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MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS - Resumo e Análise da Obra

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Memórias de um sargento de milícias
Manuel antônio de almeida
Sobre o autor
Vida e obra 
Breve biografia
Manuel Antônio de Almeida, descendente de portugueses, nasceu numa família pobre, na cidade do Rio de Janeiro em 17 de novembro de 1830. Faleceu no mar, diante de Macaé, RJ, em 28 de novembro de 1861. 
Foi jornalista, cronista, romancista, crítico literário. Formou-se em medicina, porém nunca exerceu essa profissão. As dificuldades financeiras o levaram ao jornalismo e às letras.
É o patrono da cadeira n. 28 da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Inglês de Sousa.
Suas obras
Manuel Antônio é autor de apenas um único romance: Memórias de um Sargento de Milícias (1852).
Porém, publicou também diversos contos, crônicas, poesias e ensaios. Além disso, escreveu uma peça teatral chamada “Dois Amores” (1961).
Análise do romance 
Memórias de um sargento de milícias
Texto e contexto
O único romance de Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias, foi inicialmente publicado em formato de folhetim entre os anos de 1852 e 1853, quando o autor tinha apenas 21 anos.
Foi inicialmente assinado pelo pseudônimo “Um Brasileiro”. A autoria de Manuel Antônio só foi revelada ao público postumamente, na terceira edição da obra, em 1863.
O enredo se passa no começo do século XIX, período em que a família real portuguesa estava refugiada no Brasil. “Era no tempo do rei” (p. 6). 
Como o autor tinha experiências na área de revisor e redator, o estilo jornalístico e direto faz-se presente em toda obra. Além disso, percebe-se no texto a fuga dos padrões românticos comuns à epoca por conta do uso da linguagem das ruas e das classes média e baixa.
 
Texto e contexto 
Entretanto, a obra pode-se encaixar no período romântico por conta do final feliz do casal Leonardo e Luisinha.
Romance malandro: Nos estudos sobre a obra, houve uma linha de interpretação que classificou o romance como uma manifestação tardia do “romance picaresco”, gênero popular espanhol medieval dos séculos XVII e XVIII.
O livro é dividido em dois tomos. O primeiro contém 23 capítulos e o segundo, 25. 
PERSONAGENS
TEMPO
ESPAÇO
NARRADOR
personagens
PROTAGONISTA: 
Leonardo:“sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito.” (p. 8)
COADJUVANTES: 
Leonardo-Pataca:“Entre os termos que formavam essa equação meirinhal pregada na esquina havia uma quantidade constante, era o Leonardo-Pataca.” (p. 7)
Comadre ou Madrinha: “Chegou o dia de batizar-se o rapaz: foi madrinha a parteira;”(p. 8)
Compadre ou Padrinho: “o Leonardo queria que fosse o Sr. juiz; porém teve de ceder a instâncias da Maria e da comadre, que queriam que fosse o barbeiro de defronte, que afinal foi adotado. “ (p. 8)
Luisinha: “Ofereceu-lhe o braço, porém Luisinha (tratemo-la desde já por seu nome) pareceu não entender o oferecimento ou não dar fé dele. Contentou-se pois o Leonardo em caminhar ao seu lado.” (p. 77)
Major Vidigal:“O major Vidigal era o rei absoluto, o árbitro supremo de tudo que dizia respeito a esse ramo de administração; era o juiz que julgava e distribuía a pena, e ao mesmo tempo o guarda que dava caça aos criminosos;” (p. 22)
personagens
SECUNDÁRIOS:
Dona Maria:“D. Maria era uma mulher velha, muito gorda; devia ter sido muito formosa no seu tempo, porém dessa formosura só lhe restavam o rosado das faces e alvura dos dentes;” (p. 66)
Vidinha: “Vidinha era uma mulatinha de 18 a 20 anos, de altura regular, ombros largos, peito alteado, cintura fina e pés pequeninos;” (p. 113)
Maria da Hortaliça: “Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rechonchuda e bonitota.” (p. 8)
Padre ou mestre de cerimônias:“O mestre-de-cerimônias era um padre de meia idade, de figura menos má, filho da Ilha Terceira, porém que se dava por puro alfacinha: tinha-se formado em Coimbra; por fora era um completo São Francisco de austeridade católica, por dentro refinado Sardanápalo, que podia por si só fornecer a Bocage assunto para um poema inteiro;”(p. 53)
Chiquinha: “Chiquinha (era este o nome da filha da comadre) achou-se de esperanças e pronta a dar à luz. Já vêem os leitores que a raça dos Leonardos não se há de extinguir com facilidade.” (p. 88)
personagens
SECUNDÁRIOS:
Cigana: “a cigana tinha pouco mais ou menos sido feita no mesmo molde da saloia.” (p. 21)
Maria-Regalada: “Maria-Regalada fora no seu tempo uma mocetona de truz, como vulgarmente se diz: era de um gênio sobremaneira folgazão, vivia em contínua alegria, ria-se de tudo, e de cada vez que se ria fazia-o por muito tempo e com muito gosto: daí é que vinha o apelido-regalada-que haviam juntado ao seu nome.” (p. 165) 
Tomás da Sé: “O amigo do Leonardo, a quem daqui em diante trataremos pelo seu próprio nome de Tomás com o apelido-da Sé-ambos herdados de seu pai, declarou que o seu amigo ficava ali por aquela noite, por já ser muito tarde; quis assim poupar-lhe um vexame, e mostrou nisto ser bom amigo.” (p. 117)
Mulher do Toma-Largura e ele: “Dentro do pátio da ucharia morava um toma-largura em companhia de uma moça que lhe cuidava na casa; a moça era bonita, e o toma-largura um machacaz talhado pelo molde mais grotesco; a moça fazia pena a quem a via nas mãos de tal possuidor.” (p. 140)
ANTAGONISTA:
José Manuel:“Figure o leitor um homenzinho nascido em dias de maio, de pouco mais ou menos trinta e cinco anos de idade, magro, narigudo, de olhar vivo e penetrante, vestido de calção e meias pretas, sapatos de fivela, capote e chapéu armado, e terá idéia do físico do Sr. José Manuel, o recém-chegado.” (p. 80)
Tempo, espaço, narrador
TEMPO: O tempo da narrativa é cronológico, ou seja, respeita uma linearidade apesar dos fatos narrados já terem acontecido. Por isso o título “memórias”.
“Passemos por alto sobre os anos que decorreram desde o nascimento e batizado do nosso memorando, e vamos encontrá-lo já na idade de sete anos.” (p. 10).
ESPAÇO: A história se passa no começo do século XIX, na cidade do Rio de Janeiro, quando a família real portuguesa se refugiou no Brasil. Por isso, o romance tem início com a expressão “Era no tempo do rei”, referindo-se ao rei português dom João VI. Além disso, há espaços secundários, como as casas dos personagens, igreja, entre outros. 
“Era no tempo do rei. Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo- O canto dos meirinhos-; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração)”. (p. 6).
NARRADOR: Apesar do título de “memórias”, o romance não é narrado pelo personagem Leonardo, e sim por um narrador onisciente em terceira pessoa, que tece comentários e digressões no desenrolar dos acontecimentos. O termo “memórias” refere-se à evocação de um tempo passado, reconstruído por meio das histórias do personagem Leonardo. 
“Sentado pois no fundo da loja, afiando por disfarce os instrumentos do ofício, o compadre presenciara os passeios do sargento por perto da rótula de Leonardo, as visitas extemporâneas do colega deste, e finalmente os intentos do capitão do navio. Por isso contava ele mais dia menos dia com o que acabava de suceder.” (p.12).
Tomo i 
“Filho de uma pisadela e de um beliscão”, o pequeno Leonardo, filho de Leonardo-Pataca e Maria-da-Hortaliça, é uma criança rebelde, um verdadeiro peralta, que parece prever as dificuldades que irá enfrentar. Leonardinho foi abandonado pela mãe, que fugiu para Portugal com um capitão de navio. É igualmente abandonado pelo pai, mas encontra no Padrinho seu cuidador e protetor. O Padrinho é o dono de uma barbearia e tem uma boa e duvidosa soma em dinheiro.
ENREDO
Tomo i 
Enquanto o pequeno Leonardo apronta as suas diabruras pela vizinhança, seu pai, Leonardo Pataca, que sofreucom a traição de Maria-da-Hortaliça, envolve-se amorosamente com a Cigana, mas essa o troca pelo padre e logo deixa o Pataca. Ele, então, recorre à feitiçaria, que era proibida naquela época, para tentar trazê-la de volta. Porém, no auge da cerimônia, o Major Vidigal e seus granadeiros invadem a casa do feiticeiro, violentam os praticantes e levam Leonardo-Pataca preso. Ele pede socorro à Comadre, que pede ajuda a um Tenente-Coronel que se considerava em dívida com a família de Pataca, e ele logo é solto.
“perdoaria de bom grado as chibatadas que levara, contando que elas ficassem em segredo; mas ir para a casa de guarda e dela talvez para a cadeia... isso é que ele não podia tolerar. Rogou ao Major que o poupasse; o Major foi inflexível. Desfez então a vergonha em pragas à malditada cigana que tanto o fazia sofrer.”. (p.24)
Tomo i
O Compadre (ou Padrinho), que se encarregou de cuidar do menino Leonardinho, aprendeu o ofício de barbeiro com o homem que o criara. Foi para a África como médico em um navio negreiro para fazer sangrias e, durante a volta, o capitão daquele navio, em seu leito de morte, lhe confiou um baú de dinheiro para que o Compadre entregasse a filha do capitão. Ele, porém, ficou com todo o dinheiro. Após esse fato, o padrinho aparenta ter se tornado um homem de bem e cria o Leonardo como se fosse um filho, sonhando em torna-lo padre. O menino, porém, causa transtornos por qualquer lugar onde passa, fazendo com que as outras pessoas desgostassem dele.
“O capitão chamou-o à parte, e em segredo lhe fez entrega de um cinta de couro e uma caixa de pau pejadas de um bom par de doblas em ouro e prata, pedindo que fielmente as fosse entregar, apenas chegasse em terra, a uma filha sua, cuja morada lhe indicou.” (p. 37). 
Tomo i
O Padre era um homem que aparentava ser santo, mas na realidade era um homem libidinoso e fora ele quem roubara a Cigana de Leonardo-Pataca. Como o padre passava boa parte de seu tempo na casa dela, certo dia, o menino Leonardinho resolve armar uma emboscada para desmascará-lo. 
Leonardo-Pataca, ao saber que havia sido trocado pelo padre, resolve tentar conquistar Cigana novamente. Ela, porém, não dá ideia para ele. Para se vingar, Pataca contrata um amigo, o Chico-Juca, para causar uma confusão em uma festa que ela iria promover em sua casa. No momento da bagunça Vidigal, que já havia sido avisado por Leonardo-Pataca, aparece e prende o padre em flagrante, somente de cueca, meia, sapato e uma espécie de chapeuzinho na cabeça. Com isso, Leonardo-Pataca consegue ficar mais um tempo com a Cigana.
“No mesmo instante viu aparecer o granadeiro trazendo pelo braço o reverendo mestre de cerimônias em ceroulas curtas e largas, de meias pretas, sapatos de fivela e solidéu à cabeça. Apesar dos apuros em que se achavam, todos desataram a rir: só ele e a cigana choravam de envergonhados.” (p. 62).
Tomo i 
O Compadre passou a frequentar a casa de D. Maria, sua antiga amiga. Ela era uma rica mulher com gosto pelo Direito. O Compadre ia sempre acompanhado do afilhado. Com o tempo, o menino foi sossegando, cresceu, teve seu nome revelado aos leitores: Leonardo. Chegou a idade dos amores. Luisinha, uma menina descrita como feia e estranha e que era filha do recém-falecido irmão de D. Maria, foi morar com a tia. A princípio, Leonardo ria-se dela. Um tempo adiante, no dia da festa do Espírito Santo foram todos ver a queima de fogos, já que Luisinha nunca vira antes. A menina se divertiu, abraçou Leonardo e no final os dois voltaram de mãos dadas e fez com que Leonardinho se apaixonasse pela menina. Após isso, porém, Luisinha voltou a ficar tímida e parou consideravelmente de dar bola ao Leonardo.
“Dessa vez, porém, Luizinha e Leonardo, não é dizer que vieram de braço, como este último tinha querido quando foram para o Campo, foram mais adiante do que isso, vieram de mãos dadas, muito familiar e ingenuamente. Este ingenuamente não sabemos se se poderá com razão aplicar ao Leonardo.”. (p. 78, 79). 
tomo ii
Logo em seguida, entra em cena José Manuel, homem mais velho que fica interessado em Luisinha por conta da herança que ela havia recebido do pai e que iria receber de D. Maria, já que ela era a única herdeira. O Compadre, percebendo os interesses de José Manuel, se junta à Comadre para tentar espantar o interesseiro. Enquanto isso, Leonardo tenta conquistar Luisinha, mas ele acaba saindo muito sem jeito e espanta a menina. Porém, fica claro que Luisinha também gosta de Leonardo. Para tentar afastar José Manuel, Leonardo pede ajuda a Comadre que inventa uma série de mentiras a respeito de José, acusando-o de sequestro de uma moça, mas que logo são descobertas. Então, D. Maria acaba se afastando da Comadre. 
“— Mas então quem foi, vamos; quero saber quem foi o ladrão da moça e do dinheiro... — Só lhe direi, respondeu a comadre depois de alguma hesitação, se me prometerdes guardar todo o segredo, que o caso é muito sério. — Ora bem sabe que eu... é o mesmo que cair num poço. Apesar de estarem sós, a comadre inclinou-se ao ouvido de D. Maria, e disse-lhe o mais baixinho que pôde: — Foi o nosso grande camarada... a boa peça do José Manuel...” (p. 94).
Tomo ii
Enquanto isso, novamente traído pela Cigana, Leonardo-Pataca junta-se com a filha da Comadre e têm um filho juntos. Pouco depois o Padrinho morre e Leonardo vai morar junto com o pai. Porém, ele e sua madrasta não conseguem se entender e, após muitas brigas, ele foge de casa. Afastado de todos, Leonardo conhece um grupo de pessoas que confraternizavam e reconhece, dentre eles, um amigo seu de infância, Tomaz da Sé.
Leonardo passa a morar junto com eles na Rua da Vala. Lá vivem duas quarentonas viúvas e seus seis filhos, sendo que uma tinha três rapazes e outra três moças. Vidinha era a mais bonita e disputada. Entretanto, Vidinha acaba se relacionando com Leonardo e os dois passam o dia namorando dentro de casa, o que desperta ciúmes nos outros rapazes. Esses, por sua vez, vão falar para Vidigal que Leonardo está vivendo como intruso na casa e tirando proveito das mulheres. Num dia, Vidigal aparece e leva Leonardo preso, porém, como malandro que era, foge.
Tomo ii
A Comadre arruma um emprego para Leonardo na ucharia real, mas ele se envolve com a esposa do patrão, a Mulher do Toma-Largura, e acaba despedido. Vidinha vai até a casa de Toma-Largura, ex-patrão de Leonardo, para brigar com ele e com sua esposa. Enquanto isso, Vidigal consegue prender, mais uma vez, Leonardo. Acontece que Toma-Largura ficou encantado com Vidinha e começa a cortejá-la de todas as formas. A moça, encarando a ausência de Leonardo como consequência das últimas brigas, resolve ceder à insistência de Toma-Largura.
“Entretanto o zelo da comadre pôs-se em atividade, e poucos dias depois entrou ela muito contente, e veio participar ao Leonardo que lhe tinha achado um excelente arranjo que o habilitava, segundo pensava, a um grande futuro, e o punha perfeitamente a coberto das iras do Vidigal; era o arranjo de servidor na ucharia real.” (p. 139).
Tomo ii
Obrigado pelo Major Vidigal, Leonardo começa a servir ao exército. Depois de um tempo, Vidigal o coloca no batalhão de granadeiros para combater os malandros do Rio. Porém, ao contrário do que ele pensava, Leonardo continua aprontando dentro do próprio batalhão de polícia. Na última delas, Vidigal planejava prender um homem que fazia imitações suas para animar festas. Mas Leonardo acaba se divertindo com as graças do imitador e o avisa das intenções de Vidigal. Quando o major descobre a traição de Leonardo, prende o moço sob juramento de algumas chibatadas.
“A comadre, que fora cheia de boas esperanças, soube pelo major o que ignorava, o que nem mesmo supunha: o Leonardo não só ficaria por mais tempo preso, como teria de ser chibatado... A pobre mulher, apenas lhe declarou isto o major, caiu de joelhos, chorou, lamentou-se; tudo porém debalde.” (p.164).
Tomo ii
A Comadre fica sabendo da prisão de Leonardo e vai pedir ajuda à D. Maria e à Maria Regalada, antiga amante de Vidigal. Elas vãoaté a casa do major, que as recebe com roupa civil da cintura para baixo e farda da cintura para cima. Não conseguindo resistir aos pedidos das três mulheres, Vidigal perdoa Leonardo e ainda promete promove-lo à sargento do exército.
Enquanto tudo isso acontecia, Luisinha estava casada com José Manuel, que a tratava mal e só se preocupava com o dinheiro da moça. D. Maria resolve preparar uma ação judicial contra o homem, mas ele acaba morrendo vítima de um ataque apopléctico (parecido com um derrame).Algum tempo depois, D. Maria e Leonardo Pataca também morrem e, junto com as outras heranças que já tinham, receberam mais duas.
Isto tudo vem para dizermos que Maria-Regalada tinha um verdadeiro amor ao major Vidigal; o major pagava-lho na mesma moeda. Ora, D. Maria era uma das camaradas mais do coração de Maria-Regalada. Eis aí por que falando dela D. Maria e a comadre se mostraram tão esperançadas a respeito da sorte do Leonardo. (p. 166).
TOMO II
Porém, sendo Sargento do Exército, Leonardinho não tinha permissão para se casar. Mais uma vez, Maria-Regalada intercede por ele junto ao Vidigal e transferem-no para as milícias. Somente no final do romance é que Leonardo torna-se o Sargento de Mílicias. Desse modo, casa-se com Luisinha e permanecem juntos e felizes. Algum tempo depois, D. Maria e Leonardo-Pataca também morrem e, junto com as outras heranças que já tinham, receberam mais duas.
“Passado o tempo indispensável do luto, o Leonardo, em uniforme de sargento
de milícias, recebeu-se na Sé com Luisinha, assistindo à cerimônia a família em
peso.
Daqui em diante aparece o reverso da medalha. Seguiu-se a morte de D.
Maria, a do Leonardo-Pataca, e uma enfiada de acontecimentos tristes que
pouparemos aos leitores, fazendo aqui ponto-final.” (p.178)

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