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ENSINO FUNDAMENTAL 8º ANO _HISTÓRIA_VOLUME 4 (PROFESSOR)

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8o. ano
Volume 4
ooo
História
Livro do professor
Livro
didático Europa: ideologias do século XIX 213
14
15
16
Europa: movimentos do 
século XIX 15
Imperialismo: África e 
Ásia 28
A América no século 
XIX 42
©Glow Images/ip Archive
2
A Inglaterra foi pioneira 
na Revolução Industrial. 
Mas o trabalho nas fábricas 
trouxe mudanças para a 
vida da classe trabalhadora. 
Relembre que mudanças 
foram essas e as anote no 
caderno.
Europa: ideologias 
do século XIX
13
Justificativa da seleção de conteúdos.1
©The British Library Board
Sugestão de abordagem da atividade e sugestão de atividades.2
As ilustrações de Gustave 
Doré mostram o resultado 
da industrialização sobre 
a população trabalhadora 
de Londres. Elas retratam 
uma população pobre 
e vivendo em péssimas 
condições.
DORÉ, Gustave. 
Londrinos pobres. 1872. 
1 ilustração. Museu de 
Londres, Londres.
3
Objetivos
• Retomar o panorama europeu do século XVIII, destacando as mudanças econômicas e sociais 
iniciadas na Inglaterra.
• Conceituar ideologia, burguesia, revolução e proletariado.
• Explicar o conceito de liberalismo e suas características.
• Compreender a conjuntura que levou à difusão do liberalismo, socialismo, anarquismo e na-
cionalismo. 
• Identificar as principais ideias norteadoras do liberalismo, do socialismo, do anarquismo e do 
nacionalismo.
• Identificar os principais objetivos da Doutrina Social da Igreja Católica.
Durante o século XVIII, a Europa foi sacudida pela expansão da Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, 
e pelo Iluminismo. Os iluministas promoveram intensas análises e discussões a respeito da política, economia, 
sociedade e, principalmente, da liberdade. A Revolução Industrial foi a responsável pelo surgimento do opera-
riado e pelo enriquecimento da burguesia. 
É nesse contexto de mudanças e agitações sociais que surgiu uma série de pensadores que buscavam com-
preender o mundo em que viviam e propor mudanças.
 1. A respeito da burguesia, desde o seu surgimento até a atualidade, analise as afirmativas a seguir.
 I. Surgiu durante a Idade Média e recebeu essa denominação porque habitava os burgos. 
 II. Conservadora, a burguesia sempre apoiou o absolutismo monárquico.
 III. Foi defensora do Iluminismo porque desejava ascender politicamente.
De acordo com a análise das afirmativas, assinale a alternativa correta: 
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
X d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.
 2. Estabeleça a relação entre Revolução Industrial, burguesia e proletariado.
Os alunos devem contemplar em suas respostas que a Revolução Industrial foi promovida pela burguesia, que tinha dinheiro para o 
estabelecimento das fábricas, a compra de matérias-primas e das máquinas e a contratação dos operários (proletariado). Estes, 
afastados dos meios de produção, tiveram que se sujeitar ao trabalho nas fábricas em troca de um salário.
 
Sugestão de retomada de conteúdos anteriormente estudados.3
Organize as ideias 
Em outras palavras, “ideologia” pode ser descrita como uma maneira de se entender o mundo, por meio de 
um conjunto de crenças ou de valores. 
O século XIX testemunhou o surgimento de várias ideologias que refletiam sobre assuntos como a realidade 
industrial, o fim do poder absolutista ou a função do Estado. Ou seja, tratava-se de questões que marcavam a 
realidade europeia naquele momento. Muitos desses conceitos mantêm-se presentes de alguma forma em 
nossa sociedade na atualidade e influenciaram importantes eventos nos séculos XIX e XX.
Liberalismo 
O liberalismo, fortalecido no século XIX, objetivava o estudo e a compreensão dos mecanismos de funciona-
mento do capitalismo. Para muitos estudiosos, era também a forma de aperfeiçoá-lo. 
Essa ideologia pode ser dividida em liberalismo econômico e liberalismo político. No campo econômico, 
pregava uma economia com menor intervenção do governo. No campo político, desejava um governo sem o 
autoritarismo que marcou o Antigo Regime e assim propôs a divisão dos poderes do Estado. 
As origens do liberalismo podem ser encontradas nas ideias defendidas pelos fisiocratas, grupo de pensa-
dores e economistas franceses do século XVIII, liderados por François Quesnay (1694-1774). Eles defendiam 
que as práticas econômicas deveriam ser regidas por leis naturais, combatendo a interferência do Estado na 
regulamentação da economia. Essas ideias foram difundidas pelo lema Laissez faire et laissez passer, le monde 
va de lui-même (Deixai fazer, deixai passar, que o mundo caminha por si mesmo). 
RIETER, Heinz. François Quesnay, médico 
de Luís XV e fisiocrata. Século XIX. 1 óleo 
sobre tela, color., 95 cm × 75 cm. Museu 
Carnavalet, Paris. 
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Porém, o liberalismo, tal como se configurou no século XIX, foi elaborado pelo escocês Adam Smith (1723-1790), 
cujas ideias foram apresentadas na obra A riqueza das nações, publicada em 1776. Nela, Smith defendeu a tese da 
não intervenção do Estado na economia, sugerindo que esta se autorregulasse de acordo com a oferta e a procura.
Aprofundamento de 
conteúdo para o professor. 
4
O título deste capítulo, Europa: ideologias do século XIX, apresenta um termo que, sem sabermos o seu 
significado, não permite avançarmos em nossos estudos. Você já ouviu falar em “ideologia”?
Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa (2010, p. 1119), “ideologia” pode ser definida como 
“conjunto articulado de ideias, valores, opiniões, crenças, etc., que expressam e reforçam as relações que 
conferem unidade a determinado grupo social (classe, partido político, seita religiosa, etc.) seja qual for o 
grau de consciência que disso tenham seus portadores”.
8o. ano – Volume 44
Para essa autorregulação, deveria prevalecer nas economias nacionais a livre concorrência. No caso, o gover-
no não deveria interferir na qualidade dos produtos fabricados, nem no preço, nem determinar quem poderia 
produzi-los ou vendê-los, deixando essas questões nas mãos dos produtores e dos comerciantes. Desse modo, 
eles se obrigariam a buscar constantemente o aperfeiçoamento de seus produtos. Buscariam também formas 
de aumentar a produção, de acordo com a necessidade do mercado consumidor, para que suas mercadorias 
tivessem grande procura e isso se revertesse em mais vendas e maiores lucros.
Para as nações, a livre concorrência estimularia 
o aumento da produção e, consequentemente, 
fortaleceria a economia nacional. A não inter-
venção do Estado na economia não significava, 
porém, que ele não tinha nenhum papel no libe-
ralismo. O Estado deveria assegurar aos indivíduos 
o direito à propriedade, comprometendo-se assim 
com a ordem social e gerando condições para o 
desenvolvimento da produção. O Estado também 
serviria para garantir a segurança de seus habitan-
tes e de seu território e outros serviços importan-
tes, como a educação.
Além da obra de Adam Smith, outros teóricos 
influenciaram o desenvolvimento do liberalismo, 
com base em reflexões acerca dos trabalhadores e seus empregadores. Thomas Malthus foi um deles. Em sua 
obra Ensaio sobre o princípio da população, de 1798, o autor afirmava que a produção mundial de alimentos 
chegaria a um colapso. Isso porque a população crescia em progressão geométrica (1, 2, 4, 8), ao passo que a 
produção de alimentos crescia em progressão aritmética (1, 2, 3, 4). Caberia ao Estado evitar que a população 
continuasse a se reproduzir de forma desordenada, cumprindo seu papel de zelar pela manutenção da ordem 
social e permitindo o constante desenvolvimento da economia.
BANCO DA INGLATERRA. Cédula de 20 libras. 
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• O economista Adam Smith foi homenageado com a sua estampa 
em uma das cédulas da moeda inglesa
Aprofundamento de conteúdo 
para o professor.
5
Aprofundamento de conteúdo para o professor.6
Outras versões
A respeitodo liberalismo econômico, leia os textos a seguir.
Texto I 
RÉMOND, René. O século XIX: 1815-1914 – introdução à história de nosso tempo. São Paulo: Cultrix, 2000. p. 45.
Além da desigualdade de princípio e da desigualdade de fato, a sociedade liberal repousa es-
sencialmente no dinheiro e na instrução, que são os dois pilares da ordem liberal, os dois pivôs 
da sociedade. [...] O dinheiro é um princípio libertador. A substituição da posse do solo ou do 
nascimento pelo dinheiro como princípio de diferenciação social é incontestavelmente um ele-
mento de emancipação. A terra escraviza o indivíduo, fixa-o ao solo. A mobilidade do dinheiro 
permite que se escape às imposições do nascimento, da tradição, que se fuja ao conformismo des-
sas pequenas comunidades voltadas sobre si mesmas e estritamente fechadas. Basta ter dinheiro 
para que haja a possibilidade de mudar de lugar, de trocar de profissão, de residência, de região. 
A sociedade liberal, fundada sobre o dinheiro, abre possibilidades de mobilidade: mobilidade dos 
bens que trocam de mãos, mobilidade das pessoas no espaço, na escala social.
Sugestão de encaminhamento da atividade.7
 História 5
Texto II
LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. A estetização do mundo: viver na era do capitalismo artista. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Companhia 
das Letras, 2015. p. 11.
Com base na leitura, faça o que se pede.
 1. De acordo com o texto I, quais são os dois pilares nos quais repousa a sociedade liberal?
Dinheiro e instrução.
 2. Explique as justificativas do autor do texto I ao afirmar “O dinheiro é um princípio libertador”.
 3. Explique como o texto II se opõe ao texto I.
O texto I mostra um aspecto mais positivo do capitalismo ao indicar a ideia de mobilidade social promovida pelo dinheiro. O texto 
II, de tom mais pessimista, afirma que o liberalismo econômico apresenta mais desvantagens, com promoção de crises, aumento de 
desigualdades, fim da criatividade, entre outros aspectos. 
Se fizéssemos a lista de termos e juízos que se pespega com maior frequência ao Liberalismo 
econômico, tanto na opinião pública como entre um bom número de intelectuais, não há dúvi-
da de que os carregados de valores negativos prevaleceriam em muito sobre os mais positivos. 
[...] Capaz de aumentar as riquezas, de produzir e difundir em abundância bens de todo tipo, 
o capitalismo só consegue isso gerando crises econômicas e sociais profundas, exacerbando as 
desigualdades, provocando catástrofes ecológicas de grandes proporções, reduzindo a proteção 
social, aniquilando as capacidades intelectuais e morais, afetivas e estéticas dos indivíduos. 
 pespega: aplica. difundir: propagar, divulgar. exacerbando: intensificando. 
Organize as ideias 
O liberalismo se colocava diretamente contra algumas práticas do absolutismo. Sobre a relação entre abso-
lutismo e liberalismo, reflita e responda:
a) Quais eram as principais características do sistema de governo absolutista?
b) Que papel o Estado deveria desempenhar, de acordo com os princípios liberais?
c) De que forma o liberalismo se colocava contra o absolutismo?
Gabarito.8
Socialismo 
Opostas ao liberalismo, outras teorias surgiram na Europa, no mesmo período. Elas tinham como objetivo 
criticar esse sistema econômico e propor outras formas de organização social, baseadas na divisão das riquezas 
produzidas, de maneira igualitária. Entre elas, destacou-se o socialismo, ideologia defendida por dois grupos 
distintos: os socialistas utópicos e os socialistas científicos, também chamados de marxistas.
O autor pretende diferenciar o poder trazido pelo dinheiro do poder trazido pela posse de terras ou de títulos nobiliárquicos. A 
propriedade da terra e de títulos de nobreza, de certa forma, prende seu proprietário à região ou à sociedade na qual está inserido. 
A posse do dinheiro, um bem móvel, permite ao seu proprietário gerir sua riqueza onde bem desejar, podendo realizar mudanças 
radicais em sua vida. Outro fator a ponderar é o de que o título de nobreza ou a terra eram herdados e o dinheiro poderia ser 
obtido sem o caráter do nascimento em um determinado grupo social.
8o. ano – Volume 46
Aprofundamento de conteúdo para o professor.9Socialismo utópico 
Os socialistas utópicos receberam tal denominação por não apresentarem propostas ou soluções passíveis 
de serem postas em prática em larga escala. Os principais socialistas utópicos foram os franceses Saint-Simon e 
Charles Fourier e o inglês Robert Owen.
• O francês Saint-Simon foi o primeiro a idealizar uma sociedade mais igualitária. A sociedade imaginada por ele seria 
governada por cientistas e empresários, não tendo nenhuma classe social ociosa, como a nobreza durante o Antigo 
Regime. A riqueza produzida seria distribuída entre os cidadãos e a injustiça social seria minimizada por um sistema que 
favoreceria as pessoas das classes mais baixas da sociedade capitalista.
• Outro importante autor francês, Charles Fourier, entendia que uma sociedade mais igualitária passava pela organi-
zação da população em falanstérios – comunidades pautadas no cooperativismo. Assim, as pessoas realizariam as 
tarefas nas quais tinham mais habilidade e dividiriam os frutos desse trabalho comunitário. Com isso, supririam suas 
necessidades e eliminariam a existência de salários.
CONSIDÉRANT, Victor. Descrição do falanstério e considerações sociais de sua arquitetura. 
Século XIX. 1 gravura.
Falanstério proposto por Fourier. O prédio reuniria áreas de habitação, convivência e de trabalho.
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• Diferentemente de seus contemporâneos franceses, o inglês Robert Owen trabalhava como operário e conseguiu ser 
proprietário de uma indústria têxtil na Inglaterra. Para ele, uma sociedade igualitária somente seria possível com o fim dos 
abusos dos patrões em relação a seus empregados, o que o levou a implantar melhorias em sua fábrica. Entre as medidas 
adotadas, estavam: aumento de salários dos empregados; criação de um sistema de assistência social para eles; proibição 
da contratação de menores de 10 anos; redução da jornada de trabalho para 10 horas e meia. Sua experiência teve resul-
tados muito positivos, o que o fez expandir seu projeto. Assim, estabeleceu uma comunidade nos Estados Unidos, no estado 
de Indiana, chamada de Nova Harmonia. Ela não obteve o mesmo sucesso, fazendo com que Owen retornasse à Inglaterra.
Você percebeu que os três autores descrevem (no caso de Owen, ele até a implementa) sociedades com 
novos arranjos sociais. Mas repare também que esses projetos não explicam a maneira como essas sociedades 
seriam estabelecidas. É por isso que tais pensadores ganharam a denominação utópicos.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.10
A designação de socialistas utópicos pode ser perfeitamente usada em relação a esses pensa-
dores [...], pois foram, todos três, reformadores sociais que conceberam fantásticos sistemas de 
organização da sociedade, sem a menor atenção a aspectos políticos e aos interesses materiais 
envolvidos. Jamais se apresentaram como representantes da classe operária, ou de qualquer outra 
classe; sua pretensão era defender os interesses da humanidade como um todo, impondo o impé-
rio da razão e da justiça eterna. [...]
TEIXEIRA, Aloisio (Org.). Utópicos, heréticos e malditos: os precursores do pensamento social de nossa época. Rio de Janeiro: Record, 2002. p. 28.
 História 7
Troca de ideias
Ao longo de todo o século XIX, surgiram várias ideologias que propunham o estabelecimento de sistemas 
cooperativos de trabalho, sem a exploração dos trabalhadores pelos patrões, com a formação de sociedades 
mais justas e igualitárias. Reúna-se com um colega e, tomando por base as informações anteriores, debatam 
estas questões e as respondam:
 1. Retorne à página inicial do capítulo e apresente nas linhas a seguir as condições de trabalho e vida na 
Europa no contexto da Revolução Industrial.
Foram impostos aos trabalhadores: ambientes de trabalhoinsalubres, baixos salários, longas jornadas de trabalho e exploração da 
mão de obra infantil. O desemprego e as aglomerações nos bairros operários estão registrados na ilustração de Gustave Doré.
 2. De que forma a proposta do estabelecimento de cooperativas entre os trabalhadores, presentes no pro-
jeto de vários socialistas utópicos, colocava-se contra o sistema de trabalho vigente até então?
O cooperativismo propunha o fim da divisão entre donos de fábricas e trabalhadores. Seu princípio fundamental era a cooperação
entre os membros produtivos da sociedade. Essa proposta se colocava diretamente contra a exploração dos trabalhadores, comum
ao sistema capitalista. 
Pesquisa
Na cidade em que você mora, existem cooperativas? Você sabe como o trabalho delas é desenvolvido e 
como elas são formadas? Busque informações a respeito de uma delas, explicando: 
• período de fundação e os fundadores;
• os objetivos da cooperativa; 
• funcionamento e organização. Sugestão de encaminhamento da atividade.11
Socialismo científico 
Em 1848, foi publicado o Manifesto do Partido Comunista, de autoria de 
Karl Marx e Friedrich Engels. Esse documento é considerado o marco do surgi-
mento do socialismo científico. Assim como os socialistas utópicos, Karl Marx e 
Friedrich Engels propunham o fim da exploração do proletariado e buscavam 
combatê-la. Mas, diferentemente desses, eles estudaram as sociedades huma-
nas sob o ponto de vista econômico, com o objetivo de compreender o sistema 
capitalista.
Os autores iniciaram sua análise pelo estudo da História. Para eles, os aconte-
cimentos históricos importantes eram motivados por fatores socioeconômicos, 
ou seja, o que prevalecia era o desejo de as pessoas acumularem riquezas.
Marx e Engels acreditavam que o capitalismo nada mais era que a forma 
moderna de exploração da classe dominante sobre a dominada. Tal explora-
ção, sob outras denominações e formas, havia submetido as classes traba-
lhadoras ao longo de toda a História. No século XIX, a burguesia era a classe 
dominante e o operariado, ou proletariado, representava a classe dominada. 
MAYALL, John J. E. Karl Marx em 
Londres. 1875. 1 fotografia, p&b. Instituto 
Internacional de História Social, Amsterdã.
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8o. ano – Volume 48
Essa exploração era feita com base na “mais-valia”, termo que designa o trabalho do operário que não é pago 
pelo patrão. 
Para mudar esse quadro, os autores propuseram que os trabalhadores se unissem a fim de realizar uma 
revolução. Uma das frases mais famosas do Manifesto do Partido Comunista é justamente: “Trabalhadores de 
todos os países, uni-vos”. 
A revolução proposta por Marx e Engels se daria em dois momentos:
1º.) Socialismo (Ditadura do proletariado) – os trabalhadores tomariam o governo das mãos das classes do-
minantes e aboliriam a propriedade privada dos meios de produção – máquinas, fábricas, etc. –, que passariam 
ao controle do comitê de trabalhadores. 
2º.) Comunismo – a propriedade privada seria abolida de forma definitiva, bem como o Estado. O trabalho 
e a riqueza passariam a ser divididos igualmente por toda a população, chegando a um modelo de sociedade 
semelhante ao proposto pelos socialistas utópicos.
Analise o fragmento a seguir. Sugestão de atividades.12
Interpretando documentos 
O termo utopia foi utilizado pelo inglês Thomas Morus 
(1480-1535), no século XVI, referindo-se a um país imaginário 
descrito em sua obra UTOPIA, publicada em 1516 (do grego 
outop (o) ia, “de lugar nenhum”). Nesse país, viveria um povo 
com aptidões físicas e intelectuais plenamente desenvolvidas, 
num Estado político concebido sob inspiração humanística. 
Posteriormente, o termo passou a ser utilizado para designar 
diferentes formas de uma organização ideal da sociedade hu-
mana. [...] No decorrer da Revolução Industrial do século XIX, 
outras formulações nesse sentido foram apresentadas, prin-
cipalmente as decorrentes do chamado Socialismo utópico, 
que teve nos franceses Saint-Simon (1760-1825) e Charles 
Fourier (1773-1837) e no inglês Robert Owen (1771-1858) 
os seus melhores representantes. Os sistemas utópicos foram 
caindo em esquecimento, sufocados pelo cientificismo que 
predominou na segunda metade do século XIX até a Segunda 
Guerra Mundial. 
AZEVEDO, Antonio C. do A. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. p. 414.
 1. De acordo com a descrição do país imaginado por Thomas Morus, está “um Estado político concebido 
sob inspiração humanística”. Quais seriam as caraterísticas da organização política de Utopia?
Os alunos devem indicar que Utopia seria marcada por um governo voltado ao bem-estar de seus cidadãos e pela igualdade de 
condições a todos os seus habitantes. É uma excelente oportunidade para retomar as principais características do movimento 
humanista que se desenvolveu na Europa a partir do século XIV.
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HOLBEIN, Ambrosius. Ilha de Utopia. 
1518. 1 xilogravura, p&b. 18 cm × 12 cm. 
Kunstsammlung Öffentliche, Basileia.
• Ilha de Utopia, como imaginada por 
Thomas Morus
 História 9
 2. O texto afirma que as doutrinas utópicas do início do século XIX foram caindo no esquecimento, sufo-
cadas pelo “cientificismo”. Qual é o significado desse termo?
As respostas podem variar, mas, de forma geral, o cientificismo pode ser entendido como a crença de que a ciência era capaz de 
encontrar soluções para todos os problemas humanos. Nesse sentido, acreditava-se que uma abordagem científica, baseada na 
observação, na experimentação e na compreensão das regras que regiam os processos, poderia pautar a ação humana com vistas a 
alcançar determinado objetivo.
 3. A expressão “socialismo utópico” foi cunhada pelos socialistas científicos para se referir às teorias socialis-
tas surgidas no início do século XIX. Quais eram as diferenças entre o socialismo utópico e o científico?
Os ditos socialistas utópicos propuseram a implantação de sociedades igualitárias sem, entretanto, apontar meios para atingi-las. 
O socialismo científico foi desenvolvido com base em um grande estudo histórico realizado por Marx e Engels, o que os levava a 
acreditar que o funcionamento dos sistemas econômicos obedecia a certas regras e que compreendê-las era o princípio básico para 
a criação de propostas efetivas de mudança. O socialismo científico também apresentava a elaboração de um plano para conduzir 
a mudança do socialismo ao comunismo, baseado na revolução e na ditadura do proletariado. 
Anarquismo 
Outra teoria surgida no século XIX é o anarquismo, ainda que as primeiras ideias de caráter anarquista datem 
do fim do século XVIII. O anarquismo muitas vezes é traduzido como sinônimo de caos. A palavra se origina do 
termo grego anarchia, que significa ausência de autoridade. Por isso, muitos acreditavam que os anarquistas 
lutavam pelo fim da sociedade, por uma vida desordenada, o que não é o caso.
[...] o Anarquismo é a doutrina que propõe uma crítica à sociedade vigente; uma visão da 
sociedade ideal do futuro e os meios de passar de uma para a outra. A simples revolta irracional 
não faz de ninguém um anarquista, nem a rejeição do poder terreno com bases filosóficas ou 
religiosas. [...] Sob o aspecto histórico, o Anarquismo preocupa-se, basicamente, com o homem 
e sua relação com a sociedade. Seu objetivo final é sempre a transformação da sociedade; sua ati-
tude no presente é sempre de condenação a essa sociedade; [...] seu método é sempre de revolta 
social, seja ela violenta ou não.
Aprofundamento de conteúdo para o 
professor.
13
Aprofundamento de conteúdo para o professor.14
WOODCOCK, George. História das ideias e movimentos anarquistas: a ideia, v. 1. Porto Alegre: L&PM, 2002. p. 7.
Portanto, os anarquistas defendiam uma sociedade livre de qualquer tipo de autoridade, considerada por 
eles a fonte de toda a infelicidade humana.Os integrantes do movimento anarquista acreditavam que o Estado 
era o símbolo máximo de autoridade e que a lei era seu principal instrumento de opressão, principalmente 
sobre os mais pobres, motivo pelo qual pregavam o fim de ambos. Os anarquistas também eram contrários à 
religião, por acreditarem ser uma fonte de limitação da liberdade humana.
Entre os principais anarquistas destacou-se o francês Pierre-Joseph Proudhon. Em sua obra O que é a pro-
priedade?, de 1840, foi o primeiro a se autointitular anarquista. Era contrário à manutenção de grandes pro-
priedades no campo e à apropriação de todos os lucros pelos donos de fábricas. Por outro lado, defendia a 
manutenção da pequena propriedade organizada em cooperativas como forma de construir uma sociedade 
sem classes sociais, livre da exploração. Para ele, a transição para essa sociedade ideal poderia ser feita de ma-
neira pacífica, sem a necessidade de revolução armada, motivo pelo qual foi considerado por outros pensadores 
de seu tempo como um utópico.
8o. ano – Volume 410
As ideias de Proudhon influenciaram outros pensadores que, assim como ele, acreditavam na existência de 
uma sociedade sem Estado. Para alguns integrantes do anarquismo, a formação de uma sociedade sem Estado 
só poderia ocorrer por meio da luta armada. Esse pensamento deu origem a uma segunda corrente dentro do 
anarquismo: o anarquismo radical.
O principal representante do anarquismo radical foi Mikhail Bakunin, que também era contra a ditadura do pro-
letariado proposta pelos socialistas científicos. Para ele, o estabelecimento de qualquer tipo de governo somente 
contribuiria para perpetuar a opressão do Estado, motivo pelo qual defendia a passagem direta de uma sociedade 
com Estado para uma sociedade livre, por meio de um movimento armado. Bakunin teve ampla militância política, 
contribuindo para a difusão dos ideais anarquistas na Itália, na Alemanha e na França.
As ideias defendidas por Bakunin também serviram de base para a criação do anarcossindicalismo, segundo 
o qual as organizações de trabalhadores não deveriam restringir sua atuação à luta por mais direitos ou salários 
mais altos. Antes, deveriam configurar-se como núcleos de conscientização dos trabalhadores sobre as injusti-
ças do capitalismo, transformando-os em agentes do anarquismo.
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ai
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Pa
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• Pierre-Joseph Proudhon 
representado com seus 
filhos
Aprofundamento de conteúdo para o professor.16
Aprofundamento de conteúdo para o professor.15
Organize as ideias 
Sobre o anarquismo, ideologia difundida na Europa ao longo do século XIX, analise as afirmativas a seguir.
 I. Pregava a inexistência do governo.
 II. Teve o apoio da burguesia, a qual desejava liberdade política e econômica.
 III. Era contrário a qualquer crença religiosa por acreditar que era limitadora da liberdade.
De acordo com a análise das afirmativas, assinale a alternativa correta:
a) Todas as afirmativas estão certas. 
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
X d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.
COURBET, Gustave. Pierre-Joseph Proudhon e seus filhos. 1865. 1 óleo sobre tela, color., 
147 cm × 198 cm. Petit Palais, Paris.
 História 11
Nacionalismo 
O nacionalismo foi uma das ideologias que se fortaleceu e se difundiu na Europa durante a segunda metade 
do século XIX. Como veremos no próximo capítulo, esse século na história europeia foi marcado por instabilida-
de e revoltas populares. Assim, era necessário unir as pessoas por um passado do qual pudessem se orgulhar, 
pela tradição e pela cultura, constituindo uma identidade nacional. O nacionalismo veio, então, para garantir 
o sentimento de pertencimento das pessoas, fortalecendo os Estados. Nem sempre, porém, esse é o resultado 
obtido. 
Congresso de Viena
Como consequência das campanhas napoleônicas na Europa, o Congresso de Viena, iniciado em 1814, esta-
beleceu o Princípio da Legitimidade. Segundo ele, as dinastias que haviam sido retiradas do poder por Napoleão 
Bonaparte deveriam voltar a governar. Além dessa determinação política, o Congresso ainda estabeleceu que 
as fronteiras políticas europeias deveriam voltar a ser como antes das campanhas napoleônicas.
Apesar de tentar resolver todos os problemas da Europa, os líderes reunidos em Viena apenas levaram em 
conta os desejos dos Estados mais poderosos. Assim, deixaram um mesmo povo dividido em vários Estados 
independentes ou vários povos rivais reunidos em um único Estado.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.17
Europa após o Congresso de Viena (1815) 
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Fonte: ALBUQUERQUE, Manoel M. de. Atlas histórico escolar. Rio de Janeiro: Fename, 1977. p. 113. Adaptação. 
Com isso, o nacionalismo por vezes gerou novos conflitos entre os europeus, já que alguns grupos reivindica-
ram sua independência dos governos a que foram subjugados. A alegação de tais grupos é que não tinham ne-
nhum elemento em comum (língua, história, origem, etc.) com os povos aos quais foram anexados. Por outro lado, 
o nacionalismo também foi uma força agregadora em alguns pontos da Europa, pois contribuiu para a unificação 
de povos dispersos em Estados independentes. Esse foi o caso dos Estados Germânicos e dos Estados Italianos.
8o. ano – Volume 412
Com base na leitura e em seus conhecimentos, faça o que se pede.
 1. O que o Congresso de Viena determinou em relação ao poder político na Europa?
O Congresso de Viena estabeleceu o Princípio da Legitimidade, pelo qual deveriam voltar ao poder as dinastias que governavam 
antes das invasões napoleônicas.
 2. Qual a principal crítica ao nacionalismo, segundo o texto?
O texto aponta que o nacionalismo ajuda a fomentar uma cultura dominante, vista como “verdadeira”, justificando a exclusão e 
o preconceito em relação a outras culturas presentes no território. Há, assim, o desenvolvimento de movimentos na atualidade 
denominados xenófobos, de perseguições e de intolerância em relação a certos grupos.
 3. Relacione o texto com a reorganização da Europa promovida pelo Congresso de Viena.
O Congresso promoveu a delimitação das fronteiras políticas de acordo com os direitos sucessórios de seus monarcas. Mas não 
levou em consideração fatores como etnia, língua, religião e história dos povos, criando, assim, organizações políticas insustentáveis. 
A união de pessoas de culturas tão distintas, aliada ao desenvolvimento do nacionalismo, foi um dos motivos para os conflitos que 
se desenvolveram na Europa nos anos seguintes.
Doutrina Social da Igreja 
Durante todo o século XIX, a Igreja Católica foi fortemente criticada pelos intelectuais engajados nas lutas 
sociais derivadas do capitalismo. Karl Marx, inclusive, atribuiu a essa instituição parte da culpa pela situação difí-
cil a que estavam submetidos os trabalhadores, em razão da doutrina dela, que pregava o não questionamento 
da ordem social estabelecida.
Em 1891, no entanto, o papa Leão XIII resolveu declarar publicamente a posição da Igreja a respeito dos pro-
blemas da época, por meio da encíclica Rerum Novarum (Nova Ordem). Nela, o papa conclamava os patrões a 
considerar os ensinamentos básicos do cristianismo, como respeito e amor ao próximo, como parâmetro para 
mediar suas relações com o operariado.
Leão XIII também afirmou ser contrário ao socialismo, entre outros fatores, por este se opor à manutenção 
da propriedade privada, considerada por ele como recompensa do trabalho árduo e honesto. Apoiava, porém, a 
criação de organizações de trabalhadores voltadas à defesa de seus direitos perante os patrões, como os sindicatos.
Esse papa declarou ainda que cabia ao Estado assumir o papel de pacificador das relações entre os dois 
grupos, criando medidas para a melhor distribuição de renda e melhora na vida dos trabalhadores. Ao longo 
de todo o século XX, o tema da justiça social foi debatido por outros papas. Esse foi o caso de Pio XI, que,em 
1931, lançou a encíclica Quadragesimo Anno, em comemoração aos 40 anos da Rerum Novarum, e de João 
Paulo II, com a Centesimus Annus, de 1991. De maneira geral, setores da Igreja envolveram-se com questões 
sociais, especialmente na América Latina, onde governos ditatoriais se instalaram.
Leia este texto a respeito do nacionalismo: 
Interpretando documentos 
Sugestão de atividade.18
[...] toda nação e todo Estado-nação são fundamentados em uma cultura específica de um grupo 
dominante que sob a justificativa de que seus valores são os verdadeiramente “nacionais”, de que são 
os que melhor representam o Estado e o território ao qual pertencem, exclui todas as outras culturas 
também existentes em seu território.
SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2010. p. 310.
Aprofundamento de conteúdo 
para o professor.19
 encíclica: documento produzido pelo líder máximo da Igreja Católica, o papa, e dirigido aos bispos da instituição, que se encarregam 
de divulgar o conteúdo da carta aos fiéis. A encíclica pode apresentar diferentes temas, ligados diretamente à fé católica ou não. 
 História 13
 1. Sobre o liberalismo, ideologia difundida na Euro-
pa durante o século XIX, analise as afirmativas.
 I. Foi pregado pelo movimento iluminista que 
ocorreu na Europa durante o século XVIII.
 II. Teve apoio da burguesia, a qual desejava li-
berdade política e econômica.
 III. A difusão do liberalismo lançou as bases 
para o estabelecimento de sociedades mais 
igualitárias.
De acordo com a análise das afirmativas, assinale 
a alternativa correta:
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
X c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.
d) Apenas as afirmativas I e III estão certas.
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas.
 2. (UECE) O século XIX foi marcado pelo surgimen-
to de correntes de pensamento que contestavam 
o modelo capitalista de produção e propunham 
novas formas de organizar os meios de produ-
ção e a distribuição de bens e riquezas, buscando 
uma sociedade que se caracterizasse pela igualda-
de de oportunidades. No que diz respeito a essas 
correntes, assinale a afirmação verdadeira.
a) O Socialismo cristão buscava aplicar os ensi-
namentos de Cristo sobre amor e respeito ao 
próximo aos problemas sociais gerados pela 
industrialização, mas, apesar de vários teóri-
cos importantes o defenderem, a Igreja o re-
jeitou através da Encíclica Rerum Novarum, 
lançada pelo Papa Leão XIII.
b) No Socialismo utópico, doutrina defendida 
por Robert Owen e Charles Fourier, preva-
leciam as ideias de transformar a realidade 
por meio da luta de classes, da superação da 
mais-valia e da revolução socialista.
X c) O Socialismo científico proposto por Karl 
Marx e Friedrich Engels, através do manifesto 
Comunista de 1848, defendia uma interpre-
tação socioeconômica da história dos povos, 
denominada materialismo histórico.
d) O Anarquismo do russo Mikhail Bakunin de-
fendia a formação de cooperativas, mas não 
negava a importância e a necessidade do Es-
tado para a eliminação das desigualdades.
 3. (UERJ) 
Os anarquistas, senhores, são cidadãos que, 
em um século em que se prega por toda a parte 
a liberdade das opiniões, acreditam ser seu de-
ver recomendar a liberdade ilimitada. [...]
Os anarquistas propõem-se, pois, a ensinar 
ao povo a viver sem governo, da mesma forma 
como ele começa a aprender a viver sem Deus.
Declaração dos Anarquistas, 1883.
VOILLIARD, Odette et alii. Documents d’Histoire Contemporaine (1851-
1971). Paris: Armand Colin, 1964.
No texto acima, está apresentado o seguinte 
princípio do Anarquismo:
X a) rejeição do poder instituído, negando a ne-
cessidade do Estado.
b) recusa das eleições, substituindo-as pelo sin-
dicalismo revolucionário.
c) fim do Estado e da Igreja, pregando sua 
substituição por ações de um cooperativis-
mo associacionista.
d) superioridade da ação profissional sobre a da 
política, buscando a independência dos par-
tidos políticos. 
4. Sobre as ideologias difundidas na Europa ao lon-
go do século XIX, assinale a alternativa correta:
X a) O nacionalismo, sentimento de amor e va-
lorização pela terra natal, acabou gerando 
inúmeros conflitos entre povos europeus. As 
unificações da Alemanha e Itália são exem-
plos de conflitos nacionalistas.
b) O nacionalismo surgiu como consequência 
do pensamento anarquista.
c) O liberalismo teve apoio do proletariado, 
que desejava liberdade para procurar empre-
go em qualquer fábrica.
d) O socialismo foi uma doutrina surgida da 
observação da sociedade industrial, que di-
minuiu as desigualdades sociais existentes na 
Idade Média.
e) A Igreja Católica lançou a Doutrina Social 
com o objetivo de externar o apoio que con-
cedia ao socialismo e ao anarquismo.
Hora de estudo
14
Durante o século XIX, a 
França passou por períodos 
bem conturbados. A obra do 
francês Claude Monet celebra o 
início da Exposição Universal de 
1878, que acontecia em Paris. 
Essa obra nos remete a que 
ideia ou conceito estudado 
no capítulo anterior? Como 
as ideias que estudamos 
anteriormente influenciaram os 
rumos da história europeia na 
prática?
14
Europa: movimentos 
do século XIX
MONET, Claude. Rua Saint-Denis, 
celebração do 30 de junho de 
1878. 1878. 1 óleo sobre tela, 
color., 76 cm × 52 cm. Museu de 
Belas-Artes, Rouen. 
Sugestão de abordagem da atividade.2
Justificativa da seleção de conteúdos. 1
©Wikimedia Commons/Museu de Belas-Artes de Rouen/The Yorck Project, 2002
15
Objetivos
• Relacionar as ideias socialistas aos movimentos operários do século XIX.
• Compreender os motivos que levaram à eclosão das Revoluções de 1830 e 1848.
• Explicar o que foi A Primavera dos Povos, destacando os motivos do sucesso efêmero.
• Compreender a importância da ocorrência da Comuna de Paris em 1871 para a Europa.
• Analisar os processos de unificação política da Itália e da Alemanha, relacionando-os ao 
nacionalismo. 
No capítulo anterior, estudamos as ideologias que surgiram ou se fortaleceram na Europa durante o século 
XIX. Elas foram fruto da exploração trazida pela economia capitalista e também pelo desejo de vários grupos de se 
constituírem como nação. Neste capítulo, serão abordados os movimentos que tiveram como base tais ideologias.
Organize as ideias 
Sugestão de abordagem do conteúdo.3
a) 
b) 
c) 
A Doutrina Social da Igreja é pois o fruto da fidelidade da Igreja à sua tra-
dição e à sua doutrina, bem como fruto de sua constante preocupação de atualização para 
responder aos desafios emergentes. 
A nação, em seu significado mais simples, é uma comunidade humana estabelecida 
neste determinado território, com unidade étnica, histórica, linguística, religiosa e/ou eco-
nômica. O Estado seria, nesse sentido, o setor administrativo de uma nação . 
Rejeita a autoridade porque nela vê a origem exclusiva da infelicidade do homem. Essa 
autoridade é representada pelo Estado, órgão repressor por excelência. E, em decorrência, 
o Anarquismo condena a lei, instrumento do Estado, ilusória e aplicada sempre 
em prejuízo dos pobres. Sua característica dominante é a rebeldia. 
ÁVILA, S. J. Fernando B. de. Pequena enciclopédia de doutrina social da Igreja. São Paulo: Loyola, 1991. p. 163. 
SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2010. p. 308.
AZEVEDO, Antonio C. do A. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. p. 28.
 2. A respeito do operariado e da ideologia socialista, complete o esquema.2. A respeito do operariado e da ideologia socialista, complete o esquema.
Revolução 
Industrial
 provocou o surgimento do
 proletariado , 
o aumento da jornada de 
 trabalho , do risco
 de acidentese do 
desemprego, etc.
Diante dessa conjuntura, 
ocorreu o desenvolvimento 
do socialismo .
 1. A respeito das ideologias estudadas no capítulo anterior, preencha as lacunas.
8o. ano – Volume 416
Organize as ideias 
Movimento operário 
Como vimos, durante a Revolução Industrial formou-se na Europa o operariado ou proletariado, grupo que 
passou a trabalhar nas fábricas, sujeito às determinações dos proprietários dos estabelecimentos fabris. 
Com o surgimento das fábricas e com a imposição do ritmo ditado pelas máquinas, as condições de vida 
dos trabalhadores sofreram grande piora. Porém, a classe trabalhadora não aceitou a situação passivamente. 
Desde o começo do século XIX, os operários já haviam organizado movimentos de reivindicação por melhores 
condições de trabalho, como o Ludismo ou Movimento Ludita e o Cartismo.
Sugestão de retomada de conteúdos anteriormente estudados.4
Relembre quais foram as principais características dos movimentos operários.
Ludita: 
Iniciado em 1779 pelo operário têxtil Ned Ludd, motivo pelo qual o movimento foi denominado Ludismo ou Movimento Ludita. 
Como forma de protestar contra a exploração imposta pelo trabalho nas fábricas, seus membros destruíam as máquinas, 
consideradas a fonte de seus problemas, por relacioná-las ao desemprego e aos acidentes.
Cartista:
Iniciou-se em 1838. Seus membros acreditavam que as reivindicações operárias somente seriam ouvidas se fossem colocadas de 
maneira política, para serem votadas no Parlamento e, assim, ganhassem a forma de lei. 
 
Além do Ludismo e do Cartismo, surgiu ainda na primeira metade do século XIX o sindicalismo, ou seja, a 
união de operários em associações sindicais. Estas tinham como objetivo a luta por melhores condições de vida 
e de trabalho de seus associados.
O termo “sindicato” em português deriva da palavra sindicat em francês, que significa representante de uma 
corporação. 
Os sindicatos eram formados, em sua maioria, por trabalhadores que atuavam em um mesmo ramo e ti-
nham caráter de auxílio mútuo, organizando-se de modo que pudessem apoiar seus filiados. A primeira função 
dos sindicatos foi a de lutar por melhores salários e pela tentativa de evitar a diminuição destes quando a oferta 
de mão de obra era maior do que a necessária nas fábricas. Além desse objetivo, os sindicatos prestavam auxílio 
aos operários que ficassem desempregados ou passassem por problemas de saúde. Essas entidades tinham 
ainda o papel de organizar a luta em prol de melhores condições de trabalho.
Com base nas ideias socialistas e anarquistas, os movimentos operários se fortaleceram na Europa du-
rante o século XIX e se confundiram com uma série de movimentos por reformas políticas que se alastrou 
pelo continente. Nesse contexto, destacaram-se as Associações Internacionais dos Trabalhadores (mui-
tas vezes só chamadas de Internacionais). Os objetivos delas eram organizar o operariado em todo o mundo 
para lutar por melhores condições de trabalho e constituir o ponto inicial para a eclosão de uma revolução 
socialista. As Internacionais, como o nome indica, foram as primeiras organizações trabalhistas que extrapo-
laram barreiras nacionais.
A criação das Associações Internacionais de Trabalhadores se deu em um contexto de mudanças dentro e 
fora da Europa. São exemplos a guerra civil estadunidense e as lutas na Península Itálica (que levaram à unifica-
ção dos reinos ali presentes, como veremos adiante no capítulo). Havia clara movimentação popular em prol da 
defesa de liberdade e consolidação de direitos.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.5
 História 17
Durante o século XIX, organizaram-se duas Internacionais. A Primeira Internacional foi fundada em Londres 
em 1864. Liderada por Karl Marx, pouco avançou na luta por direitos trabalhistas, já que a discussão acabou 
dominada pelos desacordos entre socialistas e anarquistas sobre a forma como deveria se dar a passagem do 
capitalismo para o socialismo. Como resultado dessas desavenças, os anarquistas, incluindo Bakunin, foram ex-
pulsos da associação, demonstrando que realizar a revolução comunista seria mais complicado do que parecia.
A expulsão dos anarquistas, no 
entanto, não acabou com todas as 
divergências no interior da Inter-
nacional, de maneira que esta foi 
dissolvida em 1876. As lutas ope-
rárias tiveram prosseguimento na 
Europa e, em 1889, foi organizada 
a Segunda Internacional. Nela, vi-
gorou entre os socialistas um clima 
mais moderado e a defesa da ideia 
de que a mudança poderia ser feita 
por vias políticas, evitando, assim, 
a revolução. Novamente houve 
desacordos entre os membros da 
Internacional, levando ao seu en-
cerramento em 1914, ano em que 
teve início a Grande Guerra.
Revoluções de 1830 
Enquanto o socialismo influenciava a luta dos operários por melhores condições de trabalho, as ideias libe-
rais davam início, em 1830, a mais uma revolução na França. Os motivos que a impulsionaram estão relacio-
nados à restauração das antigas monarquias europeias pelo Congresso de Viena, realizado entre 1814 e 1815.
Com a derrota de Napoleão Bonaparte e a realização do Congresso de Viena, ocorreu a restauração da 
monarquia na França com a ascensão ao poder novamente da dinastia Bourbon. É importante lembrar que 
Luís XVI havia sido o rei francês guilhotinado pelos jacobinos durante a Revolução Francesa. 
Em 1814, assumiu o trono da França o rei Luís XVIII, irmão de Luís XVI. Com a lembrança de tudo que sua 
família havia perdido com o processo revolucionário iniciado em 1789, o rei governou de forma moderada em 
uma monarquia constitucional.
Em 1824, Luís XVIII morreu sem deixar um herdeiro direto. Carlos X, irmão do rei falecido, foi coroado. E ele 
logo deu indícios de que planejava implantar um governo com poderes centralizados, inclusive com a restau-
ração dos privilégios de classe, que haviam sido abolidos com a Revolução Francesa. Sua pretensão, porém, ia 
contra o interesse de vários grupos políticos, como os liberais e os republicanos, além de desagradar à popula-
ção mais pobre. Contra ele ergueram-se inúmeros protestos.
Em 1830, o movimento que ficou conhecido como Revolução dos Três Dias Gloriosos, pois se deu nos 
dias 27, 28 e 29 de julho daquele ano, levou Carlos X a renunciar. Luís Filipe, representante dos interesses liberais 
e burgueses, assumiu o trono. Por esse motivo, foi denominado Rei Cidadão ou Rei Burguês.
A destituição da dinastia Bourbon do poder na França passava aos olhos da Europa a mensagem de que os 
franceses não se viam obrigados a obedecer às designações do Congresso de Viena. Logo, outros povos que se 
sentiram prejudicados promoveram movimentos contra as determinações desse Congresso. Lutavam contra a 
imposição das antigas monarquias ao poder ou pela mudança das fronteiras estabelecidas em 1815. Ainda ins-
tigados pelo nacionalismo, alguns países viram-se encorajados a iniciar revoluções em seus próprios territórios. 
Assim, a revolução iniciada na França em 1830 se espalhou por diversos locais da Europa.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.6
REUNIÃO da fundação da Associação Internacional dos Trabalhadores em 28 de setembro de 
1864, St. Martin’s Hall, Londres. 1864. 1 gravura.
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8o. ano – Volume 418
Considerada símbolo da Revolução de 1830, a obra de Eugène Delacroix faz referência à liberdade reivindi-
cada pelo povo nesse período.
Interpretando documentos 
DELACROIX, Eugène. A liberdade conduzindo o povo. 1830. 1 óleo sobre tela, color., 260 cm × 325 cm. Museu do Louvre, Paris.
No material de apoio, há a obra ampliada e uma atividade para conhecer melhor os detalhes dela e os 
seus significados. Aprofundamento de conteúdo para o professor e gabarito do material de apoio.7
A chegada de Luís Filipe ao poder, nele permanecendo por 18 anos, não acabou totalmente com a crise po-
lítica e social na França. O absolutismo europeu era cada vez mais questionado e a difusão das ideias socialistasfortalecia a insatisfação já presente na população.
Revoluções de 1848 
O governo de Luís Filipe, iniciado com a Revolução de 1830, foi marcado pela adoção de uma série de me-
didas de caráter liberal, como sua submissão à constituição francesa. Mas foi marcado também pelo interesse 
em manter no poder apenas os grupos mais ricos da sociedade, como os burgueses. Para isso, beneficiou esse 
grupo, por exemplo, com a implantação do voto censitário.
Ao direcionar seu governo para os interesses da burguesia, Luís Filipe despertou a oposição da população 
mais pobre, dos republicanos e também dos socialistas, grupo que se fortalecia cada vez mais na Europa. Para 
piorar, os anos de 1845 e 1846 foram de crise na produção agrícola, cujos baixos níveis afetaram as populações 
de diversos países europeus, incluindo a França, o que agravou o quadro de descontentamento popular.
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 História 19
Em 1847, os líderes socialistas franceses Louis Blanc, Blanqui e Ledru-Rollin iniciaram uma campanha contra 
o voto censitário, marcada pela realização de inúmeros banquetes, nos quais suas ideias eram difundidas. Em 
fevereiro daquele ano, o primeiro-ministro francês François Guizot proibiu a realização de tais banquetes, o que 
contribuiu para a eclosão de várias revoltas contra o rei. Enviada para reprimi-las, a Guarda Nacional francesa se 
associou aos revoltosos. Luís Filipe, sem condições de reverter a situação, abdicou do trono.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.9
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PHILIPPOTEAUX, Henri F. E. Lamartine, em frente da Prefeitura de Paris, rejeita a bandeira vermelha em 25 de fevereiro de 1848. Século XIX. 
1 óleo sobre tela, color., 275 cm × 630 cm. Museu Carnavalet, Paris.
Em meio aos eventos de 1848, foi definida a bandeira da França, tricolor. Na pintura, Lamartine (ao centro) rejeita a opção da bandeira vermelha, 
defendendo a bandeira tricolor como aquela que denota o espírito francês.
Com a abdicação de Luís Filipe, teve início a Segunda 
República na França. Foi formado, então, um governo provi-
sório, de caráter republicano, comandado pelo líder liberal e 
poeta Lamartine e pelos socialistas Ledru-Rollin e Louis Blanc. 
Esse governo, no entanto, não durou muito tempo. Um dos 
principais problemas que enfrentou estava diretamente rela-
cionado à criação das Oficinas Nacionais – empresas dirigidas 
pelo Estado baseadas nos ideais socialistas, sendo seu princi-
pal objetivo diminuir o desemprego. 
Para arcar com os custos das Oficinas, porém, o governo 
aumentou os impostos, gerando outra onda de insatisfação 
por parte da população, contida com violência. 
Em meio a esses conflitos, em novembro de 1848, uma 
nova constituição foi aprovada para a França. Nela, o Poder 
Legislativo seria composto de assembleia eleita por sufrágio 
universal, e o Poder Executivo, ocupado pelo presidente por 
quatro anos. O primeiro presidente eleito para esse cargo foi 
Luís Bonaparte, sobrinho do imperador Napoleão Bonaparte. 
Pouco antes do final de seu mandato, em 1851, Luís deu um 
Golpe de Estado e implantou o Segundo Império.
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CABANEL, Alexandre. Napoleão III. 1865. 1 óleo sobre 
tela, color., 38 cm × 170 cm. Museu Nacional do Palácio, 
Compiégne.
• Luís Napoleão Bonaparte retratado como im-
perador Napoleão III da França, com a coroa e 
o manto real atrás de si
Aprofundamento de conteúdo para o professor.8
8o. ano – Volume 420
Organize as ideias 
Explique de que maneira o liberalismo e o socialismo influenciaram nos processos revolucionários franceses 
do século XIX, elencados a seguir.
• Revolução de 1830; • Revolução de 1848. 
Gabarito.10
A Primavera dos Povos 
O movimento revolucionário que se iniciou na França 
em 1848 logo se espalhou por vários outros locais da Euro-
pa que atualmente correspondem a Alemanha, Áustria, Itá-
lia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Polônia, Sérvia, 
Montenegro, Romênia, Bélgica, Suíça e Dinamarca. Neles, 
organizaram-se movimentos populares contra os governos 
autoritários e a favor do nacionalismo e da liberdade, mar-
cando o ano de 1848 como A Primavera dos Povos. 
Entretanto, com a mesma velocidade que a onda de 
luta pelas questões nacionais atingiu todos esses locais 
e obteve algum sucesso, ela foi reprimida. Segundo o 
historiador Eric Hobsbawm, após um ano e meio do iní-
cio de A Primavera dos Povos, as mudanças mais visíveis 
mantinham-se ainda apenas na França. Em grande parte, 
isso se deu porque esses movimentos revolucionários fo-
ram em sua maioria promovidos pela classe operária, que 
não conseguiu fazer frente aos esforços da burguesia para 
frear o seu avanço.
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VEIT, Philipp. 
Germania. 1848. 
1 afresco. Igreja 
de St. Pauls, 
Frankfurt.
A obra de Veit 
enaltece a história 
e os símbolos 
nacionais 
dos Estados 
Germânicos. 
Ela é uma clara 
expressão do 
nacionalismo que 
se difundia entre os 
povos europeus. 
Aprofundamento de conteúdo para o professor.11
O historiador Eric Hobsbawm explica como se deram e qual a importância das Revoluções de 1848.
Interpretando documentos 
Para a massa do povo comum, o problema era mais simples. [...] Seu ódio aos ricos e aos nobres 
daquele mundo amargo em que viviam, e seus sonhos com um mundo novo e melhor deram a seu 
desespero um propósito, embora somente alguns na Grã-Bretanha e na França tivessem consciência 
deste significado. Sua organização ou facilidade para uma ação coletiva lhes dava força. O grande 
despertar da Revolução Francesa lhes ensinara que os homens comuns não necessitavam sofrer 
injustiças e se calar: “anteriormente, as nações de nada sabiam, e o povo pensava que os reis eram 
deuses sobre a terra e que tinham o direito de dizer que qualquer coisa que fizessem estava bem feita. 
Através desta atual mudança, é mais difícil governar o povo”.
Este era o “espectro do comunismo” que aterrorizava a Europa, o temor do “proletariado” [...]. 
E com justiça, pois a revolução que eclodiu nos primeiros meses de 1848 não foi uma revolu-
ção social simplesmente no sentido de que envolveu e mobilizou todas as classes. Foi, no senti-
do literal, o insurgimento dos trabalhadores pobres nas cidades – especialmente nas capitais – 
da Europa Ocidental e Central. Foi unicamente a sua força que fez cair os antigos regimes desde
 espectro: aparição, fantasma. insurgimento: levante, revolta, insurreição. 
 História 21
Palermo até as fronteiras da Rússia. Quando a poeira se assentou sobre suas ruínas, os trabalhadores 
– na França, de fato, trabalhadores socialistas – eram vistos de pé sobre elas, exigindo não só pão e 
emprego, mas também uma sociedade e um novo Estado.
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 329.
VERNET, Émile J. Barricadas 
na rua Soufflot em 24 de 
junho de 1848. 1848-1850. 
1 óleo sobre tela, color., 
36 cm × 46 cm. Museu 
Histórico Alemão, Berlim.
A obra de Vernet mostra 
barricadas construídas 
pelos revoltosos de 1848 
nas ruas de Paris. O objetivo 
das barricadas era bloquear 
a passagem das tropas 
repressoras.
Com base nas obras de Vernet e de Hobsbawm e em seus estudos sobre o fato retratado, responda, no 
caderno, às questões a seguir.
 1. De acordo com Eric Hobsbawm, qual foi a grande lição aprendida com a Revolução Francesa iniciada em 1789?
 2. A qual grupo social o “espectro do comunismo” assustava?
 3. Todos os operários que participaram dos movimentos de 1848 tinham completa noção dos motivos 
pelos quais se uniam? Justifique a sua resposta.
 4. Qual é o acontecimento retratado na pintura de Émile Jean-Horace Vernet?
 5. Com base no texto de Hobsbawm, quem são as pessoas, em combate com os militares franceses, prote-
gidas pelas trincheiras?
 6. Quais foram as consequências das Revoluções de 1848 na França e em outras partes da Europa?
Gabarito.12
Comuna de ParisNapoleão III (Luís Bonaparte) desejava formar um império tão poderoso quanto o criado por seu tio, Napo-
leão Bonaparte. Para isso, acreditava ser necessário barrar o desenvolvimento de outras potências na Europa, 
motivo pelo qual se envolveu, em 1870, em um conflito com a Prússia, que estava em processo de unificação 
do seu território. Napoleão III, no entanto, foi derrotado no conflito e, como consequência, além de pagar uma 
pesada multa aos prussianos, perdeu o controle sobre as regiões de Alsácia e Lorena. Esse fato deu início a uma 
crise que culminou com a deposição do imperador.
Após Napoleão III ser deposto, assumiu o controle francês um governo provisório, liderado por Adolphe 
Thiers, que, em virtude de seu caráter monarquista, despertou a oposição da população. Assim, em março de 
1871, os operários franceses criaram o Conselho da Comuna, de orientação socialista e republicana, e tomaram 
o poder de Paris, com um governo voltado para os interesses das classes menos favorecidas.
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8o. ano – Volume 422
O governo da Comuna estabeleceu a separação entre Estado e Igreja, bem como o ensino laico e a igualdade 
civil entre homens e mulheres. Decretou ainda as limitações ao trabalho feminino e infantil, o direito de operários 
se apropriarem de fábricas abandonadas, o fim do trabalho noturno, entre outras medidas que favoreciam os 
trabalhadores e que, por isso mesmo, sofreram pronta oposição. De fato, a expectativa de que a tomada de poder 
se espalhasse por toda a França se mostrou equivocada e a Comuna concentrou suas forças em Paris.
Estabeleceu-se um conflito armado entre a Comuna e os soldados de Thiers, que resultou na morte e na 
prisão de milhares de franceses. Em maio do mesmo ano, a Comuna foi finalmente derrotada, encerrando a 
primeira tentativa de implantar um regime de governo voltado para o socialismo.
Unificação da Itália e da Alemanha 
Ao mesmo tempo em que o liberalismo e o socialismo provocaram inúmeras revoluções em toda a Europa, 
o nacionalismo contribuiu para os processos de unificação da Itália e da Alemanha. Tais processos ocorreram de 
forma tardia em relação a outros países da Europa.
Ainda que os dois processos sejam distintos, é possível apontar que ambos foram promovidos ou apoiados 
por setores da burguesia ligados às regiões industrializadas do Piemonte, no território italiano, e da Prússia, no 
território alemão.
Unificação da Itália 
O Congresso de Viena havia dividido a região da Península Itálica em sete Estados independentes. Cinco 
deles, ao norte, estavam sob a tutela da Áustria; o centro da península formava o Patrimônio de São Pedro, 
pertencente à Igreja Católica; e ao sul havia o Reino das Duas Sicílias.
O reino de Piemonte-Sardenha, localizado na região norte da Península Itálica, apresentava comércio e in-
dustrialização mais desenvolvidos que os outros reinos peninsulares. Interessava a ele estender sua influência 
aos demais, garantindo, dessa forma, amplo mercado consumidor para suas mercadorias. Nem todos, porém, 
desejavam a unificação – para as pessoas de algumas regiões, a cultura e até mesmo a língua falada entre esses 
reinos eram muito diferentes. Assim, não havia justificativa para sua reunião sob um mesmo governo, a não ser 
o desejo de Piemonte-Sardenha em dominá-los.
Além disso, a Áustria e a Igreja Católica eram contra a unificação, pois isso implicaria para os austríacos a 
perda de territórios e, para o papa, a perda de sua autonomia. Portanto, o processo de unificação foi marcado 
por inúmeros conflitos. 
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BRAQUEHAIS, Bruno. Barricada na esquina da Boulevard Voltaire e Richard-Lenoir 
durante a Comuna de Paris de 1871. 1871. 1 fotografia, p&b. 
DESTRUIÇÃO da Coluna da Praça Vendôme durante a Comuna de Paris. 1871. 1 
fotografia, p&b.
Dois momentos da Comuna de Paris. À esquerda, barricadas nas ruas francesas, montadas pelos integrantes da Comuna. A capital e a sede do governo francês 
foram temporariamente transferidas para Versalhes. À direita, a destruição da Coluna da Praça Vendôme. Mais de 20 mil pessoas morreram no conflito. 
Aprofundamento de conteúdo para o professor.13
 História 23
Ao mesmo tempo, Giuseppe 
Garibaldi deu início à luta pela 
unificação do Reino das Duas 
Sicílias e Nápoles. 
A luta pela unificação teve início em 1848, quando o rei Carlos Alberto, de Piemonte-Sardenha, declarou 
guerra à Áustria com o intuito de livrar os Estados do norte da tutela austríaca. Essa tentativa não foi bem-
-sucedida, porém contribuiu para que a luta pela unificação da Itália obtivesse mais apoiadores. 
Podemos dividir a unificação italiana em três momentos, indicados no mapa a seguir.
Unificação da Itália
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Fonte: ATLAS histórico. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1989. Adaptação.
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Basílica de São Pedro, Vaticano. As disputas entre o Estado 
Italiano e a Igreja Católica tiveram início em 1871. O rei 
Vítor Emanuel II e o papa Pio IX iniciaram o processo pela 
definição de Roma como capital da Itália ou como sede da 
Igreja Católica. Em 1929, Benito Mussolini e o papa Pio XI 
assinaram o Tratado de Latrão, que estabeleceu a criação do 
Estado do Vaticano. 
Em 1852, o rei Vítor Emanuel II e 
o primeiro-ministro Camilo Benso, 
o Conde de Cavour, iniciaram o 
processo para a unificação dos 
Estados do norte da Península 
(Reino de Piemonte-Sardenha, 
Reino Lombardo-Veneziano, Grão- 
-Ducado de Parma, Ducado de 
Módena e Ducado de Toscana).
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Com o norte e o sul unificados, 
faltava a região central da 
Península. Roma foi elevada à 
capital da Itália, foi invadida, 
tendo início em 1871 a Questão 
Romana – disputa entre o Estado 
Italiano e a Igreja Católica pelo 
Patrimônio de São Pedro. 
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24 8o. ano – Volume 4
A unificação da Itália representou a vitória de um projeto monárquico e capitalista. Sobre essa afirmação, 
responda às questões a seguir.
 1. Quem liderou esse processo?
O rei Vítor Emanuel II, o primeiro-ministro Cavour e Giuseppe Garibaldi.
 2. Quais eram os outros projetos que previam a unificação italiana? 
Havia o projeto de Giuseppe Mazzini, que previa a unificação dos povos da Península Itálica com a iniciativa da população, sob um 
regime republicano (Jovem Itália). Havia ainda o projeto dos defensores do estabelecimento de um governo comandado pelo papa 
(Moderados). 
Giuseppe Garibaldi foi um dos nomes de destaque na luta pela unificação da Itália. Ele combateu em várias 
frentes, até ser preso em 1834 e condenado à morte. Para escapar de sua sentença, Garibaldi fugiu para o Brasil. 
Chegando ao país, atuou a favor dos revolucionários farroupilhas, que lutavam contra a centralização do poder 
imperial no Rio Grande do Sul. Aqui conheceu Anita, com quem se casou.
Desvinculando-se da Revolução Farroupilha, Garibaldi ainda esteve no Uruguai, onde também participou 
de conflitos políticos. Em 1848, ano em que se iniciou A Primavera dos Povos, retornou à Itália, engajando-se 
novamente na luta pela unificação ao lado de sua esposa. Garibaldi se aproximou do rei da Sardenha, Vítor 
Emanuel II, e de seu primeiro-ministro, o Conde de Cavour, que lideravam a unificação da Itália.
Aprofundamento de conteúdo para o professor.14
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FERREIRA, Joaquim da Rocha. Anita Garibaldi. 
1933. 1 óleo sobre tela, 55,5 cm × 71,3 cm. Museu 
Histórico Nacional.
Organize as ideias 
GIUSEPPE Garibaldi na capa da Revista 
Illustrazione Italiana. 1910. 
• Giuseppe 
Garibaldi foi 
considerado um 
dos líderes da 
unificação da 
Itália, movimen-
to que contou 
com forte apelo 
nacionalista 
• Anita Garibaldi, 
que lutou ao 
lado de seu 
marido pela 
Itália, é conhe-
cida como “a 
heroína dos 
dois mundos”
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 História 25
Em 1862, Otto von Bismarck, defensor da unificação dos Estados Ger-
mânicos sob a liderança da Prússia, foi nomeado primeiro-ministro prus-
siano, dando início à nova campanha. Com isso, prussianos combateram 
dinamarqueses e austríacos, vencendo-os e unificando toda a Região 
Norte, sob a liderança de Guilherme I Hohenzollern, da Prússia.
Os prussianos, comandados por Guilherme I e Bismarck, iniciaram 
campanha pela unificação dos Estados do sul. Porém, encontraram forte 
oposição por parte da França de Napoleão III, contrário à formação de 
uma potência nas fronteiras de seu reino. De 1867 a 1870, o processo de 
unificação alemã permaneceu estagnado. Mas, em 1870, uma questão 
sucessória colocou os dois países em conflito mais uma vez – o rei da 
Espanha havia falecido e seu sucessor era da dinastia dos Hohenzollern, 
da Prússia. Os franceses encararam essa possibilidade como o risco de se 
estabelecer geograficamente um cerco por parte dos alemães a seu terri-
tório e barraram a sucessão. Os dois países entraram em conflito, do qual 
os Estados Germânicos saíram vencedores. Em 1871, por fim foi fundado 
o Império Alemão, sob o comando de Guilherme I.
Unificação da Alemanha 
O Congresso de Viena criou a Confederação Germânica, formada por 39 Estados Germânicos soberanos. A 
Prússia, Estado economicamente mais forte da confederação, desejava a unificação dos Estados sob seu co-
mando, ao que se opunha a Áustria. Em 1834, foi criado pela Prússia o Zollverein – união alfandegária que 
derrubou as barreiras aduaneiras entre os Estados Germânicos –, do qual a Áustria foi excluída. Esse fato levou a 
um confronto entre Prússia e Áustria, sendo esta a vencedora. Como consequência, a Prússia teve de esquecer, 
momentaneamente, seus planos de unificação.
Unificação da Alemanha
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Fonte: 
ALBUQUERQUE, 
Manuel M. de. 
Atlas histórico 
escolar. Rio de 
Janeiro: FAE, 
1988. p. 134. 
Adaptação.
PILARTZ, Jacques. Retrato de Otto von 
Bismarck. 1890. 1 fotografia, p&b. Arquivo 
Federal Alemão, Koblenz.
Otto von Bismarck é considerado um dos políticos 
mais importantes do século XIX, sendo um dos 
nomes responsáveis pela unificação alemã.
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Aprofundamento de conteúdo para o professor e sugestão de atividades.15
8o. ano – Volume 426
 1. Assinale com V as afirmativas verdadeiras e com 
F as falsas. No caderno, reescreva as falsas, tor-
nando-as verdadeiras.
a) ( V ) Pode-se afirmar que o Congresso de Vie-
na, realizado ao fim do governo de Napoleão 
Bonaparte, entre 1814 e 1815, está diretamen-
te relacionado às Revoluções de 1830 e à Pri-
mavera dos Povos, além de aos processos de 
unificação da Itália e do Império Alemão.
b) ( F ) A ascensão de Carlos X ao trono da 
França representou a vitória do projeto so-
cialista nesse país.
c) ( F ) As Oficinas Nacionais, criadas pelo go-
verno provisório da Segunda República na 
França, tinham por objetivo apenas reduzir 
o número de postos de emprego.
d) ( V ) As revoluções que tiveram início na 
França em 1848 logo se espalharam por vá-
rios outros países europeus, tendo a adesão 
dos trabalhadores. Isso acabou afastando os 
liberais moderados desses movimentos.
e) ( V ) Pode-se afirmar que as pretensões im-
perialistas de Napoleão III foram barradas pelo 
processo de unificação do Império Alemão.
 2. A respeito da unificação da Alemanha, respon-
da às questões.
a) Como se deu o início do processo de unifica-
ção do Império Alemão?
Por meio do estabelecimento do Zollverein, união 
alfandegária liderada pela Prússia, a qual derrubou as 
barreiras aduaneiras entre os Estados Germânicos.
b) Por qual motivo esse processo não teve 
continuidade?
Pela oposição da Áustria, que era contra a unificação 
sob a liderança da Prússia.
c) De que modo esse processo foi concluído?
Em 1862, Otto von Bismarck, defensor da unificação 
dos Estados Germânicos sob a liderança da Prússia, foi 
nomeado primeiro-ministro, dando início a uma nova 
campanha unificatória, na qual combateu os dinamar- 
queses, os austríacos e os franceses até a conclusão do 
processo, em 1871.
KOSHIBA, Luiz. História: origens, estruturas e processos. 
O texto faz referência:
a) à Belle Époque.
X b) às Revoluções de 1848.
c) à Restauração de 1815.
d) à Guerra Franco-Prussiana.
e) às Revoluções Liberais de 1820.
 4. (UFPR) A unificação alemã foi articulada pelo 
reino da:
a) Prússia, após a derrota da Comuna de Pa-
ris na Guerra Franco-Prussiana, apoiado em 
uma aliança com a aristocracia austríaca e a 
burguesia prussiana.
b) Áustria, devido à sua superioridade industrial 
e militar dentro da Confederação Germâni-
ca, apoiado em uma aliança com a aristocra-
cia prussiana.
c) Áustria, como resposta à ameaça prussiana 
de unificação após a instituição do Zollve-
rein na Confederação Germânica, apoiado 
em uma aliança com a aristocracia austríaca.
X d) Prússia, devido ao seu poderio militar e força 
econômica dentro da Confederação Germâ-
nica, apoiado em uma aliança entre a aristo-
cracia e a alta burguesia.
e) Prússia, devido à mobilização nacionalista da 
Confederação Germânica durante a Guerra 
Franco-Prussiana, apoiado em uma aliança 
com a grande burguesia austríaca. 
Gabarito.16
 3. (FGV – SP)
A nova onda se propagou rapidamente 
por toda a Europa. Uma semana depois da 
queda de Luís Filipe I, o movimento revolu-
cionário tomou conta de uma parte da Ale-
manha e, em menos de um mês, já estava na 
Hungria, passando pela Itália e pela Áustria. 
Em poucas semanas, os governos dessa vasta 
região foram derrubados, e supostamente se 
inaugurava uma nova etapa da História eu-
ropeia, a Primavera dos Povos.
Hora de estudo
27
28
A charge retrata o 
explorador Cecil Rhodes, 
que atuou na África em 
nome dos ingleses e queria 
instalar uma estrada de 
ferro que atravessaria o 
continente, do Egito ao sul 
da África.
Observando a charge, 
descreva as intenções de 
Rhodes na África. 
Imperialismo: 
África e Ásia
15
Justificativa da seleção de conteúdos.1
Sugestão de abordagem da atividade.2
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SAMBOURNE, Edward L. 
O Colosso de Rhodes. 1892. 
1 charge. In: REVISTA Punch, 
Londres, 1892.
29
Objetivos
• Conceituar imperialismo.
• Relacionar a Revolução Industrial com o imperialismo.
• Analisar a importância da Conferência de Berlim (1884-1885) para o avanço imperialista euro-
peu sobre a África.
• Analisar as ações imperialistas no continente africano. 
• Analisar as ações imperialistas no continente asiático. 
• Compreender as principais caracteríticas do “darwinismo social”.
• Identificar as formas de resistência à dominação imperialista na África e na Ásia.
A Revolução Industrial iniciou um ciclo de acumulação de capital na Europa, que, ao investir no aperfeiçoa-
mento dos meios de produção, intensificou a produtividade industrial. Logo, a população europeia não era mais 
suficiente para comprar tudo o que as indústrias produziam.
A saída encontrada pelos capitalistas foi a comercialização dessas mercadorias em outros locais – princi-
palmente na África e na Ásia. O comércio, no entanto, não era o único interesse dos países europeus, pois eles 
também desejavam expandir seu poder político a essas regiões.
Organize as ideias 
 1. A respeito da Revolução Industrial, analise estas afirmativas:
 I. Teve início na Inglaterra durante a segunda metade do século XVIII.
 II. A produção industrial gerou a necessidade de maior quantidade de matérias-primas.
 III. Como a produção industrial ficou restrita à Inglaterra, os demais reinos europeus não sentiram a 
necessidade de ampliar suas fontes de matérias-primas.
De acordo com a análise, assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
X c) Apenas as afirmativas I e II estão certas.d) Apenas as afirmativas I e III estão certas. 
e) Apenas as afirmativas II e III estão certas. 
 2. Sobre as mudanças trazidas pela Revolução Industrial, leia o fragmento a seguir.
O tempo, estabelecido pelo patrão, passou a valer dinheiro [...]. Dessa forma, com a Revolução 
Industrial o tempo torna-se precioso, dando origem a ideias e expressões antes inteiramente inexis-
tentes: perdi tempo, ganhei tempo. A nova maneira de medir o tempo leva a encarar seu aprovei-
tamento máximo como uma forma de enriquecimento: Deus ajuda quem cedo madruga. Passa-se 
a associar a perda de tempo à improdutividade e à preguiça.
DECCA, Edgard de; MENEGUELLO, Cristina. Fábricas e homens: a Revolução Industrial e o cotidiano dos trabalhadores. São Paulo: Atual, 1999. p. 35.
De acordo com o fragmento e com os seus estudos a respeito das mudanças trazidas pela industrializa-
ção, analise as afirmativas.
 I. Ocorreu o surgimento do proletariado.
 II. O tempo de trabalho não era mais contado pela natureza. Ele era ritmado pela velocidade das máquinas.
 III. A produção industrial se difundiu pela Europa, gerando a necessidade de ampliação dos mercados 
consumidores. 
 IV. A organização social não foi alterada pelo surgimento da indústria.
De acordo com a análise, assinale a alternativa correta.
a) Todas as afirmativas estão certas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
X c) Apenas as afirmativas I, II e III estão certas. 
d) Apenas as afirmativas I, III e IV estão certas. 
e) Apenas as afirmativas II, III e IV estão certas. 
Conceito 
A África foi um continente explorado pelos europeus desde o século XV, com a chegada dos portugueses 
à costa ocidental. O tráfico de escravizados, com o envio de nativos para a América, foi prática mantida até o 
século XIX, separando mais de 11 milhões de homens e mulheres de suas famílias e de suas origens.
No final do século XIX, porém, intensificou-se outro tipo de relação entre os europeus e os africanos. Se até 
então os europeus extraíam mão de obra da África, agora eram os europeus que se deslocavam para o conti-
nente africano. Esse processo de colonização ficou conhecido como neocolonialismo ou imperialismo.
A prática imperialista, no entanto, é muito antiga, sendo atribuída ao ato de dominação de um Estado em 
relação a outro. É o que aconteceu, por exemplo, na Antiguidade, quando Roma dominou e submeteu quase 
todos os povos que viviam na Europa.
 Sugestão de retomada de conteúdos anteriormente estudados.3
O Imperialismo caracteriza-se pela dominação política e econômica, direta ou indireta, de uma 
nação mais rica e poderosa sobre outra mais pobre e fraca. No século XIX, as nações ricas e industria-
lizadas entraram numa competição pela conquista de nações menos desenvolvidas da Ásia e da África. 
Em muitos casos, contentavam-se em fazer empréstimos financeiros, explorar estradas de ferro, minas 
e serviços públicos em geral, limitando a soberania da nação dominada. [...] no século XIX as formas 
de conquista variavam muito segundo as finalidades políticas, estratégicas ou econômicas.
MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia: a expansão do imperialismo europeu do século XIX. São Paulo: Atual, 1994. p. 4-5.
O imperialismo europeu do século XIX ocorreu no contexto da Segunda Revolução Industrial, quando mais 
Estados europeus se desenvolviam industrialmente. 
Inglaterra e França foram os primeiros Estados europeus a partir em corridas imperialistas pela África e pela 
Ásia. Havia também o fortalecimento da Alemanha, país que passara pela unificação em 1871 e que investia em 
industrialização. Os alemães buscavam solidificar seu poder dentro e fora da Europa, e boa parte do destino da 
África (aos olhos europeus) foi definida pelas ações deles.
A África foi o primeiro continente a sofrer com as investidas imperialistas dos países industrializados. Isso 
porque estava mais próximo geograficamente da Europa. Entretanto, a Ásia, mais distante, também não foi 
poupada pela cobiça imperialista.
Discurso civilizatório 
A ação imperialista europeia se deu baseada em um discurso civilizatório. Seria “missão” dos europeus levar 
o conhecimento, o desenvolvimento, o progresso e a ciência aos povos de outros continentes, ajudando-os a 
alcançar o mesmo nível de desenvolvimento dos países da Europa.
Obras como A origem das espécies, de Charles Darwin, sobre a seleção natural, foram utilizadas de forma 
deturpada no sentido de favorecer os europeus, vistos como os “mais fortes e evoluídos” em relação aos demais. 
Era função deles, portanto, colonizar outros povos a fim de “educá-los”.
Essas ideias são chamadas de pseudocientíficas, pois distorcem a ciência para justificar o racismo, o precon-
ceito e a extorsão.
8o. ano – Volume 430
Outras versões
Interpretando documentos 
PEARS’ Soap Company. Lightening the white man’s burden 
(Aliviando o fardo do homem branco). 1899. 1 propaganda. In: 
REVISTA McClure’s. Nova Iorque, 1899. Biblioteca do Congresso, 
Washington, D.C.
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Observe a propaganda a seguir, de 1899.
As bordas da imagem nos mostram diversos navios e, 
no canto direito, um missionário entregando um sabonete 
a um nativo.
 1. Com base em seus conhecimentos, explique como a 
propaganda se relaciona com o ideal civilizatório dos 
europeus da segunda metade do século XIX.
A propaganda relaciona o sabonete (um item de limpeza) com a 
ação do “homem branco” de também “purificar” as populações 
de locais distantes e por eles considerados “atrasados”.
 2. Como a propaganda mostra uma imagem positiva 
do imperialismo?
A propaganda indica que levar a “civilidade” aos povos distantes é 
o “fardo” do homem branco, ou seja, é sua tarefa ou missão. A 
propaganda dá a entender, pela imagem do canto direito, que a 
promoção da civilidade é uma atividade benéfica e honrosa, que 
promove o bem geral, representado pelo uso do sabonete. 
 
A imagem é uma propaganda de sabonete veiculada em 1899 na revista 
McClure’s, nos Estados Unidos. A propaganda mostra o almirante George 
Dewey lavando as mãos, com o texto: “O primeiro passo para aliviar o 
fardo do homem branco é por meio do ensino das virtudes da limpeza. 
O sabonete Pears é um fator potente para iluminar os escuros cantos da 
terra à medida que a civilização avança, enquanto entre as culturas de 
todas as nações ele ocupa o lugar mais alto – é o sabonete ideal”.
Para muitos europeus, o que se buscava na África e na Ásia era a implantação de um projeto que beneficiaria 
as populações nativas.
Uma colonização baseada em quadros de pessoal e em capitais, em técnicos que ensinariam 
aos habitantes do país os processos modernos de aproveitamento da terra, construiriam estradas, 
vias férreas, barragens, introduziriam culturas novas e a pecuária racional. A fome desapareceria, 
as doenças recuariam. As populações, progressivamente instruídas, se organizariam, [...] teriam 
seus governos, suas alfândegas, seus exércitos [...]
BRUNSHWIG, Henri. A partilha da África Negra. São Paulo: Perspectiva, 2004. p. 22.
 História 31
Para os africanos, porém, a realidade vivida foi bastante diferente.
Até 1880, em cerca de 80% do seu território, a África era governada por seus próprios reis, 
rainhas, chefes de clãs e de linhagens, em impérios, reinos, comunidades e unidades políticas de 
porte e natureza variados.
No entanto, nos trinta anos seguintes, assiste-se a uma transmutação extraordinária, para não 
dizer radical, dessa situação. Em 1914, com a única exceção da Etiópia e da Libéria, a África in-
teira vê-se submetida à dominação de potências europeias e dividida em colônias de dimensões 
diversas, mas, de modo geral, muito mais extensas do que as formações políticas preexistentes 
e, muitas vezes, com pouca ou nenhuma relação com elas. Nessa época, aliás, a África não é as-
saltada apenas na sua soberania e na sua independência, mas também em seus valores culturais.
BOAHEN, Albert A. A África diante do desafio colonial. In: ______ (Ed.). História geral

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