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Tema 2 Saúde e segurança do trabalho - 2° semestre RH (1)

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DEFINIÇÃO
Relação dos riscos ocupacionais e adoecimentos dos trabalhadores. Riscos ocupacionais e
ambientes saudáveis. Responsabilidade das empresas na preservação do meio ambiente e
dos recursos naturais e contribuição na promoção da saúde da população. Promoção da saúde
dos trabalhadores.
PROPÓSITO
Compreender de que forma a exposição a agentes de riscos ocupacionais pode gerar o
adoecimento do trabalhador. Analisar os procedimentos disponíveis para as empresas atuarem
na prevenção do adoecimento e na promoção da saúde dos trabalhadores e na preservação do
meio ambiente.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Relacionar os agentes de riscos ocupacionais e o adoecimento dos trabalhadores
MÓDULO 2
Identificar o papel das empresas na prevenção do adoecimento e na promoção da saúde dos
trabalhadores
MÓDULO 1
 Relacionar os agentes de riscos ocupacionais e o adoecimento dos trabalhadores
RISCOS OCUPACIONAIS 
Você sabe o que é um risco ocupacional?
Os riscos ocupacionais existem nos ambientes de trabalho e, em função de sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do
trabalhador. São divididos em cinco grupos:
Fonte: Pixabay
RISCO QUÍMICO
Consideram-se como agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que
possam entrar no organismo do trabalhador, por diversas vias, ou ser absorvidos por ingestão
oral nas formas de poeira, fumaça, neblina, gás, névoa ou vapor. Quando não controlados,
esses agentes podem causar: alergia respiratória, alergia na pele, câncer, intoxicações, entre
outros.
Fonte: Pixabay
RISCO FÍSICO
Consideram-se como agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar
expostos os trabalhadores, como ruído, calor ou frio extremos, radiação ionizante e não
ionizante e vibração. Esses agentes, quando não controlados, podem causar: câncer, surdez,
desidratação, dor de cabeça, entre outros.
Fonte: Pixabay
RISCO BIOLÓGICO
Consideram-se como agentes de risco biológico todos os microrganismos, como bactérias,
vírus, fungos, entre outros, e também os animais peçonhentos. Quando não controlados, esses
agentes podem causar: tuberculose, intoxicação alimentar, hepatite, envenenamento, tétano
etc.
Fonte: Freepik
RISCO DE ACIDENTE 
Consideram-se como fatores de risco de acidentes os que colocam o trabalhador em situação
de vulnerabilidade que possa afetar sua integridade física e seu bem-estar físico e psíquico
como: máquinas e equipamentos sem proteção, arranjo físico inadequado, má iluminação do
ambiente, piso escorregadio, manutenção em sinalização, entre outros. Essas situações
podem causar quedas, fraturas, esmagamentos, amputações etc.
RISCO ERGONÔMICO E PSICOSSOCIAL 
Consideram-se como agentes de risco ergonômico e psicossocial os fatores que possam
interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando
sua saúde. Entre outros exemplos, levantamento de peso excessivo ou de forma inapropriada;
ritmo de trabalho acelerado, monótono ou repetitivo; postura inadequada; exigência para além
das competências do trabalhador; cobranças excessivas pela chefia. Esses agentes, quando
não controlados, podem causar: tendinite, bursite, hérnia de disco, dores nas pernas, dores
musculares ou articulares, sofrimento mental, depressão, ansiedade, desmotivação etc.
POR QUE CONHECER OS RISCOS OCUPACIONAIS 
Conhecer os riscos ocupacionais é fundamental, para que as empresas possam manter os
ambientes seguros através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle da
ocorrência dos fatores/agentes de riscos, levando em consideração a proteção do meio
ambiente. 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) exige ambientes de trabalho seguros, tornando
obrigatória, para as empresas, a adoção de medidas de segurança e observação de suas
regras, tais como:
Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho. 
Instruir os empregados, por meio de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar para
prevenir acidentes ou doenças ocupacionais. 
Adotar as medidas determinadas pelo órgão regional competente. 
É direito do trabalhador exercer atividades laborais em um ambiente seguro, cujos riscos
ocupacionais não o prejudiquem. Cabe ao empregador cuidar dos agentes de riscos, embora o
trabalhador também deva fazer a sua parte, como veremos adiante. 
Entre as obrigações do empregador, estão:
1. Antecipação e/ou
Reconhecimento dos
Riscos
4. Medidas
corretivas, em caso
de anormalidades
2. Adoção de
Medidas de
Riscos
3. Monitoramento dos
riscos e da saúde dos
trabalhadores
1. Antecipação e/ou
Reconhecimento dos
Riscos
2. Adoção de
Medidas de
Riscos
3. Monitoramento dos
riscos e da saúde dos
trabalhadores
4. Medidas
corretivas, em caso
de anormalidades
ANTECIPAÇÃO E/OU RECONHECIMENTO
DOS RISCOS
Identificar os fatores de riscos no ambiente de trabalho e procurar eliminá-los ou
minimizá-los.
ADOÇÃO DE MEDIDAS DE RISCOS
Adotar medidas de controle e efetuar constante monitoramento desses riscos, evitando
assim que os mesmos causem danos aos trabalhadores.
MONITORAMENTO DOS RISCOS E DA SAÚDE
DOS TRABALHADORES
Cuidar dos reflexos desses riscos na saúde dos trabalhadores, através de
acompanhamento dos exames periódicos e das consultas médicas.
MEDIDAS CORRETIVAS, EM CASO DE
ANORMALIDADES
Caso seja necessário, adotar medidas corretivas se os agentes de riscos estiverem muito
além do permitido por Lei. O monitoramento dos agentes não pode parar, é constante,
por isso as empresas precisam contratar profissionais capacitados para acompanhar
esse ciclo.
 ATENÇÃO
Alguns ambientes podem ser considerados insalubres por não garantirem o cumprimento das
normas de segurança. Neste caso, se realmente ficar comprovado que o ambiente não oferece
a segurança devida aos trabalhadores, o empregador será obrigado a pagar um “adicional de
insalubridade”. Esse adicional assegura ao trabalhador um valor acrescentado ao seu salário,
incidente sobre o salário mínimo da região equivalente a: 40% (quarenta por cento) para
insalubridade de grau máximo; 20% (vinte por cento) para insalubridade de grau médio; 10%
(dez por cento) para insalubridade de grau mínimo. 
A eliminação ou a neutralização da insalubridade no ambiente de trabalho determinará a
cessação do pagamento do adicional. Em geral, decorre da adoção de medidas que
conservam o ambiente de trabalho nos limites de tolerância e com a utilização de equipamento
de proteção individual.
MAPAS DE RISCOS AMBIENTAIS/OCUPACIONAIS 
Conhecer os riscos ocupacionais é imprescindível, para que a equipe da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA) possa elaborar o Mapa de Riscos Ambientais/Ocupacionais. 
Mapa de Riscos Ambientais/Ocupacionais é uma representação gráfica fiel da planta (layout)
dos setores de uma empresa/organização. Com base nesse Mapa, os trabalhadores podem
identificar quais os riscos presentes nos setores da empresa e, com isso, saberão da
necessidade de vestimentas especiais ou equipamentos de proteção para acessar tais setores.
Aliás, essa é uma das formas de garantir ao trabalhador o acesso às informações sobre os
riscos presentes no trabalho e sobre suas condições de saúde. É direito do trabalhador ter
todas as informações relacionadas ao seu processo de trabalho. 
Veja, a seguir, um exemplo de Mapa de Riscos:
javascript:void(0)
Mapa de Riscos de um Centro Cirúrgico. (Fonte: Ebserh). Mapa de Riscos de um Centro
Cirúrgico. (Fonte: Ebserh). 
CIPA = COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO
DE ACIDENTES.
A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho,
de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a
promoção da saúde do trabalhador. A comissão será composta de representantes do
empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto na Norma
Regulamentadora 05 (NR 05).
Uma das competências da CIPA é identificar os riscospara elaborar o Mapa de Riscos,
que é uma metodologia de avaliação qualitativa e subjetiva dos riscos presentes no
trabalho.
Para a elaboração do mapa, a CIPA deve ter a assessoria da equipe do Serviço Especializado
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). 
Ainda sobre a classificação dos riscos ocupacionais, é preciso lembrar que eles muitas vezes
afetarão a saúde do trabalhador através do que chamamos de “fatores de riscos” como: ruído,
poeira, calor, bactéria, produto químico, entre outros. Há ainda os fatores relacionados à
organização do trabalho, que podem causar doenças osteomusculares e transtornos mentais.
Convém lembrar também que, no ambiente de trabalho, é possível que o trabalhador
esteja exposto a mais de um agente.
Em outras palavras, podemos encontrar alguns fatores de riscos de grupos de riscos diferentes
em um mesmo ambiente de trabalho.
 EXEMPLO
Por exemplo, na indústria têxtil, pode ocorrer: maquinário com ruído (agente de risco físico),
poeira da matéria-prima (agente de risco químico), postura inadequada para manuseio da
máquina (agente de risco ergonômico).
Há ainda um agravante: dependendo do fator de risco, as doenças só se manifestarão
anos após a exposição, muitas vezes após o término de um contrato de trabalho.
AGENTES DE RISCOS OCUPACIONAIS X
ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES 
Para compreender a relação entre o trabalho e o processo de adoecimento, diversos países
(incluindo o Brasil) adotaram a classificação elaborada em 1984 por Richard Schilling. O
professor de medicina inglês agrupou as doenças segundo a contribuição ou o “papel causal”
desempenhado pelo trabalho no adoecimento. 
A classificação de Schilling orienta os profissionais da saúde sobre a possível relação do
adoecimento com a exposição a riscos presentes no trabalho:
GRUPO I
Doenças em que o trabalho é a causa necessária. 
Exemplo: silicose.
javascript:void(0)
GRUPO II
Doenças em que o trabalho pode ser um fator contributivo, mas não necessário, ou seja, o
trabalho pode ou não estar favorecendo a condição do trabalhador. 
Exemplo: hipertensão.
GRUPO III
Doenças em que o trabalho é um agravador de um distúrbio latente. 
Exemplo: depressão.
Essa classificação facilita o trabalho do médico, quando é preciso relacionar o diagnóstico
(doença) com o ambiente de trabalho (causa) e estabelecer o nexo ocupacional, mais
conhecido como nexo causal. 
Vejamos um exemplo de nexo ocupacional:
NEXO OCUPACIONAL
Chamamos de nexo ocupacional ou causal quando o médico consegue comprovar que a
doença ou o adoecimento é proveniente do trabalho. 
 EXEMPLO
JPS trabalha há dez anos exposto a poeira de sílica, após esse período começou a apresentar:
diminuição da capacidade de respirar, fraqueza, tosse intensa, dores no peito, perda de peso.
Foi ao médico e após a anamnese (perguntas que o médico faz ao paciente) e alguns exames,
foi diagnosticado com Silicose (doença proveniente da exposição ao pó de sílica). Neste caso,
ao comprovar que o trabalhador desenvolveu a doença por causa do trabalho, teremos um
nexo de causalidade = causa (ambiente/pó de sílica) e efeito (doença).
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Agora que já falamos sobre as formas de adoecer e a sua relação com o trabalho, vejamos o
que acontecerá com o trabalhador adoecido ou em processo de adoecimento.
O TRABALHADOR ADOECIDO 
Para entendermos o que pode acontecer aos trabalhadores quando adoecem, é interessante
lembrar de alguns conceitos/termos chave:
ADOECIMENTO OCUPACIONAL
É qualquer alteração biológica ou funcional (física ou mental) que ocorre com uma pessoa em
decorrência do trabalho.
EMPREGADOR (COM OU SEM CNPJ)
Empresa, individual ou coletiva, que assume os riscos da atividade econômica: admite,
assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
EMPREGADO
Pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a um empregador, sob a
dependência deste e mediante salário. Pode ser: empregado do setor privado (com ou sem
carteira de trabalho assinada); empregado do setor público (com ou sem carteira de trabalho
assinada, militar, servidor público estatuário); e empregado rural.
TRABALHADOR DOMÉSTICO
Pessoa física que presta serviço em domicílio, com ou sem carteira de trabalho assinada. 
EMPREGADO CONTRATADO EM REGIME CLT 
Pessoa física que trabalha sob o regime da Consolidação da Leis do Trabalho (CLT), ou seja,
tem carteira de trabalho assinada pelo empregador. Neste caso, há alguns direitos garantidos
(caso tenha necessidade, pode receber benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social,
INSS).
Agora vamos entender, em três casos, o que acontece com um trabalhador contratado em
regime de CLT:
CASO 1 – TRABALHADOR PRECISARÁ SE
AFASTAR POR POUCO TEMPO DO TRABALHO
XYZ trabalha em uma empresa de construção civil há cinco anos, com manipulação de
cimento. Há alguns dias tem percebido coceira intensa nas mãos, além de rachadura que
sangra, e isso está impedindo que trabalhe direito. Ao procurar um médico, o mesmo avaliou
as lesões e constatou que XYZ estava com dermatite de contato por causa do cimento e o
afastou do trabalho por cinco dias, entregando a ele um Atestado Médico. Neste caso, o
trabalhador precisará voltar ao trabalho? Precisará entregar o atestado na empresa? O dia de
trabalho será abonado?
QUAL É A RESPONSABILIDADE DO
TRABALHADOR E DA EMPRESA, NESSE CASO?
RESPOSTA
RESPOSTA
O trabalhador precisou ser afastado por pouco tempo para tratamento. Após sair da
consulta, ele poderá ir à empresa entregar o atestado ou fazer isso no dia seguinte. A
empresa deverá receber o atestado e os dias de afastamento serão abonados, o
trabalhador receberá o valor do salário que corresponde a esses dias. 
CASO 2 – TRABALHADOR PRECISARÁ SE
AFASTAR POR MAIS DE 15 DIAS 
javascript:void(0)
LMN trabalha como frentista há quinze anos. Há cinco dias vem apresentando cansaço
excessivo, dores de cabeça e tontura. Após um episódio de sangramento no nariz, LMS ficou
assustado e procurou um médico. Durante a consulta relatou detalhes do seu trabalho e o
médico solicitou alguns exames, entre eles o toxicológico. Ao receber os resultados, o médico
identificou que, além da intoxicação, LMN estava com leucemia. Para o tratamento inicial, o
médico emitiu um Atestado com quarenta dias de afastamento. Neste caso, o trabalhador
precisará voltar ao trabalho? Precisará entregar o atestado na empresa? O dia de trabalho será
abonado?
QUAL É A RESPONSABILIDADE DO
TRABALHADOR E DA EMPRESA, NESSE CASO?
RESPOSTA
RESPOSTA
O trabalhador precisou ser afastado por 40 dias. Após sair da consulta, ele poderá ir è
empresa entregar o atestado ou fazer isso no dia seguinte. A empresa deverá receber o
atestado e os primeiros quinze dias de afastamento serão abonados, o trabalhador
receberá o valor do salário que corresponde a esses dias. Porém, neste caso, o
trabalhador também precisará ser orientado a agendar perícia no INSS. Como ficará
afastado do trabalho por mais tempo, para fazer jus ao benefício do INSS, precisará
passar por perícia médica. 
Atenção: Não existe lei que obrigue o médico a colocar o nome da doença (diagnóstico)
e nem o número da classificação (a CID da doença) no atestado médico. 
A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID) é um
registro estatístico que reúne e organiza as mais diversas doenças e sintomas
conhecidos pelo homem em grupos ou categorias.
javascript:void(0)
CASO 3 – TRABALHADOR NÃO PRECISARÁ SE
AFASTAR DO TRABALHO
RST trabalha em uma empresa há dez anos e há cinco foi diagnosticada com depressão.
Desde então, faz tratamento regularmente e não pode deixar de tomar seus remédios nem um
dia. Um sábado por mês, RST vai ao médico do posto de saúde para renovar a receita e pegar
outra caixa de medicamento. Acontece que este mês, o médico que a acompanha não poderá
atender aos sábados e agendou uma consulta durante a semana. RST não pode ficar sem o
remédio e foi autorizadapela empresa a comparecer à consulta. O médico entrega a ela uma
Declaração de Comparecimento com a data da consulta e o tempo que ficou no consultório.
Neste caso, o que você acha? A trabalhadora precisará voltar ao trabalho? Deve entregar a
declaração na empresa? O dia de trabalho será abonado?
QUAL É A RESPONSABILIDADE DO
TRABALHADOR E DA EMPRESA, NESSE CASO?
RESPOSTA
RESPOSTA
A trabalhadora precisará retornar ao trabalho e entregar a declaração na empresa. A
declaração não abona o dia inteiro de trabalho, somente as horas que constam na
declaração. 
QUAL É A RESPONSABILIDADE DO MÉDICO QUE
ATENDE UM TRABALHADOR EM PROCESSO DE
ADOECIMENTO?
javascript:void(0)
Como vimos, o médico precisa atender o trabalhador com atenção, coletar informações sobre
sua vida pessoal e profissional, solicitar exames complementares (se for preciso) e formular um
diagnóstico. Nem sempre o médico faz o diagnóstico imediatamente, às vezes precisa de
tempo para investigar o que está acontecendo com o trabalhador. O médico também poderá
prescrever o tratamento e/ou encaminhar o trabalhador para outros profissionais como,
psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas, entre outros.
Uma vez constatado que o trabalhador não tem condições de retornar ao trabalho, o médico
deverá fornecer um atestado com os dias necessários de afastamento. Às vezes o trabalhador
está adoecendo e isso não tem nenhuma relação com o trabalho, porém, mesmo assim, o
trabalhador precisará ser afastado para se tratar. Caso não haja necessidade de afastamento,
o médico deverá entregar ao trabalhador uma declaração de comparecimento à consulta, com
a data e o tempo que ficou no consultório em atendimento. 
Fonte: jcomp / freepik
Se o médico que atendeu o trabalhador não é médico do trabalho e não tem acesso à
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), mas diagnosticou uma doença ocupacional,
então deverá emitir apenas um laudo sobre as condições de saúde do trabalhador, para que
este o entregue na empresa e o laudo seja anexado à CAT.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. MNH, DIGITADOR HÁ DEZ ANOS, COMPARECEU A UMA CONSULTA
MÉDICA COM QUEIXA DE FORMIGAMENTO, ARDÊNCIA E DORES NAS
MÃOS, RELATOU TAMBÉM QUE HÁ DUAS SEMANAS NÃO CONSEGUE
LEVANTAR ALGUNS OBJETOS DEVIDO A UMA “FRAQUEZA NAS MÃOS”.
NO EXAME FÍSICO, O MÉDICO OBSERVOU INCHAÇO E VERMELHIDÃO
LOCAL. DIANTE DESSES SINAIS E SINTOMAS, O TRABALHADOR FOI
DIAGNOSTICADO COM TENDINITE NAS MÃOS E NOS PUNHOS. PARA O
TRATAMENTO E A RECUPERAÇÃO, O MÉDICO O AFASTOU DO
TRABALHO POR 07 (SETE) DIAS. PARA FORMALIZAR O AFASTAMENTO,
MNH DEVERÁ LEVAR À EMPRESA O DOCUMENTO EMITIDO PELO
MÉDICO COM UMA INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA. ASSINALE ABAIXO A
ALTERNATIVA CORRETA SOBRE O DOCUMENTO E A INFORMAÇÃO
OBRIGATÓRIA: 
A) Declaração de comparecimento com os dias de afastamento e o diagnóstico. 
B) Declaração de comparecimento com o dia da consulta.
C) Atestado médico com os dias de afastamento.
D) Atestado médico com os dias de afastamento e o tratamento. 
2. APÓS O ADOECIMENTO DE UM GRUPO DE 20 TRABALHADORES EM
UMA EMPRESA DE REPARO DE NAVIOS, O EMPREGADOR DECIDIU
CONTRATAR UMA EQUIPE DE PROFISSIONAIS PARA AJUDÁ-LO A
ENTENDER O QUE ESTAVA ACONTECENDO. AO FINALIZAR A
AVALIAÇÃO, A EQUIPE CONSTATOU QUE HAVIA MUITO METAL PESADO
NO AMBIENTE, QUANTIDADE ACIMA DO PERMITIDO POR LEI, EM
RAZÃO DA PINTURA DOS CASCOS DOS NAVIOS. DE ACORDO COM
ESSA SITUAÇÃO, MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA IDENTIFICADA
PELA EQUIPE SOBRE A ETAPA DO CICLO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO:
A) Monitoramento dos riscos e da saúde dos trabalhadores.
B) Antecipação e/ou reconhecimento dos riscos.
C) Medidas corretivas em caso de anormalidades.
D) Adoção de medidas de controle.
GABARITO
1. MNH, digitador há dez anos, compareceu a uma consulta médica com queixa de
formigamento, ardência e dores nas mãos, relatou também que há duas semanas não
consegue levantar alguns objetos devido a uma “fraqueza nas mãos”. No exame físico, o
médico observou inchaço e vermelhidão local. Diante desses sinais e sintomas, o
trabalhador foi diagnosticado com tendinite nas mãos e nos punhos. Para o tratamento e
a recuperação, o médico o afastou do trabalho por 07 (sete) dias. Para formalizar o
afastamento, MNH deverá levar à empresa o documento emitido pelo médico com uma
informação obrigatória. Assinale abaixo a alternativa correta sobre o documento e a
informação obrigatória: 
A alternativa "C " está correta.
Neste caso o documento será o atestado médico, uma vez que o trabalhador precisará ser
afastado para tratamento. Quanto à informação obrigatória, o médico deverá colocar os dias de
afastamento, mas não o tratamento prescrito para o trabalhador.
2. Após o adoecimento de um grupo de 20 trabalhadores em uma empresa de reparo de
navios, o empregador decidiu contratar uma equipe de profissionais para ajudá-lo a
entender o que estava acontecendo. Ao finalizar a avaliação, a equipe constatou que
havia muito metal pesado no ambiente, quantidade acima do permitido por lei, em razão
da pintura dos cascos dos navios. De acordo com essa situação, marque a alternativa
correta identificada pela equipe sobre a etapa do ciclo de segurança e saúde no
trabalho:
A alternativa "B " está correta.
O caso acima mostra que a equipe contratada para avaliar o ambiente identificou o fator de
risco que estava adoecendo os trabalhadores, logo, eles reconheceram o risco, que é a
primeira etapa do ciclo de segurança e saúde no trabalho.
MÓDULO 2
 Identificar o papel das empresas na prevenção do adoecimento e na promoção da saúde
dos trabalhadores
RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS NA
PREVENÇÃO DE RISCOS 
Como vimos no módulo anterior, muitas vezes o ambiente de trabalho apresenta riscos que
afetam a saúde física e/ou mental dos trabalhadores. Essa situação exige a responsabilidade
de todos, principalmente dos empregadores.
NORMAS REGULAMENTADORAS
PERTINENTES À SEGURANÇA E MEDICINA
DO TRABALHO
Seguindo a Recomendação nº 155 (que trata da Segurança e Saúde dos Trabalhadores) da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), os países membros elaboraram uma política
nacional coerente em matéria de segurança e saúde dos trabalhadores e ambiente de trabalho. 
O Brasil, como membro da OIT, acatou a Recomendação nº 155, e o Ministério do Trabalho
aprovou a Portaria nº 3.214, de 08/06/1978, sobre as Normas Regulamentadoras (NRs)
pertinentes à Segurança e Medicina do Trabalho. De lá para cá, já são 37 normas publicadas a
serem colocadas em prática pelas empresas/organizações. 
Fonte: Freepik
Nesse contexto, trataremos de duas NRs muito importantes para a manutenção da saúde dos
trabalhadores, além de apontar medidas que podem ser colocadas em prática, para que seja
evitado o adoecimento físico ou mental do trabalhador.
DISPOSIÇÕES GERAIS E GERENCIAMENTO DE
RISCOS OCUPACIONAIS — NR 01 
Sobre as disposições gerais, a NR 01 informa que as NRs são de observância obrigatória pelas
organizações e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos
órgãos dos Poderes Legislativo, Judiciário e Ministério Público que tenham empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
No que concerne ao Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, cabe:
À ORGANIZAÇÃO
a) Evitar os riscos ocupacionais que possam ser originados no trabalho; 
b) Identificar perigos e possíveis lesões ou agravos à saúde; 
c) Avaliar os riscos ocupacionais indicando o nível de risco; 
d) Classificar os riscos ocupacionais para determinar a necessidade de adoção de medidas de
prevenção; 
e) Implementar medidas de prevenção de acordo com a classificação de risco e na ordem de
prioridade; 
f) Acompanhar o controle dos riscos ocupacionais.
AO EMPREGADOR
a) Cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no
trabalho; 
b) Informar aos trabalhadores: 
I. Os riscos ocupacionais existentes nos locais de trabalho; 
II. As medidas de prevenção adotadas pela empresa para eliminarou reduzir tais riscos; 
III. Os resultados dos exames médicos e dos exames complementares de diagnóstico aos
quais os próprios trabalhadores forem submetidos; e 
IV. Os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho. 
c) Elaborar ordens de serviço sobre segurança e saúde no trabalho, dando ciência aos
trabalhadores.
 ATENÇÃO
Todo trabalhador, ao ser admitido ou quando mudar de função que implique alteração de risco,
deve receber informações sobre: os riscos ocupacionais que existam ou possam se originar
nos locais de trabalho; os meios para prevenir e controlar tais riscos; as medidas adotadas pela
organização; os procedimentos a serem adotados em situação de emergência. As informações
podem ser transmitidas durante os treinamentos ou por meio de diálogos de segurança,
documento físico ou eletrônico. 
O trabalhador tem direito de interromper suas atividades, quando constatar que a situação de
trabalho envolve um risco grave e iminente para sua vida e saúde. Ele precisa informar ao
superior hierárquico e, caso a situação não seja resolvida, pode se recusar a retornar à
atividade até que se resolva a situação.
PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE
OCUPACIONAL (PCMSCO) — NR 07 
O PCMSO é uma Norma Regulamentadora (NR 07) criada pelo Ministério do Trabalho em
1978. Sua versão mais atualizada é a de 2018. Esta norma estabelece que a instituição
empregadora tem a obrigatoriedade de elaborar e implementar o programa que tem como
objetivo a promoção e a preservação da saúde dos trabalhadores contratados. 
Antes de entrarmos mais especificamente na NR 07, é preciso entender a diferença entre
“prevenção” e “promoção da saúde”.
autor/shutterstock
PREVENÇÃO DA SAÚDE 
Geralmente trabalhamos prevenção para situações específicas, com o intuito de que o
trabalhador não adoeça por uma determinada exposição. Uma pessoa que trabalha em
frigorífico, por exemplo. Para prevenirmos uma doença relacionada à exposição a um ambiente
frio, é preciso que o ambiente de trabalho siga normas de segurança e os trabalhadores
utilizem equipamentos de proteção coletiva e proteção individual.

autor/shutterstock
PROMOÇÃO DA SAÚDE 
Já para promoção da saúde, é preciso ter um olhar integral do ambiente e proporcionar “saúde”
para os trabalhadores. Empresas que oferecem alimentação, por exemplo, devem servir
refeições saudáveis. Imagine vários trabalhadores hipertensos comendo alimentos muito
salgados? Perceba que aqui a ação não tem relação direta com a atividade que os
trabalhadores desenvolvem, ainda assim é preciso ter cuidado com a alimentação deles.
Outro exemplo de promoção de saúde: 
 EXEMPLO
Banheiros sujos podem inibir o acesso de trabalhadores, fazendo com que “prendam” por muito
tempo a urina, ocasionando infecções urinárias — banheiros limpos, aliás, evitam
disseminação de várias doenças.
Por fim, lembrando que saúde não é ausência de doença. 
Será que é possível um trabalhador sem doença e sem saúde? 
É possível. Saúde significa bem-estar físico, social, mental e espiritual, segundo a Organização
Mundial da Saúde (OMS). Para ter saúde, é preciso que nossas necessidades sejam
satisfeitas, ou seja: alimentação, trabalho/emprego, moradia, educação, acesso a serviços de
saúde. Se não temos emprego/trabalho/renda, não estamos saudáveis.
“O TRABALHO É UM DOS DETERMINANTES DA
SAÚDE E DO BEM-ESTAR DO(A) TRABALHADOR(A) E
DE SUA FAMÍLIA. ALÉM DE GERAR RENDA, QUE
VIABILIZA AS CONDIÇÕES MATERIAIS DE VIDA, TEM
UMA DIMENSÃO HUMANIZADORA E PERMITE A
INCLUSÃO SOCIAL DE QUEM TRABALHA,
FAVORECENDO A FORMAÇÃO DE REDES SOCIAIS DE
APOIO, IMPORTANTES PARA A SAÚDE.”
(Brasil, Ministério da Saúde, 2018). 
Retomando nosso tema, o PCMSO deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico
precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho e ser planejado e implantado com base
nos riscos à saúde dos trabalhadores. A equipe do PCMSO é formada por profissionais da área
da saúde e especialistas em saúde do trabalhador, como enfermeiros do trabalho e médicos do
trabalho. 
O que é feito em um PCMSO?
 RESPOSTA
Entre outros, atendimento ao trabalhador, consulta e avaliação médica, exames médicos
obrigatórios como admissional, periódico, de mudança de função, de retorno ao trabalho e
demissional.
Bom lembrar que todos os atendimentos e exames são de responsabilidade das empresas. 
Basicamente esses exames incluem: 
a) avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental; 
b) exames complementares, realizados de acordo com os termos específicos na NR 07.
Rapidamente, vamos fixar os objetivos de cada exame:
Fonte: Freepik
ADMISSIONAL
Exame feito antes de o trabalhador assumir um cargo/ocupação, para saber se o trabalhador
está apto para assumir a vaga de emprego.
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PERIÓDICO
Exame realizado periodicamente para saber se o trabalhador está bem ou adoecendo por
causa da atividade que desenvolve.
Saiba mais
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Fonte: Freepik
MUDANÇA DE FUNÇÃO 
Exame realizado para saber se o trabalhador está apto para assumir nova função com agentes
de riscos diferentes de sua posição anterior.
Saiba mais
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Fonte: Freepik
RETORNO AO TRABALHO
Exame realizado para saber se o trabalhador tem condições de voltar à função após
afastamento por 30 dias ou mais.
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DEMISSIONAL 
Exame realizado quando o trabalhador é demitido.
Saiba mais
PERIÓDICO
A periodicidade depende do tipo de trabalho, não há um padrão.
MUDANÇA DE FUNÇÃO 
Por exemplo, um auxiliar de serviços gerais (exposição a substâncias químicas) conclui o
curso de técnico de radiologia e vai passar a trabalhar como tal (exposição à radiação
ionizante).
DEMISSIONAL 
O Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) desses exames deverá ser preenchido em
duas vias, uma entregue ao trabalhador no dia do exame e outra arquivada na empresa.
 ATENÇÃO
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Caso haja exposição excessiva ao risco (verificada na avaliação clínica do trabalhador e/ou nos
exames constantes, mesmo sem qualquer sintomatologia ou sinal clínico), o trabalhador deve
ser afastado do local de trabalho ou do risco, até que esteja normalizado o indicador biológico
de exposição (o que apareceu no exame) e as medidas de controle nos ambientes de trabalho
tenham sido adotadas. Este procedimento significa adotar as normas de segurança para a
prevenção de doenças! 
Ao constatar a ocorrência ou o agravamento de doenças relacionadas ao trabalho no exame
periódico, o médico do trabalho deverá: 
a) Solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT); 
b) Indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco ou do
trabalho; 
c) Encaminhar o trabalhador à Previdência Social para a avaliação de incapacidade e definição
da conduta previdenciária em relação ao trabalho; 
d) Orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no
ambiente de trabalho.
Além das competências que constam da NR 07, Dias et al. (2018) destacam que o médico do
trabalho também deverá: 
OUTRAS RESPONSABILIDADES DO MÉDICO DO
TRABALHO 
Considerar o trabalhador na sua singularidade e individualidade, respeitando seus direitos
e sua autonomia nas decisões sobre sua saúde, fundamentados nos princípios éticos e
na legislação vigente, além de opor-se a qualquer forma de discriminação ou exclusão
social no trabalho por meio de sua atuação profissional; 
Garantir ao trabalhador acesso às informações sobre os riscos presentes no trabalho e
sobre suas condições de saúde; 
Manter a confidencialidade das informações de saúde e dos registros médicos do
trabalhador e sua participação nas decisões sobre seu uso nos limites éticos e legais; 
Orientar e acompanhar os procedimentos de diagnóstico, tratamento e condutas
decorrentes do estabelecimento da relação causal entre o adoecimento e o trabalho,
incluindo a reabilitação física e profissional dos trabalhadores sob sua responsabilidade.javascript:void(0)
Promover ações visando à melhoria das condições de saúde e do bem-estar, bem como
o empoderamento dos trabalhadores, formais e informais, na perspectiva da promoção da
saúde. 
Conhecer as normas, as prescrições ou as referências de agências internacionais que
apresentem avanços na proteção dos trabalhadores: Occupational and Safety Health
Administration (OSHA, EUA); American Conference of Governmental and Industrial
Hygiene (ACGIH); Biologic Exposure Indices (BEI); Occupational Exposure Level (OEL,
EUA); Environmental Protection Agency (EPA, USA) e outras agências reconhecidas pela
excelência, adaptando seus ditames à realidade brasileira. 
A NR 07 orienta as empresas a se manterem equipadas com o material necessário à
prestação de primeiros socorros, considerando as características da atividade
desenvolvida. É preciso manter esse material guardado em local adequado e aos
cuidados de pessoa treinada para esse fim. Na ausência de profissional especializado
para a prestação de primeiros socorros, chamar uma ambulância é o melhor a fazer.
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS (PGRS) 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2012), o Programa de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos (PGRS) gere resíduos provenientes de serviços, indústrias, fábricas, entre
outros, seguindo rigorosamente a legislação. 
O gerenciamento de resíduos é um conjunto de ações exercidas direta ou indiretamente nas
etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente
adequada dos resíduos sólidos e disposição final dos rejeitos, de acordo com o plano municipal
de gestão integrada de resíduos sólidos. 
O gerenciamento abrange todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, materiais,
financeiros e da capacitação dos recursos humanos envolvidos com o manejo.
A importância do PGRS vai muito além do cumprimento da legislação, contribui também para a
promoção da saúde da população. Tratar os resíduos de forma correta evita o descarte
inapropriado e, como consequência, inibe a contaminação do meio ambiente, além de prevenir
várias doenças. 
No Brasil, infelizmente sabemos que muitas pessoas sobrevivem da coleta de materiais em
“lixões”, caso elas entrem em contato com produtos descartados erroneamente (como seringas
ou agulhas descartadas, substâncias químicas nocivas ou resíduos de construção civil etc.), os
responsáveis por estes materiais também serão os responsáveis pelo adoecimento e pelos
acidentes de muita gente!
Fonte: jcomp / freepik
A LEI Nº 12.305/2010 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº 12.305/2010 que
dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas
à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos à
responsabilidade dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público
ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos,
bem como as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao
gerenciamento de resíduos sólidos.
Sobre os objetivos da PNRS, podemos destacar: 
Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; 
Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; 
Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; 
Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar os impactos ambientais; 
Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos, entre outros.
Segundo a PNRS, eis as diferenças entre resíduos e rejeitos: 
RESÍDUOS
Devem ser reaproveitados e reciclados. 
Restos de tecidos de uma fábrica de roupas (podem ser reaproveitados para fabricar tapetes e
colchas de retalhos); alguns tipos de papéis e de vidros (podem ser reciclados).
REJEITOS
Devem ter disposição final. 
Agulhas e seringas usadas (não podem ser reciclados; caso tenham entrado em contato com
secreção ou sangue, devem ser incinerados).
Alguns autores dividem os resíduos em recicláveis ou reaproveitáveis; e em não recicláveis e
não reaproveitáveis. Seguindo a PNRS, temos a seguinte classificação dos resíduos sólidos:
RESÍDUOS SÓLIDOS QUANTO À ORIGEM 
a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; 
b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias
públicas e outros serviços de limpeza urbana; 
c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; 
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d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”; 
e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades,
excetuados os referidos na alínea “c”; 
f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e nas instalações industriais; 
g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em
regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e do SNVS; 
h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos
para obras civis; 
i) Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais,
incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; 
j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais
alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; 
k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento
de minérios.
RESÍDUOS SÓLIDOS QUANTO À PERICULOSIDADE 
a) Resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental de
acordo com lei, regulamento ou norma técnica; 
b) Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
RESÍDUOS SÓLIDOS, QUANTO À DESTINAÇÃO OU À
DISPOSIÇÃO FINAL
São proibidos em: 
I - Lançamento nas praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos; 
II – Lançamento in natura a céu aberto, excetuados os resíduos de mineração; 
III - Queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não licenciados para
essa finalidade; 
IV - Outras formas vedadas pelo poder público.
 ATENÇÃO
A Lei nº 12.305/2010 não se aplica aos rejeitos radioativos, que são regulados por legislação
específica. 
O COMPROMISSO COM O TRABALHO E A
RESPONSABILIDADE DO TRABALHADOR
Vimos algumas situações que podem acometer os trabalhadores e a responsabilidade das
empresas em relação a ambientes seguros, exames que devem ser feitos, acompanhamento
dos trabalhadores e promoção da saúde. Agora, precisamos abordar um pouco sobre ao que
cabe aos trabalhadores. Em algumas NRs, existem as obrigações dos empregadores, mas
também as dos empregados, como nos dois exemplos a seguir:
NR 1 
Na NR 01, cabe ao trabalhador: 
a) Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e saúde no trabalho,
inclusive as ordens de serviço expedidas pelo empregador; 
b) Submeter-se aos exames médicos previstos nas NRs; 
c) Colaborar com a organização na aplicação das NRs; e 
d) Usar o equipamento de proteção individual fornecido pelo empregador.
NR 6 
Na NR 06, cabe ao trabalhador quanto ao Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
a) Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina; 
b) Responsabilizar-se por sua guarda e conservação; 
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne imprópriopara o uso; e 
d) Cumprir as determinações do empregador sobre seu uso adequado.
Muitos acidentes e doenças acometem os trabalhadores pelo uso inapropriado dos EPIs ou
mesmo pelo não uso durante o trabalho. Cabe à empresa fornecer os EPIs aos trabalhadores e
agendar treinamentos para a utilização desses dispositivos. 
Acontece que, mesmo depois de treinados, alguns trabalhadores não os usam por indisciplina
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ou razões diversas. 
Obedecer às normas de segurança nos ambientes também é um ponto crítico para os
empregadores; o trabalhador precisa ser conscientizado de que ele também é responsável por
prevenir doenças e promover a própria saúde.
Fonte: nipastock / freepik.
 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO E SAÚDE OCUPACIONAL (NR
07), É DE RESPONSABILIDADE DA EMPRESA OS EXAMES MÉDICOS
OBRIGATÓRIOS, COMO POR EXEMPLO: 
A) Admissional, periódico, demissional.
B) Periódico, de mudança de função, exame de sangue
C) Demissional, audiometria, demissional. 
D) Densitometria óssea, de retorno ao trabalho, periódico. 
2. A RECICLAGEM É UM PROCESSO INDUSTRIAL QUE CONVERTE O
LIXO DESCARTADO EM PRODUTO SEMELHANTE AO INICIAL OU
OUTRO. ENTRE AS OPÇÕES A SEGUIR, MARQUE A ALTERNATIVA
CORRETA SOBRE O MATERIAL QUE PODE SER RECICLADO: 
A) Material radioativo
B) Medicamento
C) Papel
D) Parafina
GABARITO
1. No Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (NR 07), é de responsabilidade
da empresa os exames médicos obrigatórios, como por exemplo: 
A alternativa "A " está correta.
Os exames obrigatórios oferecidos pela empresa são cinco. Entre eles, o admissional, que é
realizado antes de o candidato assumir um cargo; o periódico, realizado quando o trabalhador
já é funcionário e faz o exame periodicamente; e o demissional, que o trabalhador faz quando é
demitido.
2. A reciclagem é um processo industrial que converte o lixo descartado em produto
semelhante ao inicial ou outro. Entre as opções a seguir, marque a alternativa correta
sobre o material que pode ser reciclado: 
A alternativa "C " está correta.
Alguns papéis podem ser reciclados, considerados assim um resíduo. Outros papéis não
podem ser reciclados, como por exemplo os engordurados. Por isso é preciso ter cuidado
durante a separação dos materiais para reciclagem.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, vimos a classificação dos riscos ocupacionais e o quanto é importante reconhecê-
los em um ambiente de trabalho. Ao ter controle sobre esses riscos, evitamos espaços
insalubres e, como consequência, reduzimos ou eliminamos o adoecimento dos trabalhadores.
Também vimos como a atuação da CIPA ajuda a prevenir as doenças ocupacionais e a manter
a segurança das pessoas. 
Não podemos esquecer que o trabalho tem um efeito protetor e de promoção da saúde, porém,
quando não é bem estruturado, pode causar mal-estar, sofrimento, adoecimento e até morte. O
trabalhador que adoece precisa de apoio, por isso o diagnóstico e o tratamento são
fundamentais — não só o atendimento através de consultas médicas, mas também a
prevenção das doenças relacionadas ao trabalho. 
Para que as ações de prevenção do adoecimento e promoção da saúde sejam colocadas em
prática, é preciso que empregadores e empregados estejam envolvidos, cada um com suas
competências. Aos empregadores cabe implantar as políticas públicas relacionadas à saúde e
à segurança dos trabalhadores, as Normas Regulamentadoras (NRs) e outras normas, quando
necessário; já aos empregados cabe respeitar e cumprir as NRs, além de identificar desajustes
no ambiente de trabalho e comunicá-los ao empregador. Só através dessa união de forças será
possível melhorar as condições de trabalho e reduzir o adoecimento ocupacional.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério do Trabalho. Adoecimento ocupacional: um mal invisível e silencioso.
Brasília: Ministério do Trabalho, 2018. Disponível em:
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Cartilhas/Cartilha-doencas-ocupacionais.pdf. Acesso
em: 19 jun. 2020.
BRASIL. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho. Normas regulamentadoras. Brasília: 2020.
Disponível em: https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-
menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default. Acesso em: 19 jun. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde do trabalhador e da trabalhadora. Caderno de Atenção
Básica, nº 41. Brasília: Ministério da Saúde, 2018. Disponível em:
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/caderno-atencao-basica-41-saude-trabalhador-
trabalhadora. Acesso em: 19 jun. 2020.
DIAS, E. C.; CHIANEGATTO, C. V.; OLIVEIRA, R. B.; BANDINI, M. Competências essenciais
requeridas para o exercício da Medicina do Trabalho. 3. ed. São Paulo: ANAMT, 2018.
EXPLORE+
Leia o texto “Comunicação de Acidente de Trabalho — CAT” no site do INSS. Publicado
em: 8 jan. 2018, última modificação: 12 nov. 2019.
Leia o artigo “Promoção de ambientes de trabalho saudáveis e seguros na prevenção das
doenças e agravos relacionados ao trabalho” no site da ENSP, Fiocruz. 
Leia o item “Alguns pontos importantes da Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos”
do texto “Contextos e principais aspectos” no site do Ministério do Meio Ambiente. 
Leia o texto “Atividades e Operações Insalubres —V” no site da Escola Nacional da
Inspeção do Trabalho (Enit). 
Assista no Youtube ao vídeo “Estresse e saúde mental no trabalho”, produzido pela
Fundação Jorge Duprat e Figueiredo (Fundacentro). 
CONTEUDISTA
https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Cartilhas/Cartilha-doencas-ocupacionais.pdf
https://enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst-normatizacao/sst-nr-portugues?view=default
http://renastonline.ensp.fiocruz.br/recursos/caderno-atencao-basica-41-saude-trabalhador-trabalhadora
Raquel Juliana de Oliveira Soares
 CURRÍCULO LATTES
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