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Histologia veterinária - tecido epitelial, conjuntivo e nervoso

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Histologia veterinária – p1
Tegumento comum
Tegumento: cobertura
Tegumento comum: funções e características anatômicas semelhantes entre os mamíferos
PELE: epiderme + derme
Funções:
 - Barreira física
· Sendo um grande órgão de revestimento, delimita o indivíduo, dificultando a entrada de invasores e impedindo a perda de água
· Protege contra os raios UVA e UVB
- Regulação de temperatura, promovendo troca de calor por meio da sudorese, eliminando calor por transpiração 
· Nos animais homeotérmicos, há várias adaptações que permitem aumentar ou reduzir a perda de calor
- Barreira imunológica
· Há na pele células que produzem fatores antimicrobianos, células com capacidade fagocítica e uma microbiota residente
- Suporte mecânico
· Possui elasticidade, que ajuda na sustentação do corpo e na minimização de impactos mecânicos sobre o corpo 
- Receptor sensorial
· Rica em receptores sensoriais que detectam movimentos, substâncias químicas, pressão e temperatura. Essas informações são processadas no SNC, que manda comando de resposta a vários estímulos 
- Secreções glandulares
· Glândulas sudoríparas que produzem suor, envolvidas na termorregulação e comunicação 
· Glândulas sebáceas, que produzem sebo, ajudando na impermeabilização da pele
- Possui pelos 
· A piloereção cria uma camada de ar mais grossa que dificulta a troca de calor
- Tem função metabólica 
· Muitas substâncias são metabolizadas na pele, a exemplo da ativação da vitamina D
· Reserva energética na hipoderme (não é componente da pele)
Qual a importância da histologia da pele?
- Várias orientações de corte – possibilita várias observações 
- Variam em espessura de acordo com idade, espécie, regiões do corpo
- Pode ser glabra (sem pelo) ou pilosa (com pelo)
- Possui anexos
Epiderme
- Camada mais externa da pele
- Tecido epitelial escamoso estratificado queratinizado
· Epitelial: função de revestimento e secreção de substâncias (pelas glândulas presentes na derme); pouca matriz extracelular – as células são justapostas
· Escamoso: célula com forma de escama, são achatadas
· Estratificado: várias camadas
· Queratinizado: as células da superfície contêm muita queratina, que confere resistência e impermeabilidade
- Mais delgada na pele pilosa e mais espessa na pele glabra
- Constantemente renovada, por isso, a partir da sua camada mais interna até a superfície ocorrem os seguintes acontecimentos:
Proliferação diferenciação queratinização descamação
Modificações da epiderme:
· Pêlos, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas 
· Órgãos digitais (casco, garra, coxins)
· Penas
· Cornos 
 
Células da epiderme:
NÃO QUERATINÓCITOS
- Melanócitos
· Localizados na camada basal da epiderme e também podem estar concentrados perto dos folículos pilosos e ductos glandulares
· Produz melanina, possuindo prolongamentos pelos quais a melanina passa
· Visualmente possui uma parte branca
· Derivados da crista neural – as células jovens migram até o estrato basal
· Possuem processos dentríticos – prolongamentos citoplasmáticos que correm por entre os queratinócitos
· Melanossomos: organela específica na qual ocorre síntese e deposição de melanina. 
- A melanina possui dois pigmentos: 
· Eumelanina: mais escura
· Feomelanina: mais clara (avermelhada, amarelada)
- A melanina é originada a partir da tirosina:
Tirosina DOPA dopaquinona melanina*albinos possuem deficiência na enzima tirosinase
- Células de Merkel – células epitelióides táteis
· Estrato basal da epiderme 
· Possuem grânulos contendo neurotransmissores, pois faz parte do sistema sensorial da pele
· Ligadas aos queratinócitos por desmossomos – conferindo sensibilidade para detectar alterações mecânicas como estiramento e pressão 
· Se ligam ao neurônio, captando as informações sensoriais e enviando ao SNC
- Macrófagos intraepidérmicos – células de Langerhans
· Células dendríticas (fagocíticas) que apresentam prolongamentos citoplasmáticos para aumentar a área de monitoramento 
· Localizados no estrato espinhoso
· Difícil visualização em preparações rotineiras
QUERATINÓCITOS
- Os queratinócitos representam cerca de 85% das células epidérmicas e são classificados em camadas com base na morfologia. Eles variam em tamanho e forma e se diferenciam ao migrarem para cima a fim de formar queratina
Camadas da epiderme
- Estrato basal:
· Camada mais profunda
· Monocamada sobre a membrana basal, com células colunares ou cubóides
· Não é possível discernir a membrana basal
· Podem atuar como células tronco, se multiplicando para manter e renovar a população celular, e células de ancoragem, que ajudam na fixação da epiderme
- Estrato espinhoso
· Várias camadas de queratinócitos, que assumem um formato poliédrico/irregular devido a interações com as células adjacentes e à pouca matriz intercelular
· A medida que se projetam para a superfície, as células vão se tornando cada vez mais achatadas
- Estrato granuloso:
· Constituído por células achatadas 
· Nome se dá pelo aspecto granuloso do citoplasma 
· Esses grânulos contêm substâncias que auxiliarão nas células queratinizadas, deixando mais compactadas, colaborando para a impermeabilização da pele 
· Grânulos de ceratoialina, que contêm profilagrina, proteína estrutural que tem papel na queratinização e barreira
· Grânulos lamelares – seu conteúdo lipídico tem função de revestimento 
- Estrato lúcido:
· Em epiderme muito espessa e em regiões glabras
· Constituído por células densamente queratinizadas e achatadas
- Estrato córneo:
· Células mortas, completamente queratinizadas
· Estão em constante processo de eliminação 
· Espessura variável entre espécies e parte do corpo
· Não contém núcleo e nem organelas
Derme
- Fortemente ligada à epiderme pela junção dermoepidérmica
- Constituída por tecido conjuntivo denso – porém frouxamente organizado em algumas áreas específicas
- Matriz extracelular com várias proteínas – fibras de colágeno, de elastina e reticulares – em meio à substância fundamental amorfa
- Principal célula: fibroblasto/fibrócitos 
- Células: mastócitos, macrófagos – células de defesa. Também são encontrados plasmócitos (produzem anticorpos), cromatóforos (confere cor), adipócitos (células de gordura) e leucócitos (células de defesa)
- Nutre a epiderme, que não tem vaso sanguíneo
- Vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos (aferentes e eferentes)
- Glândulas, folículos pilosos e músculo eretor do pelo
- Possui duas camadas:
· Papilar: mais superficial, salienta-se para o interior da epiderme, formando as papilas dérmicas. Faz contato com a epiderme e segue o contorno da camada basal. É um tecido conjuntivo mais frouxo, sendo elástica e permitindo amortecimento
· Reticular: mais profunda e espessa, tecido conjuntivo mais denso e mais organizado 
 - Promove a inervação e a drenagem linfática na pele
Irrigação sanguínea da pele
- Plexos: emaranhados de vasos maiores 
· Subpapilar – logo abaixo da epiderme
· Cutâneo – logo acima da hipoderme
· Subcutâneo – hipoderme
- Direcionamento diferente de sangue para as trocas de calor 
Apêndices da pele
Pelos
- Várias camadas de folículos 
- Função de proteção, termorregulação, camuflagem e comunicação 
- Dividido em:
· Haste: parte livre do pelo
· Raiz: inserida na pele
· Bulbo: dilatação mais profunda do pelo – há a papila dérmica, uma projeção da derme onde os vasos sanguíneos nutrem as células que se multiplicam e dão origem ao pelo
- A haste possui 3 camadas:
· Medula: conjunto frouxo de células, ocupa o centro do pelo
· Córtex: camada densa de células queratinizadas compactadas
· Cutícula: camada única de células achatadas queratinizadas, dispostas em forma de escamas sobre o pelo, em que as bordas livres são direcionadas para a superfície, ancorando o pelo no folículo
- O folículo piloso se divide em camadas:
· Bainha epitelial interna – borda livre em direção oposta ao pelo, encaixando com a cutícula. Dependendo da profundidade não aparece no corte, pois ela vai se perdendo e se misturando, passando a fazer parte do sebo
· Bainha epitelial externa – continuidade da epiderme· Bainha dérmica – tecido conjuntivo, dando suprimento sanguíneo (promovendo nutrição) e nervoso, além de conferir força.
- As células da matriz pilosa originam as células que sofrem queratinização para formar o pelo
- Os folículos possuem diversas classificações:
· Primários: mais profundos na derme e produzem um pelo longo e espesso
· Secundários: sempre associados aos primários. São mais superficiais e produzem um pelo menor. Não apresentam glândula sudorípara e músculo eretor do pelo
· Simples: projeta um pelo na superfície a partir de um folículo piloso
· Composto: antes de alcançarem a superfície, os pelos se encontram em um ducto comum e os folículos se fundem. Apresentam um folículo primário e os outros estão em folículos secundários. UM bulbo por pelo
- Os pelos táteis têm algumas modificações e adaptações para desempenharem uma função mecânico-sensorial específica, capaz de detectar pressão e movimento. Além de intensa inervação, possuem um seio vascular associado ao bulbo, que é uma cavidade repleta de sangue que auxilia na propagação dos movimentos a serem captados pelos mecanoreceptores. Ex: vibrissas
Glândulas sebáceas 
- Produzem sebo: ajuda na proteção contra agentes invasores e na impermeabilidade da pele (principalmente a não deixar a água sair, evitando desidratação)
- Raras em pele glabra
- Podem ser simples, ramificadas ou compostas
- Secreção holócrina: durante a secreção leva uma parte da célula junto
Glândulas sudoríparas
- Podem ser de 2 tipos:
· Apócrinas: liberam as substâncias por meio de vesículas, perdendo parte de citoplasma. Possuem outras substâncias como proteínas e lipídios. Localizadas ao longo do corpo, tem função principal de comunicação e produção de odor relacionado à função sexual ou marcação de território.
*em equinos a secreção é intensa, atuando na termorregulação, produzindo suor durante o exercício e em temperaturas elevadas.
· Écrinas: secreção aquosa com sais minerais – coxins de cães e gatos, plano nasolabial de bovinos e glândulas carpais de suínos. O ducto desemboca diretamente na superfície da pele, não em folículos pilosos.
- Tubo enovelado, cujas paredes são compostas por uma única camada de células cubóides ou ligeiramente colunares
- Células mioepiteliais: as contrações auxiliam na liberação da secreção
Músculo eretor do pelo
- Feixe muscular liso, controlado pelo SNA
- Próximo das glândulas sebáceas – quando contraído, auxilia na liberação do sebo
Sistema nervoso
O sistema nervoso é dividido em:
Sistema nervoso central (SNC)
- Encéfalo (contido dentro do crânio)
- Medula espinhal (corre por um canal ao longo da coluna vertebral)
· Crânio - Meninges camadas de tecido conjuntivo
- Entre dura-máter e aracnoide tem o espaço subaracnóideo, preenchido por líquido cefalorraquidiano, que fornece proteção
· Vértebras proteção 
· Meninges 
· Pia-máter
· Aracnoide
· Dura-máter – muito perto do osso, camada mais fibrosa
Pia-máter
Aracnóide
Dura-máter
Substância branca
A- Trabéculas aracnóideas mantêm o espaço subaracnóideo
O SNC também pode ser dividido em:
- Tratos – vias por onde as informações passam
- Núcleos – concentram corpos celulares dos neurônios, onde ocorre os processamentos de informação
Sistema nervoso periférico (SNP)
- Nervos – vias por onde as informações passam
- Gânglios – concentram corpos celulares dos neurônios
O sistema nervoso também pode ser dividido de outra forma:
Motor (vias eferentes)
- Vias efetoras – levam o comando a partir do SNC
- Somático – informações que chegam ao nível da consciência ou são executadas de forma voluntárias. Ex: contração da musculatura esquelética
- Autônomo (visceral) – informações inconscientes, não temos controle. Ex: vasoconstrição, vasodilatação e as demais funções corporais que não temos controle
Sensorial (vias aferentes)
- Capta a informação de todo o organismo e leva para o SNC
- Somático – informações conscientes. Ex: temperatura
- Visceral – informações inconscientes. Ex: pressão sanguínea
Neurônio
- São altamente especializados, logo não possuem capacidade de se diferenciar em outro tipo celular
· Perdem a capacidade de divisão, assim como as outas células terminalmente diferenciadas
- Dividido em:
· Dendritos – prolongamentos celulares cuja função é receber a informação de outros neurônios. 
· Espinhas dendríticas – projeções que ocorrem nos dendritos. São muito importantes para a plasticidade do SNC (os dendritos podem crescer, sumir, ficar mais largos, mais compridos, de acordo com a necessidade das condições de informação dentro do sistema)
· Corpo celular – contém o núcleo e possui várias organelas relacionadas à coordenação das funções celulares, à produção de proteínas e várias substâncias e controle do metabolismo da célula. É o local de processamento de informação inicial ou central 
· Varia o tamanho entre os tipos de neurônios 
· No núcleo de neurônios maiores tem eucromatina, ou seja, se mostra heterogêneo, pois tem cromatina condensada e descondensada
· Nucléolo evidente
· Citoplasma possui a substância de Nissl, que são agregados de RER. Marcas roxas, coradas por hematoxilina
· Em neurônios mais velhos, de indivíduos mais velhos, pode aparecer um acúmulo de uma substância amarronzada, chamada de lipofuscina. Essa substância se acumula em algumas células, não só em neurônios. Guarda resto de metabolismo, de organelas que não têm vias de eliminação
· Axônio – transmissão da informação. Na sua parte final contém ramificações chamadas telodendros, que aumentam as possibilidades de conexão do neurônio e eles terminam nos terminais axônicos, que são as estruturas adaptadas para transmitir a informação
· Composto por microtúbulos, neurofilamentos, mitocôndrias, retículo endoplasmático liso;
· Difícil visualização em preparações de rotina;
· Pode haver ramificação;
· Transporte axonal: anterógrado (lento e rápido) e retrógrado. O retrógrado leva substâncias do terminal axônico para o corpo celular e o anterógrado leva do corpo celular para o terminal axônico;
· Essas substâncias são levadas dentro de vesículas, por meio de proteínas cujo transporte pelo microtúbulo se baseia nas propriedades de ligação e alosterismo, mudando de conformação enquanto faz o carreamento. É muito movimentado. Por essas vias que alguns vírus acabam tendo acesso e “pegando carona”, por exemplo o vírus da raiva;
· Na ponta dos telodendros (parte terminal dos axônios) há o bulbo sináptico terminal, que contém vesículas sinápticas com neurotransmissores estocados, que esperam o estímulo para serem liberados;
· As varicosidades são nódulos nos telodendros, ricos em vesículas sinápticas.
 Sinapse: 
1- Terminal pré-sináptico
2- Terminal pós-sináptico
· As vesículas estão presentes no terminal pré-sináptico pois é lá que estão os neurotransmissores. 
· No pós-sináptico contém receptores para neurotransmissores 
- Neurônio motor: leva o comando para um músculo esquelético. A troca de informações ocorre por uma sinapse neuromuscular:
- Sistema nervoso autônomo: tem um neurônio pós-ganglionar e um pré-ganglionar, que é eferente e faz uma sinapse em um gânglio do SNA. Com essa sinapse tem um corpo celular, que leva a informação para o órgão efetor.
- A continuidade do axônio possui nodulações que, ao passar pelo tecido, os neurotransmissores são liberados dentro das vesículas:
- A seta aponta uma sinapse. Na célula da esquerda, tem várias vesículas sinápticas:
- Os neurônios podem ser de 3 tipos:
2 ramificações no corpo celular
1 ramificação no corpo celular
Várias ramificações no corpo celular. É o mais comum
- Tamanho variável (10 a 100Um)
- Parte cortical (exterior) mais escura – massa cinzenta – e medular (interior) mais clara – massa branca 
· A parte mais escura concentra os corpos celulares e contém muitos núcleos
· A mais clara concentra os axônios e contém muitos tratos
· No encéfalo, a região da massa cinzenta é mais cortical. Os corpos celulares estão distribuídos ao longo do córtex e enviando seus axônios para o interior. Há neurônios que atravessam longitudinalmentee axônios que fazem a conexão entre eles
· Na medula espinhal, há uma inversão do padrão, sendo a parte externa composta por matéria branca e a interna por massa cinzenta, formando um H
- No espaço entre duas vértebras, ou seja, a cada espaço intervertebral, sai um nervo espinhal de cada lado do corpo, a partir da medula espinhal. Esse nervo, logo antes de se conectar à medula espinhal, tem dois ramos: 
· Raiz dorsal: contém um gânglio e leva informação aferente, ou seja, sensorial 
· Raiz ventral: não tem gânglio e leva informação eferente, ou seja, leva o comando
Logo depois que essas raízes saem da medula espinhal, elas se fundem formando apenas um nervo, que vai se ramificar de várias formas ao longo desse percurso até o órgão efetor
Células da glia (ou gliócitos)
- Dão suporte à função neuronal e outras funções protetivas
- São elas: 
· Astrócitos: são muito numerosas; dão suporte bioquímico, fazem monitoramento do SNC, não estão presentes no SNP
· Aspecto estrelado 
· Muitas ramificações, que acabam envolvendo outras estruturas, como um capilar, axônio, superfície corporal
· Núcleo pálido e é maior que as demais células da glia
· Oligodendrócitos: produção de bainha de mielina, no SNC. Não estão no SNP
· Núcleo pequeno, densamente corado
· Microglia: células fagocíticas, de defesa do SNC. Não estão presentes no SNP. 
· Difícil visualização pois são esparsas. Possuem o núcleo alongado
· Células ependimais: revestimento das cavidades internas e produção e modificação do líquor no SNC
· Separam o líquor (acima), do tecido nervoso (abaixo)
· Junções muito fortes
· Plexo coroide: local onde o líquor é produzido. É um enrugamento, uma projeção do epitélio para aumentar a superfície. É muito irrigado.
· Células de Schwann: responsáveis pela bainha de mielina no SNP 
· Emitem projeções do seu citoplasma junto com a membrana, dando várias voltas no feixe nervoso, formando a bainha. Assim, forma-se um isolamento elétrico para a passagem do impulso nervoso.Núcleo da célula de Schwann
· Esses espaços sem bainhas são os nodos de Ranvier. São regiões onde ocorrem trocas iônicas para a auto renovação do potencial de ação;
· A bainha (isolante elétrico) permite que o potencial de ação corra com maior velocidade ao longo do axônio.
- Os nervos são envolvidos por tecido conjuntivo, sendo três camadas:
· Endoneuro – mais interno, envolve cada fibra
· Perineuro – envolve um feixe de fibras nervosas
· Epineuro – envolve todo o nervo
Órgãos endócrinos
- Compõem o sistema endócrino, sendo composto por glândulas
· Glândulas: células não polares (exceto tireóide) – não tem lados com funções diferentes. (as exócrinas são polares, pois um lado desemboca no ducto e outro não)
· Essas glândulas produzem hormônios, que são substâncias sinalizadoras das funções corporais e, em geral, estão distribuídas no sangue.
· Quando uma célula endócrina produz um hormônio e secreta esse hormônio de dentro para fora, ele cai no interstício e daí ele pode atuar nas células do entorno ou cair no sangue e ser distribuído para todo o organismo 
· Não polar e produz hormônio: pode liberar o conteúdo hormonal em seu entorno, de qualquer lado dela
· As sinalizações podem ser:
· Autócrinas: a célula está sinalizando para as células semelhantes a ela
· Parácrinas: sinaliza para as células diferentes a ela, mas que estão próximas
· Endócrinas: o hormônio cai no sangue, se espalha pelo organismo e assim irão exercer sua função. Assim, as células-alvo desses hormônios são aquelas que possuem receptores para esses hormônios 
Órgãos endócrinos
HIPOTÁLAMO E HIPÓFISE
Hipotálamo:
- região do SNC, na base do cérebro
- Responsável pela integração e regulação de funções vitais
- Importante centro de regulação endócrina
- Centro em que as respostas do SNA são integradas e montadas
· Região que detecta as diversas informações sensoriais do organismo e integra, tanto recebendo essas informações sensoriais da periferia via SN aferente, mas também em local rico em receptores sensoriais, que detecta o próprio ambiente da região do hipotálamo, montando respostas, tanto efetoras nervosas quanto endócrinas integração neuroendócrina
 Hipotálamo
Hipófise
7: hipotálamo
Hipófise:
Adeno-hipófise
Fenda hipofisária
Neuro-hipófise
- Adeno-Hipófise
· Tecido glandular, contém células que produzem hormônios para cair na corrente sanguínea 
· Ricamente irrigada – importante para a sua função de glândula 
· Pars distalis
· Coloração de rotina: há três tipos – acidófilas, basófilas e cromófomas
· IHQ (outro tipo de classificação) – somatotropos, lactotropos, tireotropos, gonadotropos, corticotropos.
· Acidófilas: somatotropos (células que produzem hormônio do crescimento), lactotropos (produzem prolactina)
· Basófilas: tireotropos (produzem o hormônio estimulante da tireoide), gonadotropos (produzem o hormônio estimulante de folículo e o hormônio luteinizante) e corticotropos (produzem o hormônio adrenocorticotrópico)
· Cromófobas: Expressam genes importantes para a função da adeno-hipófise, mas não estão ligadas à produção desses hormônios. 
· Pars intermedia
· Bastante desenvolvida em equinos
· Melanotropos (produzem o hormônio estimulante de melanócitos, que tem função mais importante durante o desenvolvimento fetal)
· Células epiteliais
· Corticotropos (produzem hormônios que estimulam o córtex da glândula adrenal)
· Pars tuberalis
· Células que regulam ciclo reprodutivo dos animais domésticos 
· Alguns gonadotropos e tireotropos 
- Neuro-Hipófise
· Composta por prolongamentos dos neurônios que estão no hipotálamo e células da glia
· Secreta ocitocina 
· Secreta vasopressina (ADH – antidiurético)
Eixo hipotálamo-hipófise
- Relação hipotálamo adeno-hipófise
· O hipotálamo produz seus hormônios que atuam na adeno-hipófise. Esses hormônios caem na circulação, chegando na adeno-hipófise via sangue
- Relação hipotálamo neuro-hipófise 
· Os hormônios secretados na neuro-hipofise são produzidos por neurônios cujos corpos celulares estão no hipotálamo. Esses hormônios viajam pelos axônios dos neurônios até a neuro-hipófise, onde são liberados. 
1. O axônio mais longo vai direto para a neuro-hipófise
2. O axônio mais curto vai até uma região que tem um plexo capilar, região muito vascularizada que irá receber esses hormônios.
3. Esse sangue é conduzido diretamente pelos vasos, indo para o segundo plexo capilar, onde os hormônios têm mais acesso às células da adeno-hipófise, que estimulam essas células a produzirem os seus hormônios, que são despejados nesse segundo leito capilar
4. O sangue é recolhido por vasos cada vez maiores até cair na circulação sistêmica e atingirem seus órgãos-alvo.
· Os hormônios secretados na neuro-hipófise caem direto no plexo capilar que irriga a neuro-hipófise e a partir daí serão distribuídos para a circulação sistêmica pelo mesmo caminho que os hormônios da adeno-hipófise
	Trato hipotálamo-neuro-hipófise: caminho de axônios que levam informações (hormônios)
 Sistema porta hipofisário: sistema porta vascular, quando o sangue passa por dois leitos capilares antes de cair para a circulação sistêmica. Isso ajuda a direcionar os hormônios do hipotálamo para a hipófise e depois na circulação sistêmica.
TIREÓIDE
- Composta por folículos. Cada um é composto por uma camada única de células, com um conteúdo rosa pálido dentro – colóide
· Células foliculares: produzem os hormônios T3 e T4 (derivados da tirosina)
· São polares. Possuem uma membrana basolateral, voltada para o interstício, e uma membrana apical, voltada para a luz do folículo. Assim, a região voltada para a luz do folículo produz as substâncias (proteínas) que estão no folículo e também captam da região o hormônio produzido.
· As proteínas que formam o colóide, são a base para a produção dos hormônios da tireoide. Essa proteína é a tireoglobulina, que é rica em resíduos de tirosina, então desse modo que oshormônios T3 e T4 são produzidos. São hormônios pequenos e não são estocados, porque eles são liberados da célula com muita facilidade, então a demanda para a produção desses hormônios vem de mobilizar esse estoque dos hormônios formados a partir dos resíduos de tirosina dessa tireoglobulina que está estocada no colóide.
· Células parafoliculares: produzem calcitocina
- Pouco tecido intersticial
- Contém vasos sanguíneos
GLÂNDULAS PARATIREÓIDES
- 4 glândulas, muito associadas à tireoide.
- Parênquima glandular
- Muita irrigação sanguínea 
- Contém 2 tipos de células: 
· Principais: produzem paratormônio – regula calcemia (concentração de cálcio no sangue)
· Oxífilas: são mais globosas, não têm função bem determinada mas expressam genes importantes relacionados à função do paratormônio
PÂNCREAS ENDÓCRINO
- Glândula mista (ou anfícrina) 
· Uma porção exócrina organizada em ácinos, cuja secreção cai na luz e por um sistema de ductos é levada para o local final de secreção, que é o duodeno
· Uma porção endócrina, arranjada em um conjunto de células produtoras de hormônios, que são lançados no sangue. Assim, é uma região ricamente irrigada
· Organizada em ilhotas pancreáticas, que têm vários tipos celulares:
- Células alfa: produzem glucagon, que é secretado em resposta à hipoglicemia
- Células beta: produzem insulina, que é secretada em resposta à hiperglicemia
- Células delta: produzem somatostatina, que de forma parácrina, nas ilhotas, têm função de controlar secreção de glucagon e insulina, inibindo para que não seja produzido muito. Então são produzidas em resposta à produção de insulina e à produção de glucagon 
· A distribuição dessas células dentro da ilhota varia com espécie, idade e até mesmo região do pâncreas. Ex: células alfa estão ausentes nas ilhotas da região ventral do lobo direito do pâncreas de cães
GLÂNDULAS ADRENAIS
- Dividida em córtex e medula
· Córtex: 
· Zona glomerulosa: 
 - Compõe o córtex externo
- Células em tufos: humanos e ruminantes
- Células colunares em arcos: equinos, suínos e carnívoros
- Produzem mineralocorticoides: Aldosterona (principal) e corticosterona 
· Zona intermedia:
- Entre a zona glomerulosa e zona fasciculada
- Contém células-tronco, que fornecem células que irão se diferenciar em células secretoras dessas duas zonas
· Zona fasciculada:
- Compõe o córtex externo
- Cordões colunares de células esféricas separadas por sinusoides e feixes conjuntivos
- Produzem glicocorticoides: Cortisol e corticosterona
· Zona reticular:
- Compõe o córtex interno
- Produz andrógenos (pequena quantidade)
- As células-tronco da zona intermedia vão se diferenciar nas células produtoras de glicocorticoides. À medida em que vão crescendo e sendo empurradas em direção à medula, para a zona reticular, vão se convertendo nessas células. Como são células que vieram da zona fasciculada, possivelmente são células mais velhas – é comum encontrar núcleos apoptóticos 
- Células contém lipídeos, pois produzem hormônios derivados do colesterol. Exceto suínos, porque é difícil de visualizar
- Podem conter lipofuscina
· Medula: 
· Como se fosse um gânglio do sistema nervoso autônomo simpático. Por isso, é composta por neurônios modificados, que produzem esses neurotransmissores na forma de hormônios, que são despejados no interstício e carreados pelo sangue 
· Hormônios: epinefrina e norepinefrina
· Estoque dos hormônios em grânulos, assim como os neurotransmissores são estocados em vesículas no SN
· Trabéculas conjuntivas a partir da cápsula trazem suprimento sanguíneo e nervoso
· Entre o córtex e a medula há uma camada conjuntiva
- Camada mais externa é de tecido conjuntivo – cápsula fibrosa
GLÂNDULA PINEAL
- Envolvida por pia-máter e aracnoide
- Pinealócitos – tem junções gap (comunicantes) com outros e ainda emite axônios entre eles
- Gliócitos – dão suporte estrutural, nutricional, metabólico para a função dos pinealócitos
- Neurópilo
- Barreira hematoencefálica não é funcional, porque a glândula pineal produz hormônios que vão cair no sangue, por isso é importante ter uma certa permissibilidade no endotélio
- Animais idosos: podem aparecer concreções calcárias – deposições de cálcio. Isso ocorre, possivelmente, porque parte da função dessa glândula envolve a ativação da enzima fosfatase alcalina (também está em osteoblastos, envolvida em partes com a mineralização dos ossos), podendo criar um ambiente propício para a deposição mineral
- Produz melatonina a partir da serotonina, mecanismo que é bloqueado pela luz. Ou seja, durante o dia a retina envia sinais para o cérebro de que há presença de luz, bloqueando a produção da melatonina a partir da serotonina. Com isso, o organismo consegue detectar e se preparar dentro do ciclo cercadiano (variações ao longo do dia) e estações do ano (dias mais longos e dias mais curtos)
- Melatonina não é estocada, sendo produzida e secretada diretamente na ausência de luz

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