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SISTEMA NERVOSO AUTONOMO O sistema nervoso autônomo é responsável por controlar, por exemplo, os batimentos do coração, o funcionamento das glândulas, movimentos dos vasos sanguíneos e movimentos respiratórios, contribuindo para a manutenção da homeostasia corporal. Outra função do sistema nervoso autônomo é propiciar ajustes neurovegetativos que dão suporte a execução de comportamentos motivados, por exemplo, a situação de luta ou fuga, comportamento defensivo, alimentar, sexual fundamentais para a sobrevivência do individuo. O sistema nervoso autônomo é subdivido em sistema nervoso simpático, sistema nervoso parassimpático e sistema nervoso entérico. 1. SISTEMA SOMÁTICO X SISTEMA AUTÔNOMO Quando falamos de sistema nervoso somático, estamos falando de um sistema voluntario que realiza ações conscientes. Assim como todo sistema nervoso, apresenta uma porção sensitiva ou aferente que recebe as informações do ambiente levando para o SNC (córtex ou medula na porção ventral), responsável por detectar a dor, temperatura, tato, pressão. A outra porção é a parte motora ou eferente, quando falamos de sistema motor somático caracterizamos um processo principalmente de contração e relaxamento da musculatura estriada esquelética a partir da liberação de acetilcolina na placa motora do musculo alvo. O outro tipo de sistema nervoso é o sistema nervoso autônomo ou autonômico ou involuntário. Também possui uma parte sensitiva ou aferente, caracterizada pela presença de interoreceptores que detectam alterações que prejudicam a homeostasia. Um exemplo desses INTERORECEPTORES são os quimiorreceptores responsáveis por detectar alterações no PH fisiológico e enviar informações que depois de recebidas irão provocar o aumento da ventilação pulmonar para evitar a acidose presente. Outro exemplo são os MECANORRECEPTORES localizados na parede da aorta denominado de BARORRECEPTORES que detectam alterações na pressão arterial promovendo uma vasodilatação em caso de aumento da PA. Existem os receptores INCONSCIENTES responsável por sentir a dor visceral ou deferida. A dor não pode ser sempre associada apenas a nocicepção controlada pelo sistema somático. É importante salientar que ambos os sistemas muitas vezes trabalham de maneira conjunta e não excludente, um bom exemplo é o esfíncter urinário que é controlado ate certo ponto pelo sistema autônomo dando a vontade de urinar, mas caso o sistema somático não libere realmente a urina, ela permanecera na bexiga. Todas as informações do sistema nervoso autônomo aferentes vão em direção ao TRATO SOLITÁRIO (próximo ao bulbo). Já a porção motora do sistema nervoso autônomo inerva especificamente a musculatura cardíaca, lisa e as glândulas. Diferente do sistema nervoso somático que é sempre excitatório, o sistema nervoso autônomo motor pode ser excitatório ou inibitório e mediado por dois tipos de neurotransmissores, adrenalina ou norepinefrina e acetilcolina. O TRAJETO AFERENTE das informações entre os dois sistemas nervosos também apresentam distinções importantes e características. Enquanto no SNS as informações são detectadas pelos gânglios periféricos, enviadas aos gânglios espinhais ou cranianos, chegando ate a medula espinal e ao tronco encefálico, enviada ao tálamo e posterior para o córtex cerebral para ser detectada e traduzida ate realizar a eferencia ao órgão alvo. Já o SNA é inicia-se com a identificação das informações pelos visceroreceptores como os mecano ou quimiorreceptores. Essas informações são levadas ate os gânglios espinais ou cerebrais ate chegarem a medula e ao tronco encefálico. Nesse momento, o SNA diferencia-se do SNS, ao chegar no tronco encefálico, essas informações são levadas ao DIENCÉFALO que possui centros autônomos especializados no controle dos movimentos involuntários, principalmente do hipotálamo levando a informação de maneira inconsciente, e posteriormente levada ao córtex para ser interpretada. No TRAJETO EFERENTE, também apresenta diferenças importantes. No SNS a informação sai do córtex, vai ate a medula ou ao tronco encefálico e posteriormente é levada ao órgão alvo pelo neurônio eferente ou motor. Já no SNA, a informação também sai do córtex cerebral, passa medula ou tronco encefálico, mas não vai diretamente para os músculos alvos, possui mais de um neurônio que levam a informação para os gânglios autonômicos e posteriormente para o musculo alvo. A localização dos gânglios e o tamanho dos neurônios pós e pré-ganglionares variam dependendo do tipo de SNA: simpático ou parassimpático. Uma ultima diferença entre os sistemas é que no sistema somático, a transmissão termina com um botão sináptico na placa motora. Já no sistema autônomo os ramos terminais contem numerosas intumescências denominadas de VARICOSIDADES que liberam o neurotransmissor para uma grande área do órgão inervado. Basicamente falando de maneira resumida, a transmissão do impulso pelo SNA ocorre na presença de neurônios pré e pós-ganglionares ate chegar ao órgão central efetor. Diferente do SNS, que apresenta apenas um neurônio motor, o SNA apresenta neurônios de segunda e terceira ordem. Existem diferenças entre a posição dos gânglios e o tamanho dos neurônios entre os tipos de SNA que serão discutidos mais adiante. Um tipo de SNA simpático diferente é aquele ligado a gandula suprarrenal denominado de CONTROLE DA ADRENAL. O neurônio sai da medula ou TE e liga-se diretamente a glândula suprarrenal responsável pela produção de catecolaminas na corrente sanguínea, tendo um efeito generalizado (principalmente adrenalina e noradrenalina) a partir das células cromafins. 2. SIMPÁTICO X PARASSIMPÁTICO Esses tipos de sistema nervoso autônomo apresentam inúmeras diferenças, mas não necessariamente são antagônicos. Em nível medular, o sistema SIMPÁTICO localiza-se entre T2 e L3 e o sistema PARASSIMPÁTICO na região sacral e também no tronco encefálico. Como dito antes, os sistemas apresentam diferenças nas localizações dos gânglios. No sistema somático, os gânglios localizam-se próximo da medula espinal, denominado de paravertebrais o neurônio de segunda ordem ou pré-ganglionar é mais curto, enquanto o neurônio de terceira ordem ou pós-ganglionar é mais longo. Já no sistema parassimpático, o gânglio é mais afastado da medula espinal e mais próximo das vísceras ou músculos. O neurônio pré- ganglionar é mais longo, enquanto o pós- ganglionar é mais curto. Outra diferença importante entre os sistemas é o tipo de neurotransmissor utilizado entre o neurônio de terceira ordem e as vísceras. No somático secreta adrenalina ou noradrenalina enquanto no parassimpático libera acetilcolina. Isso não segue uma ordem, já que os neurônios simpáticos podem secretar acetilcolina. Na primeira sinapse entre o neurônio de segunda ordem e o gânglio é sempre liberado acetilcolina. Uma observação importante é que o neurônio pré-ganglionar é SEMPRE mielinizado, enquanto o pós-ganglionar é aminielizado. Existem modulações no interior do gânglio através de interneurônios que são também ativados por neurônios simpáticos centrais ou de segunda ordem que secretam dopamina e não apenas acetilcolina (sinapse colinérgica) que modulam a atividade do terceiro neurônio, inibindo sua atividade a partir de uma sinapse dopaminérgica. Isso é chamado de POTENCIAL PÓS-SINÁPTICO INIBITÓRIO. A homeostase é um balanço dinâmico entre as duas divisões do SNA. A divisão de repouso e digestão com conservação de energia durante o repouso e digestão caracterizada pelo sistema parassimpático. Enquanto a situação de luta e fuga ocorre a intensificação da vigília e atividades metabólicas comuns do sistema nervoso simpático. 3. RECEPTORES DA TRANSMISSÃO Existem tantos os receptores ionotrópicos ou nicotínicos, canais iônicos que se ligam ao sitio de ativação e promovem a abertura dos canais de sódio e consequentemente a despolarização. Principalmente localizados nos gânglios autonômicos com a transmissão ocorrendo a partir da liberação de Ach. Realizam uma transmissão muito rápida e mais adequada. Os receptores do tipo nicotínicos são constituídos das subunidades alfa, beta e gama e teta. São encontrados nas membranas pós sinápticas de todas as junções neuromusculares, de todos os gânglios autonômicos e de algumas vias do SNC. Uma observação interessante é que a nicotina do cigarro imita a ação da Ach, por isso a causa da extrema dependência por essa substancia. . Os outros tipos de receptores são os metabotrópicos ou muscarinicos do tipo M1, M2, M3, M4 e M5 que se acoplam a proteína G, que são as Gi, Gs e Gq. Também ocorrem nos gânglios autonômicos, mas demandam maior tempo de ativação do que os receptores nicotínicos. Os receptores impares, M1, M3 e M5 estão acoplados as proteínas Gq responsáveis por ativar os segundos mensageiros e iniciar a liberação de cálcio intracelular, aumentando sua concentração, a partir da fosfolipases C. Já os receptores pares estão acoplados a proteínas Gi, inibitórias que diminuem os níveis intracelulares de AMPc e promovem hiperpolarização e por isso tem redução da FC quando tenho atividade colinérgica no MC. Em resumo, os receptores muscarinicos ou metabotrópicos pares M1, M3 e M5 são excitatórios. Enquanto os receptores impares M2 e M4 é inibitório. 4. EFEITOS DA ACH NO SNA O receptor nicotínico do tipo N2 presente principalmente nos gânglios autonômicos promove a excitação dos neurônios de terceira ordem ou pós-ganglionar simpático ou parassimpático. Os receptores do tipo M1 excitatórios, muscarinicos ligados à proteína Gq que ativam as cascatas da fosfolipases C que permite a liberação de cálcio nos retículos endoplasmáticos presentes nas células que culminam com o fechamento dos canais de K da célula, acumulando cargas positivas no interior da célula e tendo o PA. Os receptores do tipo M3 excitatório presentes na bexiga são ativados, promovendo a contração e esvaziamento da bexiga, principalmente pelo sistema parassimpático, tendo a mesma fisiologia do funcionamento que o M1 fechando os canais de K. Existe ainda a atividade de M1 e M3 nas vias aéreas promovendo a bronco constrição e secreção do muco a partir do fechamento dos canais de K. Ou seja, os receptores muscarinicos ainda que não muito presentes nos gânglios autonômicos, promovem efeitos nas vísceras finais do SNA agindo como receptores colinérgicos. Existem ainda os receptores inibitórios, como por exemplo, do tipo M2, promovendo uma abertura dos canais de K acoplando-se da proteína Gi. Permitindo a repolarização, isso ocorre muito no nó sinoatrial do coração provocando a diminuição da FC a partir da redução da frequência de disparo. 5. EFEITOS DA NE NO SNA Os receptores adrenérgicos estão muito associados ao sistema simpático e em grande maioria composto por receptores muscarinicos ou metabotrópicos que se acoplam a proteína G. Os receptores adrenérgicos possuem tipos alfa1, alfa2 e beta. O alfa1 esta associado a proteínas Gq excitatória, enquanto o alfa2 está associado a proteína Gi inibitória. Já o beta (beta1 e beta2) associa-se a proteína Gs que ao contrario da Gi aumenta a fosforilação proteica e aumenta os níveis de AMPc e consequente aumento da FC por exemplo ou vasodilatação. Os receptores Beta possuem preferencia pela adrenalina, enquanto os receptores Alfa possuem preferencia pela noradrenalina. Os receptores adrenérgicos do tipo ALFA promovem a contração da musculatura lisa, enquanto os receptores do tipo BETA que possuem preferencia por adrenalina fazem o relaxamento da musculatura. Observa-se que se fala de movimentos distintos em um mesmo tipo de SNA, o simpático. Seguindo a mesma lógica, os receptores do tipo alfa1 fazem a vasoconstrição, enquanto os receptores beta2 fazem a vasodilatação. É importante observar que o sistema parassimpático inerva apenas alguns vasos do nosso organismo, logo, ele não possui efeito central na regulação da PA e nos movimentos de vasoconstrição e vasodilatação. A maior parte do controle da PA ocorre a partir da inibição de núcleos do TE que fazem com que ocorra a vasodilatação, responsável pela diminuição da PA e de ação simpática. Os receptores beta1 de efeitos noradrenérgicos acoplados a proteína Gs tem efeito excitatório e aumenta a atividade do marca-passo e aumenta a força de contração muscular. Os receptores do tipo beta3 são encontrados principalmente nos adipócitos, provocando o aumento do AMPc e estimulando a lipólise importante na termogênese. 6. GLÂNDULA SUPRARRENAL É uma glândula diferenciada inervada pelas fibras pré-ganglionares do Sistema Nervoso SIMPÁTICO, promovendo a liberação de adrenalina e noradrenalina na corrente sanguínea. Essa glândula permite que o sistema simpático tenha efeito generalizado enquanto o parassimpático age apenas em alguns alvos específicos. 1) axônios simpáticos pós-ganglionares divergem de forma mais acentuada, como resultado, muitos tecidos são ativados simultaneamente, até 20 neurônios pós- ganglionares. 2) a acetilcolinesterase (AChE) inativa rapidamente a acetilcolina (Ach), mas a norepinefrina permanece mais tempo na fenda sináptica. 3) a secreção de EPINEFRINA e norepinefrina a partir da suprarrenal intensifica e prolonga as respostas provocadas pela liberação local. Posteriormente são inativadas por destruição enzimática no fígado.
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