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USUCAPIÃO - CARTILHA - atualizada prov 65

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CARTILHA – PROCEDIMENTO PARA USUCAPIÃO EM CARTÓRIO
 (atualizada pelo Provimento nº 65, de 14 de dezembro de 2017, do CNJ)
FUNDAMENTO LEGAL:
· Lei 13.105/15 (Código de Processo Civil), art. 1.071. Inclui na Lei 6.015/73 (Registros Públicos) o art. 216-A;
· Provimento nº 19, de 29 de setembro de 2017, da CGJ/SE;
· Provimento nº 65, de 14 de dezembro de 2017, do CNJ.
PROCEDIMENTO NO TABELIONATO:
1) Ata Notarial, lavrada exclusivamente pelo Cartório de Notas da situação do imóvel, com a qualificação completa, filiação, endereço eletrônico, domicílio e residência do requerente e respectivo cônjuge ou companheiro, se houver, e titular do imóvel lançado na matrícula objeto da usucapião que ateste:
a) A descrição do imóvel conforme consta na matrícula do registro em caso de bem individualizado ou a descrição da área em caso de não individualização, devendo ainda constar as características do imóvel, tais como a existência de edificação, de benfeitoria ou de qualquer acessão no imóvel usucapiendo. Deverá haver menção expressa se o imóvel possui registro no Cartório de Registro Imobiliário competente- Certidão negativa ou positiva de existência ou não de registro do imóvel no Cartório do Registro de Imóvel Competente;
b) O tempo e as características da posse do requerente e de seus antecessores, acompanhado de documentação comprobatória do lapso temporal pretendido;
c) A forma de aquisição da posse do imóvel usucapiendo pela parte requerente;
d) A modalidade de usucapião pretendida e sua base legal ou constitucional;
e) O número de imóveis atingidos pela pretensão aquisitiva e a localização: se estão situados em uma ou em mais circunscrição;
f) O valor do imóvel - avaliação do imóvel elaborado por profissional habilitado com inscrição no órgão competente (CRECI) ou departamento Municipal competente;
g) Outras informações que o tabelião de notas considere necessárias à instrução do procedimento, tais como depoimentos de testemunhas ou partes confrontantes;
Deverão ser apresentados também: Planta, ART (Anotação de Responsabilidade Técnica emitido pelo CREA ou RRT – Registro de Responsabilidade Técnica emitido pelo CAU) e Memorial Descritivo do imóvel (apresentado o Memorial também em formato digital), em ambos, reconhecimento das firmas de todas as assinaturas dos vizinhos confrontante se pelos titulares dos direitos registrados ou averbados na matricula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes ou pelos ocupantes a qualquer título. Na impossibilidade da colheita das assinaturas, solicitar às Notificações ao respectivo Oficial registrador em momento oportuno (a falta das assinaturas não impede a lavratura da Ata).
Para lavrar a ata, o notário ou seu preposto devidamente autorizado poderá se deslocar até o imóvel e lá poderá verificar a exteriorização da posse, diante das circunstâncias do caso. Nada obsta a que testemunha da posse do requerente compareça ao tabelionato para lavratura de instrumento público das declarações, sob as penas da lei, dos fatos que presenciou. O requerente bem como as testemunhas deverão ser alertadas de que a prestação de declaração falsa no referido instrumento configurará crime de falsidade, sujeito às penas da lei. Recomenda-se, sempre que possível, fotografia do imóvel a ser usucapido. Podem constar da ata notarial, imagens, documentos, sons gravados em arquivos eletrônicos, além do depoimento de testemunhas, não podendo basear-se apenas em declarações do requerente.
Se o pedido da usucapião extrajudicial abranger mais de um imóvel, ainda que de titularidade diversa, o procedimento poderá ser realizado por meio de único requerimento e ata notarial, se contíguas as áreas.
Finalizada a lavratura da ata notarial, o tabelião deve cientificar o requerente e consignar no ato que a ata notarial não tem valor como confirmação ou estabelecimento de propriedade servindo apenas para a instrução de requerimento extrajudicial de usucapião para processamento perante o registrador de imóveis.
Aconselha-se o envio a CENSEC, a emissão da DOI e a consulta na CNIB.
PROCEDIMENTO NO REGISTRO DE IMÓVEIS:
1) Requerimento, destinado ao Cartório de Registro de Imóveis Competente, assinado pelo advogado e interessado informando, deverá ser entregue também em formato digital. Atenderá, no que couber, aos requisitos da petição inicial, estabelecidos pelo art. 319 do CPC, bem como indicará:
I – A modalidade de usucapião requerida e sua base legal ou constitucional:
a) Ordinária:
a.1) Base legal – Art. 1.242 do Código Civil (Art. 1.242- Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos);
Prazo – 10 anos de posse ininterrupta e sem oposição;
Tipo de posse – posse de boa-fé. O justo título presume a boa-fé;
Outras exigências – é necessário a apresentação de justo título.
a.2) Base legal – Art. 1.242, § único do Código Civil (Art. 1.242, Parágrafo único - Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico);
Prazo – 5 anos de posse ininterrupta e sem oposição; 
Tipo de posse – posse de boa-fé;
Outras exigências – é necessário apresentar justo título; prova do cancelamento do registro e no imóvel o interessado ter estabelecido sua moradia ou realizado investimentos de interesse social e econômico.
a.3) Art. 1.379 - O exercício incontestado e contínuo de uma servidão aparente, por dez anos, nos termos do art. 1.242, autoriza o interessado a registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, valendo-lhe como título a sentença que julgar consumado a usucapião;
a.4) Art. 1.379, Parágrafo único - Se o possuidor não tiver título, o prazo da usucapião será de vinte anos.
b) Extraordinária:
b.1) Base legal – Art. 1.238 do Código Civil (Art. 1.238- Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis);
 Prazo – 15 anos de posse ininterrupta e sem oposição, exercida com animus domini; Tipo de posse – posse justa: aquela que não decorre de violência, clandestinidade ou precariedade;
 Outra exigência – não há. 
b.2) Base legal – Art. 1.238, § único do Código Civil (Art. 1.238, Parágrafo único- O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo);
Prazo – 10 anos de posse ininterrupta e sem oposição, exercida com animus domini; Tipo de posse – posse justa;
Outras exigências – comprovação de moradia habitual ou realização de obras ou serviços produtivos no imóvel; não há necessidade de ser o único bem do interessado e nem limites sobre às dimensões do imóvel. 
c)Constitucional:
c.1) Usucapião Especial Urbano - Base legal – Art. 183 da CF, art. 9°, da Lei 10.257/0124 e art. 1.240 do Código Civil (Art. 183 CF- Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez);
 Prazo – 5 anos de posse ininterrupta e sem oposição, exercida com animus domini;
Tipo de posse – posse de boa-fé;
 Outras exigências – área urbana inferior a 250,0 m²; comprovação de moradia ou da família; prova de que o possuidor não é proprietário de outro imóvel; prova de que o possuidor não se valeu, anteriormente, de igual benefício. 
 c.2) Usucapião Ordinária Rural - Base legal – Art. 191 da CF e art. 1.239 do Código Civil (Art. 191 CF- Aquele que,não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade);
 Prazo – 5 anos de posse ininterrupta e sem oposição, exercida com animus domini;
 Tipo de posse – posse de boa-fé;
 Outras exigências – área rural não superior a 50 hectares; comprovação de moradia e ter tornado o imóvel produtivo por trabalho do possuidor ou de sua família; prova de que o autor não é proprietário de outro imóvel.
II – a origem e as características da posse,eventual edificação, benfeitoria ou qualquer acessão existentes no imóvel usucapiendo, com às respectivas datas de ocorrência;
III - o nome e a qualificação completa de todos os possuidores anteriores cujo tempo de posse tiver sido somado à do usucapiente para completar o período aquisitivo, conforme o caso;
IV – o número da matrícula da área onde se encontra inserido o imóvel usucapiendo, ou a certidão negativa de existência de imóvel do Cartório de Registro Imobiliário competente - Certidão do Indicador Real; 
V – o valor venal do imóvel apurado em laudo de avaliação elaborado por profissional habilitado com inscrição no órgão competente (CRECI) ou pela Prefeitura Municipal;
VI - o nome, o número de inscrição na respectiva seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o endereço completo em que recebe notificações, o número do telefone e o endereço de e-mail do advogado que representa o usucapiente.
2) Procuração - Instrumento de mandato, público ou particular, com poderes especiais e firma reconhecida, outorgado ao advogado pelo requerente e seu cônjuge ou companheiro, dispensado o consentimento do cônjuge do requerente se estiverem casados sob o regime de separação absoluta de bens. Deverá conter a qualificação do advogado que representa o usucapiente, com o nome, o número de inscrição na respectiva seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o endereço, o número do telefone e o endereço de e-mail. Imperioso ressaltar aos interessados que todas as notificações destinadas ao usucapiente serão feitas na pessoa de seu advogado por meio eletrônico (art. 4, § 2º - Provimento 19) O não atendimento às notificações, cumulado com a paralisação do procedimento por mais de 30 (trinta) dias, poderão caracterizar omissão do usucapiente em atender às exigências que lhe forem formuladas, acarretando o arquivamento do pedido, com o cancelamento dos efeitos da prenotação. 
3) Documentos apresentados para instruir o pedido:
3.1 - A ata notarial, regulada no artigo 384 do novo CPC e Provimento nº 19, de 29 de setembro de 2017, é o instrumento público por meio do qual o tabelião atesta fato com o qual travou contato por meio de seus sentidos, decorrendo da função tipicamente notarial de autenticar fatos (Lei 8.935/94, artigo 6º, inciso III). É lavrada por tabelião de notas do Município que se localiza o imóvel e acompanhará o requerimento;
3.2- Documentos que comprovam justo título ou quaisquer outros que demonstrem a origem, a continuidade, a natureza e o tempo da posse; tais como o pagamento dos impostos e das taxas que incidirem sobre o imóvel usucapiendo, recebimento de correspondências, instrumentos de compra e venda ou promessa de compra e venda, declarações de imposto de renda que citam o imóvel, dentre outros. Observações / Exemplos: traslados de escrituras públicas do imóvel ou vias originais de recibos e/ou contratos de compra do imóvel. Deve trazer todos os recibos e contratos anteriores, mesmos em nome dos antigos proprietários ou posseiros do imóvel;
3.3 - Planta, ART (Anotação de Responsabilidade Técnica emitido pelo CREA ou RRT – Registro de Responsabilidade Técnica emitido pelo CAU) e Memorial Descritivo do imóvel (apresentado o Memorial também em formato digital), em ambos, reconhecimento das firmas de todas as assinaturas dos vizinhos confrontantes. A ART é a prova de que a planta e o memorial foram elaborados por profissional habilitado perante o conselho profissional competente. Os confinantes e os titulares de direitos sobre o imóvel usucapiendo assinam, na planta e no memorial descritivo, manifestando sua anuência ao pedido e caracterizando o consenso na usucapião. Deverão assinar os titulares dos direitos registrados ou averbados na matricula do imóvel usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes ou pelos ocupantes a qualquer título. Será dispensada a apresentação de planta e memorial descritivo se o imóvel usucapiendo for unidade autônoma de condomínio edilício ou loteamento regularmente instituído, bastando que o requerimento faça menção à descrição constante da respectiva matrícula.
3.4 - Anuência expressa de todos os confrontantes do imóvel (na Planta e no Memorial Descritivo), com o respectivo reconhecimento de firmas. Se o imóvel confrontante tiver registro no Cartório tem que informar o número da respectiva matrícula. Se o imóvel confrontante não tiver registro no Cartório o confrontante tem que declarar que o mesmo não se encontra matriculado.
3.4.1. Caso a planta não contenha a assinatura de qualquer titular de direitos ali referidos, ou não ter sido apresentado documento autônomo de anuência expressa, deverá ser solicitado ao Oficial uma Notificação que será efetivada pessoalmente, pelo correio com aviso de recebimento, para manifestar seu consentimento no prazo de 15 (quinze) dias, considerando-se sua inércia como concordância. Obtida a anuência, expressa ou tácita, o procedimento segue, caso contrário, havendo impugnação, o registrador tentará conciliar as partes, não havendo acordo, remeterá o procedimento ao juízo, cabendo ao requerente ajustar o requerimento para adequá-lo à petição inicial para seguir o procedimento comum.
3.4.2. A notificação poderá ser realizada por carta com aviso e recebimento, devendo vir acompanhada de cópia do requerimento inicial e da ata notarial, bem como de cópia da planta e do memorial descritivo e dos demais documentos que a instruíram. Caso os notificandos sejam casados ou conviverem em união estável, serão notificados, em separado, os respectivos cônjuges ou companheiros. Se o notificando residir em outra comarca ou circunscrição, a notificação deverá ser realizada pelo Oficial de registro de títulos e documentos da outra comarca ou circunscrição, adiantando o requerente as despesas. 
3.4.3 - Infrutíferas as notificações, estando o notificando em lugar incerto, não sabido ou incessível, o oficial de registro de imóveis certificará o ocorrido e promoverá a notificação por edital publicado, por duas vezes, em jornal de grande circulação, pelo prazo de quinze dias cada um, interpretando o silêncio do notificando como concordância. A notificação por edital poderá ser por meio eletrônico, desde que o procedimento esteja regulamentado pelo tribunal.
3.4.4 - Na hipótese de algum titular de direitos reais e de outros direitos registrados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula do imóvel confinante ter falecido, poderão assinar a planta e memorial descritivo os herdeiros legais, desde que apresentem escritura pública declaratória de únicos herdeiros com nomeação do inventariante.
3.5 - Caso o imóvel usucapiendo seja registrado ou esteja inserido em área maior que seja registrada: Anuência expressa dos titulares de direitos reais (na Planta e no Memorial Descritivo), com reconhecimento de firmas e indicação do número da respectiva matrícula.
3.5.1 - Se o imóvel usucapiendo for matriculado com descrição precisa e houver perfeita identidade entre a descrição tabular e a área objeto do requerimento da usucapião extrajudicial, fica dispensada a intimação dos confrontantes do imóvel, devendo o registro da aquisição originária ser realizado na matrícula existente.
3.5.2 - Considera-se também outorgado o consentimento, dos titulares dos direitos registrados ou averbados na matrícula do imóvel usucapiendo ou na matrícula confinante ou ocupantes a qualquer título, dispensadaa notificação, quando for apresentado justo título ou instrumento que demonstre a existência de relação jurídica com o titular registral acompanhado de prova da quitação das obrigações. São exemplos de títulos ou instrumentos: I) compromisso ou recibo de compra e venda, II) cessão de direitos e promessa de cessão, III) pré-contrato, IV) proposta de compra, V) reserva de lote ou outro instrumento no qual conste a manifestação de vontade das partes, contendo a indicação da fração ideal, do lote ou unidade, preço, o modo de pagamento e a promessa de contratar, VI) procuração pública com poderes de alienação para si ou para outrem, especificando o imóvel, VII) escritura pública de cessão de direitos hereditários, especificando o imóvel, VIII) documentos judiciais de partilha, arrematação ou adjudicação. A prova da quitação será feita por meio de declaração escrita ou da apresentação da quitação da última parcela do preço avençado ou de recibo assinado pelo proprietário com firma reconhecida.
3.6 - Certidões emitidas pelo distribuidor ou secretarias das Varas Cíveis da Comarca do imóvel e pela Justiça Federal, bem como da Comarca do domicílio do requerente, demonstrando a inexistência de ações em curso que caracterizem oposição à posse do imóvel, ou a sua improcedência, com trânsito em julgado, comprovando a natureza mansa e pacífica da posse, expedidas nos últimos 30 dias. Em nome das seguintes pessoas: a) do requerente e respectivo cônjuge ou companheiro, se houver; b) do proprietário do imóvel usucapiendo e respectivo cônjuge ou companheiro, se houver; c) de todos os demais possuidores e respectivos cônjuges ou companheiros, se houver, em caso de sucessão de posse, que é somada à do requerente para completar o período aquisitivo da usucapião.
3.7 - Valor Venal do Imóvel: apurado em laudo de avaliação elaborado por profissional habilitado com inscrição no órgão competente (CRECI) ou departamento Municipal competente.
3.8 - Certidão emitida pelo Município, certificando que o imóvel não é bem público. Bem como Certidão dos órgãos municipais e/ou federais que demonstre a natureza urbana ou rural do imóvel usucapiendo, nos termos da Instrução Normativa INCRA nº 82/2015 e da Nota Técnica INCRA/DF/DFC nº 2/2016, expedida ate 30 dias antes do requerimento.
3.9 - Para IMÓVEIS DE MARINHA e/ou confrontantes com imóveis de marinha ou acrescidos ou com águas em geral (rios, braço de rios, riachos, manguezais, oceano, marés, lagos) é necessário apresentar: Certidão emitida pelo SPU – Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Sergipe (Rua Pacatuba, nº 193, Centro, Aracaju/SE, cep: 49.010-150), comprovando a condição do imóvel.
3.10 - SOMENTE PARA IMÓVEL URBANO: Cópias autenticadas de contas de telefone fixo, água e energia elétrica, certidão negativa de IPTU com indicação da inscrição municipal.
3.11 - SOMENTE PARA IMÓVEL RURAL: CCIR do INCRA - o mais recente, devidamente quitado, ITR da Receita Federal, CND do IBAMA, CAR – Cadastro Ambiental Rural, esteja ou não a reserva legal averbada na matrícula imobiliária, fazendo-se expressa referência na matrícula, ao número de registro e à data de cadastro constante do documento. Descrição georreferenciada, nas hipóteses previstas na Lei nº 10.267, de 28 de agosto de 2001, e nos seus decretos regulamentadores (facultada sua apresentação no momento da prenotação).
4) Recebida a petição (requerimento), com três cópias completas que serão enviadas às Fazendas Públicas quando da notificação acrescidas de tantas cópias forem os titulares de direitos reais ou de outros direitos registrados sobre o imóvelus ucapiendo e os proprietários confinantes ou ocupantes cujas assinaturas não constem da plante nem do memorial descritivo, devidamente instruída (com a procuração e os documentos constantes do item 3) o Oficial de registro procederá a prenotação no livro de protocolo e a atuará. A prenotação do requerimento será prorrogada em seus efeitos até o acolhimento ou rejeição do pedido. 
5) Qualificação registral - Se a qualificação for positiva, segue o procedimento. Se a qualificação for negativa, o pedido será rejeitado, podendo o interessado suscitar dúvida; poderá o registrador solicitar novas diligências, conforme o § 5º, do art. 216-A da Lei 6.015/73. Faz-se nova qualificação. Se a qualificação for positiva, segue o procedimento. Se a qualificação for negativa, o pedido será rejeitado, podendo o interessado suscitar dúvida.
6) O registrador dará ciência à União, ao Estado e ao Município, para que se manifestem, em 15 dias, sobre o pedido. A intimação dos entes públicos incluirá cópia integral do procedimento.
União: Superintendência do Patrimônio da União no Estado de Sergipe (Rua Pacatuba, nº 193, Centro, Aracaju/SE, CEP: 49.010-150), comprovando a condição do imóvel.
Estado: Procuradoria do Estado - Rua Itabaiana, nº14, Centro, Aracaju/SE, CEP: 49.010-170.
7) Após à notificação e o transcurso do prazo de resposta (15 dias), o oficial de registro de imóveis expedirá o edital, em jornal de grande circulação,que será publicado pelo usucapiente, às suas expensas em jornal local de grande circulação, por uma vez, onde houver, para a ciência de terceiros eventualmente interessados, que poderão manifestar-se nos 15 (quinze) dias subsequentes à publicação.
7.1 - O edital conterá: I) o nome e a qualificação completa do requerente, II) a identificação do imóvel usucapiendo com o número da matrícula, quando houver, sua área superficial e eventuais acessões ou benfeitorias nele existentes, III) os nomes dos titulares de direitos reais e de outros direitos registrados e averbados na matrícula do imóvel usucapiendo e na matrícula dos imóveis confinantes o confrontantes de fato com expectativa de domínio, IV) a modalidade de usucapião e o tempo de posse alegado pelo requerente, V) a advertência de que a não apresentação de impugnação no prazo previsto neste artigo implicará anuência ao pedido de reconhecimento extrajudicial da usucapião.
7.2 - Caso o imóvel usucapiendo esteja situado em mais de uma circunscrição ou em circunscrição que abarque mais de um município, deverá ser publicado edital em todas as localidades. 
7.3 - O edital poderá ser publicado em meio eletrônico, desde que o procedimento esteja regulamentado pelo órgão jurisdicional local, dispensada a publicação em jornal de grande circulação.
8) A impugnação da Fazenda Pública consiste em alegar que o imóvel é público, se for o caso, e, portanto, não passíveis de usucapião. Os terceiros poderão apresentar quaisquer impugnações contrárias à consumação da usucapião, enquanto que aos confinantes ou titulares de direitos reais sobre o imóvel notificados cabe impugná-lo ou prestar a anuência que não foi outorgada mediante assinatura na planta e no memorial. As manifestações deverão ser deduzidas por escrito e protocoladas perante a serventia extrajudicial.
8.1 - Se qualquer das partes interessadas apresentar impugnação,poderá ser objeto de conciliação ou mediação pelo registrador. Não sendo frutífera, a impugnação impedirá o reconhecimento da usucapião pela via extrajudicial. O registrador poderá remeter os autos ao juízo competente, para apreciação. Nesse caso, cabe a emenda da inicial, para ajustá-la às exigências do processo judicial. Se a documentação é insuficiente e o requerente não se conformou com as exigências formuladas, pode requerer a suscitação de dúvida (Lei de Registros Públicos, artigo 198), para que o juiz decida, no âmbito administrativo.
9) Transcorrido o prazo de 15 dias da publicação do edital, sem pendência de diligências na forma do § 5º, do art. 216-A da Lei 6.015/73 e achando- se em ordem a documentação, sem impugnação ou nota devolutiva desatendida, o oficial procederá ao registro da aquisição do direito real na matrícula. Se o imóvel não for matriculado, efetuará a abertura da matrícula e o registro, seu primeiro ato.
9.1 - Caso o reconhecimento extrajudicial da usucapião atinja fração de imóvel matriculado ou imóveis referentes total ou parcialmente, a duas ou mais matrículas,será aberta nova matrícula para o imóvel usucapiendo, devendo as matrículas atingidas, conforme o caso, ser encerradas ou receber as averbações dos respectivos desfalques, dispensada, para esse fim, a apuração da área remanescente.
9.2 - A abertura de matrícula de imóvel edificado independerá da apresentação de habite-se.
9.3 - O ato de abertura de matrícula decorrente de usucapião conterá, sempre que possível, para fins de coordenação e histórico, a indicação do registro anterior desfalcado e, no campo destinado à indicação dos proprietários,a expressão “adquirido por usucapião”.
10) Havendo impugnação ou nota devolutiva, terá de fundamentar a decisão, indicando qual dos requisitos legais não foi atendido. A decisão que negar o pedido administrativo não obsta o ingresso com ação judicial de usucapião. Com a rejeição do pedido extrajudicial e a devolução de nota fundamentada, cessarão os efeitos da prenotação e da preferência dos direitos reais determinada pela prioridade, salvo suscitação de dúvida.
10.1 - Para elucidar quaisquer dúvidas, imprecisões ou incertezas, poderão ser solicitadas ou realizadas diligências pelo oficial de registro de imóveis ou por escrevente habilitado.
10.2 - No caso de ausência ou insuficiência dos documentos de que trata o inciso IV do caput do art. 216-A da LRP, a posse e os demais dados necessários poderão ser comprovados em procedimento de justificação administrativa perante o oficial de registro do imóvel, que obedecerá, no que couber, ao disposto no & 5º do art. 381 e ao rito previsto nos arts. 382 e 383 do CPC.
10.3 - A rejeição do requerimento poderá ser impugnada pelo requerente no prazo de quinze dias, perante o oficial de registro de imóveis, que poderá reanalisar o pedido e reconsiderar a nota de rejeição no mesmo prazo ou suscitar dúvida registral nos moldes do art. 198 e seguintes da LRP.
11) Em qualquer caso, é lícito ao interessado suscitar o procedimento de dúvida, nos termos do art. 198, da Lei nº 6.015/73.
12) A usucapião extrajudicial poderá abranger a propriedade e demais direitos reais passíveis de usucapião, por exemplo, servidão, direito de laje, dentre outros.
13) Havendo matrícula o imóvel, deverá ser justificado o óbice à correta escrituração das transações para evitar o uso da usucapião como meio de burla dos requisitos legais do sistema notarial e registral e da tributação dos impostos de transmissão incidentes sobre os negócios imobiliários, devendo o registrador alertar o requerente e as testemunhas de que a prestação de declaração falsa na referida justificação configurará crime de falsidade, sujeita as penas da lei. 
14) A existência de ônus real ou gravame na matrícula do imóvel usucapiendo não impedirá o reconhecimento extrajudicial da usucapião.
15) O reconhecimento extrajudicial da usucapião de imóvel matriculado não extinguirá eventuais restrições administrativas nem gravames judiciais regularmente inscritos.
15.1 - A parte requerente deverá formular pedido de cancelamento dos gravames e restrições diretamente à autoridade que emitiu a ordem.
15.2 - Os entes públicos ou credores podem anuir expressamente à extinção dos gravames no procedimento da usucapião.
Estância/SE, (revisada) em 16 de agosto de 2018.
Marlon Sérgio Santana de Abreu Lima
Tabelião de Notas
Cartório do 1º Ofício

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