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1 Sociologia da Educação 2 Sociologia da Educação Sociologia: é o estudo científico das sociedades humanas e das leis fundamentais que regem as relações sociais. Educação: vem do Latim “Educar” que significa instruir, guiar, conduzir. Sociologia da Educação: estuda o processo educativo da sociedade humana. A educação tem variado com o tempo e com o meio. Na educação das cidades gregas e latinas, o indivíduo deveria ser subordinado a coletividade, hoje, ele é autônomo da sua própria identidade; Em Atenas, o objetivo era formar indivíduos delicados, prudentes, sutis, capazes de gozar o belo e os prazeres; Em Roma, a educação era voltada para os homens de ação, preparando-os para a vida militar, os afastando das teorias (artes e letras). Na Idade Média, a educação era cristã.; Na Renascença, tem um caráter literário e artístico; Todas essas sociedades foram fundamentais para o surgimento da sociedade atual. Cada sociedade representa um momento da história da humanidade e para encontrar um tipo de educação absolutamente homogêneo e igualitário, seria preciso eliminar até às sociedades que passaram. Se as cidades gregas não tivessem um caráter coletivo. As sociedades modernas não teriam se desenvolvido em oposição a elas para trabalhar as forças do indivíduo como os romanos, ou a intelectualidade do indivíduo, como os atenienses faziam. O sistema de cada um desse tempo organizava a sociedade, para chegar em um objetivo de que era, sociedade ideal, ou seja, sociedade a qual eles idealizam formar. Para o estado que prioriza uma sociedade civil, a educação será militar. Se o clero monopoliza a sociedade, a educação será religiosa. Se os homens buscam uma sociedade culta, a educação será teórica. Os homens têm uma educação direcionada para os fins que convém atingir. Para o sistema chegar a uma sociedade ideal que a convém, é necessário moldar o indivíduo para tal objetivo, e para isso, o sistema vai usar a educação como mecanismo de uma transformação do indivíduo para chegar ao tal esperado padrão de sociedade. Para cada uma dada sociedade, um objetivo e o objetivo da sociedade é o objetivo da educação. Então, existe uma determinada educação para uma determinada sociedade. É por isso que a educação é a ação exercida, pelos adultos, sobre as gerações que ainda estão em processo de preparação para atuar na vida social; pois a educação é Sistema Indivíduo Sociedade Ideal Educação 3 obrigatória, ou seja, imposta por lei, desenvolvendo na criança, condições que o meio social e político exigem. Devemos levar em conta os erros dos nossos antepassados; para propor soluções para os erros de hoje uma vez que cada aluno tem uma necessidade diferente. O aluno da cidade não é o mesmo aluno do campo, a vida do burguês não é como a vida do operário. A organização do sistema educacional é um defeito, remanescente de outras épocas, a educação não pode ser a mesma, para todos os indivíduos. Dessa maneira, na sociologia da educação, que vamos refletir sobre a influência da sociedade sobre a educação, os movimentos sociais que inspiraram as revoluções estudantis desde a antiguidade até chegar aos dias atuais e a contribuição dos sociólogos suas teorias e pensamentos para o processo de ensino-aprendizagem ao longo da história. Contextualize seu autor. Para entender o pensamento de um personagem da sociologia é preciso olhar para seu contexto social dentro do período histórico em que ele viveu, porque quando olhamos para a sociedade vemos como se encontra a educação naquele dado momento. O que acontece na escola é uma reposta do que acontece na educação. A vitória e a conquista da sociedade é a conquista da escola. Se hoje temos liberdade para expressar o pensamento crítico na escola é poque outrora uma sociedade lutou por isso, e se hoje a metodologia lúdica e conteudista andam juntas é porque outrora houve uma divergência e rivalidade entre elas. Para Enguita (2004), um dos questionamentos da educação era indagar a significação do papel da escola, voltado pra a dúvida de saber se a escola tinha um caráter reprodutor ou transformador, ou seja, se a escola imitava e reproduzia ou transformava a sociedade. Outrora poderíamos dizer que a instituição escolar seria um reflexo do sistema, reproduzindo as características de uma sociedade, mas graças a democratização imposta pelos movimentos sociais dos nossos antepassados, podemos ver se configurando uma educação que forma e transforma uma sociedade em detrimento de uma sociedade que manipula uma educação. Está claro que antes a sociedade influenciava a educação. Hoje eu quero crer que a educação tem mais poder sobre a sociedade do que ela tem sobre a educação. Porque se hoje trabalhamos para formar cidadãos políticos, críticos, autônomos, livres pensantes e criativos, então a educação é capaz de mudar um indivíduo, portanto ela é capaz de mudar a sociedade. 4 Isidore Auguste Marie François Xavier (1798-1857) Contexto século XIX Augusto Comte nasceu sobre um período de consequências deixados Revolução Francesa (17/06/1789) o que levou a Primeira República (1792-1804) e é nesse momento que nasce Augusto, sob organização administrativa de Napoleão Bonaparte de 1799 a 1804 como Cônsul (representante do governo) e entre 1806 e 1814; em 1015 também ficou no poder denominado “governo de 100 dias”. Augusto Comte vive sobre um governo autoritário, centralizador e expansionista que lutava pela expansão territorial em quanto restringia e limitava suas terras conquistadas com o Bloqueio Continental por exemplo, que impedia o acesso das nações inimigas. Isso levou o Reino Unido (Britânia), o Estados Unidos e os países da Europa uniram forças contra a França levando a Guerra em 1812, com a derrota de Napoleão pelos ingleses em 1815, Luís XVII que tinha deixado o trono em 1814 retomou até sua morte em 1824; sucedendo o trono para Carlos X até 1830 que com as revoluções liberais e guerras civis populares deram o trono para Luís Felipe I que durou até 1848 (época chamada primavera dos povos), quando uma nova revolução de trabalhadores instaura a Segunda República 1852-1870. Ele também vive sobre contexto da Primeira revolução industrial na França 1789- 1799. É um momento de transformações sociais e econômicas, políticas e ideológicas, tecnológicas e científicas profundas decorrentes da consolidação do capitalismo industrial expansão da produtividade. 5 Biografia Augusto Comte nasceu em 1798 em Montepellier na França e faleceu em 1857 aos 59 anos em Paris na França. Comte foi um escritor, pesquisador de história e formado em filosofia, se apaixonando pelas ciências, começou os primeiros estudos da sociologia como ciência. Foi o primeiro a falar sobre Sociologia como porpus, ele não é o primeiro sociólogo, até poque na sua época não existia sociologia, muito menos sociólogos, mas parte dele a primeira tentativa de formar a sociologia uma ciência, chegando a chamar a sociologia de “Física Social” Ele influenciou socialista, como Henri de Saint-Simon, Karl Marx, John Stuart Mill e George Eliot. E lançou bases para o estudo de Émile Durkheim. Dizem que ele faleceu de câncer, em 5 de setembro de 1857, em Paris. Sua última casa, foi adquirida por positivistas e posteriormente transformada em um Museu conhecida como “Casa de Augusto Comte”. Na obra “O Wikiquote” possui citações de ou sobre Auguste Comte. Hoje, uma das principais obras sobre o autor se encontra no “Curso de Filosofia Positiva” ela possui 6 volumes, mas é uma obra póstuma, pois não é ele quem termina a obra já que ele morre antes de terminar todos os volumes.6 Teoria Comte-pai do positivismo O positivismo é uma evolução do iluminismo. É uma filosofia onde impera o conhecimento cientifico e a racionalidade assim como o iluminismo se respalda na razão. O termo Positivismo surgiu no século XIX (1822), por Augusto Comte, como tentativa de atenuar os resultados deixado pela Revolução Francesa. Essa corrente, estuda a sociedade por meio de fatores concretos, racionais e objetivos. É uma corrente que depois vai dar lugar ao empirismo, pois se apropria da experimentação e observação dos fatos. O positivismo estuda o que é abstrato subjetivo e impalpável por meio das ciências. Para Comte a única maneira de chegar a um único conhecimento verdadeiro, é seguindo o positivismo. É nesse período que começa o surgimento das ciências humanas e ciências da natureza. Nós sabemos que as ciências da natureza são fenômenos que acontecem sem a interação do ser humano, uma vez que nós não temos o domínio das leis que regem a natureza, como a matemática, a biologia, ou a química, esses são fatores que não podemos controlar. Já as ciências humanas é um estudo criado pelo ser humano, um assunto controlado e administrado por ele, uma vez que depende da interação humana. Para Comte as ciências tanto as da natureza quando as humanas, seguem uma ordem natural. Por isso, os estudos das ciências humanas devem ser mais rigorosos do que os estudos das naturezas. Comte cria o primeiro método cientifico para estudar a sociedade e impor as regras. Ele, portanto, vai nos mostrar que ciências humanas também são ciências, pois ele mostra que também existe regras para estudar a sociedade. Uma dessas regras é que as ações humanas se sobrepõem as regras, ou seja, a ciência segue uma ordem natural, isso significa que a evolução da humanidade estão a cima das regras, pois a ciência é algo da natureza, ou seja, natural, e a sociedade é evolui de uma forma natural. Mesmo que a sociedade não seja perfeita ela é natural. Com isso vemos que para Comte, teríamos que aceitar a escravidão, a ditadura, o absolutismo, a superioridade nazista, porque são fatores naturais de uma determinada sociedade ao longo do tempo. (esse não era um pensamento de Comte, mas um pensamento dos positivistas que surgiram depois dele) O positivismo de Comte é "ver para prever, a fim de prover" - ou seja, conhecer a realidade a fim de entender o que acontecerá para saber se o ser humano poderá melhorar a realidade. Para ele era necessário através do positivismo, observar os fatos, para compreender melhor a sociedade e assim, alcançar a ordem e o progresso. Por isso que se chama “positivismo”, porque todo processo é positivo, já que é algo natural, normal e aceitável, não tem nada negativo em se anda para frente em um progresso até chegar a um certo ponto da sociedade. Pois para os positivistas uma sociedade só passaria a existir a partir da evolução de uma outra, ou seja, todos fenômenos naturais que ocorreram, porque precisariam existir para chegar até aqui. “O progresso é a lei da história da humanidade, e o homem está em constante processo de evolução.” “Progredir é conservar melhorando.” “Não existe sociedade sem governo, assim como governo sem sociedade.” 7 Quando Comte formulou a teoria do positivismo ele deu espaço para o conhecimento cientifico e racionalidade. Faz sentido propor teorias de avanços científicos e progressos tecnológicos e ideológicos em uma sociedade que passa por momentos de revoluções e transformações, ou seja, também é um período de mudanças para a educação, pois é justamente sobre a Revolução Francesa que surge as primeiras escolas destinadas ao público infantil (través do Ministro François Guizot – 28 de julho de 1833) como resposta de luta. Quando o PSL substituiu o PT ouve uma preocupação para a educação, poque quando se muda a política, muda a economia, a ideologia o sistema educacional também poderia mudar. Na obra "Apelo aos conservadores", Comte apresenta sete definições para o termo "positivo": • Real; • Útil; • Certo; • Preciso; • Relativo; • Orgânico; • Simpático. Ordem e Progresso O lema Ordem e Progresso, na bandeira do Brasil, é inspirado no lema do positivismo de Auguste Comte: “Amor como princípio e ordem como base; Progresso como meta". Pois o progresso é uma ordem natural da sociedade. Vários dos envolvidos no golpe militar que depuseram o Império do Brasil e proclamaram o país como uma república foram seguidores das ideias de Comte. Altruísmo Ele criou o termo altruísmo para designar o amor ao próximo, benignidade, generosidade e solidariedade. Comte pensava muito no amor ao próximo, mas nada que fugisse da racionalidade. “Só os bons sentimentos podem unir-nos uns aos outros; nunca o interesse mesquinho determinou laços firmes.” “Os mortos governam os vivos.” Poderia ser considerado um romântico racional. “Cansamo-nos de agir e até de pensar, mas jamais nos cansamos de amar.” 8 Humanismo Humanismo: foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XV., valorizando o pensamento crítico, visto como o conhecimento do homem capaz de desenvolver a cultura da humanidade. O humanismo, portanto, é um conjunto de doutrinas fundamentadas nos interesses do ser humano. Podemos ver o humanismo, como um elemento de transformações trazendo a racionalidade como uma nova forma pensamento para o ser humano. Religião Augusto faz crítica e a metafisica, ele se opõe a igreja, por outro lado, ele cria uma religião “A religião positivista”, para ele, religião" e "teologia" são coisas diferentes, a religião refere-se ao estado de espirito do ser humanos, suas convicções tidas como verdade, enquanto a teologia refere- espiritualidade. Essa religião positivista tinha o objetivo de crer na ciência, endeusando o pensamento cientifico deixando de lado a teologia e a metafisica se preocupando apenas com a observação. Portanto, o “século de Comte” a França mergulha em uma “deusa” chamada razão, colocando sua fé numa “Nova Religião”. Lei dos Três Estados Em 1822 ele diz: "Todas as concepções humanas passam por três estádios sucessivos teológico, metafísico e positivo”. Ele afirma que os fenômenos sociais são como os outros fenômenos da natureza, assim como a biologia estuda o desenvolvimento biológico, ou como a psicologia estuda o desenvolvimento psicológico, a sociologia deve estudar o desenvolvimento social. Comte, usa a Matemática, a Astronomia, a Física, a Química a Biologia como critérios sistemáticos e adota a Sociologia, para a observação continua da realidade. Ele observa a evolução social da sua época, logo ele percebe que essa evolução passa por três fazes. Ele observou os processos sociais dos grandes centros urbanos e as modificações que surgiram em uma determinada época. Teológico 'fictício': quando o ser humano busca explicação para os fatos observados por meio da religião com as crenças e espiritualidade. Metafisico 'abstrato': quando a abstração e a reflexão são caminhos para a filosofia explicar os fatos que foram observados por comte. Para ele era necessária uma evolução natural desse processo para outro, que segundo ele seria uma evolução natural da sociedade. Positivismo 'científico': quando a racionalidade não explica o porquê, mas como os fatos que foram observados acontecem através da razão. Em cada um desses estágios representa uma fase da evolução humana. 9 Na Educação Pros - suas ideias fizeram nascer as ciências humanas como um objeto de estudo. Contras- trata os fenômenos humanos com naturalidade. “Não se conhece completamente uma ciência enquanto não se souber da sua história.” Essa educação é chamada de positivista pois vai trazer a razão, a ciência, e a observação para o ensino educação. “Ninguém possui outro direito senão o de sempre cumprir oseu dever.” A moral e a ordem era uma característica da educação A hierarquia e a obediência eram características importantes para a educação, pois a escola tinha o papel transmitir a disciplina seguindo o espirito de a ordem e o progresso. Diferentemente da educação de Émile Durkheim, aqui a autoridade era algo negativo e extremamente nocivo. “Superiores pelo amor, mais dispostas a subordinar a inteligência e a atividade ao sentimento, as mulheres constituem espontaneamente seres intermediários entre a Humanidade e os homens.” Na pedagogia comtiana havia a valorização do pensamento masculino em detrimento da mulher, portanto era uma educação com desigualdade de gênero “Toda a educação humana deve preparar todos para viverem pelo outro a fim de reviverem no outro.” “Saber para prever, a fim de poder.” A observação era um método muito utilizado. 10 David Émile Durkheim (1858-1917) na França. Eventos que marcaram a vida de Émile: Guerra Franco-Germânica 1870 - 1871 Fim da Segunda Republica 1852-1870 Começo da Terceira República 1870 - 1940 Terceira revolução industrial na França 1870-1940 Primeira Guerra Mundial 1914 - 1918 Guerra Franco-Prussiana, (19 de julho de 1870 — 10 de maio de 1871). Foi um conflito ocorrido entre Império Francês e o Reino da Prússia. Com a vitória dos alemães marcou: A queda de Napoleão III e do sistema monárquico na França o que levou ao fim do Segundo Império (Segunda República) e consequentemente a instalação da Terceira última República. Contexto Ele viveu sobre a Terceira Revolução industrial e a Primeira Guerra Mundial. Ele passou a sua juventude sobe o contexto da Guerra Franco-Germânica definiu o fim da Segunda Republica e o começo da terceira. Uma época de crises sociais e políticas na Europa enquanto a economia caminha sobre o capitalismo industrial, ou seja, sob a influência do pensamento socialista do marxismo. Isso significa, era um momento de profundas mudanças. Nesse período, nascia o pensamento “laico”, pensamento de liberdade, se opondo à dominação da Igreja. Em “A Educação, Sua Natureza e Seu Papel” publicado em “Educação e sociologia”, Durkheim diz: “Cada sociedade, tem um momento determinado para seu desenvolvimento, e tem um sistema de educação que se impõe aos indivíduos”. Para Durkheim a escola deve ser constantemente construída. As transformações pedagógicas não refletem somente o contexto, mas também a sociedade. A educação também passava por transformações, deixando a pedagogia tradicional e conservadora da vertente cristã, para dar espaço a e educação com o espírito científico tecnológicos, ou seja, para uma população que vivia momentos de disputa de poder e competições tecnológicas e corridas armamentistas que definiam as potências mundiais a necessidade da educação para uma sociedade dessa era formar indivíduos que soubessem fabricar armas químicas, biológicas, ou seja, uma educação com caráter cientifico e tecnológico. O conhecimento científico transmite aos alunos a “razão humana” e uma “cultura lógica”, propiciando a reflexão complexa das coisas, ensinando a desconfiar das facilidades. É assim que se forma “racionalistas”. 11 Biografia David Émile Durkheim foi um sociólogo, psicólogo, antropólogo, cientista político, e filósofo. É considerado como o pai da sociologia. Augusto Comete foi o primeiro a falar sobre sociologia, mas Durkheim foi quem desenvolveu a sociologia fazendo dela uma disciplina, ou seja, uma ciência. Em 1887, ele é encarregado de ministrar um curso de “ciência social e pedagogia” na Faculdade de Letras de Bordeaux, se transforma em “ciência da educação e sociologia” e depois em “sociologia da educação”. Ele decidiu estudar a sociedade sobre o pensamento cientifico pois ele usou a ciência para estudar a sociedade a partir de uma análise exata, concreta. (vertente atual condizente com o momento em que vivia) trazendo a ciências exatas par a flexão, para o questionamento, e teoria, correlacionando os estudos de um assunto abstrato sobre uma ótica concreta. Quando ele aplica a metodologia cientifica na sociologia, ele vai precisar ter uma abordagem sistemática, fazendo da sociologia uma ciência baseada no empirismo, ou seja, baseado na experiencia e na observação. Empirismo: é uma teoria do conhecimento baseada na experiencia e da observação. Com isso, o seu objetivo, era construir uma sociedade unida e solidária o que ele chamou de “bem por excelência”, ou seja, a comunhão com os outros, assim, ele pretendia mostrar como uma sociedade pode ser boa, com base no conhecimento cientifico, dessa maneira, seria possível superar o período marcado pela guerra, e ajudar nas mudanças e transformações sociais do seu tempo (século XIX). Em 1890, ele fundou o primeiro departamento de sociologia na Universidade de Bordeaux. 12 Teoria Funcionalismo O funcionalismo é uma corrente socióloga a qual, diz que o todo tem uma grande importância nas partes, ou seja, a sociedade (todo) possui uma influência e relevância sobre o indivíduo. Dessa forma, não há fenômenos sociais isolados uma vez que todos os fenômenos individuais estão relacionados ou sistema social. É mais importante a sociedade do que ao indivíduo É sobre esse pensamento, que Émile escreve um livro chamado (suicídio) onde ele mostra que um fato individual está ligado a sociedade. Sendo assim, cada fenômeno do meio tem uma função especifica atuando sobre o indivíduo, ou seja, toda ação social tem um peso em cada um, e o mal funcionamento de uma parte significa um desregramento de um todo, Durkheim diz que a sociedade é como uma grande máquina, se uma engrenagem parar, desequilibra todo o resto. Regras Por ser um sociólogo clássicos, conservador e tradicional, que Emile Durkheim tem as regras, como um fator necessário e determinante para a organização, ordem e equilíbrio da sociedade. Para ele, o respeito é o único “elo social verdadeiro” capaz de assegurar a união de uma sociedade modernas. É como um cimento. E como o estado era o regulador e fiscalizador do comportamento e moral da sociedade, a escola se tornava principal mediadora das regras, ela quem deveria passar essas regras e valores de conduta, respeito e moral para a formação do indivíduo formando um cidadão disciplinado. Foi por isso que ele se interessou pela educação pois para ele a escola era o lugar de formação do caráter do indivíduo dando a criança o senso da disciplina, isto é, o gosto pelas regras; é uma maneira de ajudá-la a obedecer. No final, para o professor fornecer uma educação pautada na obediência e submissão formando um indivíduo disciplinado, instruído e civilizado, o docente deve ser autoridade máxima sobre o aluno que é submetido as ordens, dessa forma, o professor seria o detentor do conhecimento. Portanto, a troca de conhecimento não existe. Por outro lado, para Durkheim, o mestre deve encontrar um meio termo entre autoridade e abuso de poder se fazendo necessário o controle do poder, ou seja, a autoridade para ele, é inerente a relação aluno-professor e o “espírito de disciplina” não deve ser algo negativo entendido como uma total submissão a uma autoridade suprema uma vez que, a autoridade, controle e segurança sobre indivíduos ainda impulsivos e imediatista, características que podem desequilibrar as relações sociais. Para Durkheim o mestre deve estimular a produção de ideias e de sentimentos, extrair resultados e orienta-los. A sua função implica em saber “irradiar autoridade em torno dele”. Já que o mestre tem o poder de liberar palavras que será interpretada pela criança, fazendo parte da sua consciência, uma vez que, a criança “entra naturalmente em 13 comunicação com os outros” Ele diz que a emoçãotoma conta de uma classe, quando lemos um texto, em um relato comovente, ou julgamento feito sobre um personagem. Durkheim se opõe a pedagogia libertária de sua época postulando a ideia de que a escola deve deixar aos alunos libre para aprender sendo detentores dos seus próprios conhecimentos. Essa pedagogia não vê a ação pedagógica, como uma relação adulto- criança, onde para Durkheim, implicaria em uma relação de poder onde o adulto tem hegemonia sobre a criança. Para ele quando o mestre é confrontado não significa que o aluno reivindica seus direitos em uma relação de igualdade, mas significa desrespeito. Uma passagem da 13ª lição de “A educação Moral” Durkheim revela que: na relação mestre-aluno, dois indivíduos de culturas diferentes entram em contato, desenvolvem-se aí o risco de um “abuso de poder” pois cada uma vai valorizar as regras da sua cultura. Por isso a sociedade está ligada a escola, pois se o mestre e aluno fazem partem da mesma cultura, haverá um equilíbrio da moralidade. Durkheim ressaltar que o “corpo docente” é capaz de criar suas próprias representações pedagógicas, mas essa autonomia é relativa, visto que, o sistema escolar está subordinado às exigências do sistema social. Fato Social O seu objeto de estudo de Durkheim é o Fato Social. O Fato Social: foi um método criado para explicar os fenômenos sociais. O Fato Social é um conjunto de leis e normas criadas pela a sociedade para definir como o indivíduo deve agir e pensar. A sociedade é quem defini o indivíduo. Para Durkheim, as leis culturais que seguimos, não resulta da heterogeneidade biológica. Sem a educação para formar esse homem social, o homem não obedeceria às leis impostas. Não respeitaria a disciplina moral das normas. Por isso ele desenvolveu três categorias de regras. Os três fatos sociais: 1º. Coercitividade – relacionada ao poder e influência que os padrões exercem sobre um indivíduo, ou seja, condições que são impostas pela justiça independente da vontade. EX: regras, normas, legislações e constituições determinadas. 2º. Exterioridade – são condições impostas pela cultura da sociedade como parâmetros obrigatórios para definir a vida em comunidade. EX: valores de conduta e respeito. 3º. Generalidade – são condições impostas pela cultura da sociedade, mas nesse caso não são parâmetros obrigatórios. EX: casar, tomar banho, perder a virgindade no casamento. A sociedade existe independente do indivíduo. Os Fatos Sociais São Sempre Externos e anteriores ao individuo “O homem, mais do que formador da sociedade é um produto dela” São externos porque não formos nós que criamos, foi a sociedade que criou. Por isso, não pertence a nós, pertence a sociedade. 14 São anteriores poque (não nascem com a gente; vem antes do indivíduo) vieram antes da gente nascer e vão continuar existindo depois que a gente morrer. Ele fala sobre a consciência coletiva quando diz que um indivíduo isolado não poderia, sozinho, modificar o estado social. É por isso que Durkheim convida os homens, a juntar forças, se organizando todos em prol de “produzir algum efeito”. Dessa maneira, podemos ver que o cidadão é levado pela força do poder de um grupo social. Solidariedade mecânica e orgânica Segundo Durkheim, ele ver a sociedade como um organismo vivo, onde existe órgãos que tem funções Nas sociedades tradicionais a solidariedade era mecânica, pois a sociedade funcionava como uma engrenagem, onde cada um tem uma função sendo uma função mais simples, pois cada uma era independente. Na sociedade moderna e contemporânea a solidariedade era orgânica, pois as funções eram interligadas entre si, sendo mais complexas como um organismo. Analise Estruturalista Em “A evolução pedagógica” na França, mostra que, os conhecimentos transmitidos são determinados pela estrutura de uma determinada sociedade. Durkheim também criou a análise estruturalista que explica as relações humanas, os hábitos e costumes. Segundo essa teoria, o comportamento humano. Escola e Educação A escola é não somente um lugar de “educação”, mas também, um lugar de “instrução”, de aquisição de saberes. A escola é quem vai passar essas regras morais para a formação do indivíduo formando um cidadão disciplinado que fara parte da sociedade, ou seja, é um lugar de socialização onde as crianças pensam, sentem e agem de forma diferente do que quando estão isoladas. Assim, o mestre deve olhar para a classe como um lugar de coletividade e união, levando em conta a espontaneidade que a criança tem de se socializar. Na sociedade moderna, a educação deve desenvolver na criança, autonomia, liberdade criatividade no meio coletivo, pois para ele, a sociedade só é sociedade de houver homogeneidade (igualdade) entre seus componentes. Por esse motivo, a educação deve fornecer essa igualdade. É dessa maneira que a educação transforma o “ser individual” em “ser social”. 15 Durkheim se volta para “o ensino da natureza” e “o ensino do homem”. Segundo ele, para a criança obter o aprendizado, era preciso três elementos da moralidade • “espírito de disciplina”, • “vinculação aos grupos” (socialização) Para ele, a socialização contribui para desenvolver no indivíduo o respeito pelo outro. • “autonomia da vontade” (o próprio interesse) Para ele, o espírito de autonomia está relacionado a inteligência, sentimento e a moral. Se o aluno percebesse o quão o estudo é útil não só para responder a cobrança da sociedade, mas também para a sua necessidade, ou seja, para o se próprio interesse, ele por si só buscaria o saber. OBS: Quando ele fala sobre família, ele diz que a família é a principal responsável por formar a moral de um indivíduo. Conclusão A pedagogia durkheimiana pode ser considerada como uma pedagogia autoritária, já que ela é submetida as regras, com o objetivo de evitar que a escola seja um “foco de barbárie, mas por outro lado, permitir aos alunos uma autonomia, os conscientizando como sujeitos ativos em uma sociedade sendo algo mais do que um aprendizado da submissão. Desse modo, também pode-se considerá-la como conservadora. Ele orientou a pedagogia para uma tomada de consciência da importância da classe, do meio escolar, das atitudes do mestre no processo educativo. Não se deve introduzir todo o pensamento de Durkheim na sociedade, mas ele nos ensinou que a educação não é uma coisa simples. 16 Frederic Engels (1820-1895) e Karl Marx (1818-1883) É um dos pensamentos mais complexos e extensos. Contexto Histórico Quando ele nasceu a Alemanha era Prússia. Napoleão Bonaparte domina a Europa de 1799 até 1814 com a queda do Sacro Império (Império Romano) em 1806 sobre a administração de Napoleão, então, a Alemanha vence a Dinamarca (na Europa) em 1864 passando a administra-la juntamente com a Áustria A Guerra Franco-Prussiana, 1870 – 1871 foi um conflito entre Império Francês e o Reino da Prússia dando a vitória para os alemães. Com as sucessivas vitórias, da Alemanha sobre a Europa, a Alemanha busca restauração e estabilidade política e econômica. As conquistas ela veio a se unificar como um moderno Estado-nação proclamado no Versalhes em 18 de janeiro de em 1871. Logo a pós à unificação da Alemanha, o imperador Guilherme I garantiu a estabilidade do Império Alemão ao fazer alianças com vários países fora da Europa. Movidos pelo nacionalismo que passou a ser uma força a qual movia a juventude intelectual da época, era um movimento representado pelas cores vermelho, dourado e preto, posteriormente seriam as cores da bandeira da Alemanha. Nacionalismo: exaltação dos valores de uma nação. Sentimento de pertencer a um grupo poderoso, que reivindica hegemonia. Em 1835, foi inaugurada a primeira estrada de ferro. Começava aí um novo processode industrialização. Com as novas fábricas, formou-se uma nova classe, a classe de operários, isso associando ao grande crescimento demográfico levava o país a uma extensa quantidade de mão de obra, o que banalizava a profissão dos trabalhadores fabris, como não havia legislação para o respaldo trabalhista, o sistema se aproveitava da exploração. • Os trabalhadores trabalhavam até 16 horas por dia. • Temos o trabalho infantil sendo muito utilizado, pois a sua pequena estatura servia para que eles entrassem nas máquinas para concerta-las, quando quebravam. • As mulheres tinham um salário inferiores aos homens pois não tinham tanta força em um mercado de trabalho onde o mais importante é a mão de obra. A Revolução Industrial do fim do século XIX trouxe para a Alemanha um grande crescimento econômico e desenvolvimento na manufatura, com as fabrica e indústrias de mineração, metalúrgica, eletricidade e química. A Alemanha desse século era chamada “Alemanha Moderna” por trazer grandes inovações. Quando olhamos para o outro lado (na Europa) no mesmo período de tempo, como na sociedade de Émile ou Comte por exemplo, vimos uma sociedade que avança cientificamente, é portanto, um avanço forçado pela cobranças e pressão imposta pela tensão da Revolução Industrial, já que todas as sociedades estavam se modernizando, apesar de por outro lado, a França ser um país que passa por crises econômicas, política e constantes derrotas, tentam a todo custo persistir no desenvolvimento cientifico e tecnológico afim de acompanhar os outros países. Já aqui na Alemanha, temos um momento de conquistas e êxito em todos os lados, tanto em produtividade quanto em tecnologia, economia, estabilidade política, vitorias triunfantes 17 nos conflitos e crescimento populacional. Contudo, é uma sociedade que só prospera em todos os sentidos. É uma sociedade que se desenvolve e pretende crescer ainda mais, por isso vamos encontrar nessa sociedade: • Um governo que empobrece a população com cobranças taxas de impostos cada vez mais elevados para financiar as guerras. • Um sistema que bloqueia a liberdade, censurando e restringindo a liberdade. • Uma cultura que de preconceito, pois segue uma ideologia a força e o poder eram características inatas a uma determinada raça, contudo, se classificavam como melhores, por isso, vão menosprezar o gênero feminino, eliminar outras culturas, e humilhar as classes sociais. Esse espirito de onipotência e superioridade movia a nação da Alemanha a qual, era influenciada pela ideologia de Charles Darwin (darwinismo social: acredita em uma sociedade superior as outras, tanto física como intelectualmente, essa era uma condição inata e hereditária de uma determinada raça conhecida como “ariana”, por isso, para o avanço e progresso da raça das outras seria necessário a extinção da espécie. Esse processo de eliminação das raças para a predominância de uma raça melhor é chamado de “evolução das espécies”, fator necessário para a purificação da raça ariana. • Leis que privilegiam a burguesia, pois o poder eleitoral é distribuído de a cordo com a classe social dependendo dos impostos pagos pelo eleitor. Por outro lado, a Alemanha era influenciada pelo belo da cultura de sua rival (Europa). A população alemã passava a implementar uma classe burguesa em sua sociedade. E a riqueza econômica só fortalecia a preponderância da burguesia. 18 Friedrich Engels Nasceu em Barmen, na Prússia (Alemanha) em 28 de novembro de 1820 e faleceu em 5 de agosto de 1895 aos 74 anos em Londres (Inglaterra, Reino Unido) Engels morreu de câncer na garganta. Suas cinzas foram jogadas em Beachy Head como ele pediu. Em 1842, Engels, aos 22 anos, vai para a Inglaterra, a mando de seus pais, para trabalhar em uma fábrica de costura do seu tio. Mais tarde, ele assume a direção de uma das fábricas e fica impressionado com a pobreza da classe trabalhadora que vive nas fabricas de sua família. É essa indignação leva Engels desenvolver seus trabalhos sobre a classe operária na Inglaterra, fazendo com que ele produzisse suas obras como: “A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra” - 1845. Teoria Religião Engels acreditava que o cristianismo seria a religião dos pobres e oprimidos. Segundo Thomas Munzer, teólogo e líder religioso de sua época, o "Reino de Deus" seria uma sociedade sem diferenças de classe e sem propriedade privada. Portanto, os pobres e oprimidos encontravam em Deus, o consolo como uma forma de escapar e fugir da triste realidade em que eles viviam. Dialética Engels analisa os avanços na ciência e na matemática, buscando através da dialética entender os fenômenos naturais. É assim que ele gera a obra “Dialética da Natureza”. Família Na obra “A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado” foi escrita por Engels aos 64 onde vai dizer que “a família é uma instituição em constante mudança”. 19 Karl Marx 1818-1883 Biografia Ele nasce em 5 de maio de 1818 na Prússia. Karl Marx, foi um filósofo, sociólogo e historiador que revolucionou a sociedade. Marx foi o terceiro de nove filhos; viveu em uma família de classe média e de origem judaica. Em 1835, Marx, com 17 anos, se prepara para ingressar na universidade, num ensaio sobre a escolha de uma carreira, conclui: “O principal guia que deve nos orientar na escolha de uma profissão é o bem-estar da humanidade e o nosso próprio aperfeiçoamento … a natureza humana é de tal modo constituída que o homem só atinge a própria perfeição trabalhando pelo aperfeiçoamento, pelo bem, de seus semelhantes … Se ele trabalha só para si mesmo, pode vir a ser um erudito famoso, um grande sábio, um excelente poeta, mas jamais será um homem perfeito, um grande homem de verdade … Se escolhemos a posição na vida em que possamos trabalhar principalmente pela humanidade, nenhum fardo nos há de derrubar, pois serão sacrifícios pelo benefício de todos; de modo que não sentiremos uma alegria mesquinha, limitada e egoísta, mas nossa felicidade será a de milhões, nossas proezas viverão em silêncio mas eternamente atuantes, e sobre nossas cinzas serão derramadas fervorosas lágrimas de pessoas nobres.” Mark estudou Direito, em Berlim, Marx ingressou no Clube dos Doutores, ali perdeu interesse pelo Direito e se voltou para a Filosofia, então obteve o título de doutor em Filosofia com uma tese sobre as Diferenças da filosofia da natureza em Demócrito e Epicuro. Marx tornou-se, em 1842, redator-chefe da Gazeta Renana, um jornal da província de Colônia na Prússia (atual Alemanha). Em 1843, após publicar uma série de ataques ao governo alemão, mudou-se para Paris, onde começou a escrever para jornais radicais, assumindo a direção da publicação ('Anais Franco-Alemães') e foi apresentado a diversas sociedades secretas socialistas. Nesse período em Paris, Marx estudou sobre economia política, sociologia, e a história da França, produzindo reflexões que resultaram nos Manuscritos de Paris, (Manuscritos Econômico-Filosóficos). Em paris, Marx ajudou a editar uma pequena publicação chamada Vorwärts, onde contrariava e discordava com o governo alemão da época. Por isso, Marx foi expulso de Paris em 1845 a pedido do governo alemão. Então, se deslocou para Bruxelas até ser exilado (banido) em 1848, pelo governo belga, se mudando para a Colônia (Londres), onde fundam o jornal Nova Gazeta Renana. Após ataques das autoridades no jornal, Marx passa a trabalhar como correspondente para o New York Tribune. A bronquite e pleurisia, são as causas para seu falecimento em 14 de março de 1883, aos 64 anos, em Londres na Inglaterra. 20 Marx e Engels Marx conheceu Engels em 1843 no trabalho do jornal durante visitação quando se mudou para Paris. Engels foi com Marxpara Bruxelas quando foi expulso de Paris em 1845, juntos foram expulsos em 1848, se mudando para Londres ondem fundaram um jornal, que não durou muito tempo graças aos ataques dos inimigos. Já que compartilhavam as mesmas ideias, Engels passou a terminar as suas obras deixadas incompletas por Marx, sendo interrompidas pela sua morte, como: “O Capital”, entre 1867 e 1894. É uma obra póstuma de Marx terminada por Engels. Marx publicou apenas o primeiro volume com Marx vivo. Os demais volumes foram organizados por Engels e publicados posteriormente. Juntos também escreveram obras como: “O Manifesto Comunista”, entre dezembro de 1847 a janeiro de 1848, abordando a “luta de classes”. O “Manifesto Comunista”, apresenta sua tese política básica, propondo a construção de uma nova sociedade, derrubando a burguesia através da luta contra a propriedade privada. 21 Teoria Socialismo – Comunismo – Marxismo Socialismo: ideologia política e econômica que prega a organização que o Estado faz para distribuir o capital entre as classes sociais de forma igualitária. Nesse caso, o Estado visa proteger os a classe dominante em detrimento da classe trabalhadora. Comunismo: ideologia política e econômica que prega a organização e distribuição do capital baseada na propriedade coletiva onde não impera o poder do Estado, ou seja, sem a intervenção do Estado para uma sociedade igualitária. “O comunismo não é para nós um estado que deve ser estabelecido, um ideal para o qual a realidade terá de se dirigir. Denominamos o comunismo o movimento real que supera o estado de coisas atual. As condições desse movimento resultam de pressupostos existentes.” Uma sociedade comunista é socialista, mas uma sociedade socialista não é comunista, pois, para ser uma sociedade comunista, é necessário o rompimento com o estado, mas precisa do socialismo para pregar a organização do capital em uma sociedade de forma igualitária, assim como faz o socialismo, porém, no socialismo diferentemente do comunismo, nós teremos a intervenção do Estado pra organizar a economia. Marxismo é uma ideologia economia e política, que prega uma doutrina onde defende as classes exploradas e oprimidas, a fim de melhorar sua situação. O marxismo luta por mudança, e enfatiza o poder social para as classes menos favorecidas. O marxismo é uma das ideias centrais de Karl Marx. O marxismo, se opõe ao comunismo, pois para Marx, para se chegar a uma sociedade igualitária, seria necessário a intervenção do Estado. Mais-valia Foi um conceito criado por Karl Marx para explicar como funciona o capitalismo, isto é, a obtenção dos lucros da produção, no mercado de trabalho. Os meios de produção de uma sociedade capitalista acontecem da seguinte maneira: (exemplo) 100 operários produzem 100 carros no valor 50 mil por mês. Se todos os automóveis forem vendidos, cada trabalhador receberá 1 mil por seu trabalho. Mas sobre esse carro vem a matéria prima, a despesas da fábrica, os serviços da empresa totalizando 4 mil por carro. Nesse caso, o dono da fábrica tem como lucro 45 mil sem fazer nada, em quanto o operário recebe muito menos. Essa diferencia, "valor excedente ou maior", é o que Marx chama de mais-valia. Para Marx, a mais-valia seria o valor extra as mercadorias, ou melhor, o exorbitante aumento sobre o produto final, nessa circunstância, o dono enriquece não somente sobre o trabalhador, mas sobre o consumidor, sendo um dano nocivo a sociedade. 22 Materialismo Histórico e Dialético Segundo o Materialismo histórico e dialético (que é uma concepção filosófica) diz que a sociedade é baseada na relação de trabalho, mas essa relação é contraditória por que quem enriquece é o patrão. Temos então a: Estrutura é a relação entre o patrão e os trabalhadores onde um depende do outro. Super estrutura é tudo que está em volta da estrutura, que é a cultura, a economia, a forma como a sociedade enxerga essa relação de trabalho. Para Marx a estrutura influencia a super estrutura, pois a relação entre patrão e o operário, é que vai, a forma como a sociedade vai se comportar em relação ao trabalho, ou seja, a forma ela vai entender como funciona o mundo do trabalho. O marxismo foi o embasamento pra os pensamentos da sociedade de Karl Marx. Ele objetivava a luta de classes, em uma sociedade que visa o capital, quando mais abastardo, mais respeitado. Luta de classes Uma sociedade capitalista é uma sociedade que prioriza: • Acumulo de capital • Obtenção de lucros • Desenvolvimento da indústria e meios de produção • Crescimento econômico A luta de classes ocorria a sociedade que pertencia ao mercado de trabalho, obedecendo uma hierarquia a qual, seguia critérios de acordo com o poder aquisitivo. “A história de toda a sociedade até os nossos dias nada mais é do que a história da luta de classes.” Marx lutava por liberalismo, não como solução, mas como uma ideia inicial para a produtividade do trabalho; melhores condições de trabalho, homogeneização das classes sociais, globalização do capital, distribuição igualitária dos lucros e descentralização a economia em uma sociedade capitalista que oprimia o proletariado com péssimas condições de trabalho. Mas sua grande luta era movida pela indignação ao per o patrão enriquecendo em quanto o trabalhador se tronava cada vez mais pobre. Essa separação entre classes sociais gerou uma disputa de direitos entre o patrão e o operário levando a divisão da classe social. Surge aí: • Classe dominante, aquela que monopoliza os meios de produção • Classe dominada, aquela que se sujeita a manipulação da classe que domina. “As ideias dominantes numa época nunca passaram das ideias da classe dominante.” Entre essa rivalidade, o Estado defende os interesses da classe dominante, e não da classe trabalhadora. Por isso o sistema era socialista, pois tinham a interferência do Governo. 23 Alienação A submissão da classe dominada Marx vai chamar de “Alienação” alienado para Marx é o trabalhador que não tem noção e consciência da importância do seu trabalho e se limita à estagnação, essa acomodação é o motivo da alienação. A alienação sega, bloqueia, limita e coloca o ser humano dentro da caverna de Platão. A propriedade privada tornou-nos tão estúpidos e limitados que um objeto só é nosso quando o possuímos. O medo cala a boca dos inocentes e faz prevalecer a verdade dos culpados. Os olhos que só enxergam a mentira quando percebem a verdade, cegam. O que distingue uma época económica de outra, é menos o que se produziu do que a forma de o produzir. O trabalhador só se sente à vontade no seu tempo de folga, porque o seu trabalho não é voluntário, é imposto, é trabalho forçado. Os trabalhadores não têm nada a perder em uma revolução comunista, a não ser suas correntes. O trabalho não é a satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer outras necessidades. Numa sociedade dominada pela produção capitalista, até o produtor não capitalista é dominado por concepções capitalistas. Jesus faz milagres e dar, o homem não faz milagres e vende. Os operários não têm pátria. 24 Musica Xibom Bombom As Meninas Bom xibom, xibom, bombom Bom xibom, xibom, bombom Bom xibom, xibom, bombom Bom xibom, xibom, bombom Analisando essa cadeia hereditária Quero me livrar dessa situação precária Analisando essa cadeia hereditária Quero me livrar dessa situação precária Onde o rico cada vez fica mais rico E o pobre cada vez fica mais pobre E o motivo todo mundo já conhece É que o de cima sobe e o de baixo desce E o motivo todo mundo já conhece É que o de cima sobe e o de baixo desce Bom xibom, xibom, bombom Bom xibom, xibom, bombom Bomxibom, xibom, bombom Bom xibom, xibom, bombom Mas eu só quero Educar meus filhos Tornar um cidadão Com muita dignidade Eu quero viver bem Quero me alimentar Com a grana que eu ganho Não dá nem pra melar E o motivo todo mundo já conhece É que o de cima sobe… Fonte: Musixmatch 25 Práxis Pra Marx, a classe trabalhadora deveria ter mais ação, como por exemplo, produzir uma revolução para que assim, provocar mudanças e derrubar o capitalismo. Ele diz que a ação é o que transforma a sociedade e só assim o Estado daria ouvido ao oprimido. Essa ação colocada em pratica é o que ele chama de “práxis”. Práxis: é relativo à prática ou ação concreta. São as ações sociais. A práxis é a razão do pensamento de Marx. Pois mudar a história é a sua grande meta. Fazer a história se trata de transformá-la, pois só a ação pode produzir uma reação. “Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.” “Mais importante do que interpretar o mundo, é contribuir para transformá-lo.” “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado...” Socialismo Utópico É uma vertente do socialismo, que objetiva uma conjuntura de ideal para realidade distante. É imaginar um futuro diferente do atual mundo real para mover a sociedade em direção ao objetivo proposto. Para os socialistas utópicos, todo o comportamento humano é absolutamente determinado pela moral ideológica. “De nada valem as ideias sem homens que possam pô-las em prática.” “Últimas palavras são para tolos que não falaram o bastante!” Críticas Na obra “Miséria da Filosofia” ele critica o anarquismo de Proudhon pela ingenuidade de querer acabar com o Estado, invés de procurar com as condições sociais do Estado. Também criticou o blanquismo com sua visão elitista de partido, por ter uma tendência autoritária; além disso, fez críticas ao socialismo pequeno burguês, o "socialismo feudal" reacionário e o "socialismo conservador". Por outro lado, Marx adotou algumas ideias dos socialistas utópicos, como a noção de que a produção é resultado da Revolução Industrial. Marx criticou sagazmente as ideias dos socialistas utópicos considerando-os “românticos ingênuos”, uma vez que, eles falavam muito sobre o que deveria ser feito para uma sociedade ideal, mas não mostravam como deveria ser feito para chegar ao ideal. 26 Jovens Hegelianos Durante a Universidade em Berlim Marx inspirado pelas ideias filosóficas dos jovens hegelianos. Os jovens hegelianos: depois conhecidos como os hegelianos de esquerda, foram um grupo de estudantes e jovens professores na Universidade Humboldt de Berlim. Os hegelianos de direita acreditavam que as séries de evoluções tinham o bastante, e que a sociedade da Prússia (Alemanha), teria chegado ao apogeu não tendo para onde ir além do deu desenvolvimento na época, com um extenso sistema de serviços civis, boas universidades, industrialização, e alta empregabilidade. Os hegelianos de direita se opuseram a dialética e desenvolveram um sistema filosófico conservador. Esse sentimento de superioridade dominava o pensamento da Alemanha. Os hegelianos de esquerda acreditavam que haveria mudanças dialéticas mais extensas para serem feitas, e que a sociedade da Prússia da época estava longe da perfeição e ainda continha focos de pobreza, um governo ditatorial e censura, seguidos das ideias de Lutero, por esse pensamento, eles sofriam com a discriminação religiosa. Os jovens hegelianos de esquerda, eram democratas e representantes da pequena burguesia. Os jovens hegelianos, tanto os de direita como os de esquerda seguiam as doutrinas religiosas; a débitos das ideias de Luteranismo, mas eles generalizaram a teoria para ser aplicável a qualquer Estado que segue qualquer religião. Eles pretendiam atacar a filosófica da religião. Eles não eram religiosos, mas estudantes bíblicos. Direita e Esquerda A organização da sociedade francesa influenciou o mundo todo, até os dias atuais. A França era dividida em classes sociais, ou Estados Nacionais: • 1° estado – clero: cerca, monarquia e Estado de 2% da população. • 2° estado – nobreza (atritocratas): também 2% da população. • 3° estado – burguesia: mais ou menos 96% da população. A burguesia era subdividida em: ▪ Alta burguesia: donos de comércios e proprietários de terras ▪ Média burguesia: artesoes e pequenos proprietários de terra ▪ Baixa burguesia: proletários, servos e camponeses O terceiro e o segundo Estados viviam à custa do dinheiro público, ou seja, eram sustentados pelos impostos do terceiro, que não tinha direito quaisquer direitos sociais, ausentes de participação política, censurados da liberdade de expressão e os pequenos comerciantes eram limitados pelo governo. Após a revolução francesa de 1789, os parlamentos (assembleias das câmeras legislativas do século XVIII e XIX) eram organizados da seguinte maneira: Sentavam-se à direita do orador os representantes dos interesses do primeiro e segundo Estado. Os aristocratas defendiam os privilégios da aristocracia, do clero da monarquia, ou seja, eram conservadores no sentido de manter as estruturas sociais vigentes até então. 27 Sentavam-se à esquerda do orador os representantes dos interesses da elite do terceiro estado. A burguesia lutava fim de igualdade, diminuição de impostos, participação na política e o livre mercado. Naquele contexto, trabalhadores, camponeses e pobres não eram representados pela alta burguesia. Os primeiros representantes da esquerda eram burgueses capitalistas. Mas no século XX houve o fortalecimento das democracias e avanço do liberalismo, o que levou a dissolução das classes socias e fim da monarquia, a classe trabalhadora e camponeses passaram a serem representados no parlamento, então passaram a sentar a direita os conservadores, clássicos tradicionais quanto as modificações de leis, e a esquerda os que reivindicavam mudanças. Com o tempo o conceito de direita e esquerda foram se configurando, quando uma lei estava em votação se sentavam a esquerda os que votavam a favor de mudanças e a direita, os que votavam contra às novas modificações. Hoje em dia tanto a direita e esquerda são representações da vontade popular, e ambas visam o bem da sociedade, visto que, a esquerda ainda impera sobre uma ideologia mais moderna e a direita sofre influência do tradicionalismo. Porém, na contemporaneidade, existe algumas ramificações no que tange a significação de “direita” e “esquerda”. Extrema Esquerda Esquerda Centro Esquerda Centro Direita Direita Extrema Direita Conforme a aproximação ao centro, mais suscetíveis são as suas neutralidades. Hegel foi professor de Marx na Universidade, sua fonte de inspiração. Pra Hegel, a historicidade é o progresso da consciência libertadora. A organização social corresponde a consciência humana, ou seja, a organização social é determinada pelas ideias dos homens, que concebem novas ideias de como deve ser a vida social em função do conflito entre as ideias de liberdade e as ideias de coerção ligadas a condição natural do homem. O homem se liberta progressivamente de sua condição de existência natural através de um processo de "espiritualização" – reflexão filosófica (ao nível do pensamento, portanto) que conduz o homem a perceber quem é o real sujeito da história. Hegel acredita a organização social é determinada pelo mundo material dos homens, ou seja, pelo trabalho, produtividade e ação concreta do homem. Marx considerou-se um "hegeliano de esquerda" durante certo tempo, até eles se oporem as ideias de Hegel. 28 Religião Para Marx acrítica da religião é o pressuposto de toda crítica social, pois crê que as concepções religiosas tendem a desresponsabilizar os homens pelas consequências de seus atos. Marx tornou-se reconhecido como crítico sagaz da religião devido à sentença que profere em um escrito intitulado Crítica da filosofia do direito de Hegel: “A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração, assim como é o espírito de uma situação carente de espírito. É o ópio do povo.” “A religião é o suspiro da criança acabrunhada, o coração de um mundo sem coração, assim como também o espírito de uma época sem espírito.” “A religião é o gemido do oprimido”. “O primeiro requisito da felicidade dos povos é a abolição da religião.” “O homem faz a religião, mas a religião não faz o homem.” “Assim como na religião o ser humano é dominado pela obra de sua própria cabeça, assim, na produção capitalista, ele o é pela própria obra de sua mão.” Educação Na sociedade de Marx, capitalista, vamos ter uma educação tecnicista, isto é, uma formação voltada para a produtividade e rentabilidade, sendo assim, direcionando o discente a aprendizagem de “técnicas para a operação de máquinas” e “contabilidade e economia”, ou seja, instruções relacionadas ao mercado de trabalho, para isso, é necessária uma metodologia sistemática, mecânica e robotizada, esse método ele vai chamar de alienação, pois é uma educação que sega o indivíduo, limita os conhecimentos e bloqueia a liberdade e o interesse de buscar novas caminhos, já que as ideias eram impostas pela escola sendo aceitadas sem escolha de outra alternativa e sem direto para indagações ou questionamentos, isso acaba levando o homem a estagnação monótona. Para Marx, era controlada pelo Estado a fim de gerar na classe trabalhadora, uma falsa consciência, impedindo-a de crescer intelectualmente, e impossibilitando a formação de pensadores críticos, reflexivos e analíticos. Para ele despertar a consciência era importante para o indivíduo reconhecer a sua importância na participação da sociedade. Dessarte, Marx defendia a educação técnica, industrial tecnológica, mas criticava o exagero em focalizar um único método. Ele também se opôs a ao currículo baseado em distinções de classe proposto pela burguesia e nobreza capitalista. “Não é a consciência que precede ao ser social, mas é o ser social real que precede à consciência.” “Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.” 29 Para Marx, educar é um desafio social e uma luta constante. Dessa forma, é preciso superar uma sociedade voltada à produção e separação de classes para chegar a uma educação igualitária, fator fundamental para que o ser humano seja respeitado, e compreendido em sua totalidade democrática. Assim, a dialética é um caminho para a concretização desse ideal, a fim de combater os problemas sociais. Portanto, foi pensando nisso que Marx propôs a interação entre a teoria e apática em “O Manifesto Comunista” 30 Maximilian Karl Emil Weber (1864-1920) Contexto Após a vitória da prussiana na Guerra Franco-Prussiana 1866. Fundação da unificação da Alemanha em 18 de janeiro 1871 Versalhes. Expansão da Alemanha em 1884, ao estabelecer diversas colônias fora da Europa. O país passava por um período de crescimento econômico, desenvolvimento industrial, aumento demográfico, expansão territorial, sucessíveis vitorias nos conflitos armados e estabelecimento de alianças políticas com outros países. Mas o imperador Guilherme II da Alemanha, devido ao atrito com os países vizinho, muitas alianças que a Alemanha fez não foram renovadas e as novas, limitavam os poderes, controlando os seus movimentos. Por isso, a Alemanha se tornou cada vez mais isolada, levando a um período armamentista, chamado de Paz Armada. O assassinato do príncipe herdeiro da Áustria, em 28 de junho de 1914, desencadeou a Primeira Guerra Mundial de 28 de julho de 1914 a 11 de novembro de 1918 levando a derrota da Alemanha que já não vinha em uma boa situação. o fim à guerra em 11 de novembro, forçou a Alemanha assinar o Tratado de Versalhes em junho de 1919. A derrota na primeira grande guerra associada a revolução alemã eclodiu em novembro de 1918 a 1919, foram uma series de eventos civis que resultou na queda no imperador alemão Guilherme II o que levou a proclamação de uma república originando a constituição de partidos como: • Em 1918, foi criado Partido Comunista Alemão, através de Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht. • Em 1919, foi criado Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães ou Partido Nazista ou ainda Partido dos Trabalhadores Alemães. Em quanto os socialistas diziam que a Alemanha tinha perdido a Primeira Guerra Mundial devido à Revolução alemã. Os comunistas procuravam abolir aquilo o "governo capitalista" e estabelecer um Räterepublik (conselho organizado em comitê). Cada partido passou a criar suas tropas paramilitares, suas oposições de pensamento levaram a diversos conflitos semeando intimidação e violência entre o povo, que já vinha sofrendo com a pobreza ocasionada pela guerra. Para propor uma solução para tais conflitos era necessário o parlamento escolher um líder com o objetivo de dar fim a divisão política que assolava a Alemanha. Em 30 de janeiro de 1933 o presidente do gabinete Paul von Hindenburg, nomeou Adolf Hitler como Chanceler da Alemanha, mas essa mudança não fez parte do momento em que Weber viveu já que ele só vive até 1920. Max Weber vive em um contexto de dissolução e colapso da hegemonia alemã. Sua pátria estava deixando de ser uma forte potencia e passava a perder as guerras, a degradação de impérios e conflitos econômicos e políticos internos estavam levando seu país a ruina. Apesar da Alemanha está deixando de brilhar, não deixava a tendencia cultural de desenvolvimento cientifico tecnológico, foi esse contexto que se desenvolveu o pensamento de Max Weber. 31 Biografia Max e Marianne Weber, em 1894. Em 1920 uma pneumonia severa acamou Weber e levou-o à morte aos 56 anos de idade. Até então, o sociólogo havia publicado apenas os livros A ética protestante e o espírito do capitalismo (1905), Economia e sociedade (1910) e A ciência como vocação (1917). Após a sua morte, Marianne Schnitger Weber, sua esposa, realizou uma curadoria de sua obra e foi responsável pela publicação póstuma de um segundo volume de Economia e sociedade (1921), A metodologia das ciências sociais (1922) e História econômica geral (1923). Maximilian Karl Emil Weber nasceu em 21 de abril de 1864 na Prússia. Weber foi um jurista e economista considerado um dos fundadores da Sociologia ao lado de Émile Durkheim e Karl Marx Weber influenciou a sociologia moderna, a economia, filosofia, direito, e na política ajudando na negociação com o Tratado de Versalhes em 1919. Em 1882, cursou direito, economia e política onde seu pai também estudou. Em 1884 voltou e estudou na Universidade Humboldt de Berlim onde fez o doutorado em Direito em 1889. Em 1891 obteve habilitação para lecionar, passando a trabalhar em lugares como: a Universidade de Freiburg em 1894, na Universidade de Heidelberg em 1896 e Universidade de Viena e de Munique em 1919. De família abastarda, ele foi o primeiro de sete filhos de Max Weber, advogado e político, membro do Partido Nacional Liberal. A família de linhagem intelectual, incentivou os seus estudos desde a tenra idade. Ele foi sustentado por seu pai durante muito tempo até ter êxito com na profissão, vindo adiar seu casamento várias vezes até ter uma estabilidade econômica. Entre 1897 e 1901 depois que seu pai morreu, ele passou por uma profunda depressão ecolapso mental, deixando de lecionar por um tempo devido a problemas neurológicos, residindo por um tempo em sanatórios na Europa e se alongando em Roma onde se recuperou. Em 1903, quando esteve recuperado, renunciou ao cargo de professor e aceitou uma posição como diretor-associado em uma editora. Sua pesquisa científica abordou questões teórico-metodológicas cruciais e tratou complexos estudos histórico-sociológicos sobre a origem da civilização ocidental e seu lugar na história universal. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi diretor de hospitais militares. Depois do conflito, voltou ao ensinar economia na Universidade de Viena e em 1919, foi diretor universitário em Munique. Max Weber faleceu em 14 de junho de 1920 aos 56 anos de gripe espanhola acometendo de pneumonia em Munique. 32 Obras O livro “A ética protestante e o espírito do capitalismo” ele faz analises sobre o capitalismo no âmbito do protestantismo. Nessa obra ele faz reflexões sobre correlações entre sociologia e religião. Nessa obra, Weber diz que, a religião era os motivos para heterogeneidade das culturas do Ocidente e do Oriente. Aqui ele também salienta a importância do protestantismo, o que segundo ele, contribuiu para o surgimento do capitalismo e burocracia. A primeira parte da obra veio a público em 1904. A segunda foi publicada em 1905, depois da para Estados Unidos. A terceira versão foi publicada com alguns acréscimos, em 1920. Para Weber o Estado era "uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física" esse conceito se tornou a premissa pra os estudos da política do seu tempo. Dentre outras obras de Weber nós temos obras póstumas, terminados pela sua esposa Marianne Weber como: Economia e Sociedade, A ciência como vocação e A política como vocação. Teorias Ação social A ação é um comportamento ou atitude do indivíduo relacionado a ele mesmo, já a ação social, é um comportamento ou atitude do indivíduo relacionado a outra pessoa. Para Durkheim, o homem é influenciado pela sociedade, portanto, as suas ações são movidas e pela sociedade, ou seja, a sociedade está a cima do homem, pois tudo o que acontece nela, ocorre independente da vontade humana. Por isso Weber discordava de Durkheim, porque Weber compra a Idea que o homem é quem influencia a sociedade, pois como cada homem tem seus gostos, vontades e intenções particulares e específicos de cada um, ele vai dizer que somos nós que que construímos, movemos e influenciamos essa sociedade de acordo com a nossa vontade e características pessoais e individuais. Essas singularidades atribuídas a cada indivíduo, ele vai chamar de “individualismo metodológico” a teoria de que os fenômenos sociais se dão por meio do comportamento do indivíduo. Para Weber, a realidade é infinita, ou seja, o “todo” (sociedade) não pode ser tratado como um todo, pois esse “todo” só existe porque há as “partes” (os indivíduos), Por isso, é necessário analisar como uma pessoa pensa para entender como ela age, isto é, entender conduta, ação e atitude de cada indivíduo, para que assim, possa interpretar, explicar e compreender as ideias e pensamentos de uma coletividade, ou seja, compreender 33 como se estabelece as relações sociais e os grupos de uma comunidade. Para essa compreensão que se refere à análise do comportamento (ação) de um sujeito em relação aos outros Weber dar o nome de “sociologia compreensiva”. Com isso, vemos que comportamento é dotado de vontades intencionais, se os seres humanos são dotados de intenções, isso significa dizer que existe racionalidade nas atitudes intencionais uma vez que são pensadas, calculadas e planejas, ou seja, só existe intencionalidade se haver razão. É por isso que ele vai desenvolver as ações (comportamentos) divididos em quatro tipos, dois racionais e dois irracionais. São eles: Ações irracionais Ação afetiva São ações movidas por sentimentos, como o amor, ódio ou vingança e por impulsos. São ações involuntárias, ou seja, não são pensadas ou planejadas. É a relação entre a consciência e a emocionalidade. Nesse comportamento somos irracionais. Ação tradicional São ações feitas no cotidiano, ligadas aos hábitos tradicionais que já estão ligadas a nós, intrinsecamente. Os comportamentos são triviais. como escovar os dentes, dar bom dia. Consiste no que a sociedade considera certo. Ações racionais Ações que visam um fim São ações que são planejadas, pensada e calculada com um objetivo de chegar a algum fim, como estudar para o vestibular com o objetivo de fazer uma faculdade. É a relação do indivíduo com o mundo exterior (concreto). Ações que visam valores São ações que também que são planejadas, pensada e calculada para chegar a um fim, mas são levados pela ética, moral, valores e princípios, como a votação nas eleições. É uma ação exposta a improbabilidade pois não está ligada ao mundo exterior (concreto), mas é fiel a sua honra. Na sociedade é importante os valores, as condutas e princípios para estabelecer um comportamento de acordo com a vontade de cada um. − Em todas essas ações, impera o poder e a influência do ser humanos e suas vontades sobre o mundo social. 34 Burocracia Para ele, a burocracia é a forma como o estado se organiza. A burocracia se caracteriza pelas leis jurídicas e administração. Essa organização burocrática é regida pela racionalização. Por isso, é necessário a racionalidade para uma sociedade organizada, isso é a burocracia. “Cada sociedade tem uma forma diferente de organização ao longo da história.” Dominação Dominação é a autoridade de um determinado grupo sobre outro, mantendo relação fundada na autoridade de um indivíduo sobre outros. Para Weber a sociedade se organiza segundo a relação de poder, ou seja, sociedade é composta por relações sociais entre indivíduos, pois a sociologia não estuda a comunidade de uma sociedade, mas sim o indivíduo, e a forma que ele age socialmente em coletividade. Também acabamos de ver que a ação social é a forma como um indivíduo age em relação com outro, e quando esse indivíduo se relaciona com o outro, ele se relaciona sobre o outro, temos aí, uma relação de poder. Por isso, a relação de poder pode ocorrer entre familiares seguindo a tradição, religião por meio dos costumes, mercado de trabalho de maneira administrativa, ou por qualquer outra hierarquia como acontece nas leis. Weber define três tipos de dominações na sociedade. Dominação legal Diz respeito as normas vigentes de um sistema burocrático. Nessa dominação, o dominado obedece às regras baseada na racionalidade, e não as pessoas, isso acontece em Estado ou empresa. Aqui, a dominação é exercida pelo Estado e representado pelos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. OBS. Weber fala sobre leis. Vimos que só existe intencionalidade se houver racionalidade. Agir em sociedade implica em agir com racionalidade. Pois para Weber a razão é o que motiva o comportamento do indivíduo. “A Racionalizações sempre existiu em todas as civilizações.” (1996). O homem faz parte de um grupo social, o qual são ligados pelas mesmas afinidades, vontades objetivos e crença, onde são reunidos sobre as mesmas regras. É racionalização ou que vai levar o indivíduo a se comportar de maneira diferente um dos outros, levando a uma sociedade heterogenia, pois cada um vai pensar de maneira diferente sobre cada determinado assunto. Por exemplo, no mundo fintes, eles obedecem aos mesmos critérios 35 para atribuir ao seu modo de vida. A esta coletividade Weber dá o nome de “associação racional com fins.” Sendo assim, quanto maiores as intenções e vontades, mais complexa é a racionalidade, essa complexa racionalidade vai gerar conflitos, e por sua vez, vai ser preciso estabelecerregras para conter tais conflitos. Quando isso ocorre, Weber diz que existe uma “ordem social”, já que para ele, as regras fazem uma sociedade organizada dentro de uma ordem racional. Para Durkheim, as regras são externas ao indivíduo porque não formos nós que criamos, foi a sociedade que criou. Por isso, não pertence a nós, pertence a sociedade; e são anteriores poque (não nascem com a gente) vieram antes da gente nascer e vão continuar existindo depois que a gente morrer. Sendo assim, o indivíduo depende das regras e é influenciado por ela. Weber se contrapõe as ideias de Emile, ao dizer que as regras dependem de nós, e não somos nós que dependemos dela, pois nós temos o poder de criar novas normas ou reformular as que estão em vigência, ou seja, nós que influenciamos as regras. A sociologia de Weber nos faz perceber, que embora sejamos obrigados a agir conforme as regras, todas as regras foram criadas por nossa raça, e podem continuar a serem criadas outras novas ou modificadas as que estão em vigência. Para Weber, com o passar do tempo, as políticas foram se adaptando as novas civilizações que foram surgindo, com isso, as regras foram se tornando cada vez mais racionais e especificas. Hoje, as pessoas obedecem às regras não apenas porque temem a punição, mas também porque estão convencidas da necessidade de obedecer para contribuir com a organização social. Esse é o “sentido histórico” que Weber chama de racionalização Dominação tradicional É a legitimidade baseada na tradição. Diz respeito a cultura ou costumes impostos por uma autoridade. Aqui o poder é estabelecido pela tradição hierárquica, e a desobediência seria considerado falta de respeito ou insulto. Como os súditos, os quais obedecem a supremacia patriarcal, ou quando o pai exerce o poder autoritário dentro da família. Dominação carismática Diz respeito a uma forma de poder espontâneo, livre de imposição. aqui o indivíduo escolhe obedecer em virtude das qualidades de carismas, fascínio ou simpatia, características atribuídas a autoridade. Essa dominação é exercida por lideranças, muito comum no contexto cristão, ou como as lideranças que surgiram durante a história mundial, como Hitler, Mussolini, Getúlio Vargas, Fidel Castro etc. 36 Neutralidade axiológica Para os partidários mais antigos da escola de economia alemã, a ciência social deveria estar relacionada as normas, ou seja, a ciência deveria ser uma imposição. Para os membros mais jovens a ciência deveria estar relacionada a escolha dos próprios indivíduos; Max Weber era partidário desta posição. Para Weber, o indivíduo não pode ser neutro ou imparcial, uma vez que o indivíduo está ligado a sociedade. Por outro lado, era necessário que o pesquisador tivesse uma neutralidade axiológica, ou seja, uma análise neutra e imparcial em relação ao seu objeto de estudo. Neutralidade axiológica é uma imparcialidade relacionada ao valor. “Neutro é quem já se decidiu pelo mais forte.” Capitalismo A estratificação social, estuda as diferenças entre as posições do indivíduo na sociedade. Segundo a ótica de Karl Marx, essas diferenças são baseadas nos fatores econômicos. Karl Marx achava que a culpa do capitalismo era o mercado de trabalho e consciência da sociedade. Durkheim achava que o a sociedade determina a atitude do indivíduo. Max Weber vai mostrar que o capitalismo é justificado pelo sujeito, assim como a sociedade. Ele mostrou que o poder econômico é definido pelo poder das hierarquias. pois para ele, o privilégio que é dado a um grupo social vai determinar as oportunidades econômicas, por exemplo, um grupo de classe média teria mais chances de ver sua geração crescer economicamente em detrimento de um grupo de classe muito baixa. Ele, então, vai estudar a sociedade de uma outra forma nunca estudada até então, porque diferente dos outros sociólogos, ele vai estudar como o indivíduo manipula interfere na sociedade e na economia agindo de forma individual em uma coletividade, e mais, como isso vai intervir na economia. Por essa razão, seria mais prudente estudar a organização da classe social, já que o poder aquisitivo é determinado pelas classes. A análise weberiana revela que a existência de várias formas bens sociais, como a riqueza (patrimônios), prestígio social (casta ou etnia privilegiada segundo os status) e o poder (partidos políticos). Cada tipo de hegemonia, gera diferencia social. “Poder é toda a chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a relutância dos outros.” Para weber, o capitalismo não existe sozinho, existe pessoas que se organizam para o capitalismo existir, ou seja, é a sociedade que formula a economia, e como as sociedades são regidas pelos indivíduos, os quais soa pautados pelas intenções e vontades, ele vai buscar entender a vida econômica, relacionado a todas as esferas da sociedade, segundo critérios históricos, culturais e sociais. Como o capitalismo é um fenômeno histórico, pois a busca do lucro já existia nas antigas sociedades primitivas das grandes civilizações, desde as sociedades ocidentais ou 37 orientais, ele vai comparar diferentes civilizações, ou seja, diferentes modelos de sociedade, fazendo isso ele vai está analisando o comportamento do indivíduo, regidos pelos seus dogmas culturais e como essa cultura vai influenciar na forma como o indivíduo organiza a sociedade, e consequentemente como essa sociedade organiza o capital, ou seja, Weber pretende mostra a interferência da cultura e da religião na política e na economia fazendo essa ligação entre economia e religião, para entender como funciona o processo de evolução ou transformação econômica e social com ao longo do tempo. Esses estudos de Max Weber são feitos em dois momentos da sua vida. Na primeira fase de sua obra Protestantismo Weber faz um estudo da sociedade capitalista desde o século XV. Alguns fatos que influenciam a o sistema de organização na sociedade capitalista é o protestantismo. Segundo Weber para o calvinismo, para os calvinistas a “teoria da predestinação” dizia que o homem já nascia predestinado ao paraíso ou ao inferno e maneira de saber se determinada pessoa iria para o céu era medir o seu sucesso no trabalho, já que, para os calvinistas o home que iria para o céu era aquele que trabalhasse muito, o máximo que o seu corpo conseguisse suportar, pois o trabalho é o que faria do homem, um sujeito digno, era necessário ganhar dinheiro com o trabalho para mostrar seu valor pessoal, acumulando assim cada vez mais dinheiro. Nessa doutrina, se o homem desfrutasse da vida estaria se entregando aos prazeres da carne. Em quanto isso, o catolicismo condena o capitalismo. Por esse motivo, ele diz que o protestantismo é fruto do capitalismo. Pois o protestantismo era o motivo do apogeu do desenvolvimento econômico no século XVI, é devido a essa razão que as sociedades protestantes que se tornaram as maiores potências econômicas como a Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos. Já as nações católicas não tiveram tanto crescimento econômico, como Espanha, Portugal e Itália. Na segunda fase Nessa etapa da sua vida ele tenta explicar o porquê que as outras religiões não tem tanta influência capitalista quanto o protestantismo. Confucionismo e Taoismo Ele investiga os aspectos econômicos e políticos, artístico e erótico da China administrada por um imperador e organizada em províncias. Aqui as religiões tem um caráter ritualista e tradicional na cultura. Tal sociedade está voltada ao confucionismo, ou seja, é o culto aos antepassados da família do imperador. Já o taoismo está relacionada a força da magia. Podemos ver que, o poder administrativo segue uma linhagem hereditária. Hinduísmo e Budismo 38 O sistema vigente na Índia chamada de
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