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ENSINO FUNDAMENTAL 8º ANO _HISTÓRIA_VOLUME 1 (PROFESSOR)

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Prévia do material em texto

1
2
3
4
Livro do professor
Livro
didático
Revolução Francesa 40
Revolução Industrial 28
Iluminismo 16
Revoluções Inglesas 2
8o. ano
Volume 1
História
Livro do professor
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Revoluções Inglesas
 Agora, registre no caderno as principais realizações desses monarcas para o processo de 
centralização política que ocorreu na Inglaterra durante a Idade Moderna.
Justificativa de seleção de conteúdos.1
Sugestão de abordagem do conteúdo. 2
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MASTER, John. Rainha Maria I. 1544. 
1 óleo sobre tela, color., 71 cm × 50 cm. 
Galeria Nacional de Retratos, Londres. 
HOLBEN, Hans. Henrique VIII. 1540. 
1 óleo sobre painel de madeira, color., 
65 cm × 57,5 cm. Galeria de Arte da 
Austrália, Adelaide. 
RAINHA Elizabeth I. 1600. 
1 óleo sobre tela, color., 
127,3 cm × 99,7 cm. Galeria 
Nacional de Retratos, Londres. 
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©Shutterstock/
Frame Art
2
• Compreender a organização da sociedade inglesa nos séculos XVI e XVII.
• Reconhecer o papel da burguesia no processo revolucionário inglês.
• Analisar os governos da dinastia dos Stuarts na Inglaterra, que levaram à eclosão da Revolução 
Puritana (1642-1648). 
• Compreender as mudanças que aconteceram com a instalação da República Puritana.
• Identificar os fatores que levaram à restauração da monarquia inglesa em 1658.
• Relacionar as ações dos governantes da dinastia dos Stuarts com a ocorrência da Revolução 
Gloriosa em 1688.
• Identificar as mudanças políticas, econômicas e sociais na Inglaterra provenientes do processo 
revolucionário ocorrido no século XVII. 
Objetivos
Sugestão de retomada de conteúdos anteriormente trabalhados. 3
Estudamos em volumes anteriores que, durante a Idade Média, na Europa, a sociedade se organizava em 
torno do feudo, unidade de produção independente tanto econômica quanto politicamente. Nos feudos, vi-
viam os camponeses que deviam trabalhar e pagar impostos para o nobre proprietário das terras. Com o Renas-
cimento Urbano e Comercial do final da Idade Média, essa organização social foi, aos poucos, alterando-se. As 
cidades voltaram a crescer e abrigaram uma população voltada à produção artesanal e ao comércio. 
Cada vez mais fortalecida, a burguesia reivindicou maior participação política, ao que os nobres se contra-
punham. O conflito entre os interesses da nobreza e da burguesia gerou uma série de atritos que culminaram 
nas chamadas Revoluções Burguesas. Delas se destacam as Revoluções Inglesas do século XVII e a Revolução 
Francesa do século XVIII. Além dos conflitos políticos e sociais, ocorreram conflitos religiosos. Para entender 
como tudo isso aconteceu, vamos iniciar o estudo das Revoluções Inglesas.
Sociedade inglesa no século XVII
A Inglaterra é um reino localizado na ilha da Grã-Bretanha, situada a noroeste da Europa. A sua história no 
decorrer do século XVII é o tema que você estudará nesta unidade. Observe a localização da ilha no mapa a 
seguir.
Reino Unido
Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M. de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: Fename, 1977. 
p. 104. Adaptação. 
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Objetivos
Observe nas obras a seguir os ambientes e as pessoas retratadas, suas expressões e vestimentas. 
No início do século XVII, coexistiam, nesse território, grupos sociais cujas origens remontam ao período da 
Alta Idade Média (século V ao século X) e grupos surgidos com o Renascimento Urbano e Comercial da Baixa 
Idade Média (século X ao século XV).
Dos grupos formados durante o período da Baixa Idade Média, destacavam-se dois: os grandes proprietários 
rurais e os camponeses. Os primeiros eram portadores de títulos de nobreza e constituíam a elite da sociedade 
inglesa. Esse grupo era denominado alta nobreza ou aristocracia. Os camponeses (yeomen), por sua vez, viviam 
nas terras dos aristocratas, trabalhando e pagando impostos para eles. Além dos grandes proprietários e dos 
camponeses, surgiu um grupo de pequenos e médios proprietários rurais (gentry) que estava ligado à burguesia 
comercial. Esse grupo passou a se dedicar à produção e à comercialização da lã.
A burguesia, classe que vivia na cidade e se dedicava à produção artesanal e ao comércio, desejava romper 
com as estruturas da política mercantilista. Sugestão de abordagem do conteúdo. 4
Sugestão de abordagem da atividade e gabarito.5
Interpretando documentos 
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GAINSBOROUGH, Thomas. Senhor e senhora William 
Hallett (A caminhada matinal). [ca. 1785]. 1 óleo 
sobre tela, color., 236 cm × 178 cm. Galeria Nacional, 
Londres.
LE NAIN, Louis; LE NAIN, Antoine. Interior de uma casa camponesa. [ca. 1642]. 1 
óleo sobre tela, color., 56 cm × 65 cm. Galeria Nacional de Arte, Washington, D.C.
Anote nas linhas a seguir as diferenças que podem ser observadas entre as condições materiais de vida 
da nobreza e as dos camponeses. 
As diferenças materiais podem ser observadas no vestuário e no ambiente. O casal Hallett tem um vestuário ricamente 
composto. O sr. Hallett veste culote, uma peça que somente poderia ser utilizada pela nobreza. Além disso, o luxo de poder praticar
uma caminhada matinal era apenas para essa classe. A casa camponesa mostra poucos móveis e a refeição parece estar sendo
 feita ao redor de um barril. O alimento é apresentado em pequena quantidade. 
8o. ano – Volume 14
No início do século XVII, porém, a situação no campo começou a mudar. Graças a uma série de inovações 
tecnológicas, foi impulsionada a fabricação de produtos manufaturados, principalmente os tecidos de lã de 
ovelha. Criar esses animais, portanto, tornou-se uma das mais lucrativas fontes de renda, a que alguns aristocra-
tas e pequenos proprietários se dedicaram. A lã retirada das ovelhas era vendida para burgueses, que, em suas 
oficinas, a transformavam em tecido e arevendiam. 
Muitas vezes, os rebanhos se misturavam e causavam desavenças entre os seus proprietários. Dessa forma, 
o Parlamento, com o objetivo de evitar desentendimentos, aprovou leis que determinavam o cercamento das 
propriedades rurais (Enclosure Acts). 
Quando os proprietários rurais começaram a erguer as cercas para delimitar suas propriedades, os pequenos 
camponeses (yeomen) e os posseiros que viviam nas terras fronteiriças das propriedades rurais foram expulsos. 
Afastados do campo, migraram em massa para as cidades em busca de trabalho. Tanto os que conseguiam em-
prego nas oficinas de manufaturas como os que permaneciam desempregados passavam a viver em condições 
precárias.
As transformações que ocorriam no campo acarretaram mudanças nas cidades. Além de receber os peque-
nos agricultores expulsos no processo de cercamento dos campos, elas eram palco do grande crescimento e 
fortalecimento da burguesia. Muitos dos integrantes da burguesia se dedicaram à produção de artigos de lã e 
à comercialização dos produtos ingleses em outros reinos, atividade que lhes rendeu muitos lucros. Esses bur-
gueses enriquecidos formavam a chamada alta burguesia.
Entre os burgueses, também havia o grupo de pequenos comerciantes, voltados ao comércio local ou à 
administração de pequenas oficinas. Esse grupo era denominado pequena burguesia.
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GARRAD, George. A tosquia de ovelhas em Woburn. 1804. 1 ilustração, color., Yale Centre of British Art, New Haven.
A burguesia já havia acumulado lucros com a participação no processo de expansionismo marítimo ocorrido a partir do 
século XV. Parceiros dos reis de Portugal e de Espanha, os burgueses patrocinaram muitas das expedições que tinham 
por objetivo a conquista de colônias. Em troca, receberam vantagens comerciais, como o monopólio da venda de certas 
mercadorias.
Com o investimento na indústria manufatureira de artigos de lã, a burguesia inglesa acumulou lucros ainda maiores e 
lutou por participação mais intensa nas decisões políticas do reino.
Uma das principais 
matérias-primas utilizadas 
para a produção de tecidos 
na Inglaterra era a lã de 
ovelha. Em comemoração 
à riqueza trazida por 
esse produto, os ingleses 
promoveram eventos 
festivos durante o verão, no 
qual os principais criadores 
de ovelhas exibiam seus 
animais. A esses eventos 
compareciam grandes 
e pequenos criadores 
com o objetivo de trocar 
informações sobre as 
técnicas de criação e 
tosquia, além de curiosos 
interessados apenas 
na festa. 
 História 5
MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto. 2016. p. 136. 
Discuta em grupo estes assuntos: 
 1. Por que o autor afirma que as ovelhas ocupavam o lugar dos camponeses? 
 2. Qual efeito os cercamentos de terras provocavam na vida dos camponeses?
 3. Com os cercamentos, qual camada social aumentou sua riqueza? 
Registre as conclusões do grupo.
A monarquia inglesa e o Parlamento
Desde muito cedo, os ingleses se preocuparam em criar instrumentos 
para limitar o poder do rei. Um deles foi a Carta Magna e o outro foi o 
Parlamento, instituição à qual o rei deveria submeter suas decisões mais 
importantes para aprovação. Ele foi criado durante o governo do rei Eduar-
do III, que governou a Inglaterra de 1327 a 1377. A instituição era formada 
por duas câmaras: a dos Lordes e a dos Comuns. 
A Câmara dos Lordes era constituída por membros da alta aristocracia 
(nobreza grande proprietária de terras), cortesões (funcionários de confiança 
do rei) e do alto clero da Igreja Anglicana. A Câmara dos Comuns era forma-
da por membros da gentry (proprietária e produtora rural) e da burguesia 
(mercadores).
Apesar de enriquecidos, os membros da gentry e da burguesia não conseguiam participar ativamente da 
vida política inglesa. Isso porque a manutenção de uma monarquia hereditária e aristocrática dificultava ou 
mesmo os impedia de exercer cargos políticos.
Em 1485, após os conflitos entre membros das famílias York e Lancaster, os Tudors assumiram o poder na 
Inglaterra. A partir de então, houve um período de grande desenvolvimento econômico e paz interna, o que 
contribuiu para que o Parlamento apoiasse os governantes e interferisse cada vez menos em suas decisões.
Sugestão de retomada de conteúdos trabalhados.7
A Carta Magna foi um docu-
mento criado em 1215, segun-
do o qual o rei da Inglaterra 
deveria governar respeitando 
as leis e as decisões do Parla-
mento, o que evitava abuso de 
poder por parte dos monarcas.
Aprofundamento de conteúdo para 
o professor. 
8
Sugestão de abordagem de atividade e gabarito. 6
O texto a seguir aborda os cercamentos de terras, que ocorreram na Inglaterra entre os séculos XVI e XVIII. 
Troca de ideias
As ovelhas [...] ocupavam o lugar dos camponeses que, expulsos das terras, perambulavam 
pelas estradas, desfilando a fome coletiva, responsável pela baixíssima expectativa de vida e pelas 
doenças que vitimavam coletividades inteiras. 
8o. ano – Volume 16
No início do século XVII, em razão das mudanças econômicas que estavam em andamento, os interesses 
de burgueses e aristocratas começaram a se diferenciar. Enquanto os aristocratas, que formavam a base de 
sustentação do rei, desejavam manter o poder monárquico absoluto, os burgueses, por sua vez, eram contra 
a interferência do rei na economia e os privilégios concedidos aos aristocratas. Para a burguesia, interessava a 
diminuição da cobrança de impostos sobre as atividades comerciais, bem como o fim da concessão de mono-
pólios aos aristocratas. 
Além das diferenças de ordem política, burgue-
ses, pequenos e médios proprietários rurais (gentry) 
e aristocracia ainda apresentavam diferenças quanto 
à religião. Desde 1534, a religião oficial da Inglaterra 
era o anglicanismo, igreja à qual a maior parte dos 
aristocratas se converteu. Os burgueses e os gentry, 
por sua vez, aderiram ao puritanismo. 
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ROWLANDSON, Thomas; PUGIN, Auguste C. Câmara dos 
Lordes. 1 ilustração. In: PYNE, William H. The microcosm of 
London. 1809.
ROWLANDSON, Thomas; PUGIN, Auguste C. Câmara dos Comuns. 
1 ilustração. In: PYNE, William H. The microcosm of London. 1809.
Aprofundamento de conteúdo para o professor. 9
Quando o rei inglês Henrique VIII criou o anglicanismo, 
essa religião pouco se diferenciava do catolicismo. No de-
correr dos séculos XVII e XVIII, o anglicanismo se manteve 
entre o catolicismo e o puritanismo, fator que levou ao 
fortalecimento do grupo puritano. Este era assim deno-
minado porque propunha a volta à igreja fundada por 
São Pedro, baseada na simplicidade, ou seja, a volta a uma 
religião mais pura, livre das influências mundanas, como 
os ricos templos ou as vestimentas ornamentadas e lu-
xuosas dos sacerdotes.
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SCROTS, William. Elizabeth I quando princesa. 1546-1547. 1 óleo sobre 
painel, color., 108,5 cm × 81,1 cm. Coleção Real, Castelo de Windsor, 
Londres.
A rainha Elizabeth I era filha de Henrique VIII. Em seu reinado (1558-1603), 
ela fortaleceu o poder inglês e a religião anglicana. Com a sua morte, teve 
fim a dinastia dos Tudors na Inglaterra.
As diferenças entre anglicanos e puritanos se 
agravaram quando a rainha Elizabeth I (1558-1603) 
faleceu e, como não teve filhos, o sucessor da coroa 
britânica foi seu primo Jaime Stuart. 
 História 7
Os reis da dinastia dos Stuarts
Jaime Stuart, rei da Escócia, foi coroado rei da Ingla-
terra com o título de Jaime I. Com a ascensão ao trono 
inglês, Jaime I passou a reinar sobre a Inglaterra, a Ir-
landa e a Escócia. O rei pretendia governar a Inglaterra 
de forma absolutista, ignorando o Parlamento. E para 
justificar essa opção política, ele utilizou a Teoria do 
Direito Divino dos Reis. Essa ideia não foi muito bem 
aceita pelos protestantes ingleses, que foram perseguidos 
pelo rei.
Além da perseguição aoscatólicos e puritanos, Jaime I 
decretou medidas políticas e econômicas que desagra-
daram principalmente à burguesia. Uma delas foi o es-
tabelecimento do monopólio real sobre o comércio de 
tecidos ingleses, uma das principais fontes de renda da 
burguesia. Por fim, o rei entrou também em conflito com 
os membros do Parlamento, ao tentar impor novos tribu-
tos aos ingleses, sem a aprovação dos parlamentares.
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Em 1625, Jaime I morreu e seu filho, Carlos I, assumiu 
o poder. Assim como seu pai, o novo rei tomou medidas 
que não agradaram à burguesia inglesa. Carlos I tentou 
estabelecer novos impostos sobre o comércio, além de 
decretar a retomada da cobrança destes sobre as mer-
cadorias que passavam pelos portos ingleses. Essas me-
didas geraram revoltas da burguesia. Para reprimi-las, o 
rei se viu obrigado a convocar o Parlamento a fim de 
solicitar-lhe a liberação de verbas. 
Sugestão de abordagem do conteúdo.10
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MYTENS, Daniel. Rei Jaime I da Inglaterra e IV da Escócia, 
1621. 1 óleo sobre tela, color., 148,6 cm × 100,6 cm. Galeria 
Nacional de Retratos, Londres. 
Jaime I foi educado sob os princípios do presbiterianismo para 
ser o rei da Escócia. Governou os escoceses com o título de 
Jaime IV até assumir o trono da Inglaterra com o título de Jaime I.
DYCK, Anthony van. Carlos I com M. de St. Antoine. 1633. 
1 óleo sobre tela, color., 370 cm × 270 cm. Coleção Real, 
Castelo de Windsor, Londres. 
• Carlos I aqui é retratado sobre o cavalo, acompa-
nhado do Senhor de St. Antoine, que carrega o seu 
capacete. Na lateral esquerda, estão a coroa e o 
escudo real
Segundo a Teoria do Direito Divino dos Reis, elaborada pelo 
filósofo Jacques Bossuet, o rei detinha poderes absolutos, pois 
era um representante de Deus na Terra. Assim, quem desafias-
se as ordens do rei estaria questionando o desejo divino. 
8o. ano – Volume 18
HILL, Christopher. O mundo de ponta-cabeça. Tradução de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 14. 
Conforme sua leitura, responda à questão:
O que o trecho nos permite dizer sobre as dificuldades de se instalar um regime efetivamente abso-
lutista na Inglaterra?
Uma das razões de o rei ter dificuldade em estabelecer seu poder era o fato de o exército ser formado por cavaleiros da nobreza.
Além disso, cada região era administrada pelos juízes de paz, que não recebiam salários do rei; por essa razão, agiam com 
independência em relação a ele. 
Os parlamentares aproveitaram a oportunidade para elaborar, em 1628, a Petição de Direitos. Esse do- 
cumento dizia que “Nenhum homem, de agora em diante, seja compelido a fazer qualquer doação, empréstimo 
ou caridade nem a pagar imposto ou cobrança similar, sem a devida aprovação do Parlamento”. Solicitavam ain-
da maior regularidade na convocação do Parlamento, a cada três anos. Como resposta a essas solicitações, em 
1629, Carlos I mandou fechar o Parlamento e promoveu um governo fundamentado apenas em seus poderes 
absolutistas.
Para o controle da economia, Carlos I fez uso de empréstimos, multiplicou as concessões de monopólios 
de comércio e promoveu a ampliação da cobrança de alguns impostos. Pode ser citado como exemplo o Ship 
Money, um imposto que era cobrado das cidades litorâneas para a proteção da ilha. Esse dinheiro era utilizado 
para a fortificação do litoral e para a fabricação de uma esquadra de guerra. Carlos I resolveu que tal imposto 
seria estendido a todas as cidades do reino, fato que causou grande descontentamento e aumentou ainda mais 
a pressão interna.
Para reforçar seu poder, nomeou bispos para a Igreja Anglicana que eram considerados “excessivamente 
católicos” pelos puritanos. Tentou impor a mesma medida aos escoceses, o que os levou a invadir a Inglaterra. 
O rei foi obrigado a convocar o Parlamento para conseguir o apoio da nobreza a fim de combater a Escócia. 
Aprofundamento de conteúdo para o professor. 11
Ao ser obrigado a convocar o Parlamento, o rei abriu a possibilidade de esse exigir reformas. O rei fechou o Parlamento (Curto Parlamen-
to), mas foi obrigado a convocar outro (Longo Parlamento), que duraria até o ano de 1660. 
Sobre a condição política pela qual passava a Inglaterra, leia o texto a seguir.
Interpretando documentos 
Por que, na Inglaterra, não vinga o absolutismo? Entre mais razões é porque não existe 
exército permanente, nem administração paga dependente do rei (o poder serve-se, em cada 
região, de juízes de paz que trabalham sem salário, e por isso se sentem autônomos face à co-
roa) [...]. Assim é que, à primeira crise mais séria, o rei fracassa. 
Diante das ações de Carlos I, teve início uma guerra civil, que durou de 1642 até 1648. Carlos I contou com o 
apoio dos aristocratas, membros da Câmara dos Lordes, na sua maioria anglicanos. Na oposição ao monarca, 
estava a maior parte dos membros da Câmara dos Comuns: componentes da gentry e burgueses, entre os 
quais havia presbiterianos e puritanos. Estes propunham a decretação do fim da monarquia e o estabelecimen-
to de uma república.
 História 9
Revolução Puritana
O militar puritano Oliver Cromwell organizou o Exército Modelo, 
composto de soldados provenientes de vários segmentos sociais, esco-
lhidos de acordo com o mérito, para lutar contra os exércitos do rei. Os 
Cabeças Redondas ficaram conhecidos pelo seu desempenho militar 
e pela violência empregada contra o exército inimigo. O rei tinha ao seu 
lado os Cavaleiros do Rei, formado por integrantes da nobreza tradicio-
nal e da pequena nobreza. Ao ganhar a disputa, Cromwell proclamou a 
República, conforme os planos puritanos.
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O nome Cabeças Redondas deriva do fato de os soldados utilizarem os cabe-
los cortados rente, diferente dos realistas que formavam os Cavaleiros do Rei, 
que usavam os cabelos compridos.
Sobre a organização do seu Exército Modelo, analise a imagem e a afirmação de Oliver Cromwell.
WALKER, Robert. Retrato de Oliver Cromwell. 
1658. 1 óleo sobre tela, color., 73 cm × 61 cm. 
Galeria Nacional de Retratos, Londres.
Interpretando documentos 
• A imagem retrata a vitória dos 
soldados do Exército Modelo lide-
rados por Thomas Fairfax, ao lado 
de Oliver Cromwell. Observe que 
aparecem mulheres mortas e os 
soldados saqueiam os derrotados
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“Prefiro ter um capitão inexperiente e malvestido que saiba por que ele luta [...] do que um que 
vocês chamam de um cavalheiro e nada mais é do que isto”.
ALMOND, Mark. O livro de ouro das revoluções: movimentos políticos que mudaram o mundo. Tradução de Gilson B. Soares. Rio de Janeiro: 
HarperCollins, 2018. p. 30. 
Após a análise, responda no caderno.
 1. A frase de Cromwell contém em si uma crítica à sociedade baseada em privilégios de nascimento contra 
a qual lutava. Qual é essa crítica?
 2. De que modo a criação de um exército composto de membros de vários grupos sociais explica a vitória 
de Cromwell contra as tropas do governo, formadas por nobres?
1. A de que as pessoas que tradicionalmente participavam do exército 
inglês eram integrantes da nobreza, mas nem sempre esses eram os me-
lhores soldados, já que sua posição não era adquirida por mérito próprio, 
mas baseada no privilégio de nascimento.
De acordo com Cromwell, os soldados que lutavam com ele acreditavam na causa na qual estavam envolvidos, fator 
que os tornava mais eficientes do que os membros da nobreza.
LANDSEER, Charles. Cromwell na Batalha de Naseby em 1645. 1851. 1 óleo sobre tela, color., 
102 cm × 176 cm. Galeria Nacional de Arte, Berlim.
8o. ano – Volume 110
Interpretando documentos 
República Puritana
Após a vitória do Exército Modelo, todo o poder passou para 80 integrantes puritanos da Câmara dos Co-
muns. Oliver Cromwell assumiu o governo com o título de Lorde protetor da Inglaterra. A Câmara dos Lordesfoi fechada. O rei Carlos I foi julgado por traição aos seus súditos e condenado à morte. 
Sugestão de abordagem do conteúdo.12
Gabarito. 13
Até o momento, abordamos as atuações e os fatos que envolveram a aristocracia, a gentry e a burguesia. 
É igualmente importante estudar a população pobre da Inglaterra. Por exemplo: O que ela pensava sobre 
essa disputa pelo poder e sobre a revolução? Será que apoiava a burguesia ou era a favor da manutenção 
da aristocracia no poder? O que toda essa movimentação política mudou na vida dessas pessoas?
Para buscar respostas a essas indagações, leia o fragmento de texto a seguir.
Como algumas pessoas temiam, o povo organizado no Exército Modelo – sentindo próxima a 
possibilidade de libertar-se de “todos os senhores” – viu nele um meio que poderia ser utilizado para 
“ensinar os camponeses a compreenderem a liberdade”. Esses ideais estão na base da organização 
do Partido dos Niveladores, cujos membros associaram-se 
aos soldados rasos do Exército Modelo para exigir reformas 
sociais e econômicas que se chocavam frontalmente com os 
interesses da burguesia. Vencida a resistência da monarquia, 
o Parlamento deveria agora bater-se contra a poderosa força 
que, paradoxalmente (como tantas vezes já aconteceu na 
História), foi a principal responsável por sua sustentação. 
[...]. Exterminados os Niveladores e silenciados os diggers, 
a revolução afastou-se definitivamente das forças populares. 
Depois disso pouco importava a restauração da monarquia, 
pois os futuros reis e a nobreza dificilmente se esqueceriam 
de que a burguesia não abriria mão de suas conquistas.
MICELI, Paulo. As Revoluções Burguesas. São Paulo: Atual, 1987. p. 31-33.
 1. Segundo o texto do historiador Paulo Miceli, de que forma o povo inglês participou da Revolução 
Puritana? 
Também chamados de levellers, os in-
tegrantes do Partido dos Niveladores 
defendiam a pequena propriedade, a 
liberdade religiosa e a igualdade social 
e jurídica. Os diggers eram mais radi-
cais que os levellers, pois eram contra 
a propriedade privada e desejavam que 
houvesse reforma agrária. Ambos eram 
contrários a Oliver Cromwell.
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EXECUÇÃO de Carlos I, em 
30 de janeiro de 1649. 1649. 
1 óleo sobre tela, color., 
163,20 cm × 296,80 cm. 
Galeria Nacional da Escócia, 
Edimburgo. 
 paradoxalmente: ao contrário, que vai contra o que se espera.
 História 11
As principais medidas tomadas por Oliver Cromwell foram favoráveis aos interesses da burguesia – agrícolas 
ou comerciais. Ele confiscou e vendeu propriedades que pertenciam aos aristocratas anglicanos e eliminou 
vários dos impostos que tanto incomodavam os burgueses. Uma das principais medidas de Oliver Cromwell foi 
a decretação do Ato de Navegação de 1651. Após essa medida de Cromwell, a Inglaterra decretou diversas 
leis de navegação até o ano de 1660. Por meio dessas medidas, a Inglaterra buscava vencer a supremacia naval 
dos holandeses. Aprofundamento de conteúdo para o professor.14
Leia este documento, que apresenta parte do texto do Ato de Navegação de 1660.
Interpretando documentos Gabarito. 15
Para o progresso do armamento marítimo e da navegação, que sob a boa providência e proteção 
divina interessam tanto à prosperidade, à segurança e ao poderio deste reino [...] nenhuma merca-
doria será importada ou exportada dos países, ilhas, plantações ou territórios, pertencentes à Sua 
Majestade, na Ásia, América e África, noutros navios senão nos que sem nenhuma fraude perten-
cem a súditos ingleses, irlandeses ou galeses, ou ainda habitantes destes países, ilhas, plantações e 
territórios, e que são comandados por um capitão inglês e tripulados por uma equipagem com três 
quartos de ingleses [...]. 
DOUGLAS, D. English historical documents. Londres, v. VIII, p. 5333. In: MARQUES, Adhemar M.; BERUTTI, Flávio C.; FARIA, Ricardo de M. História 
Moderna através de textos. São Paulo: Contexto, 2017. p. 86. 
De acordo com o documento, responda:
 1. Qual era o objetivo da Inglaterra ao decretar as leis de navegação?
 2. Por meio de quais ações a Inglaterra tencionava conquistar esses objetivos?
 3. Por que essa medida era importante para a prosperidade inglesa?
Restauração da monarquia
Em 1658, Cromwell faleceu e foi sucedido por seu filho, Ricardo Cromwell. Este, porém, não conseguiu man-
ter a mesma autoridade do pai e, após 18 meses, foi destituído de seu cargo. Os Stuarts foram reconduzidos 
ao poder e a monarquia foi restaurada na Inglaterra. Carlos II, filho de Carlos I (morto pela Revolução Puritana), 
foi coroado em 1660. Seu governo destacou-se pela aproximação real com a nobreza tradicional, pelo forta-
lecimento do poder da Igreja Anglicana e pela perseguição aos puritanos. Diante desse quadro, torna-se fácil 
perceber que seu reinado provocava o descontentamento da burguesia.
Carlos II faleceu em 1685. Nesse ano seu irmão, Jaime II, assumiu o trono inglês e deixou evidente suas 
intenções de restaurar o catolicismo na Inglaterra. Essa ideia desagradava aos anglicanos e puritanos, grupos 
 2. O autor do texto diz que, com a revolução, o povo esperava se libertar de “todos os senhores”, ideia que 
defendiam os membros do Partido dos Niveladores. 
a) Quem eram “os senhores” de quem o povo desejava se libertar?
b) De que maneira esse desejo ia contra os interesses da burguesia?
 3. Reflita sobre o fragmento de texto que você acabou de ler e responda: A Revolução Puritana trouxe 
grandes mudanças econômicas para a vida do povo mais pobre da Inglaterra? De que forma interferiu na 
vida dessas pessoas?
8o. ano – Volume 112
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THORNHIL, James. William III e Mary II. [séc. XVIII]. 1 afresco. Royal Naval 
College. Detalhe. 
Guilherme de Orange assumiu o trono inglês com o título de Guilherme III 
(William III).
Leia a seguir um trecho da Declaração de Direitos, documento elaborado pelo Parlamento e aceito, em 
1689, pelo rei Guilherme de Orange.
Os Lords espirituais e temporais e os membros da Câmara dos Comuns declaram, desde logo, 
o seguinte:
1. Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cum-
primento. [...]
4. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob o 
pretexto de prerrogativa, ou em época e modos diferentes dos designados por ele próprio. [...]
11. Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, 
assim como corrigir, afirmar e conservar as leis.
DECLARAÇÃO de Direitos. 1689. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/decbill.htm>. Acesso em: 19 mar. 2018. 
Após a leitura do documento, responda no caderno às questões propostas a seguir.
 1. Quais eram os principais objetivos da Declaração de Direitos?
 2. Após a assinatura do documento, qual era a atuação do rei em relação aos impostos? 
Gabarito. 16
Interpretando documentos 
que haviam ficado em lados opostos na Revolução Puritana, mas que eram ambos protestantes. A ideia de re-
tornar ao comando da Igreja Católica, portanto, descontentava os dois. Assim, eles promoveram a Revolução 
Gloriosa, última e decisiva etapa do processo revolucionário ocorrido na Inglaterra durante o século XVII. 
Revolução Gloriosa
O governo de Jaime II, católico, gerou o temor do retorno da Igreja Católica como religião oficial na Inglater-
ra. Jaime II tinha uma filha, Maria, anglicana e casada com o príncipe holandês Guilherme de Orange. Em junho 
de 1688, a esposa de Jaime II teve um filho, que foi batizado como católico e que, pelas leis inglesas, era o legí-
timo herdeiro ao trono. Diante desse quadro, dois 
grupos políticos antagônicos, os conservadores 
(tories) e os liberais (whigs), uniram forças e arti-
cularam um golpe de Estado que destituiu Jaime II 
e conduziu Guilherme de Orange ao poder.
O Parlamento obrigou o novo monarca a assi-
nar e jurar respeitar as decisões contidas na Decla-
ração de Direitos (Bill of Rights). Essedocumento 
limitava os poderes reais e dava início à monar-
quia parlamentarista na Inglaterra. O rei não podia 
mais ser absoluto e precisava contar com o apoio 
de um primeiro-ministro e do clero. Com o passar 
do tempo, os poderes do rei foram transferidos 
para o Parlamento. Com a Revolução Gloriosa, a 
Inglaterra foi pacificada e a burguesia conseguiu 
que medidas favoráveis às suas atividades fossem 
normas de governo.
 História 13
Hora de estudo
Aprofundamento de conteúdo para o professor.17
O povo khoi-khoi
Enquanto a Inglaterra passava por um processo revolucionário, os holandeses iniciavam o povoamento da 
Cidade do Cabo, atual África do Sul. A primeira colônia foi fundada em 1650 pelo holandês Jan de Riebeeck. Sua 
missão era fundar um entreposto para abastecimento dos navios que se dirigiam às Índias Orientais Holandesas. 
O holandês fez acordos com a população nativa, os khoi-khoi, que estavam organizados em clãs, praticavam 
o cultivo do milho e a criação de carneiros, ovelhas e bois, para trocas de alimentos. A chegada de mais holan-
deses em 1657 e a distribuição de terras 
entre esses iniciaram os conflitos com os 
khoi-khoi. A utilização das terras da pe-
cuária khoi-khoi para a produção viníco-
la e a chegada de huguenotes franceses 
intensificaram os conflitos, mas foi uma 
epidemia de varíola, em 1713, que dizi-
mou essa população.
Outras histórias
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KHOI-KHOI em uma tempestade. [ca. 1700-1730]. 1 desenho com bico de pena, 
20 cm × 31 cm. Biblioteca Nacional da África do Sul, Pretória. 
 1. O Dicionário de conceitos históricos também apresenta a seguinte definição para a expressão “revolução 
burguesa”:
Estudamos sobre a limitação da monarquia inglesa em criar ou alterar leis. E no Brasil atual: 
 1. Como são criados ou aumentados os impostos?
 2. Quais são as instituições responsáveis pela criação ou pela alteração dos impostos?
Conexões
De acordo com o texto escrito no verso do 
desenho encontrado, provavelmente de autoria 
de um viajante holandês, os khoi-khoi utilizam 
um chapéu pontudo, um manto (kaross) feito 
de pele de carneiro nos ombros e na cintura e 
polainas de couro cru. 
A revolução burguesa, diz Modesto Florenzano, é um conceito adotado para definir fenômenos 
históricos protagonizados pela burguesia ou aqueles dos quais ela foi beneficiada. Esse conceito 
está contextualizado no momento histórico do nascimento do capitalismo e da transformação da 
sociedade feudal em sociedade burguesa.
SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2010. p. 363.
Reflita sobre esse conceito e responda às questões propostas a seguir.
14
a) As revoluções que ocorreram na Inglaterra 
no século XVII podem ser consideradas re-
voluções burguesas? Justifique sua resposta.
Sim, pois foram articuladas pela burguesia e colocaram
esse grupo social no poder, em detrimento da aristocracia.
b) Além da burguesia, mais algum grupo se bene-
ficiou desses acontecimentos? De que forma?
Sim, os pequenos e médios proprietários (gentry), que 
tinham negócios com a burguesia, a qual agora estava no 
poder.
 2. Sobre a Revolução Puritana, iniciada em 1642 
na Inglaterra, assinale a alternativa correta.
a) Foi promovida com o objetivo de restituir o 
trono ao rei Carlos I, da dinastia dos Stuarts.
X b) Teve como principais causas o aumento dos 
impostos e o fato de o rei Carlos I não respei-
tar as determinações do Parlamento.
c) Foi promovida pela família Stuart, no desejo 
de acabar com a classe burguesa, que impedia 
o desenvolvimento econômico na Inglaterra.
d) Colocou no poder Oliver Cromwell, que, 
aliado aos Stuarts, perseguiu os membros do 
Parlamento.
e) A revolução acabou com a dinastia dos 
Stuarts, que nunca mais voltou ao poder na 
Inglaterra.
 3. O Ato de Navegação, assinado em 1651 por Oli-
ver Cromwell, teve importância e consequências 
consideráveis na história da Inglaterra, pois:
a) favoreceu a Holanda, que obtinha grandes 
lucros com o comércio inglês.
b) com esse documento, Cromwell dissolveu o 
Parlamento e se tornou ditador.
X c) contribuiu para aumentar o poder e favorecer 
a supremacia marítima inglesa no mundo.
d) considerava o trabalho como a verdadeira 
fonte de riqueza nacional.
e) abolia todas as práticas protecionistas.
 4. Quando a Inglaterra esteve sob a ameaça de vol-
tar a ser um reino católico, durante o reinado 
de Jaime II, puritanos e anglicanos, que haviam 
lutado entre si pelo poder, uniram-se. Com base 
nos seus conhecimentos sobre a Revolução Glo-
riosa, responda: 
a) Que motivos levaram a essa união entre os 
dois grupos? 
Anglicanos e puritanos eram representantes de igrejas 
reformadas, ou seja, de igrejas cujas doutrinas haviam se 
estabelecido de modo que questionassem muitos dos 
dogmas da Igreja Católica. Assim, embora ambas fossem 
representantes de diferentes grupos sociais, como dou-
trina religiosa, ambas tinham mais em comum entre si 
do que em relação ao catolicismo. 
b) Explique os motivos políticos que contribuí-
ram para essa união.
Com o estabelecimento do anglicanismo, a Inglaterra se
tornou independente do papa de Roma. As determina- 
ções de um rei simpático ao catolicismo poderia signifi- 
car, portanto, a perda de autonomia da Inglaterra, fato 
que poderia prejudicar os negócios da aristocracia e da
burguesia.
 5. A monarquia inglesa, após a Revolução Gloriosa 
de 1688, pode ser denominada parlamentarista. 
Nesse contexto, explique a afirmação: “Na Ingla-
terra atual, o rei reina, mas não governa”.
Na Inglaterra atual, quem de fato conduz a política é o 
primeiro-ministro, que é o líder do partido que teve maior 
número de votos para a Câmara dos Comuns. A rainha reina 
com o consentimento da maioria dos ingleses; entretanto, 
não tem grande poder nas decisões do Estado.
 
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seseseseseseseeguguguguguugugg rararararararara A A AAAAA dididididiidiviviviviiviiinanaananan cccccccomomomommomo édédédédédédédédé iaiaiaiaiaiaiaia. . . . AoAoAoAoAAoAA sssssseueueueueueu llllladadadadada o,o,o,o, eeeeeeststststststsstááááá FrFrFrFrFrF anananananaanancececececescscscscsco o o o oo o PePePePePePPetrtrtrttrtrttrtrtrarararararaaarcacacacacacacacacaa eeeeee, , , , , , aoaoaoooaoo
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VASARI, Giorgio. Seis poetas toscanos. 
1544. 1 óleo sobre tela, color., 
132 cm × 131 cm. Instituto de Artes 
de Minneapolis, Minneapolis. 
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 Com os colegas, retome estes assuntos:
1. Qual movimento é representado na obra de Giorgio Vasari?
2. Cite as principais características desse movimento.
Iluminismo
Justificativa de seleção de conteúdos.1
Orientação para a realização da atividade e gabarito.2
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ooo fffffunununuuu dododoodooo,,, GiGiGiGiGiGGiG ovovovovovovananananannnninininininiiiii BBBBBBBococococcoccacaccacacacc cccccccccccccccc ioioioioioiooo...
íííííínsnsnsnsnsnsnnsululuuuuuaaa ItItIttálálállálllá iciciccccca a a a nononoo ssssécécéccululululullulo o oooo XIXIXIXXIX V.V.V.V.VV 
16
O Iluminismo ou Ilustração foi um movimento filosófico e intelectual que se desenvolveu na Europa no 
século XVIII, que ficou conhecido como o Século das Luzes. Tal movimento influenciou revoluções burguesas 
e movimentos de libertação nas colônias, chegando ao Brasil Colônia. Seu nome tem origem nas iluminuras, 
na ação de “iluminar” o pensamento em busca da verdade. O termo “iluminismo” foi estabelecido porque os 
integrantes do movimento procuravam combater a ignorância, eliminar as superstições e iluminar o seu tempo 
com novas ideias voltadas para as virtudes, a igualdade e a razão.
A Revolução Científica, que teve início durante o Renascimento, influenciou o pensamento iluminista, tra-
zendo a ideia de que a ciência deveria estar separada da religião. Segundo essa ideia, a ciência deveria buscar 
respostas para questões que eram explicadas, até então, exclusivamente pela fé. 
Para os iluministas, a razão levaria os seres humanos ao progresso e os libertaria de todos os males, promo-
vendo o bem-estar. 
Aprofundamento de conteúdo para o professor.3
Organize as ideias 
Retome alguns assuntos já estudados, fazendo o que se pede a seguir. 
 1. Você se lembra do significado dos termos “Humanismo”, “Renascimento”, “absolutismo”, “mercantilismo”? 
O Antigo Regime foi o período marcado por essas características. Para entender como era a sociedade 
do Antigo Regime, relembre o significado desses termos e anote suas respostas.
Humanismo: 
doutrina que coloca o ser humano como o centro de todas as coisas, ou seja, para ele, devem se direcionar todas as ações e as
preocupações humanas, sobretudo as da Ciência e da Filosofia.
Absolutismo:
forma de governo que predominou na Europa Ocidental após a formação dos Estados Nacionais Modernos e que teve como 
característica a centralização política na figura de um monarca que governava com poderes absolutos. A transmissão do poder era
feita de forma hereditária. 
Renascimento:
movimento cultural surgido inicialmente na Península Itálica, a partir do século XIV, cuja base era o humanismo e que tinha como
características o estudo da Antiguidade Clássica, o antropocentrismo, o hedonismo e o Racionalismo. 
Mercantilismo:
conjunto de práticas econômicas que predominou nas monarquias europeias entre os séculos XV e XVIII e que tinha por base o 
comércio e o controle da economia pelo Estado. 
17
Objetivos
• Estabelecer relações entre Humanismo, Racionalismo e Iluminismo.
• Conceituar Iluminismo, destacando a conjuntura do século XVIII na França.
• Identificar os principais filósofos iluministas, evidenciando a importância de suas obras.
• Compreender o liberalismo econômico, destacando as contribuições de Adam Smith.
• Conceituar Despotismo Esclarecido, enfatizando suas principais características.
• Relacionar a atuação política dos déspotas esclarecidos ao Iluminismo.
O Antigo Regime foi caracterizado pela monarquia absoluta, pela economia mercantilista com característi-
cas agrárias e pela sociedade dividida em segmentos determinados pelo nascimento e com pouca mobilidade 
social. Os filósofos iluministas questionaram a sociedade do Antigo Regime, em sua organização política, eco-
nômica e social. 
A base do pensamento iluminista é o Racionalismo, que pregava que a única forma realmente segura de 
se chegar à verdade era pelo uso da razão. O conhecimento adquirido por meio do uso de nossos sentidos – 
visão, audição, etc. – não poderia ser considerado seguro, pois eles poderiam nos confundir e levar a conclusões 
erradas sobre determinada situação.
 Precursores do 
Iluminismo
Um dos grandes representantes do Ra-
cionalismo foi o francês René Descartes, 
que viveu entre 1596 e 1650. Embora tenha 
vivido antes do Século das Luzes (século 
XVIII), o seu pensamento influenciou vários 
iluministas. Descartes pretendia criar um 
método de investigação que pudesse ser 
aplicado a todas as ciências. Ele acreditava 
que a forma mais segura para se chegar a 
um conhecimento era por meio da utiliza-
ção da dúvida e do raciocínio matemático. 
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Leia o texto a seguir sobre a elaboração do raciocínio de Descartes.
Troca de ideias
[...] Ele chegou à conclusão de que a única coisa sobre a qual podia ter certeza era a de que 
duvidava de tudo. E foi então que compreendeu o seguinte: se havia um fato de que ele podia ter 
certeza, este fato era de que ele duvidava de tudo. Se ele duvidava, isto significava que ele pensava. 
E se ele pensava, isto significava que ele era um ser pensante. Ou, como ele mesmo dizia: “Cogito, 
ergo sum”. 
— E o que significa isto?
— Penso, logo existo. 
GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Tradução de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 257. 
Sugestão de abordagem da atividade. 4
DUMESNIL, Pierre-Louis, o Jovem. Descartes na corte da rainha Cristina da Suécia. 
[séc. XVIII]. 1 óleo sobre tela, color., 97 cm × 126 cm. Museus do Palácio de Versalhes, 
Versalhes.
• Na cena, René Descartes ensina a rainha Cristina da Suécia. Descartes de-
fendia que a capacidade da mente humana é a mesma entre homens e mu-
lheres e independia da condição social do indivíduo
De acordo com o texto, qual é a base do raciocínio de Descartes para comprovar a sua existência? 
A base do pensamento de Descartes para comprovar a sua existência é o ato de duvidar, que adquire aqui o sentido de pensar de 
forma organizada e racional. Para Descartes, era necessário duvidar de todas as verdades postas. 
8o. ano – Volume 118
O método dedutivo ficou bastante conhecido após a publicação de sua obra Discurso do método. Ele 
baseava-se no cumprimento de quatro operações principais para a solução de um problema ou o esclareci-
mento de uma dúvida: primeiramente, era necessário duvidar de tudo o que fosse apresentado como verdade, 
iniciando o processo de raciocínio com base na dúvida; em seguida, a questão deveria ser dividida em “partes” 
menores; começava-se a resposta ao problema por suas partes mais simples, depois pelas mais difíceis e, então, 
agrupavam-se os raciocínios de forma que fossem delineando uma resposta para a pergunta; por fim, enume-
ravam-se todas as conclusões tiradas para conferi-las, com o objetivo de manter a ordem dos pensamentos.
Se você pensar na forma como resolve problemas em sua aula de Matemática, observará que é mais ou me-
nos assim que transcorre a solução deles, não é mesmo? As ideias de Descartes mostraram-se muito adequadas 
à resolução de problemas matemáticos, nem sempre podendo ser aplicada com sucesso a questões de outras 
áreas. Independentemente disso, o trabalho desse estudioso exerceu influência sobre áreas das Ciências Huma-
nas, como a Filosofia, e contribuiu para o fortalecimento do movimento humanista que colocava o indivíduo 
como alvo para o qual deveriam convergir todos os esforços humanos.
Cotidiano
Certamente você já se deparou com um plano cartesiano 
em suas aulas de Matemática. O plano cartesiano trabalha a 
noção de localização vertical e horizontal de um ponto. Ele foi 
uma das criações do filósofo Descartes e tem muitas utilidades 
práticas – o uso de latitudes e longitudes para determinar a lo-
calização de certo local no espaço, por exemplo, baseia-se no 
plano cartesiano. Os aparelhos de GPS (Global Position System), 
que servem para dar a localização de uma pessoa ou local no 
espaço, utilizam como referência essas linhas imaginárias. 
Você já precisou usar um GPS? Em qual situação?
Reflita sobre as questões a seguir.
 1. Na página 17, retomamos o conceito de Humanismo. Vamos agora construir uma definição para 
Racionalismo. 
O Racionalismo foi um movimento que difundiu o uso da razão para a busca de todas as respostas. Baseado na observação e na 
experimentação, foi desenvolvido durante o século XVII, contrapondo-se à posição da Igreja Católica de que todos os 
conhecimentos estavam presentesna Bíblia.
 2. Agora, com o conhecimento sobre Humanismo e Racionalismo, explique a relação que há entre eles.
O Humanismo foi um movimento de estudo da Antiguidade Clássica e produção de novas obras e estudos que tinham como
principal objetivo os seres humanos. Dessa forma, ao relativizar o teocentrismo, o uso da razão levou à busca de respostas na
natureza e na observação.
Sugestão de abordagem da atividade. 5
Organize as ideias 
4
3
2
1
–1
–2
–3
–4
–4 –3 –2 –1 1 2 3 4
 História 19
Filósofos iluministas
Foi na França que a filosofia iluminista atingiu sua plenitude, estimulando mudanças radicais. O pensamen-
to iluminista foi formulado por um grupo de intelectuais que tinham uma visão crítica da sociedade na qual 
viviam. 
De maneira geral, pode-se dizer que eles se preocupavam muito com questões políticas e escreveram bas-
tante sobre elas. Suas ideias tiveram grande influência no período em que viveram, alterando os rumos da 
política e gerando mudanças que influenciam a forma como vivemos na atualidade. Os iluministas acreditavam 
que o conhecimento humano advindo do pensamento racional traria o progresso. Conheça algumas das ideias 
principais dos filósofos iluministas. 
O inglês John Locke (1632-1704) viveu nos atribulados anos da Revolução 
Puritana (1642-1648) na Inglaterra e assistiu à ascensão da burguesia ao poder 
do Parlamento. Ele publicou a obra Segundo tratado sobre o governo civil 
e outros escritos, na qual defende o Estado como mecanismo capaz de 
garantir a segurança e a propriedade das pessoas. Locke alertava que, 
na ausência do Estado, as pessoas não teriam seus direitos naturais 
respeitados: a vida, a liberdade e a propriedade; por isso, era necessário 
estabelecer um contrato social. Por esse contrato, os indivíduos cede-
riam parte de sua liberdade ao Estado, para terem os benefícios da vida 
em sociedade. Ele defendia que, quando o Estado não garantia aos seus 
cidadãos esses direitos naturais, o povo tinha o direito de se rebelar. 
Além da formulação dos direitos naturais, John Locke defendia a to-
lerância religiosa e o empirismo, ou seja, que o conhecimento só poderia 
ser obtido por meio da experimentação e da observação para depois se 
fazer uma interpretação sensorial. Para Locke, a mente dos seres humanos 
ao nascer é como um papel em branco, que vai sendo escrito com base 
na experiência.
KNELLER, Godfrey. Retrato de John Locke. 
1697. 1 óleo sobre tela, color., 76 cm × 64 cm. 
Museu Estadual Hermitage, São Petersburgo.
Aprofundamento de conteúdo para o professor. 6
Sugestão de abordagem de conteúdo. 7
Aprofundamento de conteúdo para o professor. 8
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• A pintura feita sob encomenda ao retratista valoriza a propriedade (as terras), considerada por John Locke um dos 
direitos naturais dos indivíduos. A obra está inacabada no vestido da senhora. Especula-se que seria preenchida 
com uma criança 
GAINSBOUROUGH, Thomas. Sr. e Sra. Andrews. 1750. 1 óleo sobre tela, color., 69,8 cm × 119, 4 cm. Galeria Nacional, Londres. 
Aprofundamento de conteúdo para o professor. 9
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8o. ano – Volume 120
O filósofo Voltaire, pseudônimo de François-Marie 
Arouet, nasceu na França no ano de 1694 e viveu até 1778. 
Ele era um humanista; portanto, valorizava todos os pro-
dutos da razão humana, como a capacidade de se expres-
sar e tomar decisões sem ser subjugado pelo governo ou 
pela Igreja. Para ele, o governo deveria, sim, existir; porém, 
seus poderes deveriam ser limitados por uma legislação. 
Defendia também a diminuição dos privilégios do clero e 
da nobreza, a liberdade de imprensa e a cobrança justa de 
impostos que fossem revertidos para o bem da sociedade.
Voltaire foi um severo crítico da instituição Igreja Católi-
ca e da intolerância religiosa. Para ele, apenas a liberdade 
religiosa impediria que uma Igreja se impusesse sobre as 
demais instituições. Ele terminava todos os seus escritos 
com a afirmativa “Esmagai a infame”, para ele, a Igreja. En-
tretanto, ele não era ateu e acreditava que a crença na exis-
tência de um ser supremo contribuía para a manutenção 
da ordem social. É atribuída também a ele a afirmação: “Se 
Deus não existisse, seria necessário inventá-lo”.
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• Imagem que retrata Voltaire contando 
uma das inúmeras fábulas que escreveu 
Sobre o pensamento de Voltaire, leia este fragmento.
A escola de Voltaire, cética e frívola, mais literária do que filosófica, tendia, antes de tudo, a des-
truir o altar. Poupava Deus, mas combatia o clero. O famoso argumento de seu fundador – Se não 
existisse Deus, seria preciso inventá-lo – sintetiza bem o ceticismo doutrinal da escola. Para ela, Deus 
era antes uma necessidade lógica do que uma verdade real. O seu ideal supremo era a liberdade.
SOBOUL, Albert. A Revolução Francesa. São Paulo: Difel, 2003. p. 8.
De acordo com o fragmento, analise as afirmativas a seguir.
 I. Voltaire criticava a Igreja e o clero católico por todos os séculos de censura e castigos que estes cau-
saram aos seres humanos, durante sua primazia no continente europeu.
 II. Voltaire, entretanto, acredita em Deus como uma força superior criadora do Universo.
 III. A crença em Deus, segundo Voltaire, era necessária para que os seres humanos pudessem viver em 
sociedade. Segundo ele, a humanidade deveria temer alguma força superior a ela para o respeito às 
leis e às normas sociais.
De acordo com a análise das afirmativas, assinale a alternativa correta:
X a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
d) Apenas a afirmativa I está certa.
e) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
Aprofundamento de conteúdo para o professor. 10
HUBER, Jean. Voltaire narrando uma fábula. [séc. XVIII]. 1 óleo 
sobre painel, color., 33 cm × 23 cm. Coleção particular.
Organize as ideias 
 História 21
Outra importante contribuição filosófica desse período foi dada por Charles 
Louis de Secondat – o Barão de Montesquieu –, francês que viveu de 1689 a 
1755. Em sua principal obra, O espírito das leis, Montesquieu defendeu a ideia 
de que, no poder político absolutista, os governantes atuavam por suas ambi-
ções pessoais. Além disso, envolvem-se em guerras frequentes, gerando sofri-
mento e miséria ao povo. A única maneira de controlar os governantes seria 
pela divisão dos poderes, de forma que um possa fiscalizar os outros. 
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RETRATO de Montesquieu. 1728. 1 óleo sobre tela, color., 
63 cm × 52 cm. Museus do Palácio de Versalhes, Versalhes.
Pesquisa
Faça uma pesquisa sobre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no âmbito federal no Brasil atual, 
respondendo no caderno a estas questões:
 1. Quem exerce esses poderes?
 2. Qual é a função de cada um desses poderes?
 3. De que forma as pessoas são escolhidas para representá-los?
Jean-Jacques Rousseau era suíço e viveu de 1712 até 1778. 
Assim como Voltaire e Montesquieu, ele também buscava uma 
forma de governo mais justa. Em seus livros Discurso sobre a ori-
gem da desigualdade social e O contrato social, Rousseau afir-
mou que o Estado era injusto e opressor. De acordo com ele, os 
problemas políticos e sociais estavam relacionados justamente à 
existência da propriedade privada, sobretudo à posse de terras, 
pois aí estaria a origem da desigualdade social. Ele propunha que 
o regime de governo ideal era a democracia direta, no modelo 
que prevaleceu em Atenas na Grécia Antiga. Nesse modelo, cada 
cidadão poderia participar das decisões do governo e o Estado se-
ria administrado por representantes escolhidos por serem justos 
e esclarecidos.
Jean-Jacques Rousseau considerava que a sociedade europeia ocidental não 
era o ideal de progresso e convivência humana, mas que esse existia no estado 
da natureza e não em meio à vida emsociedade. Esse pensamento deu origem 
ao “mito do bom selvagem”.
THEVENIN. Jean-Jacques Rousseau. 1764. 1 gravura em 
aço. Biblioteca Municipal de Lyon, Lyon.
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Para salvaguardar a liberdade contra o despotismo, Montesquieu defendia o princípio da sepa-
ração dos três poderes. Em todo governo, dizia Montesquieu, existem três tipos de poder: legisla-
tivo, executivo e judiciário. Quando uma única pessoa, ou órgão exerce todos os três poderes – se 
o mesmo órgão que instaura um processo é o que julga, por exemplo –, a liberdade não pode ser 
preservada. Sempre que a soberania concentra-se nas mãos de uma só pessoa ou organismo, há 
abuso de poder e a liberdade política é negada.
PERRY, Marvin. Civilização ocidental: uma história concisa. Tradução de Waltensir Dutra e Silvana Vieira. São Paulo: Martins Fontes, 2015. p. 300. 
Leia o texto a seguir 
Gabarito. 11
8o. ano – Volume 122
A seguir, há trechos das obras de Voltaire, Montesquieu e Rousseau. Identifique a qual deles pertence o 
trecho, colocando entre parênteses a inicial do nome de seu autor.
( R ) O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se 
de dizer “isto é meu” e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo. Quantos cri-
mes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancan-
do as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: “Defendei-vos de ouvir esse 
impostor; estareis perdido se esquecerdes de que os frutos são de todos e que a terra não pertence 
a ninguém!”. 
( M ) Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do 
povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar 
os crimes ou as querelas entre os particulares. 
( V ) Rogo-vos que vejais as consequências terríveis do direito da intolerância. Se fosse permitido despo-
jar de seus bens, lançar no cárcere, matar um cidadão que não professasse a religião estabelecida, 
que exceção eximiria os mandatários do Estado das mesmas penas? A religião une igualmente o 
monarca e os mendigos. 
O enciclopedismo
Um importante desdobramento do Ilumi-
nismo do século XVIII foi o movimento enciclo-
pedista. O objetivo dos enciclopedistas era criar 
uma obra que reunisse o conhecimento huma-
no sob a ótica iluminista. Os principais envolvi-
dos na produção desses livros foram o filósofo 
Denis Diderot e o matemático Jean D’Alembert. 
Entre os anos de 1751 e 1772, foram produzidos 
35 volumes que contaram com a contribuição 
de nomes importantes, como Voltaire, Rousseau 
e Montesquieu.
A Enciclopédia ou dicionário razoado das 
Ciências, das Artes e dos Ofícios pretendia reunir 
todo o conhecimento humano até então, além 
de divulgar o pensamento iluminista. Os livros 
da Enciclopédia e seus criadores sofreram inú-
meras perseguições na França. Suas obras foram 
incluídas no Índice de Livros Proibidos (Index) da 
Igreja Católica pelo papa Clemente XIII, que con-
siderou que publicações como essa incitavam o 
desprezo pela religião.
Interpretando documentos 
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade 
entre os homens. São Paulo: Nova Cultural, 2005. p. 87.
MONTESQUIEU, Charles L. de Secondat. Do espírito das leis. 
São Paulo: Nova Cultural, 2005. p. 202.
VOLTAIRE. Tratado sobre a tolerância. São Paulo: Martins Fontes, 2000. p. 64.
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COCHIN, Charles-Nicolas; 
PRÉVOST, Bonaventure-Louis. 
Frontispícios da Enciclopédia. 
1772. 1 ilustração.
• No centro da gravura, foi 
representada a verdade 
 História 23
Cotidiano
Apesar de, na atualidade, ser comum consultarmos enciclopédias virtuais, ainda existem muitas famílias 
que guardam enciclopédias impressas em casa. Sua família tem alguma dessas coleções de livros em casa, 
ou você conhece alguém que as possua? Se não existir nenhuma em sua casa, talvez possa encontrar al-
guma na biblioteca da escola. Você já utilizou alguma enciclopédia impressa a fim de realizar um trabalho 
escolar? Aproveite a oportunidade para conhecer uma enciclopédia ou para entrar em contato novamente 
com ela. Na atualidade, de maneira geral, como são realizadas as pesquisas?
Os iluministas buscavam iluminar, ou seja, levar às pessoas a luz do conhecimento, com a finalidade de 
construir uma sociedade melhor, livre da superstição e em direção ao progresso. 
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LEMONNIER, Anicet- 
-Charles-Gabriel. No salão 
de Madame Geoffrin em 
1755. 1812. 1 óleo sobre tela, 
color., 126 cm × 195 cm. 
Castelo de Malmaison, Rueil.
Pesquisa
Escolha um dos temas a seguir e faça uma pesquisa sobre ele. Depois, compartilhe com os colegas os resul-
tados encontrados.
• As atividades praticadas nos salões culturais em Paris no século XVIII.
• A importância de tais salões para a difusão da filosofia iluminista.
• O papel das mulheres na promoção desses salões.
• Os salões literários na atualidade. 
Gabarito. 13
Era comum que os filósofos iluministas se encontrassem nos salões literários, onde discutiam suas ideias e 
liam seus escritos para uma plateia atenta. Muitas vezes, essas reuniões eram promovidas por mulheres da alta 
sociedade. Alguns desses salões tornaram-se muito famosos, como o mostrado na obra acima, promovido por 
Madame Geoffrin. Na tela do artista Lemonnier, foram retratados vários importantes filósofos iluministas, como 
Rousseau, Montesquieu, Diderot e D’Alembert. Eles foram reunidos para a leitura de uma obra teatral denomi-
nada Órfãos da China, escrita por Voltaire, representado no salão por uma estátua de seu busto.
Orientação para realização da atividade. 12
8o. ano – Volume 124
Liberalismo econômico
Como críticos da sociedade na qual viviam, os iluministas também 
não pouparam o sistema econômico mercantilista de uma análise. Um 
dos principais grupos a criticar tal sistema foi o dos fisiocratas, que de-
fendiam a teoria de que a terra e a agricultura eram as únicas fontes 
de riquezas. Segundo eles, o comércio seria responsável apenas por 
transformar e redistribuir essas riquezas pelo planeta.
O escocês Adam Smith (1732-1790), na obra A riqueza das nações, 
afirma que a principal fonte geradora de riqueza era o trabalho aliado 
ao capital. Para ele, a riqueza das nações não era medida por suas re-
servas de metais preciosos, como defendia o mercantilismo, mas por 
seus bens e serviços. Conforme o pensamento dele, o Estado tinha 
como função a segurança, a justiça e a construção de obras públicas. 
Adam Smith acreditava que a lei da oferta e da procura regulava o 
mercado, motivo pelo qual não era necessário que o Estado interviesse 
na economia. De acordo com essa ideia, quanto maior a disponibilida-
de de um produto, menor seria o preço dele. Por outro lado, quanto 
menor a sua disponibilidade, maior seria o preço. 
Uma das principais ideias defendidas por ele é a da especialização 
do trabalho. Segundo ela, cada nação deveria se dedicar a um tipo de 
atividade produtiva. Esta seguiria sua vocação natural, ou seja, estaria 
de acordo com as matérias-primas disponíveis em cada região e as técnicas utilizadas para a produção de deter-
minado material.
Despotismo Esclarecido
O desenvolvimento das ideias liberais, do Racionalismo, do Humanismo e do enciclopedismo mudou a 
forma de pensar das pessoas no Período Moderno. Essas mudanças se refletiram na economia e na política.
Assim, alguns monarcas que governavam com poderes absolutos (também chamados de déspotas) pro-
moveram reformas em seus governos, de forma que atendessem a algumas das mudanças sugeridas pelos 
filósofos. Foram assim denominados déspotas 
esclarecidos, pois haviam sido “iluminados”, “es-
clarecidos” pelas “luzes” da razão, ou seja, pelo Ilu-
minismo. Entretanto, não abriram mão do poder 
absoluto.
Nesse sentido, destacaram-se o rei Frederi-
co II, da Prússia, a rainha Catarina II,da Rússia, o rei 
José II, da Áustria, e o primeiro-ministro Marquês 
de Pombal, de Portugal, durante o governo do rei 
Dom José I (1750 a 1777). 
KAY, John. Adam Smith. 1790. 1 gravura. 
Biblioteca do Congresso, Washington, D.C. 
As teorias defendidas por Adam Smith tiveram 
grande impacto na economia mundial com o 
desenvolvimento do capitalismo. Ele é considerado 
o “pai” do liberalismo econômico, defendendo a 
livre concorrência e a livre iniciativa. 
Para muitos estudiosos, foi essa ideia defendida por Smith que jus-
tificou a dominação dos reinos europeus sobre colônias por todo o 
mundo. Esta seria a origem da grande desigualdade social da sociedade 
contemporânea. A “vocação” agrícola natural brasileira, por exemplo, 
fez com que o processo de desenvolvimento industrial fosse retardado. 
Em 1755, a cidade de Lisboa, capital de Portugal, foi praticamente 
destruída por um terremoto, o que resultou na morte de 30 mil 
pessoas. Sua reconstrução foi confiada ao Marquês de Pombal. Por ser 
muito eficiente nessa tarefa, ele acabou assumindo um papel muito 
importante na reformulação de vários aspectos da política portuguesa. 
Sugestão de abordagem do 
conteúdo e de atividade.
14
Sugestão de atividades. 15
 Aprofundamento de conteúdo para o professor.16
LOO, Louis-Michel van. Retrato de Sebastião José de Carvalho e Melo, 
Marquês de Pombal. 1766. 1 óleo sobre tela, color., 60,5 cm × 76,5 cm. 
Museu de Lisboa, Lisboa.
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 História 25
Gabarito. 17
 1. Tendo como base a linha temporal dos acontecimentos, assinale a alternativa que apresenta a sequência 
correta das mudanças ocorridas na Europa durante a História Moderna.
a) Humanismo – Reforma Protestante – Desenvolvimento do espírito crítico – Contrarreforma – Domí-
nio da Igreja Católica.
X b) Domínio da Igreja Católica – Humanismo – Desenvolvimento do espírito crítico – Reforma Protes-
tante – Contrarreforma.
c) Domínio da Igreja Católica – Contrarreforma – Reforma Protestante – Desenvolvimento do espírito 
crítico – Humanismo.
d) Desenvolvimento do espírito crítico – Domínio da Igreja Católica – Humanismo – Contrarreforma – 
Reforma Protestante.
e) Humanismo – Desenvolvimento do espírito crítico – Domínio da Igreja Católica – Contrarreforma – 
Reforma Protestante.
 2. Leia o texto a seguir. 
As reformas de Pombal ficaram famosas e tiveram reflexos diretos no Brasil, Colônia portuguesa. Pombal 
reorganizou o exército, retirou privilégios do clero e da nobreza, incentivou a educação por meio da reforma 
da Universidade de Coimbra e da criação de várias escolas primárias, além de impulsionar o desenvolvimento 
econômico de Portugal – indústria, agricultura e comércio. No Brasil, fortaleceu o poder das autoridades locais. 
Essa medida foi malvista por grande parte da população colonial, o que causou várias revoltas.
Como você pôde perceber, foram muitas as mudanças que ocorreram na Europa durante o século XVIII. E 
que essas mudanças tiveram reflexos no Brasil.
A emancipação pelo saber
Contra a tradição e o pensamento autoritário, o iluminismo propunha o uso da razão, e uma 
nova divindade instalou-se no espaço que os homens sempre possuem para abrigar seus mitos: o 
saber. Não um saber qualquer, desinteressado (se é que esse tipo de saber tenha alguma vez exis-
tido), mas um saber científico e especializado. Graças a esse saber, os homens estariam livres do 
medo e seriam transformados em senhores; seus mitos seriam anulados e sua imaginação, dissolvi-
da; as práticas supersticiosas e a crença cega no feitiço seriam superadas.
MICELLI, Paulo. As Revoluções Burguesas. São Paulo: Atual/Saraiva, 2010. p. 54. 
Baseando-se no texto que você acabou de ler, reflita sobre as questões a seguir e as responda no caderno.
a) Por que esse movimento de valorização da racionalidade humana foi chamado de Iluminismo?
b) Estabeleça a relação entre Humanismo, Racionalismo e Iluminismo.
c) De que forma o Iluminismo se colocava contra as “práticas supersticiosas e a crença cega no feitiço”?
Hora de estudo
26
 3. Leia o fragmento a seguir:
Nenhum homem recebeu da natureza o direito de comandar os outros. A liberdade é um pre-
sente do céu, e cada indivíduo da mesma espécie tem o direito de gozar dela logo que goze da 
razão... Toda autoridade vem de outra origem, que não é da natureza... O poder que vem do 
consentimento dos povos supõe necessariamente condições que tornem o seu uso legítimo útil à 
sociedade, vantajoso para a república, e que a fixam e restringem entre limites.
DIDEROT, Denis. Autoridade política. In: OS PENSADORES. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987, p. 234.
Denis Diderot foi um dos filósofos iluministas mais destacados do século XVIII.
Observando o fragmento acima e seus conhecimentos, responda às questões a seguir:
a) De acordo com o fragmento, qual é a condição básica para que um indivíduo possa gozar de liberdade?
b) De que forma Diderot vivenciou o que pregava na prática?
c) Quais foram suas realizações concretas para mudar a sociedade na qual estava inserido?
 4. As ideias iluministas embasaram mudanças políticas e sociais. Reflita sobre essa afirmação e responda: As 
ideias iluministas estão presentes em sua vida? De que forma?
O iluminismo faz parte de nossa vida de várias formas – o sistema político brasileiro, por exemplo, apoia-se na ideia dos três poderes, 
de Montesquieu; o desenvolvimento de metodologias científicas, como a proposta por Descartes, contribuiu para o desenvolvi mento 
da ciência; o estímulo à racionalidade também influenciou nos sistemas de ensino.
 5. Leia o fragmento a seguir.
Rousseau [...] em uma segunda obra, de título também famoso: Discurso sobre a Origem da 
Desigualdade entre os Homens. E, afinal, pergunta ele, como é esse negócio de “ricos” e “pobres”, 
como é que é? Essa “desigualdade” para Rousseau, não é “natural”, não decorre da Natureza – pois 
naquela época se falava assim – do próprio Homem. Ela decorre da história dos homens e das re-
lações múltiplas que entre eles se estabeleceram [...]
FORTES, Luiz R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. Brasília: Brasiliense, 1987. p. 67. (Tudo é história).
Jean-Jacques Rousseau foi um dos filósofos iluministas mais destacados do século XVIII. Observando o 
fragmento acima e conforme seus conhecimentos, responda às questões a seguir.
a) A fonte de desigualdade entre os seres humanos teve sua origem na natureza? Justifique sua 
resposta.
b) O que o filósofo propôs em outra obra como forma de amenizar essas desigualdades?
 6. As ideias iluministas embasaram mudanças políticas e sociais. Reflita sobre essa afirmação e responda: 
Essas ideias estão presentes no mundo atual? De que forma?
O Iluminismo faz parte de nossa vida de várias formas. O sistema político brasileiro, por exemplo, apoia-se na ideia dos três poderes, 
de Montesquieu. Ademais, o desenvolvimento de metodologias científicas, como proposto por Descartes, contribuiu para o desen-
volvimento da ciência e o estímulo à racionalidade também influenciou nos métodos de ensino.
 
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1. Qual é a temática central da imagem?
2. Antes da inovação apresentada na imagem, como era realizado o transporte de mercadorias e de 
pessoas? 
3. Reflita sobre as inúmeras possibilidades para o comércio e para o deslocamento humano que a 
invenção dessa máquina gerou.
Revolução Industrial
Observe a imagem a seguir. Ela é bastante 
representativa do conteúdo que vamos estudar 
neste capítulo.
PYALL, Henry; BURY, Thomas T. Vista da estrada de ferro através de Chat Moss. 1831-1833. 1 aquarela. 
Museu Nacional Ferroviário, York. 
Aprofundamento de conteúdo ao professor. 1
Sugestão de abordagem da atividade e gabarito.2
28
Você já parou para pensar em quantas máquinas fazem parte do seu cotidiano? Certamente são muitas e 
foram criadas para facilitar algumas atividades e ações humanas.Quando estudamos a História Antiga e Medieval, observamos que muitas das invenções que temos na 
atualidade não existiam. Entretanto, os seres humanos sempre se esforçaram para produzir instrumentos que 
facilitassem os trabalhos diários. Porém, foi na Inglaterra, durante o século XVIII, que surgiram as fábricas. E com 
elas vieram novas formas de produção, novas relações de trabalho e até mesmo uma categoria profissional: os 
operários. Neste capítulo, vamos estudar a Revolução Industrial e seus desdobramentos. 
Sugestão de abordagem da atividade. 3
Organize as ideias 
Porém, antes de iniciarmos o estudo da Revolução Industrial, vamos relembrar os processos revolucioná-
rios que ocorreram na Inglaterra durante o século XVII.
 1. Qual grupo social assumiu o poder após a Revolução Puritana?
A burguesia, representada por Oliver Cromwell. 
 2. Explique a contribuição da Revolução Puritana para a economia da Inglaterra.
Foram assinados os Atos de Navegação, que contribuíram para o desenvolvimento do comércio marítimo e para o estabelecimento 
de estaleiros. 
 3. Qual o significado comercial que a Revolução Puritana trouxe à Inglaterra?
O governo de Oliver Cromwell buscou estabelecer medidas que beneficiassem o crescimento da burguesia. Uma delas foi o Ato de
Navegação, de 1651, que favoreceu o comércio inglês. 
 4. O que representou a Revolução Gloriosa, ocorrida na Inglaterra em 1688, para o povo inglês?
Os alunos devem contemplar em suas respostas que, após a Revolução Gloriosa, os poderes que eram do rei passaram a ser exer-
cidos pelo Parlamento. E a cada novo rei que se mostrasse desinteressado das suas obrigações o Parlamento as agregava às
funções deste. Na atualidade, a rainha Elizabeth II reina, mas é o primeiro-ministro britânico o chefe de governo.
 
29
Objetivos
• Conceituar Revolução Industrial.
• Identificar os fatores que levaram a Inglaterra a ser a pioneira no processo de industrialização. 
• Apontar mudanças na forma e nas relações de trabalho decorrentes da Revolução Industrial.
• Relacionar as inovações técnicas ao aumento da produtividade e da exploração do trabalho.
• Analisar os movimentos promovidos pelos trabalhadores em busca de melhores condições de 
vida e de trabalho. 
• Relacionar o processo de industrialização, iniciado pela Inglaterra durante o século XVIII, ao 
mundo contemporâneo.
Aprofundamento de conteúdo para o professor. 4Origens da Revolução Industrial
Durante o Renascimento Comercial e Urbano, ocorrido na Baixa Idade Média, as oficinas se tornaram im-
portantes organizações produtivas e políticas dentro das cidades. Nesse período, os bens que eram produzidos 
pelos artesãos, em suas próprias casas, passaram a ser feitos em oficinas, espaços maiores que acolhiam um 
pequeno número de artesãos que realizava o trabalho manufatureiro.
As mudanças nos métodos e nas técnicas de produção continuaram a sofrer aprimoramento. Porém, foi no 
século XVIII que a produção de bens de consumo sofreu um grande salto denominado Revolução Industrial. 
Esta se caracterizou por uma série de mudanças tecnológicas, cujos impactos foram sentidos na economia, na 
política e nas sociedades de todo o mundo. Ela teve início na Inglaterra por volta da metade do século XVIII e 
alterou a maneira e a velocidade de produzir bens de consumo. 
Os historiadores costumam dividir a Revolução Industrial em dois períodos. O primeiro se estendeu da meta-
de do século XVIII até meados de 1850. Essa fase caracterizou-se pela exploração do carvão, do ferro e das má-
quinas a vapor. O segundo teve início por volta de 1850 e caracterizou-se pela utilização do aço, da eletricidade 
e da utilização do petróleo como fonte geradora de energia. 
Sobre o assunto, leia o texto a seguir.
Foi uma das maiores transformações da História: em cerca de cem anos, a Europa de sítios, 
rendeiros e artesãos tornou-se uma Europa de cidades abertamente industriais. Os utensílios 
manuais e os dispositivos mecânicos simples foram substituídos por máquinas; a lojinha do ar-
tífice pela fábrica. O vapor e a eletricidade suplantaram as fontes tradicionais de energia – água, 
vento e músculo. Os aldeãos, como suas antigas ocupações se tornavam supérfluas, emigravam 
para as minas e para as cidades fabris, tornando-se operários da nova era, enquanto uma classe 
profissional de empreiteiros, financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se 
salientava e se expandia rapidamente. Era a Revolução Industrial.
HENDERSON, Willian O. A Revolução Industrial. São Paulo: Verbo; Edusp, 1979. p. 7.
A denominação Revolução Industrial faz referência às mudanças que ocorreram na Inglaterra durante o 
século XVIII e que levaram de uma economia agrária e manual para outra urbana, mecanizada e desenvolvida 
nas fábricas.
WALKER, George. Woman 
spinning. 1814. 1 ilustração. 
In: HAVELL, R.; HAVELL, D. 
The costume of Yorkshire. 
Londres: British Library, 1885. 
A produção de tecidos era 
realizada em pequenas oficinas 
e com a utilização de máquinas 
e ferramentas simples. A lã 
era transformada em fios 
na roda de fiar. Depois, era 
tingida com corantes naturais e 
transformada em tecido em um 
tear primitivo.
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8o. ano – Volume 130
Pioneirismo inglês
A Inglaterra foi um dos reinos europeus beneficiados com a expansão marítima e comercial europeia da Idade 
Moderna. No século XVII, os ingleses tinham formado um império comercial que incluía colônias da América do 
Norte e as Índias Ocidentais.
A Inglaterra tinha, então, uma série de condições que favoreceu esse reino a iniciar o processo de industria-
lização, que depois foi seguido por inúmeras nações do mundo. São elas:
Outro fator que auxiliou no esta-
belecimento das fábricas foi a apro-
vação, pelo Parlamento, da Lei dos 
Cercamentos (Enclosure Acts), que 
determinou o cercamento de todas as 
propriedades rurais. Com isso, as famí-
lias de posseiros, que viviam em terras 
comunais, que ficavam em campo 
aberto, não mais tinham condições 
de produzir para a sua subsistência. 
Assim, essas pessoas formaram a mão 
de obra necessária ao trabalho nas 
fábricas. 
Os trabalhadores que permanece-
ram no campo tiveram que oferecer 
seu trabalho para os grandes proprie-
tários, recebendo baixos salários. Os 
que rumaram às cidades geraram um 
grande êxodo rural. 
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CANALETTO. Ponte de Westminster com uma procissão do presidente da Câmara no 
Tâmisa. 1747. 1 óleo sobre tela, color., 110 cm × 142 cm. Centro Yale para a Arte Britânica, 
New Haven.
A cidade de Londres, no século XVII, era um centro do comércio mercantil que havia 
enriquecido a Inglaterra, inclusive por meio do tráfico de escravizados.
Organize as ideias 
No caderno, faça o que pede a seguir.
 1. Elabore um conceito para Revolução Industrial. 
 2. Quais são os fatores que explicam o pioneirismo inglês no desenvolvimento da Revolução Industrial?
Gabarito.5
• a criação de uma poderosa marinha mercante capaz de transportar grande quantidade de matérias-primas, as quais 
eram transformadas em produtos acabados nas oficinas inglesas e, posteriormente, comercializados em várias partes 
do mundo; 
• o fortalecimento político da burguesia, proporcionado pelas revoluções ocorridas durante o século XVII, que possibilita-
ram a dinamização da economia inglesa;
• o acúmulo de capitais decorrentes do comércio mercantil com o Oriente e as colônias da América, que seriam utilizados 
no estabelecimento das fábricas, na compra das máquinas e das matérias-primas e na contratação da mão de obra;
• as jazidas de carvão e de ferro em seu subsolo;
• a conversão religiosa da burguesia ao puritanismo, que defendia valores como o trabalho e a poupança.
 História 31
O processo de produção industrial
Enquanto no campo os arados e as novas ferramentas contribuíam para o aumento da produtividade,

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