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Resenha Uma Mente Brilhante

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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU 
PSICOLOGIA 
 
 
 
 
RESENHA DO FILME "UMA MENTE BRILHANTE": UM 
BRILHANTE FILME SOBRE A MENTE ESQUIZOFRÊNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 ANDRESSA CARVALHO RA: 819228745 
DOMINIQUE RODRIGUES LOPES RA: 820147232 
 IVONETE G. GOUVEIA RA: 818137259 
JÉSSICA MATEUS SILVA RA: 819114934 
LETÍCIA LOPES: 818139949 
 
 
 
RESENHA DO FILME "UMA MENTE BRILHANTE": UM 
BRILHANTE FILME SOBRE A MENTE ESQUIZOFRÊNICA 
 
 
Trabalho de Processos Psicopatológicos e 
Contemporaneidade apresentado à Universidade São 
Judas Tadeu – USTJ, como requisito para a obtenção 
de nota no curso de graduação de Psicologia. 
Orientador: Profa. Mônica Gurjão Carvalho e Profa. 
Monalisa de Cássia Gogaça 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
Um brilhante filme sobre a mente esquizofrênica 
 
1. Referência dos dados da obra: 
Título: A Beautiful Mind (Original) - "Uma mente brilhante" (Português brasileiro) 
Ano de produção: 2001 
Dirigido por: Ron Howard 
Duração: 135 minutos 
País de origem: Estados Unidos da América 
 
2. Resumo do conteúdo da obra: 
 O livro “Uma Mente Brilhante” de Sylvia Nasar, biógrafa de John Nash, foi utilizado 
como referência para a produção cinematográfica, do mesmo título da obra, de Ron Howard. 
O filme conta com a atuação de Russell Crowe no papel principal, possui 135 minutos e foi 
produzido em 2001. A história retrata a vida de John Nash, matemático ganhador do prêmio 
Nobel de economia e o desenvolvimento de sua esquizofrenia. Ele dedicou sua carreira 
profissional aos estudos sobre a teoria dos jogos, geometria e equações diferenciais. Seu 
trabalho mais influente ficou conhecido como “o Teorema de Imersão de Nash” e ele também 
lecionou na Universidade de Princeton e no MIT - Massachusetts Institute of Technology entre 
1951 e 1959. 
 Desde criança, John mostrou-se introvertido e solitário, preferindo estudar sozinho e se 
dedicando a projetos científicos que aprendia na escola. Como resultado, ingressou na 
Universidade de Bluefield em 1941, com apenas 13 anos, onde presenciou um trágico acidente 
químico. Em 1945 ganhou uma bolsa na Universidade de Carnegie Mellon e lá ficou 
responsável pelo departamento de matemática. A partir desse reconhecimento, foi aceito em 
duas prestigiadas universidades: Harvard e Princeton. Acabou optando por Princeton e com 
apenas 21 anos escreveu sua tese de doutorado, projeto que, 45 anos mais tarde, revolucionaria 
a área da economia e lhe renderia o Prêmio Nobel de Economia. 
 John Nash tem dificuldade em suas relações interpessoais, ele é o diferente do grupo, sendo 
frio e introspectivo. Em sua faculdade de Princeton, conhece o colega Charles (interpretado 
por Paul Bettany), no qual é o primeiro fruto de sua doença. Charles surge da inteira 
necessidade de John se sociabilizar, extraindo características que John não consegue 
desenvolver. O ser ilusório representa o lado humanista ausente no personagem principal. 
 Em 1950, John começa a trabalhar para a instituição RAND Corporation, a que 
arrecadava fundos para o governo dos Estados Unidos, direcionando para projetos científicos 
ligados a Guerra Fria. Um ano depois, ele foi convidado para trabalhar no MIT, local em que 
conheceu sua futura esposa Alicia, uma estudante de física. Em 1953, John teve um filho com 
a enfermeira Eleanor Stier e, nesse período, seu estado psíquico começa a se desestruturar. Foi 
expulso da RAND Corporation em decorrência da sua participação em uma perseguição contra 
homossexuais em 1954. 
Casou-se com Alicia em 1957 e logo em seguida apresentou sintomas mais graves da 
esquizofrenia. Um exemplo disso é o fato de John ter escrito cartas para o governo americano, 
intitulando-se de “imperador da Antártica”, demonstrando um delírio grave. Como 
consequência, John foi hospitalizado contra a sua vontade, afastando-se do cargo de professor 
e perdendo o nascimento de seu filho. Lá ele recebeu tratamento de eletroconvulsoterapia e 
medicamentos antipsicóticos. Sua recuperação foi irregular, tinha períodos lúcidos, no qual 
produzia trabalhos e estudos e períodos em que a esquizofrenia tomava conta. Não aguentando 
a irregularidade, Alicia decide divorciar-se de John em 1963, porém nunca deixou de o apoiar, 
voltando a conviverem juntos em 1970, ano no qual ele decide largar os medicamentos e, 
segundo sua biógrafa Sylvia Nasar, desenvolveu uma melhora gradativa. Casaram-se 
novamente em 2001 e viveram juntos até a morte de ambos. 
John Nash teve uma breve passagem pelo Brasil, participando do II encontro da 
Sociedade Brasileira de Teoria de Jogos em 2010, evento que comemorou os 60 anos da Teoria 
do Equilíbrio de Nash na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São 
Paulo. Cinco anos mais tarde, John e Alicia faleceram em um acidente automobilístico em New 
Jersey Turnpike. 
 O que não pode deixar de ser citado do filme é o jogo de feito com a percepção do público. 
Enxergamos o mundo como John vê o mundo e percebe as pessoas, e então seu comportamento 
parece normal. Muitos vêem normalidade em tudo que se passa inicialmente no filme. No 
entanto alguns até duvidam de acreditar se John é ou não esquizofrênico ou tudo seria 
conspiração russa. Vemos provas de que algo não estava certo e as evidências foram 
apresentadas de forma sutil desde o princípio e não foi notado. Por Exemplo, as vozes das 
ilusões sempre vinham antes de suas aparições; na cena em que Marcee corre entre os pombos 
eles continuam a se mover como se não houvesse ninguém ali; as expressões faciais de 
estranheza das pessoas ao redor de Nash quando ele falava com uma das ilusões. 
Diante do exposto, esse estudo realizou uma análise crítica acerca da esquizofrenia 
apresentada na obra cinematográfica, destacando os erros e acertos do filme com relação à 
realidade da vida de John Nash e da sintomatologia da doença de acordo com o Manual 
diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-5). 
3. Avaliação crítica 
 Desde novo, John tinha dificuldades de conviver com pessoas. Em uma cena 
emblemática, confidencia ao seu colega de quarto e grande amigo Charlie - quem 
posteriormente se revelará uma alucinação do protagonista - não gostar muito de pessoas e as 
pessoas, por sua vez, não gostarem muito dele. 
 Embora tenha tido um desenvolvimento normal até o início da idade adulta, John 
mostrava sinais de isolamento social e uma estranheza no trato social dentro da faculdade e em 
todos os relacionamentos interpessoais. Demonstra pouco afeto, sempre com embotamento 
afetivo, ainda assim apaixona-se e namora com Alicia, mulher com quem se casará. O 
relacionamento flui, uma vez que Alicia toma as rédeas do convívio social entre os dois desde 
o início. 
 John procura desenvolver uma tese original em seu doutorado, não parecendo satisfeito 
com nada que o ocorre. Desenvolve alguns conceitos econômicos bastante ousados, 
contrariando teorias então largamente aceitas (por exemplo, ideias de Adam Smith). Inicia 
carreira docente na faculdade, surpreendendo por sua forma de ensino pouco ortodoxa e por 
sua inteligência. 
 Em determinado momento, é convidado ao pentágono para um trabalho pontual ao 
governo, envolvendo a decodificação de um código. Esse parece ser o momento inicial dos 
sintomas da esquizofrenia mas o filme é bem sucedido em mostrar o mundo conforme John o 
vê. Após o trabalho no pentágono, ele reencontra um misterioso homem que viu no local. O 
homem apresenta-se como agente Parsher e o convida para um trabalho confidencial: John 
deveria desvendar códigos secretos escondidos em revistas, a fim de impedir uma invasão 
russa. 
 A partir daí, John cria um delírio conspiratório envolvendo espiões russos que o 
perseguiriam por conta de seu trabalho secreto para o governo. As coisas vão saindo do controle 
devido ao comportamento persecutório de John, culminando em uma internação involuntáriado mesmo. Sua esposa Alicia, ao conversar com o médico, desconfia do diagnóstico: como seu 
marido poderia ser esquizofrênico quando ele tinha um trabalho, amizades, uma vida normal? 
Assim, vai atrás dos indícios e acaba por descobrir as cartas enviadas de John para o governo 
(inúmeras folhas com códigos, lacradas e depositadas numa caixa postal abandonada) bem 
como perceber que o melhor amigo Charlie não existia de fato (em situações sociais, ele nunca 
podia estar presente) e o agente Parsher, supostamente chefe de John, também nunca existiu. 
 A esquizofrenia tem sintomas específicos, separados em positivos (mais passíveis de 
serem tratados), que são delírios, alucinações e discurso desorganizado e sintomas negativos, 
cujo tratamento é mais difícil, e são embotamento afetivo, dificuldade de relacionamento e falta 
de habilidades sociais. Delírio é a história construída pelo paciente, no filme, a história onde 
John acreditava estar inserido, como um agente secreto trabalhando para o pentágono 
americano decifrando códigos russos. Alucinação é a percepção clara e definitiva de algo que 
não existe. De maneira geral, pacientes com esquizofrenia não tem alucinações visuais, sendo 
a presença física dos personagens oriundos do delírio do protagonista provavelmente um 
recurso cinematográfico para dar sentido ao enredo. Vale apontar, porém, que as alucinações 
podem ser auditivas, visuais, olfativas e/ou sensoriais (quando John procura remover o suposto 
implante do governo americano de seu braço, ele acredita que o objeto está ali, embaixo de sua 
pele). Na esquizofrenia, o mais comum são alucinações auditivas, vozes, normalmente 
proferindo ordens negativas para o paciente. 
 Um dos grandes acertos do filme é mostrar fielmente como o tratamento era feito na 
época, o paciente internado e sendo tratado principalmente através de eletroconvulsoterapia. 
Envolvido em diversas controvérsias, o método é utilizado até hoje (embora de forma diferente) 
em pacientes com resistência a medicação psiquiátrica e em alguns transtornos graves, 
mostrando-se eficaz. Os remédios psiquiátricos deixavam John bastante afetado e ele relatava 
não conseguir se concentrar, manter relações sexuais com a esposa, etc. Quando, por conta 
própria, ele suspende os remédios, as alucinações voltam a acontecer. Outro ponto interessante 
é o ponto de virada do protagonista, ao perceber que Marcie, sobrinha de Charlie (ambos 
alucinações) nunca envelhece, embora ele a conheça há anos. Aqui, há um insight poderoso, 
pois é o momento onde John passa a aderir ao tratamento, aceitar de fato seu transtorno mental 
e lidar de forma totalmente diferente com suas alucinações - Nash passa a ignorar os três 
personagens e permanece assim até a velhice. A rotina precisará ser reaprendida pois as 
principais coisas na vida do protagonista até então mostram-se uma mentira. 
 Transtornos mentais não têm cura e sim tratamento, com remissão total ou parcial de 
sintomas. A esquizofrenia funciona da mesma forma, ou seja, o paciente precisa aprender a 
conviver com seu transtorno. Muitos nunca param de acreditar totalmente em seu delírio e 
precisam aprender a conviver com essa condição. O uso da medicação é contínuo e, no filme, 
isso é demonstrado de forma muito clara. John aprende a conviver com a esquizofrenia, se 
despede formalmente de Charlie, Marcie e Parsher, embora os três sigam “aparecendo” até a 
sua velhice. No momento onde um senhor desconhecido o aborda para falar sobre o prêmio 
Nobel, John pergunta a uma aluna: “você está vendo esse homem?”. Ela assente e, só a partir 
daí, John passa a respondê-lo. Aprendeu a desconfiar de estranhos. 
 Outros aspectos abordados pelo filme são alguns dos estigmas do paciente 
esquizofrênico, como os questionamentos de sua esposa após ouvir o marido conversando com 
o lixeiro. De pronto ela imagina tratar-se de outro delírio. John apresenta também discinesia 
tardia devido ao uso contínuo de antipsicóticos, exibindo alguns movimentos repetitivos, 
involuntários e um andar “robotizado”, comum em casos de pacientes esquizofrênicos 
crônicos. 
 Embora John Nash fosse extremamente inteligente, a esquizofrenia não é a explicação 
disso. A inteligência não é afetada pelo diagnóstico de esquizofrenia; embora o conceito de 
“louco inteligente” seja senso comum, é errôneo. Outro ponto que vale destaque é a confiança 
dos pares de John em relação a seus delírios. No filme, a esposa Alicia envolve-se totalmente 
no delírio do marido, inclusive desconfiando do diagnóstico médico. Até os colegas de trabalho 
dele, embora desconfiados de algo (o seguiam em alguns momentos), não notavam nada de 
gritante no comportamento de John. Na prática clínica em geral os pares do paciente percebem 
algo de errado muito mais rapidamente pois, por mais organizado que seja o delírio, é 
perceptível as incoerências do “enredo” em relação a vida real. 
 Em relação a biografia de John Nash, o filme não retrata alguns momentos, por 
exemplo, o fato dele ter sido internado oito vezes em instituições psiquiátricas. Sua esposa 
Alicia chega a distanciar-se dele e ir morar com os pais, mas decide voltar e na realidade os 
dois também envelhecem juntos. O filho dos dois também é esquizofrênico - o distúrbio tem 
grande influência genética e é mais comum em homens. As palavras do prêmio Nobel foram 
de fato ditas à sua esposa. John Nash e ela morreram juntos em um acidente de carro, aos 86 e 
82 anos, respectivamente. 
 
Referências bibliográficas 
 
American Psychiatric Association. (2014). DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais. Artmed Editora. 
 
Brilhante, U. M. (2001). Direção de Ron Howard. Produção de Brian Grazer. Estados 
Unidos: Universal Studios and Dreamworks LLC, 1. 
 
Nasar, S. (2002). Uma mente brilhante. Editora Record.

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