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o fantasma do rei Leopoldo

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Disciplina: História da África no século XX 
Aluna: Carolinne R.B. Carvalho 
Matrícula: 201608163725. 
HOCHSCHILD, Adam. O fantasma do Rei Leopoldo. Cia das Letras . São Paulo, 1999, 384 
páginas. 
 
A obra trata-se de uma história verídica sobre a África Colonial, denunciando a pilhagem do 
reino do Congo, tornando praticamente um feudo para o Rei Leopoldo II da Bélgica entre 1885 
a 1909 que estava lançando os alicerces da apropriação de um latifúndio cuja extensão territorial 
superou em dezenas de vezes a da Bélgica, passando por cima das populações locais. 
O personagem Edmund Morel é funcionário de uma companhia de navegação britânica, 
chegando ao Congo, estranhou que os navios da sua companhia trouxessem valiosos 
carregamentos de borracha e marfim e em troca levassem apenas soldados, abastecimentos 
militares e armas. O Congo era então a mais recente colónia do rei Leopoldo II que criou um 
exército mercenário para capturar escravos para trabalhar primeiro na produção do marfim, 
depois em minas e na coleta do látex para produção da borracha. Nessa empresa, esse exército 
queimou vilas inteiras e aplicou punições públicas com alto grau de crueldade e sadismo, como 
esquartejamento e assassinatos em massa. 
 Morel acabou por compreender, com horror, que a origem daqueles carregamentos só podia ser 
uma: trabalho escravo em larga escala, logo que percebe deixa o emprego e torna-se o mais 
importante jornalista-investigador do seu tempo, conseguindo, através da denúncia do regime 
escravista do Congo e dos milhões de vidas humanas sacrificadas, despertar consciências e unir 
o mundo numa mesma causa, mantendo esta questão nas primeiras páginas dos jornais e 
desmascarar o rei Leopoldo perante a opinião pública como um homem da maior voracidade, 
ardiloso, dúplice, sedutor, um vilão que rivalizaria com qualquer figura romanesca que sempre 
se apresentava à opinião pública européia como grande filantropo, responsável pela "missão 
civilizadora" da Europa no Ocidente. 
O Estado Livre do Congo, batismo bonito dado a uma horrorosa empreitada escravagista e 
genocida, era conduzido por verdadeiros sociopatas, os oficiais brancos das forças públicas 
militares recebiam munição quando saíam para recrutar trabalhadores para as expedições de 
coleta do látex, e para prevenir desperdícios dessa munição, eram obrigados a apresentar uma 
mão direita humana para cada bala disparada, e mesmo assim o assassinato não era a causa 
maior das mortes entre os congoleses, o trabalho era vigiado até a exaustão, a fome, as fugas. 
em 1908, é obrigado a transferir a administração do país ao governo belga - sob pressão de uma 
intensa e pioneira campanha internacional por direitos humanos liderada pelo inglês Edmund 
Morel. 
A narrativa de Hochschild, densa como uma novela e rigorosamente documentada como um 
trabalho acadêmico, tem, entre outros méritos, a propriedade de mostrar as raízes do caos 
reinante até hoje na região do Congo.

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