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POSTAGEM NO INSTAGRAM (15/12/2020) | Q361723 (Questão retirada do site QConcursos Q361723 (Questão retirada do site QConcursos.com.) Ano: 2014. Banca: CESPE/CEBRASPE. Órgão: MPE-AC. Prova: CESPE - 2014 - MPE-AC - Promotor de Justiça. Considerando a evolução histórica do direito empresarial, assinale a opção correta: (A) A teoria dos atos de comércio foi adotada, inicialmente, nas feiras medievais da Europa pelas corporações de comerciantes que então se formaram. (B) A edição do Código Francês de 1807 é considerada o marco inicial do direito comercial no mundo. (C) Considera-se o marco inicial do direito comercial brasileiro a lei de abertura dos portos, em 1808, por determinação do rei Dom João VI. (D) É de origem francesa a teoria da empresa, adotada pelo atual Código Civil brasileiro. (E) O direito romano apresentou um corpo sistematizado de normas sobre atividade comercial. ------------------------------- Comentários à alternativa (A): Nessa prova objetiva, como se vê, a banca examinadora considerou como incorreta a seguinte assertiva: (A) "A teoria dos atos de comércio foi adotada, inicialmente, nas feiras medievais da Europa pelas corporações de comerciantes que então se formaram." O Direito Empresarial (Comercial) passou e vem passando por períodos de evolução histórica marcados, basicamente, conforme a maioria da doutrina especializada, pela adoção de 3 (três) teorias distintas que foram se sucedendo ao longo do tempo, que, da mais remota para a mais contemporânea, são: 1) a teoria subjetiva; 2) a teoria dos atos de comércio (teoria objetiva); e 3) a teoria subjetiva moderna (teoria da empresa).[1-2-3] No caso da alternativa em comento, a teoria dos atos de comércio só passou a ser adotada, inicialmente, séculos depois das feiras medievais que eram realizadas na Europa ocidental, levando-se em conta ainda a Baixa Idade Média (séculos XI ao XV, quando tais feiras se realizavam, a burguesia capitalista que se reunia em corporações de ofício principiava e o Direito Comercial começava "a tomar forma")[4-5-6]; ou seja, mais ou menos, 300 (trezentos) anos depois disso tudo, portanto. Todavia, o marco inicial dessa fase https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/4ed1f507-ae https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes/4ed1f507-ae histórico-evolutiva do Direito Comercial — a segunda delas, de 3 (três) ao todo — é o Código Comercial francês de 1807, o Código napoleônico;[7] já no século XIX (1801-1900), desta forma. ------------------------------- Comentários à alternativa (B): Nessa prova objetiva, como se observa, a banca examinadora considerou como falsa a seguinte afirmativa: (B) A edição do Código Francês de 1807 é considerada o marco inicial do direito comercial no mundo. O correto seria dizer isto: O marco inicial do antigo Direito Comercial no mundo foi a edição da obra "Tractatus de Mercatura, seu Mercatore", de Benvenuto Stracca (1509–1578)[8], "[...] de Veneza (1553), que teve o mérito, exatamente, de realizar uma compilação e consolidação das principais normas consuetudinárias até então conhecidas no comércio ocidental."[9] A bem da verdade, a edição do Código Comercial francês de 1807 corresponde à segunda etapa de evolução histórica do Direito Comercial no mundo.[10] ------------------------------- Comentários à alternativa (C): Como se pode observar, nessa prova objetiva, a banca examinadora considerou como verdadeira a seguinte afirmação: na (C). (C) Considera-se o marco inicial do direito comercial brasileiro a lei de abertura dos portos, em 1808, por determinação do rei Dom João VI. Certa a resposta! De fato, o marco inicial da História do Direito Comercial no Brasil, conforme Haroldo Malheiros Duclerc Verçosa, citado por André Luiz Santa Cruz Ramos, se deu "[...] com a Lei de Abertura dos Portos, de 1808, inspirada por José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu."[11] ------------------------------- Comentários à alternativa (D): Nessa prova objetiva, como se vê, a banca examinadora considerou como incorreta a seguinte assertiva: (D) É de origem francesa a teoria da empresa, adotada pelo atual Código Civil brasileiro. Dizer isto seria o correto: a teoria da empresa (subjetiva moderna), adotada pelo Código Civil brasileiro de 2002, é de origem italiana.[12] Essa teoria, de início, foi positivada pelo Código Civil italiano de 1942, numa tentativa de "[...] consagração da tese da unificação do direito privado [...]."[13] De lá para cá, influenciou diversos ordenamentos jurídicos mundo afora, inclusive o nosso, como se viu. ------------------------------- Comentários à alternativa (E): Como se pode observar, nessa prova objetiva, a banca examinadora considerou como inverídica a seguinte assertiva: (E) O direito romano apresentou um corpo sistematizado de normas sobre atividade comercial. O correto seria dizer isto: o Direito Romano não apresentou um corpo sistematizado de normas jurídicas sobre atividade comercial, ou a respeito do comércio. "Procurando revelar os fundamentos históricos mais elementares e remotos do antigo Direito Comercial, anota Waldo Fazzio Júnior, dizendo que"[14] [u]ma espécie de pré-história do Direito Comercial pode ser reconstituída com base no Corpus Juris Civilis, diploma em que Justiniano congregou as principais contribuições mercantis das civilizações antigas, entre as quais a Lex Rhodia de Jactu (alijamento) e o Nauticum Foenus (mútuo e seguro marítimo).[15] Nesse sentido, José Cretella Júnior e José Cretella Neto nos ensinam que, [e]mbora os autores mencionem a existência de normas mercantis em épocas remotas (ex.: Código de Hamurabi; o empréstimo a risco — Nauticum foenus — dos gregos; as normas de comércio marítimo romanas — Lex Rhodia de Jactu), o Direito Comercial começou a tomar forma na Idade Média, quando a economia, até então visando ao auto consumo, transformou-se em sistema dinâmico, em que as riquezas e a produção começaram a circular em direção a um mercado consumidor. Surgem as ‘guilder’ (corporações de ofício), associações de comerciantes, destinadas à proteção dos interesses da nova classe social emergente — burguesia capitalista — e a dirimir as questões entre artesãos e comerciantes.[16] Se você gostou deste conteúdo, então curta, comente e compartilhe. E, para você, a teoria subjetiva foi ou não foi adotada, inicialmente, nas feiras medievais da Europa ocidental pelas corporações de comerciantes que então se formaram? ------------------------------- Referências bibliográficas: [1] CRETELLA JÚNIOR, José; CRETELLA NETO, José. 1.000 perguntas e respostas de direito comercial: para os exames da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil / José Cretella Júnior, José Cretella Neto. — Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 1-2. [2] TEIXEIRA, Tarcisio. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática / Tarcisio Teixeira. – 7. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018. [N. p.] [3] REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol. 1, 30. ed., rev. e atual. por Rubens Edmundo Requião. Imprenta: São Paulo, Saraiva, 2011. p. 32-39. [4] CRETELLA JÚNIOR, José; CRETELLA NETO, José. 1.000 perguntas e respostas dedireito comercial: para os exames da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil / José Cretella Júnior, José Cretella Neto. — Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 1-2. [5] SCALZILLI, João Pedro. Introdução ao Direito Empresarial / João Pedro Scalzilli, Rodrigo Tellechea, Luis Felipe Spinelli. 1. ed. | Porto Alegre, RS | Buqui, 2020. 228p. Disponível em: https://bit.ly/34GyZsH. Acesso em: 12 dez. 2020. p. 65. [6] RIBEIRO, Cláudia; MENEZES, Priscilla. Apostila TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL. Disciplina: Direito Empresarial. Autoras: Cláudia Ribeiro e Priscilla Menezes. FGV Direito Rio. GRADUAÇÃO 2014.2. Disponível em: https://bit.ly/3nh1DJ4. Acesso em: 15 dez. 2020. [7] RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial: volume único / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. [N. p.] [8] BENVENUTO STRACCA. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Esta página foi modificada pela última vez em 2 de fevereiro de 2020 às 19h04. Disponível em: https://bit.ly/2WnQPgh. Acesso em: 15 dez. 2020. [9] OLIVEIRA FILHO, Ivanildo de Figueiredo Andrade de. DIREITO DE EMPRESA NO CÓDIGO CIVIL DE 2002. Antinomias no novo regime do empresário e da sociedade empresária. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Faculdade de Direito do Recife - Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Neoconstitucionalismo. LINHA DE PESQUISA: Transformações sociais e seus reflexos no direito privado. Orientador: Prof. Dr. Geraldo de Oliveira Santos Neves. Recife, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3mhrSOp. Acesso em: 15 dez. 2020. p. 31. [10] RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial: volume único / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. [N. p.] [11] VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Curso de direito comercial. São Paulo: Malheiros, 2004. p. 55. v. I. Apud RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial: volume único / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020. [N. p.] [12] COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa / Fábio Ulhoa Coelho. — 16. ed. — São Paulo: Saraiva, 2012. [N. p.] [13] COELHO, Fábio Ulhoa. Parecer apresentado ao RCPJ-RJ (Registro Civil das Pessoas Jurídicas da cidade do Rio de Janeiro) como resposta à consulta acerca do "[...] alcance de alguns dos dispositivos do novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002) atinentes ao direito de empresa que dizem respeito ao registro das sociedades simples." (Cfr. COELHO, Fábio Ulhoa. Parecer apresentado ao RCPJ-RJ; São Paulo, 6 de agosto de 2003; n. p.) Disponível em: https://bit.ly/2KsZewx. Acesso em: 15 dez. 2020. [N. p.] [14] MONTEIRO, Raphael Vaz. Resolução de Questões de Concursos Públicos e Exames da OAB (Com Comentários Alternativa por Alternativa), por Raphael Vaz Monteiro, a https://bit.ly/34GyZsH https://bit.ly/3nh1DJ4 https://bit.ly/2WnQPgh https://bit.ly/3mhrSOp https://bit.ly/2KsZewx 12/12/2020. Niterói-RJ, publicação autoral independente. Disponível em https://bit.ly/2LEgY8J. Acesso em: 15 dez. 2020. [15] FAZZIO Júnior, Waldo. Manual de direito comercial / Waldo Fazzio Júnior. – 17. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2016. [N. p.] [16] CRETELLA JÚNIOR, José; CRETELLA NETO, José. 1.000 perguntas e respostas de direito comercial: para os exames da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil / José Cretella Júnior, José Cretella Neto. — Rio de Janeiro: Forense, 2002. p. 1-2. Se quiser saber mais sobre a evolução histórica do Direito Comercial, fiz uma versão expandida desta postagem; basta acessá-la por este link: Resolução de Questões de Concursos Públicos e Exames da OAB (Com Comentários Alternativa por Alternativa), por Raphael Vaz Monteiro, a 12/12/2020. Minhas principais redes sociais: - Instagram: @raphael_vaz82; - Twitter: @vazmonteiro82; - Facebook: facebook.com/raphael.vaz.1982; - LinkedIn: https://br.linkedin.com/in/raphael-vaz-monteiro-614056172. - Blog Direito à Distância — DàD —, por Raphael Vaz Monteiro: https://raphaelvazmonteiro.blogspot.com/. Niterói-RJ, 15 de dezembro de 2020. Como citar: MONTEIRO, Raphael Vaz. POSTAGEM NO INSTAGRAM (15/12/2020) | Q361723 (Questão retirada do site QConcursos. Niterói-RJ, 15 de dezembro de 2020. Publicação autoral independente, tratando-se de postagem no Instagram. Autor: Raphael Vaz Monteiro. Perfil no Instagram: @raphael_vaz82. Disponível em: https://cutt.ly/nhGvhF2. Acesso em: 15 dez. 2020. O trabalho POSTAGEM NO INSTAGRAM (15/12/2020) | Q361723 (Questão retirada do site QConcursos de Raphael Vaz Monteiro está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional. Baseado no trabalho disponível em https://cutt.ly/nhGvhF2. 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