apenas por água e sabonete. As bactérias que compõem esta microbiota (e.g., estafilococos coagulase negativos e bacilos difteróides) são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato.
As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente colonizadas por microrganismos patogênicos (e.g., Staphylococcus aureus, bacilos Gram-negativos ou leveduras) que, em áreas críticas como unidades com pacientes imunocomprometidos, pacientes cirúrgicos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), podem ter um importante papel adicional como causa de infecção relacionada à assistência à saúde.
-COMPOSTA POR MICRORGANISMO “SAPRÓFITAS”
-COMPOSIÇÃO TIPICA DE CADA SITIO ANATÔMICO 
-NÃO É REMOVIDA TOTALMENTE PELOS PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA 
-NÃO É ELIMINADA TOTALMENTE PELOS PROCEDIMENTOS DE ANTISSEPSIA 
-COMPOSIÇÃO INFLUENCIADA POR HÁBITOS E CONDIÇÕES DO DO HOSPEDEIRO 
https://ameci.org.br/aspectos-microbiologicos-da-pele/
 O QUE É MICROBIOTA NORMAL ? 
*Microbiota normal refere-se à população de microrganismo que habita a pele e às mucosas de pessoas normais e sadias .
*A microbiota normal humana desenvolve-se por sucessões , desde o nascimento até as diversas fases da vida adulta,resultando em comunidades bacterianas estáveis. 
*As microbiotas “normais” exercem efeitos benéficos comuns para o nosso organismo: funcionam como uma barreira que impede a proliferação de microrganismos patogênicos, ativam e modulam a resposta imunológica, reduzem o pH intestinal, controlam o armazenamento de gorduras, metabolizam compostos, como ácidos biliares, e fermentam resíduos de alimentos que o corpo humano é incapaz de digerir.
Outra função da microbiota extremamente relevante é a síntese de várias moléculas, entre elas a vitamina K e constituintes da vitamina B, ácidos graxos de cadeia curta, além de sua contribuição direta para a absorção desses componentes no intestino4. Esses são apenas alguns dos mecanismos pelos quais a microbiota participa de processos metabólicos essenciais para a vitalidade do ser humano. Vários fatores contribuem para a constituição da microbiota1,2,3, que muda em resposta a: tipo de dieta, genética do hospedeiro, origem geográfica, uso de medicamentos (especialmente antibióticos), prática de atividade física, estresse, idade, doenças, entre outros.
Quais os locais que os microrganismos habitam dentro do corpo humano, formando a microbiota normal?
 1) Pele: microbiota se encontra em toda extensão, sendo mais concentrada em regiões mais quentes e úmidas, como axilas e períneo, chegando ao número de 10⁶ bactérias por cm².Geralmente predominam as bactérias Gram positivas, como Staphylococcus, Corynebacterium e Propionobacterium.
2) Vias aéreas superiores:
- Cavidade bucal, orofaringe e nasofaringe: podem ser encontrados Streptococcus, Lactobacillus, Fusobacterium, Velionella, , Neisseria, Treponema, Candida, Staphylococcus, Mycoplasma dentre outras.A microbiota da cavidade oral tem grande importância já que doenças periodontais e até endocardites subagudas podem ser causadas por constituintes desta microbiota
- Fossas nasais:predominam Corynebacterium e Staphylococcus.
3) Vias aéreas inferiores: vias aéreas inferiores, laringe, traquéia e bronquíolos, são regiões estéreis.
4) Trato genitourinário: predominam bactérias Gram negativas.
- Vagina: população microbiana variada, devido a alterações hormonais.Recém-nascidas são colonizadas por lactobacilos nas primeiras 6 semanas.Depois, a taxa de estrogênio decai, e há colonização por estreptococos, estafilococos e enterobacterias.No início da puberdade, a alteração nas taxas de estrogênio geram novas mudanças, tendo lactobacilos predominantes.O pH também é responsável por estas mudanças, devido a quantidade de glicogênio, que ao sofrer fermentação, diminui o pH, dificultando o desenvolvimento de algumas bactérias.
- Uretra anterior: possui uma colonização variada,podendo encontrar lactobacilus, estreptococos, estafilococos, epidermidis e difteróides. Estreptococos fecalis e Candida pode também estar presente de forma transitória, assim como E. coli.
- Ureteres, bexiga e rins: não possuem microbiota residente.Cérvice geralmente não é colonizada.
5) Conjuntiva: pode ser estéril ou colonizada por Difteróides, Estafilo epidermidis e estreptococos não hemolíticos.Esta microbiota é controlada pela lágrima que contém lizosima agindo como importante bactericida.
6) Ouvido externo: possui semelhança com a microbiota da pele.
7) Trato gastrointestinal:
- Esôfago: microbiota pouco numerosa, geralmente de colonização apenas transitória.
- Estômago: devido ao pH altamente ácido, são tolerantes poucas bactérias, como Lactobacillus, Streptococcus spp.(produtoras de ácido láctico) e Helicobacter pylori(causadora de gastrites e úlceras).
- Intestino delgado: são mais freqüentes nesta microbiota, estafilococos, estreptococos e lactobacilos, sendo encontrados microorganismos anaeróbios. Podem ser encontrados no delgado proximal também cocos Gram positivos resistentes à acidez gástrica.Os ácidos biliares são inibidores do crescimento das bactérias in vitro.
- Íleo: aumenta a microbiota, passando a incluir também bactérias anaeróbias devido ao baixo poder de oxirredução.
- Intestino grosso: local de maior concentração de microorganismos, chegando à concentração de 10¹¹ por grama de fezes, além do aumento considerável de bactérias anaeróbias, superando as outras.Nesta microbiota normal, predomina a Eubacterium, Bifidobacterium e Bacterióides. Todos os seres humanos também são portadores da E. coli nesta microbiota. Podem ser encontrados neste órgão também cocos Gram positivos resistentes à acidez gástrica no delgado proximal.
Além desta distribuição vertical já descrita, há a distribuição horizontal, que é dividida em: luz, camada de muco e epitélio.A luz intestinal é a região com maior variedade microbiana comparada com a camada de muco e o epitélio.
Algumas ações são feitas pela própria flora intestinal para garantir suas características próprias:
a) E.coli inibe o crescimento bacteriano de Shiguela e de outras bactérias por competirpor fontes de carbono em locais com baixo oxigênio.;
b) Lactobacilos competem por sítios de adesão com outras bactérias, além de produzir substâncias inibidoras de crescimento para outros microorganismos da microbiota;
c) Bactérias facultativas, por seu alto consumo de oxigênio, criam condições de anaerobiose, garantindo o crescimento de anaeróbios;
d) Os subprodutos do metabolismo próprio principalmente das bactérias anaeróbias, como ácido acético,butírico e propiônico, promovem um ambiente intralumial de restrito crescimento bacteriano, contribuindo para um equilíbrio da microbiota intestinal;
e) Quorum-sensing é realizado com a produção e detecção de moléculas sinalizadores denominadas auto-indutoras, utilizado por bactérias Gram positivas e Gram negativas.Servem como moduladores bacterianos, importantes para a formação e manutenção da flora intestinal.
https://aia1317.fandom.com/pt-br/wiki/Microbiota_e_o_Corpo_Humano_-_Microbiota_Normal_e_sua_Fun%C3%A7%C3%A3o
Qual o papel da microbiota humana no tratamento de infecções bacterianas?
 *Os micro-organismos que se encontram em comensalismo e mutualismo com mamíferos desempenham um papel muito importante em resistir a infecções e modular a atividade imunológica dos hospedeiros.
*As microbiotas competem exclusivamente com as bactérias infecciosas, e impedem a sua proliferação no organismo.
* Evidenciada em laboratório nos últimos anos, a capacidade de as bactérias eliminarem outras bactérias e fortalecerem as defesas ou regularem o metabolismo do organismo em que se abrigam está sendo avaliada em cerca de 150 testes clínicos em andamento principalmente nos Estados Unidos; se avançarem, poderiam representar novas estratégias de tratamento para doenças intestinais, câncer, diabetes e transtornos psiquiátricos. As perspectivas de novos tratamentos gerados pelo uso do microbioma motivaram a abertura, em 2012, da OpenBiome, organização não lucrativa norte-americana que opera como um banco público de fezes para transplantes. No Brasil, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) criou, em setembro de 2017, o Centro de Transplante de Microbiota Fecal.
Qual o seu papel na saúde humana ?
1. Compreender quais os tipos de microrganismos, a localização anatômica na microbiota normal no corpo humano e abordar as suas funções nestes locais (1, 2 e 9)
*Vírus,bactérias,protozoários e os fungos.(tipos de microorganismos)
Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), são formados por uma cápsula protéica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). São considerados como parasitas intracelulares obrigatórios, uma vez que só conseguem reproduzir-se no interior de uma célula devido à inserção de seu material genético, que passa a comandar o metabolismo da célula hospedeira. Cada vírus possui um mecanismo diferente de multiplicação. Sendo assim,a sua multiplicação no interior da célula podem infectar qualquer ser vivo, desde uma bactéria até uma planta, por exemplo.
As bactérias são seres unicelulares e procariontes. Existem milhares de espécies conhecidas que apresentam formas, habitats e metabolismo diferentes. Alguns desses microrganismos são causadores de doenças, mas também há bactérias com grande importância ecológica, como por exemplo, participam do ciclo do nitrogênio e são decompositoras da cadeia alimentar, e grande importância econômica o qual são usadas em vários processos industriais, como por exemplo a produção de antibióticos e vitaminas é a partir das bactérias.
Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, eucariotas e heterótrofos. Existem milhões de espécies de fungos que habitam o planeta Terra, como os cogumelos, as leveduras, os bolores, os mofos, sendo utilizados para diversos fins: culinária, medicina, produtos domésticos.
Os protozoários são seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos. A maioria deles é aquático de vida livre, mas alguns são parasitas e vivem dentro do corpo de outros seres vivos, inclusive dos humanos.
 *Na pele,na conjutiva,cavidade oral e faringe, fossas nassais,aparelho digestivo,vagina e uretra anterior. (Localização anatômica)
*Microbiota normal da pele :	
O organismo predominante é o Staphylococcus epidermidis, que não é patogênico quando situado na pele, porém pode causar doenças quando atinge determinados sítios, como válvulas cardíacas artificiais ou articulações prostéticas. É encontrado na pele com frequência muito superior que o organismo patogênico relacionado, Staphylococcus aureus
Há cerca de 103 -104 organismos/cm2 de pele. A maioria localiza-se superficialmente no estrato córneo, porém alguns encontram-se nos folículos pilosos e atuam como reservatório para substituir a microbiota superficial após a lavagem das mãos. Organismos anaeróbios, como Propionibacterium e Peptococcus, estão situados em folículos mais profundos da derme, onde a tensão de oxigênio é baixa. Propionibacterium acnes é um organismo anaeróbio comum da pele, implicado na patogênese da acne.
A levedura Candida albicans é também um membro da microbiota normal da pele. Pode atingir a corrente sanguínea de um indivíduo quando a pele é perfurada por agulhas (por exemplo, em pacientes em uso de cateteres intravenosos, ou indivíduos que fazem uso de fármacos intravenosos). Ela é uma importante causa de infecções sistêmicas em pacientes que apresentam baixa imunidade mediada por células.
 
*Microbiota Normal do trato respiratório :
2. Compreender a atuação dos probióticos ( Explicar o que são e q uais os efeitos colaterais) e a atuação da microbiota transitória em relação às intolerâncias alimentares (3, 4 , 5 e 8).
*Probióticos são produtos alimentares que contêm micro-organismos vivos cuja ingestão traz benefícios à saúde.Os probióticos auxiliam a recompor a microbiota intestinal, através da adesão e colonização da mucosa intestinal, ação esta que impede a adesão e subseqüente produção de toxinas ou invasão das células epiteliais (dependendo do mecanismo de patogenicidade) por bactérias patogênicas. A influência benéfica dos probióticos sobre a microbiota intestinal humana inclui fatores como efeitos antagônicos, competição e efeitos imunológicos, resultando em um aumento da resistência contra patógenos. Assim, a utilização de culturas bacterianas probióticas estimula a multiplicação de bactérias benéficas, em detrimento à proliferação de bactérias potencialmente prejudiciais, reforçando os mecanismos naturais de defesa do hospedeiro.Embora o seu consumo possa fornecer vários benefícios, também pode causar efeitos colaterais. Quando usamos probióticos pela primeira vez, algumas pessoas sentem gases, inchaço ou diarréia. No entanto, esses efeitos colaterais geralmente desaparecem em poucos dias ou semanas após o seu uso. Em casos raros, eles podem causar erupções cutâneas ou coceira. Qualquer pessoa com alergia ou intolerância a glúten, soja, ovos, laticínios ou lactose pode precisar ter cautela ao escolher probióticos.
*
3. Entender como uso irracional e indiscriminado dos
antibióticos, inibi a barreira de proteção contra patógenos na microbiota normal e refletem à resistência bacteriana (6).
O uso indiscriminado de antibióticos pode alterar a resistência das bactérias que causam doenças e tornar o medicamento ineficaz no seu combate. Além de dificultar o tratamento, isso também pode afetar outras bactérias que ajudam o nosso organismo a funcionar corretamente.
O fato das bactérias se tornarem resistentes ao antibiótico é normal e esperado em tratamentos médicos. Mas a maneira como os antibióticos são usados indiscriminadamente pode acelerar o tempo que leva para esses micro-organismos se tornarem resistentes e deixarem de responder ao tratamento. O uso em excesso faz com que as bactérias sofram alterações e os antibióticos perdem o poder de ação sobre elas. Issotambém pode causar o surgimento de “superbactérias”, que são resistentes a vários antibióticos e têm poucas opções de medicamentos para o tratamento. Além disso, quando usados indiscriminadamente, podem afetar as bactérias benignas que contribuem para o bom funcionamento do nosso organismo, como por exemplo, as que equilibram a flora intestinal.
* A resistência aos antibióticos acontece quando determinada bactéria se modifica em resposta ao uso desses medicamentos – são as bactérias que se tornam resistentes e não os seres humanos. Com o uso inadequado de antibiótico, pode ocorrer um processo de ‘seleção’: enquanto as bactérias ‘sensíveis’ são eliminadas a partir desse contato, as ‘resistentes’ permanecem e se multiplicam.
4. Analisar o funcionamento das bactérias como impedimento da proliferação de microrganismos patogênicos e a proteção de
componentes da renovação celular (7 e 10).
5.Abranger as diferenças no desenvolvimento da microbiota entre o parto normal e cesariano, em relação às doenças (11 e 12).
Quando o bebê é retirado, a pele do abdômen da mãe entrará em contato com a pele e a boca desse bebê, o que fará com que a composição da microbiota dele reflita isso. As bactérias associadas à pele, que se mostraram presentes na microbiota de bebês nascidos de cesariana, são majoritariamente Staphylococcus, Corynebacterium e Propionibacterium. O parto normal, no entanto, faz com o que bebê tenha contato via canal vaginal da mãe. O canal vaginal possui várias peculiaridades, como pH próprio, secreções e microbiota própria. Os estudos sugerem que microbiota de bebês nascidos de parto normal seja alta em Lactobacillus, Prevotella ou Sneathia, pois são bactérias comuns ao canal vaginal.
*Dessa forma, o parto normal impacta positivamente na composição da microbiota do bebê, enquanto o parto cesariana pode levar à formação de uma microbiota desfavorável. 
PARTO VAGINAL VERSUS MICROBIOTA E SISTEMA IMUNE
 O trabalho de parto é importante para a ativação do sistema imune através das contrações uterinas e hipóxia durante a passagem pelo canal do parto. Desse modo, neonatos nascidos pelo canal vaginal possuem maior quantidade de leucócitos. Além disso, esses leucócitos também funcionam de forma diferente, secretando mais citocinas do que os leucócitos de neonatos nascidos por cesariana, além disso os níveis da Proteína C Reativa (PCR) são maiores em neonatos nascidos por parto vaginal (THOMPSON et al., 2019). Ademais, o contato do RN com a microbiota materna presente na mucosa vaginal é um fator determinante para a colonização da microbiota gastrointestinal do recém-nascido, a qual permanecerá diferente dos neonatos nascidos por parto cesáreo até os 7 anos de idade (SINGH; MITTAL, 2019). Um maior número de células imunológicas e de biomarcadores são encontrados durante o parto vaginal para aumentar os mecanismos de defesa do sistema imunológico contra infecções imediatas no ambiente externo. Dessa maneira, a experiência do trabalho de parto promove a diferenciação em células T de memória (THOMPSON et al., 2019). Outrossim, o trabalho de parto induz resposta imunológica no útero, aumentando a produção de citocinas inflamatórias como (IL) -1β, IL-6, IL-8 e fator de necrose tumoral α (TNF-α) que tem como função o aumento da secreção de prostaglandinas, logo, das contrações uterinas. Estudos demonstram que essas citocinas também são importantes na ativação do sistema imune do feto, aumentando o número de neutrófilos, monócitos e células natural killer (NK). (FRANCINO, 2018). Somado a isso, estudos realizados por meio de análises metagênicas das estruturas codificadas entre microbiomas de neonatos mostram que, em neonatos de parto vaginal, existem vias funcionais que estão super-expressas, incluindo a biossíntese de lipopolissacarídeo (LPS) que influenciam diretamente na estimulação do sistema imune (WAMPACH et al., 2018).
CESÁREA VERSUS MICROBIOTA E SISTEMA IMUNE
 Recém-nascidos por cesárias não são expostos a microbiota vaginal e fecal da mãe e apesar de não colonizarem o intestino do bebê, criam ambiente favorável para o desenvolvimento. Entretanto, estudos relatam a não esterilidade da placenta e do útero evidenciando que no feto, desde seu desenvolvimento, já há colonização da microbiota gastrointestinal na vida uterina. Assim, neonatos nascidos de cesárea terão alguns microrganismos provenientes desse contato mãe-feto, apesar de seu número reduzido em relação aos nascidos por parto vaginal (BUSHMAN, 2019). Além disso, O RN de cesariana terá microbiota desenvolvida a partir de microrganismos que colonizam a pele materna e do próprio ambiente hospitalar (NAGPAL; YAMASHIRO, 2018). É relatado que bebês com 1 mês de vida nascidos por cesariana apresentam menor número de bactérias no intestino, principalmente devido a diminuição do número de bifidobactérias. Conforme estudos de longo prazo, os quais acompanharam a composição da microbiota em crianças durante os primeiros 2 anos de vida, obteve-se uma associação de cesariana com demora na colonização pelo filo bacteroidetes e com menor diversidade microbiana total até os 2 anos de idade ou até os 7 anos, conforme outros estudos (FRANCINO, 2018). Outro trabalho demonstrou a relação da microbiota com o desenvolvimento do metabolismo, uma vez que indivíduos que apresentaram déficit no microbioma podem apresentar como consequências casos de obesidade e aumento de infecções (SINGH; MITTAL, 2019).

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