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PROPOSTA DE REDAÇÃO
TEMA DE REDAÇÃO: INTOLERÂNCIA E DISCURSO DE ÓDIO NAS REDES SOCIAIS
GENERO: DISSERTAÇÃO
PROFESSOR: MANUEL A LCÂNTARA
TEXTO I
A grande popularização das redes sociais nos últimos anos projetou mais evidência ao problema da intolerância. De acordo com dados da ONG Safernet, apenas entre os últimos anos , aumentou em mais de 200% o número de denúncias contra páginas que divulgaram conteúdos racistas, misóginos, homofóbicos, xenofóbicos, neonazistas, de intolerância religiosa, entre outras formas de discriminação contra minorias em geral.
Números como esses provocam a sensação de que a internet é quem criou uma grande onda de intolerância. Porém, o que de fato ocorreu é que as redes sociais amplificaram os discursos de ódio já existentes no nosso dia a dia. Pensando bem, como é possível separar a manifestação de preconceitos ocorridos no ambiente virtual das práticas sociais do “mundo real”? No fundo, nas ruas ou nas redes, as pessoas são as mesmas. O ambiente em rede, no entanto, dada a possibilidade de um pretenso anonimato e a confortável reclusão atrás da tela do computador, facilita que cada um solte seus demônios.
(http://www.conexaopublica.com.br/?tag=redes-sociais Acesso:10/08/2020).
TEXTO II
discurso de ódio
É chamado discurso de ódio determinada mensagem que busca promover o ódio e incitação a discriminação, hostilidade e violência contra uma pessoa ou grupo em virtude de raça, religião, nacionalidade, orientação sexual, gênero, condição física ou outra característica. O discurso do ódio é utilizado para insultar, perseguir e justificar a privação dos direitos humanos e, em casos extremos, para dar razão a homicídios.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, com a derrota da Alemanha nazista e a melhor compreensão de seu projeto de dominação baseado no extermínio de grupos indesejáveis, surge a preocupação em conter ideias que se baseiam em excluir de alguma forma outro grupo ou ser humano que seja considerado “diferente”. Com isso, vários países criam legislações que impedem a disseminação daquilo que ficou conhecido como “discurso de ódio”.
No Brasil, apesar de séculos de escravidão de povos vindos da África, e a consequente discriminação velada destes mesmos que ainda hoje ocorre, não houve experiência semelhante àquela vivida em outras regiões do globo, onde um grupo resolve se voltar contra outro no sentido de deslocar ou mesmo exterminá-lo. Isso não significa que o país não careça de uma legislação que busque suprimir o discurso de ódio (que envolve em seu conteúdo o racismo, como o que sofre o negro no Brasil).
De fato, não há ainda no Brasil legislação especifica em relação ao discurso de ódio. Por outro lado, a Constituição Federal de 1988, promulgada após o fim da ditadura militar, garante a igualdade dos indivíduos perante a lei e a proteção legal contra a discriminação. Importante para esta matéria são os artigos 3º, inciso IV, artigo 5º, caput, e incisos XLI e XLII.
Pouco depois da constituição é editada a lei 7.716/89, que define crimes resultantes de preconceito de raça e de cor, e que desenvolve o disposto no artigo 5º, XLII. Tal lei, porém, foi considerada de baixa eficácia pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, por não estabelecer mecanismos que facilitassem a prova da ocorrência do crime de racismo.
Em 2010 foi promulgado o Estatuto da Igualdade Racial que busca garantir, principalmente à população negra, a igualdade de oportunidades e combater a discriminação, estabelecendo não somente sanções e punições mas também uma série de obrigações aos Estados para inclusão social de minorias raciais no País.
Mesmo com as várias leis nacionais e internacionais que buscam restringir o discurso de ódio, elas não possuem o condão de impedir de fato o preconceito e a discriminação de qualquer natureza, mas apenas de punir sua exteriorização e proteger os indivíduos que dele sejam alvo.( http://www.infoescola.com/direito/discurso-de-odio/.Acesso: 10/08/2020).
TEXTO III
SAIBA ONDE DENUNCIAR CRIMES CIBERNÉTICOS:
Site da Safernet: o site recolhe denúncias anôminas relacionadas a crimes de pornografia infantil, racismo, apologia e incitação a crimes contra a vida.
Canal do Cidadão do MPF: o Ministério Público Federal recebe denúncias de diferentes tipos. A pessoa pode optar por manter os seus dados sigilosos ou não. A Procuradoria-Geral da República recomenda aos cidadãos apresentarem o maior número de provas para que o processo possa ter mais agilidade.
Disque 100: o canal recebe denúncias de abuso ou violência sexual. O serviço é coordenado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. O Disque 100 funciona 24 horas por dia. As ligações são gratuitas e podem ser feitas de qualquer local do Brasil. A denúncia é anônima e as demandas são encaminhadas para as autoridades competentes.
O que devo fazer quando me deparar com um crime cibernético?
1) Guarde todas as provas e indícios possíveis
2) Tire fotos das denúncias, “print screen” e imprima o material
3) Registre as denúncias com o maior número de detalhes
4) Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime
5) Crie uma rede de proteção às crianças vítimas. Não permita que ela fique exposta aos comentários ofensivos nas redes sociais
(http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2015-11/aplicativo-vai-monitorar-mensagens-de-odio-e-racismo-nas-redes Acesso:10/08/2020).
TEXTO IV
A CULTURA DO ÓDIO NÃO VEM DE HOJE, MAS SÓ AUMENTA
Redes sociais alteram o nosso comportamento, criando ações hediondas, como o "cancelamento de pessoas" Por Paulo Silvestre/julho /6/2020 
 Desde 1º de julho, quase 700 empresas, entre elas algumas das marcas mais importantes do mundo, não anunciam mais no Facebook e em outras redes sociais. Elas pressionam essas plataformas a combater com mais afinco o discurso de ódio em suas páginas, nos bilhões de posts feitos diariamente pelos seus usuários.
Mas o problema transcende as postagens. Graças ao poder que as redes sociais têm sobre nós, esse império do ódio que se instalou nelas já transformou nosso comportamento. Hoje somos uma sociedade de gente raivosa, intolerante e vingativa.
O que podemos fazer para melhorar isso?
Os executivos das redes sociais se defendem dizendo que eles não têm como verificar tudo que se publica ali. Foi o que Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, disse no Senado americano em abril de 2018, sobre o escândalo da empresa Cambridge Analytica, que roubou dados de 87 milhões de usuários da plataforma para ajudar a eleger Donald Trump.
Eu posso até concordar com isso. De fato, essa é uma tarefa surreal! Mas essas plataformas precisam fazer muito mais que estão fazendo, seja com sistemas automatizados, sejam com equipes dedicadas a combater o ódio em suas páginas. E o motivo é que a sua onipresença na vida de todos está transformando as pessoas em seres humanos piores!
Houve uma época em que, quando não gostávamos de alguém, simplesmente ignorávamos a pessoa. Depois a coisa piorou: as pessoas começaram a falar mal dos desafetos. E agora chegamos a um ponto horrível, em que o outro deve ser silenciado ou até destruído, pelo menos sua reputação. Surgem comportamentos hediondos, com os de “cancelamento” de pessoas ou de “exposed”, para usar termos da rede.
O “exposed”, como sugere o nome, expõe amplamente algo ruim que uma pessoa fez –ou pior, que alguém disse que fez– para um apedrejamento digital, que pode ter desdobramentos legais. Já o “cancelamento” cria um movimento para que um grande número de pessoas cancele o vínculo com a vítima e a bloqueie, em uma tentativa de fazer com que suas ideias não sejam mais ouvidas por ninguém.
Isso é cruel! É desumano! Onde vamos parar?
A chance de podermos expressar amplamente nossa opinião que as redes sociais nos deram é algo incrível! Mas o discurso de ódio que se instaurou de uns tempos para cá criou uma sociedade que adora falar, mas detesta ouvir.
Criou-se um culto de que “a minha opinião vale muito e é ela que tem que prevalecer”. E isso se esconde covardemente debaixo domanto da liberdade de expressão, que não tem nada a ver com isso.
Em um tempo de imediatismo, as pessoas tomam ações sem refletir, um convite ao desastre. Logo, “se você não está comigo, você está contra mim!” Isso é perigosíssimo, pois a vida não é preta e branca: tem incontáveis nuances de cinza, e é ali que estão a beleza da vida e a verdade.
As pessoas nem verificam se aquela acusação que estão repassando é verdadeira. Contribuem para destruir a imagem de uma pessoa só porque ouviram alguém falar algo que não gostaram, e jogam gasolina na fogueira da Inquisição digital. Agem como testemunhas, juízes e algozes, em ritos sumários!
Daí entram em cena os algoritmos de relevância das redes, que ampliam ainda mais a destruição, pois, pela sua lógica computacional, “se tem muita gente batendo em alguém, isso deve ter valor e precisa ser disseminado ainda mais”.
 Intolerância e autoritarismo
Sabe aquela história do bullying, que algumas crianças praticam com colegas na escola? Agora o bullying é feito em escala global, e muitas vezes é criado ou incentivado por pessoas famosas e até autoridades.
Aliás, trata-se de uma característica de regimes autoritários, que não toleram quem pensa diferentemente. Isso se viu pela primeira vez com força na ascensão do nazismo, em que Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolph Hitler, calava todas as vozes dissonantes do regime, começando pela imprensa. É por isso que os valores pregados pelo partido pareciam então legítimos e corretos, por mais que hoje eles nos soem como absurdos!
Isso me lembrou um caso que aconteceu em janeiro de 2018. Naquela ocasião, a francesa Catherine Deneuve, uma das atrizes mais respeitadas do mundo e ícone de sua geração, publicou no prestigiado Le Monde, junto com outras 99 mulheres artistas e intelectuais da França, uma carta em que criticavam o “puritanismo” de campanhas contra assédio sexual.
Elas defendiam o que chamaram de “liberdade de importunar” dos homens, considerada pelo grupo como “indispensável para a liberdade sexual”. Elas disseram textualmente no manifesto: “O estupro é crime. Mas o flerte insistente ou desajeitado não é um delito, nem o cavalheirismo uma agressão machista”. Também disseram que “não se sentem representadas por esse feminismo que, além das denúncias dos abusos de poder, adquire uma face de ódio aos homens e sua sexualidade”.
Resultado: as signatárias do documento foram apedrejadas nas redes sociais, sendo inclusive acusadas de fazer apologia ao estupro.
Oras, elas disseram exatamente o contrário disso na carta! Mas a massa raivosa fica cega a quem não pensa exatamente igual a ela.
O conceito foi brilhantemente explorado no episódio “Odiados pela Nação”, o último da terceira temporada da série “Black Mirror”. Na história, pessoas passam a ser misteriosamente mortas depois que seus nomes são associados à hashtag #DeathTo no Twitter. A pessoa com mais “votos” no dia acabava morta. Criou-se então um perverso jogo em que qualquer um podia literalmente determinar a morte de alguém que não gostasse, qualquer que fosse o motivo, simplesmente twittando seu nome.
Metaforicamente falando, é o que estamos vivendo hoje. Mesmo que a pessoa tenha uma vida imaculada –o que não existe– ela pode ser vítima de um “cancelamento”.
Eu pergunto: quem somos nós para acusar e destruir alguém?
Como diz aquela passagem bíblica, “quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra”.
Não podemos entrar nessa onda de ódio e intolerância! Isso é uma afronta e um seríssimo risco a uma sociedade organizada! Se todo mundo que se sentir incomodado tiver o poder de um canhão para alvejar seus desafetos, viveremos um cenário de caça às bruxas!
As redes sociais deram voz a todos, e isso é maravilhoso! Mas não podemos usar esse direito para criar uma nova versão dos tribunais da Santa Inquisição. Ou em breve estaremos queimando mulheres em praça pública apenas por serem ruivas. E, assim como acontecia naqueles tempos sombrios, quem em um dia condena poderá ser queimado no dia seguinte.( https://itforum365.com.br/colunas/a-cultura-do-odio-nao-vem-de-hoje-mas-so-aumenta/Acesso25/08/2020).
TEXTO V
LIBERDADE DE EXPRESSÃO X DISCURSO DE ÓDIO: ABORDAGEM A PARTIR DAS REDES SOCIAIS
Devido ao avanço da tecnologia, a Internet tem ocupado uma posição de destaque no cotidiano da grande maioria da população, e, assim, um novo panorama nas relações sociais, está surgindo. As redes sociais, por exemplo, possibilitam a expressão e a sociabilização entre as pessoas.
Entretanto, essa tecnologia nem sempre é utilizada da maneira como deveria, de forma justa, sendo, muitas vezes, empregada para agredir verbalmente as pessoas, manifestar ideias de forma agressiva, entre outros. Essa prática é denominada discurso de ódio.
A liberdade de expressão é um direito assegurado não só nas Constituições de diversos países, mas também nos Tratados e nas Declarações de Direitos Humanos. Porém, as pessoas devem usar esse direito de forma responsável, sem prejudicar o outro.
Para abordar o assunto, este artigo foi dividido em duas partes. Na primeira será discutido o exercício da liberdade de expressão no ambiente virtual. Para isso, serão consideradas noções de Internet e redes sociais. A seguir, na segunda parte, será tratado o discurso de ódio nas redes sociais.
1 A LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO AMBIENTE VIRTUAL
A liberdade de expressão está prevista na Constituição Federal de 1988, em seus artigos 5º, incisos IV e IX, e 220. O artigo 5º, inciso IV, dispõe que “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato[i]”. Então, entende-se que as pessoas são livres para manifestar suas opiniões. No entanto, a pessoa ao se pronunciar, não deve usar do anonimato, pois, assim como ela tem direito de se expressar, também é assegurado o direito à pessoa que foi mencionada na manifestação saber quem a publicou para exercer o direito de resposta ou mesmo buscar a devida reparação civil em caso de dano.
A pessoa tem o direito à manifestação do pensamento, mas ela tem esse direito com responsabilidade. Então, se a pessoa ferir a intimidade de alguém e essa pessoa se achar prejudicada, ela terá direito a ingressar com uma ação de reparação. Já o inciso IX, destaca que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. O artigo 220, da CF, dispõe que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”. O direito à liberdade de expressão é, portanto, uma garantia assegurada constitucionalmente, enquanto direito individual e fundamental.
Conforme entendimento de Silva, a liberdade de expressão pode ser vista sob diversos aspectos, como o da liberdade de comunicação, ou liberdade de informação, que consiste em “[…] um conjunto de direitos, formas, processos e veículos que viabilizam a coordenação livre da criação, expressão e difusão da informação e do pensamento”.
O surgimento de Tecnologias da Informação e Comunicação contribuiu para amplificar os canais de manifestação do pensamento e das comunicações. A seguir, serão consideradas a origem e as noções de Internet, para, em seguida, apresentar as noções de redes sociais.
A Internet teve origem no ano de 1969, por intermédio da ARPANET, uma rede de computadores estabelecida pela ARPA, nos Estados Unidos, com finalidades militares. Contudo, foi somente em 1995 que ela passou a ser utilizada pela sociedade em geral, ou seja, em média vinte e seis anos depois da sua criação.Segundo Paesani, “Sob o ponto de vista técnico, a Internet é uma imensa rede que liga elevado número de computadores em todo o planeta.”. Corroborando com esse pensamento, Leonardi afirma que “A Internet pode ser definida como uma rede internacional de computadores conectados entre si.”. Esses são conceitos que definem, mas que não expressam a importância dessa nova tecnologia, que para Castells “[…] é o tecido das nossas vidas.”.
Além disso, faz-seimportante destacar, tudo aquilo que surge a partir da Internet, como os sites de redes sociais. Esses, segundo a autora Recuero, são considerados
[…] um conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais). Uma rede, assim, é uma metáfora para observar os padrões de conexão de um grupo social, a partir das conexões estabelecidas entre os diversos atores. A abordagem de rede tem, assim, seu foco na estrutura social, onde não é possível isolar os atores sociais e nem suas conexões.
Atualmente, com o crescente número de usuários nas redes sociais, tem-se verificado uma frequente divulgação de informações pessoais no ambiente virtual. Sarmento, considera que:
[…] a capacidade do ser humano de interagir comunicativamente com o seu semelhante constitui uma necessidade absolutamente vital. Por isso, o direito de cada um de expressar suas ideias e opiniões e de ouvir aquelas expostas pelos outros representa uma dimensão essencial da dignidade humana. Privar o indivíduo destas faculdades é comprometer a sua capacidade de realizar-se e de desenvolver-se como pessoa humana. […] a nossa capacidade de comunicação com o outro é certamente um dos aspectos mais essenciais da nossa própria humanidade.
A maioria dos usuários não se preocupa com as consequências advindas dessa exposição, nem com as questões éticas que tangenciam o uso da Internet, diante do direito à liberdade de expressão, previsto na Constituição Federal. Muitos a utilizam para incitar ao ódio contra segmentos da população, praticando, por exemplo, racismo e preconceitos em geral. Assim, a seguir, será abordado o discurso de ódio nas redes sociais.
2 O DISCURSO DE ÓDIO NAS REDES SOCIAIS
Pode-se considerar que o discurso de ódio é uma nova forma de propagação de conteúdos prejudiciais na Internet, principalmente nas redes sociais, e, também, um dos enfoques polêmicos da liberdade de expressão, pois se caracteriza por ser manifestação agressiva e incitadora do ódio, como o próprio nome sugere. De acordo com Samantha Meyer-Pflug,esse discurso “consiste na manifestação de ideias que incitam à discriminação racial, social ou religiosa em relação a determinados grupos, na maioria das vezes, as minorias”.
Entende-se, a partir do exposto, que o discurso de ódio representa o desprezo e a discriminação a determinados grupos de pessoas. Meyer-Pflug destaca que “a manifestação de ideias de ódio […] se apresenta, num primeiro momento, incompatível com o respeito à dignidade da pessoa humana”. A autora considera, ainda que um discurso com expressões de ódio tende a diminuir a autoestima das pessoas.
As autoras Rosane Leal da Silva e Luiza Bolzan, acreditam que
[…] a identificação do discurso de ódio normalmente não se encontra de maneira explícita no ambiente virtual, visto que seus propagadores buscam implicitamente convocar e incentivar seus seguidores a cultivarem esse desprezo contra um determinado grupo social, com o argumento de estar exercendo um direito fundamental que é a liberdade de expressão.
A partir da visão das pesquisadoras, entende-se que o grupo que tem o objetivo de propagar o ódio nas redes sociais, ultrapassa o limite do direito à liberdade de expressão. Desse modo, há a configuração do abuso de direito. De acordo com Pinheiro, essa teoria “[…] resulta como princípio geral construído pela jurisprudência, a partir de casos concretos”. Existe responsabilização quando a liberdade de expressão afeta os direitos de personalidade dos indivíduos e lhe traz prejuízos.
A maioria das pessoas, ao acessar as redes sociais, acredita que pode falar o que pensa, sem pensar nas consequências advindas da exposição. Pode-se citar como exemplos frequentes de discurso de ódio, as manifestações contra políticos, contra times de futebol, com relação à opção sexual e religião, entre outras. Se não bastasse uma pessoa expor a opinião, as redes sociais possibilitam que outras compartilhem em suas redes a opinião manifestada, podendo gerar uma enorme divulgação.
Entretanto, o art. 20, da Lei 7.716/89, dispõe que “Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, tem como pena reclusão de um a três anos e multa. Portanto, as pessoas que inferiorizam e expõem agressivamente as outras nas redes, devem ser punidas pelas suas ações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O discurso de ódio é uma das formas de abuso no direito de liberdade de expressão, pois se caracteriza por ser uma manifestação agressiva e incitadora do ódio de certas pessoas em detrimento de outras, em virtude de raça, religião, opção sexual, política, dentre outras particularidades. Como consequência desse tipo de discurso, há o preconceito, a discriminação, originando a baixa autoestima das pessoas atingidas.
Diante de todo o exposto, pode-se concluir que a liberdade de expressão não é um direito absoluto. No momento em que esse direito violar um direito constitucionalmente assegurado a outrem, deve existir a devida punição e limitação.( http://direitoeti.com.br/artigos/liberdade-de-expressao-x-discurso-de-odio-abordagem-a-partir-das-redes-sociais/.Acesso:25/08/2020).
TEXTO VII
PROLIFERAÇÃO DAS ‘FAKE NEWS’ INCENTIVA DISCURSOS DE ÓDIO
SÃO PAULO – Marina Silva invadindo uma fazenda no Acre: mentira. Ciro Gomes agredindo a atriz Patrícia Pillar: mentira. O padre Marcelo Rossi declarando voto: igualmente mentira. E até a apresentadora Fátima Bernardes, da TV Globo, pagando por uma reforma na casa do homem que deu uma facada em Jair Bolsonaro: outra mentira. São algumas das postagens repelidas pelas vítimas das fake news, que proliferam nas redes sociais na reta final da corrida eleitoral.
“A campanha provocou um aumento na divulgação das fake news e isso é preocupante”, disse o desembargador André Gustavo Corrêa de Andrade, vice-presidente da Amaerj (Associação dos Magistrados do Estado do Rio), que estuda o assunto. “Essa é uma questão que preocupa por causa do discurso de ódio. Tem de ser combatida culturalmente.” Para o magistrado, a própria internet pode ser usada para esclarecer “esses casos de pessoas que se sentem protegidas pelo anonimato e têm prazer em espalhar ódio e preconceitos”.
Foi exatamente o que fez Fátima Bernardes. Com sua imagem ligada a Adelio Bispo de Oliveira, a apresentadora divulgou um vídeo em sua conta do Instagram. “Mais uma notícia falsa me obriga a fazer esse esclarecimento (…). Eu jamais apoiaria qualquer ato de violência”, disse ela na mensagem postada no dia 21. Uma semana depois, o post já contava 2,5 milhões de visualizações. Procurada na semana passada, via assessoria, Fátima não respondeu.
A internet foi também o terreno encontrado pela atriz Patrícia Pillar para desmentir uma fake news. Ela publicou um vídeo em que diz que sua imagem está sendo usada para disseminar notícias falsas contra seu ex-marido, o candidato Ciro Gomes (PDT). Até a tarde da última sexta-feira, o post tinha 7,3 mil comentários, 38 mil compartilhamentos e mais de 1,6 milhão de visualizações.( https://amazonasatual.com.br/proliferacao-das-fake-news-incentivam-discursos-de-odio/Aceso:25/0/2020).
TEXTO VII
RELATORA DA CPI DAS FAKE NEWS DIZ QUE OPERAÇÃO DA PF COMPROVA LINHA DE INVESTIGAÇÃO DA COMISSÃO
Para deputada Lídice da Mata, ações da polícia 'reafirmam a existência de uma rede voltada à disseminação de notícias falsas'./Por Luiz Felipe Barbiéri, G1 — Brasília
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), afirmou em nota divulgada nesta quarta-feira (27/05/2020) que a operação da Polícia Federal, deflagrada nesta manhã para apurar suspeitas de disseminação de notícias falsas, comprova a linha de investigação da comissão.
A Polícia Federal realizou buscas e apreensões no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura produção de informações falsas e ameaças à Corte.
Ao todo, a operação teve 29 mandados de busca e apreensão. As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes,relator.( https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/05/27/relatora-da-cpi-das-fake-news-diz-que-operacao-da-pf-comprova-linha-de-investigacao-da-comissao.ghtml.25/08/2020).
TEXTO VIII
 
INSTRUÇÕES:
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Intolerância e discurso de ódio nas redes sociais”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.

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