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O Naturalismo em Portugal

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Campos Universitário de Viana 
Universidade Jean Piaget de Angola 
Criada pelo Decreto Executivo nº 44-A/01 de Julho de 2001 
 
Faculdade de Humanidades, Artes, Educação e Formação de Professores 
 
 
 
O NATURALISMO EM PORTUGAL: 
- Enquadramento Sociocultural 
- A questão Coimbrã: objectivos 
 
 
 
 
 
Nome do estudante: Luzia Miguel 
Licenciatura: Ensino do Português e Línguas Nacionais 
Disciplina: Literatura Portuguesa III 
Docente: Francisco Honorato Kambali 
 
 
Viana, Dezembro de 2020
I 
 
ÍNDICE 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1 
1. BREVE ABORDAGEM DO NATURALISMO ..................................................... 2 
1.1 Surgimento do Naturalismo ............................................................................... 3 
1.2 Naturalismo em Portugal ................................................................................... 5 
1.2.1 Características do naturalismo português ........................................................ 6 
1.3 Enquadramento sociocultural............................................................................. 7 
1.4 A Questão Coimbrã: objectivos ......................................................................... 7 
1.4.1 Objectivos ........................................................................................................ 8 
CONCLUSÃO ................................................................................................................. 9 
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 10 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
Não se deve viver no alheio da realidade que nos cerca, ler um livro é testar a 
razão e passar pela fronteira que nos limita do êxito. O mundo da arte literária – verbal 
escrita e oral – vai além de um amontoar de textos ou de histórias contadas por 
encantadores de almas. É na verdade uma forma diferente de se apreciar o que está a 
nossa volta. 
O despertar de uma mente é conseguido pela liberdade de questionar, refutar e 
defender o que se acredita ser o certo. Adicionalmente, desenvolver a habilidade de nos 
quadrar quando nos é percebível a incoerência no que acreditamos. 
A influência da literatura na vida racional é muito grande, desta feita, a nossa 
reflexão consistirá na análise de uma de suas correntes em Portugal. Com esta arte, 
mentes foram e continuam a ser despertadas e mudadas, génios surgiram e a 
imortalidade dos feitos consumados. 
É-nos prudente adiantar que o presente estudo estribar-se-á simplesmente em 
apresentar os destaques dessa escola, visto que seria necessário longo tempo e pesquisa 
caso quiséssemos fazer uma descrição detalhada dos aspectos históricos e evolutivos da 
mesma. 
Mormente, limitar-nos-emos a trazer a superfície o nome que marcou essa fase 
literária em Portugal. De seguida, veremos o seu contributo no estabelecimento e 
propagação dela no país em questão. 
Ser-nos-á apropriado discorrer o seu impacto sociocultural e não deixar ao acaso 
a questão Coimbrã juntamente com os seus objectivos. No final, os nossos 
conhecimentos tornar-se-ão mais apurados caso queiramos contribuir na nova forma de 
se exercer a actividade literária. 
 
 
 
2 
 
1. BREVE ABORDAGEM DO NATURALISMO 
Para cada tendência literária consumou-se uma nova escola, na Europa, tal 
ocorrência foi sequencial, o que tornou possível o enriquecimento desta arte. estas 
correntes defende/ra/m os seus ideais como melhores das outras. 
Apesar de possuírem abordagens distintas todas procuraram dar o melhor de si 
para o evoluir da prática artística. Por exemplo, uma defende/u que a literatura é a 
produtividade criativa que deve primar por um padrão normativo para que não perda a 
originalidade de ser contemplada (corrente clássica). No seu declínio torna-se flexível 
no que concerne as regras (corrente neoclássica). 
Jamais se deve pôr limites no invento, porque o resultado de forma alguma terá a 
expressividade da alma. Quem cria deve ser livre (corrente romântica). A liberdade 
surge quando se descreve o mundo tal como é (corrente realista). 
O homem está ligado à natureza, ele é construtor de um ambiente social, moral e 
imaculado (corrente naturalista). Caso haja um desvio ou perda dos referidos padrões é 
primordial que se apele à necessidade de os resgatar. O foco não se deve centrar em 
recorrer sempre à estética para a escrita literária (corrente contemporânea). 
A última – não menos importante – tem sido denominada por modernismo ou 
contemporânea. Ela prima pela capacidade das obras revestirem-se dos interesses e 
necessidades dos nossos dias. 
Essas escolas ou correntes foram provas das mudanças evolutivas da literatura, 
porém é interessante destacar que todas as fases mantêm inalteráveis as dimensões dessa 
actividade. 
O seu percurso destacou: a dimensão sociocultural, que será motivo de largos 
comentários à frente; a histórica quando procura envolver e relatar factos que marcaram 
o viver de um povo e a estética. A segunda comummente é entendida como fundada no 
passado, queremos relembrar que ela também fala do futuro mesmo de forma incerta. 
3 
 
A última dimensão apesar de tantos esforços de a tirar do centro da construção 
literária continua como base da literatura, prima pela beleza ou como à Roma Jakobson 
– literariedade. 
Uma vez provada a relação entre os diversos períodos, atentar-nos-emos à escola 
naturalista, esta que se mostra mais próxima da moderna. Surgiu para denunciar os 
desvios da moralidade social da época, atribuindo a culpa ao quadro ficcional das 
histórias de amor escritos pelos românticos. 
1.1 Surgimento do Naturalismo 
Será que nos é apropriado atribuir o seu surgimento a um escritor ou aos 
acontecimentos sociais? Esta indagação far-nos-á perceber que o produto do trabalho do 
escritor antes é fruto da produção social, todavia a resposta à indagação deve ser 
ponderada. 
Nesta senda, para melhor sistematização e reconhecimento das reflexões 
humanas é-nos apropriado atribuir o mérito ao pensador que deu margem a corrente em 
causa. Para melhor entender atentemo-nos à explicação de Senra (2006, p. 5), sobre o 
surgimento dela: 
O Naturalismo floresceu primeiramente na França na segunda metade do século XIX, mas 
teve repercussão também em outros países europeus, nos Estados Unidos e no Brasil. 
Seguindo os princípios cientificistas que lhe deram origem, o movimento tem como base a 
filosofia de que só as leis da natureza são válidas para explicar o mundo e de que o 
comportamento do homem está sujeito a um condicionamento puramente biológico e 
social. 
 Diferente das outras, esta era baseada na ciência para a dar sustentabilidade. O 
produto gerado pelas acções humanas era compreendido segundo o princípio natural dos 
corpos biológicos racionais no meio. A atitude humana e social eram associadas às leis 
naturais, ou seja, tudo o que é feito pelo homem ocorre porque faz parte da sua matriz 
natural. 
 Este pensamento primário estabelece um elo entre o homem e o meio social. Toda 
conduta que tenha um carácter desviante por parte dele devia ser redirecionada para se 
4 
 
evitar a degradação moral do todo. Esse conceito nasceu na França e estendeu-se para 
diversos países. Quem é o precursor do naturalismo? 
 Para Santana (2015), essa corrente surge por meio da obra Madame Bovary de 
Flaubert, o escritor de forma intencional escreveu um romance que serviu de base para 
a revolução da literatura naquela época. Ela fala-nos de uma senhora da burguesia – 
respeitada – que no casamento vê que toda a idealização de como seria a vida de casada 
era uma falsidade. Com isso, decide levar uma vida de adultério sem o conhecimento do 
marido. Quando os amantes deixavam-na a sua frustração e indignação só aumentava, 
as suas atitudes culminaramnuma grande tragédia. 
 Os feitos de Madame Bovary deveu-se aos romances, da corrente romântica, que 
lia. Eles instigaram o desejo impetuoso de viver um grande amor, a não concretização 
desse desejo fez com que o procurasse a todo custo, culminando assim conduta 
insolente. 
 Como era de se esperar a obra sofreu muitas censuras por retratar algo que era 
inaceitável naquele tempo. Com efeito, será que Flaubert é o precursor da escola 
naturalista? A resposta pode surpreender, pois que, o mesmo afirmou que não escreveu 
pensando em fazer parte ou criar uma corrente literária muito menos desejou dar a sua 
obra um carácter pedagógico. 
 O autor simplesmente quis retratar a realidade que se vivia e que ninguém falava 
por ser um assunto bastante íntimo. Zola, francês, teorizou a obra do escritor em 
destaque e classificou-a como um romance naturalista. O mesmo elegeu Flaubert como 
o precursor deste movimento, cujo escopo era denunciar o adultério fomentado pelos 
romances românticos daquele período, e acautelar os leitores contra os males que 
pudessem sobrevier aos mais vulneráveis assim como as jovens mulheres. Mas, 
Lourenço (2019, p.12), argumenta que: «[...], quando se fala hoje do Naturalismo 
literário, é praticamente obrigatória a evocação de Émile Zola e da sua saga dos 
Rougon-Macquart». 
 
5 
 
Por conseguinte, esses nomes são sonantes na história do naturalismo. À medida 
que passamos a entender sobre ela veremos que «a primeira característica do romance 
naturalista, do qual Madame Bovary é o tipo, é a reprodução exata da vida, a ausência 
de todo elemento romanesco». (Zola citado por Santana, 2015, p. 159) 
Como foi destacado anteriormente, na literatura os quadros são pintados 
recorrendo ao estilo para encantar os verdadeiros apreciadores. É verdade que a par do 
encanto existe o lado prático, por sua vez, é traduzido na mensagem que o escritor quer 
transmitir e nos benefícios que os leitores terão ao considerarem as lições dos escritos. 
Para não causar desvaneios ao leitor, toda diegese é tal e qual como na vida real, este 
facto possivelmente tenha sido um dos motivos da insatisfação de muitos críticos. 
1.2 Naturalismo em Portugal 
As correntes literárias foram e são consumadas por meio das obras literárias. 
Estas funcionam como provas da sua existência. O seu aparecimento nas terras de 
Camões não foi tão diferente aos demais países mantendo um percurso quase idêntico. 
Para começar, Queirós (1998, p. 16), ajuda-nos a ver que « [...] Eça de Queirós 
vem referido nos manuais escolares como o introdutor do naturalismo em Portugal». 
A história da literatura Portuguesa não refuta essa tese, cabemo-nos analisar as razões 
que o levaram ser considerado o precursor do naturalismo em Portugal. Em 1875, o 
escritor publica a primeira obra puramente naturalista – O Crime do Padre Amaro – mais 
tarde publica o Primo Basílio, essas obras falam da realidade vividas pela sociedade 
portuguesa daquele tempo. 
O escritor retratava assuntos que foram alvos de muitos descontentamentos, pois, 
ninguém se atrevia falar deles publicamente tal como falava no seu enredo. Para ilustrar, 
a segunda obra mencionada fala de um ato imoral e bárbaro entre Basílio e sua prima, 
eles recorrem à violação da lei conjugal. Ela esconde do marido até que não consegue 
suportar mais as chantagens da empregada. 
Não se podia de forma alguma expor tais verdades que formam o percurso de 
vida de muitas famílias da burguesia. Azevedo (1890), fala que existiam pessoas que 
6 
 
sentiam repulsa pelos frutos literários dessa corrente, porque destacavam o lado não 
gentil da espécie humana reduzindo-a em simples animais. 
São muitos escritores que aparecem nessa escola, porém o nosso foco consiste 
somente no precursor dela em Portugal, este facto influenciou a não citação de todos os 
nomes da escola naturalista nesse país. Mas, quando falarmos do caso Coimbrã veremos 
outros nomes diferentes dos que já foram vistos. 
1.2.1 Características do naturalismo português 
A abordagem feita permitiu-nos ver características soltas desta escola. Com 
efeito, este ponto é reservado para alistar os seus principais traços característicos em 
Portugal. 
Segundo Diana (s. d), eles são: Objetividade e Materialismo; Cientificismo e 
Determinismo; Positivismo e Darwinismo; Linguagem simples e coloquial; 
Descrições minuciosas; Realidade e denúncia social; Temas polêmicos ; Leis na 
natureza; Paisagens rurais; Instinto humano; Homem como produto biológico; 
Personagens marginalizados e Negação dos aspectos românticos. Para mais 
entendimento, segue-se a explicação breve de algumas características: 
Dentro do naturalismo, o escritor não procurava nenhum contorno ao falar das 
coisas. Por outra, procurava argumentar e levar o leitor a crer nas teses atribuindo-as um 
carácter científico. 
Assim como vimos, as obras eram fortemente influenciadas pelas ideias de 
Darwin. O mesmo defendia que o homem não possui a liberdade de escolha, as suas 
acções são frutos do código genético e do meio social. 
Citando Senra (2006), para o naturalista não importava o uso de uma linguagem 
muito cuidada, as obras eram escritas com termos fáceis de se entender. Assim os que 
liam podiam perceber a descrição da realidade repleta de vícios, dificuldades, crimes e 
intrigas constantes. 
 As cenas que falavam de sexo eram descritas aos pormenores, o que feria a 
sensibilidade de muitos. Há quem considerava está característica como uma forma de 
7 
 
produção de meras obras pornográficas. Entretanto, falar de acontecimentos distantes 
do que era vivenciado não era prioridade dos naturalistas, por este motivo, o intento era 
mesmo falar das coisas que constituíam num fardo para muitos da sociedade portuguesa. 
É possível pensar num homem que representa a figura divina a envolver-se em 
conduta cruel? Uma mulher do alto nível social a prostituir-se? Muitos dos temas 
abordados causavam bastante tumulto e davam a conhecer a muitos desatentos o que se 
passava de concreto. 
1.3 Enquadramento sociocultural 
Quando a literatura aborda de forma intensa os aspectos sociais não tem como 
não causar um certo impacto no meio social. O naturalismo, com isso, abordava a 
fraqueza existente no maior pilar social de todos os tempos, a família. 
 Não se podia crer na saúde familiar enquanto os seus membros envolviam-se em 
polêmicas depravadas, ou em crimes que causavam danos incalculáveis. 
Para o naturalista o mais importante era falar dessas práticas objetivamente, com 
a finalidade de motivar a mudança e o resgate das virtudes que as imperfeições 
corromperam. 
 Nesta senda, «as obras naturalistas possuem uma intenção de denúncia das 
mazelas da sociedade burguesa e os intelectuais ligados a esse movimento acreditavam 
ser possível, a partir dessa denúncia, realizar uma espécie de reforma social». 
(Kirchofm, 2008, p. 124) 
 A restruturação intencional poderia causar o regresso à moralidade, assim o 
convívio social seria novamente saudável. As famílias podiam ser tidas novamente 
como referência na transmissão da educação que serve de base para a criação do perfil 
ético do homem como produtor e produto sociocultural. 
1.4 A Questão Coimbrã: objectivos 
«Coimbra vivia então numa grande actividade, ou antes num grande tumulto 
mental». (Compostela, 2013, p. 12) 
8 
 
A forma de ver o mundo deve seguir as mudanças que ele apresenta. Não se pode 
e deve estar estagnado intelectualmente no tempo. A questão Coimbrã ou arte do bom 
senso e bom gosto resumiu-se em discórdias entre o novo e o velho. Assim como 
Veríssimo (2015, p. s. d) realça: «[...] foi o Naturalismo um levante contra o 
Romantismo», essa questão continua na questão Coimbrã. É bom lembrar que «Foram 
os naturalistas que, então, mobilizaram pela primeira vez a idéia do “moderno” [...]» 
(Waizbort, 2006, p. 359). 
Por um lado, estava António Feliciano de Castilho e seus companheirose do 
outros os estudantes de Coimbrã: Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de 
Castro. Castilho defendia de modo ferrenho as linhas do romantismo, enquanto que os 
estudantes de Coimbra olhavam as coisas de forma diferente. 
Jamais a melhor opção é tentar adaptar o passado ao presente, o resultado nunca 
proporcionará total satisfação. 
Castilho acusa Quental, de não possuir bom senso e bom gosto por não seguir as 
linhas do romantismo e por procurar seguir uma linha diferente. 
1.4.1 Objectivos 
Como argumenta Brito (s. d), essa questão girou em torno de questões que 
envolviam a estética literária com o intuito de defender as necessidades intelectuais do 
público de forma a guia-los para a independência total face aos poderes estabelecidos 
desenvolvendo um olhar crítico. Por exemplo, as obras de Quental, Braga e outros 
criticavam a política, a economia, arte e a produção do próprio conhecimento em 
Portugal. 
Essa geração denunciava a decadência em vários campos da sociedade daquele 
tempo. Um dos objectivos apontava para a restruturação das áreas supracitadas olhando 
para o exemplo de outros países europeus. Eles afirmaram que a continuidade da 
produção literária à romântico não traduzia a realidade vivida em Portugal nem 
acompanhava a própria cultura. 
9 
 
CONCLUSÃO 
Contudo, foi-nos proveitoso analisar os pontos altos do naturalismo, assim como 
olhar para a ligação do homem a natureza, bem como, ver que ele é construtor de um 
ambiente social, moral e imaculado. 
O Naturalismo floresceu primeiramente na França na segunda metade do 
século XIX, baseada na ciência para a dar sustentabilidade. 
O seu marco foi com a publicação de Madame Bovary de Flaubert. Zola 
teorizou a obra desse escritor e classificou-a como romance naturalista. A 
tendência propagou-se em diferentes países como Portugal. Nesse país, só foi 
possível com a publicação da obra o Crime do Padre Amaro do escritor Eça de 
Queirós. 
A corrente teve características como: inexistência de contornos ao falar das 
coisas, carácter científico, influência das ideias de Darwin, linguagem simples, etc. 
Para os escritores naturalistas o mais importante era falar das práticas impróprias 
objetivamente, com a finalidade de motivar a mudança e o resgate das virtudes que as 
imperfeições corromperam, valor sociocultural. 
No que diz respeito à questão Coimbrã ou arte do bom senso e bom gosto 
resumiu-se em discórdias entre o novo (Antero de Quental, Teófilo Braga e Vieira de 
Castro) e o velho (António Feliciano de Castilho). 
O objectivo foi a denúncia da decadência em várias áreas da sociedade daquele 
tempo para a restruturação social seguindo o exemplo de outros países europeus. 
 
 
 
 
 
10 
 
BIBLIOGRAFIA 
Azevedo, A. (1890). Obras completas, Aluísio Azevedo. São Paulo: Martins. 
Brito, R. J. F. (s. d). A “Questão Coimbrã” e a Definição dos Parâmetros Para a 
Problematização de Portugal pela Geração De 70 (1865-1866). [s. l] : [s. e]. Compostela, 
S. (2013). Veredas. Revista da Associação Internacional de Lusitanistas. Vol. 19, pp. 9-
24. Portugal: Raquel Bello Vázquez. 
Diana, D. (s. d). Naturalismo em Portugal. Toda Matéria. Consultado em 3 de Dezembro 
de 2020, disponível em https://www.todamateria.com.br/naturalismo-em-portugal/amp 
Queirós, E. (1998). O Primo Basílio: episódio doméstico. [s. l]: Atelie Editoral 
Kirchofm, E. R (2008). Literatura Brasileira I. Curitiba: IESDE BRASIL. 
Lourenço, A. A. (2019). Eça Naturalista: O crime do Padre Amaro e o Primo Basílio 
na Imprensa Coeva. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra 
University Press. 
Santana, M. H. (2015). O Naturalismo e a moral ou o poder da literatura. Rev. Soletras, 
N. 30 – 2015.2. Coimbra: [s. e] 
Senra, F. P. (2006). A herança do período naturalista nas letras do século XX. Rio de 
Janeiro: UFRJ. 
Veríssimo, J. (2015). História da Literatura Brasileira. : Atlântico Press. 
Waizbort, L. (2006). As aventuras de Georg Simmel. 2.ª ed. São Paulo: Editora 34 
 
 
 
 
https://www.todamateria.com.br/naturalismo-em-portugal/amp

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