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Teorias da Comunicação- Teoria Hipodérmica

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Qual a origem da teoria da comunicação?
Antes de começarmos os estudos sobre a teoria hipodérmica, é importante conhecermos, ainda que brevemente, sobre o surgimento das teorias da comunicação de um modo geral.
Há autores que apontam o alemão Otto Groth como pioneiro nos estudos sobre a teoria da comunicação, pois o alemão, ainda no início do século XX, dedicou-se a escrever a “teoria do diário”, uma espécie de enciclopédia do Jornalismo.
Porém, foi nos Estados Unidos, entre os anos 1920 e 1960, que se desenvolveram os estudos que teriam inaugurado ou marcado o surgimento das teorias da comunicação, denominados Mass Communication Research- um aglomerado de pesquisas direcionadas à análise dos efeitos e das funções dos meios de comunicação de massa na sociedade, associados aos conceitos de massa e behaviorismo. Além disso, a Communication Research foca suas pesquisas em medidas quantitativas, com o objetivo de responder à exigência proveniente dos administradores da mídia (Mattelart, pág. 29)
Os estudos da Mass Communication Research foram fundados pelos teóricos: Paul Lazarsfeld, Harold Lasswel, Kurt Lewin e Carl Hovland (Hohlfeldt, 2001- pág. 53).
Na verdade, ainda na I Guerra Mundial a comunicação de massa começa a ganhar espaço, atuando como persuasora da população em relação à sustentação da economia e fortalecimento do patriotismo. Mas foi principalmente na II Guerra Mundial que o seu “poder” se intensificou, por meio de programas produzidos pela Alemanha nazista, inspirados por Joseph Goebbels, que usou a propaganda para manipular e controlar tanto os soldados que lutavam na guerra, quanto o público externo.
Em seguida, os Estados Unidos adaptaram as ideias de Goebbels, para criar seu modelo próprio de intervenção política, utilizando-se da manipulação ideológica.
As correntes teóricas foram divididas em dois grandes paradigmas: o paradigma da ordem (pesquisa administrativa, que engloba as teorias desenvolvidas pelos americanos- nosso objeto de estudo, a partir deste material) e o paradigma do conflito (concepção crítica- que veremos em outro momento, no material sobre a referida teoria).
O autor Antonio Hohlfeldt faz um estudo mais aprofundado sobre o surgimento da teoria da comunicação. Sua viagem começa na Grécia antiga, ainda no século V aC, com os sofistas- acrobatas intelectuais, que ludibriam as demais pessoas pelas palavras, que conquistam e submetem os homens pela mente (pág. 68). Para Hohlfeldt, os sofistas foram os primeiros a exercerem a comunicação como prática de poder. Sócrates foi o maior sofista e autor da maiêutica, que diz que o maior aprendizado ocorre por meio do diálogo.
Outros filósofos citados por Hohlfeldt que fazem referência ao uso da comunicação como forma de persuadir são Platão e seu discípulo, Arístóteles. Platão é o primeiro a refletir sobre o processo comunicativo no Ocidente. Ele desenvolveu, em seu livro “A República”, uma narrativa conhecida como “o mito da caverna”, em que sugere a seus leitores que imaginem uma situação em que, no interior de uma profunda caverna, existam seres humanos presos, voltados para a parede dos fundos, de costas para a entrada da caverna, por onde entraria a luz. Os presos apenas veem, por força da luz exterior, projeções de sombras de objetos que estão do lado de fora. Platão faz com que as imagens pareçam reais, mas tudo não passa de uma ficção. O filósofo sugere às pessoas que imaginem o que aconteceria a um daqueles indivíduos, caso conseguisse se libertar da “prisão”. Ele diz que o indivíduo teria, inicialmente, dificuldade de adaptação, porém, ao se deparar com a luz, perceberia que viveu enganado todo aquele tempo.
Já Aristóteles aborda em sua obra, a Retórica, a questão dos discursos (aquilo que se diz sobre alguma coisa). Para o filósofo, o ser humano não é um ser meramente individual, mas é um animal social, que vive na coletividade. A principal finalidade da retórica é o ato de persuadir.
Segundo Hohlfeldt, Aristóteles é o primeiro teórico a formular a comunicação por excelência, em uma situação em que é analisado: a pessoa que fala, o assunto e a pessoa a quem se fala, parecido ao estudo desenvolvido por Harold Lasswel, que enfatiza: o emissor, a mensagem e o receptor. Bom, sobre este assunto, estudaremos em outro tópico: o modelo de Lasswell.
Wolf afirma que muitas das teorias a respeito da comunicação não se desenvolveram em momentos cronologicamente sucessivos, mas de forma simultânea, acelerando ou modificando o desenvolvimento do setor da comunicação.
Sociedade de massa-
A teoria hipodérmica está totalmente inserida na sociedade de massa, pois entende que o indivíduo é um ser atomizado, que independe de relações sociais ou familiares.
O denominado “homem-massa” é aquele indivíduo que só quer ser idêntico aos demais membros da massa e, para ele ser feliz, basta estar inserido na sociedade de massa, ou seja, basta ser igual a todo mundo.
O homem-massa contrapõe-se ao homem culto, pois, segundo José Ortega y Gasset, a massa é a jurisdição dos incompetentes (apud Wolf, 2001, pág. 22). São pessoas que não se avaliam nem para o bem, nem para o mal. Vale ressaltar que o homem-massa pode estar presente em todas as classes sociais, não somente na classe trabalhadora, como um operário, por exemplo.
Entenda a diferença dos conceitos de massa, multidão e público:
É importante entendermos o conceito de massa, para não confundirmos com os conceitos de multidão ou público. Devemos lembrar que a massa é composta por pessoas individualizadas, ou seja, são várias pessoas separadas geograficamente. É como se estivessem juntas apenas virtualmente, pois compartilham da mesma ideia, porém perdem sua característica caso se reúnam fisicamente.
Diferente deste conceito, a multidão é composta por pessoas que compartilham da mesma ideia e também estão juntas em um mesmo espaço físico, reunidas em prol de uma causa em comum.
Público, por sua vez, é um grupo de pessoas sem uma finalidade especifica. Eles são estimulados por uma mesma mensagem, espontaneamente. Podem estar ou não presentes no mesmo espaço físico. Porém, nesse caso, há interação entre os indivíduos que formam o público, diferente dos indivíduos que compõem a massa.
Teoria hipodérmica
A teoria hipodérmica foi a primeira tentativa de se explicar os efeitos que a comunicação tem sobre a sociedade de massa.
Também pode ser chamada de:
1- Agulha Hipodérmica- esta foi a primeira nomenclatura da teoria, batizada por Harold Lasswel, ainda nos anos 30. Nesta concepção, a informação é como uma agulha de uma seringa que é injetada sob a pele de uma pessoa. Portanto, a informação é injetada na cabeça das pessoas sem qualquer obstáculo.
2- Teoria da Bala Mágica- A forma como as pessoas recebem as informações é comparado a um indivíduo que é atingido por uma bala. Assim como ele fica impossibilitado de se defender, os indivíduos da massa recebem a mensagem sem oferecer resistências, eles reagem apenas de forma positiva aos meios de comunicação, sem questionamentos.
3- Teoria da Correia de Transmissão- As mensagens são recebidas de maneira uniforme e os estímulos (mensagens) sempre causam um efeito (resposta) imediato e direto (sem intermediários) no receptor.
Surgimento
Este modelo foi desenvolvido por volta da década de 30 (período entre-guerras) por pensadores da escola de Chicago (EUA), tendo Harold Lasswel como seu precursor;
Está inserida em uma época em que predomina o Behaviorismo;
A psicologia behaviorista estudou o comportamento humano e chegou à conclusão de que o homem é influenciado pelo meio em que está inserido. Desta forma, os meios de comunicação acreditavam que as pessoas obedeciam cegamente ao que eles sugeriam.
Conceito
Esta é considerada uma teoria da ação, que tem como objetivo o estudo do comportamento humano, utilizando-se de métodos de experimentação e observação das ciências naturais e biológicas (Wolf, pág 24).
Para a teoria hipodérmica, cada indivíduo é um átomo isolado que reage isoladamente às ordens e sugestões dos meios de comunicação de massa monopolizados,de acordo com Wright Mills (apud Wolf, 2006, pág. 24). 
Além disso, podemos descrever o modelo hipodérmico como sendo uma teoria da propaganda, pois o modelo defende que há uma relação direta entre a exposição às mensagens e o comportamento: se uma pessoa é apanhada pela propaganda, pode ser facilmente controlada, manipulada e levada a agir (Wolf, p.28). Portanto, os efeitos são tidos como certos após se emitir uma mensagem.
Estímulo/Resposta (E/R)
A teoria hipodérmica está totalmente inserida no contexto da sociedade de massa por se basear no modelo estímulo-resposta ou causa e efeito. Pois o E/R contribui para a instantaneidade, mecanicidade e amplitude dos efeitos. Nesse caso, os efeitos são tidos como certos, em um processo de comunicação.
O estímulo-resposta é o que descreve o comportamento humano, pois, nos preceitos desta teoria, todo estímulo tem de provocar uma resposta e toda resposta tem de ser estimulada. Pois uma resposta não estimulada é como um efeito sem causa. (Wolf, pág. 25).
Aqui o emissor é um sujeito ativo- com o único papel de transmitir a informação- e o receptor é um sujeito meramente passivo- que apenas recebe a mensagem, sem indagações.
A teoria hipodérmica busca explicar quais efeitos têm os mass media numa sociedade de massa e, para responder a essa questão, vale citar um acontecimento:
No dia 30 de outubro de 1938, a rádio CBS (Columbia Broadcasting System) interrompeu sua programação noturna para noticiar uma invasão extraterrestre que começou na cidade de Grover´s Mill, no estado de New Jersey (EUA). O programa dirigido por Orson Welles nada mais era que uma adaptação do livro A Guerra dos mundos, (H. G. Wells). Welles organizou a adaptação com vários efeitos especiais, o que fizeram com que a encenação parecesse real.
Cerca de seis milhões de pessoas ouviram o programa, porém a metade só sintonizou após a exibição já ter começado, perdendo assim a introdução que explicava tratar-se do radio-teatro semanal. Muitas pessoas acreditaram que aquilo fosse um acontecimento real e, por isso, entraram em pânico e fugiram de suas casas, procurando abrigos naturais, sem contar aqueles que até se suicidaram. O medo e desespero tomou conta de pessoas espalhadas por várias cidades americanas.
Todo aquele alarde provocado por um acontecimento fictício despertou pesquisadores e meios de comunicação que constataram o poder que a mídia tinha sobre a audiência. E assim a massa passou a ser idiotizada, por somente responder, passivamente, aos estímulos dos meios de comunicação. A massa era tida como um gado, por obedecer fielmente a todos os “mandamentos” dos meios de comunicação. A música “admirável gado novo” (Zé Ramalho) faz alusão a esta teoria, pois diz que as pessoas se sentem felizes pelo simples fato de fazerem parte da massa.
A mídia passou a ser vista como que capaz de moldar a opinião pública, pois tinha “poderosos artifícios” para disseminar suas informações de forma que a massa fosse atingida igualmente, fazendo assim com que tudo que os mass media quisessem implantar nas mentes humanas, fosse possível por meio da mídia manipuladora.
Considerações finais
E, para finalizar, justamente por acreditar na forma mecanicista de estímulo\reação é que a teoria hipodérmica foi bastante criticada por pesquisadores da época, um deles foi Paul Lazarsfeld, que afirmava que uma das características do ser humano é a capacidade de fazer suas próprias escolhas, discordando, assim, de que um público considerado massivo apenas reaja aos estímulos da mídia, sem oferecer resistência. (Felipe Pena, 1000 perguntas sobre teoria da comunicação, pág. 31).
Bibliografias:
-Teoria hipodérmica: site Infoescola, disponível em:
<https://www.infoescola.com/comunicacao/teoria-hipodermica/>, acesso entre 30/03/2020 e 03/04/2020.
- Livro. Wolf, Mauro. Teorias da Comunicação.
-Livro. Pena, Felipe. 1000 perguntas sobre teorias da comunicação.
-Livro. De Souza Vidal, R.M; Marques de M, J: de Morais, Osvando J. Teorias da comunicação: correntes de pensamento e metodologia de ensino.
-Livro. Hohlfeldt, Antonio e outros autores. Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências.
Livro. Mattelart, Michèle e Armand. História das Teorias da Comunicação.

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