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2° BIMESTRE - A GEOGRAFIA DA INDÚSTRIA

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A GEOGRAFIA DA INDÚSTRIA
2° BIMESTRE 2019
A Industrialização é o processo de modernização pelo qual passam os meios de produção de uma sociedade. É acompanhada pela ampliação tecnológica e desenvolvimento da economia.
A Industrialização é um processo antigo na humanidade. Ainda durante a Idade Média, novas técnicas marcaram o avanço dos meios de produção e de produtividade. Mas isso não quer dizer que houvesse indústrias como conhecemos atualmente ou características do capitalismo. O progresso passou por várias fases tecnológicas. Técnicas mais aprimoradas de agricultura, artesanato e manufatura deram suas contribuições para o desenvolvimento pleno da indústria.
O espaço econômico-industrial contemporâneo reflete o processo histórico do surgimento e da evolução da produção industrial. Os países e regiões pioneiros nesse processo Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão – concentram a maior parte da renda gerada pela produção mundial de produtos manufaturados ou industrializados, tanto em relação ao valor total como ao valor per capita. Nesses países concentram-se também as sedes da maior parte das empresas transnacionais, o que os caracteriza como polos de decisão. Todavia, para que se entenda o espaço industrial contemporâneo é necessário que compreendamos alguns conceitos e um processo histórico complexo que será descrito a seguir:
INDÚSTRIA
Indústria é a concentração das atividades produtivas destinadas a transformar matéria-prima em mercadorias para os mais diferentes consumos.
Sua importância é tão grande nos dias atuais que quase tudo o que consumimos e utilizamos é processado ou produzido pela indústria.
A evolução histórica da indústria pode ser reconhecida em três estágios: o artesanato, a manufatura e a maquinofatura.
Durante a Primeira Revolução Industrial, a mecanização se estendeu do setor têxtil para a metalurgia e as fábricas empregavam grande número de trabalhadores.
A partir do final do século XIX, período conhecido como Segunda Revolução Industrial, com o uso de novas tecnologias, o mundo todo passou a comprar e utilizar produtos industrializados e fabricados nos grandes centros.
Nesse período as grandes indústrias tinham filiais em diversos países, as multinacionais ou transnacionais.
TIPOS DE INDÚSTRIA
1. Indústrias de Base
As indústrias de base, também chamadas de “indústrias pesadas” ou “indústrias de bens de produção” envolvem as indústrias extrativas e de bens de capital.
Nessa classificação, há transformação de energia ou de matérias-primas brutas em processadas as quais são utilizadas em outras indústrias.
1.1. Indústrias Extrativas
As extrativas, como o próprio nome indica, extraem matérias-primas (vegetal ou mineral), por exemplo, petróleo, madeira, minério, carvão mineral, etc.
1.2. Indústrias de Bens de Capital
Já as indústrias de bens de capital produzem, dentre outras coisas, diversos equipamentos e máquinas, por exemplo, as metalúrgicas, siderúrgicas, petroquímicas, navais, etc.
TIPOS DE INDÚSTRIA
2. Indústrias Intermediárias
Nessa categoria estão as indústrias que servem como intermediárias entre as indústrias de bens de produções e as de bens de consumo.
Ou seja, elas coletam as matérias-primas processadas pelas indústrias de base e produzem algumas peças e equipamentos que serão utilizadas nas indústrias de bens de consumo.
São exemplo, as peças para automóveis, máquinas, motores, computadores, etc.
TIPOS DE INDÚSTRIA
3. Indústrias de Bens de Consumo
As indústrias de bens de consumo recebem esse nome pois produzem diversos produtos que são diretamente voltados para o mercado consumidor. Também são chamadas de “indústria leves”.
Importante destacar, que diferente das indústrias de base, essas estão localizadas mais próximas dos centros urbanos. Isso facilita o acesso aos produtos por seus consumidores.
Note que as matérias-primas utilizadas são provenientes do trabalho realizado pelas indústrias de base e intermediárias. Elas são classificadas de três maneiras:
TIPOS DE INDÚSTRIA
3.1. Indústria de bens duráveis: incluem produtos não-perecíveis como os eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis, veículos, dentre outros. Recebe esse nome visto que os produtos gerados possuem uma longa durabilidade.
3.2. Indústria de bens semiduráveis: é intermediaria entre os dois outros tipos de indústria de bens de consumo. Ou seja, os produtos gerados possuem uma vida útil mediana, por exemplo, telefones, roupas, sapatos, etc.
3.3 Indústria de bens não-duráveis: envolvem produtos perecíveis considerados de primeira necessidade, por exemplo, os alimentos, bebidas, remédios, cosméticos, etc.
TIPOS DE INDÚSTRIA
4. Indústrias de Ponta
As indústrias de ponta são aquelas que tem como foco a alta tecnologia. Diferente de muitos delas, essas envolvem mão-de-obra qualificada, ou seja, trabalhadores com títulos (graduação, mestrado, doutorado, etc.).
Aqui, podemos citar as empresas relacionadas com comunicação, computadores, telefones, aviação, navegação, dentre outras.
A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução industrial foi um conjunto de mudanças que aconteceram na Europa nos séculos XVIII e XIX. A principal particularidade dessa revolução foi a substituição do trabalho artesanal pelo assalariado e com o uso das máquinas.
A invenção de máquinas, o aproveitamento da energia calorífica do carvão mineral e sua transformação em energia mecânica para fazer funcionar as máquinas, representaram um grande avanço nas técnicas empregadas para a fabricação de mercadorias e, consequentemente, no aumento da produção.
A SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Segunda Revolução Industrial nasceu com o progresso científico e tecnológico ocorrido na Inglaterra, França e Estados Unidos, por volta da segunda metade do século XIX.
Entre 1850 e 1950, a busca por descobertas e invenções foi longa, o que representou maior conforto para o ser humano, bem como a dependência dos países que não realizaram a revolução científica e tecnológica ou industrial.
O mundo todo passou a comprar, consumir e utilizar os produtos industrializados fabricados na Inglaterra, França, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Bélgica e Japão.
MODELOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO
A maior parte dos países industrializados centrais iniciou sua industrialização ainda no século XIX, formando uma indústria nacional e consolidando um mercado interno. Podemos citar como exemplos os Estados Unidos, alguns países da Europa Ocidental, como Alemanha, França, Reino Unido e Itália, além do Japão e do Canadá. Esse grupo constitui as sete nações mais industrializadas do mundo, conhecidas como G-7. Embora não tão industrializada, a Rússia também integra esse grupo, que passou a ser denominado G-8.
MODELOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO
Países como Brasil, México, Índia, China, Argentina e os Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong) industrializaram-se somente no século XX por isso são chamados de países de industrialização tardia ou retardatária. A esse processo, seguiram-se intensa urbanização e a atração de investimentos estrangeiros de empresas transnacionais.
MODELOS DE INDUSTRIALIZAÇÃO
Em parte dos países em desenvolvimento (Brasil, México e Argentina), o processo de industrialização apoiou-se no modelo substituição de importações, que incluía proteção do mercado interno, proibição da entrada de manufaturados estrangeiros e fortalecimento de indústrias locais.
Outros países, como os que compõem os Tigres Asiáticos, industrializaram-se com base no modelo de plataforma de exportação, no qual empresas transnacionais se instalam em determinado país e passam a exportar sua produção para outros. 
Indústria: transformações espaciais e no meio ambiente
A indústria criou muitos produtos, como carros, trens, eletrônicos, aviões, materiais sintéticos (plásticos, PVC, acrílico, etc., que não existem na natureza). Provocou também profunda transformação no espaço. Com ela se expandiram as cidades, as vias de circulação e de comunicação, a extração de minérios e de outras matérias-primas. A indústria também gerou resíduossólidos, gasosos e líquidos, aumentando a poluição do ar, dos solos e das águas.
Indústria: transformações espaciais e no meio ambiente
Desde o século XX, diversas legislações ambientais foram sendo estabelecidas em âmbito mundial e local, tornando imperativa uma boa conduta ambiental no setor industrial. Entre as ações que diminuem os impactos estão a utilização de tecnologias limpas, a maior preocupação com o armazenamento e destino dos resíduos, ações para evitar perdas de matéria-prima, água e energia. 
MUDANÇAS NA LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
A melhor localização industrial é a que possibilita maior rentabilidade (menores custos) – essa é a regra básica da teoria da localização industrial.
Na etapa inicial da industrialização, os custos de transporte eram extremamente elevados. A introdução de novos meios de comunicação e transporte, ao mesmo tempo que foram produtos da indústria, facilitaram sua expansão e provocaram mudanças estruturais.
MUDANÇAS NA LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
Na Inglaterra, as bacias carboníferas tornaram-se áreas de concentração fabril porque o carvão mineral era a fonte de energia básica tanto para as indústrias de base, que produzem matéria-prima para outras indústrias, como para as indústrias de bens de consumo, que produzem para o mercado consumidor. Também ocorreu a concentração industrial em áreas produtoras de minério de ferro. 
MUDANÇAS NA LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
Durante a primeira metade do século XX, no entanto, o carvão perdeu, aos poucos, o domínio sobre o suprimento energético industrial. O petróleo e o gás natural passaram a ser amplamente usados como fonte de energia. Além disso, os meios de transporte obtiveram um desenvolvimento espantoso.
Mesmo assim, as velhas regiões fabris, que haviam nascido associadas a jazidas carboníferas ou a reservas minerais, continuaram a responder pela maior parte da produção industrial do mundo. 
MUDANÇAS NA LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
A introdução das linhas de montagem fabris e a emergência do sistema de produção em série, dirigido para o consumo das massas, reafirmaram as vantagens locacionais das grandes concentrações industriais. As novas empresas e os setores industriais em ascensão beneficiaram-se do ambiente criado pelas indústrias já instaladas. 
Essa dinâmica de crescimento é conhecida pela expressão economia de aglomeração. O meio geográfico típico do início do século XX é o das grandes aglomerações de fábricas, de mercados e de trabalhadores. 
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Nas últimas décadas do século XX, com a revolução técnico-científica, os novos padrões locacionais passaram a apontar no sentido da desconcentração espacial das indústrias e da emergência de novos polos produtivos, afastados das aglomerações tradicionais. Na desconcentração, as indústrias buscam novas áreas de localização mais vantajosas em termos de mão de obra, isenção de impostos, fraca organização sindical, locais onde a legislação ambiental é mais amena, entre outras vantagens. 
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Em escala global, a tendência de desconcentração é resultante da evolução tecnológica dos meios de transporte e de comunicação, que permitiram a disseminação do processo de industrialização por vastas regiões do mundo em desenvolvimento, em especial Sudeste Asiático e América Latina, que atualmente participam significativamente da produção industrial mundial em muitos setores.
Grandes conglomerados chamados indústrias globais abriram filiais em vários países, levando tecnologia própria e atuando em mais de um setor da economia; além do industrial, no financeiro e no comercial. 
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Muitos países em desenvolvimento oferecem facilidades para atrair indústrias, como os incentivos fiscais (redução ou isenção de impostos por determinado período) e o desenvolvimento de infraestrutura, como na China, Coreia do Sul, Taiwan, Índia e Malásia. 
A indústria têxtil, por exemplo, é um setor industrial de trabalho intensivo, pois emprega muita mão de obra, e o peso dos salários no custo final das mercadorias é expressivo. Isso explica a tendência de deslocamento para países e regiões onde os salários são mais baixos, como China, Índia, Paquistão e Indonésia. 
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Por sua vez, as indústrias têxteis dos Estados Unidos e da União Europeia investiram em novas tecnologias, como fibras químicas, tornando-se cada vez mais intensivas em capital, especializando-se em produtos de maior valor adicionado ou agregado, ou seja, produtor que agregam maiores investimentos, inovações e alta tecnologia. 
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Também no setor automobilístico, que se caracteriza por adicionar valor de média e alta tecnologia, tem aumentado a participação das indústrias situadas em países em desenvolvimento, atraídas pelos menores custos de mão de obra, como na China, na Índia, Tailândia e Indonésia. Essas economias em crescimento começaram a contar com o peso importante de uma classe média consumidora, por causa do aumento da renda familiar, que também levou ao consequente aumento da venda de automóveis. 
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Muitos países em desenvolvimento participaram inicialmente do processo de industrialização em segmentos de trabalho intensivo (montagem de produtos), passando posteriormente a investir na qualificação da mão de obra e em avanços tecnológicos, além de produzir componentes e equipamentos próprios. É o caso da China, que atualmente conta com diversas marcas de produtos, como instrumentos de precisão e computadores, entre outros, e que, em 2015, era uma das maiores economias industriais do planeta.
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
A Índia também se desenvolveu tecnologicamente, especializando-se no setor de informação. Já a Coreia do Sul desenvolveu uma indústria automobilística própria, que concorre em muitos mercados com as montadoras sediadas nos países desenvolvidos. 
Várias fábricas de motores e de montagem final de automóveis para exportação foram implantadas no México, na fronteira com os Estados Unidos, que são o grande o destino de grande parte dessa produção, conhecidas como maquiladoras.
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Na América do Sul, o Brasil é considerado estratégico no mapa das grandes indústrias automobilísticas. Nesse caso, elas são atraídas pelos baixos salários e também pela grande dimensão do mercado interno. 
A participação dos países desenvolvidos no valor de transformação industrial (VTI) mundial caiu de 76% para 64% entre 2005 e 2014. As economias industriais emergentes, entre elas Brasil, Rússia, Índia e China, aumentaram sua participação de 23% para 32%, no mesmo período, dos quase 20% correspondem à China.
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
A tendência descrita anteriormente mostra uma produção industrial mais complexa, equilibrada e dinâmica, com maior participação dos países em desenvolvimento. 
Mesmo setores considerados de alta tecnologia, como o de informática, passam por uma desconcentração, ainda que seletiva, no plano internacional. O setor de pesquisa e de concepção de novos produtos e equipamentos permanece fortemente concentrada nos Estados Unidos, Japão e Europa Ocidental; porém, parte da linha de produção de chips e microprocessadores e da montagem de alguns tipos de software migraram para países industrializados semiperiféricos. 
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Na escala nacional, também existe a tendência à desconcentração. As velhas concentrações industriais dos países desenvolvidos têm perdido terreno para novas regiões produtivas, marcadas pelo uso de tecnologias modernas, pelo baixo consumo energético e pela forte integração com as universidades e os centros de pesquisa e desenvolvimento.
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
As commodities – ou commodity, no singular – é uma expressão do inglês que se difundiu no linguajar econômico para fazer referência a um determinado bem ou produtode origem primária comercializado nas bolsas de mercadorias e valores de todo o mundo e que possui um grande valor comercial e estratégico. Geralmente, trata-se de recursos minerais, vegetais ou agrícolas, tais como o petróleo, o carvão mineral, a soja, a cana-de-açúcar e outros.
DESCONCENTRAÇÃO ESPACIAL DAS INDÚSTRIAS
Algumas economias, sobretudo de países subdesenvolvidos, dependem muito de uma cotação elevada nas commodities, pois centram-se muito na exportação de tais produtos. Assim, quando ocorre uma crise conjuntural ou estrutural, esses países sentem muito, pois as exportações caem e a economia local entra em choque. Por outro lado, países que importam e exportam commodities, tais como o Brasil, também sentem muito as oscilações de seus preços, pois necessitam delas para abastecer sua dinâmica industrial e comercial e também para a venda no mercado externo, no sentido de manter fortalecido o seu setor primário.
Alta tecnologia e localização industrial
Atualmente, muitas indústrias preferem fugir das regiões industriais tradicionais, fenômeno por deseconomia de aglomeração, que começa a se manifestar quando a concentração fabril atinge um ponto crítico.
Uma das características das regiões industriais tradicionais está na organização dos trabalhadores em sindicatos combativos que reivindicam padrões salariais e normas trabalhistas, alterando a relação de poder econômico dos empresários.
Alta tecnologia e localização industrial
Somam-se a isso a elevada densidade demográfica e a intensa disputa pelos terrenos que provocaram um aumento considerável dos preços da terra; o aumento dos impostos e dos custos dos serviços de transporte, comunicação e energia; grandes congestionamentos, poluição do ar e violência urbana. 
Alta tecnologia e localização industrial
A indústria de alta tecnologia ou de ponta – eletrônica, informática, telecomunicações, biotecnologia e química fina, aeronáutica, aeroespacial e bélica -, que apresenta forte expansão nos Estados Unidos, no Japão e na Europa, procura novas localizações nos subúrbios afastados dos núcleos metropolitanos ou em cidades interioranas. Esse processo está na base do surgimento dos tecnopolos, regiões que concentram e integram indústrias de alta tecnologia, centros de pesquisa e desenvolvimento de universidades com a área de produção. Nele são criadas inovações técnicas, além de garantir a formação de novos pesquisadores. 
Cenários regionais
Os Estados Unidos e a União Europeia foram durante o século XX as principais potencias industriais do mundo, seguidos pelo Japão.
Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) em 2015, o Estados Unidos continuavam sendo a maior potência industrial do mundo, seguidos pela China. O Japão ocupava o terceiro lugar, à frente da Alemanha, do Reino Unido e da França. A Índia e o Brasil, ocupavam a sétima e a oitava colocação no ranking. A Rússia tem se estabelecido como exportadora de produtos industrializados. A China e a Rússia integram-se ao mercado mundial em trajetórias muito diferentes. 
Estados Unidos: reorganização territorial da indústria
Seguindo o padrão das grandes regiões agrícolas - os belts -, a atividade industrial norte-americana também é organizada em cinturões, determinados por diversos fatores, sobretudo as características assumidas pelo país em escala global. Podemos considerar, no espaço norte-americano, duas principais regiões industrializadas, caracterizadas por diferentes processos de industrialização: a Manufacturing belt e a Sun-belt, ou apenas Sul.
Manufacturing Belt
Apesar de terem sido uma colônia inglesa, os Estados Unidos também foram protagonistas da chamada industrialização clássica. A colonização da Nova Inglaterra possibilitou o surgimento de um prematuro mercado consumidor, o que estimulou o desenvolvimento das primeiras indústrias no Nordeste, ainda no final do século 18 Nas últimas décadas do século 19, emergia uma estrutura espacial centralizada por um grande e visível polo industrial: o Manufacturing belt ou Cinturão Fabril (ou Industrial), no Nordeste e Grandes Lagos.
Manufacturing Belt
Essa área forma, atualmente, a maior concentração urbano-industrial do mundo, tendo como uma de suas características a megalópole BOSWASH (formada pelas áreas metropolitanas do eixo Boston-Washington). Dentre os fatores que permitiram o desenvolvimento de indústrias nessa região, destacam-se: A existência de recursos naturais, notadamente a jazida de minério de ferro nos Grandes Lagos, o que atraiu o desenvolvimento de indústrias siderúrgicas, automobilísticas e ferroviárias - e as jazidas de carvão mineral dos Montes Apalaches, localizadas mais ao sul e de fácil exploração. 
Manufacturing Belt
As condições favoráveis à navegação dos Grandes Lagos, com saída para o Oceano Atlântico pelo rio São Lourenço, bem como os bons e modernos portos da costa leste, que possibilitaram a chegada dos recursos e das matérias-primas de que a região não dispunha. O Manufacturing belt já chegou a concentrar, por volta de 1900, mais de 75% da produção industrial dos Estados Unidos. Porém, nos últimos anos, o intenso processo da globalização e o consequente aumento da concorrência têm levado diversas indústrias a deixar essa região em busca de outras áreas, que proporcionam menores custos de produção: mão-de-obra mais barata, impostos urbanos mais baixos e leis ambientais mais frágeis. 
Localização Geográfica
Cinturões industriais americanos
Youngstown, Ohio
Sun-Belt
Essa região abriga muitas das mais avançadas unidades de produção mundial. Trata-se de uma extensa faixa no sul, que se estende da Flórida à Califórnia. As primeiras fábricas do sul dos Estados Unidos surgiram em 1880. Eram fábricas do setor têxtil, instaladas por empresários da Nova Inglaterra, que procuravam ficar próximos da matéria-prima (lã e algodão).
O grande impulso de desenvolvimento do Sun-belt, o Cinturão do Sol, termo que abrange as variadas novas áreas emergentes do Sul e do Oeste, ocorreu após a Segunda Guerra Mundial, em 1960, com o aumento da extração de petróleo no Texas e o desenvolvimento da indústria aeroespacial na Flórida.
Sun-Belt
Contudo, a área industrial mais moderna surgiu na década de 1970, na Califórnia. Trata-se do Vale do Silício (Silicon Valley), nas proximidades de São Francisco, um conjunto de pequenas localidades onde estão situadas centenas de empresas ligadas ao setor de microinformática, microeletrônica, robótica, química fina e a biotecnologia, típicas da Terceira Revolução Industrial. Uma consequência da existência desse pólo tecnológico foi o desenvolvimento de um vasto eixo urbano-industrial que se estende de São Francisco até San Diego (o chamado San-San).
Sun-Belt
Dentre os fatores que, nessa região, favoreceram o desenvolvimento de indústrias ligadas a tecnologia, destacam-se: 
1. A posição geográfica dessa região, próxima ao Oceano Pacífico, facilitando o acesso à Bacia do Pacífico e, portanto, a países importantes, como Japão, Austrália e China. (Vale destacar que o governo norte-americano somente teve interesse em desenvolver seu litoral oeste devido ao aumento da importância da Bacia do Pacífico, com a reconstrução econômica do Japão, o crescimento industrial acelerado dos Tigres Asiáticos e o crescimento econômico da Austrália e da China após a Segunda Guerra Mundial.).
Sun-Belt
2. A existência de várias universidades e institutos de pesquisa que fornecem mão-de-obra de alta qualificação para as empresas e desenvolvem, juntamente com elas, programas na área de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento).
Dentre as empresas que iniciaram seus negócios e possuem sedes na região, podemos citar, Apple, Facebook, Google, Evernote, Dell, NVidia, Electronic Arts, Symantec, AMD, Pixar, LinkedIn, Samsung, Amazon, Mozila, Sony, WhatsApp, PayPal, Ebay, Yahoo!, Groupon, Twitter, Netflix, HP, Nokia, Canon, Intel e Microsoft, além da Adobe e Oracle.
Sun-Belt
Vale do Silício, USA. 
Japão: a desconcentração industrial
O Japão é a terceira maior economia do mundo e a segundapotência da Ásia. Por muito tempo, o país destacou-se como a maior potência do Extremo-Oriente, tanto em sentido econômico, quanto militar.
Após a década de 1990, todavia, uma crise econômica abalou o país, ao mesmo tempo que a China tornava-se uma potência mundial e a Coreia do Sul passava a ocupar um lugar de destaque na organização do espaço capitalista mundial, solapando o domínio japonês nesta porção do mundo.
Japão: a desconcentração industrial
Até meados do século XIX, o Japão era um país fechado para o Ocidente. Os portos nacionais eram fechados para o restante do mundo, enquanto sua economia era baseada na agricultura sob um regime que fazia alusão ao feudalismo europeu.
Apenas a partir da Restauração Meiji que o país passou a adotar uma postura em consonância com o Capitalismo mundial. Esta revolução aconteceu através da união entre a classe samurai (militares), nobres, camponeses abastados e comerciantes ricos, que derrubaram o império Tokugawa e instauraram uma monarquia em prol dos interesses industrialistas.
Japão: a desconcentração industrial
Ao mesmo tempo que politicamente a situação no Japão se alterava, começavam a se estruturar os conglomerados industriais familiares, os chamados zaibatsus. Em geral, as famílias mais ricas do país se aproveitavam de fábricas edificadas pelo Estado e as compravam a baixo preço para formação de grandes grupos industriais. Dentre os grupos formados no período, podemos citar a Mitsui e a Mitsubishi.
Japão: a desconcentração industrial
Neste sentido, é válido destacar a ação militarista do Estado japonês na Ásia e no Pacífico, com a invasão e o domínio de amplos territórios. Além de fornecerem matéria-prima, cuja existência é insuficiente dentro do país, as colônias se transformariam em mercado consumidor para a incipiente indústria nipônica.
Dentre as áreas que foram subjugadas pelo imperialismo japonês, destacam-se a Península Coreana, Taiwan, a Manchúria, hoje região da China, a Indochina, atuais territórios de Vietnã, Laos e Camboja, e algumas ilhas no Pacífico, como Palau.
Japão: a desconcentração industrial
Os imperadores da Era Meiji fizeram muitas reformas no Japão. Toda uma infraestrutura de aporte à industrialização foi criada, além de investimentos profundos na qualificação de mão-de-obra.
Um outro fator que demonstra a capacidade do Estado japonês em sustentar o desenvolvimento da indústria nacional foi a aplicação de uma estratégia de acúmulo de capital. A indústria interna era protegida através de subsídios pelo Estado, enquanto que a exportação da produção agrícola era incentivada sob égide do livre mercado. Esta estratégia resultou em uma acumulação que permitiu a importação de maquinário industrial.
Japão: a desconcentração industrial
Após ser derrotado na Segunda Guerra Mundial, ao lado de Alemanha e Itália, o Japão passou por uma reestruturação interna na forma como a sua indústria se organizou.
Na década de 1990, a agressividade da economia asiática, liderada pelo Japão, é barrada pela pressão política americana.
Os EUA, cuja rivalidade com a economia nipônica se acirrava, passou a impor duras tarifas de importação ao país. Tendo boa parte de seu parque industrial voltado à exportação, esta política foi um duro golpe aos interesses nacionais japoneses.
Japão: a desconcentração industrial
Outro fator para o agravamento da crise foi a concorrência dos manufaturados japoneses com os produtos fabricados nos Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Singapura).
Todo este conjunto de fatores levou a recessão da economia japonesa, cujo protagonismo em cenário mundial foi abalado, especialmente após a ascensão da China como potência mundial.
Japão: a desconcentração industrial
A conformação do Japão em um arquipélago e sua necessidade de importação de matéria-prima culminaram em uma concentração industrial no litoral do país, próximo as área portuárias.
A fachada pacífica do país, que inclui cidades como Tóquio, Yokohama, Nagoya e Osaka, assim, estruturou-se historicamente como a principal região industrial japonesa.
Japão: a desconcentração industrial
Seguindo a lógica global industrial, devido ao aumento dos custos de produção local e, especificamente no Japão, também da falta de matérias-primas, o país passou por um intenso processo de desconcentração industrial a partir de 1970. Essa foi uma estratégia desenvolvida para a recuperação da competitividade. 
Japão: a desconcentração industrial
Variados são os setores cujo país destaca-se em contexto mundial. O Japão é líder mundial na produção naval e na siderurgia. Também está entre os maiores do mundo na indústria automobilística, sendo sede de importantes grupos como a Honda e a Nissan, sediadas em Tóquio, Toyota, sediada das proximidades de Nagoya, e a Mazda, com sede em Hiroshima.
Outros setores onde o Japão se destaca é na robótica e na produção de eletrônicos. Neste último grupo, o destaque vai para empresas de máquinas fotográficas (Nikon e Canon) e eletroeletrônicos (Sony, Panasonic e Toshiba).
União Europeia: rumo à integração industrial?
A Europa foi berço das primeiras grandes aglomerações industriais, na maioria polarizadas pela presença de siderurgias. Na pioneira Grã-Bretanha, a siderurgia assentou-se sobre as reservas de hulha do Black Country (Birmingham), do país de Gales e do Sul da Escócia.
Na Alemanha, o vale do rio Ruhr tornou-se a maior região siderúrgica da Europa. O carvão de Rurh e da Bélgica abastecia as indústrias francesas do rio Reno. Essa integração industrial franco-alemã transformou as ricas regiões da fronteira em foco de disputas geopolíticas e militares que se estenderam do século XIX à Primeira Guerra Mundial. 
União Europeia: rumo à integração industrial?
Na década de 1950, o Tratado da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) transformou a disputa em colaboração ativa, unificando fretes e tarifas em toda a bacia do rio Reno.
Entretanto, apesar da integração precoce de parte da siderurgia, foi a lógica das economias nacionais que presidiu a implantação da atividade industrial no continente. Cada país tinha seu mercado, delimitado e regulado por uma moeda nacional, no interior do qual as empresas traçavam estratégias de localização. 
União Europeia: rumo à integração industrial?
Diversos setores industriais europeus desenvolveram estruturas paralelas. Não existe, por exemplo, uma indústria automobilística europeia, mas sim indústrias automobilísticas francesas, alemãs e italianas. É por isso que é muito difícil comparar o espaço industrial da União Europeia com o dos Estados Unidos, apesar de se tratar de economias de dimensões similares. 
Na Alemanha principal potência econômica da EU, o complexo industrial do Reno-Ruhr continua a ocupar lugar de destaque, mas existem outros polos industriais importantes. 
União Europeia: rumo à integração industrial?
Na França, os principais centros industriais desses setores espalham-se no centro-norte do país, destacando-se a região pariense, a Alsácia-Lorena e a região da cidade de Lyon. 
Na Grã-Bretanha, grande parte dos novos investimentos está direcionada para a região de Londres, onde estão concentradas indústrias químicas e mecânicas. As velhas regiões industriais carboníferas por sua vez, enfrentam há décadas um quadro de crise econômica e social generalizada. Na Itália, os centros industriais mais importantes, ligados principalmente à siderurgia e às indústrias mecânicas situam-se em Turim, Milão, Bolonha e Gênova, norte do país.
União Europeia: rumo à integração industrial?
O aprofundamento da integração econômica entre os países da União Europeia (EU ou EU), coroado em janeiro de 1999 com a adoção de uma moeda única, o euro, abriu caminho para uma profunda reorganização espacial da indústria europeia. Contando com um espaço monetário unificado, as empresas e os setores industriais tendem a traçar estratégias locacionais visando ao conjunto do mercado europeu (exportações e importações intra-EU).
A integração parece ser o caminho da indústria dealta tecnologia. Com a criação de grandes consórcios de pesquisa e desenvolvimento, as empresas europeias buscam enfrentar a concorrência como USA e o Japão.
China: nova potência industrial
A China se tornou uma potência industrial e exportadora nos últimos decênios. Os seus surpreendentes resultados não foram atingidos aleatoriamente, mas sim com planejamento industrial específico, formulado, orientado e liderado pelo Estado no âmbito de uma estratégia nacional de desenvolvimento do país. 
China: nova potência industrial
Esta afirmação encontra seu respaldo histórico-institucional a partir das reformas de 1978 – momento em que a indústria chinesa iniciou sua reorganização e estratégia de desenvolvimento, tendo seu momento mais evidente e contundente em 1989, quando o Estado chinês assumiu institucionalmente a importância da indústria no crescimento do país e deliberadamente optou pela realização de políticas específicas. 
China: nova potência industrial
As vantagens concedidas pelo governo às grandes companhias e mão de obra barata e abundante transformaram o país em uma das mais importantes plataformas de exportação de bens de consumo do mundo. Entretanto, desde o início do século XXI, os chineses conseguiram trocar esse modelo por outro baseado em tecnologias e produção próprias e sustentado pelo seu expressivo mercado interno. 
China: nova potência industrial
Apesar dos custos sociais e ambientais a China tem se tornado uma grande potência industrial e estabelecido alianças comerciais com países asiáticos e com emergentes, como Brasil, Rússia e Índia. Por meio da modernização de rotas, a China tem ampliado suas relações com os EUA e países europeus. Em 2013, o país já era o principal importador e exportador de mercadorias do mundo. 
A China também voltou seus investimentos para a África, onde investe em muitos países onde há abundância de diversas matérias-primas importantes para o seu desenvolvimento, como, por exemplo, o petróleo angolano. 
China: nova potência industrial
O ponto de partida das reformas industriais foi, em 1984, a criação das ZONAS ECÔNOMICAS ESPECIAIS (ZEE), distritos intensamente industrializados e modernos que funcionam como verdadeiros enclaves econômicos internacionalizados. 
As empresas instaladas em ZEE beneficiam-se de legislação especial, como suspensão de impostos e simplificação de procedimentos administrativos, atraindo assim, investimentos estrangeiros e criando novos empregos. 
China: nova potência industrial
O litoral, onde se concentram as principais cidades, configura-se um espaço econômico internacionalizado. O dinamismo econômico dessa região, onde a renda per capita é mais elevada difunde-se aos poucos pelo vales fluviais em direção ao cinturão agrícola do interior. Nessas províncias, essencialmente rurais, a agricultura percorre um trajetória desigual de modernização e libera numeroso contingente de trabalhadores para a costa industrializada.
China: nova potência industrial
A indústria pesada, por sua vez, concentra-se na Manchúria, que dispõe de vastas reservas de carvão mineral e jazidas de ferro. O complexo estatal de indústrias de base instalado nessa região garante ao país o primeiro lugar na produção mundial de aço. 
Zonas industriais chinesas 2010
GUERRA COMERCIAL
CHINA X EUA 
Rússia: da desconcentração estratégica ao modelo exportador
Na antiga União Soviética, fundada em 1922, o processo de industrialização foi marcado pelo controle estatal sobre os meios de produção e pelo planejamento centralizado. Nesse caso, as estratégias de localização industrial não derivam de fatores econômicos, mas de escolhas políticas. 
Rússia: da desconcentração estratégica ao modelo exportador
Dispondo de imensas reservas de carvão, petróleo e minérios no montes Urais, na Ásia Central e na Sibéria Ocidental, o Estado investiu intensamente na criação de regiões industriais dispersas, associadas aos recursos naturais. A indústria de bens de consumo, que jamais conheceu um grande desenvolvimento, apresentava maior difusão espacial e atendia aos mercados locais. 
Rússia: da desconcentração estratégica ao modelo exportador
Quando a União Soviética deixou de existir, em 1991, fragmentando-se em 15 repúblicas, a indústria pesada (que transforma brutos em semielaborados) enfrentava problemas agudos de defasagem tecnológica. O vasto processo de privatização das empresas estatais implicou o fechamento de unidades produtivas obsoletas, com queda abrupta da produção, do emprego e do PIB. 
Ainda em 1991, formou-se a Comunidade dos Estados Independentes (CEI), que, em 2015, reunia nove Estados independentes que integraram a antiga URSS. 
Rússia: da desconcentração estratégica ao modelo exportador
A indústria pesada está assentada sobre ampla base de recursos naturais, dispõe de mão de obra qualificada e opera com baixos custos de trabalho. Essas vantagens comparativas fundamentam o novo modelo exportador que se consolida na Rússia, principal herdeira da indústria pesada soviética, e mais lentamente em algumas outras repúblicas da CEI.
Rússia: da desconcentração estratégica ao modelo exportador
O setor energético está no centro da reestruturação da economia russa. Em 2013, a exportação de combustíveis (petróleo bruto e gás natural) representou 57,8% das vendas externas totais. No ranking fornecido pela ONU/Unc de 2018, a Rússia era a 12° economia do mundo, como o 14° exportador e o 23° importador.

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