Buscar

Resumo de Clássicos da Literatura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 39 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2
INSTITUTO FEDERAL DO TRIANGULO MINEIRO
MANUNTENÇÃO E SUPORTE EM INFORMÁTICA
KAÍZA KELLY DE FARIA OLIVEIRA
TERCEIRO TRIMESTRE
UBERABA
2012
SUMÁRIO
31.
INTRODUÇÃO
32.
AUTO – RETRATO
33.
CONTO O ENFERMEIRO (MODIFICADO)
64.
EXEMPLOS DE VIRUNDUNS
75.
POEMAS DE CRUZ E SOUZA
75.1Inefável
75.2 Siderações
75.3 Braços
85.4 Encarnação
85.5 Velhas Tristezas
95.6 Dança do Ventre
95.7 Música da Morte
106.
ELABORAÇÃO DA PROPOSTA
107. RESENHA CRITICA DO FILME AVATAR
118. RESUMO DE LIVROS
118.1 Ateneu
128.2 Helena
148.3 Cortiço
158.4 O mulato
228.5 Memórias Póstumas de Brás Cubas
268.6 A Carne
278.7 Casa de Pensão
298.8 Luzia-Homem
318.9 Quincas Borba
328.10 O Alienista
348.11 Bom Crioulo
368.12 Dom Casmurro
1. INTRODUÇÃO
Nesta obra será apresentado conteúdos e exemplificações dos mesmos referentes ao que foi estudado neste ultimo trimestre na disciplina de Língua Portuguesa como, por exemplo, a forma de abordar e construir uma dissertação, poemas e diversos resumos de obras do Realismo e Naturalismo. 
2. AUTO – RETRATO
Caminho da minha vida
Das engatinhadas aos primeiros passos
Foi preciso aprender a se equilibrar
Dos nãos e dos tapas
Foi necessário aprender a sonhar
Sonhos? Vindos da magoa?
Sim, fiz desta a minha motivação
Motivação para encarar os obstáculos
Que tentarem me derrubar
Tenho muitos “eu sou”
Choro, rio, danço e me aquieto num canto
Canto que a circunferência do mundo não o permite ter
Mundo este que meus pés percorrerão
E meus olhos o contemplarão.
3. CONTO O ENFERMEIRO (MODIFICADO)
Parece-lhe então que o que se deu comigo em 1860, pode entrar numa página de livro? Vá que seja, com a condição única de que não há de divulgar nada antes da minha morte. Não esperará muito, pode ser que oito dias, se não for menos; estou desenganado.
Olhe, eu podia mesmo contar-lhe a minha vida inteira, em que há outras cousas interessantes, mas para isso era preciso tempo, ânimo e papel, e eu só tenho papel; o ânimo é frouxo, e o tempo assemelha-se à lamparina de madrugada. Não tarda o sol do outro dia, um sol dos diabos, impenetrável como a vida. Adeus, meu caro senhor, leia isso e queira-me bem; perdoe-me o que lhe parecer mau, e não maltrate muito arruda, se lhe não cheira a rosas. Pediu-me um documento humano, ei-lo aqui. Não me peça também o império de Grão-Mogol, nem a fotografia de Macabeus; peça, porém, os meus sapatos de defunto e não os dou a ninguém mais.
Já sabe que foi em 1860. No ano anterior, ali pelo mês de agosto, tendo eu quarenta e dois anos fiz-me teólogo, — quero dizer, copiava os estudos de teologia de um padre de Niterói, antigo companheiro de colégio, que assim me dava, delicadamente, casa, cama e mesa. Naquele mês de agosto de 1859, recebeu ele uma carta de um vigário de certa vila do interior perguntando se conhecia pessoa entendida, discreta e paciente, que quisesse ir servir de enfermeiro ao coronel Felisberto, mediante um bom ordenado. O padre falou-me, aceitei com ambas as mãos, estava já enfarado de copiar citações latinas e fórmulas eclesiásticas. Vim à Corte despedir-me de um irmão, e segui para a vila.
Chegando à vila, tive más notícias do coronel. Era homem insuportável, esturdio, exigente, ninguém o aturava, nem os próprios amigos. Gastava mais enfermeiros que remédios. A dous dele quebrou a cara. Respondi que não tinha medo de gente sã, menos ainda de doentes; e depois de entender-me com o vigário, que me confirmou as notícias recebidas, e me recomendou mansidão e caridade, segui para a residência do coronel.
Achei-o na varanda da casa estirado numa cadeira, bufando muito. Não me recebeu mal. Começou por não dizer nada; pôs em mim dous olhos de gato que observa; depois, uma espécie de riso maligno alumiou-lhe as feições, que eram duras. Afinal, disse-me que nenhum dos enfermeiros que tivera, prestava para nada, dormiam muito, eram respondões e andavam ao faro das escravas; dous eram até gatunos!
— Você é gatuno?
— Não, senhor.
Em seguida, perguntou-me pelo nome: disse-lho e ele fez um gesto de espanto. Colombo? Não, senhor: Procópio José Gomes Valongo. Valongo? Achou que não era nome de gente, propôs chamar-me tão somente Procópio, ao que respondi que estaria para o que fosse de seu agrado. Conto-lhe esta particularidade, não só porque me parece pintá-lo bem, como porque a minha resposta deu de mim a melhor idéia ao coronel. Ele mesmo o declarou ao vigário, acrescentando que eu era o mais simpático dos enfermeiros que tivera. A verdade é que vivemos uma lua-de-mel de sete dias.
No oitavo dia, entrei na vida dos meus prodecessores, uma vida de cão, não dormir, não pensar em mais nada, recolher injúrias, e, às vezes, rir delas, com um ar de resignação e conformidade; reparei que era um modo de lhe fazer corte. Tudo impertinências de moléstia e do temperamento. A moléstia era um rosário delas, padecia de aneurisma, de reumatismo e de três ou quatro afecções menores. Tinha perto de sessenta anos, e desde os cinco toda a gente lhe fazia a vontade. Se fosse só rabugento, vá; mas era também mau, deleitava-se com a dor e a humilhação dos outros. No fim de três meses estava farto de lhe aturar; determinei vir embora; só esperei ocasião.
Não tardou a ocasião. Um dia, como lhe não desse a tempo uma fomentação, pegou da bengala e atirou-me dous ou três golpes. Não era preciso mais; despedi-me imediatamente, e fui aprontar a mala. Ele foi ter comigo, ao quarto, pediu-me que ficasse, que não valia a pena se zangar por uma rabugice de velho. Instou tanto que fiquei.
— Estou na pendura, Procópio, dizia-me ele à noute; não posso viver muito tempo. Estou aqui, estou na cova. Você há de ir ao meu enterro, Procópio; não o dispenso por nada. Há de ir, há de rezar ao pé da minha sepultura. Se não for, acrescentou rindo, eu voltarei de noite para lhe puxar as pernas. Você crê em almas de outro mundo, Procópio?
— Qual o quê!
— E por que é que não há de crer, seu burro? redarguiu vivamente, arregalando os olhos.
Eram assim as pazes; imagine a guerra. Coibiu-se das bengaladas, mas as injúrias ficaram as mesmas, se não piores. Eu, com o tempo, fui calejando, e não dava mais por nada; era burro, camelo, pedaço d'asno, idiota, moleirão, era tudo. Nem, ao menos, havia mais gente que recolhesse uma parte desses nomes. Não tinha parentes; tinha um sobrinho que morreu tísico, em fins de maio ou princípios de julho, em Minas. Os amigos iam por lá às vezes aprová-lo, aplaudi-lo, e nada mais; cinco, dez minutos de visita. Restava eu; era eu sozinho para um dicionário inteiro. Mas de um vez resolvi sair; mas, instado pelo vigário, ia ficando.
Não só as relações iam ficando melindrosas, mas eu estava ansioso para tornar à Corte. Aos quarenta e dois anos não é que havia de acostumar-me à reclusão constante, ao pé de um doente bravio, no interior. Para avaliar o meu isolamento, basta saber que eu nem lia os jornais; salvo alguma notícia mais importante que levavam ao coronel, eu nada sabia do resto do mundo. Entendi, portanto, voltar para a Corte, na primeira ocasião, ainda que tivesse que brigar com o vigário. Bom é dizer (visto que faço uma confissão geral) que, nada gastando e tendo guardado integralmente os ordenados, estava ansioso por vir dissipá-los aqui.
Era provável que a ocasião aparecesse. O coronel estava pior, fez testamento, descompondo o tabelião, quase tanto como a mim. O trato era mais duro, os breves lapsos de sossego de brandura faziam-se raros. Já por esse tempo tinha eu perdido a escassa dose de piedade que me faziam esquecer os excessos do doente; trazia dentro de mim um fermento de ódio e aversão. No princípio de agosto decidi definitivamente sair; o vigário e o médico, aceitando as razões, pediram que ficasse algum tempo mais. Concedi-lhes um mês; no fim de um mês viria embora, qualquer que fosse o estado do doente. O vigário tratou de procurar-me substituto.
Vai ver o que aconteceu. Na noite de vinte e quatro de Agosto, o coronel teve um excesso de raiva, atropelou-me, disse-me muito nome cru, ameaçou-me deum tiro, e acabou atirando-me um prato de mingau, que achou frio, o prato foi cair na parede onde se fez em pedaços.
— Hás de pagá-lo, ladrão! bradou ele.
Resmungou ainda muito tempo. Às onze horas passou pelo sono. Enquanto ele dormia, saquei um livro do bolso, um velho romance de d'Arlincourt, traduzido, que lá achei, e pus-me a lê-lo, no mesmo quarto, a pequena distância da cama; tinha de acordá-lo à meia-noite para lhe dar o remédio. Ou fosse de cansaço, ou do livro, antes de chegar ao final da segunda página adormeci também. Acordei aos gritos do coronel, e levantei-me estremunhado. Ele, que parecia delirar, continuou nos mesmos gritos, a acabou por lançar mão da moringa e arremessá-la contra mim. Não tive tempo de desviar-me; a moringa bateu-me na face esquerda, e tal foi a dor que não vi mais nada; atirei-me ao doente, pus-lhe as mãos ao pescoço, lutamos, e esganei-o .
Quando percebi que o doente expirava, recuei aterrado, e dei um grito; mas ninguém me ouviu. Voltei à cama, agitei-o para chamá-lo a vida, era tarde; arrebentara o aneurisma, e o coronel morreu. Rapidamente fiz minhas malas e me coloquei para fora dali, sem pensar duas vezes.
Dias mais tarde, aquela cena ainda me atormentava. Queria saber o que se passou depois de eu ter ido embora e a ideia de retornar para a vila não me saia da cabeça. Mas e se eu voltasse e me acusassem? Afinal, só não deveriam ter me achado ainda porque nem eu sabia ao certo onde estava. Retornei. 
Já perto da casa do coronel, me angustiei. Não sabia o que ou quem encontraria ali. Até que avistei alguém sentado na varanda, mas como estava de costas não havia como saber quem era. Aproximei.
 - Olá.
A pessoa se virou para mim, calmamente e me encarou:
- Olá!
Entrei em pânico, O coronel não havia morrido. Mas como? Eu mesmo senti seu pulso parado. Não conseguia falar nada.
- Ora, um bom filho a casa torna, não? Está surpreso? Deveria ter esperado um pouco mais até se certificar de que eu havia morrido. Eu a vi, mas a morte me renegou. Assim como te renego, desde já, meu filho. Pois era assim que eu lhe via, ainda que fosse ingrato, mas depois daquele dia, percebi que seus defeitos estão muito além desse. É incapaz até de realizar um serviço bem feito.
Aquelas palavras me deixaram atônico por um momento e só vim me despertar com um grito do coronel.
- O que ainda está fazendo daqui? Saia da minha frente, infeliz.
Apenas disse:
- Com todo prazer, meu senhor. Que tua próxima passagem pelo inferno seja permanente.
Me virei e sai andando. O custo de todas as ofensas sofridas ali não poderia ser pago com o misero valor me ofertado.
Voltei para minhas terras de origem, agora que eu sabia que o crime não havia, de fato, se concretizado não teria mais motivos para me refugiar. 
Anos mais tarde, recebi uma carta. O nome do remetente não conhecia mas o endereço era da vila onde o coronel morava. Indiferente, abri. Logo, notei que havia dois papéis, cada um escrito com letras diferentes, e um grande valor em dinheiro e jóias. Sem entender, comecei a ler uma das cartas. À medida que lia cada parágrafo, me dava a certeza de que se tratava do testamento do coronel e aquela ideia me assustava. Ao terminar, não queria acreditar no que havia lido. Eu sabia do testamento que ele tinha feito tempos antes daquele atentado, mas porque ele não o modificou depois? Peguei o outro papel e li. Era de algum morador da vila que eu realmente não me recordava. No papel tinha o relato da morte do coronel, que falecera enquanto dormia há quinze dias. Havia ainda a confirmação do papel lido anteriormente: Sim, eu era o herdeiro, agora estava rico. E, como se já presumisse meu questionamento, a carta se concluía com o seguinte parágrafo: 
 “ .. Da relação entre vocês dois, pouco sei. Mas como morador da vila, soube dos boatos sobre o atentado a vida do coronel. Se depois de tudo o que vivera nos últimos anos, estranhar o porque de um testamento lhe reconhecendo como único herdeiro de toda a fortuna do homem, saiba que , em nossa ultima conversa, três dias antes do falecimento do velho, ele me confidenciara que , ainda que você fosse renegado, não há pai que não ame seu filho.
4. EXEMPLOS DE VIRUNDUNS
Real: Quem dera ser um peixe.. 
Virundum: Quitéria tem um peixe..
Real: Burguesinha, burguesinha, Burguesinha do croissant..
Virundum: Burguesinha, burguesinha, Burguesinha do coração..
Real: "Matar dois coelhos com uma cajadada só" 
Virundum:"Matar dois coelhos com uma caixa d'água só! "
Real:  é preciso amar as pessoas como se nao houvesse amanha..
Virundum  : é preciso amar as pessoas como o sino amanhece amanha.. 
5. POEMAS DE CRUZ E SOUZA
5.1Inefável
Nada há que me domine e que me vença 
Quando a minha alma mudamente acorda... 
Ela rebenta em flor, ela transborda 
Nos alvoroços da emoção imensa. 
Sou como um Réu de celestial sentença, 
Condenado do Amor, que se recorda 
Do Amor e sempre no Silêncio borda 
De estrelas todo o céu em que erra e pensa. 
Claros, meus olhos tornam-se mais claros 
E tudo vejo dos encantos raros 
E de outras mais serenas madrugadas! 
Todas as vozes que procuro e chamo 
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo 
Na minha alma volteando arrebatadas
5.2 Siderações
 
Para as Estrelas de cristais gelados 
As ânsias e os desejos vão subindo, 
Galgando azuis e siderais noivados 
De nuvens brancas a amplidão vestindo... 
Num cortejo de cânticos alados 
Os arcanjos, as cítaras ferindo, 
Passam, das vestes nos troféus prateados, 
As asas de ouro finamente abrindo... 
Dos etéreos turíbulos de neve 
Claro incenso aromal, límpido e leve, 
Ondas nevoentas de Visões levanta... 
E as ânsias e os desejos infinitos 
Vão com os arcanjos formulando ritos 
Da Eternidade que nos Astros canta...
5.3 Braços
 
Braços nervosos, brancas opulências, 
brumais brancuras, fúlgidas brancuras, 
alvuras castas, virginais alvuras, 
latescências das raras latescências. 
As fascinantes, mórbidas dormências 
dos teus abraços de letais flexuras, 
produzem sensações de agres torturas, 
dos desejos as mornas florescências. 
Braços nervosos, tentadoras serpes 
que prendem, tetanizam como os herpes, 
dos delírios na trêmula coorte ... 
Pompa de carnes tépidas e flóreas, 
braços de estranhas correções marmóreas, 
abertos para o Amor e para a Morte!
 
5.4 Encarnação
 
Carnais, sejam carnais tantos desejos, 
carnais, sejam carnais tantos anseios, 
palpitações e frêmitos e enleios, 
das harpas da emoção tantos arpejos... 
Sonhos, que vão, por trêmulos adejos, 
à noite, ao luar, intumescer os seios 
láteos, de finos e azulados veios 
de virgindade, de pudor, de pejos... 
Sejam carnais todos os sonhos brumos 
de estranhos, vagos, estrelados rumos 
onde as Visões do amor dormem geladas... 
Sonhos, palpitações, desejos e ânsias 
formem, com claridades e fragrâncias, 
a encarnação das lívidas Amadas!
5.5 Velhas Tristezas
 
Diluências de luz, velhas tristezas 
das almas que morreram para a luta! 
Sois as sombras amadas de belezas 
hoje mais frias do que a pedra bruta. 
Murmúrios ncógnitos de gruta 
onde o Mar canta os salmos e as rudezas 
de obscuras religiões — voz impoluta 
de todas as titânicas grandezas. 
Passai, lembrando as sensações antigas, 
paixões que foram já dóceis amigas, 
na luz de eternos sóis glorificadas. 
Alegrias de há tempos! E hoje e agora, 
velhas tristezas que se vão embora 
no poente da Saudade amortalhadas! ...
5.6 Dança do Ventre
 
Torva, febril, torcicolosamente, 
numa espiral de elétricos volteios, 
na cabeça, nos olhos e nos seios 
fluíam-lhe os venenos da serpente. 
Ah! que agonia tenebrosa e ardente! 
que convulsões, que lúbricos anseios, 
quanta volúpia e quantos bamboleios, 
que brusco e horrível sensualismo quente. 
O ventre, em pinchos, empinava todo 
como réptil abjecto sobre o lodo, 
espolinhando e retorcido em fúria. 
Era a dança macabra e multiforme 
de um verme estranho, colossal, enorme, 
do demônio sangrento da luxúria!
 
5.7 Música da Morte
A música da Morte, a nebulosa, 
estranha, imensa música sombria, 
passa a tremer pela minh'alma e friagela, fica a tremer, maravilhosa... 
Onda nervosa e atroz, onda nervosa, 
letes sinistro e torvo da agonia, 
recresce a lancinante sinfonia 
sobe, numa volúpia dolorosa... 
Sobe, recresce, tumultuando e amarga, 
tremenda, absurda, imponderada e larga, 
de pavores e trevas alucina... 
E alucinando e em trevas delirando, 
como um ópio letal, vertiginando, 
os meus nervos, letárgica, fascina...
6. ELABORAÇÃO DA PROPOSTA
 Olhos que veem além
 A educação, atualmente, é vista como fundamental para a construção da personalidade - conceito que abrange a nossa noção de discernimento entre o que é certo e o que é errado até mesmo ao estilo de vida que a pessoa se propõe viver.
Essa ideia de formação da nossa personalidade começa cedo, ainda dentro de casa, com os nossos pais nos parabenizando ou recriminando pelos nossos atos. Mas é preciso lembrar que acima disso, há a sociedade, caracterizada por sua coercitividade, generalidade e exterioridade, o que em termos mais claros significa que padrões sociais nos são "empurrados goela a baixo"  e, se  ainda assim, nós nos opusermos à tais ideais, estamos suscetíveis a sanções. É nesse momento que a busca por agradar a todos se torna prioridade na vida de muitas pessoas, fazendo com que elas deixem de lado seus próprios princípios.
Ao que se percebe, é na infância e adolescência que ocorre maior numero desses transtornos de personalidade, já que para brincar com os coleguinhas ou sair com os meninos populares é necessário mostrar que sim, há gostos e interesses em comum com tal grupo, assumindo ao que chamam de “máscara”. Um exemplo muito comum e do dia-a-dia de muitas pessoas é o uso do terno. Ainda que ele trabalhe em uma empresa de respeito, a questão fica por conta do porque ter a regra de que todo executivo deve usar terno. Isso vai contra o gosto de muitos empresários que poderiam simplesmente ficar elegantes de uma forma mais confortável e apropriada para o clima quente da maioria dos grandes pólos empresariais.
 Enfim, a única forma de se abster de tais padrões sociais que nos controlam é ter em mente o real valor do nosso caráter, independente de bens materiais ou tendências de moda. A partir desse raciocínio, passamos a entender que onde as aparências contam mais do que a essência, é um meio que não faz juz a nossa presença.
7. RESENHA CRITICA DO FILME AVATAR
 O filme Avatar de James Cameron foi um ícone ainda nas vésperas da sua estréia, em 2009. Este filme relata a relação entre dois planetas: Terra e Pandorra, onde os humanos, neste ultimo, tentam explorar o território que está habitado por Na’vi – povo totalmente contra os terráqueos. Assim como todo filme ficcional, não chegou a atrair todos os olhares, como os meus, mas se tem algo digno de grandes elogios foram os efeitos especiais e gráficos. Para muitos críticos, o filme deixa subentendido a defesa de diversas teorias como a constante tentativa de exploração das terras do Oriente Médio que, por sua vez, seu povo age sem a menor intenção de ser os melhores anfitriões e a ideologia pagã em que Deus está presente na natureza. 
8. RESUMO DE LIVROS
8.1 Ateneu
Ateneu era o nome do colégio interno em Aristarco era o dono e o diretor, onde Sérgio, o personagem principal em 1ª pessoa, conta o que aconteceu nessa instituição num período de dois anos, ele ingressara nesse lugar quando tinha 11 anos a mandato do pai que profeticamente disse que o garoto encontraria o mundo lá dentro e deveria ter coragem pra lutar, por infelicidade do destino o menino foi visitado apenas por dois meses. 
Logo no início das aulas um professor recomenda Sérgio a Rabelo, o aluno mais sério e que faz questão de mostrá-lo como funciona o sistema, os mais velhos e fortes fisicamente protegem os mais fracos em troca de favores sexuais, então Sérgio deveria impor-se e não deixar ser protegido por ninguém. 
Os colegas de classe são cerca de vinte, Sérgio realiza breve descrição de alguns. 
Nos fundos do colégio havia uma grande piscina onde os meninos se divertiam. Em um dos dias de diversão alguém puxa Sérgio pelas pernas, fazendo com que ele se afunde e afogue. Sanches o salva, mas depois ele tem fortes motivos que foi o próprio Sanches que fizera aquilo propositalmente, a partir desse episódio tornam-se amigos, com o passar do tempo Sérgio sente certo desgosto pelo jeito pegajoso do companheiro que tenta mais e mais se encostar-se a ele. Um dia, não agüentando mais as pressões sexuais de Sanches, o menino se afasta. 
Após a decepção com Sanches, Sérgio apega-se a Franco, um marginal que elabora um plano, à noite ele acompanha Franco em sua vingança, o garoto malvado joga cacos de vidro na piscina para que todos se cortem no dia vindouro. Atormentado pela sua consciência, Sérgio passa a noite rezando para Santa Rosália e no dia seguinte descobre que a piscina foi esvaziada para limpeza e ninguém saiu ferido. Então ele ficou muito agradecido por a Santa e conclui que a religião seria um ótimo refugio para ele. 
Mas religiosidade não dura muito tempo, o pai de Sérgio intervém discretamente no colégio, as condições melhoram para ele, então ele rebaixa a função da Santa Rosália e mais confiante em si próprio passa a encarar os inimigos de cima. 
Pouco antes de o ano acabar, o Ateneu está em tédio, ninguém suporta estar mais tempo naquele lugar. As férias chegam, duram aproximadamente dois meses e logo depois estão todos de volta ao Ateneu. 
Depois do passeio ao Corcovado e ao Jardim Botânico, acontece um escândalo no colégio, Aristarco descobre que dois garotos estão namorando e arma um verdadeiro inferno entre os alunos, em seguida mais outro escândalo, a “revolta da goiabada”, os alunos descobrem que estão comendo goiabada de banana há uns três meses, o diretor reconhece o erro e pede desculpas. 
Então a “paz” reina no Ateneu e Sérgio faz uma amizade verdadeira com Egbert, um garoto de origem inglesa, os dois passam a fazer tudo junto, eram inseparáveis. Graças às boas notas, eles recebem um convite para jantar na casa do diretor, onde fica fascinado por a esposa do mestre Aristarco, Ema. Sérgio passa a ter sonhos com a Ema e amizade dele e Egbert esfriam. 
A mudança de dormitório o afasta ainda mais de seu amigo. A camareira Ângela desperta nele e nos outros meninos uma incontrolável sensualidade. Sérgio fica sabendo que Franco está doente e vai visitá-lo, alguns dias depois o garoto morre. Ao desfazerem a cama a gravura de Santa Rosália cai do lençol. 
O final do ano vem chegando e todos se ocupam com as preparações para a grande as festas de fim de ano do Ateneu. Nas festas sempre se fazem presentes grandes pessoas da sociedade. Após a festa de Educação Física, Sérgio adoece de Sarampo, seu pai viaja para a Europa com toda a família e ele é obrigado a ficar no colégio, onde recebe os cuidados de Ema. 
Em uma manhã, um grito faz Sérgio estremecer no leito e abrir a janela, o Ateneu está em chamas. Américo, um menino estranho, que ficou na escola, obrigado pela família e que sumiu dali, é o principal suspeito do incêndio. Desapareceu também a senhora do diretor que, desconsolado, presencia tristemente sua obra virar cinzas. 
Comentários: O foco narrativo em primeira pessoa impede que a obra seja classificada como somente do Realismo; Na obra é possível observar a riqueza do estilo de Raul Pompéia, apresentando elementos realistas, parnasianistas e impressionistas, isso permite que O Ateneu seja exceção de todo e qualquer padrão literário. Foi essa obra que rendeu o título de escritor ao Raul Pompéia; Ainda podemos notar a lentidão na narrativa, o retrato fiel dos personagens, mostrando como realmente são, além da linguagem super rebuscada e detalhista que ele utilizou para escrita do romance. 
8.2 Helena 
O conselheiro Vale havia falecido, era uma grande perca. Ele era um homem admirável, pertencente à elite. Restaram apenas Estácio, seu filho, e D. Úrsula, sua irmã. Depois da morte, Dr. Camargo, amigo da família, tentou preveni-los sobre o conteúdo do testamento, deixando-osmais preparados para certa cláusula presente no documento. 
Quando o testamento foi aberto, os bens foram entregues aos herdeiros, algumas coisas foram destinadas a afilhados e uma filha, Helena, fora reconhecida. O conselheiro a reconhecia, dividia-se entre ela e Estácio os bens herdados e pedia para que a menina fosse recebida e tratada como nova integrante da família. Estácio, devido a seu caráter, aceitou a irmã instantaneamente, mas sua tia e Dr. Camargo eram contrários à ideia. 
Helena chegou a casa em Andaraí. Estácio a recebeu e logo se tornaram íntimos e amigos. D. Úrsula se mantinha desligada da moça. Passou a ceder, aos poucos, aos encantos de Helena, mas enterneceu-se de vez quando, ao adoecer, viu a menina cuidar da casa e de seu leito. Dr. Camargo, no entanto, mantinha sua opinião e por isso ele e Helena não se davam bem. 
Em um dia, Estácio e ela saíram em uma cavalgada. Quando passaram por uma casinha simples onde uma bandeira azul enfeitava o telhado, Helena buscou saber quem morava ali, mas não teve sucesso, e assim eles voltaram para casa. 
Eles seguiam a vida. Estácio vinha já há algum tempo planejando pedir a mão de Eugênia, filha de Dr. Camargo, em casamento. Helena encorajava-o, mas ele não tomava atitude. Foi também nesses tempos que Estácio viu Helena receber uma carta que lhe despertou um grande interesse, pensava que a irmã vivia um romance e a ideia não lhe agradava. Foi por essa curiosidade que arrancou dela uma confissão: amava a alguém e amava muito. 
No aniversário de Estácio, Helena deu a ele um quadro onde pintara o caminho que fizeram naquela primeira cavalgada e a casa da bandeira azul, mas mais tarde a presença daquela casa perturbou Estácio. À noite foi oferecido um baile a ele. Já quase no final da comemoração, Dr. Camargo teve com Helena e revelou-lhe o desejo de ver Eugênia casada com seu irmão, e usou isto para chantageá-la, referindo-se às idas dela à casa da bandeira azul. 
Logo nos dias seguintes Estácio e Eugênia ficaram noivos. Seguido do noivado, uma tia de Eugênia adoeceu e ela, juntamente com a família, tinha que visitá-la. No entanto, Eugênia só se dispôs a ir depois que Estácio, vendo-se forçado, aceitou ir com eles. Para ele era um tremendo sacrifício separar-se de Helena, sua tia e sua casa. Nos dias em que ele se ausentou, Helena ficou noiva. 
O noivo era Mendonça, amigo de Estácio e recém-chegado da Europa. Ele era filho de um comerciante, não tinha riquezas, mas amava Helena. Ela aceitou o noivado mesmo não gostando tanto dele. Quando o noivado foi concretizado, Mendonça escreveu a Estácio contando a novidade e ele voltou para casa rapidamente. O casamento lhe agradava um pouco, mas a confissão de tempos atrás de Helena influenciava sua resolução quanto a conceder a mão da irmã ao amigo. 
Helena queria o casamento, julgava sua paixão confessada impossível e assim preferia o certo ao duvidoso. No entanto, Estácio não se sentia confortável com tal situação. A esse ponto Mendonça já se sentia desinteressado pelo casamento, pois surgiram insinuações de que estaria se casando por interesse. 
Durante tais conflitos, Estácio viu, numa manhã em que saiu para caçar, Helena saindo da casa da bandeira azul. Surpreso, escondeu-se e, depois que ela foi embora, foi até a casa em que ela acabara de sair. Quando se escondera, cortara a mão e usou isso como pretexto para conhecer o morador da casa. Conversaram enquanto ele tratava do corte e um pouco mais depois. 
Quando Estácio foi embora, acreditava que havia se enganado com Helena. O padre Melchior foi chamado e as relações na casa se tornaram tensas. Estácio duvidava dos atos de Helena, não sabia o que pensar sobre o que acontecia. Melchior foi o primeiro a entender, Estácio amava Helena e descobrir os encontros dela com aquele homem o abalou. Logo a verdade foi revelada. O homem que habitava aquela casa tratava-se do pai de Helena, Salvador. A história de Helena era a seguinte: Ângela e Salvador fugiram para poderem viver seu romance e da união dos dois nascera Helena. Quando o pai de Salvador adoeceu, ele viajou para poder vê-lo, mas quando voltou para sua casa não encontrou sua mulher nem sua filha. Ângela havia se apaixonado pelo conselheiro Vale e agora vivia numa casa mantida por ele. O conselheiro tomara Helena como filha, pois acreditava que Salvador estava morto. 
Com a morte de Ângela, Helena morava na escola e recebia visitas do conselheiro. Durante este tempo, Salvador subornava uma escrava da escola e assim ele e a filha mantiveram contato. Quando o conselheiro morreu e Helena foi reconhecida, ela quis revelar a verdade, mas Salvador sabia da condição de vida que teria a filha vivendo com ele. Por esse motivo, mandou Helena para ir viver na casa de Andaraí e os dois se encontravam sempre que era possível. 
Diante tais revelações, Estácio preferiu deixar a situação como era. Eles agora podiam viver o amor que nutriam um pelo outro, mas provar que não eram irmãos seria desastroso demais. Nos dias seguintes o casamento de Helena com Mendonça ressurgiu, mas ela adoecera. Ela foi tratada, mas não surtia efeitos. Estácio havia decidido buscar pelo pai da “irmã”, que havia ido embora para que a menina seguisse com a vida, mas não foi preciso. Helena falecera, e, no instante em que ficara a sós com a falecida, Estácio deu-lhe o primeiro beijo de amor e partiu. Quando chegou em casa, conclui ao padre: perdera tudo. 
8.3 Cortiço 
Expressão máxima do Naturalismo Brasileiro, apresenta como personagem principal João Romão, português que pode ser encarado como metáfora do capitalismo selvagem, pois tem como principal objetivo na vida enriquecer a qualquer custo. Ambicioso ao extremo, não mede esforços, sacrificando até a si mesmo. Veste-se mal. Dorme no mesmo balcão em que trabalha. Das verduras de sua horta, come as piores: o resto vende.
Mas sua ascensão não se vai basear apenas na autoflagelação. Explora descaradamente o próximo. O vinho que vende aos seus clientes é diluído em água (fica aqui nas entrelinhas a idéia de que o brasileiro está destinado a ser explorado pelo estrangeiro). Mas o mais sintomático de seu caráter está na sua relação com Bertoleza.
Era essa uma escrava que ganhava a vida vendendo peixe frito diante da venda de João Romão. Os dois tornam-se amantes. O protagonista aproveita as economias dela e, mentindo que havia comprado a sua carta de alforria, investe em seus próprios negócios, construindo três casinhas, imediatamente alugadas.
Com o tempo, de três chegam a 99 casinhas (na realidade, o progresso é devido não só ao tempo. Há também o dinheiro dos aluguéis que vai sendo investindo, numa postura claramente capitalista, e também o furto que João Romão e sua amante vão realizando do material de construção dos vizinhos), tornando-se o Cortiço São Romão (a maneira como Aluísio Azevedo descreve a origem e o estágio atual desse fervilhar tem claro gosto naturalista. 
No primeiro aspecto, as condições do meio – água à vontade – permitiram que a moradia coletiva se desenvolvesse. Existe, nesse tópico, uma forte influência dos avanços que a Biologia estava tendo na época. 
Quanto ao segundo aspecto, a maneira como são descritos os moradores em sua agitação, semelhantes a larvas minhocando num monte de esterco, é de uma escatologia tradicional a essa escola literária, rebaixadora ou mesmo aniquiladora da nobreza humana, ao comparar degradantemente suas personagens a animais, num processo conhecido como zoormorfismo). Aqui está a salvação do romance. 
Aluísio Azevedo tem deficiências no trato de personagens, tornando-as psicologicamente pobres, o que pode ser desculpável, pois o Naturalismo tem uma predileção por tipos. Essa característica vem a calhar a um autor que se notabilizara como caricaturista.
De fato, os moradores do cortiço vão formar uma galeria de tipos extremamente rica, colorida, autorizando-nos a dizer que essa coletividade é que se torna a melhor personagem da obra. A moradia coletiva comporta-se como um só personagem, um ser vivo.
Nesse lugar, encontramosinúmeras figuras, cada uma representando um mergulho nas diferentes taras (o enfoque das patologias sexuais, apresentando o homem com um prisioneiro dos instintos carnais – bem longe da imagem idealizada de racionalidade e nobreza – é uma das predileções do Naturalismo) e facetas da decadência humana.
Há vários exemplos, como Neném, adolescente negra de libido explosiva que acaba perdendo a virgindade nas mãos de um empregado de João Romão. Cai na vida. Existe também Albino, de tendências homossexuais ou então Machona de pulso firme, tanto denotativa quanto conotativamente. 
Botelho, homem corroído pelas hemorróidas (a menção a esse detalhe, degradante, é típica do Naturalismo) e pelo pior tipo de materialismo – o alimentado pela cobiça de quem não tem nada.
Pombinha, moça afilhada da prostituta Léonie, que é responsável também por sua iniciação sexual. A menina é noiva de João da Costa. Seu casamento seria a garantia de saída daquela moradia pobre. Mas sua mãe tinha escrúpulos que adiavam o casamento: enquanto a filha não se tornasse mulher – ou seja, tivesse sua primeira menstruação – não podia casar-se. 
No entanto, a menarca estava por demais atrasada, o que se transformava num drama acompanhado pelos moradores do cortiço, que a tratavam como a flor mais preciosa (é também típica do Naturalismo essa força que os aspectos biológicos exercem sobre o caráter da personagem. Enquanto não tem sua primeira menstruação, é menina pura. 
Tanto que, uma das poucas alfabetizadas e dotadas de tempo ocioso, dedica-se a ler e a escrever as cartas dos diversos moradores do cortiço, entrando em contato com a podridão das paixões humanas. Mas isso não macula sua inocência até o momento em que, mulher – ou seja, já capaz de menstruar e, portanto, cumprir seu papel biológico de reprodução –, adquire maturidade para entender o que se passa entre aquela multidão de machos e de fêmeas. 
Com nojo de tudo o que via, desencanta-se). No fim, vira lésbica e cai na vida, principalmente por influência de sua iniciadora, Léonie (outra leitura interessante que se pode fazer em O Cortiço é captar o destino a que é submetida a mulher. Ou se torna objeto do homem, ou sabe seduzir, de objeto tornando-se sujeito, ou despreza-o totalmente. Qualquer uma dessas posições é, na óptica da obra, degradante).
8.4 O mulato
 O Mulato, de Aluísio Azevedo, foi publicado em 1881 e causou escândalo na sociedade maranhense por abordar a escravidão e o preconceito racial. A obra é considerada como o marco do Naturalismo no Brasil. A descrição detalhista e nem sempre positiva, a critica ao estereotipo do Brasil naquela época , o comercio burguês e a critica ao clero são algumas das características do realismo/ naturalismo presentes na obra.
A obra começa apresentando a cidade de São Luis do Maranhão e o seu povo. De inicio, um diálogo questionando a resposta de Ana Rosa sobre algum casamento que estaria sendo arranjado pelo pai e o silencio por parte da garota. Manuel Pescada, como era conhecido, era um comerciante português e viúvo. Com a morte de Mariana, chamou D. Maria Barbara, sua sogra, para morar com ele, já que julgava a necessidade de uma mulher para educar sua filha. Por conta da sua personalidade, Manuel chegou a se arrepender de tê-la convidado, mas deixou as coisas como estavam. Nas vésperas da morte, Mariana disse à filha que não se casasse sem amor. Já aos 15 anos, Ana se via como mulher e lembrava-se de seus namoricos e criancices. Idealizava um homem perfeito, o banquete de seu noivado e seus filhos pela casa. A menina foi emagrecendo e o pai preocupado com o estado da filha chamou um médico que lhe sugeriu caminhar pela praia. Aos poucos ela foi melhorando. Na praia, conheceu D. Eufrasinha, uma viúva com quem trocou diversas experiências.
 No mercado do pai, Luis Dias se empregou. Considerado como um homem promissor, recebeu diversas outras propostas, mas ele rejeitava. Aos poucos foi se tornando da família e um dia o pai perguntou se Ana Rosa casaria com ele. Ela apenas riu, descrente da proposta do pai. À noite, Manuel confidenciou tudo ao cônego Diogo, seu compadre. Este lhe disse apenas para ter calma e dar tempo ao tempo. No dia seguinte, ainda insistindo em uma resposta positiva vinda de Ana Rosa, Manuel ouviu apenas um “Pode ser..” . Em seguida, o compadre Diogo chegou e foi conversar em particular com Manuel no escritório. Lá o cônego Diogo lhe deu a noticia de que Raimundo, seu sobrinho, estaria chegando e lhe entregou uma carta do Peixoto de Lisboa. Na carta, afirmava que Raimundo estaria indo para o Maranhao com certos interesses e contou sobre como foi sua permanência em Lisboa e o prestigio conquistado por lá. Manuel Pescada chamou um de seus empregados e o pediu para ir ao armazém ver se alguma correspondência do Sul teria chegado. Benedito voltou e disse que Dias teria ido buscar tal correspondência no correio. Enquanto isso, Manuel e Diogo continuaram conversando sobre a vontade do pai do garoto ser contrariada, já que ele não se tornou padre mas sim advogado. Dias trouxe a outra carta, mas os homens nem deram importância. O assunto seguinte seria a recepção que deveria ser oferecida à Raimundo. Manuel perguntou à Diogo se deveria recebê-lo em sua casa como sobrinho. Mesmo inconformado, compadre Diogo deu resposta positiva. Na varanda, Ana Rosa esperava o pai para saírem. Apressado, Pescada foi se trocar no quarto e enquanto isso, Diogo conversava com Ana que lhe disse que iriam ao aniversario de Lindoca e perguntou se o homem não iria. Este disse que talvez fosse à noite. Nesse instante, os caixeiros do armazém de Manuel subiam para jantar. Dentre eles, Manuelzinho era o mais novo. Esse ia passando rapidamente pela sala quando o cônego o chamou. Ele voltou todo sem jeito e o cônego já ia lhe dando um sermão e depois fazendo um enorme questionário ao garoto, quando Ana Rosa perguntou como ele se chamava. O garoto tímido afirmou com a cabeça quando, por hipótese, falaram Manuel. Quando o cônego já ia mandando o garoto ir embora, Ana Rosa lhe puxou e revistou suas unhas. Repreendeu-lhe pela situação das mesmas e pegou uma tesourinha para cortar as unhas do garoto, surpreendendo tanto o cônego Diogo como o próprio Manuelzinho. O cônego Diogo se retirou para a varanda e o menino, desconfortável naquela situação, buscava algum jeito de sair dali. Ao terminar de cortar as unhas do menino, Ana Rosa lhe prometeu falar com o pai para que o colocasse em alguma escola e que era pra ele tomar banho todos os dias na bomba do poço. O garoto saiu comovido pela atenção e cuidado que acabara de receber e ia subindo as escadas quando no topo Dias lhe recriminou por ter ido falar com a moça. Com medo, ele se defendeu apenas dizendo que a moça é que o havia chamado.
No aniversario de Lindoca, tudo havia ocorrido perfeitamente até que Ana teve um ataque de nervos e um médico foi chamado às pressas. Este disse que não era nada, que a garota precisava apenas se distrair, e confidenciou à Manuel que Ana precisava era se casar e ter seus filhos.
Depois de alguns dias, o cônego Diogo chega apressado ao armazém de Manuel e lhe diz que o Cruzeiro esta a vista. Os dois saem e depois voltam acompanhando Raimundo que atiçava a curiosidade dos demais sobre quem ele seria. Já na casa de Pescada, lhe apresentaram seu quarto e o deixaram a vontade. Ali, Raimundo concluía que apesar do seu passado misterioso, era um homem sortudo e depois de um banho, adormeceu.
Nesse momento, a historia se dedica a explicar o passado de Raimundo. 
Filho de José Pedro, irmão de Manuel, nasceu em uma fazenda de escravos na Vila do Rosário, para onde o pai fugiu nas revoltas de 1831. José era um homem rico devido ao contrabando de negros da África. Fugido do Pará com uma de suas escravas, Domingas, se arranjou na Vila do Rosário e mais tarde comprou uma pequena fazenda em São Brás, onde praticou agricultura. Domingas acabou por dar a luz à um filho de José, Raimundo, que no batismo, ambos receberam a carta de alforria. José acabou se e casando com D. Quitéria,uma brasileira rica e racista. Torturou vários escravos, mas ainda assim era religiosa. Tinha uma capela na fazenda, onde os escravos iam para rezar. Ao lado da capela, havia um cemitério para os mesmo que por ali rezavam. Casou-se com José por dois motivos: precisava de um homem e diziam que os portugueses eram puramente brancos. 
Um dia, notando a compaixão do marido pelo filho de Domingas, Quitéria se revoltou e disse que não admitiria ele criar seus filhos com as negras, na sua companhia. E assim, obrigou o marido dar um jeito ao menino ou então ela o mataria. José saiu para cuidar da segurança do menino, mas quando voltou a fazenda viu um cena chocante: Domingas estava amarrada ao tronco, nua , com suas partes intimas queimadas a ferro em brasa. Ao lado, Raimundo com apenas 3 anos, gritava e a cada vez que ele tentava se aproximar da mãe, os negros desciam o chicote nas costas de Domingas. Quitéria, perversa, ria da cena e Domingas delirava de dor, quase morrendo. José, furioso, derrubou a esposa e mandou que recolhessem Domingas e a levasse a Casa dos Brancos para ter os cuidados necessários. Quitéria, aconselhada por uma padre, fugiu para a fazenda da mãe. José partiu para São Luis com o filho e o deixou com o seu irmão mais novo, Manuel. Ali , Raimundo estaria seguro e poderia ficar aos cuidados do tio até ter idade para estudar em Lisboa. Em seguida, José voltou para a fazenda. Chegando lá, percebeu que Quitéria ainda estava lá. Silenciosamente, se colocou atrás da porta e ouviu Quitéria conversando com um homem. José entrou no quarto e pulou em cima da esposa. O padre, que era com quem Quitéria estava conversando, não teve tempo de fugir. José, ao soltar a esposa percebeu que a tinha estrangulado. Ali, o padre e José fizeram uma troca: um ficava em silencio sobre a culpa do outro. A morte de Quitéria foi atribuída ao espírito maligno que havia tomado conta dela. José entrega a fazenda para Domingas com mais 3 negros alforriados e segue para São Luis para vender seus bens e voltar para Portugal. O menino, já em São Luis, teve Mariana, cunhada de seu pai, como mãe e acabou se esquecendo de Domingas. Nesse meio tempo, Ana Rosa veio ao mundo. Nesse período, chegou em São Luis a noticia da morte de Quitéria. Em seguida, José chegou à capital. Antes de partir para Portugal, passou a ultima noite na casa do irmão. Mas inquieto, não conseguia dormiu e começou andar pelo quarto. Manuel, preocupado com irmão foi ver o que se passava. Ao entrar no quarto, sem reconhecer o irmão, José , apavorado, caiu no chão. Todos na casa acordaram assustados. Mariana colocou-se a cuidar de José e ele foi voltando a si. Precisou ficar de repouso. Abraçou seu filho e disse que estava para morrer. Fez um testamento e chamou Manuel, lhe pedindo que , caso morresse, era para mandar Raimundo para a casa de Peixoto, em Lisboa e que não era para poupar dinheiro na sua educação. No decorrer dos outros dias, o padre de Rosário foi até a casa de Manuel ter noticias de José se passando por amigo dele. E ali ia todos os dias. Com isso, ganhou a admiração de Manuel e Mariana que o chamavam de santo. Um dia, lhe disseram que José melhorava. O padre disfarçou um sorriso mas na verdade estava inconformado por José não morrer. No dia seguinte, já que José estava fora de perigo, o padre partiu sob as recomendações de Mariana e Manuel para voltar à casa. 
Já curado, José resolve voltar para a fazenda mesmo contrariando a cunhada e o irmão. Eles afirmavam que se Domingas era o motivo de sua ida, que a trouxesse para São Luis, mas José negava que o motivo era este. Manuel, então, ofereceu-se para acompanhá-lo, mas José disse que não era preciso e que não era para eles se preocuparem porque não demoraria muito até ele estar viajando para Lisboa.
Assim, José partiu sozinho. Durante a viagem ele ia recordando e admirando tudo que ele viveu por aquelas terras e lamentou, por mais de uma vez, a morte da mulher, reconhecendo suas virtudes e si culpando por não ter sido um bom marido. A ideia de matar o padre não lhe saia da cabeça.
Com fome, ele para e come ao relento. Não queria pedir abrigo em nenhuma fazenda próxima, como era de costume dos aventureiros, por não querer dar satisfação sobre a morte da esposa. Seguiu com a viagem e com seus pensamentos. 
Logo surgiu uma caravana de ciganos montados em cavalos. José se escondeu e ficou observando. Viu o chefe do grupo abraçado à uma mulher bonita e aquela cena lhe deixou inconformado e com inveja: como um homem sem lar e pobre poderia ter uma mulher como aquela e ele sem ninguém? Chorou.
Corria com seu cavalo pela floresta, querendo fugir daquele lugar e da sua mente que traziam à tona a cena do crime. Perto da fazenda, na escuridão da noite, José foi acertado no peito por um tiro. O barulho do disparo fizeram os negros de São Brás irem rumo à estrada procurarem a vitima. Foi Domingas quem o encontrou. Desesperada, acusava o padre por tal feito. Por fim, José foi enterrado junto da mulher e o crime foi atribuído aos mocambeiros – grupo de escravos refugiados.
Com isso, a fazenda ficou abandonada, ninguém à quis comprar e, assim, vários mitos e lendas foram inventadas sobre o lugar. 
A morte abalou Mariana e Manuel. Raimundo que tinha 5 anos na época, teve seu dinheiro que lhe era de direito depositado em um banco e sem entender o que se passava, logo foi mandado à Lisboa para estudar. Lá, Peixoto, seu correspondente, lhe hospedou e lhe colocou num dos melhores colégios, onde sofreu bullying dos demais garotos. Com o tempo, ele fez amigos e estes lhe perguntavam sobre como era o Brasil – nesse momento, o autor deixa clara a visão arcaica sobre o Brasil: Um país de homens primitivos e selvagens.
Um dia recebeu uma carta de Mariana e colocou-se a lembrar da sua infância no Brasil e a questionar os seus laços familiares – duvidas que o perseguiram sempre. Terminou seus estudos básicos e ingressou em Coimbra. Nessa ocasião, recebeu uma carta informando a morte de Mariana. Raimundo nunca havia se sentido tão órfão. 
O tempo passou e Raimundo se tornou um rapaz virtuoso e com grandes amizades. Escreveu sátiras, se dedicou aos versos líricos, idéias revolucionarias e aos jornais. Por fim, tomou gosto pela ciência, se fez homem serio e teve prestigio na universidade, onde se formou.
Consideravam-no rico, o suficiente ao menos, para realizar sua vontade de viajar pela Europa, em que, depois de 3 anos, desembarcaria no Rio de Janeiro, onde ficou um ano na Corte e fez projetos de vida como residir na cidade. Mas antes de se estabelecer por ali, queria ir ao Maranhão para liquidar seus bens, conhecer, de fato, suas origens e aproveitar para ir ao Pará e ao Amazonas. Partiu.
Raimundo é recebido na casa do tio com a visita de amigos da família. – Nesse instante, é descrito cada um dos que ali estavam presentes, relatando as verdadeiras características das personagens. O clima era de descontração, com fofocas, interesses das moças para com Raimundo, e até mesmo severas abordagens, por parte do autor, sobre o preconceito que havia com os escravos. Enquanto isso, Ana Rosa tocava piano, que ao terminar foi aplaudida por todos, menos por Raimundo que ficou indiferente à situação. Um tanto decepcionada, Ana Rosa sentou-se com as moças que ali estavam e estas logo vieram perguntar sua opinião sobre o primo. Ana Rosa apenas disse que ele não era nada demais, mesmo concordando, em seu interior, com as demais mulheres sobre a beleza e elegância do rapaz. Mas ela não podia admitir tal porque seu orgulho estava ferido demais, uma vez que a moça que era cortejada por todos os outros, não recebeu nenhuma palavra ou gesto sequer de apreciação por parte de Raimundo.
De repente, chegaram José Roberto e Sabastião Campos, ambos muito engraçados, o que deixou a festa mais animada. 
Raimundo já estava inquieto e entediado. Um dos homens que estavam ali insistia em falar com Raimundo que, por sua vez, respondia indiferentemente. O moço ia começar a contar outra historia quando a comida foi posta a mesa.Quando as moças já iam embora, Raimundo, por delicadeza, perguntou se alguma moça queria que ele a acompanha até em casa, rapidamente as Sarmentos aceitaram a cortesia. Raimundo, contrariado, foi. Voltando, Raimundo foi se deitar. Assim como Ana Rosa, que adormeceu pensando nele.
Naquela noite, Ana Rosa chamou Mônica, uma das “empregadas” da casa, e pediu para que a despisse. Havia uma relação de maternidade entre elas. Aliais, a carta de alforria de Monica foi dada por Manuel à pedido da filha. No seu quarto, já sozinha, Ana Rosa pensava em tudo que havia acontecido naquele dia, e Raimundo fazia parte de todas as cenas. Ali deitada, ela ficou analisando Raimundo da cabeça aos pés e imaginando como seria ouvir juras de amor ao som daquela voz. Mas logo se conteve ao lembrar da frieza do primo. E assim adormeceu.
Na manha seguinte, Ana Rosa amanheceu atordoada, sem animo algum de se levantar. Até que a voz de Raimundo que vinha da varanda a fez despertar. Se aprontou e saiu do quarto, desejando um “bom dia” de modo acanhado à Raimundo. Recebeu um carta de Eufrásia, até então sua melhor amiga, mas que agora a incomodava. Tomou uma xícara de café e Raimundo se dirigiu a ela perguntando se ela estaria se sentindo mal. Ana Rosa apenas respondeu que era nervoso. Maria Barbara, avó de Ana Rosa, fez um comentário demonstrando que a menina estaria com frescura. Raimundo riu e Ana se fez de indiferente. Raimundo voltou a dirigir-se à prima perguntando se acreditava em quebranto e se era supersticiosa. A menina respondeu que não e que para tanto, ainda que acreditasse não correria risco ,uma vez que, diziam que quebranto só pegava em gente bonita. Raimundo apenas lhe disse que haveria então motivo para que ela se cuidasse.
Ana Rosa e Raimundo ficaram a sós. A menina, tímida, olhava para baixo e Raimundo contemplando a garota que estava à sua frente, imaginava-a que seria uma moça de coração puro. Voltaram a conversar. Raimundo perguntou do pai e a menina disse que estava no comercio e voltaria apenas para as refeições. Reclamou ainda da sua solidão e de não ter nenhum irmão. Contou ainda que lia bastante. O assunto seguinte foi as viagens do rapaz. A garota que nunca havia saído do Maranhão exclamou sobre a Itália, mas Raimundo a conteve e chamou os autores dos livros de mentirosos por exagerarem nas descrições do país. No meio da conversa, Raimundo à elogiou , o que fez o bom humor de Ana Rosa voltar. Raimundo levantou-se e foi buscar seus desenhos para mostrar à prima. A cada desenho, Raimundo ia descrevendo alguma memória que aquela imagem lhe trazia. Ana Rosa estava toda encantada. No meio do álbum de desenhos, havia um cartão postal com a imagem de uma mulher. Raimundo disse de forma fria que era apenas um dançarina francesa, pegando o cartão e colocando-o no meio das folhas já vistas , sem deixar que Ana Rosa visse a dedicatória escrita atrás. Raimundo pediu que Ana tocasse algo, e ela foi ao piano tocar musicas italianas. Depois do almoço, Manuel, Raimundo e o cônego Diogo saíram para olhar algumas casas. Raimundo ia chamando a atenção de todos por onde passava. O jeito europeu não era tão comum por ali. À noite, o negocio das casas já estavam resolvido e, assim que desse, eles iriam tratar da fazenda. Nos dias seguintes, Raimundo dedicou-se a conhecer a cidade. Sem mais lugar para ir, passou a ficar em casa. Percebeu que ele era malquisto pelos outros, e se isolou no seu quarto. Só saia se realmente fosse preciso. 
Raimundo e Ana Rosa conversavam por muito tempo, sobre todos os assuntos, mas D. Maria Barbara sempre vinha estragar o clima de alegria com o seu mal humor. Raimundo desaprovava todas os castigos que D. Maria dava aos escravos. Com o tempo, passou a ter fama de jogador e bêbedo, já que ficava bastante tempo jogando bilhar num restaurante. Ao falarem mal de D. Maria Barbara, Raimundo e Ana Rosa se aproximavam mais. Mas Raimundo não agüentava mais e foi pedir ao tio que lhe desse uma casinha com um criado para onde ele mudaria. Manuel não gostou nada da ideia por se preocupar com que os outros diriam sobre essa situação. Assim, convenceu Raimundo esperar até o mês de agosto para irem ver a fazenda e então ele partiria para a Corte ou se instalaria ali em São Luis de forma decente. A questão já não era mais D. Maria, mas sim a vontade de conhecer suas origens.
Já em junho, Raimundo lamentava a falta que a família faria, sobretudo, Ana Rosa, com que estreitou os laços. Mas para Ana vê-la como irmã não era suficiente. Por diversas vezes, a garota se insinuava para o primo, ainda que de forma inocente, mas ele apenas agia com frieza e isto a magoava, coisa que ela não fazia questão nenhuma de esconder, na tentativa de comovê-lo e lhe perguntar o que se passava.
Um dia, Ana Rosa apareceu bastante pálida, e Raimundo chamou a atenção de Manuel sobre a saúde da filha. Naquela mesma tarde, já sabendo que o casamento era a cura da filha, Manuel se reunião com o cônego Diogo e Dias, à quem prometeu sociedade comercial se ele se casasse com Ana no mês seguinte. Dias, se fazendo de preocupado com a opinião de Ana, perguntou se ela aceitaria e o pai lhe respondeu que provavelmente sim. O cônego, porém, discordou e apontou bons argumentos, incluído a necessidade de afastá-la de Raimundo, mas Pescada os assegurou que não havia nada a temer, tendo como um dos argumentos o desinteresse de Raimundo até mesmo sobre sua permanência em São Luis.
Naquela noite, Manuel levou Ana Rosa ao quarto de D. Maria Barbara e depois de conversarem sobre coisas indiferentes lhe comunicou que a casaria. Ela, imaginando que Raimundo tivesse pedido sua mão, se fez de desentendida e questionou ao pai com quem seria. Ao citar o nome de Dias, Ana Rosa se apavorou e disse que jamais se casaria com ele. O pai, desconfiado de que ela estivesse interessada em outro, disse que queria apenas sua felicidade e que era para ter cuidado ao escolher seu noivo. D. Maria se intrometeu na conversa e aos berros disse que sabia da educação que tinha dado a neta, e que dela a velha tomava conta. Aconselhou ainda que Manuel despachasse logo Raimundo para não ter futuros transtornos. Ana Rosa, tentando segurar o choro, foi para seu quarto e ali orou.
No dia seguinte, Manuel disse para Raimundo se preparar para ir a fazenda. Este lhe deu uma resposta afirmativa mas o questionou sobre irem agora, já que Pescada havia dito que iriam em agosto. Manuel deu uma desculpa qualquer e marcaram de ir no sábado próximo. Já indo se deitar, reconheceu um pertence de Ana Rosa no seu quarto. Ao fazer uma busca, encontrou mais alguns objetos que atribuiu a posse deles à sua prima. Mas porque a garota ia remexer suas coisas na ausência dele?.A partir dessa noite passou a ficar atento ao que deixava no quarto e aonde deixava, e percebeu que alguém continuava a mexer ali. Um dia encontrou a foto da dançarina, aquela que escondera da prima, toda riscada à unha. De fato, era Ana Rosa quem ia ao aposento do primo quando ele não estava. Sua paixão já se tornava doentia. Ao abrir um livro que Raimundo lera na noite anterior, dentre tantas imagens viu uma que representava o ato da fecundação. Aquela imagem lhe despertou o desejo de ter uma família com Raimundo. Nesse momento, ele a pega no flagra. Ana Rosa se apavora e tenta fugir mas ele a impede e lhe repreende , pedindo que não continue com aquelas visitas já que poderiam maldar se a alguém a encontrasse ali. Ana Rosa começou a chorar e a cada vez que Raimundo pedia para que ela parasse, Ana chorava mais. Raimundo pediu para que ela se retirasse dali, mas ela não foi. Acabou confessando seu amor pelo primo e chorou mais quando ia dizendo que não era correspondida. Raimundo pensou em chamar alguém, mas iria expor a prima. Assim, chegou perto dela e disse que deveria ficar feliz como ele e que deveriam então se casar. Ana sorriu, o abraçou e lhe pediu um beijo que foi respondido timidamente por Raimundo. Pediu que Ana se retirasse dali e ela concordou. Perguntou quando ele pediria sua mão à Manuel e este lheprometeu que na primeira chance que tivesse. 
Benedito bateu em sua porta e disse que Manuel estava lhe esperando. A ida até a fazenda ficaria para o próximo mês já que Manuel teria contraído caxumba. Naquela noite, os amigos da família voltaram à casa de Manuel para lhe fazer visitas e receitar remédios artesanais.
Os dias passavam e Ana Rosa cobrava a promessa ao primo. D. Maria Barbara reclamava da enfermidade do genro e da conseqüente demora de irem a fazenda e enfim Raimundo ir embora.
Os preparativos para a festa de São João que sempre era feita no sitio de D. Maria Barbara, começavam ser vistos. Enquanto isso, Raimundo ia perdendo qualquer encanto que tinha por São Luis. Chegou a escrever alguns folhetins e contos mas não agradaram ao publico que o acusaram de desrespeito e imoralidade publica.
 Antes do amanhecer, Maria Barbara, Manuel, Ana Rosa e Raimundo partiram para o sitio para começar a preparar a tal festa de São João. No caminho, de braços dados, Raimundo confessou à prima que ela estava muito bonita naquela manhã e que se sentia capaz de amá-la. Já no sitio, D. Amância estava cuidando dos preparativos. Mais tarde, chegou o bonde com os convidados. Houve musica, dança, fogos, rico banquete e risadas.
Enquanto isso, na cidade, os caixeiros iam para o sitio, quando Dias disse que iria mais tarde. Ao se ver sozinho na casa Dias, foi ao quarto de Raimundo e vasculhou tudo. Ao tentar entrar no quarto de Ana Rosa percebeu que a porta estava trancada. Procurou a chave, porém não a encontrou. Foi para o quarto de Maria Barbara e por ali acabou fazendo uma travessura: queimou à fogo de uma vela a cabeça de São Raimundo, saiu do quarto e partiu rumo ao sitio da sogra do patrão.
A festa de São João acabou ficando marcada por dois acontecimentos: a morte da beata Maria do Carmo (provocada por comichão) e a palavra de Raimundo dada a Ana Rosa sobre o casamento, em que pediria sua mão durante a viagem que ele iria fazer com Manuel.
Depois de vários adiamentos, Raimundo e o tio partem para o Rosário. Durante a viagem, Mundico conhece um portuguesinho que lhe conta muita coisa acerca da fazenda São Brás e seus moradores. Raimundo fica sabendo que o Cônego Diogo tinha sido o pároco da região e era muito ligado ao pessoal da fazenda. Ao passarem pela cruz de madeira, à beira da estrada, marcando o local da morte de seu pai, os guias não vão além dela, temendo a maldição ali existente. 
Tio e sobrinho chegam à fazenda ao anoitecer. O administrador Cancela, que conhecera Raimundo, ainda menino, hospeda-os com alegria. Na manhã seguinte, após as transações comerciais, partem bem cedo para São Brás. Ali, com muita emoção, olhando as datas nas lápides das sepulturas do pai e de D. Quitéria, Raimundo conclui que era filho bastardo. 
Como no dia anterior, havia pedido Ana Rosa em casamento e Manuel negara sem dizer a razão, acha agora que esse seria o motivo. Insistindo para que o tio lhe conte a verdade, este lhe diz que Domingas está viva, e é a velha negra louca, encontrada momentos atrás. Assim, o caso amoroso dele com a prima tornava-se proibido e Ana Rosa passa a ser uma felicidade indispensável. 
Quando o pai conta a Ana Rosa o ocorrido, denigre a imagem do primo e esta tem um ataque histérico. Enquanto isso, Raimundo leva o Cônego Diogo a seu quarto e conta-lhe suas suspeitas. Mas o velho Cônego, num jogo de retórica brilhante, força Raimundo até a lhe pedir desculpas. Diogo desce as escadas entre resmungos: 'Deixa estar, que me pagarás'. Sete dias depois, Raimundo deixa a casa do tio, esperando o dia da partida do vapor para o Rio. 
No dia da partida, Manuel e o Cônego se dirigem ao porto para dizer-lhe adeus. Após alguns momentos de indecisão, acerca de sua viagem, Mundico, minutos antes de embarcar, vai ao quarto de Ana Rosa, que o proíbe de sair e terminam fazendo amor, ouvindo, ao longe, o assobio do vapor, partindo. Com muita raiva de Raimundo e desconfiado do que podia estar acontecendo entre ele e sua filha, pescada a diz que Raimundo foi embora e esta tem um ataque. Depois do jantar o cônego chega a casa de Manuel e este lhe diz o ocorrido então o cônego vai ate o quarto da menina e diz que Raimundo esta na cidade e que esta disposto em ajudá-los com uma condição: que Ana fosse na missa marcada pela avó e depois então confessa-se á ele.Ela concorda e assim é feito no dia da missa ela se confessa ao cônego este diz que o casamento com um mulato seria um erro e ela nervosa com a situação acaba revelando que esta grávida ao cônego, este fica chocado mas promete guardar segredo.Enquanto isso Ana e Raimundo resolvem trocar cartas com a ajuda de Mônica e marcam o dia da fuga.
 O Cônego e Dias estavam unidos para que juntos pudessem tirar Raimundo do caminho para que só assim Dias se case com Ana Rosa. Então Dias observava os movimentos e cartas recebidas por Anica, para contar ao padre. Após três meses, o Cônego e Dias descobrem o plano dos amantes e aparecem na hora exata, acompanhados de um juiz. Arma-se um escândalo; Ana Rosa fala de sua gravidez, chocando a todos. O cônego rebate, dizendo que a afilhada continua pura e que aquilo era apenas um recurso para forçar o casamento. Diogo aconselha Raimundo a ir embora de São Luís para não ser processado por sequestro. 
Ao sair com Dias, o cônego parece planejar algo. Entrega-lhe algo, mas o companheiro se nega a receber. Logo o cônego convence-o de que estaria vingando sua honra ultrajada e lembra-lhe: 'quem o seu inimigo poupa, nas mãos lhe morre'. Após vagar pela noite, Raimundo resolve voltar para casa e, ao abrir a porta, é atingido por um tiro, este é disparado por Dias pelo revólver que recebera do Cônego. Mundico, num gemido, tomba contra a parede. Vendo-o morto, Ana Rosa aborta. Seis anos depois, ela reaparece, em solenidade pública, bem casada com o Senhor Dias - o assassino de Raimundo. Está preocupada em cuidar dos três filhos e também do marido: 'Agasalha bem o pescoço, Lulu! Ainda ontem tossiste tanto à noite, queridinho'. Esta é a ultima frase do romance significando que Ana Rosa sempre será meiga e gentil, embora seja outro o objeto de seu amor, latente desde a adolescência.
8.5 Memórias Póstumas de Brás Cubas 
O romance foi escrito por Machado de Assis em 1881. O livro é narrado em primeira pessoa. 
Brás Cubas escreve suas memórias já morto. Ele inicia a narração com a sua morte, que aconteceu às duas horas da tarde, de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, com 64 anos, solteiro e possuía uma riqueza de 300 contos de réis. Foi acompanhado pelo cemitério por onze amigos. Anterior ao seu sepulcro, Brás estava deitado na cama, prestes à morrer, onde era assistido por nove pessoas e entre elas, três senhoras: sua irmã Sabina, sua sobrinha e por uma mulher que dizia ao pé da cabeceira:
- Morto! Morto!
Brás morreu de pneumonia, mas foi menos de pneumonia e sum de uma ideia grandiosa: a invenção de um remédio: O emplasto Brás Cubas. Esse emplasto acabou tornando-se uma ideia fixa e, para arejar a cabeça, abriu a janela e acabou pegando pneumonia.
Voltando ao leito de morte, aparece na porta do quarto Virgília, a mulher que estava ao pé da cabeceira, junto de seu filho. Virgília e Brás se amaram, muitos anos antes. Nisso, Brás começava a ter um delírio, um delírio de morto.
Primeiro ele se sentiu transformado na SummaTheologica de São Thomas, em que suas mãos eram o fecho do livro. Mas Virgília acaba separando as mãos dele, pois pensava que aquilo dava um ar de defunto.
Depois sentiu frio. Parecia que atravessava os gelos eternos, e ainda cavalgava um hipopótamo. E o hipopótamo o levou para o início dos tempos. Lá ele encontra uma figura que parecia uma mulher. Seu nome era Natureza. Brás pede mais uns dois anos de vida, mas ela diz que ele não é mais necessário nesse mundo. Nisso ela mostra o primeiro ao último século. Brás acorda do delírio.
Após isso, Brás cria uma transição no livro e parte para o seu nascimento. Nasceu em 20 de outubro de 1805. Tinha como padrinhos de batismo o Coronel Rodrigues de Matos e sua senhora.E seus pais se orgulhavam muito disso, fazendo-o dizer a todos quem eram seus padrinhos.
Brás era um menino arteiro, mimado e protegido pelos pais e era conhecido como “menino diabo”. Tinha mania de fazer Prudêncio, um moleque da casa, de cavalo. Houve um episódio de 1814, em que em um jantar formal em realizado por sua família em que Doutor Vilaça, um grande glosador, glosava no jantar e impedia a sobremesa de ser servida. Brás acha que isso merecia vingança. Doutor Vilaça chama Eusébia para irem aos jardins e Brás vai atrás. Lá Vilaça e Eusébia se beijam e Brás sai gritando para todos ouvirem que o Doutor Vilaça beijou a Dona Eusébia.
Após isso, Brás realiza um salto por cima da escola. Mas acaba citando algumas coisas, como seu professor Lugdero Barata, o que servia de gozação de seus colegaspor seu nome, principalmente por Quincas Borba. Este era seu grande amigo no período da escola. Nesse salto partimos para a Independência do Brasil, nos seus 17 anos.
Foi nessa idade que conheceu Marcela, uma espanhola por quem se apaixonou. Conquistou-a com vários presentes, joias especialmente. E foi assim que acabou gastando um pouco da sua herança. Quando seu pai descobriu isso, manda-o embarcar rumo à Europa. 
A bordo, ele pensou em se matar várias vezes. Uma noite em que ele achou propício suicidar, acabou se encontrando com o capitão do navio. O capitão era poeta, e a todo o momento, declamava para Brás. Sua mulher, Leocádia, estava doente no navio e acabou falecendo. 
Desembarcou em Lisboa e partiu para Coimbra, estudou Direito e se formou. Após se formar, decidiu andar pela Europa. Nisso, recebe uma carta de seu pai pedindo para que voltasse ao Rio o mais rápido possível, pois sua mãe estava para morrer. Brás chegou, visitou sua mãe e poucos dias depois ela faleceu.
Brás decide se trancar na chácara da família, que fica na Tijuca. Lá ele se dedicou à leitura. Passado algum tempo, seu pai o visita e tem um plano para Brás: se tornar deputado e se casar. A noiva, Virgília, era bela, um “anjo sem asas”, filha do Conselheiro Dutra, que facilitaria sua entrada na política. Brás pensou por um tempo e acabou aceitando a proposta de seu pai.
Mas antes de voltar para casa e seguir com os planos de seu pai, Brás decide visitar Eusébia, do episódio de 1814, que era conhecida da família e ajudara sua mãe antes da morte. Nessa visita ele conheceu Eugênia, filha de Eusébia. Ela tinha 16 anos. 
Numa das visitas de Brás à casa de Eusébia, ela o convida para dar uma volta e conhecer a sua chácara. No caminho, Brás percebe que Eugênia mancava. Ele pergunta se ela machucara o pé e ela diz que é coxa (manca) de nascença. Como ele dizia: “Por que coxa, se bonita? Por que bonita, se coxa?”. Os dois tiveram um breve romance, mas como começou, também terminou.
Brás volta para sua casa e vai visitar o Conselheiro e Virgília. Ele confirmou todas as qualidades que seu pai dissera sobre ela.
Num dia, Brás estava andando na rua e seu relógio caiu e quebrou o vidro e entrou na primeira loja que viu para consertá-lo. Atrás do balcão estava uma senhora, com o rosto marcado pelo tempo e com cicatrizes de bexiga (catapora). Esta senhora era Marcela. Ela manda um negrinho levar para consertar no ourives que era próximo e começa a conversar com Brás. Ele, sem jeito, respondia secamente. Quando o negrinho chegou com seu relógio, ele saiu rapidamente da loja.
O casamento de Brás e Virgília já estava quase tudo arranjado, mas Virgília preferiu se casar com Lobo Neves e foram morar em São Paulo.
Como Brás não amava Virgília, aquele golpe fora apenas uma alfinetada. Mas para seu pai, fora uma pancada. Seu pai morreu alguns dias depois do ocorrido.
Oito dias após a morte do pai, houve uma conversa entre Brás, Sabina e Cotrim (marido de Sabina) sobre a divisão da herança. Essa conversa acabou acarretando na briga entre Sabina e Brás.
Brás voltou a viver sozinho, escrevia alguns poemas e é por isso que recebia a visita de Luís Dutra (primo de Virgília) e foi por meio dele que Brás recebeu a notícia de que Virgília voltara para o Rio. Talvez quando os dois noivaram, não era adequado, mas agora os dois iniciaram um romance. No início eram apenas valsas nos bailes, visitas à casa de Lobo Neves (Brás se tornara muito amigo de Lobo Neves, o que fez com que ele não suspeitasse da traição), mas logo depois arranjaram uma casinha para se encontrarem.
Quem ficou responsável por essa casinha foi Dona Prudência, que trabalhou na casa de Virgília quando mais nova.
Nisso, num de seus passeios, Brás reencontra seu amigo de infância, Quincas Borba, só que este virou mendigo. Quincas pede dinheiro para Brás e este lhe dá 5 contos de réis. Quincas agradece-o com um abraço. Depois, Brás foi olhar as horas e percebeu que no abraço Quincas roubou seu relógio.
Lobo Neves foi convocado para presidiar uma província do norte. Isso deixou Virgília muito triste e incomodada, pois assim não poderá mais visitar Brás. Mas, inesperadamente, Lobo Neves convida Brás para ser seu secretário, tendo assim que ir para o Norte junto deles. Brás aceita a proposta.
No dia seguinte, Brás recebe a visita de sua irmã e de seu cunhado. Eles acabam se reconciliando e Brás conhece a sua sobrinha. Cotrim e Sabina aconselham Brás para que não mudasse para o Norte e Brás convida-os para jantar em sua casa.
Cotrim já desconfiava do envolvimento de Brás e Virgília e, no jantar, o aconselha que esta viagem é perigosa, pois se uma notícia dessas cai na corte, perde-se na multidão, mas se cai numa província, muda-se de figura. Cotrim o deixou pensando e Sabina veio falar com seu irmão. Disse que ele precisava se casar e que ela arranjaria uma noiva para ele e o convida, para que daqui uns dias, fosse jantar na casa deles.
Brás avisa para Virgília que não irá mais viajar, mas Virgília diz que eles não irão mais viajar, por um motivo pessoal de Lobo Neves. Esse motivo foi que o decreto que saíra no jornal tinha o número 13 e trazia a data de 13 e esse número significava, para Lobo Neves, uma recordação fúnebre, pois seu pai morreu no dia 13, treze dias depois de um jantar com treze pessoas. Sua mãe morrera numa casa de número 13, no parto do 13° filho e esse filho morreu com 13 anos.
Os encontros de Brás e Virgília continuavam. Parece que o perigo de perdê-la aumentou ainda mais a paixão e o desejo entre os dois. Até que um dia Virgília acaba desmaiando. Ela estava grávida. 
Brás fez vários planos com o seu filho, mas Virgília acabou abortando.
No meio disso tudo, Viegas, um parente de Virgília que desconfiava de sua traição, estava muito doente e ela estava tratando dele. Mas o velho acaba morrendo.
Brás acaba recebendo uma carta de Quincas Borba com um presente. Na carta, Quincas agradece os cinco contos de réis e diz que lhe tomou o relógio, mas que restituíra no embrulho, que tinha um relógio, não igual, mas parecido com o furtado. Quincas diz que ganhou uma herança e que queria encontrar-se com seu amigo para expor-lhe um novo sistema de filosofia.
No jantar na casa de sua irmã, Brás conhece Damasceno e sua filha, Eulália, ou Nhã-loló, moça graciosa, um pouco acanhada, mas só a princípio.
Lobo Neves recebeu uma carta anônima condenando todo o romance de Virgília e Brás, mas Virgília conseguiu convencê-lo de ser uma calúnia de algum namorado. 
Brás e Virgília se encontram na casinha e acabam se desentendendo. Virgília pede para Dona Plácida para ver se ela pode sair. Brás a pede um abraço e ela não cede, então ele lhe dá um beijo na testa e ela recua, “como se fosse um beijo de defunto”. Dona Plácida avisa que Lobo Neves está vindo e Brás se esconde na alcova. Lobo Neves e Virgília vão embora e Brás sai do quarto.
Quincas Borba vai visitar seu amigo e lhe explica a sua teoria filosófica que “os mais fortes sempre vencem”.
Lobo Neves foi nomeado de novo presidente da província. Brás pega o jornal na esperança de achar o número 13, mas encontra o 31. Uma simples troca de dois algarismos, o 3 e o 1, dois números impares que acabaram de separar um par.
Virgília e Lobo Neves partiram paraa procíncia. Brás fica melancólico, como num clima de viuvez, mas numa conversa com Quincas, decide sair disso e ir atrás do seu filho. Por isso decidiu de se casar com Dona Eulália. Mas esta acaba morrendo antes do casamento, devido à epidemia de febre amarela na época.
Tivemos um novo salto no livro e estamos agora em 1865, quando Brás revê Virgília em um baile. Ela estava magnífica como sempre.
Brás decide se tornar deputado, mas não deu muito certo com a carreira. Então decidiu, junto de Quincas, abrir um jornal, que também não deu certo.
Brás recebe a notícia de que Lobo Neves morrera. Ele vai ao velório e encontra Virgília. As lágrimas de Virgíliaera verdadeira, assim como o amor que ela sentira por Brás. E ela que tinha traído o marido com sinceridade, chorava com sinceridade por ele. Como se explica isso?
E foi perguntar isso para Quincas, mas Quincas desistiu de sua filosofia e queria começar uma religião. Morreu pouco tempo depois na casa de Brás.
Entre a morte do Quincas e a de Brás, o principal acontecimento seria o emplasto, que tornaria o nome “Brás Cubas” em algo orgulhoso por criar um medicamento que removeria as melancolias humanas.
Brás termina o livro com negativas: não alcançou a celebridade com o emplasto, não foi ministro, não conheceu o casamento. Mas por um lado dessas faltas, não teve que suar para conseguir o pão de cada dia. Mas apesar de tudo, teve um saldo positivo: não teve filhos, não transmitiu a nenhuma criatura o legado da miséria dos Cubas.
8.6 A Carne 
“A Carne” provocou protestos. Com sua concepção materialista e extremamente objetiva, abordou temas de uma forma, até então, não utilizada na época. O divórcio, o amor livre e o inédito papel ativo da mulher na sociedade apareceram de uma forma inusitada. Aspecto este que abalou a valorização estética da obra. 
A obra narra a história de Lenita e Barbosa. Lenita é órfã de mãe e foi educada pelo pai, Lopes Matoso, com uma instrução acima do normal, principalmente nas ciências exatas. Era especial por sua inteligência. Aos 22 anos, ela perde o pai e vai para a companhia de um tutor (que havia já sido tutor de seu pai), o coronel Barbosa. 
Após a morte do pai, sua saúde ficou muito abalada. Por isso a idéia de ir à fazenda. Lá conhece Manuel Barbosa, filho do coronel Barbosa. Um homem já maduro, divorciado informalmente, extremamente culto e adorador das coisas boas da vida.
Lenita firma grande amizade com Barbosa, devido às afinidades com os estudos. Desde o início, Lenita, que já demonstrava, sozinha em seu quarto na fazenda, os desejos sexuais, sente-se atraída pelo corpo e pela presença de Barbosa. Nasce daí uma grande paixão. Um amor que demonstra toda a sexualidade envolvida e que o autor não poupa detalhes. Varias cenas são descritas com situações e envolvem os personagens, fazendo com que, além do sexo, apareça um pouco de amor sentimental, principalmente por parte de Lenita. 
Inicialmente, ambos repelem esta paixão, mas pelo instinto da natureza humana faz com que eles se entreguem. O instinto prevaleceu no momento da decisão de viver esta relação. ”... ela a mulher superior, apesar de sua poderosa mentalidade, com toda a sua ciência, não passava, na espécie de uma simples fêmea, e que o que sentia era o desejo, era a necessidade orgânica do macho.” (p. 21),
O livro narra esta ardente trajetória, marcada por encontros e desencontros, prazeres e violência, desejo e sadismo e batalha entre mente e carne. A história caminha para um desfecho trágico a partir do momento em que Lenita, encontrando cartas de outras mulheres guardadas por Barbosa, sente-se traída e resolve abandoná-lo. Estando grávida de três meses, procura outro homem na capital para se casar e dar um nome a seu filho. Barbosa, não suportando tamanha decepção, suicida-se, o que demonstra o resultado da batalha de mente versus corpo. A principio, triunfou os prazeres da carne, no final os desenganos da mente, pelas supostas traições. “... do alto do céu no lodo da terra, sentia-se ferida pelo aguilhão da carne, espolinhar-se nas concupiscências do cio, como uma negra boçal, como uma cabra, como um animal qualquer... era a suprema humilhação?” (p. 21).
8.7 Casa de Pensão
Na casa do negociante Sr. Campos
Casa de Pensão inicia com a chegada do jovem maranhense Amâncio ao Rio De Janeiro, que para ali se muda no intuito de estudar medicina na Corte. Chegando à cidade, Amâncio procura o Sr. Luís Campos, comerciante, amigo de seu pai, que lhe oferece pouso no interior. O Sr. Campos era casado com D. Maria Hortênsia, que não se mostra muito a vontade com a chegada do menino à sua casa, mas que acaba aceitando a decisão do marido.
Embora fosse mais econômico, Amâncio não se mostra muito satisfeito com o fato de se hospedar na casa da família, pois ele fora para a Capital com o sonho de também viver a noite, as mulheres, de viver plenamente os seus 20 anos.
Infância e um pouco da família de Amâncio
Sobre a trajetória de Amâncio, ele apanhava do pai na infância e tinha uma aparência frágil. Na escola, ele parecia soltar todos a repressão de casa. Até que um dia ele bate num menino. O seu professor bate em Amâncio, em contrapartida, e ainda diz para o menino que apanhara também bater no seu algoz. Amâncio não aceita a vingança e discute com o professor, dando-lhe uma bofetada. Além de apanhar na escola, ao chegar em casa, ele também apanha do pai. Este acontecimento faz com que Amâncio se torne medroso, apesar das carícias, cuidados e proteção da mãe, D. Ângela (ou talvez por isso mesmo).
Encontro com Rocha Paiva e João Coqueiro, um dia de bebedeiras
Então, no Rio de Janeiro, Amâncio sentia-se só, até encontrar um colega (nem tão íntimo) do Maranhão, Paiva Rocha. Eles se encontram na rua, e Amâncio o convida para almoçar. No caminho do Hotel dos príncipes, os dois encontram dois amigos de Paiva Rocha, Salustiano Simões e João Coqueiro. Os quatro vão almoçar. Amâncio mostra-se maravilhado com a vida na Corte, com o almoço, com o cardápio em francês. E não economiza neste primeiro almoço, pagando a conta para todos. João Coqueiro, ao fim da refeição, convida Amâncio para visitá-lo. 
Entretanto, ele é levado, já bêbado, por Paiva Rocha (que também lhe pede dinheiro) para a sua república, onde Amâncio vomita e passa a noite. No dia seguinte, o ambiente degradado marca o jovem maranhense. Ao sair ele encontra uma empregada e tenta agarrá-la, sendo repelido.
Indeciso, Amâncio opta por ficar na casa de Coqueiro
Amâncio mostra-se confuso, pois não queria permanecer na prisão da casa de Campos, mas como sentia-se atraído por D. Hortênsia, pensava em ficar por lá. Amâncio, ao chegar na casa da família, encontra uma carta de João Coqueiro, convidando-o a visitá-lo. Ele vai.
História de Coqueiro e Mme. Brizard e a casa de Pensão
João Coqueiro era filho de uma rica senhora que se casara com um homem devasso e desregrado, que batia em João Coqueiro, fazia-o comer e até mesmo beber, para torná-lo homem de verdade .Com a morte do pai, a mãe abre uma casa de pensão, mas ela também morre em seguida. João Coqueiro e Amélia, sua irmã, vão morar, então, com uma amiga da família, Madame Brizard, mulher de 50 anos. Com a convivência, João Coqueiro e Mme. Brizard decidem se casar e reabrir a casa de pensão que fora da mãe do moço.
O plano para por as mãos na fortuna de Amâncio: Amélia
João Coqueiro, após conhecer Amâncio, comenta com a esposa que possivelmente encontrara um marido para a irmã, já com 23 anos. A menina, informada por Mme. Brizard, concorda com a possibilidade.
A chegada de Amâncio na pensão
Assim, Amâncio vai à casa de João Coqueiro. Lá, ele conhece a família, mais os filhos de Mme. Brizard, o menino César e Nini, mulher com problemas mentais; e os moradores da pensão, tendo destaque o casal Lúcia e Pereira. João Coqueiro mostra as vantagens de viver ali: comida, lanches, carinho. Amâncio decide aceitar a oferta e, já naquela noite, dorme ali. Ao acordar, ele agarra o braço de uma menina que trabalhava ali. Enquanto isso, Mme. Brizard combinava a estratégia

Outros materiais