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1 Análise das Demonstrações Contábeis ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 1. INTRUDUÇÃO 1.1. O que é Contabilidade? 1.2. O que faz o analista das demonstrações contábeis? 1.3. Quais os atributos necessários à análise das demonstrações contábeis? 2. ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 2.1. Estrutura Conceitual Básica. 2.2. Características qualitativas da informação contábil-financeira útil. 2.2.1. Características Qualitativas Fundamentais: Relevância e Representação Fidedigna 2.2.2. Características Qualitativas de Melhorias Custo como restrição na elaboração e divulgação da informação contábil 2.3. Balanço Patrimonial 2.3.1. Ativo 2.3.2. Passivo 2.3.3. Patrimônio Líquido 2.4. Demonstração do Resultado do Exercício - DRE 2.5. Demonstração do Resultado Abrangente – DRA 2.6. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL 2.7. Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC 2.8. Demonstração do Valor Adicionado – DVA 2.9. Notas Explicativas 3. MÉTODO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 3.1 O Método Proposto 3.2 Observação 3.3 Exame 3.4 Interpretação 4 ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL 4.1 Análise Horizontal 4.2 Análise Vertical 5 ÍNDICE DE LIQUIDEZ 5.1 Índice de Liquidez Corrente 5.2 Índice de Liquidez Seca 5.3 Índice de Liquidez Imediata 5.4 Índice de Liquidez Geral 5.5 Índice de Solvência 6 ÍNDICE DE ESTRUTURA PATRIMONIAL 6.1 Endividamento 6.2 Composição do Endividamento 6.3 Imobilização do Patrimônio Líquido 6.4 Imobilização de Recursos Não Correntes 2 Análise das Demonstrações Contábeis 7 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 7.1 Capital Circulante Líquido 7.2 Necessidade de Capital de Giro 7.3 Saldo em Tesouraria 7.4 Analisando CCL, NCG e ST 8 ÍNDICE DE ATIVIDADE 8.1 Objetivo 8.2 Rotação (ou Giro) de Estoques 8.3 Prazo Médio de Rotação (ou Renovação) de Estoques 8.4 Rotação de Clientes 8.5 Prazo Médio de Recebimento de Vendas 8.6 Ciclo Operacional 8.7 Rotação de Fornecedores 8.8 Prazo Médio de Pagamento de Compras 8.9 Ciclo Operacional da Empresa Industrial 8.10 Ciclo Financeiro ou (Ciclo de Caixa) 8.11 Giro de Caixa 3 Análise das Demonstrações Contábeis 1 INTRODUÇÃO Neste capitulo serão discutidos conceitos importantes que possibilitarão a compreender o que é a Contabilidade, entender o que faz o profissional analista das demonstrações contábeis, reconhecer os principais usuários da informação contábeis e suas necessidades informacionais e saber quais os atributos necessários para realizar analise de demonstrações contábeis. 1.1. O que é Contabilidade? Para compreender os objetivos da análise de demonstrações contábeis e suas limitações, é necessário ter em mente o que é Contabilidade e, principalmente, suas limitações. Para tanto, dois aspectos devem ser considerados: primeiro, a Contabilidade deve ser compreendida como modelo de representação econômico-financeira de uma entidade; segundo, a existência de grande diversidade de usuários da informação contábil. Martins, Diniz e Miranda (2012, p.61) entendem que “a Contabilidade é um Modelo que procura representar o que vem ocorrendo com a empresa, mas modelo, por definição, é uma aproximação [simplificação] da realidade, nunca a própria realidade. Sempre estará mostrando algo de maneira mais simplificada do que de fato é, e estarão sempre faltando informações para entender de forma completa o que está ocorrendo”. Em outras palavras, o que as demonstrações contábeis informam são partes da verdade acerca da realidade do econômico-financeiro da entidade. Apenas o que foi captado por meio das regras contábeis, vigentes em dada época. São representações que procuram retratar a realidade, mas são sempre limitadas. Mas a quem se destina a informação contábil? No principio, a contabilidade se destinava ao dono do patrimônio que desejava medir e controlar as variações ocorridas na sua riqueza, ou seja, a contabilidade nasceu por uma necessidade gerencial. Naquela época, a informação contábil teria um objetivo claro, atender às necessidades informacionais do proprietário do patrimônio. Mas com o passar do tempo, novos usuários foram surgindo. Martins, Diniz e Miranda (2012) destacam que já em 1673 é instituído o Código Comercial Frances estabelecendo um processo de normatização contábil de cima para baixo, subordinando a Contabilidade aos interesses dos credores (banqueiros). Naquela época, na Inglaterra, a boa contabilidade era a que produzia boas informações para os gestores das empresas. E esses balanços é que deveriam ser levados aos credores e investidores (iniciando-se o mercado acionário). Mais recentemente, já no século passado, os Estados nacionais começaram a tributar sobre os lucros contábeis, tornando-se o fisco um grande interessado nas informações contábeis. Além desses, inúmeros 4 Análise das Demonstrações Contábeis outros stakeholders demandam atualmente informações contábeis acionistas, governo, empregados, sindicatos, fornecedores, clientes, concorrentes etc. Como se vê, não é uma tarefa fácil cumprir os objetivos da Contabilidade, isto é, desejar que um modelo retrate a realidade econômico- financeira de uma entidade para vários usuários, os quais têm objetivos dispares em termos de informações. Além disso, por ser um modelo, as informações geradas pelos profissionais da contabilidade nem sempre são idênticas, posto que por mais normatizados que sejam os procedimentos utilizados na elaboração das demonstrações contábeis, sempre vai existir a possibilidade de escolhas diferentes, e, por consequência, a simplificação da realidade econômico-financeira pode ser apresentada de formas distintas. O papel crucial do Contador é o registro das operações. Ele capta, organiza e compila dados contábeis. “Sua matéria-prima são fatos de significado econômicos financeiros expressos em moeda. Seu produto final são as demonstrações financeiras” (MATARAZZO, 2010, p 5). Já os analistas partem das informações disponíveis nas demonstrações contábeis para chegar a informações que suportem a tomada de decisões. Ou seja, eles fazem o caminho inverso para chegar aos fatos econômico-financeiros relevantes à vida da empresa. Nota-se que não é muito simples o papel do analista das demonstrações contábeis. 1.2. O que faz o Analista das Demonstrações Contábeis? O analista das demonstrações contábeis é um verdadeiro detetive! Ele emprega suas habilidades para tirar conclusões sobre a realidade econômico- financeira da entidade, as quais vão subsidiar o processo decisório dos usuários na tomada de decisões. Então de uma forma ampla, o objetivo da analise das demonstrações contábeis, é extrair informações das demonstrações contábeis para tomada de decisões. Mas a definição de quais informações a serem extraídas depende de qual usuário ira utilizá-las. Como se sabe, são muitos os usuários da Contabilidade: credores, acionistas (institucionais, como os fundos de investimentos, especuladores de mercado, poupadores etc.), fisco sindicatos, clientes, concorrentes, entre outros. O objetivo da analise depende do usuário, porque cada usuário demanda um tipo especifico de informação. Os investidores estarão interessados em informações sobre o risco inerente ao investimento, o retorno que ele produz e a capacidade de pagamento de dividendos; alguns com visão de curto prazo e longo prazo. Os credores por empréstimos, os fornecedores e outros credores comerciais, por exemplo, estão interessados em informações sobre a capacidade da entidade em cumprir suas obrigações nos prazos estabelecidos, enquanto sindicatos e empregados querem saber sobre a estabilidade e lucratividade de seus empregados, sobre a capacidade de pagamento dos salários, benefícios de aposentadoria e 5 Análise dasDemonstrações Contábeis oportunidades de emprego. Já os clientes se preocupam com a capacidade operacional da empresa de fornecimento de matéria-prima ou insumos; os fornecedores se preocupam com seus créditos, enquanto o Governo e suas agencias estão interessados em informações sore as atividades empresariais, para que possam estabelecer politicas fiscais, destinação de recurso etc. O publico de maneira geral pode estar interessado em informações sobre a evolução do desempenho da entidade na sua cidade, na sua região, os desenvolvimentos recentes, entre outras coisas. Nem sempre foi assim. A análise de demonstrações contábeis voltadas a essa gama de usuários é algo recente em termos históricos. Entretanto, Iudícibus (2009) entende que a analise de demonstrações para auxiliar o gestor deva ser tão antiga quanto à própria Contabilidade, mas os banqueiros teriam sido os responsáveis pela sua vulgarização por meio de índices mais recentemente. Desde o final o século XIX, “é prática relativamente comum o banqueiro analisar o relacionamento entre os valores a receber e os valores a pagar de cada empreendimento a fim de determinar com mais base o risco envolvido em conceder empréstimos à entidade”. Na atualidade, os usuários das informações contábeis são inúmeros. Essa diversidade de usuário pode ser explicada levando em consideração a capacidade de a Contabilidade abstrair um conjunto de dados econômico- financeiros e mediante um modelo estabelecido emitir as informações obre as variações ocorridas no patrimônio. Com isso, a Contabilidade pode ser entendida como a linguagem dos negócios. Por ser fomentadora dessas informações, há um interesse mútuo de outras áreas em atuar conjuntamente com a contabilidade para alcançar objetivos específicos, como já se vislumbra em áreas, como a ambiental, de sustentabilidade, macroeconômica no equilíbrio de contas entre as nações, entre outras. Essa amplitude demanda cada vez mais competência do analista que irá analisar as demonstrações contábeis desses empreendimentos. 1.3. Quais os atributos necessários à análise das Demonstrações Contábeis? Nesse sentido, Martins, Diniz e Miranda (2012) entendem que as habilidades do analista devem compreender: a) conhecimento do negócio, ou seja, o ramo de atividade, o setor, as pessoas envolvidas, os julgamentos utilizados etc.; b) conhecimento do modelo contábil, ou seja, as particularidades contábeis para aquele tipo de empresa especificamente. Por exemplo, os mecanismos da analise das demonstrações contábeis de um banco não são os mesmos de uma siderúrgica. Assim, o contador que irá analisar as demonstrações de um tanto deve conhecer mais profundamente o negócio “instituições financeiras” e os aspectos contábeis atinentes, enquanto o analista que vá analisar as demonstrações de uma siderúrgica de conhecer tal 6 Análise das Demonstrações Contábeis ramo de atividade e as peculiaridades contábeis desse tipo de indústria. O que não significa que uma mesma pessoa não possa conhecer as duas áreas. Outros aspectos fundamentais na análise das demonstrações contábeis são: qualidade e quantidade de informações disponíveis. A quantidade de informações disponibilizadas é importante, pois quem está fora da empresa só poderá conhecer determinados aspectos do empreendimento se as informações forem divulgadas. Mais importante ainda é que as informações constantes nas demonstrações analisadas sejam confiáveis e acuradas, caso contraio conclusões não serão confiáveis. Nesse sentido, o Relatório de Auditoria se constitui em parâmetro essencial. Para Martins, Diniz e Miranda (2012), é exatamente pelo Relatório de Auditoria que se inicia um processo de análise das demonstrações contábeis. São apresentadas várias possibilidades de ocorrências no parecer da auditoria, as quais devem ser conhecidas pelo analista das demonstrações contábeis. Referencias bibliográficas: Análise das Demonstrações Contábeis Autores: Eliseu Martins, Gilberto José Miranda e Josedilton Alves Diniz Editora: Atlas Análise das Demonstrações Contábeis Autor: Ed Luiz Ferrari Editora: Impetus
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