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Rodada 28 (Direitos
Humanos, Direito
Administrativo e
Português)
 Rodadas Avançadas Agente PC-DF
Autor:
Rodada 28 (Direitos Humanos,
Direito Administrativo e
Português)
4 de Setembro de 2020
05183440107 - Wagter Douglas Bezerra Calixto
 
 
[Nome da empresa] 
[Título do documento] 
[Subtítulo do documento] 
Ricardo Torques 
[Data] 
 
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Sumário 
LISTA DE QUESTÕES ........................................................................................................................................... 3 
DIREITO HUMANOS ........................................................................................................................................ 3 
DIREITO ADMINISTRATIVO ............................................................................................................................. 6 
PORTUGUÊS ................................................................................................................................................... 9 
QUESTÕES COMENTADAS ............................................................................................................................... 12 
DIREITO HUMANOS ...................................................................................................................................... 12 
DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................................................................... 24 
PORTUGUÊS ................................................................................................................................................. 38 
 
 
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APRESENTAÇÃO DO CURSO 
Olá, pessoal! Tudo bem? 
Essa é a 28ª Rodada do “Projeto Rodadas Avançadas PCDF”. São 45 questões inéditas das disciplinas Direito 
Humanos, Direito Administrativo e Português. 
Esse curso destina-se a você aluno intermediário ou avançado e que pretende fazer uma preparação de alto 
nível nessa reta final da PCDF. 
Os cadernos de questões serão disponibilizados todos os dias em nosso Sistema de Questões, às 08:00h da 
manhã. Gostaríamos de sugerir que faça as questões em nosso SQ e que participe do nosso Ranking. 
Iremos sempre disponibilizar aqui na área do aluno um arquivo em PDF com as questões comentadas, bem 
como a correção em vídeo pelos professores. 
Nas videoaulas, além de corrigir as questões, os professores também irão aproveitar para abordar pontos 
relevantes de suas disciplinas. 
Esse arquivo em PDF é dividido em 2 (duas) partes: 
• Lista de Questões: nessa parte, vocês encontrarão as questões sem os comentários. 
• Questões comentadas: nessa parte, vocês encontrarão os comentários feitos pelos professores a 
cada uma das questões. 
Esperamos que esse projeto “Rodadas Avançadas PCDF” seja o grande divisor de águas na sua aprovação!!! 
Conte conosco nessa jornada!!! 
Abraços e bons estudos, 
Ricardo Vale 
 
 
Acesse a Rodada 28 no Estratégia Questões: 
https://bit.ly/Rodada-PCDF-28 
 
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LISTA DE QUESTÕES 
DIREITO HUMANOS 
Ricardo Torques 
Os direitos humanos, no âmbito internacional, costumam ser positivados, em regra, por meio de tratados 
e convenções internacionais, ou seja, são documentados em forma de texto com normatividade. Com base 
no posicionamento doutrinário e legislativo envolvendo o tema, julgue as assertivas. 
1. Os tratados internacionais são firmados ao longo do tempo e devem ser observadas sempre as 
disposições do diploma mais recente. 
 
2. A interpretação contextual dos tratados exige que sejam considerados acordos posteriores 
firmados entre as partes, eventuais práticas que sejam adotadas e as regras de Direito 
Internacional. 
 
3. A Convenção de Viena permite que sejam utilizados meios suplementares de interpretação: os 
trabalhos preparatórios do tratado e as circunstâncias de sua conclusão. 
 
4. A assinatura de um tratado internacional é ato privativo do Presidente da República. Em razão do 
modelo da duplicidade de vontades, todos os tratados internacionais estão sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional. 
 
5. A Constituição Federal estabelece que, obedecidos determinados requisitos, os tratados 
internacionais sobre direitos humanos serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Atualmente, apenas um tratado internacional foi incorporado com essa posição hierárquica: a 
Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. 
 
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6. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), incorporada 
com natureza de norma supralegal, prescreve a impossibilidade de prisão civil do depositário fiel, 
revogando tacitamente a previsão constitucional insculpida no art. 5º, LXVII. 
 
7. Embora tenham pontos em comum, os tratados internacionais não se confundem com as 
convenções. 
 
A Teoria Geral dos Direitos Humanos abrange diversos temas, como o conceito de tais direito, a 
terminologia, sua estrutura normativa, os fundamentos teórico-filosóficos que dão sustentação etc. Sobre 
o tema, julgue as assertivas abaixo: 
8. A Teoria dos Status de Jellinek estuda a relação do indivíduo em face do Estado e verifica-se o status 
libertatis quando o indivíduo detém a prerrogativa de exigir uma abstenção estatal. 
 
9. O Pós-Positivismo foi responsável por um maior rigor na observação da norma escrita, de modo 
que só foram reconhecidos os direitos humanos que estavam, de algum modo, previstos em textos 
legais. 
 
Em razão da consolidação dos Direitos Humanos no estudo do Direito Internacional Público, por meio da 
edição de inúmeros tratados internacionais, hoje é possível enumerar diversas características que 
permeiam tais direitos e, com isso, conhecer o atual estágio de desenvolvimento da proteção. Sobre esses 
temas, julgue os itens. 
10. Os direitos humanos decorrem de um processo de formação histórica, surgindo e se solidificando 
em razão das lutas da sociedade em defesa da dignidade humana. A historicidade é um ponto em 
comum entre os direitos humanos e o direito natural. 
 
11. A interdependência (ou complementariedade) dos direitos humanos relaciona-se diretamente com 
a indivisibilidade, posto que os direitos humanos constituem um corpo único, que deve ser 
interpretado e aplicado em conjunto. 
 
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12. Uma vez assegurado determinado direito humano, este poderá ser suprimido ou ter seu alcance 
reduzido, desde que por norma de mesmo nível hierárquico que o originou. 
 
Com a internacionalização dos direitos humanos após a Segunda Guerra Mundial, observou-se a formação 
dos sistemas de proteção desses direitos. Sobre o tema, julgue o item: 
13. Além do Sistema Global de proteção aos direitos humanos, cada continente formou um sistema 
regional. 
 
Os tratados internacionais preveem mecanismos de fiscalização, com órgãos de monitoramento e de 
procedimentos para denúncias e investigações. De acordo com a doutrina, julgue a assertiva: 
14. Os organismos internacionais não se submetem ao princípio da inércia,de modo que poderão 
realizar investigações por iniciativa própria. 
 
A responsabilidade internacional é entendida como o instituto jurídico de direito internacional mediante 
o qual se imputa, ao Estado, a prática de ato ilícito internacional, gerando o dever de reparação. Sobre o 
tema, julgue o item: 
15. O Estado só poderá ser responsabilizado diretamente em razão de suas ações ou omissões. 
 
 
 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
Herbert Almeida 
 
16. Segundo previsão constitucional, a prática de atos improbidade administrativa implica a cassação 
dos direitos políticos, afastamento da função pública, indisponibilidade de bens e ressarcimento 
do dano. 
 
17. A Lei de Improbidade Administrativa alcança as entidades que recebam benefícios fiscais de órgãos 
públicos, incluindo aquelas que a participação do erário em sua criação seja inferior a cinquenta 
por cento de sua receita anual. 
 
18. José não é servidor público, mas exerceu, durante certo período, funções em uma entidade que 
recebia recursos públicos como fonte de custeio. No exercício de suas funções, incorporou ao seu 
patrimônio alguns bens da entidade em que trabalhava. Além disso, sabe-se que José atuava como 
voluntário, ou seja, não recebia remuneração, e que prestava auxílio direto a João, esse sim 
remunerado pelo exercício das atribuições. 
Considerando a situação hipotética acima, pode-se afirmar que a Lei de Improbidade é inaplicável quanto 
a José, em virtude da ausência de vínculo; mas é aplicável a João, que é agente público. 
 
19. Mesmo que o agente público tenha falecido, é possível cobrar de seus sucessores os valores que 
devam ser ressarcidos ao erário, limitando-se a cobrança aos valores recebidos por herança. 
 
20. José é servidor público e praticou ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário. 
Em virtude disso, o servidor deverá ressarcir o erário e se sujeitará às demais sanções penais 
previstas na lei de improbidade. 
 
21. Considere que Joana, servidora pública federal, tenha recebido vantagem econômica para facilitar 
a alienação de bem público por preço inferior ao valor de mercado. Nesse caso, estará sujeita à 
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penalidade de perda dos bens acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, além do pagamento de 
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e outras sanções previstas na 
legislação. 
 
22. José, servidor público, culposamente facilitou a contratação de um serviço por preço superior ao 
mercado. Nesse caso, não poderá responder por ato de improbidade administrativa, que exige a 
presença do dolo para que seja possível a penalização. 
 
23. A autoridade que, por ação ou omissão, conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou 
tributário que enseje a aplicação de uma alíquota abaixo do previsto em lei para o imposto sobre 
serviços de qualquer natureza responderá por improbidade administrativa. 
 
24. Determinado órgão público abriu procedimento interno para viabilizar a realização de concurso 
público para contratação de servidores. Durante o processo, Joana fraudou documentos que 
acabaram fazendo com que a empresa de uma amiga saísse vencedora do certame e realizasse as 
provas do concurso. Nessa situação, Joana praticou ato de improbidade administrativa que causou 
enriquecimento ilícito. 
 
25. Para a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, é imprescindível a 
demonstração da efetiva ocorrência do dano, em qualquer hipótese. 
 
26. Ao tomar posse e para entrar em exercício, o agente público precisa apresentar declaração dos 
bens e valores que compõem seu patrimônio privado, cuja recusa pode importar em sua demissão 
a bem do serviço público. 
 
27. José, cidadão brasileiro, compareceu a uma unidade administrativa federal para representar acerca 
de um ato de improbidade cometido por um servidor, de que teve conhecimento. Contudo, a 
petição apresentada por escrito não continha sua qualificação e nem a indicação das provas dos 
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fatos alegados. Nesse caso, a representação será rejeitada, o que impede que a mesma denúncia 
seja apresentada ao Ministério Público para o prosseguimento das investigações. 
 
28. As ações de improbidade administrativa correm sob o rito ordinário e são legitimados para a sua 
apresentação o Ministério Público e a pessoa jurídica interessada. 
 
29. José é detentor de mandato eletivo e está sendo processado por improbidade administrativa. 
Nesse caso, o agente público deverá responder ao processo no foro especial conferido em virtude 
de sua função pública. 
 
30. As ações de ressarcimento ao erário decorrentes da prática de ato de improbidade administrativa 
prescrevem em até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou 
de função de confiança. 
 
 
 
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PORTUGUÊS 
Felipe Luccas 
 
31. Considere o segmento abaixo e julgue o item a seguir. 
As pessoas não continuam motivadas se houver sentimentos de inutilidade em seus esforços. 
A forma verbal “continuam” poderia ser substituída por “se mantém”, sem prejuízo aos sentidos 
originais e à correção gramatical. 
 
32. Considere o segmento abaixo e julgue o item a seguir. 
A despeito de existir, nos registros históricos mais recentes, uma gama de indícios de desenvolvimento 
econômico em regimes não democráticos, não há como fazer uma conexão direta. 
A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma “existir” fosse substituída por existirem. 
 
33. Considere o segmento abaixo e julgue o item subsequente. 
Eleitores são pessoas que elegem um representante para um órgão decisor, ou escolhem a sua opção 
de entre um conjunto predefinido através de um qualquer sistema de votação. Ao conjunto de 
eleitores dá-se o nome de eleitorado. 
O referente da forma verbal “escolhem é o termo “pessoas”. 
 
34. Considere o segmento abaixo e julgue o item subsequente. 
Eleitores são pessoas que elegem um representante para um órgão decisor, ou escolhem a sua opção 
de entre um conjunto predefinido através de um qualquer sistema de votação. Ao conjunto de 
eleitores dá-se o nome de eleitorado. 
O referente da forma verbal “escolhem é o termo “pessoas”. 
A forma verbal “dá” é flexionada no singular para concordar com o núcleo de seu complemento— 
nome. 
 
35. Considere o segmento abaixo e julgue o item subsequente. 
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O preço dos produtos, a situação da empresa, a penetração no mercado, o endividamento, o caixa 
atual, tudo isso importa na avaliação de um ativo operado em bolsa. 
Seria mantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal “importa” fosse substituída por 
importam. 
 
36. Considere o segmento abaixo e julgue o item subsequente. 
A especulação imobiliária materializada em milhares de hipotecas em famílias cujas rendas eram 
incompatíveis — e, claro, o uso abusivo de derivativos — deu origem a uma das maiores crises 
econômicas da história. 
Seria mantida a correção gramatical do períodocaso a forma verbal “deu” fosse flexionada no plural, 
escrevendo-se deram. 
 
37. Considere o segmento abaixo e julgue o item subsequente. 
Atualmente, a maioria dos refugiados vive no Oriente Médio e no Norte da África, territórios 
conhecidos pela sigla MENA. Além dos conflitos civis, a região enfrenta uma crise econômica, com o 
crescimento médio estagnado em 2% ao ano, desde a década de 1990. 
A substituição da forma verbal “vive” por vivem manteria a correção gramatical do texto. 
 
38. No segmento “Os 20% mais ricos do eleitorado ficaram revoltados”, as formas “ficaram” e 
“revoltados” não poderiam se flexionar no singular. 
 
39. Em “A maioria dos alpinistas que chegam ao topo do Everest está severamente desidratada”, a 
forma verbal “chegam” poderia ser corretamente flexionada no singular. Nesse caso, o pronome 
“que” retomaria o núcleo do sujeito da oração principal. 
 
40. No segmento, “Petrobras tem prejuízo líquido de R$ 2,71 bilhões no segundo trimestre, 1,6 bilhão 
a mais que no ano anterior”, o emprego do plural em “2,71 bilhões” e do singular em “1,6 bilhão” 
deve-se à presença dos numerais “2,71” e “1,6”, respectivamente. 
 
41. Julgue o item abaixo quanto à correção gramatical, à coesão e à coerência. 
Todo mundo acha interessantíssimo, mesmo quando na vida privada não aplicam padrões morais 
rígidos, a ação de condenar uma celebridade por uma falha que se tornou pública. 
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42. Considere o segmento abaixo e julgue o item subsequente. 
Anos de terapia não foram suficientes para superar uma lembrança de traumas que não me 
deixavam dormir. 
 
43. Sem prejuízo à correção e à coerência, no segmento “Lerei muito sobre atos de terceiro que sejam 
considerados crime”, a concordância pode ser feita no singular, considerando como referente a 
forma “terceiro”. 
 
44. Mantendo-se a correção gramatical e os sentidos originais, o segmento “Na vida real, as próprias 
pessoas é que criam as oportunidades” poderia ser reescrito da seguinte forma: Na vida real, as 
próprias pessoas são quem criam as oportunidades. 
 
45. Considere o segmento abaixo e julgue o item subsequente. 
Na atual situação brasileira, três tipos de tendências em relação às doenças transmissíveis são 
observados: declinante; quadro de persistência; e emergentes ou reemergentes. 
Haveria prejuízo gramatical se o segmento acima fosse reescrito da seguinte maneira: Na atual 
situação brasileira, observa-se três tipos de tendências em relação às doenças transmissíveis: 
declinante; quadro de persistência; e emergentes ou reemergentes. 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
DIREITO HUMANOS 
Ricardo Torques 
 
Os direitos humanos, no âmbito internacional, costumam ser positivados, em regra, por meio de tratados 
e convenções internacionais, ou seja, são documentados em forma de texto com normatividade. Com base 
no posicionamento doutrinário e legislativo envolvendo o tema, julgue as assertivas. 
1. Os tratados internacionais são firmados ao longo do tempo e devem ser observadas sempre as 
disposições do diploma mais recente. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. A Convenção de Viena trata sobre a aplicação de tratados sucessivos em seu 
artigo 30. Vejamos o dispositivo: 
Artigo 30 - Aplicação de Tratados Sucessivos sobre o Mesmo Assunto 
1. Sem prejuízo das disposições do artigo 103 da Carta das Nações Unidas, os direitos e obrigações 
dos Estados partes em tratados sucessivos sobre o mesmo assunto serão determinados de 
conformidade com os parágrafos seguintes. 
2. Quando um tratado estipular que está subordinado a um tratado anterior ou posterior ou que não 
deve ser considerado incompatível com esse outro tratado, as disposições deste último prevalecerão. 
3. Quando todas as partes no tratado anterior são igualmente partes no tratado posterior, sem que o 
tratado anterior tenha cessado de vigorar ou sem que a sua aplicação tenha sido suspensa nos termos 
do artigo 59, o tratado anterior só se aplica na medida em que as suas disposições sejam compatíveis 
com as do tratado posterior. 
4. Quando as partes no tratado posterior não incluem todas as partes no tratado anterior 
a) nas relações entre os Estados partes nos dois tratados, aplica-se o disposto no parágrafo 3; 
b) nas relações entre um Estado parte nos dois tratados e um Estado parte apenas em um desses 
tratados, o tratado em que os dois Estados são partes rege os seus direitos e obrigações recíprocos. 
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5. O parágrafo 4 aplica-se sem prejuízo do artigo 41, ou de qualquer questão relativa à extinção ou 
suspensão da execução de um tratado nos termos do artigo 60 ou de qualquer questão de 
responsabilidade que possa surgir para um Estado da conclusão ou da aplicação de um tratado cujas 
disposições sejam incompatíveis com suas obrigações em relação a outro Estado nos termos de outro 
tratado. 
Para facilitar sua compreensão sobre o dispositivo, vamos condensá-lo em três informações: 
(1) o texto do tratado poderá prever sua subordinação a tratado internacional anterior (já assinado) 
ou posterior (que ainda será firmado) e se não for compatível, será aplicado o novo tratado. 
(2) caso não haja previsão, existindo tratado internacional anterior com as mesmas partes, as regras 
do tratado antigo somente se aplicam se compatíveis com o tratado internacional posterior. 
(3) poderá ocorrer de não serem as mesmas partes signatárias dos tratados anterior e posterior: 
nesse caso, devemos considerar aplicável o tratado internacional assinado por ambas as partes, 
independentemente de ser anterior ou posterior. 
Desse modo, como vimos acima, é incorreto afirmar que devem ser observadas sempre as disposições do 
diploma mais recente, posto que poderá ser definida a subordinação a tratados anteriores. 
 
2. A interpretação contextual dos tratados exige que sejam considerados acordos posteriores 
firmados entre as partes, eventuais práticas que sejam adotadas e as regras de Direito 
Internacional. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: 
A assertiva está correta. O artigo 31 da Convenção de Viena apresenta a regra geral de interpretação dos 
tratados internacionais. Vimos nas rodadas anteriores que um tratado deve ser interpretado de boa-fé 
segundo o sentido comum atribuível aos seus termos, em seu contexto e à luz de seu objetivo e finalidade. 
O princípio da boa-fé consiste no compromisso de respeito e fidelidade entre os signatários do tratado 
internacional, de maneira que a interpretação não deve ser dissimulada, fraudatória ou tendenciosa. O 
intérprete deve objetivar o sentido coerente e compatível com as demais disposições do tratado. 
O artigo 31, parágrafo terceiro, traz ainda a necessidade de se levar em consideração, para fins de 
intepretação dos tratados internacionais, os acordos posteriores firmados entre as partes, eventuais práticas 
que sejam adotadas após a pactuação do tratado e as regras de Direito Internacional aplicáveis. Vejamos: 
Artigo 31 - Regra Geral de Interpretação 
3. Serão levados em consideração, juntamente com o contexto: 
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a) qualquer acordo posterior entre as partes relativo à interpretação do tratado ou à aplicação de 
suas disposições;b) qualquer prática seguida posteriormente na aplicação do tratado, pela qual se estabeleça o acordo 
das partes relativo à sua interpretação; 
c) quaisquer regras pertinentes de Direito Internacional aplicáveis às relações entre as partes. 
3. A Convenção de Viena permite que sejam utilizados meios suplementares de interpretação: os 
trabalhos preparatórios do tratado e as circunstâncias de sua conclusão. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: 
A assertiva está correta. Os meios suplementares de interpretação estão previstos no artigo 32 da 
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados e devem ser utilizados para confirmar ou determinar o 
sentido quando, de alguma forma, a interpretação der margem à ambiguidade, à obscuridade ou resultado 
manifestamente absurdo ou desarrazoado. 
Artigo 32 - Meios Suplementares de Interpretação 
Pode-se recorrer a meios suplementares de interpretação, inclusive aos trabalhos preparatórios do 
tratado e às circunstâncias de sua conclusão, a fim de confirmar o sentido resultante da aplicação do 
artigo 31 ou de determinar o sentido quando a interpretação, de conformidade com o artigo 31: 
a) deixa o sentido ambíguo ou obscuro; ou 
b) conduz a um resultado que é manifestamente absurdo ou desarrazoado. 
 
4. A assinatura de um tratado internacional é ato privativo do Presidente da República. Em razão do 
modelo da duplicidade de vontades, todos os tratados internacionais estão sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. Um tratado internacional deve passar por quatro fases até que seja incorporado 
à ordem jurídica interna: assinatura internacional, aprovação pelo Congresso Nacional, ratificação e depósito 
e, por fim, promulgação interna. 
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Os tratados internacionais são assinados, no Brasil, pelo Presidente da República no exercício da Chefia de 
Estado, conforme art. 84, VIII, da Constituição Federal: 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
Do dispositivo extrai-se que o Presidente da República possui a competência privativa5 para celebrar 
tratados, convenções e atos internacionais. Contudo, esses documentos estarão sujeitos a referendo pelo 
Congresso Nacional, o que denota a aplicação do Modelo de Duplicidade de Vontades. Nesse caso, existem 
duas vontades distintas que devem ser cumuladas para que o tratado passe a gerar efeitos jurídicos 
vinculantes internamente: além da assinatura do Chefe de Estado (1ª manifestação de vontade) é necessário 
que o tratado seja aprovado pelo Poder Legislativo (2ª manifestação de vontade). 
Vamos agora ao erro da questão, ok? O art. 49, inciso I da Constituição Federal estabelece que é de 
competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. Em outras 
palavras: a aprovação será necessária somente quando o tratado, acordo ou ato internacional acarrete 
encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. 
Vejamos o que diz Rafael Barretto: "Atos que não gerem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio 
nacional não precisam ser aprovados no Parlamento. É o que ocorre, por exemplo, com alguns acordos 
executivos, como convênios internacionais de cooperação, que o Presidente celebre com o chefe de outro 
país." 
[Note que o comando da questão foi bem amplo: "todos os tratados internacionais"] 
 
5. A Constituição Federal estabelece que, obedecidos determinados requisitos, os tratados 
internacionais sobre direitos humanos serão equivalentes às emendas constitucionais. 
Atualmente, apenas um tratado internacional foi incorporado com essa posição hierárquica: a 
Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. Uma das inovações introduzidas pela Emenda Constitucional nº 45/2004 (também 
conhecida como Reforma do Judiciário) foi a inclusão do §3º ao art. 5º: 
Art. 5º § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, 
em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. 
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Pela leitura do dispositivo, podemos verificar quais os requisitos necessários: os tratados / convenções 
internacionais devem versar sobre direitos humanos (não é qualquer matéria) e deverão ser aprovados com 
quórum das emendas constitucionais - aprovação, em cada Casa Legislativa, em dois turnos, por 3/5 dos 
votos dos respectivos membros. 
Importante destacar que os tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com o quórum 
qualificado previsto no art. 5º, §3º, da Constituição Federal, não são emendas constitucionais, mas possuem 
status de emendas constitucionais. Há doutrinador que diferencia um do outro. Para fins de prova objetiva, 
devemos nos basear no texto de lei e a posição do STF. Ambos informam a equiparação desses tratados às 
emendas, não os qualificando como emendas constitucionais propriamente ditas. 
Atualmente, temos dois tratados internacionais aprovados com quórum de emenda constitucional e que, 
portanto, são equiparados às emendas constitucionais: 
(1) Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo: assinado 
em 2007, aprovado pelo Congresso Nacional (Decreto Legislativo nº 186/2008) e ratificado e depositado em 
2008, sendo promulgado na ordem interna pelo Decreto 6.949/2009. 
(2) Tratado de Marraqueche: trata-se de diploma que foi aprovado para facilitar o acesso a obras publicadas 
às pessoas cegas, com deficiência visual ou com outras dificuldades para aceder ao texto impresso. Foi 
aprovado pelo Congresso Nacional em 2015 (Decreto Legislativo nº 261/2015), sendo promulgado na ordem 
interna pelo Decreto nº 9.522/2018. 
 
6. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica), incorporada 
com natureza de norma supralegal, prescreve a impossibilidade de prisão civil do depositário fiel, 
revogando tacitamente a previsão constitucional insculpida no art. 5º, LXVII. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. Os tratados internacionais, não apenas os que versem sobre direitos humanos, 
terão posição hierárquica variável dentro do ordenamento jurídico brasileiro de acordo com o seu quórum 
de aprovação. Vejamos: 
(1) tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de emenda constitucional: 
possuem status de emenda constitucional; 
(2) tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de norma 
infraconstitucionais: possuem status de norma supralegal, em ponto intermediário, acima das leis, 
abaixo da Constituição Federal. 
(3) demais tratados internacionais, independentemente do quórum de aprovação: possuem status 
de norma infraconstitucional. 
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Em relação aos tratados internacionais sobre direitos humanos, temos um duplo tratamento, também 
denominado "Teoria do Duplo Estatuto" pelo doutrinador André de Carvalho Ramos: "Consagrou-se no STF 
a teoria do duplo estatuto dos tratados de direitos humanos: supralegal para os que não foram aprovados 
pelo rito especial do artigo 5º, § 3º, quersejam anteriores ou posteriores à Emenda Constitucional n. 45/2004 
e constitucional para os aprovados de acordo com o rito especial." 
A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (ou Pacto de San José da Costa Rica) prescreve a 
impossibilidade de prisão civil do depositário infiel. Por se tratar de um documento internalizado com 
quórum de norma infraconstitucional, o STF, seguindo seu entendimento a respeito do assunto, afirmou que 
o Pacto de San José da Costa Rica possui natureza de norma supralegal. 
Em decorrência disso, não é possível que lei ordinária preveja, ou melhor, regulamente o dispositivo 
constante do art. 5º, LXVII, da Constituição Federal que permite a prisão do depositário infiel. Devemos 
lembrar que nos termos do art. 5º está previsto que a restrição à liberdade somente poderá ocorrer na forma 
da lei, sendo, portanto, considerado de eficácia limitada, cuja aplicabilidade depende de regulamentação 
ulterior. Como o dispositivo depende de lei infraconstitucional para regulamentá-lo, mas o Pacto de San José 
da Costa Rica veda tal regulamentação, torna-se impossível juridicamente a instituição da prisão civil do 
depositário infiel no âmbito do direito interno brasileiro. 
Vejamos o entendimento firmado pelo Supremo no julgamento do HC 87.585: "A subscrição pelo Brasil do 
Pacto de São José da Costa Rica, limitando a prisão civil por dívida ao descumprimento inescusável de 
prestação alimentícia, implicou a derrogação das normas estritamente legais referentes à prisão do 
depositário infiel." 
Algum tempo depois dessa decisão, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante 25: "É ilícita a 
prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito." 
Desse modo, não há que se falar em revogação tácita do art. 5º, LXVII da Constituição. 
 
7. Embora tenham pontos em comum, os tratados internacionais não se confundem com as 
convenções. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: 
A assertiva está correta. Os tratados internacionais são manifestações de vontades entre dois ou mais 
Estados buscando firmar um compromisso recíproco. As convenções, conforme leciona a doutrina, são 
acordos entre duas ou mais acordo entre duas ou mais pessoas, concernente a um fato preciso, previsto pelo 
direito internacional, referindo se à matéria técnica resultante de conferência entre as várias nações 
interessadas. 
Recorde-se, por exemplo, das reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT): conferências 
técnicas que discutem os mais diversos assuntos relativos ao campo jus laboral. O objeto sobre o qual os 
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conferencistas da OIT se debruçam são os direitos dos trabalhadores em termos gerais. Esses direitos são 
classificados como direitos sociais e denominados de direitos fundamentais de segunda dimensão, de caráter 
prestativo. 
Para fins de concurso público, não há tanta diferença na abordagem dos temas, sendo comum o emprego 
dos termos conjuntamente como sinônimos: "tratados e convenções internacionais." 
Por fim, vale destacar que as convenções internacionais serão incorporadas ao ordenamento jurídico 
brasileiro seguindo o mesmo regramento dos tratados internacionais: 
(1) se aprovadas com o quórum ordinário terão natureza de normas supralegais; 
(2) se aprovadas com o quórum qualificado do art. 5º, § 3º, da Constituição Federal, serão 
equiparadas às emendas constitucionais. 
 
A Teoria Geral dos Direitos Humanos abrange diversos temas, como o conceito de tais direito, a 
terminologia, sua estrutura normativa, os fundamentos teórico-filosóficos que dão sustentação etc. Sobre 
o tema, julgue as assertivas abaixo: 
8. A Teoria dos Status de Jellinek estuda a relação do indivíduo em face do Estado e verifica-se o status 
libertatis quando o indivíduo detém a prerrogativa de exigir uma abstenção estatal. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: 
A assertiva está correta. A Teoria de Jellinek relaciona o homem e o Estado e, a partir dessa relação, é 
possível alcançar quatro resultados: sujeição, defesa, prestacional e participativo. Vamos revisar cada um 
deles: 
(1) status subjectionis (ou passivo): o Estado teria a competência para vincular o indivíduo ao 
estado por intermédio de regras e proibições. 
(2) status libertatis (ou negativo): temos a criação de um espaço para livre atuação da pessoa, com 
capacidade de autodeterminação sem interferência do Estado. 
(3) status civitatis (ou positivo): busca-se exigir atuações positivas do Estado para atendimento dos 
interesses dos cidadãos. 
(4) status activus (ou ativo): temos o reconhecimento da capacidade de o cidadão intervir na 
formação da vontade do Estado, por exemplo, por intermédio do voto. 
 
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9. O Pós-Positivismo foi responsável por um maior rigor na observação da norma escrita, de modo 
que só foram reconhecidos os direitos humanos que estavam, de algum modo, previstos em textos 
legais. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. O Positivismo gerou um grande distanciamento entre o direito e qualquer posição 
moral ou valores. Por esse motivo, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, tal corrente sofreu duras 
críticas, afinal, um direito desprendido de valores ou aspectos éticos e morais, viola a própria finalidade do 
direito, que é tutelar e proteger a pessoa, que é garantir o bom convívio social, com respeito aos direitos 
mais básicos. 
O Pós-Positivismo surge, portanto, como um movimento de busca por reaproximação do direito em relação 
à moral, de modo que as normas passam a considerar valores éticos e morais na positivação, na 
interpretação e na aplicação das normas jurídicas. 
Esse alinhamento demonstra, por exemplo, o porquê de a estrutura normativa dos Direitos Humanos estar 
calcada em princípios que, além de terem caráter interpretativo, são normas com caráter vinculativo. Ou 
seja, o aplicador do Direito poderá fundamentar a decisão exclusivamente a partir de um princípio. 
Nota-se, assim, que o Pós-Positivismo não gerou uma observação mais severa da norma escrita, mas uma 
reaproximação entre o Direito e os valores e comportamentos éticos. Em razão disso, a Teoria dos Princípios 
ganhou destaque, pois passaram a ser defendidos como espécie de normas e com caráter vinculativo. No 
âmbito interno, observou-se a positivação desses valores nas respectivas constituições – movimento 
denominado neoconstitucionalismo. 
 
Em razão da consolidação dos Direitos Humanos no estudo do Direito Internacional Público, por meio da 
edição de inúmeros tratados internacionais, hoje é possível enumerar diversas características que 
permeiam tais direitos e, com isso, conhecer o atual estágio de desenvolvimento da proteção. Sobre esses 
temas, julgue os itens. 
10. Os direitos humanos decorrem de um processo de formação histórica, surgindo e se solidificando 
em razão das lutas da sociedade em defesa da dignidade humana. A historicidade é um ponto em 
comum entre os direitos humanos e o direito natural. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
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A assertiva está incorreta. A historicidade traduz o fato de que os Direitos Humanos decorrem de um 
processo de formação histórica, de modo que, com o tempo, os direitos humanos surgem e se solidificam 
em razão das lutas da sociedade em defesa da dignidade da pessoa. 
Um aspecto interessante, relacionado com a historicidade, é a discussão acerca da relação entre o Direito 
Natural e os Direitos Humanos.Sabemos que um dos fundamentos dos direitos humanos é a concepção 
jusnaturalista, que entende que os direitos humanos buscam sua origem no Direito Natural. Sabemos 
também que a principal crítica ao jusnaturalismo como fundamento é o fato de não se adequar à ideia de 
historicidade! 
Recorde-se que o Direito Natural traduz um conjunto de normas fundadas na natureza das coisas, trata-se 
de um direito ideal, acima de todas as leis, integrado por regras e por princípios que objetivam àquilo que é 
justo e correto, tendo por finalidade legitimar as leis positivas. Assim, toda Constituição, toda lei, todo 
tratado internacional – como diplomas normativos – deve partir do Direito Natural (fundamento de 
legitimidade). Em razão disso, a doutrina afirma que o Direito Natural é fixo, absoluto, universal e atemporal. 
A atemporalidade do Direito Natural entra em choque com a historicidade dos Direitos Humanos, fruto do 
desenvolvimento da sociedade, que se constroem e se solidificam com o tempo. O Direito Natural é 
atemporal, sempre existiu e sempre existirá independentemente do momento histórico. Notem que as duas 
coisas não se equivalem! 
 
11. A interdependência (ou complementariedade) dos direitos humanos relaciona-se diretamente com 
a indivisibilidade, posto que os direitos humanos constituem um corpo único, que deve ser 
interpretado e aplicado em conjunto. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: 
A assertiva está correta. A interdependência dos direitos humanos refere-se à mútua relação entre os 
Direitos Humanos protegidos pelos diversos diplomas internacionais. Nota-se, assim, que um direito se 
vincula ao conteúdo de outro, demonstrando uma relação de complementariedade. 
Pensemos, por exemplo, na liberdade de associação e o reconhecimento do direito de associação profissional 
ou sindical. O primeiro direito é genérico, garante a todos a possibilidade de se associarem para quaisquer 
fins civis lícitos. Essa temática, levada para as relações de trabalho, constitui o direito de associação 
profissional ou sindical, que nada mais é do que a possibilidade de empregadores e de trabalhadores se 
reunirem para a defesa de direitos que lhes são próprios. Notem que o segundo direito referido guarda uma 
relação de dependência e de complementariedade em relação ao seguinte. 
A interdependência está intimamente relacionada com a indivisibilidade dos direitos humanos, visto que 
estes constituem um corpo único, a ser interpretado e aplicado em conjunto. 
 
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12. Uma vez assegurado determinado direito humano, este poderá ser suprimido ou ter seu alcance 
reduzido, desde que por norma de mesmo nível hierárquico que o originou. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. Em razão da historicidade dos Direitos Humanos, entende-se que a proteção aos 
direitos da dignidade da pessoa é expansiva, ou seja, está sempre em progresso. Há uma verdadeira vedação 
ao retrocesso - também denominado como efeito cliquet. 
Imaginemos, por exemplo, a vedação à tortura que constitui um direito humano decorrente dos graves 
acontecimentos nas Guerras Mundiais e dos movimentos ditatoriais, inclusive no Brasil. Em razão desses 
eventos, a comunidade internacional voltou-se contra a prática militar e, atualmente, defende que a vedação 
à tortura é absoluta e universal. Assim, qualquer ato ou norma de Estado que viole a dignidade da pessoa 
consistente em impingir sofrimento em alguém de forma deliberada para o fim de obter informações 
políticas ou militares, constitui violação aos Direitos Humanos e não poderá ser permitido, sob pena de 
retrocesso. 
Por vedação ao retrocesso devemos compreender a proibição à supressão de direitos já reconhecidos em 
detrimento das conquistas históricas da humanidade. No cenário interno, recorde-se das cláusulas pétreas, 
previstas no §4º do art. 60 da Constituição Federal, que não permite que seja objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias fundamentais. 
Com a internacionalização dos direitos humanos após a Segunda Guerra Mundial, observou-se a formação 
dos sistemas de proteção desses direitos. Sobre o tema, julgue o item: 
13. Além do Sistema Global de proteção aos direitos humanos, cada continente formou um sistema 
regional. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. Após as grandes guerras mundiais, principalmente a Segunda, observamos o 
processo de internacionalização dos direitos humanos, ou seja, houve uma expansão, para além das 
fronteiras nacionais, dos direitos fundamentais da pessoa humana, bem como a consagração das normas jus 
cogens. 
No entanto, a expansão dos direitos humanos aconteceu em planos diferentes. No plano internacional geral, 
a criação da ONU deu origem ao Sistema Global de Direitos Humanos. Já no plano internacional local, países 
geograficamente próximos e com características sociais, econômicas e culturais semelhantes uniram-se na 
defesa dos Direitos Humanos, dando origem aos denominados sistemas regionais de Direitos Humanos. 
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Assim, temos, atualmente, um Sistema Global de Direitos Humanos, capitaneado pela ONU, e sistemas 
regionais, que se formam no âmbito dos continentes americano, europeu e africano. Importante destacar 
que os sistemas regionais não surgiram todos ao mesmo tempo (o sistema europeu é o mais antigo, sucedido 
pelo sistema americano e, por fim, temos o sistema africano) e obedecem às particularidades de cada 
continente / região. 
 
Os tratados internacionais preveem mecanismos de fiscalização, com órgãos de monitoramento e de 
procedimentos para denúncias e investigações. De acordo com a doutrina, julgue a assertiva: 
14. Os organismos internacionais não se submetem ao princípio da inércia, de modo que poderão 
realizar investigações por iniciativa própria. 
Gabarito: Correto. 
Comentários: 
A assertiva está correta. Os Comitês ou Comissões são órgãos executivos cuja finalidade precípua é atuar na 
fiscalização do cumprimento dos tratados internacionais. São órgãos executivos que recebem relatórios, 
comunicações interestatais e petições individuais que devem ser investigados. No entanto, a atuação desses 
órgãos não está restrita à provocação, podendo ocorrer de ofício, ou seja, por iniciativa própria (motu 
proprio). 
Ao órgão executivo, constituídos pelos tratados junto às organizações, é assegurada a prerrogativa de 
instaurar, de ofício, procedimento investigativo para apurar notícia de violação de direitos humanos. Essas 
investigações realizadas pelos organismos internacionais constituem um dos mecanismos fiscalizatórios. 
 
A responsabilidade internacional é entendida como o instituto jurídico de direito internacional mediante 
o qual se imputa, ao Estado, a prática de ato ilícito internacional, gerando o dever de reparação. Sobre o 
tema, julgue o item: 
15. O Estado só poderá ser responsabilizado diretamente em razão de suas ações ou omissões. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: 
A assertiva está incorreta. A assertiva trata do Estado como sujeito ativo da responsabilização por lesão aos 
direitos humanos. 
São sujeitos ativos os titulares de direitos e de obrigações no plano internacional. Assim, num primeiro 
momento os Estados serão os sujeitos ativos, quando considerados na condição de agentes que, por omissão 
ou ação, causam prejuízos aos direitos de dignidade de outrem. 
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De acordo com Celso Albuquerquede Melo: "A responsabilidade é de Estado a Estado, mesmo quando é um 
simples particular a vítima ou o autor do ilícito no plano internacional. Para que haja endosso da reclamação 
do Estado nacional da vítima, o Estado cujo particular cometeu o ilícito é que virá a ser responsabilizado." 
Observamos, portanto, que a regra é a responsabilização do Estado em razão de atos ou omissões que 
impliquem violações a direitos humanos praticados por órgãos e agentes estatais. A doutrina assevera, ainda, 
que atos cometidos por pessoas privadas, que receberam delegação para a realização de tarefas públicas, 
por parte dos Estados, implicam a responsabilização do agente delegante, ou seja, do Estado. 
Nesse contexto, surge o questionamento: "A violação de direito humano de um indivíduo ou grupo de 
indivíduos poderia implicar a responsabilização do Estado?" Entende-se que sim, posto que ao Estado é 
atribuído o dever de respeitar de garantir a observância das normas de direitos humanos no âmbito interno. 
Assim, diante de uma violação de direitos de um nacional, surge o dever do Estado em agir para reparar essa 
violação. Se não o fizer terá sido omisso, implicando a responsabilização internacional pela omissão estatal. 
 
 
 
 
 
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DIREITO ADMINISTRATIVO 
Herbert Almeida 
 
16. Segundo previsão constitucional, a prática de atos improbidade administrativa implica a cassação 
dos direitos políticos, afastamento da função pública, indisponibilidade de bens e ressarcimento 
do dano. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: nos termos do art. 37, § 4º, da CF/88, “os atos de improbidade administrativa importarão a 
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento 
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”. 
Portanto, a sanção prevista é de suspensão dos direitos políticos, e não a cassação, como diz a assertiva; e 
de perda da função pública, e não apenas o “afastamento”. 
Assim, está errado o item. 
A exigência de uma atuação moral se relaciona com o dever de probidade, ética e honestidade da 
administração pública. Nesse contexto, a Constituição Federal trouxe, no caput do art. 37, o princípio da 
moralidade como princípio a ser observado pela administração pública. 
Além disso, também há previsão no texto constitucional de que a improbidade administrativa causa a 
suspensão dos direitos políticos (art. 15, V); de que comete crime de responsabilidade o Presidente da 
República que pratique atos que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra a probidade 
na administração (art. 85, V); e de que a proteção da probidade administrativa é um dos parâmetros para 
definição dos casos de inelegibilidade (art.14, §9º). 
Como mencionado acima, a base da responsabilização pelos atos de improbidade constam do § 4º do art. 
37, que assim dispõe: 
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda 
da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação 
previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. 
Com base nesse dispositivo, foi editada a Lei nº 8.429/92, que tem caráter nacional, alcançando todos os 
entes da Federação (União, estados, Distrito Federal e municípios), definindo os sujeitos ativo e passivo do 
ato de improbidade (arts. 1º ao 3º); o próprio ato de improbidade, ainda que não o faça de maneira tão clara 
(arts. 9ª ao 11º); as sanções cabíveis (art. 12); e as normas da ação judicial em decorrência da prática do ato 
de improbidade (art. 17). 
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17. A Lei de Improbidade Administrativa alcança as entidades que recebam benefícios fiscais de órgãos 
públicos, incluindo aquelas que a participação do erário em sua criação seja inferior a cinquenta 
por cento de sua receita anual. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: segundo o art. 1º, parágrafo único da LIA: 
Art. 1° [...] Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade 
praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido 
ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, 
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
Assim, mesmo que o ato tenha sido praticado contra o patrimônio de entidade que receba benefício fiscal 
de órgão público ou mesmo que o erário tenha concorrido com menos de cinquenta por cento do patrimônio 
ou da receita anual, a Lei de Improbidade Administrativa – LIA poderá ser aplicada. 
A diferença, no entanto, é que, nesse caso, a sanção patrimonial ficará limitada à repercussão do ilícito sobre 
a contribuição dos cofres públicos. Isso porque a entidade poderá ter outras fontes de custeio. Imagine, por 
exemplo, que foi causado um prejuízo de 10 milhões de reais para a entidade, mas a contribuição dos cofres 
públicos foi de apenas de 3 milhões de reais. Nesse caso, a pena de ressarcimento, pelo ato de improbidade, 
ficará limitada ao valor de 3 milhões, sendo que o restante do prejuízo será objeto de ação própria. 
Por isso, está correto o item. 
Quanto aos sujeitos passivos dos atos de improbidade, ou seja, as entidades que podem ser atingidas por 
atos dessa natureza, o art. 1º assim dispõe: 
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a 
administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou 
de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei. 
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados 
contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, 
de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou 
concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, 
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
Assim, de acordo com o art. 1º da Lei 8.429/1992, os atos de improbidade administrativa podem ser 
praticados contra (sujeitos passivos): 
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a) a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios, de Território; 
b) empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja 
concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual; 
c) entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem 
como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 
cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção 
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. 
Nesse último caso, temos como exemplos os serviços sociais autônomos (Sesi, Senai, Sesc, etc.), as 
organizações sociais, as organizaçõesda sociedade civil de interesse público e qualquer outro tipo de 
entidade criada ou mantida com recursos públicos. Nessas situações, a Lei limita a sanção patrimonial à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos, o que significa que, aquilo que exceder às 
contribuições do erário, deverá ser pleiteado por outra via que não a ação de improbidade. 
 
18. José não é servidor público, mas exerceu, durante certo período, funções em uma entidade que 
recebia recursos públicos como fonte de custeio. No exercício de suas funções, incorporou ao seu 
patrimônio alguns bens da entidade em que trabalhava. Além disso, sabe-se que José atuava como 
voluntário, ou seja, não recebia remuneração, e que prestava auxílio direto a João, esse sim 
remunerado pelo exercício das atribuições. 
Considerando a situação hipotética acima, pode-se afirmar que a Lei de Improbidade é inaplicável quanto 
a José, em virtude da ausência de vínculo; mas é aplicável a João, que é agente público. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: primeiramente, o ato descrito no enunciado configura ato de improbidade administrativa que 
causa enriquecimento ilícito, previsto no art. 9º, XI da LIA (incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio 
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° 
desta lei). 
Em segundo lugar, quanto à possibilidade de aplicação da LIA aos sujeitos mencionados, é certo que a Lei é 
aplicável aos dois. 
Primeiro porque José já seria enquadrado no conceito de agente público. Isso porque a Lei de Improbidade 
adota um sentido amplo, vejamos: 
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas no artigo anterior. 
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Portanto, mesmo não percebendo remuneração, ele é agente público para os fins da Lei de Improbidade. 
Além disso, mesmo que José não fosse um agente público (desconsiderando o fato de ele ter exercido 
funções na entidade), ele poderia responder como "terceiro", conforme dispõe a Lei 8.429/92: 
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente 
público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer 
forma direta ou indireta. 
Notem que, mesmo um terceiro que não seja agente público responde caso atue em conjunto com quem 
seja, caso induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie. 
Por fim, quanto à abrangência do conceito de agente público, é importante saber que, relativamente aos 
agentes políticos, a jurisprudência do STF entende que esses agentes, com exceção do Presidente da 
República, encontram-se sujeitos a duplo regime sancionatório, de modo que se submetem tanto à 
responsabilização civil pelos atos de improbidade administrativa quanto à responsabilização político-
administrativa por crimes de responsabilidade. 
Portanto, o Presidente da República não está sujeito à Lei de Improbidade Administrativa. 
 
Pelo que vimos, no caso do enunciado, tanto José quanto João respondem por improbidade administrativa, 
estando errado o item. 
 
19. Mesmo que o agente público tenha falecido, é possível cobrar de seus sucessores os valores que 
devam ser ressarcidos ao erário, limitando-se a cobrança aos valores recebidos por herança. 
Gabarito: Certo. 
Sujeitos ativos do ato 
de improbidade 
administrativa
Agentes públicos (em 
sentido amplo), ainda que:
transitoriamente ou sem remuneração
por eleição, nomeção, designação, contratação ou qualquer 
forma de investidura ou vínculo
mandato, cargo, emprego ou função
Terceiros que:
Induzam
Concorram
Beneficiem-se
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Comentários: nos termos do art. 8º da LIA, o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se 
enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. 
Isso significa que nesses dois casos específicos (lesão ao patrimônio público ou enriquecimento ilícito), é 
possível que o sucessor seja atingido pelas penalidades da Lei de Improbidade Administrativa. 
Então, caso um agente público tenha causado uma lesão ao erário no montante de R$ 1 milhão, mas deixou 
apenas R$ 500 mil de herança ao seu filho, somente esse valor pode ser cobrado do herdeiro, sendo vedado 
que a sanção passe da pessoa do condenado (os herdeiros não podem arcar com o próprio patrimônio por 
uma dívida que não contraíram). 
 
20. José é servidor público e praticou ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário. 
Em virtude disso, o servidor deverá ressarcir o erário e se sujeitará às demais sanções penais 
previstas na lei de improbidade. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: a lei de improbidade não prevê sanções de natureza penal para quem comete os atos listados 
nos arts. 9º ao 11 da Lei. 
Isso decorre da própria previsão do art. 37, §4º da CF, que dispõe que os atos de improbidade administrativa 
importarão: 
(a) a suspensão dos direitos políticos; 
(b) a perda da função pública; 
(c) a indisponibilidade dos bens; e 
(d) o ressarcimento ao erário, “sem prejuízo da ação penal cabível”. 
Isso significa que a natureza da ação de improbidade não é penal, o que não impede que, caso a conduta 
praticada também for tipificada como crime, pode-se ajuizar a ação própria, para aplicação das sanções 
penais cabíveis. Assim, seriam duas ações distintas: a de improbidade e a penal. 
Portanto, está errado o item. 
Sobre esse tema, é importante destacar que existem três esferas independentes: penal, civil e administrativa. 
Essas esferas são, em regra, independentes, ou seja, é possível que uma pessoa seja absolvida em uma, e 
não na outra. Também é possível que alguém seja sancionado nas três esferas, ou em apenas duas. 
Todavia, é importante destacar que a ação penal, que possui um procedimento mais solene, poderá interferir 
nas demais instâncias da seguinte forma: 
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a) a condenação criminal, invariavelmente, acarreta a condenação nas esferas civil e administrativa; 
b) a absolvição na esfera penal estende-se às outras instâncias exclusivamente quando fundada na 
inexistência do fato ou na ausência de autoria. 
Voltando para o tema da natureza da ação de improbidade, alguns doutrinadores a consideram como de 
natureza civil. Todavia, a Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro ensina que o ato de improbidade administrativa 
caracteriza um ilícito de natureza civil e política, uma vez que pode implicar a suspensão dos direitos 
políticos, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário. 
Dito isso, devemos ter em mente que as sanções por atos de improbidade não são aplicadas na esfera 
administrativa. Vale dizer: as sanções são aplicadas no âmbito judicial, em processo próprio, instaurado por 
iniciativa do Ministério Público ou da pessoa jurídica atingida pelo ato. 
Dessa forma, ainda que a sanção possa ter repercussão na esfera administrativa (como ocorre com a perda 
da função pública, com a proibição de contratar com o Poder Público e com a proibição de receber do Poder 
Público benefícios fiscais ou creditícios), a sanção em si é aplicada no âmbito judicial. 
Por fim, independentemente do que se considera por “natureza”, o fatoé que os atos de improbidade 
administrativa não geram sanções penais, sendo necessário, para tanto, a interposição de ação própria. 
 
21. Considere que Joana, servidora pública federal, tenha recebido vantagem econômica para facilitar 
a alienação de bem público por preço inferior ao valor de mercado. Nesse caso, estará sujeita à 
penalidade de perda dos bens acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, além do pagamento de 
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e outras sanções previstas na 
legislação. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: Joana praticou ato de improbidade administrativa previsto no art. 9º, III da LIA, que assim 
dispõe: 
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir 
qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, 
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente: 
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação 
de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado. 
Para esse tipo de ato, as sanções estão previstas no art. 12, I. Vejamos: 
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Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação 
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem 
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: 
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, 
ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos 
políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo 
patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja 
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos; 
Para concluir o comentário, essa tabela faz um resumo das sanções decorrentes dos atos de improbidade: 
Ato Perda dos 
bens 
Ressarc. Perda da 
função 
Suspensão D. 
Políticos 
Multa 
(323100) 
Proib. rec. 
benefícios 
EI X Se houver X 8 – 10 3 Acrésc. 10 
LE Se concorrer X X 5 – 8 2 Dano 5 
CI 
 
X 5 – 8 3 Benef. 
 
AP 
 
Se houver X 3 – 5 100 Remu 3 
Portanto, a afirmativa está correta. 
 
22. José, servidor público, culposamente facilitou a contratação de um serviço por preço superior ao 
mercado. Nesse caso, não poderá responder por ato de improbidade administrativa, que exige a 
presença do dolo para que seja possível a penalização. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: a conduta do servidor está prevista no art. 10, V, da LIA, que diz que: 
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: 
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de 
mercado; 
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Percebam que o caput do art. 10 prevê expressamente que, para os atos que causem lesão ao erário, é 
admitido que o agente pratique a conduta com dolo ou com culpa, o que não ocorre nos demais tipos 
previstos na LIA, que dependem sempre da demonstração de dolo. 
Sobre esse ponto, a doutrina e a jurisprudência consideram que é necessário demonstrar a existência do 
elemento subjetivo do ato, ou seja, o dolo ou a culpa. O dolo ocorre quando o agente possui a intenção de 
praticar a conduta prevista na lei; por outro lado, a culpa ocorre quando ele atua com negligência, 
imprudência ou imperícia. 
Nos atos de improbidade, a regra é a responsabilização por conduta dolosa, sendo que a culpa somente é 
admitida no ato que causa lesão ao erário. A tabela a seguir faz um resumo da situação: 
Tipo de ato de improbidade 
Elemento 
subjetivo 
Atos que importam enriquecimento ilícito (art. 9º) Dolo 
Atos que causam prejuízo ao erário (art. 10) Dolo ou culpa 
Concessão de benefício financeiro ou tributário irregular (art. 10-A) Dolo 
Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública (art. 11). Dolo 
Assim, a questão está errada, já que o ato enumerado na questão permite a forma culposa. 
 
23. A autoridade que, por ação ou omissão, conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou 
tributário que enseje a aplicação de uma alíquota abaixo do previsto em lei para o imposto sobre 
serviços de qualquer natureza responderá por improbidade administrativa. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: essa previsão foi introduzida em 2016 na LIA, e trouxe um novo ato de improbidade 
administrativa que consiste em “qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício 
financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, 
de 31 de julho de 2003”. 
Nesse sentido, a Lei Complementar 116/2003 dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
Em seu art. 8º-A, § 1º, estabelece que a alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é 
de 2%. Com efeito, tal imposto não poderá ser objeto de concessão de isenções, incentivos ou benefícios 
tributários ou financeiros que venham a resultar em carga tributária menor que a decorrente da aplicação 
da alíquota mínima de 2%. 
Assim, em resumo, o ato de improbidade previsto no art. 10-A configura-se quando uma autoridade, por 
ação ou omissão, conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário que enseje a aplicação de 
uma alíquota abaixo dos 2% para o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, exceto em relação aos 
serviços que a própria LC 116/2003 permita instituir alíquota menor. 
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Vale lembrar que, assim como ocorre com os atos que importam enriquecimento ilícito e os atos que 
atentam contra os princípios, essa forma de ato admite apenas conduta dolosa. 
Por fim, a lei estabelece no artigo 12 como sanções cabíveis nesse caso: 
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação 
específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem 
ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato: 
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 
(cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário 
concedido. 
Portanto, a afirmativa está correta. 
 
24. Determinado órgão público abriu procedimento interno para viabilizar a realização de concurso 
público para contratação de servidores. Durante o processo, Joana fraudou documentos que 
acabaram fazendo com que a empresa de uma amiga saísse vencedora do certame e realizasse as 
provas do concurso. Nessa situação, Joana praticou ato de improbidade administrativa que causou 
enriquecimento ilícito. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: frustrar a licitude de concurso público, como fez Joana, configura um ato de improbidade 
administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, nos termos do art. 11, V da LIA: 
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios daadministração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, 
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente: 
V - frustrar a licitude de concurso público. 
Portanto, está errada a afirmativa. 
No caso dos atos que atentam contra os princípios, a lei prevê como sanções o ressarcimento integral do 
dano, se houver; a perda da função pública; a suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos; o 
pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente; a proibição de 
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou 
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três 
anos. 
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Por fim, vale ressaltar que frustrar a licitude de procedimento licitatório ou de processo seletivo para 
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente enquadra-se 
como ato que causa lesão ao erário; enquanto frustrar a licitude de concurso público, como foi cobrado na 
assertiva, é um ato que atenta contra os princípios da Administração Pública. 
 
25. Para a aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, é imprescindível a 
demonstração da efetiva ocorrência do dano, em qualquer hipótese. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: segundo o art. 21, a aplicação das sanções previstas na Lei independe: 
a) da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; 
b) da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de 
Contas. 
Portanto, a ocorrência do dano não é imprescindível em qualquer hipótese, devendo estar demonstrada no 
que diz respeito à pena de ressarcimento. 
Assim, está errada a afirmativa. 
 
26. Ao tomar posse e para entrar em exercício, o agente público precisa apresentar declaração dos 
bens e valores que compõem seu patrimônio privado, cuja recusa pode importar em sua demissão 
a bem do serviço público. 
Gabarito: Certo. 
Comentários: nos termos do art. 13 da LIA, a posse e o exercício de agente público ficam condicionados à 
apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser 
arquivada no serviço de pessoal competente. 
Ademais, o §3º dispõe que será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de 
outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo 
determinado, ou que a prestar falsa. 
Portanto, está correta a assertiva. 
Quando for o caso, a declaração abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos 
filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os 
objetos e utensílios de uso doméstico (art. 13. §1º). 
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Ademais, a declaração de bens deverá ser atualizada: (a) anualmente e (b) na data em que o agente público 
deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função. 
Em substituição à declaração, a lei faculta a apresentação de cópia da declaração anual de bens apresentada 
à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de 
qualquer natureza. 
 
27. José, cidadão brasileiro, compareceu a uma unidade administrativa federal para representar acerca 
de um ato de improbidade cometido por um servidor, de que teve conhecimento. Contudo, a 
petição apresentada por escrito não continha sua qualificação e nem a indicação das provas dos 
fatos alegados. Nesse caso, a representação será rejeitada, o que impede que a mesma denúncia 
seja apresentada ao Ministério Público para o prosseguimento das investigações. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa competente para que seja 
instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade (art. 14). 
Contudo, é necessário que a representação obedeça à algumas formalidades: deve ser escrita ou reduzida a 
termo e assinada; conter a qualificação do representante; as informações sobre o fato e sua autoria; e a 
indicação das provas de que tenha conhecimento (§1º). 
Caso não preencha esses requisitos, a autoridade administrativa pode rejeitar a representação. Contudo, a 
rejeição não impede a representação ao Ministério Público, que, para apurar qualquer ilícito previsto na LIA, 
poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo, de ofício, a 
requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada por qualquer interessado 
(art. 22). 
Portanto, está errada a assertiva, já que a rejeição não impede que a representação seja apresentada ao MP. 
Caso atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, 
em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista na Lei nº 8.112/90 e, em se 
tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares. 
Nesse ponto, é importante destacar, por fim, que a a Lei considera como crime a representação por ato de 
improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o saiba inocente 
(art. 19). 
 
28. As ações de improbidade administrativa correm sob o rito ordinário e são legitimados para a sua 
apresentação o Ministério Público e a pessoa jurídica interessada. 
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Gabarito: Certo. 
Comentários: nos termos do art. 17 da LIA, a ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo 
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida 
cautelar. 
Assim, temos como legitimados ativos para propor ação de improbidade administrativa: 
a) o Ministério Público; 
b) a pessoa jurídica interessada – no caso, é uma daquelas entidades que podem sofrer o ato de improbidade 
administrativa, isto é, que se enquadram como sujeitos passivos dos atos de improbidade administrativa. 
Nesse ponto, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo 
da obrigação tributária do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza, prevista na Lei Complementar 
116/2003 (art. 17, § 13º). Assim, se um prefeito, por exemplo, conceder um benefício tributário que enseja 
uma alíquota abaixo de 2% para uma empresa, posteriormente o município será a pessoa jurídica interessada 
para mover a ação de improbidade administrativa contra o ato. 
Está correta a assertiva, portanto. 
 
29. José é detentor de mandato eletivo e está sendo processado por improbidade administrativa. 
Nesse caso, o agente público deverá responder ao processo no foro especial conferido em virtude 
de sua função pública. 
Gabarito: Errado. 
Comentários: a competência para processar e julgar a ação civil por ato de improbidade administrativa é do 
juiz de 1º grau (Federal ou estadual) com jurisdição na sede da lesão. 
Como as ações de improbidade têm natureza civil, e não criminal, entende-se que não existe amparo 
constitucional para conceder foro especial. Por conseguinte, o STF, ao julgar a ADI 2797/DF, fixando a 
competência do juiz de 1ª instância para julgar as ações de improbidade. 
Recentemente, o tema foi novamente abordado pelo STF (Pet 3.245/DF, de 18/5/2018), concluindo-se mais 
uma vez que não há foro por prerrogativa de função nas

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