Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 2 3 4 Livro do professor Livro didático Revolução Francesa 40 Revolução Industrial 28 Iluminismo 16 Revoluções Inglesas 2 8o. ano Volume 1 História Livro do professor © Ac er vo Ly s V ile lla 1 © Sh ut te rs to ck /il ol ab © Ga le ria N ac io na l d e Re tra to s, Lo nd re s © Ga le ria N ac io na l d e Re tra to s, Lo nd re s Revoluções Inglesas Agora, registre no caderno as principais realizações desses monarcas para o processo de centralização política que ocorreu na Inglaterra durante a Idade Moderna. Justificativa de seleção de conteúdos.1 Sugestão de abordagem do conteúdo. 2 © Sh ut te rs to ck /iil ol ab © Sh ut te rs to ck /il ol ab on al d e Re tra to s, Lo nd re s © Ga l © Ga l © Ga l © Ga l © Ga ©©©©©© er ia er ia er ia er ia er ia er ia er iaa er ia Na c Na c Na c Na c Na c Na c Na c Na c Na c NaaNaNNNN io na io na io na io na io na io na io na io na io nanon l d e l d e l d e l d e l d e l Re t Re t Re t Re tetetRe tra to ra to ra tototo ra toat otootott s, L s, L s, L s, L s, LL s, L s, LL, Ls, on dr on dr on dr on dr on dr on drnd r on drrnd r on drnd rdrn esesssesesessesesssssssesssseee MASTER, John. Rainha Maria I. 1544. 1 óleo sobre tela, color., 71 cm × 50 cm. Galeria Nacional de Retratos, Londres. HOLBEN, Hans. Henrique VIII. 1540. 1 óleo sobre painel de madeira, color., 65 cm × 57,5 cm. Galeria de Arte da Austrália, Adelaide. RAINHA Elizabeth I. 1600. 1 óleo sobre tela, color., 127,3 cm × 99,7 cm. Galeria Nacional de Retratos, Londres. ObObObObObObObObObObObObObObOObbOO sessesesesesesesesesssesesssssseees rvrvrvrvrvrvrvrvrvrvrvvrvrvrvrvrrvvee e e e e e eeeeeeeeeee asasasasasasasasasassasa imimimimimimmmmmimmimimmmmmmmmmiimmmmmagagagagagagagagagagagagagagaagaaggggaggeneneneneneneneneneneneneneeneeneneneeenns s sss sss sssssssssssssss dededededededededeedededededededededdededddededdeedeeed mmmmmmmmmmmmmmmmmonononononononononoonoonoononononononooonoonoonoonarararaarararararaaraararaaararaaraarra cacacacacacacacacaccacaacacaaaaacaaaaaas s s s s s s s ss ss ssssssssssss ininininininininiiinnininiiiininininnnii glglglglglglglglglglgllgllglglglgglglgglglggllgglglleseseseseseseseseseseseseseseseseseseeseeseeseseeeseeesse esesesesesesesesesesesesesesseseseseeeseeeeseseseeeeseseee dddddddddddddddddddddddddddddddddo o o oo o o o o o o ooooooooooooooo sésésésésésésésésésséséséséséséséséééésésésésssécucucucucucuucucuucucucucucucucucuuuucucuuuuccucculolololoolololololololoolooloooooololooooooooooooooooooo XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXVIVIVIVIVIVIVIVVVIVIVIVIVVIVVVVIVVVVVVVVVVVVV e e e e eeee e eeeeeeeee eeee inininininininininiininninininícícícíccícícícíícícccícccccioioioioioioiooiooooioooo dddddddddddddddddddoo oo o oooooo XVXVXVXVXVXVXVXVXVXVXVVXVXVVVXXX IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII . . . . .. © Ga le ria d e Ar te d a Au st rá lia d o Su l, A de la id e ©Shutterstock/ Frame Art 2 • Compreender a organização da sociedade inglesa nos séculos XVI e XVII. • Reconhecer o papel da burguesia no processo revolucionário inglês. • Analisar os governos da dinastia dos Stuarts na Inglaterra, que levaram à eclosão da Revolução Puritana (1642-1648). • Compreender as mudanças que aconteceram com a instalação da República Puritana. • Identificar os fatores que levaram à restauração da monarquia inglesa em 1658. • Relacionar as ações dos governantes da dinastia dos Stuarts com a ocorrência da Revolução Gloriosa em 1688. • Identificar as mudanças políticas, econômicas e sociais na Inglaterra provenientes do processo revolucionário ocorrido no século XVII. Objetivos Sugestão de retomada de conteúdos anteriormente trabalhados. 3 Estudamos em volumes anteriores que, durante a Idade Média, na Europa, a sociedade se organizava em torno do feudo, unidade de produção independente tanto econômica quanto politicamente. Nos feudos, vi- viam os camponeses que deviam trabalhar e pagar impostos para o nobre proprietário das terras. Com o Renas- cimento Urbano e Comercial do final da Idade Média, essa organização social foi, aos poucos, alterando-se. As cidades voltaram a crescer e abrigaram uma população voltada à produção artesanal e ao comércio. Cada vez mais fortalecida, a burguesia reivindicou maior participação política, ao que os nobres se contra- punham. O conflito entre os interesses da nobreza e da burguesia gerou uma série de atritos que culminaram nas chamadas Revoluções Burguesas. Delas se destacam as Revoluções Inglesas do século XVII e a Revolução Francesa do século XVIII. Além dos conflitos políticos e sociais, ocorreram conflitos religiosos. Para entender como tudo isso aconteceu, vamos iniciar o estudo das Revoluções Inglesas. Sociedade inglesa no século XVII A Inglaterra é um reino localizado na ilha da Grã-Bretanha, situada a noroeste da Europa. A sua história no decorrer do século XVII é o tema que você estudará nesta unidade. Observe a localização da ilha no mapa a seguir. Reino Unido Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M. de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: Fename, 1977. p. 104. Adaptação. M on yr a Gu tte rv ill C ub as 3 Objetivos Observe nas obras a seguir os ambientes e as pessoas retratadas, suas expressões e vestimentas. No início do século XVII, coexistiam, nesse território, grupos sociais cujas origens remontam ao período da Alta Idade Média (século V ao século X) e grupos surgidos com o Renascimento Urbano e Comercial da Baixa Idade Média (século X ao século XV). Dos grupos formados durante o período da Baixa Idade Média, destacavam-se dois: os grandes proprietários rurais e os camponeses. Os primeiros eram portadores de títulos de nobreza e constituíam a elite da sociedade inglesa. Esse grupo era denominado alta nobreza ou aristocracia. Os camponeses (yeomen), por sua vez, viviam nas terras dos aristocratas, trabalhando e pagando impostos para eles. Além dos grandes proprietários e dos camponeses, surgiu um grupo de pequenos e médios proprietários rurais (gentry) que estava ligado à burguesia comercial. Esse grupo passou a se dedicar à produção e à comercialização da lã. A burguesia, classe que vivia na cidade e se dedicava à produção artesanal e ao comércio, desejava romper com as estruturas da política mercantilista. Sugestão de abordagem do conteúdo. 4 Sugestão de abordagem da atividade e gabarito.5 Interpretando documentos © Ga le ria N ac io na l, L on dr es © Ga le ria N ac io na l d e Ar te , W as hi ng to n, D .C . GAINSBOROUGH, Thomas. Senhor e senhora William Hallett (A caminhada matinal). [ca. 1785]. 1 óleo sobre tela, color., 236 cm × 178 cm. Galeria Nacional, Londres. LE NAIN, Louis; LE NAIN, Antoine. Interior de uma casa camponesa. [ca. 1642]. 1 óleo sobre tela, color., 56 cm × 65 cm. Galeria Nacional de Arte, Washington, D.C. Anote nas linhas a seguir as diferenças que podem ser observadas entre as condições materiais de vida da nobreza e as dos camponeses. As diferenças materiais podem ser observadas no vestuário e no ambiente. O casal Hallett tem um vestuário ricamente composto. O sr. Hallett veste culote, uma peça que somente poderia ser utilizada pela nobreza. Além disso, o luxo de poder praticar uma caminhada matinal era apenas para essa classe. A casa camponesa mostra poucos móveis e a refeição parece estar sendo feita ao redor de um barril. O alimento é apresentado em pequena quantidade. 8o. ano – Volume 14 No início do século XVII, porém, a situação no campo começou a mudar. Graças a uma série de inovações tecnológicas, foi impulsionada a fabricação de produtos manufaturados, principalmente os tecidos de lã de ovelha. Criar esses animais, portanto, tornou-se uma das mais lucrativas fontes de renda, a que alguns aristocra- tas e pequenos proprietários se dedicaram. A lã retirada das ovelhas era vendida para burgueses, que, em suas oficinas, a transformavam em tecido e arevendiam. Muitas vezes, os rebanhos se misturavam e causavam desavenças entre os seus proprietários. Dessa forma, o Parlamento, com o objetivo de evitar desentendimentos, aprovou leis que determinavam o cercamento das propriedades rurais (Enclosure Acts). Quando os proprietários rurais começaram a erguer as cercas para delimitar suas propriedades, os pequenos camponeses (yeomen) e os posseiros que viviam nas terras fronteiriças das propriedades rurais foram expulsos. Afastados do campo, migraram em massa para as cidades em busca de trabalho. Tanto os que conseguiam em- prego nas oficinas de manufaturas como os que permaneciam desempregados passavam a viver em condições precárias. As transformações que ocorriam no campo acarretaram mudanças nas cidades. Além de receber os peque- nos agricultores expulsos no processo de cercamento dos campos, elas eram palco do grande crescimento e fortalecimento da burguesia. Muitos dos integrantes da burguesia se dedicaram à produção de artigos de lã e à comercialização dos produtos ingleses em outros reinos, atividade que lhes rendeu muitos lucros. Esses bur- gueses enriquecidos formavam a chamada alta burguesia. Entre os burgueses, também havia o grupo de pequenos comerciantes, voltados ao comércio local ou à administração de pequenas oficinas. Esse grupo era denominado pequena burguesia. © Ya le C en te r f or B rit ish A rt, P au l M el lo n Co lle ct io n GARRAD, George. A tosquia de ovelhas em Woburn. 1804. 1 ilustração, color., Yale Centre of British Art, New Haven. A burguesia já havia acumulado lucros com a participação no processo de expansionismo marítimo ocorrido a partir do século XV. Parceiros dos reis de Portugal e de Espanha, os burgueses patrocinaram muitas das expedições que tinham por objetivo a conquista de colônias. Em troca, receberam vantagens comerciais, como o monopólio da venda de certas mercadorias. Com o investimento na indústria manufatureira de artigos de lã, a burguesia inglesa acumulou lucros ainda maiores e lutou por participação mais intensa nas decisões políticas do reino. Uma das principais matérias-primas utilizadas para a produção de tecidos na Inglaterra era a lã de ovelha. Em comemoração à riqueza trazida por esse produto, os ingleses promoveram eventos festivos durante o verão, no qual os principais criadores de ovelhas exibiam seus animais. A esses eventos compareciam grandes e pequenos criadores com o objetivo de trocar informações sobre as técnicas de criação e tosquia, além de curiosos interessados apenas na festa. História 5 MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto. 2016. p. 136. Discuta em grupo estes assuntos: 1. Por que o autor afirma que as ovelhas ocupavam o lugar dos camponeses? 2. Qual efeito os cercamentos de terras provocavam na vida dos camponeses? 3. Com os cercamentos, qual camada social aumentou sua riqueza? Registre as conclusões do grupo. A monarquia inglesa e o Parlamento Desde muito cedo, os ingleses se preocuparam em criar instrumentos para limitar o poder do rei. Um deles foi a Carta Magna e o outro foi o Parlamento, instituição à qual o rei deveria submeter suas decisões mais importantes para aprovação. Ele foi criado durante o governo do rei Eduar- do III, que governou a Inglaterra de 1327 a 1377. A instituição era formada por duas câmaras: a dos Lordes e a dos Comuns. A Câmara dos Lordes era constituída por membros da alta aristocracia (nobreza grande proprietária de terras), cortesões (funcionários de confiança do rei) e do alto clero da Igreja Anglicana. A Câmara dos Comuns era forma- da por membros da gentry (proprietária e produtora rural) e da burguesia (mercadores). Apesar de enriquecidos, os membros da gentry e da burguesia não conseguiam participar ativamente da vida política inglesa. Isso porque a manutenção de uma monarquia hereditária e aristocrática dificultava ou mesmo os impedia de exercer cargos políticos. Em 1485, após os conflitos entre membros das famílias York e Lancaster, os Tudors assumiram o poder na Inglaterra. A partir de então, houve um período de grande desenvolvimento econômico e paz interna, o que contribuiu para que o Parlamento apoiasse os governantes e interferisse cada vez menos em suas decisões. Sugestão de retomada de conteúdos trabalhados.7 A Carta Magna foi um docu- mento criado em 1215, segun- do o qual o rei da Inglaterra deveria governar respeitando as leis e as decisões do Parla- mento, o que evitava abuso de poder por parte dos monarcas. Aprofundamento de conteúdo para o professor. 8 Sugestão de abordagem de atividade e gabarito. 6 O texto a seguir aborda os cercamentos de terras, que ocorreram na Inglaterra entre os séculos XVI e XVIII. Troca de ideias As ovelhas [...] ocupavam o lugar dos camponeses que, expulsos das terras, perambulavam pelas estradas, desfilando a fome coletiva, responsável pela baixíssima expectativa de vida e pelas doenças que vitimavam coletividades inteiras. 8o. ano – Volume 16 No início do século XVII, em razão das mudanças econômicas que estavam em andamento, os interesses de burgueses e aristocratas começaram a se diferenciar. Enquanto os aristocratas, que formavam a base de sustentação do rei, desejavam manter o poder monárquico absoluto, os burgueses, por sua vez, eram contra a interferência do rei na economia e os privilégios concedidos aos aristocratas. Para a burguesia, interessava a diminuição da cobrança de impostos sobre as atividades comerciais, bem como o fim da concessão de mono- pólios aos aristocratas. Além das diferenças de ordem política, burgue- ses, pequenos e médios proprietários rurais (gentry) e aristocracia ainda apresentavam diferenças quanto à religião. Desde 1534, a religião oficial da Inglaterra era o anglicanismo, igreja à qual a maior parte dos aristocratas se converteu. Os burgueses e os gentry, por sua vez, aderiram ao puritanismo. © W ik im ed ia C om m on s © Fl ic kr /T he B rit ish L ib ra ry ROWLANDSON, Thomas; PUGIN, Auguste C. Câmara dos Lordes. 1 ilustração. In: PYNE, William H. The microcosm of London. 1809. ROWLANDSON, Thomas; PUGIN, Auguste C. Câmara dos Comuns. 1 ilustração. In: PYNE, William H. The microcosm of London. 1809. Aprofundamento de conteúdo para o professor. 9 Quando o rei inglês Henrique VIII criou o anglicanismo, essa religião pouco se diferenciava do catolicismo. No de- correr dos séculos XVII e XVIII, o anglicanismo se manteve entre o catolicismo e o puritanismo, fator que levou ao fortalecimento do grupo puritano. Este era assim deno- minado porque propunha a volta à igreja fundada por São Pedro, baseada na simplicidade, ou seja, a volta a uma religião mais pura, livre das influências mundanas, como os ricos templos ou as vestimentas ornamentadas e lu- xuosas dos sacerdotes. © Co le çã o Re al , C as te lo d e W in ds or , L on dr es SCROTS, William. Elizabeth I quando princesa. 1546-1547. 1 óleo sobre painel, color., 108,5 cm × 81,1 cm. Coleção Real, Castelo de Windsor, Londres. A rainha Elizabeth I era filha de Henrique VIII. Em seu reinado (1558-1603), ela fortaleceu o poder inglês e a religião anglicana. Com a sua morte, teve fim a dinastia dos Tudors na Inglaterra. As diferenças entre anglicanos e puritanos se agravaram quando a rainha Elizabeth I (1558-1603) faleceu e, como não teve filhos, o sucessor da coroa britânica foi seu primo Jaime Stuart. História 7 Os reis da dinastia dos Stuarts Jaime Stuart, rei da Escócia, foi coroado rei da Ingla- terra com o título de Jaime I. Com a ascensão ao trono inglês, Jaime I passou a reinar sobre a Inglaterra, a Ir- landa e a Escócia. O rei pretendia governar a Inglaterra de forma absolutista, ignorando o Parlamento. E para justificar essa opção política, ele utilizou a Teoria do Direito Divino dos Reis. Essa ideia não foi muito bem aceita pelos protestantes ingleses, que foram perseguidos pelo rei. Além da perseguição aoscatólicos e puritanos, Jaime I decretou medidas políticas e econômicas que desagra- daram principalmente à burguesia. Uma delas foi o es- tabelecimento do monopólio real sobre o comércio de tecidos ingleses, uma das principais fontes de renda da burguesia. Por fim, o rei entrou também em conflito com os membros do Parlamento, ao tentar impor novos tribu- tos aos ingleses, sem a aprovação dos parlamentares. © Ga le ria N ac io na l d e Re tra to s, Lo nd re s Em 1625, Jaime I morreu e seu filho, Carlos I, assumiu o poder. Assim como seu pai, o novo rei tomou medidas que não agradaram à burguesia inglesa. Carlos I tentou estabelecer novos impostos sobre o comércio, além de decretar a retomada da cobrança destes sobre as mer- cadorias que passavam pelos portos ingleses. Essas me- didas geraram revoltas da burguesia. Para reprimi-las, o rei se viu obrigado a convocar o Parlamento a fim de solicitar-lhe a liberação de verbas. Sugestão de abordagem do conteúdo.10 © Co le çã o Re al , C as te lo d e W in ds or , L on dr es MYTENS, Daniel. Rei Jaime I da Inglaterra e IV da Escócia, 1621. 1 óleo sobre tela, color., 148,6 cm × 100,6 cm. Galeria Nacional de Retratos, Londres. Jaime I foi educado sob os princípios do presbiterianismo para ser o rei da Escócia. Governou os escoceses com o título de Jaime IV até assumir o trono da Inglaterra com o título de Jaime I. DYCK, Anthony van. Carlos I com M. de St. Antoine. 1633. 1 óleo sobre tela, color., 370 cm × 270 cm. Coleção Real, Castelo de Windsor, Londres. • Carlos I aqui é retratado sobre o cavalo, acompa- nhado do Senhor de St. Antoine, que carrega o seu capacete. Na lateral esquerda, estão a coroa e o escudo real Segundo a Teoria do Direito Divino dos Reis, elaborada pelo filósofo Jacques Bossuet, o rei detinha poderes absolutos, pois era um representante de Deus na Terra. Assim, quem desafias- se as ordens do rei estaria questionando o desejo divino. 8o. ano – Volume 18 HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça. Tradução de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 14. Conforme sua leitura, responda à questão: O que o trecho nos permite dizer sobre as dificuldades de se instalar um regime efetivamente abso- lutista na Inglaterra? Uma das razões de o rei ter dificuldade em estabelecer seu poder era o fato de o exército ser formado por cavaleiros da nobreza. Além disso, cada região era administrada pelos juízes de paz, que não recebiam salários do rei; por essa razão, agiam com independência em relação a ele. Os parlamentares aproveitaram a oportunidade para elaborar, em 1628, a Petição de Direitos. Esse do- cumento dizia que “Nenhum homem, de agora em diante, seja compelido a fazer qualquer doação, empréstimo ou caridade nem a pagar imposto ou cobrança similar, sem a devida aprovação do Parlamento”. Solicitavam ain- da maior regularidade na convocação do Parlamento, a cada três anos. Como resposta a essas solicitações, em 1629, Carlos I mandou fechar o Parlamento e promoveu um governo fundamentado apenas em seus poderes absolutistas. Para o controle da economia, Carlos I fez uso de empréstimos, multiplicou as concessões de monopólios de comércio e promoveu a ampliação da cobrança de alguns impostos. Pode ser citado como exemplo o Ship Money, um imposto que era cobrado das cidades litorâneas para a proteção da ilha. Esse dinheiro era utilizado para a fortificação do litoral e para a fabricação de uma esquadra de guerra. Carlos I resolveu que tal imposto seria estendido a todas as cidades do reino, fato que causou grande descontentamento e aumentou ainda mais a pressão interna. Para reforçar seu poder, nomeou bispos para a Igreja Anglicana que eram considerados “excessivamente católicos” pelos puritanos. Tentou impor a mesma medida aos escoceses, o que os levou a invadir a Inglaterra. O rei foi obrigado a convocar o Parlamento para conseguir o apoio da nobreza a fim de combater a Escócia. Aprofundamento de conteúdo para o professor. 11 Ao ser obrigado a convocar o Parlamento, o rei abriu a possibilidade de esse exigir reformas. O rei fechou o Parlamento (Curto Parlamen- to), mas foi obrigado a convocar outro (Longo Parlamento), que duraria até o ano de 1660. Sobre a condição política pela qual passava a Inglaterra, leia o texto a seguir. Interpretando documentos Por que, na Inglaterra, não vinga o absolutismo? Entre mais razões é porque não existe exército permanente, nem administração paga dependente do rei (o poder serve-se, em cada região, de juízes de paz que trabalham sem salário, e por isso se sentem autônomos face à co- roa) [...]. Assim é que, à primeira crise mais séria, o rei fracassa. Diante das ações de Carlos I, teve início uma guerra civil, que durou de 1642 até 1648. Carlos I contou com o apoio dos aristocratas, membros da Câmara dos Lordes, na sua maioria anglicanos. Na oposição ao monarca, estava a maior parte dos membros da Câmara dos Comuns: componentes da gentry e burgueses, entre os quais havia presbiterianos e puritanos. Estes propunham a decretação do fim da monarquia e o estabelecimen- to de uma república. História 9 Revolução Puritana O militar puritano Oliver Cromwell organizou o Exército Modelo, composto de soldados provenientes de vários segmentos sociais, esco- lhidos de acordo com o mérito, para lutar contra os exércitos do rei. Os Cabeças Redondas ficaram conhecidos pelo seu desempenho militar e pela violência empregada contra o exército inimigo. O rei tinha ao seu lado os Cavaleiros do Rei, formado por integrantes da nobreza tradicio- nal e da pequena nobreza. Ao ganhar a disputa, Cromwell proclamou a República, conforme os planos puritanos. © Ga le ria N ac io na l d e Re tra to s, Lo nd re s O nome Cabeças Redondas deriva do fato de os soldados utilizarem os cabe- los cortados rente, diferente dos realistas que formavam os Cavaleiros do Rei, que usavam os cabelos compridos. Sobre a organização do seu Exército Modelo, analise a imagem e a afirmação de Oliver Cromwell. WALKER, Robert. Retrato de Oliver Cromwell. 1658. 1 óleo sobre tela, color., 73 cm × 61 cm. Galeria Nacional de Retratos, Londres. Interpretando documentos • A imagem retrata a vitória dos soldados do Exército Modelo lide- rados por Thomas Fairfax, ao lado de Oliver Cromwell. Observe que aparecem mulheres mortas e os soldados saqueiam os derrotados © Ga le ria N ac io na l d e Ar te , B er lim “Prefiro ter um capitão inexperiente e malvestido que saiba por que ele luta [...] do que um que vocês chamam de um cavalheiro e nada mais é do que isto”. ALMOND, Mark. O livro de ouro das revoluções: movimentos políticos que mudaram o mundo. Tradução de Gilson B. Soares. Rio de Janeiro: HarperCollins, 2018. p. 30. Após a análise, responda no caderno. 1. A frase de Cromwell contém em si uma crítica à sociedade baseada em privilégios de nascimento contra a qual lutava. Qual é essa crítica? 2. De que modo a criação de um exército composto de membros de vários grupos sociais explica a vitória de Cromwell contra as tropas do governo, formadas por nobres? 1. A de que as pessoas que tradicionalmente participavam do exército inglês eram integrantes da nobreza, mas nem sempre esses eram os me- lhores soldados, já que sua posição não era adquirida por mérito próprio, mas baseada no privilégio de nascimento. De acordo com Cromwell, os soldados que lutavam com ele acreditavam na causa na qual estavam envolvidos, fator que os tornava mais eficientes do que os membros da nobreza. LANDSEER, Charles. Cromwell na Batalha de Naseby em 1645. 1851. 1 óleo sobre tela, color., 102 cm × 176 cm. Galeria Nacional de Arte, Berlim. 8o. ano – Volume 110 Interpretando documentos República Puritana Após a vitória do Exército Modelo, todo o poder passou para 80 integrantes puritanos da Câmara dos Co- muns. Oliver Cromwell assumiu o governo com o título de Lorde protetor da Inglaterra. A Câmara dos Lordesfoi fechada. O rei Carlos I foi julgado por traição aos seus súditos e condenado à morte. Sugestão de abordagem do conteúdo.12 Gabarito. 13 Até o momento, abordamos as atuações e os fatos que envolveram a aristocracia, a gentry e a burguesia. É igualmente importante estudar a população pobre da Inglaterra. Por exemplo: O que ela pensava sobre essa disputa pelo poder e sobre a revolução? Será que apoiava a burguesia ou era a favor da manutenção da aristocracia no poder? O que toda essa movimentação política mudou na vida dessas pessoas? Para buscar respostas a essas indagações, leia o fragmento de texto a seguir. Como algumas pessoas temiam, o povo organizado no Exército Modelo – sentindo próxima a possibilidade de libertar-se de “todos os senhores” – viu nele um meio que poderia ser utilizado para “ensinar os camponeses a compreenderem a liberdade”. Esses ideais estão na base da organização do Partido dos Niveladores, cujos membros associaram-se aos soldados rasos do Exército Modelo para exigir reformas sociais e econômicas que se chocavam frontalmente com os interesses da burguesia. Vencida a resistência da monarquia, o Parlamento deveria agora bater-se contra a poderosa força que, paradoxalmente (como tantas vezes já aconteceu na História), foi a principal responsável por sua sustentação. [...]. Exterminados os Niveladores e silenciados os diggers, a revolução afastou-se definitivamente das forças populares. Depois disso pouco importava a restauração da monarquia, pois os futuros reis e a nobreza dificilmente se esqueceriam de que a burguesia não abriria mão de suas conquistas. MICELI, Paulo. As Revoluções Burguesas. São Paulo: Atual, 1987. p. 31-33. 1. Segundo o texto do historiador Paulo Miceli, de que forma o povo inglês participou da Revolução Puritana? Também chamados de levellers, os in- tegrantes do Partido dos Niveladores defendiam a pequena propriedade, a liberdade religiosa e a igualdade social e jurídica. Os diggers eram mais radi- cais que os levellers, pois eram contra a propriedade privada e desejavam que houvesse reforma agrária. Ambos eram contrários a Oliver Cromwell. © Ga le ria N ac io na l d a Es có ci a, Ed im bu rg o EXECUÇÃO de Carlos I, em 30 de janeiro de 1649. 1649. 1 óleo sobre tela, color., 163,20 cm × 296,80 cm. Galeria Nacional da Escócia, Edimburgo. paradoxalmente: ao contrário, que vai contra o que se espera. História 11 As principais medidas tomadas por Oliver Cromwell foram favoráveis aos interesses da burguesia – agrícolas ou comerciais. Ele confiscou e vendeu propriedades que pertenciam aos aristocratas anglicanos e eliminou vários dos impostos que tanto incomodavam os burgueses. Uma das principais medidas de Oliver Cromwell foi a decretação do Ato de Navegação de 1651. Após essa medida de Cromwell, a Inglaterra decretou diversas leis de navegação até o ano de 1660. Por meio dessas medidas, a Inglaterra buscava vencer a supremacia naval dos holandeses. Aprofundamento de conteúdo para o professor.14 Leia este documento, que apresenta parte do texto do Ato de Navegação de 1660. Interpretando documentos Gabarito. 15 Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a boa providência e proteção divina interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste reino [...] nenhuma merca- doria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou territórios, pertencentes à Sua Majestade, na Ásia, América e África, noutros navios senão nos que sem nenhuma fraude perten- cem a súditos ingleses, irlandeses ou galeses, ou ainda habitantes destes países, ilhas, plantações e territórios, e que são comandados por um capitão inglês e tripulados por uma equipagem com três quartos de ingleses [...]. DOUGLAS, D. English historical documents. Londres, v. VIII, p. 5333. In: MARQUES, Adhemar M.; BERUTTI, Flávio C.; FARIA, Ricardo de M. História Moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2017. p. 86. De acordo com o documento, responda: 1. Qual era o objetivo da Inglaterra ao decretar as leis de navegação? 2. Por meio de quais ações a Inglaterra tencionava conquistar esses objetivos? 3. Por que essa medida era importante para a prosperidade inglesa? Restauração da monarquia Em 1658, Cromwell faleceu e foi sucedido por seu filho, Ricardo Cromwell. Este, porém, não conseguiu man- ter a mesma autoridade do pai e, após 18 meses, foi destituído de seu cargo. Os Stuarts foram reconduzidos ao poder e a monarquia foi restaurada na Inglaterra. Carlos II, filho de Carlos I (morto pela Revolução Puritana), foi coroado em 1660. Seu governo destacou-se pela aproximação real com a nobreza tradicional, pelo forta- lecimento do poder da Igreja Anglicana e pela perseguição aos puritanos. Diante desse quadro, torna-se fácil perceber que seu reinado provocava o descontentamento da burguesia. Carlos II faleceu em 1685. Nesse ano seu irmão, Jaime II, assumiu o trono inglês e deixou evidente suas intenções de restaurar o catolicismo na Inglaterra. Essa ideia desagradava aos anglicanos e puritanos, grupos 2. O autor do texto diz que, com a revolução, o povo esperava se libertar de “todos os senhores”, ideia que defendiam os membros do Partido dos Niveladores. a) Quem eram “os senhores” de quem o povo desejava se libertar? b) De que maneira esse desejo ia contra os interesses da burguesia? 3. Reflita sobre o fragmento de texto que você acabou de ler e responda: A Revolução Puritana trouxe grandes mudanças econômicas para a vida do povo mais pobre da Inglaterra? De que forma interferiu na vida dessas pessoas? 8o. ano – Volume 112 © Fl ic kr /R om an H ob le r THORNHIL, James. William III e Mary II. [séc. XVIII]. 1 afresco. Royal Naval College. Detalhe. Guilherme de Orange assumiu o trono inglês com o título de Guilherme III (William III). Leia a seguir um trecho da Declaração de Direitos, documento elaborado pelo Parlamento e aceito, em 1689, pelo rei Guilherme de Orange. Os Lords espirituais e temporais e os membros da Câmara dos Comuns declaram, desde logo, o seguinte: 1. Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cum- primento. [...] 4. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob o pretexto de prerrogativa, ou em época e modos diferentes dos designados por ele próprio. [...] 11. Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como corrigir, afirmar e conservar as leis. DECLARAÇÃO de Direitos. 1689. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/decbill.htm>. Acesso em: 19 mar. 2018. Após a leitura do documento, responda no caderno às questões propostas a seguir. 1. Quais eram os principais objetivos da Declaração de Direitos? 2. Após a assinatura do documento, qual era a atuação do rei em relação aos impostos? Gabarito. 16 Interpretando documentos que haviam ficado em lados opostos na Revolução Puritana, mas que eram ambos protestantes. A ideia de re- tornar ao comando da Igreja Católica, portanto, descontentava os dois. Assim, eles promoveram a Revolução Gloriosa, última e decisiva etapa do processo revolucionário ocorrido na Inglaterra durante o século XVII. Revolução Gloriosa O governo de Jaime II, católico, gerou o temor do retorno da Igreja Católica como religião oficial na Inglater- ra. Jaime II tinha uma filha, Maria, anglicana e casada com o príncipe holandês Guilherme de Orange. Em junho de 1688, a esposa de Jaime II teve um filho, que foi batizado como católico e que, pelas leis inglesas, era o legí- timo herdeiro ao trono. Diante desse quadro, dois grupos políticos antagônicos, os conservadores (tories) e os liberais (whigs), uniram forças e arti- cularam um golpe de Estado que destituiu Jaime II e conduziu Guilherme de Orange ao poder. O Parlamento obrigou o novo monarca a assi- nar e jurar respeitar as decisões contidas na Decla- ração de Direitos (Bill of Rights). Essedocumento limitava os poderes reais e dava início à monar- quia parlamentarista na Inglaterra. O rei não podia mais ser absoluto e precisava contar com o apoio de um primeiro-ministro e do clero. Com o passar do tempo, os poderes do rei foram transferidos para o Parlamento. Com a Revolução Gloriosa, a Inglaterra foi pacificada e a burguesia conseguiu que medidas favoráveis às suas atividades fossem normas de governo. História 13 Hora de estudo Aprofundamento de conteúdo para o professor.17 O povo khoi-khoi Enquanto a Inglaterra passava por um processo revolucionário, os holandeses iniciavam o povoamento da Cidade do Cabo, atual África do Sul. A primeira colônia foi fundada em 1650 pelo holandês Jan de Riebeeck. Sua missão era fundar um entreposto para abastecimento dos navios que se dirigiam às Índias Orientais Holandesas. O holandês fez acordos com a população nativa, os khoi-khoi, que estavam organizados em clãs, praticavam o cultivo do milho e a criação de carneiros, ovelhas e bois, para trocas de alimentos. A chegada de mais holan- deses em 1657 e a distribuição de terras entre esses iniciaram os conflitos com os khoi-khoi. A utilização das terras da pe- cuária khoi-khoi para a produção viníco- la e a chegada de huguenotes franceses intensificaram os conflitos, mas foi uma epidemia de varíola, em 1713, que dizi- mou essa população. Outras histórias © Bi bl io te ca D ig ita l M un di al /B ib lio te ca N ac io na l d a Á fri ca d o Su l, P re tó ria KHOI-KHOI em uma tempestade. [ca. 1700-1730]. 1 desenho com bico de pena, 20 cm × 31 cm. Biblioteca Nacional da África do Sul, Pretória. 1. O Dicionário de conceitos históricos também apresenta a seguinte definição para a expressão “revolução burguesa”: Estudamos sobre a limitação da monarquia inglesa em criar ou alterar leis. E no Brasil atual: 1. Como são criados ou aumentados os impostos? 2. Quais são as instituições responsáveis pela criação ou pela alteração dos impostos? Conexões De acordo com o texto escrito no verso do desenho encontrado, provavelmente de autoria de um viajante holandês, os khoi-khoi utilizam um chapéu pontudo, um manto (kaross) feito de pele de carneiro nos ombros e na cintura e polainas de couro cru. A revolução burguesa, diz Modesto Florenzano, é um conceito adotado para definir fenômenos históricos protagonizados pela burguesia ou aqueles dos quais ela foi beneficiada. Esse conceito está contextualizado no momento histórico do nascimento do capitalismo e da transformação da sociedade feudal em sociedade burguesa. SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2010. p. 363. Reflita sobre esse conceito e responda às questões propostas a seguir. 14 a) As revoluções que ocorreram na Inglaterra no século XVII podem ser consideradas re- voluções burguesas? Justifique sua resposta. Sim, pois foram articuladas pela burguesia e colocaram esse grupo social no poder, em detrimento da aristocracia. b) Além da burguesia, mais algum grupo se bene- ficiou desses acontecimentos? De que forma? Sim, os pequenos e médios proprietários (gentry), que tinham negócios com a burguesia, a qual agora estava no poder. 2. Sobre a Revolução Puritana, iniciada em 1642 na Inglaterra, assinale a alternativa correta. a) Foi promovida com o objetivo de restituir o trono ao rei Carlos I, da dinastia dos Stuarts. X b) Teve como principais causas o aumento dos impostos e o fato de o rei Carlos I não respei- tar as determinações do Parlamento. c) Foi promovida pela família Stuart, no desejo de acabar com a classe burguesa, que impedia o desenvolvimento econômico na Inglaterra. d) Colocou no poder Oliver Cromwell, que, aliado aos Stuarts, perseguiu os membros do Parlamento. e) A revolução acabou com a dinastia dos Stuarts, que nunca mais voltou ao poder na Inglaterra. 3. O Ato de Navegação, assinado em 1651 por Oli- ver Cromwell, teve importância e consequências consideráveis na história da Inglaterra, pois: a) favoreceu a Holanda, que obtinha grandes lucros com o comércio inglês. b) com esse documento, Cromwell dissolveu o Parlamento e se tornou ditador. X c) contribuiu para aumentar o poder e favorecer a supremacia marítima inglesa no mundo. d) considerava o trabalho como a verdadeira fonte de riqueza nacional. e) abolia todas as práticas protecionistas. 4. Quando a Inglaterra esteve sob a ameaça de vol- tar a ser um reino católico, durante o reinado de Jaime II, puritanos e anglicanos, que haviam lutado entre si pelo poder, uniram-se. Com base nos seus conhecimentos sobre a Revolução Glo- riosa, responda: a) Que motivos levaram a essa união entre os dois grupos? Anglicanos e puritanos eram representantes de igrejas reformadas, ou seja, de igrejas cujas doutrinas haviam se estabelecido de modo que questionassem muitos dos dogmas da Igreja Católica. Assim, embora ambas fossem representantes de diferentes grupos sociais, como dou- trina religiosa, ambas tinham mais em comum entre si do que em relação ao catolicismo. b) Explique os motivos políticos que contribuí- ram para essa união. Com o estabelecimento do anglicanismo, a Inglaterra se tornou independente do papa de Roma. As determina- ções de um rei simpático ao catolicismo poderia signifi- car, portanto, a perda de autonomia da Inglaterra, fato que poderia prejudicar os negócios da aristocracia e da burguesia. 5. A monarquia inglesa, após a Revolução Gloriosa de 1688, pode ser denominada parlamentarista. Nesse contexto, explique a afirmação: “Na Ingla- terra atual, o rei reina, mas não governa”. Na Inglaterra atual, quem de fato conduz a política é o primeiro-ministro, que é o líder do partido que teve maior número de votos para a Câmara dos Comuns. A rainha reina com o consentimento da maioria dos ingleses; entretanto, não tem grande poder nas decisões do Estado. 15 2 © In st itu to d e Ar te s d e M in ne ap ol is, M in ne ap ol is EsEsEsEsEsEsEsEsstatatatatt oooooooobrbrbrbrbrbrbrrraa a aaa dedededededededde GGGGGGGGGioioioioioiorgrgrgrggrgrgrrggioioioioioiooo VVVVVVVVasasasasasasasa ararararara i,i,i,i,ii,i, pppppinininntotototooooor r rr e e e e esesescrcrcrcrcrritititi ororororororo rrrenenenasasasasscecececececececcc ntntntn isisisi tatatata ddddddo o o ooo sésésés seseseseseseseeguguguguguugugg rararararararara A A AAAAA dididididiidiviviviviiviiinanaananan cccccccomomomommomo édédédédédédédédé iaiaiaiaiaiaiaia. . . . AoAoAoAoAAoAA sssssseueueueueueu llllladadadadada o,o,o,o, eeeeeeststststststsstááááá FrFrFrFrFrF anananananaanancececececescscscscsco o o o oo o PePePePePePPetrtrtrttrtrttrtrtrarararararaaarcacacacacacacacacaa eeeeee, , , , , , aoaoaoooaoo A A AAAA imimiimimmmagagagagaggemememememm rrrrrememememmmmeteteteteteeee aaaaaa umumumumumu mmmmovovvovovvovvvvvvvvimimimmimi enenenentotototooo qqqqqqueueueueueuee ttttttttevevevevevevvevve e e eeee ee e ininninininícícícícícícioioioiooo nnnna aa a PePePePePePeníníníníníínín VASARI, Giorgio. Seis poetas toscanos. 1544. 1 óleo sobre tela, color., 132 cm × 131 cm. Instituto de Artes de Minneapolis, Minneapolis. © Sh ut te rs to ck /il ol ab Com os colegas, retome estes assuntos: 1. Qual movimento é representado na obra de Giorgio Vasari? 2. Cite as principais características desse movimento. Iluminismo Justificativa de seleção de conteúdos.1 Orientação para a realização da atividade e gabarito.2 Ar te s d e M in ne ap ol is, M in ne ap ol is Ar te sd e M in ne ap ol is M in ne ap ol is ééécucucuulololoo XXXXXXVIVIVIVIVIVIVVVV , , , , rererererereretrtrtrtratatattattaaaaaaaaaa DaDaDaDDaDaDaantntntntntntnnnn e e eee e e AlAlAlAAlAlAA igigigigigiigghihihihhihihhhierererererererereerri,i,i,i,iii, qqqqqqqqqueueueueueuueu ooo fffffunununuuu dododoodooo,,, GiGiGiGiGiGGiG ovovovovovovananananannnninininininiiiii BBBBBBBococococcoccacaccacacacc cccccccccccccccc ioioioioioiooo... íííííínsnsnsnsnsnsnnsululuuuuuaaa ItItIttálálállálllá iciciccccca a a a nononoo ssssécécéccululululullulo o oooo XIXIXIXXIX V.V.V.V.VV 16 O Iluminismo ou Ilustração foi um movimento filosófico e intelectual que se desenvolveu na Europa no século XVIII, que ficou conhecido como o Século das Luzes. Tal movimento influenciou revoluções burguesas e movimentos de libertação nas colônias, chegando ao Brasil Colônia. Seu nome tem origem nas iluminuras, na ação de “iluminar” o pensamento em busca da verdade. O termo “iluminismo” foi estabelecido porque os integrantes do movimento procuravam combater a ignorância, eliminar as superstições e iluminar o seu tempo com novas ideias voltadas para as virtudes, a igualdade e a razão. A Revolução Científica, que teve início durante o Renascimento, influenciou o pensamento iluminista, tra- zendo a ideia de que a ciência deveria estar separada da religião. Segundo essa ideia, a ciência deveria buscar respostas para questões que eram explicadas, até então, exclusivamente pela fé. Para os iluministas, a razão levaria os seres humanos ao progresso e os libertaria de todos os males, promo- vendo o bem-estar. Aprofundamento de conteúdo para o professor.3 Organize as ideias Retome alguns assuntos já estudados, fazendo o que se pede a seguir. 1. Você se lembra do significado dos termos “Humanismo”, “Renascimento”, “absolutismo”, “mercantilismo”? O Antigo Regime foi o período marcado por essas características. Para entender como era a sociedade do Antigo Regime, relembre o significado desses termos e anote suas respostas. Humanismo: doutrina que coloca o ser humano como o centro de todas as coisas, ou seja, para ele, devem se direcionar todas as ações e as preocupações humanas, sobretudo as da Ciência e da Filosofia. Absolutismo: forma de governo que predominou na Europa Ocidental após a formação dos Estados Nacionais Modernos e que teve como característica a centralização política na figura de um monarca que governava com poderes absolutos. A transmissão do poder era feita de forma hereditária. Renascimento: movimento cultural surgido inicialmente na Península Itálica, a partir do século XIV, cuja base era o humanismo e que tinha como características o estudo da Antiguidade Clássica, o antropocentrismo, o hedonismo e o Racionalismo. Mercantilismo: conjunto de práticas econômicas que predominou nas monarquias europeias entre os séculos XV e XVIII e que tinha por base o comércio e o controle da economia pelo Estado. 17 Objetivos • Estabelecer relações entre Humanismo, Racionalismo e Iluminismo. • Conceituar Iluminismo, destacando a conjuntura do século XVIII na França. • Identificar os principais filósofos iluministas, evidenciando a importância de suas obras. • Compreender o liberalismo econômico, destacando as contribuições de Adam Smith. • Conceituar Despotismo Esclarecido, enfatizando suas principais características. • Relacionar a atuação política dos déspotas esclarecidos ao Iluminismo. O Antigo Regime foi caracterizado pela monarquia absoluta, pela economia mercantilista com característi- cas agrárias e pela sociedade dividida em segmentos determinados pelo nascimento e com pouca mobilidade social. Os filósofos iluministas questionaram a sociedade do Antigo Regime, em sua organização política, eco- nômica e social. A base do pensamento iluminista é o Racionalismo, que pregava que a única forma realmente segura de se chegar à verdade era pelo uso da razão. O conhecimento adquirido por meio do uso de nossos sentidos – visão, audição, etc. – não poderia ser considerado seguro, pois eles poderiam nos confundir e levar a conclusões erradas sobre determinada situação. Precursores do Iluminismo Um dos grandes representantes do Ra- cionalismo foi o francês René Descartes, que viveu entre 1596 e 1650. Embora tenha vivido antes do Século das Luzes (século XVIII), o seu pensamento influenciou vários iluministas. Descartes pretendia criar um método de investigação que pudesse ser aplicado a todas as ciências. Ele acreditava que a forma mais segura para se chegar a um conhecimento era por meio da utiliza- ção da dúvida e do raciocínio matemático. © Pa lá ci o de V er sa lh es , V er sa lh es Leia o texto a seguir sobre a elaboração do raciocínio de Descartes. Troca de ideias [...] Ele chegou à conclusão de que a única coisa sobre a qual podia ter certeza era a de que duvidava de tudo. E foi então que compreendeu o seguinte: se havia um fato de que ele podia ter certeza, este fato era de que ele duvidava de tudo. Se ele duvidava, isto significava que ele pensava. E se ele pensava, isto significava que ele era um ser pensante. Ou, como ele mesmo dizia: “Cogito, ergo sum”. — E o que significa isto? — Penso, logo existo. GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 257. Sugestão de abordagem da atividade. 4 DUMESNIL, Pierre-Louis, o Jovem. Descartes na corte da rainha Cristina da Suécia. [séc. XVIII]. 1 óleo sobre tela, color., 97 cm × 126 cm. Museus do Palácio de Versalhes, Versalhes. • Na cena, René Descartes ensina a rainha Cristina da Suécia. Descartes de- fendia que a capacidade da mente humana é a mesma entre homens e mu- lheres e independia da condição social do indivíduo De acordo com o texto, qual é a base do raciocínio de Descartes para comprovar a sua existência? A base do pensamento de Descartes para comprovar a sua existência é o ato de duvidar, que adquire aqui o sentido de pensar de forma organizada e racional. Para Descartes, era necessário duvidar de todas as verdades postas. 8o. ano – Volume 118 O método dedutivo ficou bastante conhecido após a publicação de sua obra Discurso do método. Ele baseava-se no cumprimento de quatro operações principais para a solução de um problema ou o esclareci- mento de uma dúvida: primeiramente, era necessário duvidar de tudo o que fosse apresentado como verdade, iniciando o processo de raciocínio com base na dúvida; em seguida, a questão deveria ser dividida em “partes” menores; começava-se a resposta ao problema por suas partes mais simples, depois pelas mais difíceis e, então, agrupavam-se os raciocínios de forma que fossem delineando uma resposta para a pergunta; por fim, enume- ravam-se todas as conclusões tiradas para conferi-las, com o objetivo de manter a ordem dos pensamentos. Se você pensar na forma como resolve problemas em sua aula de Matemática, observará que é mais ou me- nos assim que transcorre a solução deles, não é mesmo? As ideias de Descartes mostraram-se muito adequadas à resolução de problemas matemáticos, nem sempre podendo ser aplicada com sucesso a questões de outras áreas. Independentemente disso, o trabalho desse estudioso exerceu influência sobre áreas das Ciências Huma- nas, como a Filosofia, e contribuiu para o fortalecimento do movimento humanista que colocava o indivíduo como alvo para o qual deveriam convergir todos os esforços humanos. Cotidiano Certamente você já se deparou com um plano cartesiano em suas aulas de Matemática. O plano cartesiano trabalha a noção de localização vertical e horizontal de um ponto. Ele foi uma das criações do filósofo Descartes e tem muitas utilidades práticas – o uso de latitudes e longitudes para determinar a lo- calização de certo local no espaço, por exemplo, baseia-se no plano cartesiano. Os aparelhos de GPS (Global Position System), que servem para dar a localização de uma pessoa ou local no espaço, utilizam como referência essas linhas imaginárias. Você já precisou usar um GPS? Em qual situação? Reflita sobre as questões a seguir. 1. Na página 17, retomamos o conceito de Humanismo. Vamos agora construir uma definição para Racionalismo. O Racionalismo foi um movimento que difundiu o uso da razão para a busca de todas as respostas. Baseado na observação e na experimentação, foi desenvolvido durante o século XVII, contrapondo-se à posição da Igreja Católica de que todos os conhecimentos estavam presentesna Bíblia. 2. Agora, com o conhecimento sobre Humanismo e Racionalismo, explique a relação que há entre eles. O Humanismo foi um movimento de estudo da Antiguidade Clássica e produção de novas obras e estudos que tinham como principal objetivo os seres humanos. Dessa forma, ao relativizar o teocentrismo, o uso da razão levou à busca de respostas na natureza e na observação. Sugestão de abordagem da atividade. 5 Organize as ideias 4 3 2 1 –1 –2 –3 –4 –4 –3 –2 –1 1 2 3 4 História 19 Filósofos iluministas Foi na França que a filosofia iluminista atingiu sua plenitude, estimulando mudanças radicais. O pensamen- to iluminista foi formulado por um grupo de intelectuais que tinham uma visão crítica da sociedade na qual viviam. De maneira geral, pode-se dizer que eles se preocupavam muito com questões políticas e escreveram bas- tante sobre elas. Suas ideias tiveram grande influência no período em que viveram, alterando os rumos da política e gerando mudanças que influenciam a forma como vivemos na atualidade. Os iluministas acreditavam que o conhecimento humano advindo do pensamento racional traria o progresso. Conheça algumas das ideias principais dos filósofos iluministas. O inglês John Locke (1632-1704) viveu nos atribulados anos da Revolução Puritana (1642-1648) na Inglaterra e assistiu à ascensão da burguesia ao poder do Parlamento. Ele publicou a obra Segundo tratado sobre o governo civil e outros escritos, na qual defende o Estado como mecanismo capaz de garantir a segurança e a propriedade das pessoas. Locke alertava que, na ausência do Estado, as pessoas não teriam seus direitos naturais respeitados: a vida, a liberdade e a propriedade; por isso, era necessário estabelecer um contrato social. Por esse contrato, os indivíduos cede- riam parte de sua liberdade ao Estado, para terem os benefícios da vida em sociedade. Ele defendia que, quando o Estado não garantia aos seus cidadãos esses direitos naturais, o povo tinha o direito de se rebelar. Além da formulação dos direitos naturais, John Locke defendia a to- lerância religiosa e o empirismo, ou seja, que o conhecimento só poderia ser obtido por meio da experimentação e da observação para depois se fazer uma interpretação sensorial. Para Locke, a mente dos seres humanos ao nascer é como um papel em branco, que vai sendo escrito com base na experiência. KNELLER, Godfrey. Retrato de John Locke. 1697. 1 óleo sobre tela, color., 76 cm × 64 cm. Museu Estadual Hermitage, São Petersburgo. Aprofundamento de conteúdo para o professor. 6 Sugestão de abordagem de conteúdo. 7 Aprofundamento de conteúdo para o professor. 8 © Ga le ria N ac io na l, L on dr es • A pintura feita sob encomenda ao retratista valoriza a propriedade (as terras), considerada por John Locke um dos direitos naturais dos indivíduos. A obra está inacabada no vestido da senhora. Especula-se que seria preenchida com uma criança GAINSBOUROUGH, Thomas. Sr. e Sra. Andrews. 1750. 1 óleo sobre tela, color., 69,8 cm × 119, 4 cm. Galeria Nacional, Londres. Aprofundamento de conteúdo para o professor. 9 © M us eu E st ad ua l H er m ita ge , S ão P et er sb ur go 8o. ano – Volume 120 O filósofo Voltaire, pseudônimo de François-Marie Arouet, nasceu na França no ano de 1694 e viveu até 1778. Ele era um humanista; portanto, valorizava todos os pro- dutos da razão humana, como a capacidade de se expres- sar e tomar decisões sem ser subjugado pelo governo ou pela Igreja. Para ele, o governo deveria, sim, existir; porém, seus poderes deveriam ser limitados por uma legislação. Defendia também a diminuição dos privilégios do clero e da nobreza, a liberdade de imprensa e a cobrança justa de impostos que fossem revertidos para o bem da sociedade. Voltaire foi um severo crítico da instituição Igreja Católi- ca e da intolerância religiosa. Para ele, apenas a liberdade religiosa impediria que uma Igreja se impusesse sobre as demais instituições. Ele terminava todos os seus escritos com a afirmativa “Esmagai a infame”, para ele, a Igreja. En- tretanto, ele não era ateu e acreditava que a crença na exis- tência de um ser supremo contribuía para a manutenção da ordem social. É atribuída também a ele a afirmação: “Se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”. © W ik im ed ia C om m on s/ Co le çã o pa rti cu la r • Imagem que retrata Voltaire contando uma das inúmeras fábulas que escreveu Sobre o pensamento de Voltaire, leia este fragmento. A escola de Voltaire, cética e frívola, mais literária do que filosófica, tendia, antes de tudo, a des- truir o altar. Poupava Deus, mas combatia o clero. O famoso argumento de seu fundador – Se não existisse Deus, seria preciso inventá-lo – sintetiza bem o ceticismo doutrinal da escola. Para ela, Deus era antes uma necessidade lógica do que uma verdade real. O seu ideal supremo era a liberdade. SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa. São Paulo: Difel, 2003. p. 8. De acordo com o fragmento, analise as afirmativas a seguir. I. Voltaire criticava a Igreja e o clero católico por todos os séculos de censura e castigos que estes cau- saram aos seres humanos, durante sua primazia no continente europeu. II. Voltaire, entretanto, acredita em Deus como uma força superior criadora do Universo. III. A crença em Deus, segundo Voltaire, era necessária para que os seres humanos pudessem viver em sociedade. Segundo ele, a humanidade deveria temer alguma força superior a ela para o respeito às leis e às normas sociais. De acordo com a análise das afirmativas, assinale a alternativa correta: X a) Todas as afirmativas estão certas. b) Todas as afirmativas estão erradas. c) Apenas as afirmativas I e II estão certas. d) Apenas a afirmativa I está certa. e) Apenas as afirmativas I e III estão certas. Aprofundamento de conteúdo para o professor. 10 HUBER, Jean. Voltaire narrando uma fábula. [séc. XVIII]. 1 óleo sobre painel, color., 33 cm × 23 cm. Coleção particular. Organize as ideias História 21 Outra importante contribuição filosófica desse período foi dada por Charles Louis de Secondat – o Barão de Montesquieu –, francês que viveu de 1689 a 1755. Em sua principal obra, O espírito das leis, Montesquieu defendeu a ideia de que, no poder político absolutista, os governantes atuavam por suas ambi- ções pessoais. Além disso, envolvem-se em guerras frequentes, gerando sofri- mento e miséria ao povo. A única maneira de controlar os governantes seria pela divisão dos poderes, de forma que um possa fiscalizar os outros. © Pa lá ci o de V er sa lh es , V er sa lh es RETRATO de Montesquieu. 1728. 1 óleo sobre tela, color., 63 cm × 52 cm. Museus do Palácio de Versalhes, Versalhes. Pesquisa Faça uma pesquisa sobre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no âmbito federal no Brasil atual, respondendo no caderno a estas questões: 1. Quem exerce esses poderes? 2. Qual é a função de cada um desses poderes? 3. De que forma as pessoas são escolhidas para representá-los? Jean-Jacques Rousseau era suíço e viveu de 1712 até 1778. Assim como Voltaire e Montesquieu, ele também buscava uma forma de governo mais justa. Em seus livros Discurso sobre a ori- gem da desigualdade social e O contrato social, Rousseau afir- mou que o Estado era injusto e opressor. De acordo com ele, os problemas políticos e sociais estavam relacionados justamente à existência da propriedade privada, sobretudo à posse de terras, pois aí estaria a origem da desigualdade social. Ele propunha que o regime de governo ideal era a democracia direta, no modelo que prevaleceu em Atenas na Grécia Antiga. Nesse modelo, cada cidadão poderia participar das decisões do governo e o Estado se- ria administrado por representantes escolhidos por serem justos e esclarecidos. Jean-Jacques Rousseau considerava que a sociedade europeia ocidental não era o ideal de progresso e convivência humana, mas que esse existia no estado da natureza e não em meio à vida emsociedade. Esse pensamento deu origem ao “mito do bom selvagem”. THEVENIN. Jean-Jacques Rousseau. 1764. 1 gravura em aço. Biblioteca Municipal de Lyon, Lyon. © Bi bl io te ca M un ic ip al d e Ly on , L yo n Para salvaguardar a liberdade contra o despotismo, Montesquieu defendia o princípio da sepa- ração dos três poderes. Em todo governo, dizia Montesquieu, existem três tipos de poder: legisla- tivo, executivo e judiciário. Quando uma única pessoa, ou órgão exerce todos os três poderes – se o mesmo órgão que instaura um processo é o que julga, por exemplo –, a liberdade não pode ser preservada. Sempre que a soberania concentra-se nas mãos de uma só pessoa ou organismo, há abuso de poder e a liberdade política é negada. PERRY, Marvin. Civilização ocidental: uma história concisa. Tradução de Waltensir Dutra e Silvana Vieira. São Paulo: Martins Fontes, 2015. p. 300. Leia o texto a seguir Gabarito. 11 8o. ano – Volume 122 A seguir, há trechos das obras de Voltaire, Montesquieu e Rousseau. Identifique a qual deles pertence o trecho, colocando entre parênteses a inicial do nome de seu autor. ( R ) O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer “isto é meu” e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos cri- mes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancan- do as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: “Defendei-vos de ouvir esse impostor; estareis perdido se esquecerdes de que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém!”. ( M ) Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as querelas entre os particulares. ( V ) Rogo-vos que vejais as consequências terríveis do direito da intolerância. Se fosse permitido despo- jar de seus bens, lançar no cárcere, matar um cidadão que não professasse a religião estabelecida, que exceção eximiria os mandatários do Estado das mesmas penas? A religião une igualmente o monarca e os mendigos. O enciclopedismo Um importante desdobramento do Ilumi- nismo do século XVIII foi o movimento enciclo- pedista. O objetivo dos enciclopedistas era criar uma obra que reunisse o conhecimento huma- no sob a ótica iluminista. Os principais envolvi- dos na produção desses livros foram o filósofo Denis Diderot e o matemático Jean D’Alembert. Entre os anos de 1751 e 1772, foram produzidos 35 volumes que contaram com a contribuição de nomes importantes, como Voltaire, Rousseau e Montesquieu. A Enciclopédia ou dicionário razoado das Ciências, das Artes e dos Ofícios pretendia reunir todo o conhecimento humano até então, além de divulgar o pensamento iluminista. Os livros da Enciclopédia e seus criadores sofreram inú- meras perseguições na França. Suas obras foram incluídas no Índice de Livros Proibidos (Index) da Igreja Católica pelo papa Clemente XIII, que con- siderou que publicações como essa incitavam o desprezo pela religião. Interpretando documentos ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 2005. p. 87. MONTESQUIEU, Charles L. de Secondat. Do espírito das leis. São Paulo: Nova Cultural, 2005. p. 202. VOLTAIRE. Tratado sobre a tolerância. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 64. © W ik im ed ia C om m on s COCHIN, Charles-Nicolas; PRÉVOST, Bonaventure-Louis. Frontispícios da Enciclopédia. 1772. 1 ilustração. • No centro da gravura, foi representada a verdade História 23 Cotidiano Apesar de, na atualidade, ser comum consultarmos enciclopédias virtuais, ainda existem muitas famílias que guardam enciclopédias impressas em casa. Sua família tem alguma dessas coleções de livros em casa, ou você conhece alguém que as possua? Se não existir nenhuma em sua casa, talvez possa encontrar al- guma na biblioteca da escola. Você já utilizou alguma enciclopédia impressa a fim de realizar um trabalho escolar? Aproveite a oportunidade para conhecer uma enciclopédia ou para entrar em contato novamente com ela. Na atualidade, de maneira geral, como são realizadas as pesquisas? Os iluministas buscavam iluminar, ou seja, levar às pessoas a luz do conhecimento, com a finalidade de construir uma sociedade melhor, livre da superstição e em direção ao progresso. © W ik im ed ia C om m on s LEMONNIER, Anicet- -Charles-Gabriel. No salão de Madame Geoffrin em 1755. 1812. 1 óleo sobre tela, color., 126 cm × 195 cm. Castelo de Malmaison, Rueil. Pesquisa Escolha um dos temas a seguir e faça uma pesquisa sobre ele. Depois, compartilhe com os colegas os resul- tados encontrados. • As atividades praticadas nos salões culturais em Paris no século XVIII. • A importância de tais salões para a difusão da filosofia iluminista. • O papel das mulheres na promoção desses salões. • Os salões literários na atualidade. Gabarito. 13 Era comum que os filósofos iluministas se encontrassem nos salões literários, onde discutiam suas ideias e liam seus escritos para uma plateia atenta. Muitas vezes, essas reuniões eram promovidas por mulheres da alta sociedade. Alguns desses salões tornaram-se muito famosos, como o mostrado na obra acima, promovido por Madame Geoffrin. Na tela do artista Lemonnier, foram retratados vários importantes filósofos iluministas, como Rousseau, Montesquieu, Diderot e D’Alembert. Eles foram reunidos para a leitura de uma obra teatral denomi- nada Órfãos da China, escrita por Voltaire, representado no salão por uma estátua de seu busto. Orientação para realização da atividade. 12 8o. ano – Volume 124 Liberalismo econômico Como críticos da sociedade na qual viviam, os iluministas também não pouparam o sistema econômico mercantilista de uma análise. Um dos principais grupos a criticar tal sistema foi o dos fisiocratas, que de- fendiam a teoria de que a terra e a agricultura eram as únicas fontes de riquezas. Segundo eles, o comércio seria responsável apenas por transformar e redistribuir essas riquezas pelo planeta. O escocês Adam Smith (1732-1790), na obra A riqueza das nações, afirma que a principal fonte geradora de riqueza era o trabalho aliado ao capital. Para ele, a riqueza das nações não era medida por suas re- servas de metais preciosos, como defendia o mercantilismo, mas por seus bens e serviços. Conforme o pensamento dele, o Estado tinha como função a segurança, a justiça e a construção de obras públicas. Adam Smith acreditava que a lei da oferta e da procura regulava o mercado, motivo pelo qual não era necessário que o Estado interviesse na economia. De acordo com essa ideia, quanto maior a disponibilida- de de um produto, menor seria o preço dele. Por outro lado, quanto menor a sua disponibilidade, maior seria o preço. Uma das principais ideias defendidas por ele é a da especialização do trabalho. Segundo ela, cada nação deveria se dedicar a um tipo de atividade produtiva. Esta seguiria sua vocação natural, ou seja, estaria de acordo com as matérias-primas disponíveis em cada região e as técnicas utilizadas para a produção de deter- minado material. Despotismo Esclarecido O desenvolvimento das ideias liberais, do Racionalismo, do Humanismo e do enciclopedismo mudou a forma de pensar das pessoas no Período Moderno. Essas mudanças se refletiram na economia e na política. Assim, alguns monarcas que governavam com poderes absolutos (também chamados de déspotas) pro- moveram reformas em seus governos, de forma que atendessem a algumas das mudanças sugeridas pelos filósofos. Foram assim denominados déspotas esclarecidos, pois haviam sido “iluminados”, “es- clarecidos” pelas “luzes” da razão, ou seja, pelo Ilu- minismo. Entretanto, não abriram mão do poder absoluto. Nesse sentido, destacaram-se o rei Frederi- co II, da Prússia, a rainha Catarina II,da Rússia, o rei José II, da Áustria, e o primeiro-ministro Marquês de Pombal, de Portugal, durante o governo do rei Dom José I (1750 a 1777). KAY, John. Adam Smith. 1790. 1 gravura. Biblioteca do Congresso, Washington, D.C. As teorias defendidas por Adam Smith tiveram grande impacto na economia mundial com o desenvolvimento do capitalismo. Ele é considerado o “pai” do liberalismo econômico, defendendo a livre concorrência e a livre iniciativa. Para muitos estudiosos, foi essa ideia defendida por Smith que jus- tificou a dominação dos reinos europeus sobre colônias por todo o mundo. Esta seria a origem da grande desigualdade social da sociedade contemporânea. A “vocação” agrícola natural brasileira, por exemplo, fez com que o processo de desenvolvimento industrial fosse retardado. Em 1755, a cidade de Lisboa, capital de Portugal, foi praticamente destruída por um terremoto, o que resultou na morte de 30 mil pessoas. Sua reconstrução foi confiada ao Marquês de Pombal. Por ser muito eficiente nessa tarefa, ele acabou assumindo um papel muito importante na reformulação de vários aspectos da política portuguesa. Sugestão de abordagem do conteúdo e de atividade. 14 Sugestão de atividades. 15 Aprofundamento de conteúdo para o professor.16 LOO, Louis-Michel van. Retrato de Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal. 1766. 1 óleo sobre tela, color., 60,5 cm × 76,5 cm. Museu de Lisboa, Lisboa. © Bi bl io te ca d o Co ng re ss o, W as hi ng to n, D .C . © Câ m ar a M un ic ip al d e O ei ra s, O ei ra s História 25 Gabarito. 17 1. Tendo como base a linha temporal dos acontecimentos, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta das mudanças ocorridas na Europa durante a História Moderna. a) Humanismo – Reforma Protestante – Desenvolvimento do espírito crítico – Contrarreforma – Domí- nio da Igreja Católica. X b) Domínio da Igreja Católica – Humanismo – Desenvolvimento do espírito crítico – Reforma Protes- tante – Contrarreforma. c) Domínio da Igreja Católica – Contrarreforma – Reforma Protestante – Desenvolvimento do espírito crítico – Humanismo. d) Desenvolvimento do espírito crítico – Domínio da Igreja Católica – Humanismo – Contrarreforma – Reforma Protestante. e) Humanismo – Desenvolvimento do espírito crítico – Domínio da Igreja Católica – Contrarreforma – Reforma Protestante. 2. Leia o texto a seguir. As reformas de Pombal ficaram famosas e tiveram reflexos diretos no Brasil, Colônia portuguesa. Pombal reorganizou o exército, retirou privilégios do clero e da nobreza, incentivou a educação por meio da reforma da Universidade de Coimbra e da criação de várias escolas primárias, além de impulsionar o desenvolvimento econômico de Portugal – indústria, agricultura e comércio. No Brasil, fortaleceu o poder das autoridades locais. Essa medida foi malvista por grande parte da população colonial, o que causou várias revoltas. Como você pôde perceber, foram muitas as mudanças que ocorreram na Europa durante o século XVIII. E que essas mudanças tiveram reflexos no Brasil. A emancipação pelo saber Contra a tradição e o pensamento autoritário, o iluminismo propunha o uso da razão, e uma nova divindade instalou-se no espaço que os homens sempre possuem para abrigar seus mitos: o saber. Não um saber qualquer, desinteressado (se é que esse tipo de saber tenha alguma vez exis- tido), mas um saber científico e especializado. Graças a esse saber, os homens estariam livres do medo e seriam transformados em senhores; seus mitos seriam anulados e sua imaginação, dissolvi- da; as práticas supersticiosas e a crença cega no feitiço seriam superadas. MICELLI, Paulo. As Revoluções Burguesas. São Paulo: Atual/Saraiva, 2010. p. 54. Baseando-se no texto que você acabou de ler, reflita sobre as questões a seguir e as responda no caderno. a) Por que esse movimento de valorização da racionalidade humana foi chamado de Iluminismo? b) Estabeleça a relação entre Humanismo, Racionalismo e Iluminismo. c) De que forma o Iluminismo se colocava contra as “práticas supersticiosas e a crença cega no feitiço”? Hora de estudo 26 3. Leia o fragmento a seguir: Nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar os outros. A liberdade é um pre- sente do céu, e cada indivíduo da mesma espécie tem o direito de gozar dela logo que goze da razão... Toda autoridade vem de outra origem, que não é da natureza... O poder que vem do consentimento dos povos supõe necessariamente condições que tornem o seu uso legítimo útil à sociedade, vantajoso para a república, e que a fixam e restringem entre limites. DIDEROT, Denis. Autoridade política. In: OS PENSADORES. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p. 234. Denis Diderot foi um dos filósofos iluministas mais destacados do século XVIII. Observando o fragmento acima e seus conhecimentos, responda às questões a seguir: a) De acordo com o fragmento, qual é a condição básica para que um indivíduo possa gozar de liberdade? b) De que forma Diderot vivenciou o que pregava na prática? c) Quais foram suas realizações concretas para mudar a sociedade na qual estava inserido? 4. As ideias iluministas embasaram mudanças políticas e sociais. Reflita sobre essa afirmação e responda: As ideias iluministas estão presentes em sua vida? De que forma? O iluminismo faz parte de nossa vida de várias formas – o sistema político brasileiro, por exemplo, apoia-se na ideia dos três poderes, de Montesquieu; o desenvolvimento de metodologias científicas, como a proposta por Descartes, contribuiu para o desenvolvi mento da ciência; o estímulo à racionalidade também influenciou nos sistemas de ensino. 5. Leia o fragmento a seguir. Rousseau [...] em uma segunda obra, de título também famoso: Discurso sobre a Origem da Desigualdade entre os Homens. E, afinal, pergunta ele, como é esse negócio de “ricos” e “pobres”, como é que é? Essa “desigualdade” para Rousseau, não é “natural”, não decorre da Natureza – pois naquela época se falava assim – do próprio Homem. Ela decorre da história dos homens e das re- lações múltiplas que entre eles se estabeleceram [...] FORTES, Luiz R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. Brasília: Brasiliense, 1987. p. 67. (Tudo é história). Jean-Jacques Rousseau foi um dos filósofos iluministas mais destacados do século XVIII. Observando o fragmento acima e conforme seus conhecimentos, responda às questões a seguir. a) A fonte de desigualdade entre os seres humanos teve sua origem na natureza? Justifique sua resposta. b) O que o filósofo propôs em outra obra como forma de amenizar essas desigualdades? 6. As ideias iluministas embasaram mudanças políticas e sociais. Reflita sobre essa afirmação e responda: Essas ideias estão presentes no mundo atual? De que forma? O Iluminismo faz parte de nossa vida de várias formas. O sistema político brasileiro, por exemplo, apoia-se na ideia dos três poderes, de Montesquieu. Ademais, o desenvolvimento de metodologias científicas, como proposto por Descartes, contribuiu para o desen- volvimento da ciência e o estímulo à racionalidade também influenciou nos métodos de ensino. 27 3 © W ik im ed ia C om m on s 1. Qual é a temática central da imagem? 2. Antes da inovação apresentada na imagem, como era realizado o transporte de mercadorias e de pessoas? 3. Reflita sobre as inúmeras possibilidades para o comércio e para o deslocamento humano que a invenção dessa máquina gerou. Revolução Industrial Observe a imagem a seguir. Ela é bastante representativa do conteúdo que vamos estudar neste capítulo. PYALL, Henry; BURY, Thomas T. Vista da estrada de ferro através de Chat Moss. 1831-1833. 1 aquarela. Museu Nacional Ferroviário, York. Aprofundamento de conteúdo ao professor. 1 Sugestão de abordagem da atividade e gabarito.2 28 Você já parou para pensar em quantas máquinas fazem parte do seu cotidiano? Certamente são muitas e foram criadas para facilitar algumas atividades e ações humanas.Quando estudamos a História Antiga e Medieval, observamos que muitas das invenções que temos na atualidade não existiam. Entretanto, os seres humanos sempre se esforçaram para produzir instrumentos que facilitassem os trabalhos diários. Porém, foi na Inglaterra, durante o século XVIII, que surgiram as fábricas. E com elas vieram novas formas de produção, novas relações de trabalho e até mesmo uma categoria profissional: os operários. Neste capítulo, vamos estudar a Revolução Industrial e seus desdobramentos. Sugestão de abordagem da atividade. 3 Organize as ideias Porém, antes de iniciarmos o estudo da Revolução Industrial, vamos relembrar os processos revolucioná- rios que ocorreram na Inglaterra durante o século XVII. 1. Qual grupo social assumiu o poder após a Revolução Puritana? A burguesia, representada por Oliver Cromwell. 2. Explique a contribuição da Revolução Puritana para a economia da Inglaterra. Foram assinados os Atos de Navegação, que contribuíram para o desenvolvimento do comércio marítimo e para o estabelecimento de estaleiros. 3. Qual o significado comercial que a Revolução Puritana trouxe à Inglaterra? O governo de Oliver Cromwell buscou estabelecer medidas que beneficiassem o crescimento da burguesia. Uma delas foi o Ato de Navegação, de 1651, que favoreceu o comércio inglês. 4. O que representou a Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra em 1688, para o povo inglês? Os alunos devem contemplar em suas respostas que, após a Revolução Gloriosa, os poderes que eram do rei passaram a ser exer- cidos pelo Parlamento. E a cada novo rei que se mostrasse desinteressado das suas obrigações o Parlamento as agregava às funções deste. Na atualidade, a rainha Elizabeth II reina, mas é o primeiro-ministro britânico o chefe de governo. 29 Objetivos • Conceituar Revolução Industrial. • Identificar os fatores que levaram a Inglaterra a ser a pioneira no processo de industrialização. • Apontar mudanças na forma e nas relações de trabalho decorrentes da Revolução Industrial. • Relacionar as inovações técnicas ao aumento da produtividade e da exploração do trabalho. • Analisar os movimentos promovidos pelos trabalhadores em busca de melhores condições de vida e de trabalho. • Relacionar o processo de industrialização, iniciado pela Inglaterra durante o século XVIII, ao mundo contemporâneo. Aprofundamento de conteúdo para o professor. 4Origens da Revolução Industrial Durante o Renascimento Comercial e Urbano, ocorrido na Baixa Idade Média, as oficinas se tornaram im- portantes organizações produtivas e políticas dentro das cidades. Nesse período, os bens que eram produzidos pelos artesãos, em suas próprias casas, passaram a ser feitos em oficinas, espaços maiores que acolhiam um pequeno número de artesãos que realizava o trabalho manufatureiro. As mudanças nos métodos e nas técnicas de produção continuaram a sofrer aprimoramento. Porém, foi no século XVIII que a produção de bens de consumo sofreu um grande salto denominado Revolução Industrial. Esta se caracterizou por uma série de mudanças tecnológicas, cujos impactos foram sentidos na economia, na política e nas sociedades de todo o mundo. Ela teve início na Inglaterra por volta da metade do século XVIII e alterou a maneira e a velocidade de produzir bens de consumo. Os historiadores costumam dividir a Revolução Industrial em dois períodos. O primeiro se estendeu da meta- de do século XVIII até meados de 1850. Essa fase caracterizou-se pela exploração do carvão, do ferro e das má- quinas a vapor. O segundo teve início por volta de 1850 e caracterizou-se pela utilização do aço, da eletricidade e da utilização do petróleo como fonte geradora de energia. Sobre o assunto, leia o texto a seguir. Foi uma das maiores transformações da História: em cerca de cem anos, a Europa de sítios, rendeiros e artesãos tornou-se uma Europa de cidades abertamente industriais. Os utensílios manuais e os dispositivos mecânicos simples foram substituídos por máquinas; a lojinha do ar- tífice pela fábrica. O vapor e a eletricidade suplantaram as fontes tradicionais de energia – água, vento e músculo. Os aldeãos, como suas antigas ocupações se tornavam supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades fabris, tornando-se operários da nova era, enquanto uma classe profissional de empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se salientava e se expandia rapidamente. Era a Revolução Industrial. HENDERSON, Willian O. A Revolução Industrial. São Paulo: Verbo; Edusp, 1979. p. 7. A denominação Revolução Industrial faz referência às mudanças que ocorreram na Inglaterra durante o século XVIII e que levaram de uma economia agrária e manual para outra urbana, mecanizada e desenvolvida nas fábricas. WALKER, George. Woman spinning. 1814. 1 ilustração. In: HAVELL, R.; HAVELL, D. The costume of Yorkshire. Londres: British Library, 1885. A produção de tecidos era realizada em pequenas oficinas e com a utilização de máquinas e ferramentas simples. A lã era transformada em fios na roda de fiar. Depois, era tingida com corantes naturais e transformada em tecido em um tear primitivo. © Bi bl io te ca P úb lic a de N ov a Io rq ue /B ib lio te ca P úb lic a Di gi ta l d a Am ér ic a 8o. ano – Volume 130 Pioneirismo inglês A Inglaterra foi um dos reinos europeus beneficiados com a expansão marítima e comercial europeia da Idade Moderna. No século XVII, os ingleses tinham formado um império comercial que incluía colônias da América do Norte e as Índias Ocidentais. A Inglaterra tinha, então, uma série de condições que favoreceu esse reino a iniciar o processo de industria- lização, que depois foi seguido por inúmeras nações do mundo. São elas: Outro fator que auxiliou no esta- belecimento das fábricas foi a apro- vação, pelo Parlamento, da Lei dos Cercamentos (Enclosure Acts), que determinou o cercamento de todas as propriedades rurais. Com isso, as famí- lias de posseiros, que viviam em terras comunais, que ficavam em campo aberto, não mais tinham condições de produzir para a sua subsistência. Assim, essas pessoas formaram a mão de obra necessária ao trabalho nas fábricas. Os trabalhadores que permanece- ram no campo tiveram que oferecer seu trabalho para os grandes proprie- tários, recebendo baixos salários. Os que rumaram às cidades geraram um grande êxodo rural. © Ce nt ro Ya le p ar a a Ar te B rit ân ic a, Ne w H av en CANALETTO. Ponte de Westminster com uma procissão do presidente da Câmara no Tâmisa. 1747. 1 óleo sobre tela, color., 110 cm × 142 cm. Centro Yale para a Arte Britânica, New Haven. A cidade de Londres, no século XVII, era um centro do comércio mercantil que havia enriquecido a Inglaterra, inclusive por meio do tráfico de escravizados. Organize as ideias No caderno, faça o que pede a seguir. 1. Elabore um conceito para Revolução Industrial. 2. Quais são os fatores que explicam o pioneirismo inglês no desenvolvimento da Revolução Industrial? Gabarito.5 • a criação de uma poderosa marinha mercante capaz de transportar grande quantidade de matérias-primas, as quais eram transformadas em produtos acabados nas oficinas inglesas e, posteriormente, comercializados em várias partes do mundo; • o fortalecimento político da burguesia, proporcionado pelas revoluções ocorridas durante o século XVII, que possibilita- ram a dinamização da economia inglesa; • o acúmulo de capitais decorrentes do comércio mercantil com o Oriente e as colônias da América, que seriam utilizados no estabelecimento das fábricas, na compra das máquinas e das matérias-primas e na contratação da mão de obra; • as jazidas de carvão e de ferro em seu subsolo; • a conversão religiosa da burguesia ao puritanismo, que defendia valores como o trabalho e a poupança. História 31 O processo de produção industrial Enquanto no campo os arados e as novas ferramentas contribuíam para o aumento da produtividade,
Compartilhar