Buscar

REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL 
 
A pressão arterial consiste justamente na pressão 
presente nas artérias e vasos sanguíneos do sistema 
arterial fundamentais para a manutenção do fluxo 
sanguíneo. A pressão arterial precisa ser mantida dentro 
de estreitos limites de variabilidade para manutenção da 
homeostasia, ou seja, para garantir que a perfusão dos 
tecidos e órgãos ocorra de maneira adequada. Para isso, 
existem inúmeros mecanismos regulatórios do nosso 
organismo que permite manter os valores dentro da 
normalidade. 
A pressão arterial é calculada a partir de dois fatores 
fundamentais na determinação da pressão arterial 
media (PAM) que são o débito cardíaco, dependente do 
volume sistólico e da frequência cardíaca, e a resistência 
periférica vascular, ambos diretamente proporcionais à 
pressão arterial media (PAM = FC x VS). Todos os 
mecanismos regulatórios irão agir em um desses fatores 
visando controlar ou reestabelecer a PAM. 
O debito cardíaco consiste em o volume de sangue 
ejetado por um determinado intervalo de tempo e para 
isso depende da frequência cardíaca e do volume 
sistólico. A FC depende da frequência de despolarização 
nas células marca-passo, influenciada pelo sistema 
nervoso autônomo tanto simpático como parassimpático 
aumentando ou diminuindo a FC respectivamente. 
Já o volume sistólico (VS) que é determinado pela força 
de contração de cardíaca e capacidade de contratilidade 
do musculo do miocárdio, ambos controlados pelo 
sistema nervoso simpático. Além da contratilidade, o 
volume diastólico final (quantidade de sangue presente 
no VE ao fim da diástole) também é essencial no VS 
ejetado e totalmente dependente do retorno venoso 
que por sua vez depende da contratilidade das veias 
aumentada pelo sistema simpático, pela ação das 
bombas respiratórias e músculo-esquelética. 
Com relação à resistência periférica dependente de 
fatores como o raio, o comprimento do vaso e a 
viscosidade do sangue. Como tanto o comprimento e a 
viscosidade permanecem constantes, o raio é a variável 
mais importante na influencia da resistência periférica e 
o sistema simpático, mecanismos intrínsecos miogênicos 
e o sistema hormonal influenciam na vasodilatação ou 
na vasoconstrição das arteríolas do sistema periférico. 
 
O sistema nervoso simpático é o único sistema nervoso 
autônomo que inerva os vasos sanguíneos, liberando 
epinefrina como neurotransmissor que se conecta ao 
receptor α1 nas arteríolas e promovem a vasoconstrição 
periférica dos vasos. É importante salientar que todo o 
sistema vascular periférico já é fisiologicamente 
contraído, ou seja, possui um tônus normal de contração 
que permite a vasodilatação e a vasoconstrição, então 
de certa maneira a atuação do sistema simpático nos 
vasos ocorre de maneira integral para garantir esse 
tônus basal. E o sistema colinérgico é capaz de modular a 
liberação de noradrenalina e outras substâncias a partir 
de receptores muscarinicos do tipo M2. 
No entanto, existem outro sistemas nervosos que não 
são nem aqueles dependentes de adrenalina e nem 
aqueles dependentes de acetilcolina, denominados de 
NANC (não adrenérgicos e não colinérgicos), mas sim de 
outras substancias neurotransmissoras variadas. Um 
desses sistemas é o SISTEMA NERVOSO NITRÉRGICO que 
libera óxido nítrico (NO) do tipo neuronal (existe ainda o 
endotelial presente no endotélio e a forma induzível) 
que se difunde para a célula muscular lisa por difusão já 
que é um gás, ativando o GCs que converte o GTP em 
GMPc permitindo o relaxamento das células musculares 
e a consequente vasodilatação, ao contrario do terminal 
nervoso simpático que permite a vasoconstrição. 
 
Além de fatores neurais, existem também FATORES 
ENDOTELIAIS que também auxiliam na regulação da 
pressão arterial média (PAM) envolvidos em quadros 
patológicos como a HAS, por exemplo, e podem ser 
divididos em fatores vasodilatadores e fatores 
vasoconstritores. 
Os principais fatores vasodilatadores são o NO (oxido 
nítrico), o EDHF (fator hiperpolarizante derivado do 
endotélio) e o PGI2 (prostaglandina dois). Todos esses 
fatores promovem a vasodilatação e são responsáveis 
também por manter o tônus vascular juntamente com o 
sistema simpático. Existem alguns ligantes responsáveis 
por ativar esses fatores como ACh, BK, AII e ET-1 e a 
tensão de cisalhamento ou tensão de atrito do sangue 
com o próprio endotélio, ou seja, quanto maior a tensão 
entre o sangue e o endotélio indica para as células 
endoteliais que o vaso precisa se expandir para evitar o 
atrito que está ocorrendo para não lesionar as paredes 
endoteliais, para isso são enviados os fatores que ativam 
o NO, o EDHF e o PGI2 para que esses outros fatores 
localizados no endotélio ativem uma cascata de reações 
que influenciam a disponibilidade de cálcio, potássio e 
sódio nas células musculares lisas que permitam a 
vasodilatação. Por exemplo, o oxido nítrico atua no RS a 
fim de armazenar mais cálcio e diminuir a quantidade de 
cálcio disponível no citosol, e logo, diminuir a contração 
muscular, além de atuar em canais de potássio 
dependentes de cálcio que permitem a saída de potássio 
da célula promovendo uma hiperpolarização e o 
relaxamento da célula de musculo liso. O mesmo ocorre 
com o EDHF como o próprio nome já diz é um fator 
hiperpolarizante que permite a abertura dos canais de 
potássio dependentes de cálcio, dos canais de potássio 
voltagem dependentes e da bomba de sódio e potássio 
promovendo uma hiperpolarização da célula que 
dificulta a contração muscular. E a PGI2 ativa a adenilato 
ciclase (AC) que vai converter o ATP em AMPc e 
estimular a abertura de canais de potássio dependentes 
de ATP fazendo com que o potássio saia da célula e a 
célula torna-se hiperpolarizada. Portanto esses fatores 
endoteliais atuam na célula muscular lisa de modo a 
alterar o potencial de repouso através de uma 
hiperpolarização e prejudicar a ação do PA, evitando 
assim que a célula se contraia. 
O mesmo ocorre com os fatores endoteliais responsáveis 
por vasoconstrição como Angiotensina I, Angiotensina II, 
Tromboxano A2 vão atuar na célula de musculo liso 
principalmente pela via da fosfolipase C que converte o 
PIP2 em IP3 + DAG responsável pela liberação de cálcio 
do RS que promove a abertura dos canais de cálcio de 
rianodina para entrada de mais cálcio extracelular e 
ativação do trocador de cálcio e sódio na membrana das 
células musculares lisas. Portanto, existem fatores 
endoteliais tanto vasoconstritores como vasodilatadores 
que promovem juntamente com o sistema simpático a 
manutenção do tônus vascular em grau intermediário. 
Em especial, o NO produzido pelas células endoteliais 
desempenha um papel de grande importância no 
controle cardiovascular, tanto no controle da resistência 
periférica vascular como na agregação plaquetária. O NO 
é um potente vasodilatador e assim seu papel no 
controle da PA é extremamente relevante. Além disso, o 
NO inibe a agregação plaquetária impedindo a formação 
de trombos e, consequentemente, prevenindo os 
processos de tromboses e doenças atero-trombóticas. 
O estímulo físico é feito pela força que o sangue exerce 
sobre a parede das artérias, denominada força de 
cisalhamento, ou shear stress. O mecanismo pelo qual o 
shear stress promove a formação de NO ainda não está 
completamente esclarecido. Sabe-se que as células 
endoteliais possuem mecanorreceptores, que podem 
ativar diretamente as proteínas G, os canais iônicos e as 
enzimas do grupo das proteínas quinases e fosfatases 
que vão promover a formação de segundos mensageiros, 
desencadeando uma série de reações químicas, que 
envolvem a participação dos íons cálcio, até a 
vasodilatação propriamente dita. 
 
Além dos fatores neurais e os fatores endoteliais, existe 
os fatores humorais que também atuam na regulação da 
resistência vascular periférica,principalmente a 
angiotensina II que pode agir tanto de maneira autócrina 
e parácrina como também como um hormônio clássico 
dependendo do tipo de receptor atuante como o AT1, 
PIP2 e PLC podendo exercer função vasodilatador, 
vasoconstritor e como um fator humoral autócrino (na 
própria célula) e parácrino (na célula adjacente). A 
angiotensina II pode ativar diferentes vias de atuação 
que promovem diferentes consequências no vasos, caso 
se ligue ao AT1 associado a uma proteína Gq ativa a 
cascata da fosfolipase C e promove uma vasoconstrição 
das arteríolas. Quando se liga ao AT2 na própria célula 
endotelial associado ao EDHF endotelial promove uma 
hiperpolarização e por fim indica a célula ao 
relaxamento, o mesmo ocorre com o NO ativando GMPc 
e induz ao relaxamento celular. 
A angiotensina II é produzida a partir da angiotensina I 
com a atuação da enzima conversora de angiotensina, 
também denominada de ECA. A angiotensina pode ainda 
atuar nos receptores AT1 não só para ativar a contração 
pela proteína Gq, mas também agir diretamente na 
liberação de noradrenalina na terminação simpática de 
modo a iniciar o processo de contração vascular por ação 
neural simpática com os receptores α1 adrenérgicos 
acoplados a proteína Gq. E por fim, a angiotensina II 
ativa a NADP oxidase em EROS e em NO e promovendo 
maior grau de contração vascular. 
Resumidamente, a angiotensina II atua em todas as 
localidades de controle da pressão arterial: no endotélio 
modulando as respostas dos fatores endoteliais para 
vasoconstrição ou vasodilatação, atua diretamente no 
musculo liso a partir dos receptores AT1 e atua no 
sistema neural diretamente na liberação dos 
neurotransmissores. A angiotensina II atua tanto de 
forma parácrina, autócrina e como um hormônio 
sistêmico de modo a controlar a pressão arterial média. 
Outro fator humoral no controle da pressão arterial é a 
vasopressina ou também conhecida como hormônio 
antidiurético produzido no hipotálamo e armazenado na 
neuro-hipófise e possui uma ação vasoconstritora 
quando interage com receptores do tipo V1 acoplados a 
proteína Gq que ativa a via da fosfolipase C que aumenta 
os níveis celulares de cálcio e causa a vasoconstrição. 
Além de atuar na cascata do acido araquidônico atuando 
na prostaglandina e no tromboxano modulando vários 
sinais celulares. 
 
Outro fator humoral é o ANP (Peptídeo Natriurético 
Atrial) produzido pelas células dos musculo cardíaco 
localizada nos átrios. O principal estimulo é o aumento 
de pressão ou o aumento do volume que leva o 
estiramento do átrio e liberação do ANP. 
OBS: A proteína Gq está envolvida na ativação da enzima 
fosfolipase C, que assim como a adenilatociclase 
participa da formação de segundos mensageiros. Depois 
de ativada, ela degrada o fosfatidilinositol 4,5 bifosfato 
(PIP2), presente na membrana, em 1,4,5 trifosfato de 
inositol (IP3) e 1,2 diacilglicerol (DAG). Estes são os dois 
segundos mensageiros envolvidos nas respostas 
fisiológicas mediadas pela proteína Gq. O IP3, dada sua 
estrutura hidrossolúvel, migra pelo citosol e se liga a 
receptores específicos de IP3 no retículo endoplasmático 
e mitocôndrias, promovendo a liberação do íon Ca+2 no 
citosol e aumentando a concentração desse íon de forma 
brusca até cerca de 10-6M. O íon cálcio funciona como 
um terceiro mensageiro que desencadeia respostas 
intracelulares, como exocitose nos neurônios e nas 
células endócrinas, contração muscular e rearranjos do 
citoesqueleto durante os movimentos ameboides. O 
DAG fica associado à membrana plasmática devido à sua 
estrutura hidrofóbica, tendo a função de ativar a 
proteína cinase C (PKC), uma enzima ligada à membrana 
plasmática que promove a fosforilação de radicais em 
diversas proteínas intracelulares. Sempre que falarmos 
de ativação da cascata de fosfolipase pela proteína Gq 
ocorrerá vasoconstrição das arteríolas periféricas. 
 
 
1. CONTROLE NEURAL DA PRESSÃO 
ARTERIAL – BARORREFLEXO 
O reflexo barorreceptor ou barorreflexo é um 
mecanismo regulatório em curto prazo que detecta 
alterações na pressão arterial, localizados no arco 
aórtico e nos seios carotídeos. Esses receptores ou 
barorreceptores arteriais encaminham as informações 
de alteração de pressão arterial para o SNC nos centros 
regulatórios que consequentemente envia aferências 
para os órgãos efetores como o coração (SNAP ou SNAS), 
vasos sanguíneos e rim (SNAS). 
É importante salientar que em alguns órgãos ocorre a 
ação tanto do sistema nervoso simpático, quanto do 
sistema nervoso parassimpático como é o caso do 
coração. Já outros órgãos como os vasos sanguíneos 
inervados apenas pelo simpático só sofre ação desse tipo 
de sistema, o mesmo ocorre com o rim que é apenas 
influenciado pelo SNAS. 
 
 
Em outras palavras, o barorreceptores são receptores 
localizados na aorta e nos seios carotídeos que detectam 
qualquer tipo de alterações na pressão sanguínea. Ao 
detectar a alteração, os receptores enviam informações 
ao SNC, mais especificamente ao centro de controle 
cardiovascular-bulbar que envia informações para as 
eferencias simpáticas e parassimpáticas a fim de 
modular a ação de inúmeros órgãos-alvos e controlar a 
pressão arterial. O sistema simpático irá promover 
influencia nas artérias e veias já que são o único que 
inerva essas regiões, além de inervar a musculatura 
cardíaca e o nó SA. Já o sistema parassimpático irá 
concentrar-se no nó SA, ainda que hoje existam algumas 
evidencias de inervação do parassimpático nos miócitos 
do coração. 
 
 
Os barorreceptores são um tipo de receptor conhecido 
como sensores mecanorreceptores localizados no arco 
aórtico e no seio carotídeo, que detectam alterações a 
partir da deformação mecânica das artérias. Esses 
receptores são inervados por fibras sensoriais livres 
localizadas na camada adventícia das artérias, em 
regiões de pressão arterial elevada e ativados quando 
ocorre o aumento rápido e intenso das artérias 
(barorreflexo) a cada sístole cardíaca. No caso desses 
barorreceptores do seios carotídeos levam a informação 
para o SNC via nervo glossofaríngeo, enquanto os 
barorreceptores aórticos possuem a informação sendo 
levada ao SNC via nervo vago (X). 
A deformação desses mecanorreceptores vai gerar uma 
alteração na parede desses receptores que irá gerar um 
potencial de ação. Existem canais denominados de 
canais mecanossensíveis (ENaC) que quando ocorre a 
distensão mecânica dos vasos são ativados permitindo a 
entrada de cátions como sódio e cálcio, alterando o 
potencial de repouso das células e abrindo os canais de 
sódio voltagem dependentes que são responsáveis por 
despolarizar a célula e gerar o PA que irá trafegar até os 
centros superiores do SNC. Essas fibras sensoriais livres 
não possuem Bainha de Mielina e adentram até as 
camadas médias dos vasos (mecanorreceptores). Em 
outras palavras é como se a alteração mecânica fizesse 
com que os receptores mecânicos sejam sensibilizados e 
abram os canais de cátions que permitem a entrada de 
íons, alterando o potencial de repouso e ativando outros 
canais de sódio voltagem dependentes que promoverão 
a despolarização da célula e a passagem do potencial de 
ação desencadeado inicialmente pelas deformações nas 
paredes das artérias e, por conseguinte, nos receptores 
mecânicos ou barorreceptores. 
 
Os barorreceptores devido à capacidade de estarem 
associados às paredes das artérias, principalmente na 
camada adventícia e média permite que a cada sístole 
cardíaca, conforme ocorre o aumento de tensão nas 
paredes das artérias, esses mecanorreceptores são 
ativados e consequentemente geram um potencial de 
ação pelas fibras aferentes livres que irão enviar essa 
informação para o SNC. O principal nervo sensitivo ou 
aferente localizado na aorta é o nervo depressão aórtico 
que consiste em uma ramificação aferente donervo 
vago ou nervo X. E no caso dos barorreceptores nos seios 
carotídeos, o PA percorre através do nervo 
glossofaríngeo até o SNC. 
 
Portanto, como exemplificado na imagem, o grau de 
atividade dos barorreceptores é proporcional ao grau de 
deformação da parede das artérias, ou seja, quanto 
maior for o grau de tensão e deformação, maior será o 
potencial de ação gerado nesses receptores sensitivos 
aferentes. Assim como toda fibra condutora de impulso, 
os barorreceptores possuem uma linha de base e esse 
PA varia a amplitude e a frequência conforme for a 
deformação e tensão nas artérias. 
Caso os barorreceptores sejam retirados em situações 
como denervação sinoaórtica (DAS), a regulação da 
pressão arterial em curto prazo não ocorrerá e isso fará 
com que a variação de pressão arterial aumente muito, 
ou seja, a amplitude das curvas irão aumentar tanto para 
quadro de hipertensão como hipotensão. Logo, estima-
se que os barorreceptores são fundamentais para 
manter os índices de pressão arterial controlados e 
garantir que não ocorra tanta variação dessa pressão nos 
momentos de sístole e diástole, atuando de maneira 
rápida e em curto prazo a fim de retornar os índices a 
normalidade da pressão. Portanto, o barorreflexo é 
fundamental para detectar variação de pressão e 
controlar essa variação rapidamente a cada movimento 
de sístole enviando informações ao SNC por vias 
aferentes que serão interpretadas e enviadas a vias 
eferentes para diversos órgãos regulatórios da PAM. 
 
Resumindo, os barorreceptores são fibras sensitivas 
livres que estão ligadas intimamente aos vasos 
sanguíneos, em especial as camadas adventícia e média 
desses vasos. Quando ocorre um movimento de sístole e 
a tensão na parede dos vasos do arco da aorta e dos 
seios carotídeos, esses mecanorreceptores são ativados 
e a partir da abertura de canais catiônicos permitem a 
passagem de um PA pelas fibras sensitivas livres. Esse 
potencial de ação gerado irá percorres as fibras 
aferentes, tanto o nervo vago quando parte da aorta 
como o nervo glossofaríngeo quando parte dos seios 
carotídeos em direção ao SNC, mais especificamente em 
um núcleo localizado dorsalmente no bulbo denominado 
de NÚCLEO DO TRATO SOLITÁRIO (NTS). Nesse núcleo do 
SNC as aferências são interpretadas, o potencial de ação 
segue para neurônios intermediários e são distribuídos 
para os neurônios eferentes do sistema nervoso 
autônomo tanto simpático, quanto parassimpático. Os 
neurônios do parassimpático irão principalmente em 
direção ao nó sinoatrial (SA) reduzindo a frequência de 
disparos dessas células, diminuindo a FC. Enquanto os 
neurônios do sistema simpático partem em direção as 
artérias e veias conectadas a receptores do tipo α1 que 
promoverão a vasoconstrição arterial, irão para os 
músculos do coração (miócitos) aumentando a força de 
contração e a FC. Em casos mais complexo, o sistema 
simpático pode ser inibido por neurônios inibitórios que 
irão limitar as atividades desse sistema autônomo, 
provocando efeitos contrários aos provocados pelo 
simpático, tudo depende da necessidade do organismo e 
dos valores da pressão arterial no momento, se 
apresenta como um quadro de hipertensão ou um 
quadro de hipotensão arterial. 
Quando se trata especificamente da ativação do sistema 
nervoso parassimpático ocorre o mecanismo da seguinte 
maneira: os barorreceptores percebem a elevação da 
pressão arterial nas paredes da aorta, por exemplo, e 
isso faz com que as aferências receptoras como o nervo 
depressor aórtico e posteriormente o nervo vago leve a 
informação para o SNC no núcleo do trato solitário. Essa 
informação aferente de aumento da pressão arterial 
passa para os neurônios intermediários e chega à porção 
ventral do bulbo em outro núcleo chamado de núcleo 
ambíguo ou núcleo dorsal do vago que irá transmitir a 
informação via potencial de ação para os neurônios 
eferentes pré-ganglionares como o próprio nervo vago, 
que chegarão aos gânglios parassimpáticos próximos ao 
coração. Nesse gânglio ocorrerá a primeira sinapse com 
a liberação de acetilcolina e o impulso nervoso passa 
para o neurônio pós-ganglionar que estará inervando o 
nó SA onde ocorrerá a diminuição da frequência de 
despolarização dessas células marca-passo e 
consequentemente a redução da FC e do débito 
cardíaco, diminuindo a pressão arterial em um 
mecanismo denominado de bradicardia reflexa. 
Ainda adotando o mesmo quadro de hipertensão arterial 
mas agora falando do sistema simpático que atua de 
outra maneira: inicialmente as aferências percebem o 
aumento da pressão arterial pelos barorreceptores e 
encaminham a informação para o SNC no núcleo do 
trato solitário. Ao chega ao NTS, essa informação é 
encaminhada para neurônios localizados na porção 
ventrolateral caudal do bulbo (BVLc) que ativa os 
neurotransmissores do tipo GABA que são inibitórios e 
inibem os neurônios localizados na porção ventrolateral 
rostral do bulbo (BVLr) que estão associadas aos 
neurônios eferentes simpáticos na medula espinhal, ou 
seja, a inibição dos neurônios BVLr faz com que todo o 
sistema simpático seja inibido e isso promove a 
vasodilatação periférica e a diminuição da resistência 
periférica, diminuindo a pressão arterial. 
Portanto, em casos de hipertensão, os baroreflexos 
atuam tanto na diminuição da FC e do débito cardíaco 
pela ação do sistema nervoso parassimpático, mas 
também na diminuição do outro fator essencial na 
pressão arterial que é a resistência periférica a partir da 
inibição da atividade do sistema nervoso simpático. Em 
caso de hipotensão, todo o mecanismo contrario é 
verdadeiro, o sistema simpático tem a ação aumentada a 
partir do aumento da força de contração e da resistência 
periférica e o sistema parassimpático possui sua ação 
reduzida em decorrência do mecanismo inibitório e 
aumento da FC devido aos disparos do sinoatrial. 
 
 
A área sensorial é equivalente ao núcleo do trato 
solitário em que ocorre a sinapse dos barorreceptores. A 
área vasoconstritora é a porção bulbo ventrolateral 
rostral (BVLr) ligada à atividade simpática (inibida em 
casos de hipertensão). A área vasodilatadora é a região 
bulbo ventrolateral caudal (BVLc) que inibe o sistema 
simpático (já que apenas esse sistema controla a 
resistência periférica). E a ultima região é a área 
parassimpática determinada pelo núcleo ambíguo e pelo 
núcleo dorsal do vago que controlam a atividade 
parassimpática em direção ao nó SA no coração. 
Vale lembrar que os nervos do sistema nervoso 
simpático sempre saem da medula espinhal e nunca 
diretamente do SNC como o sistema parassimpático. Por 
isso existe a área BVLr que conecta os neurônios do 
sistema nervoso central com os neurônios eferentes do 
sistema nervoso simpático. Os nervos simpáticos 
inervam a vasculatura das vísceras internas e o coração e 
os nervos espinhais inervam a vasculatura das áreas 
periféricas. O sistema simpático é o único sistema 
nervoso autônomo que inerva os vasos sanguíneos, 
exceto os capilares e esfíncteres pré-capilares que 
mantem o tônus basal de contração, por isso que o 
sistema parassimpático não exerce influencia na 
resistência periférica. O aumento da atividade simpática 
promove uma vasoconstrição pelos receptores α1 nas 
arteríolas e diminuição do fluxo sanguíneo para os 
tecidos, enquanto a diminuição da atividade simpática 
promove uma vasodilatação periférica, queda da 
resistência periférica e diminuição do fluxo sanguíneo 
para os tecidos. Já no coração, o sistema simpático atua 
principalmente nas fibras musculares cardíacas 
(miócitos), inervando os nodos SA e AV promovendo o 
aumento da força de contração e da FC respectivamente. 
O sistema simpático não possui tanta influencia na 
circulação sanguínea em si e na resistência periférica já 
que não inerva os vasos sanguíneos. A maior atuação 
desse sistemanervoso autônomo consiste na diminuição 
da FC a partir da inervação do nó sinoatrial (SA) que 
diminui a frequência de despolarização dessas células 
marca-passo. Sabe-se hoje que o sistema parassimpático 
possui inervação na musculatura cardíaca e por isso 
diminui a contratilidade do coração ainda que pouco. 
 
 
Em uma situação de queda da pressão arterial, ocorre 
uma diminuição na ativação dos barorreceptores (não 
são desativados) e a atividade parassimpática do coração 
vai diminuir o que indica que as áreas dos núcleos 
ambíguos e do núcleo dorsal do vago terão sua atividade 
diminuída, assim como, a área vasodilatadora do bulbo 
ventrolateral caudal (BVLc) que será inibida e logo, 
também não irá liberar neurotransmissores GABA que 
irão inibir os neurônios da porção bulbo ventrolateral 
rostral (BVLr) ligada ao sistema nervoso simpático. Ou 
seja, em caso de queda de pressão, todo o mecanismo 
utilizado em casos de aumento de pressão é inibido e o 
sistema nervoso simpático passa a ter uma atividade 
aumentada, enquanto o sistema parassimpático passa a 
ter uma atividade diminuída. 
 
2. CONTROLE NEURAL DA PRESSÃO 
ARTERIAL – QUIMIORREFLEXO 
Os barorreceptores são principais receptores envolvidos 
no controle da pressão arterial, atuando de forma 
mecânica, denominados de mecanorreceptores. No 
entanto, existem outro tipos de receptores chamados de 
quimiorreceptores ou receptores químicos. Esse tipo de 
receptor está localizado no SNC, mas também na região 
periférica, recebendo o nome de quimiorreceptores 
periféricos localizados nos corpos carotídeos e aórticos. 
Esses receptores são sensíveis a variações químicas, já 
que estão presente em regiões de alto fluxo sanguíneo, 
de alguns elementos como a pressão parcial de CO2 no 
sangue, a alteração de PH e a pressão parcial de O2, 
respondendo também a queda de pressão arterial 
devido a diminuição do suprimento arterial. Com relação 
as aferências existem os receptores aferentes como o 
nervo vago nos receptores aórticos e nos carotídeos os 
nervos de Hering e o nervo glossofaríngeo, muito 
semelhante aos barorreceptores. Por estarem mais 
relacionados ao sistema respiratório, os efeitos reflexos 
causados por esses quimiorreceptores são hiperpnéia, 
dilatação das vias aéreas superiores e aumento da PA. 
Os sinais transmitidos dos quimiorreceptores para o 
centro vasomotor excitam esse centro e isso faz com que 
a pressão arterial seja elevada. Esses quimiorreceptores 
agem em resposta à queda da pressão parcial de O2 a 
partir de um mecanismo simples: quando ocorre essa 
redução da pressão parcial, as células GLOMUS dos 
receptores fecham os canais de potássio, permitindo o 
acumulo de cargas positivas no interior, despolarizando 
as células e estimulando os canais de cálcio dependente 
de voltagem que promovem a liberação de dopamina 
que irá se ligar aos neurônios aferentes, gerando um 
potencial de ação que será encaminhado para o SNC, 
mais especificamente na região bulbar. 
Portanto, quando ocorre uma queda da pressão parcial 
de O2, os quimiorreceptores são ativados e sensibilizado 
gerando a liberação de neurotransmissores que irão 
gerar um potencial de ação nos neurônios aferentes e o 
estimulo será enviado ao SNC nos núcleos do trato 
solitário (NTS). Ao chega ao NTS, o sistema simpático é 
ativado no BVLr para que ocorra a vasoconstrição e 
aumento da resistência periférica e inibição do sistema 
parassimpático localizado no coração (nodo SA) e 
aumento da FC e força de contração pelo sistema 
simpático localizado nos miócitos e nodos condutores, 
elevando a pressão arterial. 
Para pensar de maneira mais objetiva, é necessário olhar 
para o sistema respiratório em conjunto com o sistema 
circulatório. Em momentos de queda da pressão parcial 
de oxigênio, indica que existe menos oxigênio disponível 
no sangue, para isso, é necessário que o sistema 
respiratório promova o aumento da frequência 
respiratória e intensifique as trocas gasosas a fim de 
aumentar a disponibilidade desse gás. O aumento da FR 
só é possível com o aumento da FC, por isso o sistema 
simpático é ativado em prol do sistema parassimpático 
em casos de queda da pressão parcial. O aumento da 
pressão arterial é fundamental para combater os 
quadros de hipóxia tecidual devido aos baixos níveis de 
oxigênio a fim de aumentar a perfusão para esses 
tecidos, por isso, a vasoconstrição e aumento da 
resistência periférica provocadas pelo sistema simpático. 
 
Portanto é indispensável associar o sistema respiratório 
do sistema circulatório, ambos estão totalmente ligados 
e em casos de regulação da pressão arterial ocorrem 
reflexos simultâneos em ambos os sistemas motivados 
por diversas causas, e esses reflexos são denominados 
de REFLEXOS CARDIOPULMONARES. 
3. REFLEXOS CARDIOPULMONARES 
Os reflexos cardiopulmonares são mecanorreceptores 
presentes nos átrios, coronárias, pericárdio e vasos 
torácicos como as artérias e veias pulmonares que agem 
em concordância com os barorreceptores. São 
considerados receptores de baixa pressão por estarem 
localizados em regiões de baixa pressão sanguínea 
diferentemente dos baro e quimiorreceptores. 
Esses receptores são estimulados a partir de quedas na 
pressão de enchimento cardíaco tanto atrial como 
ventricular devido às baixas pressões arteriais. Para isso, 
eles atuam promovendo o aumento do tônus simpático 
e a diminuição do vagal (parassimpático). São reflexos 
que ocorrem paralelamente aos barorreceptores nos 
seios carotídeos e nos arcos aórticos. 
O mecanismo dos reflexos cardiopulmonares, mais 
especificamente o “Reflexo de Bainbridge” ocorre da 
seguinte maneira: as quedas no volume de enchimento 
cardíaco causada pela queda de pressão arterial é 
detectada pelos receptores pulmonares que envia a 
informação para o núcleo do trato solitário (NTS) onde 
ocorre a primeira sinapse. O NTS distribui estímulos 
inibitórios para o sistema parassimpático, diminuindo a 
atividade desse sistema no coração e inibe os neurônios 
da porção ventrolateral caudal do bulbo que, logo, não 
irá liberar o GABA e inibir os neurônios da porção 
ventrolateral rostral (BVLr) do bulbo que é responsável 
por estimular um neurônio eferente simpático na 
medula óssea. Dessa forma, o sistema simpático tem sua 
atividade aumentada, promovendo no coração o 
aumento da FC e da força de contração cardíaca e nos 
vasos promove a vasoconstrição periférica, aumentando 
a resistência e consequentemente a pressão arterial. 
 
4. MECANISMOS HUMORAIS DE CONTROLE 
DA PRESSÃO ARTERIAL: AJUSTES A LONGO 
PRAZO 
Além dos mecanismos instantâneos ou a curto prazo 
como os exercidos pelos receptores encontrados no 
sistema circulatório e pulmonar como barorreceptores, 
quimiorreceptores e receptores pulmonares passiveis de 
sofrer adaptações. Para isso, existem outros mecanismos 
a longo prazo que podem ser adotados pelo organismo 
na tentativa de controlar a pressão arterial. Esses 
mecanismos, principalmente humorais (provocado por 
hormônios ou substancias presentes no sangue) com um 
papel central dos rins que atuam em um longo período 
de tempo e são fundamentais no controle de problemas 
crônicos envolvendo a pressão arterial e não são 
adaptáveis como os mecanismos de rápida regulação. 
A palavra “humorais” provem do termo “humor” em 
latim que significa liquido secretado pelo corpo e que era 
tido como determinante das condições físicas e mentais 
do indivíduo. Na Antiguidade clássica contavam-se 
quatro humores: sangue, bile amarela, fleuma ou pituíta 
e bile negra ou atrabílis. Atualmente a palavra humor 
refere-se basicamente a hormônios como substancias 
secretadas por tecidos e órgãos no sangue, por isso o 
termo “mecanismos humorais” refere-se a mecanismos 
que são desencadeados pela ação desses hormônios em 
células alvo especificas para reestabelecer alguma 
funçãofisiológica essencial para a manutenção do 
metabolismo e homeostase corpórea. 
1. LIBERAÇÃO DE CATECOLAMINAS PELA MEDULA 
ADRENAL 
As catecolaminas são substancias denominadas dessa 
maneira por possuírem um núcleo catecol na sua 
estrutura. Os principais exemplos de catecolaminas 
presentes no organismo humano é a noradrenalina ou 
norepinefrina e a adrenalina, ambas as substancias são 
secretadas por uma glândula endócrina, especificamente 
pela porção medular dessa glândula denominada de 
adrenal ou suprarrenal em resposta a diversos estímulos. 
 
O sistema nervoso autônomo é composto por dois 
segmentos funcionais: o sistema nervoso simpático e o 
sistema nervoso parassimpático. Ambos os sistemas 
apresentam diferenças funcionais, morfológicas e 
químicas entre si, principalmente quanto a localização 
dos gânglios, tipo de neurotransmissores e tamanho de 
neurônios. O sistema parassimpático apresenta gânglios 
pré-ganglionares localizados tanto no SNC como na 
medula espinal, gânglios pré-ganglionares longos, com 
sinapse ganglionar colinérgica e neurônios pós-
ganglionares curtos muito próximos ao órgão alvo com 
sinapse do tipo colinérgica. Já o sistema simpático 
apresenta neurônios pré-ganglionares eferentes apenas 
na medula espinal, os neurônios pré-ganglionares são 
curtos, a sinapse ganglionar é colinérgica e a os 
neurônios pós-ganglionares são longos com sinapse 
adrenérgica nos órgãos alvos. 
No entanto, o sistema simpático apresenta ainda um 
tipo diferente de transmissão do impulso nervoso que é 
aquela relacionada à medula adrenal ou suprarrenal 
funcionando como um “gânglio especializado” em que é 
realizado a primeira sinapse colinérgica. Existem na 
medula adrenal um tipo de célula especializada chamada 
de CÉLULAS CROMAFINS que funcionam como um 
neurônio pós-ganglionar que quando estimulada 
promove a liberação de adrenalina ou epinefrina e 
noradrenalina. Porem, a atuação dessas catecolaminas 
ocorre de maneira sistêmica já que são liberadas na 
corrente sanguínea e atuam em órgãos alvos distantes e 
não de maneira local como os neurônios pós-
ganglionares comuns do sistema simpático. 
 
As catecolaminas secretadas pela medula adrenal vão 
atuar nos locais que possuírem receptores adrenérgicos 
α1, α2, β1, β2 e β3. Especificamente cada receptor está 
localizado em locais específicos e a epinefrina está mais 
associada aos receptores do tipo β. Além disso, a 
epinefrina induz a produção de oxido nítrico (NO) que é 
um importante vasodilatador presente no endotélio 
vascular (fator endotelial) a partir dos receptores do tipo 
β2 (promove broncodilatação também). É importante 
observar que os receptores α1 promovem uma 
vasoconstrição periférica, atuando de maneira 
antagonista ao receptor β2. Outros receptores como α1 
atuam na musculatura vascular lisa principalmente 
promovendo uma vasoconstrição arteriolar aumentando 
a resistência vascular periférica. Os receptores α2 
localizado nos terminais neurais promovem uma 
diminuição da liberação de adrenalina. Os receptores do 
tipo β1 também denominados de receptores cardíacos 
causam o aumento da FC e da força de contratilidade. Os 
receptores do tipo β2 promovem uma broncodilatação a 
partir do relaxamento da musculatura lisa tanto vascular 
como brônquica. E os receptores do tipo β3 causam uma 
lipólise. Portanto, as catecolaminas produzidas pela 
adrenal presentes na corrente sanguínea atuam da 
mesma maneira que as catecolaminas liberadas pelos 
neurônios simpáticos locais, sendo a única diferença que 
exercem influencia em células localizadas longe da 
medula adrenal e não em locais próximos da secreção 
das catecolaminas. 
É importante salientar que as catecolaminas apesar de 
muito semelhantes entre si possuem afinidades distintas 
para determinados receptores adrenérgicos. A medula 
adrenal produz mais epinefrina do que noradrenalina em 
uma razão de 90% /10% e a epinefrina possui mais 
afinidade por receptores do tipo β, enquanto a 
noradrenalina ou norepinefrina possui mais afinidade 
por receptores do tipo α adrenérgicos. 
 
2. VASOPRESSINA OU HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO 
A vasopressina é conhecida também como hormônio 
antidiurético (ADH) sintetizada pelos corpos celulares 
dos núcleos hipotalâmicos – núcleo paraventricular 
(PVN) e núcleo supraóptico (SON) - e é armazenada na 
hipófise posterior ou neurohipófise até a liberação na 
corrente sanguínea. O principal estimulo para a liberação 
da vasopressina é o aumento da osmolaridade 
plasmática causado pelo aumento da quantidade de 
soluto ou pela diminuição da quantidade de agua. Outro 
estimulo é a diminuição do volume sanguíneo ou a 
queda da pressão arterial ou diminuição da perfusão 
sanguínea devido ao pouco volume sanguíneo. Os 
principais efeitos da liberação desse hormônio 
dependem de que tipo de receptor a vasopressina vai 
atuar (já que é um hormônio), por exemplo, o aumento 
da quantidade de sódio no organismo acarreta da 
liberação do hormônio. 
Algumas situações cotidianas podem ser utilizadas para 
explicar a atuação da vasopressina ou ADH no organismo 
e seus efeitos. Por exemplo, em casos de extrema perda 
de agua por suor ou desidratação, o ADH como próprio 
nome já diz impede que ocorra a perda de mais agua 
pela urina e por isso, inibe a diurese. Outro caso em que 
o ADH atua é quando o individuo consome uma 
quantidade exacerbada de sal em uma refeição e isso faz 
com que aumente a quantidade de sódio no sangue, 
tornando o sangue muito concentrado, nesse momento, 
a vasopressina entra a fim de retornar a osmolaridade 
inicial do sangue. 
Quando a vasopressina é liberada na circulação, ela pode 
atuar em diferentes receptores tanto do sistema 
circulatório como nos rins. Quando o ADH atua nos 
receptores do tipo V1 que é predominante na 
musculatura lisa vascular, esses receptores são 
acoplados a proteína G e quando ocorre a ligação a esse 
receptor ocorre a cascata de ativação da fosfolipase C 
que ativa a Proteína Quinase C que vai promover a 
abertura de canais de cálcio na membrana facilitando a 
vasoconstrição. Esse cálcio externo que entra, ativa os 
canais de cálcio intracelular presente no RS que 
desencadeia todo o mecanismo de contração muscular 
nas células. Além disso, a vasopressina promove a 
vasoconstrição pelo fechamento dos canais de potássio 
pela inibição do mecanismo do oxido nítrico de maneira 
indireta por exemplo. A vasopressina então provoca a 
vasoconstrição periférica a partir de mecanismos diretos 
e indiretos que levam ao aumento da resistência 
periférica e consequentemente elevação da PAM. 
Nos rins, a vasopressina atua em receptores do tipo V2 
onde ela mediará à função antidiurética propriamente 
dita. Quando se liga aos receptores V2, ativa a proteína 
Gs que ativa a adenilato ciclase, a AMP e a proteína 
quinase C responsável por fosforilar as aquaporinas que 
favorecem a absorção de agua caso a osmolaridade 
esteja alta e favorecem a liberação de agua caso a 
osmolaridade esteja baixa – sangue menos concentrado 
ou mais concentrado respectivamente. 
 
3. PAPEL DOS RINS NO CONTROLE DA PA 
Os rins são fundamentais no controle da pressão arterial 
já que esses órgãos agem diretamente no volume de 
sangue no organismo. O aumento do volume do liquido 
extracelular (LEC) leva ao aumento do volume sanguíneo 
e aumento da pressão media de enchimento circulatório 
já que mais sangue chegarão às cavidades cardíacas. O 
aumento de pressão leva ao aumento do retorno venoso 
e do débito cardíaco consequentemente promovendo 
um aumento da pressão arterial média já que possui 
mais sangue circulante e o aumento da resistência 
periférica também a partir de um mecanismo de 
autorregulação. A atuação dos rins não depende apenas 
do volume sanguíneo, mas também da osmolaridade do 
sangue em decorrência dos valores de sódio e agua. 
Quando o sangue está muitoconcentrado (osmolaridade 
alta), os rins aumentam a reabsorção de água nos 
túbulos, ou seja, a água retorna ao sistema circulatório, 
aumentando o volume sanguíneo e a pressão arterial. 
Quando o sangue está pouco concentrado (mais agua do 
que sódio, osmolaridade baixa) os rins diminuem a 
reabsorção de agua nos túbulos e aumentam, logo, a 
quantidade de liquido eliminado pela urina, a fim de 
diminuir o volume sanguíneo em casos de pressão 
sanguínea alta. A agua e o sódio se movimentam juntos 
e de maneira conjunta sempre. 
O sódio é o principal composto responsável por regular a 
osmolaridade sanguínea. Se tiver muita quantidade de 
sódio (consumo ou não) ocorre o aumento da 
concentração plasmática de sódio e aumento da 
osmolaridade induzindo o estimulo de vasopressina que 
aumenta a reabsorção de agua pelos rins e de receptores 
da sede a fim de aumentar a quantidade de agua 
circulante. Quando ocorre o aumento de volume pela 
maior reabsorção de agua, o balanço de agua deve ser 
alterado aumentando a absorção e diminuindo o volume 
sanguíneo. 
Para manter constante o volume de sangue, os rins 
realizam dois mecanismos específicos: a natriurese de 
pressão que é o aumento da excreção renal de sódio em 
resposta ao aumento de perfusão sanguínea renal e da 
diurese de pressão que é o aumento da excreção de 
agua. Esses efeitos ocorrem paralelamente, por isso 
denomina-se de natriurese de pressão que significa 
excretar sal e água ocorrido a partir do aumento de 
pressão arterial e de perfusão. Em outras palavras, mais 
sangue chega aos rins pelas artérias e maior é a pressão 
de perfusão, assim, mais sangue é filtrado pelo 
glomérulo e mais sódio e água é eliminado pelos rins 
proporcionalmente a quantidade que chegou. Por isso 
ingerir muita agua pode provocar o desequilíbrio de 
sódio no organismo já que juntamente com a agua, o 
sódio também será eliminado pelo processo de 
natriurese. 
É por isso que indivíduos hipertensos devem diminuir a 
ingestão de sódio (sal) nas refeições, já que quanto mais 
sódio, mais agua é liberada e o volume sanguíneo 
aumenta gradativamente para tentar diluir aquela 
quantidade de sal. O aumento do volume sanguíneo faz 
com que aumente a pressão arterial devido a todo o 
mecanismo já discutido anteriormente. É por isso que 
quando algum individuo possui queda de pressão ou 
pressão baixa é indicado uso de sal com água e até 
ingestão de sal embaixo da língua. É por isso também 
que quando ingerimos muito sal, ocorre à sensação de 
sede intensa devido ocorrer à excreção elevada de água 
do organismo pelo rim a partir de um mecanismo de 
feedback. 
 
 
4. SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA 
O sistema RAA exerce influencia tanto na hemodinâmica 
do organismo quanto na função renal. Esse sistema atua 
basicamente de duas maneiras, na produção da 
angiotensina II que é um potente vasoconstritor ou na 
produção de aldosterona sintetizado a partir da 
angiotensina II alterando a taxa de absorção de sódio e 
agua, afetando o principal mecanismo de regulação 
arterial pelos rins. O néfron apresenta um aparelho 
justaglomerular formado por um componente vascular 
representado pela arteríola aferente e eferente e por um 
componente tubular que é a mácula densa – conjunto de 
células epiteliais em que está armazenada uma enzima 
muito importante denominada RENINA responsável pela 
ativação do sistema RAA dependente de alguns 
estímulos específicos. 
As células da macula densa são capazes de liberar renina 
fundamental para o inicio da cascata de mecanismos 
pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona. Os três 
principais fatores envolvidos na liberação de renina são: 
o primeiro deles é a diminuição da pressão de perfusão 
renal já que as células presentes na arteríola aferente 
renal possuem barorreceptores que são ativados quando 
ocorre a queda de pressão de perfusão, liberando renina 
a fim de aumentar a pressão com o aumento do volume 
circulante de maneira compensatório e o oposto 
também é verdadeiro, em casos de aumento do volume 
de perfusão e aumento da pressão arterial, a renina é 
inibida. 
Outro estimulo para liberação da renina é o aumento da 
atividade dos nervos simpáticos neurais provocados 
pelos mecanismos rápidos de reflexo, quando ocorre 
esse aumento para o território renal, ocorre um estimulo 
para a liberação do renina. 
E o terceiro e ultimo estimulo na liberação de renina é a 
diminuição da concentração de NaCl nas células da 
macula densa devido a redução da filtração dos rins por 
causa da queda do volume circulante como uma espécie 
de indicador da queda de volume. A renina liberada na 
circulação induz a síntese de angiotensina II, um 
importante e potente vasoconstritor. 
A renina liberada pelos rins atua diretamente no 
peptídeo angiotensinogênio sintetizado pelo fígado 
produzindo a angiotensina I. Essa angiotensina I é 
convertida em angiotensina II ativa pela ação de uma 
enzima denominada enzima conversora de angiotensina 
(ECA) constantemente presente no território pulmonar 
que remove dois peptídeos da Angiotensina I para 
formar a Angiotensina II. Essa Angiotensina II vai exercer 
uma serie de funções no sistema cardiovascular, renal e 
no sistema nervoso central sempre no sentido de tentar 
reestabelecer a pressão arterial e a homeostase 
hemodinâmica. No sistema cardiovascular atua 
promovendo uma vasoconstrição arteriolar quando se 
liga a receptores do tipo AT1 associados à proteína Gq e 
desencadeia a cascata da fosfolipase C promovendo o 
aumento da resistência periférica, além de promover um 
remodelamento cardíaco fundamental no aumento da 
FC cardíaca (cronotropismo positivo) e um aumento da 
força de contração cardíaca (inotropoismo positivo). 
Outra função da angiotensina II é a liberação de 
aldosterona pelo córtex da célula adrenal que atua nos 
rins promovendo maior reabsorção tubular de sódio e 
consequentemente de água, promovendo o aumento da 
pressão sanguínea arterial, além da excreção tubular de 
potássio. 
Outra ação da angiotensina II é estimular a sede, o 
apetite ao sódio e liberação da vasopressina pela 
neurohipófise promovendo a vasoconstrição das 
arteríolas e modulando a secreção de ADH que irá 
promover maior absorção de agua nos ductos coletores 
e diminuir a diurese que irá aumentar o volume 
sanguíneo. 
Por fim, a angiotensina II atua modulando a atividade 
simpática do sistema nervoso tanto perifericamente 
quanto centralmente, ela atua facilitando a transmissão 
adrenérgica nas fibras pós-ganglionares simpática 
contribuindo para recaptação de adrenalina pelos órgãos 
alvos. Já centralmente, promove a partir da ligação com 
receptores AT1 influencia nos centros simpáticos como o 
BVLr e o BVLc. 
 
5. PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL 
O peptídeo natriurético atrial é aquele liberado devido 
ao distendimento das paredes atriais devido ao aumento 
do volume extracelular ou do retorno venoso. Ele tem 
suas ações tanto no território renal, quanto no território 
vascular com função de normalizar o volume sanguíneo 
via pressão arterial através de diferentes mecanismos. 
Um dos mecanismos é causar uma vasodilatação renal, 
promovendo um aumento do fluxo sanguíneo e da taxa 
de filtração glomerular renal que vai resultar na elevação 
do coeficiente de filtração, levando ao aumento da 
diurese e maior excreção de sódio e agua, provocando 
uma queda do volume plasmático e queda da pressão 
arterial devido à diminuição do volume sanguíneo. Além 
disso, é capaz de causar uma vasodilatação generalizada 
diminuindo a resistência periférica a partir do 
relaxamento da musculatura lisa vascular. 
E possui ainda, uma função antagônica ao sistema 
renina-angiotensina-aldosterona devido ao aumento do 
volume sanguíneo provocando uma inibição na secreção 
de renina pelos rins, desativando a síntese de 
angiotensina I e angiotensina IIe por fim de aldosterona 
na região do córtex da medula adrenal.

Outros materiais