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Análise de Poemas

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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL DE ITAQUERA 
ENSINO MÉDIO – 3MC
Mariana Barros Queiroz
Nathalia Beatriz Marcelino
Rayssa Teixeira Mota
Stefane Hanna Domingos Silva
ANÁLISE DE POEMAS 
Modernismo no Brasil 
São Paulo
2020
Mariana Barros Queiroz
Nathalia Beatriz Marcelino
Rayssa Teixeira Mota
Stefane Hanna Domingos Silva
ANÁLISE DE POEMAS 
Modernismo no Brasil
Trabalho apresentado ao curso de Ensino Médio, da ETEC de Itaquera – Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza - CEETEPS/SP, como pré-requisito para aprovação na disciplina de Língua Portuguesa e Literatura, sob orientação da professora Elenice Aparecida de Souza.
São Paulo
2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................4
2. O MODERNISMO NO BRASIL (PRIMEIRA FASE)..........................5
2.1. A Semana de Arte Moderna (1922)..............................................5
3. OSWALD DE ANDRADE (Biografia)...............................................6
3.1. Vício na Fala..................................................................................6
3.1.1. Estrutura Interna........................................................................7
3.1.2. Estrutura Externa.......................................................................7
3.1.3. Linguagem Poética.....................................................................8
3.2. Erro de Português..........................................................................8
3.2.1. Estrutura Interna.........................................................................8
3.2.2. Estrutura Externa.........................................................................8
3.2.3 Linguagem Poética.......................................................................9
3.3. Verbo Crackar................................................................................9
3.3.1. Estrutura Interna........................................................................9
3.3.2. Estrutura Externa........................................................................9
3.3.3 Linguagem Poética......................................................................10
4. MANUEL BANDEIRA (Biografia)....................................................11
4.1. Poema tirado de uma notícia de jornal.......................................12
4.1.1. Estrutura Interna........................................................................12
4.1.2. Estrutura Externa........................................................................12
4.1.3 Linguagem Poética......................................................................13
4.2. Os Sapos.......................................................................................13
4.2.1. Estrutura Interna........................................................................15
4.2.2. Estrutura Externa........................................................................15
4.2.3 Linguagem Poética......................................................................16
4.3. Pneumotórax ................................................................................17
4.3.1 Estrutura Interna........................................................................17
4.3.2. Estrutura Externa.......................................................................17
4.3.3 Linguagem Poética.....................................................................18
4.4. Vou-me embora pra Pasárgada..................................................18
4.4.1. Estrutura Interna........................................................................19
4.4.2. Estrutura Externa........................................................................19
4.4.3 Linguagem Poética......................................................................20
5. MÁRIO DE ANDRADE (Biografia)...................................................21
5.1. Há uma gota de sangue em cada poema....................................21
5.2. Pauliceia Desvairada.....................................................................22
5.3. Amar, Verbo Intransitivo...............................................................22
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................23
REFERÊNCIAS......................................................................................24
1. INTRODUÇÃO
Este documento tem por finalidade expor conhecimentos literários relacionados a autores modernistas brasileiros e analisar seus poemas com uma visão crítica e voltada para os tempos atuais, agregando, assim, contemporaneidade à literatura clássica.
2. O MODERNISMO NO BRASIL (PRIMEIRA FASE)
A primeira geração de modernistas ou a primeira etapa do modernismo no Brasil foi chamada de “Idade Heroica” e durou de 1922 a 1930. O modernismo é uma gama muito ampla de movimentos artísticos, culturais, políticos e sociais. No Brasil, está dividido em três etapas, cada uma delas mostrando sua singularidade com base no contexto histórico inserido.
2.1. A Semana de Arte Moderna (1922)
A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo entre os dias 11 a 18 de fevereiro de 1922. O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras. Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada nas vanguardas europeias. Juntos, eles visavam uma renovação social e artística no país e que foi deflagrada pela "Semana de 22". O evento chocou grande parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”. Houve um rompimento com a arte acadêmica, inaugurando assim, uma revolução estética e o Movimento Modernista no Brasil. Mário de Andrade foi uma das figuras centrais e principal articulador da Semana de Arte Moderna. Ele esteve ao lado de outros organizadores: o escritor Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti.
Uma vez que o intuito principal desses artistas era surpreender o público e trazer à tona outras maneiras de experienciar a arte, as principais características desse movimento eram a ausência de formalismo, bem como a ruptura do tradicional e a valorização da cultura brasileira. 
A crítica ao movimento foi severa, a população ficou desconfortável com as apresentações e não conseguiram entender a nova proposta de arte. Os artistas envolvidos chegaram a ser comparados a doentes mentais e loucos. Com isso, ficou claro que faltava a preparação adequada para a recepção de tais modelos artísticos pela sociedade.
3. OSWALD DE ANDRADE (Biografia) 
Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor e dramaturgo brasileiro. Fundou junto com Tarsila do Amaral o "Movimento Antropófago". Foi uma das personalidades mais polêmicas do Modernismo. Oswaldo era irônico e gozador, teve uma vida atribulada, foi militante político, foi o idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais organizou a Semana de Arte Moderna de 1922.
José Oswald de Sousa Andrade nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Souza Andrade fez seus primeiros estudos no Ginásio de São Bento, onde ouviu de um professor que ia ser escritor. Passou a comprar livros e a escrever.
Oswald de Andrade sempre foi irônico e crítico, pronto para satirizar os meios acadêmicos ou a própria burguesia, classe da qual se originou. Sem ser ingênuo e ufanista, defendia a valorização de nossas origens, do passado histórico-cultural, mas de forma crítica. Na sua visão de Brasil, procura captar a natureza e as cores próprias do país, como no poema "Bucólica".
Em 1918, Oswald de Andrade formou-se em Direito pela Faculdade de São Paulo, mas nunca advogou. Iniciou umaamizade com Mário de Andrade, e juntos representaram as principais lideranças no processo de implantação e definição da literatura modernista no Brasil.
A participação ativa na Semana de Arte Moderna de 22 é seguida de sua segunda viagem à Europa, já com sua companheira a pintora Tarsila do Amaral. Em Paris, na Sorbonne, realiza a conferência O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo.
3.1. Vício na Fala
Oswald de Andrade
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
3.1.1. Estrutura Interna
O poema Vício na fala apresenta o eu lírico como o próprio autor, Oswald de Andrade, pontuando a oralidade regional mais presente no interior do Brasil. Esse dialeto geralmente se caracteriza pela falta da pronúncia da sílaba “lh” e da consoante “r”.
O vício na oralidade é algo muito comum em nosso país, estando presente em todos os estados do Brasil. Em seu poema, Oswald de Andrade critica o uso popular das palavras, parecendo não respeitar os dialetos regionais e julgando a linguagem culta como superior em comparação a coloquial. 
A temática da obra é crítica - “Para dizer telhado dizem teiado / E vão fazendo telhados” -, e também popular, já que apresenta uma linguagem mais informal: “mio / mió / pió / teiado”. 
3.1.2. Estrutura Externa
Tipo: Sextilha
Classificação de versos:
	Verso 1
	Decassílabo
	Verso 2
	Redondilha maior (heptassílabo)
	Verso 3
	Redondilha menor (pentassílabo)
	Verso 4
	Octassílabo
	Verso 5
	Decassílabo
	Verso 6
	Octassílabo
Esquema rimático: AAABCC
Classificação das rimas
Valor: Rimas pobres
Fonéticas: Rimas perfeitas
Acentuação: Rimas graves
Posição no verso: Rimas externas
Posição na estrofe: Rimas emparelhadas
Exemplos: mió/pió, Teiado/telhados
3.1.3. Linguagem Poética 
· Comparação: “Milho e mio / melhor e mió”
3.2. Erro de Português 
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.
3.2.1. Estrutura Interna
A obra de Oswald de Andrade, Erro de Português, evidencia o choque de cultura no momento de conquista e colonização do Brasil pelos portugueses, que queriam impor aos indígenas a sua cultura e religião, causando um genocídio no processo. O poema é crítico quanto a chegada dos portugueses e a brutalidade com que eles se impuseram no território. 
O eu lírico, que mais uma vez é o próprio autor, instiga o leitor a pensar como teria sido se os invasores tivessem respeitado os indígenas e sua cultura nos versos “Fosse uma manhã de sol / O índio tinha despido / O português”. 
3.2.2. Estrutura Externa
Tipo: Septilha
Classificação de versos
	Verso 1
	Heptassílabo
	Verso 2
	Eneassílabo
	Verso 3
	Tetrassílabo
	Verso 4
	Trissílabo
	Verso 5 
	Heptassílabo
	Verso 6
	Octassílabo
	Verso 7
	Tetrassílabo
3.2.3. Linguagem Poética
· Metáfora e Antítese: “Vestiu / despido”
3.3. Verbo Crackar
Eu empobreço de repente
Tu enriqueces por minha conta
Ele azula para o sertão
Nós entramos em concordata
Vós protestais por preferência
Eles escafedem a massa
Sê pirata 
Sede trouxas
Abrindo a pala
Pessoal sarado.
Oxalá que eu tivesse sabido que este verbo era irregular.
3.3.1. Estrutura Interna
No período em que a poesia Verbo Crackar, de Oswald de Andrade, foi escrita, a bolsa de valores de Nova Iorque tinha caído, o que fez com que muitas pessoas perdessem dinheiro e fossem à falência da noite para o dia. O eu lírico do poema é uma dessa pessoas; ele se lamenta e reclama que enquanto empobreceu repentinamente com a queda da bolsa, outras pessoas puderam enriquecer com isso. Ele relata a revolta das pessoas com esse infortúnio, declarando que todos são trouxas, e que se soubesse que isso aconteceria, não teria sido parte da massa que sofreu tamanha perda.
3.3.2. Estrutura Externa
Tipo: Irregular (onze versos)
Classificação dos versos:
	Verso 1
	Eneassílabo
	Verso 2
	Decassílabo
	Verso 3
	Redondilha maior (heptassílabo)
	Verso 4
	Eneassílabo
	Verso 5
	Decassílabo
	Verso 6
	Eneassílabo
	Verso 7
	Tetrassílabo
	Verso 8
	Tetrassílabo
	Verso 9
	Pentassílabo
	Verso 10
	Heroico quebrado (hexassílabo)
	Verso 11
	Bárbaro
Classificação de rimas e esquema rimático: Versos brancos (sem rimas).
3.3.3. Linguagem Poética
· Paralelismo e Ironia: O autor conjuga o verbo de forma incorreta gramaticalmente “Eu empobreço / Tu enriqueces” mas irônica ao relatar como alguns enriqueceram às custas dos outros.
4. MANUEL BANDEIRA (Biografia) 
Manuel Bandeira (1886-1968) foi um poeta brasileiro. "Vou-me Embora pra Pasárgada" é um dos seus mais famosos poemas. Foi também professor de literatura, crítico literário e artístico.
Os temas mais comuns de suas obras são: a paixão pela vida, a morte, o amor, o erotismo, a solidão, o cotidiano e a infância. Foi um dos maiores representantes da primeira fase do Modernismo.
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho, conhecido como Manuel Bandeira, nasceu na cidade do Recife, Pernambuco, no dia 19 de abril de 1886. Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Souza Bandeira e de Francelina Ribeiro, abastada família de proprietários rurais, advogados e políticos.
Manuel iniciou seus estudos no Recife. Com 16 anos mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, concluindo o curso secundário no Colégio Pedro II. Em 1903 ingressou no curso de Arquitetura da Escola Politécnica de São Paulo, mas interrompeu os estudos para tratar de uma tuberculose. 
Em 1917, Manuel Bandeira publicou seu primeiro livro, A Cinza das Horas, de nítida influência Parnasiana e Simbolista, onde os poemas são contaminados pela melancolia e pelo sofrimento, como no poema Desencanto. Dois anos depois, publicou Carnaval (1919), cujos poemas prenunciavam os valores de uma nova tendência estética. Em 1921, Manuel Bandeira conheceu Mário de Andrade e através deste, colabora com a revista modernista Klaxon, com o poema Bonheur Lyrique. Morando no Rio de Janeiro, sua participação no Movimento Modernista foi sempre à distância.
Para a Semana de Arte Moderna de 1922, enviou o poema Os Sapos, que lido por Ronald de Carvalho, tumultuou o Teatro Municipal, com vaias e gritos. O poema satiriza os princípios do parnasianismo, com um deboche agressivo dirigido à métrica e à rima desses poemas.
4.1. Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
4.1.1. Estrutura Interna
O Poema tirado de uma notícia de jornal, de Manuel Bandeira, traz um eu lírico objetivo que não expressa emoções ao relatar o suicídio da personagem João Gostoso, como expresso nos versos: “Cantou / Dançou / Depois se atirou na lagoa (...)”. 
O aspecto jornalístico do poema torna o eu lírico ainda mais imparcial quanto ao fato relatado. A tristeza da personagem em decorrência de sua situação econômica pode ser sutilmente observada na obra.
4.1.2. Estrutura Externa
Tipo: Sextilha
Classificação dos versos:
	Verso 1
	Bárbaro
	Verso 2
	Dodecassílabo
	Verso 3
	Monossílabo
	Verso 4
	Monossílabo
	Verso 5
	Monossílabo
	Verso 6
	Bárbaro
· Esquema rimático: ABCDDC
· Classificação das rimas: Rima perfeita, pobre e externa no 1°, 2° e 3° versos e interna no 4° verso.
· Posição na estrofe: Rima encandeada.
· Acentuação: Rima grave.
4.1.3. Linguagem Poética
· Não possui.
4.2. Os Sapos
Enfunando os papos,
Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio.
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinquenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas...Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu
Da beira do rio...
4.2.1. Estrutura interna
A poesia Os Sapos, de Manuel Bandeira, fala de diversas espécies de sapos e suas particularidades, como se fossem humanos. O eu lírico é um narrador observador, pois relata os diálogos entre os sapos que estão contando sobre suas vidas uns aos outros; o único que não participa da conversa é o sapo-cururu, que está na beira do rio. 
4.2.2. Estrutura externa 
Tipo: Irregular 
Classificação das rimas:
	Verso 1
	Pentassílabo
	Verso 29
	Pentassílabo
	Verso 2
	Tetrassílabo
	Verso 30
	Pentassílabo
	Verso 3 
	Pentassílabo
	Verso 31
	Pentassílabo
	Verso 4
	Tetrassílabo
	Verso 32
	Tetrassílabo
	Verso 5
	Pentassílabo
	Verso 33
	Pentassílabo
	Verso 6
	Pentassílabo
	Verso 34
	Pentassílabo
	Verso 7 
	Tetrassílabo
	Verso 35
	Pentassílabo
	Verso 8
	Pentassílabo
	Verso 36
	Pentassílabo
	Verso 9
	Pentassílabo
	Verso 37
	Pentassílabo
	Verso 10
	Pentassílabo
	Verso 38
	Pentassílabo
	Verso 11
	Pentassílabo
	Verso 39
	Pentassílabo
	Verso 12
	Pentassílabo
	Verso 40
	Pentassílabo
	Verso 13
	Pentassílabo
	Verso 41
	Pentassílabo
	Verso 14
	Pentassílabo
	Verso 42
	Pentassílabo
	Verso 15
	Pentassílabo
	Verso 43
	Pentassílabo
	Verso 16
	Pentassílabo
	Verso 44
	Pentassílabo
	Verso 17
	Pentassílabo
	Verso 45
	Tetrassílabo
	Verso 18
	Pentassílabo
	Verso 46
	Pentassílabo
	Verso 19
	Pentassílabo
	Verso 47
	Pentassílabo
	Verso 20
	Pentassílabo
	Verso 48
	Pentassílabo
	Verso 21
	Pentassílabo
	Verso 49
	Pentassílabo
	Verso 22
	Tetrassílabo
	Verso 50
	Pentassílabo
	Verso 23 
	Pentassílabo
	Verso 51
	Tetrassílabo
	Verso 24
	Pentassílabo
	Verso 52
	Pentassílabo
	Verso 25
	Tetrassílabo
	Verso 53
	Pentassílabo
	Verso 26
	Hexassílabo
	Verso 54
	Pentassílabo
	Verso 27
	Tetrassílabo
	Verso 55
	Pentassílabo
	Verso 28
	Pentassílabo
	
	
Esquema rimático:
· 1° Estrofe à 7° Estrofe: ABAB.
· 8° Estrofe: AAA.
· 9° Estrofe à 14° Estrofe: ABAB.
Classificação das rimas:
· Valor: Rimas ricas.
· Fonética: Rimas perfeitas.
· Acentuação: Rimas agudas.
· Posição no verso: Rimas externas.
· Posição na estrofe: Rimas cruzadas (exceto na 8° estrofe, que são emparelhadas);
	Exemplo de rimas cruzadas
	Exemplo de rimas emparelhadas
	Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo-cururu,
Na beira do rio
	Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!"
4.2.3. Linguagem Poética
· Prosopopeia: “Berra o sapo-boi: / Urra o sapo-boi"
4.3. Pneumotórax 
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:
— Diga trinta e três.
— Trinta e três… trinta e três… trinta e três…
— Respire.
……………………………………………………………………….
— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.
— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?
— Não.
A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
4.3.1. Estrutura Interna
No poema de Manuel Bandeira, Pneumotórax, o eu lírico é o observador da situação. A poesia relata o leito de morte de um homem que tem uma doença pulmonar desconhecida, e agora se lamenta ao perceber que irá deixar o mundo dos vivos em breve.
O médico é direto quanto ao diagnóstico e não propõe nenhum tratamento, sugerindo que o paciente irá morrer em breve; o último verso do poema deixa claro sua sentença: “A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.”, em outras palavras, ele deve aproveitar o tempo que lhe resta. 
4.3.2. Estrutura Externa
Tipo: Irregular
Classificação dos versos:
	Verso 1
	Hendecassílabo
	Verso 7
	Dissílabo
	Verso 2
	Bárbaro
	Verso 8 
	Bárbaro
	Verso 3
	Pentassílabo
	Verso 9
	Bárbaro
	Verso 4
	Hexassílabo
	Verso 10
	Monossílabo
	Verso 5
	Pentassílabo
	Verso 11
	Bárbaro
	Verso 6
	Eneassílabo
	
	
Esquema rimático e classificação das rimas: Versos brancos (sem rimas).
4.3.3. Linguagem Poética
· Metáfora: “A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.” - Deve aproveitar o tempo que resta.
4.4. Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água.
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei -
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
4.4.1. Estrutura interna
O poema Vou-me embora para Pasárgada, de Manuel Bandeira, narra a vontade do eu lírico de ir para um lugar chamado Pasárgada, onde ele diz ser amigo do rei e conseguiria tudo que quisesse. Pasárgada é um local situado no Irã, que significa “campo dos persas”, segundo o próprio Manuel Bandeira. 
4.4.2. Estrutura Externa
Tipo: Irregular
Classificação dos versos:
	Verso 1
	Heptassílabo
	Verso 22
	Heptassílabo
	Verso 2
	Hexassílabo
	Verso 23
	Heptassílabo
	Verso 3
	Heptassílabo
	Verso 24
	Heptassílabo
	Verso 4
	Hexassílabo
	Verso 25
	Heptassílabo
	Verso 5
	Heptassílabo
	Verso 26
	Heptassílabo
	Verso 6
	Heptassílabo
	Verso 27
	Heptassílabo
	Verso 7
	Pentassílabo
	Verso 28
	Heptassílabo
	Verso 8
	Hexassílabo
	Verso 29
	Heptassílabo
	Verso 9
	Hexassílabo
	Verso 30
	Heptassílabo
	Verso 10
	Heptassílabo
	Verso 31
	Heptassílabo
	Verso 11
	Hexassílabo
	Verso 32
	Heptassílabo
	Verso 12
	Heptassílabo
	Verso 33
	Heptassílabo
	Verso 13
	Heptassílabo
	Verso 34 
	Heptassílabo
	Verso 14
	Heptassílabo
	Verso 35
	Heptassílabo
	Verso 15
	Heptassílabo
	Verso 36
	Heptassílabo
	Verso 16
	Hexassílabo
	Verso 37
	Heptassílabo
	Verso 17
	Heptassílabo
	Verso 38
	Hexassílabo
	Verso 18
	Heptassílabo
	Verso 39
	Hexassílabo
	Verso 19
	Heptassílabo
	Verso 40
	Heptassílabo
	Verso 20
	Heptassílabo
	Verso 41
	Heptassílabo
	Verso 21
	Heptassílabo
	
	
Posição na estrofe: Rimas mistas e livres.
	Esquema rimático:
	Classificação das rimas:
	1° Estrofe: Versos brancos;
	1° Estrofe: Sem rimas;
	2° Estrofe: ABCDEFFG;
	2° Estrofe: Rima perfeita, externa, pobre e grave nos versos 6 e 7;
	3° Estrofe: Versos brancos;
	3° Estrofe: Sem rimas;
	4° Estrofe: ABCBDEFG;
	4° Estrofe: Rima perfeita, externa, pobre e aguda;
	5° Verso: Versos brancos.
	5° Estrofe: Sem rimas.
Linguagem Poética
· Não está presente no poema.
5. MÁRIO DE ANDRADE (Biografia) 
Mário de Andrade (1893-1945) foi um escritor brasileiro. Publicou "Pauliceia Desvairada" o primeiro livro de poemas da primeira fase do Modernismo. Estudou música no Conservatório de São Paulo. Foi crítico de arte em jornais e revistas. Teve papel importante na implantação do Modernismo no Brasil. Seu romance "Macunaíma" foi sua criação máxima.
Mário Raul de Morais Andrade nasceu na Rua da Aurora, em São Paulo, no dia 9 de outubro de 1893. Filho de Carlos Augusto de Andrade e de Maria Luísa concluiu o ginásio e entrou para a Escola de Comércio Alves Penteado.
Depois de se desentender com o professor de português abandonouo curso. Em 1911 ingressou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, concluindo o curso de piano em 1917. Ainda em 1917, após a morte de seu pai, passou a dar aulas particulares de piano. Frequentador das rodas literárias conheceu Anita Malfatti e Oswald de Andrade, tornando-se amigos inseparáveis.
O ano de 1922 foi muito importante para Mário de Andrade. Além de participar da Semana de Arte Moderna, foi nomeado professor catedrático do Conservatório de Música. Integrou o grupo fundador da revista Klaxon, que servia de divulgação para o Movimento Modernista.
Publicou Pauliceia Desvairada, onde reuniu seus primeiros poemas modernistas, na tentativa de definir e animar os novos caminhos para a criação artística brasileira. Nele, Mário realiza ousadas experiências de linguagem: versos livres, associações de imagens, simultaneidade e linguagem coloquial.
5.1. Há uma gota de sangue em cada poema
“Há uma gota de sangue em cada poema” é o primeiro livro escrito pelo autor Mário de Andrade (com 25 anos), publicado no ano de 1917, foi escrito em meio a Primeira Guerra Mundial. E a obra foi publicada com o pseudônimo de Mário Sobral.
O livro apresenta em si rimas e métricas como nas produções do período parnasianista, mesmo estando no período de Pré-Modernismos. Por ter sido escrito em meio a Primeira Guerra Mundial a obra é recheada de críticas e reflexões sobre o ocorrido na Europa entre 1914 e 1918.
E mesmo apresentando fortes críticas e um conteúdo ativista, o que é uma característica comum do movimento modernista, Mário de Andrade declarou que os poemas contidos no livro ainda eram muito imaturos, o que ficou claro anos depois com a publicação de outras obras do autor.
5.2. Pauliceia Desvairada
A obra Pauliceia Desvairada é composta por poesias, com a temática São Paulo e seus costumes. A obra marca o rompimento de Mário de Andrade com a estrutura dos movimentos passados, apresenta uma linguagem simples e coloquial, com erros propositais de ortografia e gramática, quase uma marca registrada do autor, e um ato de protesto contra as correntes literárias dominantes.
Publicada em 1922, no mesmo ano da Semana de Arte Moderna, Pauliceia Desvairada é considerado o primeiro livro de poesias modernista, ele reúne procedimentos poéticos e arrojados, em poemas urbanos e sintéticos, apresentando uma cidade cosmopolita, egoísta e com uma burguesia cínica. 
5.3. Amar, Verbo Intransitivo 
O livro “Amar, Verbo Intransitivo”, publicado em 1927, após a Semana de Arte Moderna, e dez anos depois da primeira obra de Mário de Andrade. É um livro de romance que chamou muita atenção por apresentar uma linguagem coloquial, com o intuito de aproximar o leitor Mário de Andrade escreve sua história como se estivesse ouvindo alguém falar, e introduz gírias, manias e erros gramaticais.
Além da linguagem coloquial, Mário de Andrade também chama atenção com o enredo de seu livro; que conta a história de uma família rica e tradicional, da cidade de São Paulo, que contrata uma governanta alemã para ensinar assuntos relacionados a sexo para seu filho adolescente; o que gerou muita polêmica, pois o sexo era um tabu na época. 
Outro aspecto inovador segundo os críticos, é novamente o dialogo presente na obra onde o autor explica seus personagens e faz o uso de algumas palavras de origem indígena, implicando o nacionalismo, que uma característica forte do movimento literário da época.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o Pré-Modernismo foi um movimento que rompeu muitos laços com as escolas literárias anteriores, e também iniciou a quebra de muitos tabus como no livro “Amar, Verbo Intransitivo”, de Mário de Andrade, que contribuiu para os movimentos futuros, construindo uma sociedade “livre” de tabus, em alguns aspectos, mas que ainda tem muito a percorrer.
Muitos dos poemas pré-modernistas analisados não apresentam rimas ou preocupação com a métrica da poesia, além de muitas vezes o eu lírico poder ser identificado como o próprio autor. Também a escrita coloquial e com erros de grafia propositais, mostra que as pessoas mais leigas, em termos de conhecimento, começam a ser notadas pelos autores, que elaboram uma escrita de fácil entendimento. A questão do nacionalismo, bastante abordada pelo movimento, é muito importante afinal somo brasileiro e devemos ter orgulho de nossa pátria e reconhecer as belezas presentes em nosso país.
REFERÊNCIAS
· ANÁLISE: Há uma gota de sangue em cada poema de Mário de Andrade. NA DIOR. 17 de setembro de 2018. Disponível em: https://www.andiorior.com/2018/09/analise-ha-uma-gota-de-sangue-em-cada-poema-de-mario-de-andrade.html. Acessado em: 23/07/2020.
· ARAÚJO, Felipe Araújo. Analise: Amar, verbo intransitivo. Infoescola. Disponível em: https://www.infoescola.com/livros/amar-verbo-intransitivo/. Acessado em: 23/07/2020.
· PAULICEIA DESVAIRADA, de Mário de Andrade. Passei Web. 25 de setembro de 2015. Disponível em: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/pauliceia_desvairada/#:~:text=Publicado%20em%201922%2C%20Paulic%C3%A9ia%20Desvairada,todas%20as%20estruturas%20do%20passado. Acessado em: 23/07/2020.
· NEVES, Flávia Neves. Classificação de rimas. Norma Culta (Língua Portuguesa em bom Português). Disponível em: https://www.normaculta.com.br/classificacao-de-rimas/. Acessado em: 22/07/2020.
· DIANA, Daniela Diana. O que são versos livres?Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-que-sao-versos-livres/. Acessado em: 22/07/2020.
· DIANA, Daniela Diana. Semana da Arte Moderna. Toda Matéria.
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· FRAZÃO, Dilva Frazão. Biografia de Manuel Bandeira. É Biografia.
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Disponível em: https://www.ebiografia.com/oswald_andrade/#:~:text=Escritor%20brasileiro-,Biografia%20de%20Oswald%20de%20Andrade,Amaral%20o%20%22Movimento%20Antrop%C3%B3fago%22.&text=Ao%20lado%20da%20pintora%20Anita,de%20Arte%20Moderna%20de%201922. 
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· SILVA, Ariane Soares Pereira Silva. Modernismo no Brasil. Infoescola. 
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