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FIGUEIREDO PIMENTEL - Os meus brinquedos 1858 (1)

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BIBLIOTECA
LIVRARIA QUARESMA 
Contendo: cantigas de” berço,
jogos « divertimentos “cole
giais cte, “Teatro infantil
, fg d o
FIGUEIREDO PIMENTI
o
AVG” Error A
LIVRARIA é VARESMA
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOTECA INFANTIL DA LIVRARIA QUARESMA
 
os
MEUS BRINQUEDOS
LIVRO PARA CRIANÇAS
CONTENDO
MUITAS CANTIGAS PARA ADORMECER NO BERÇO;
VARIADISSIMOS BRINQUEDOS E DIVERTIMENTOS COLEGIAIS;
INOMEROS JOGOS DE PRENDAS PARA ADULTOSE CRIANÇAS
SEGUIDOS DO
“TEATRO INFANTIL
CENAS E COMÉDIAS PRÓPRIAS PARA SEREM
REPRESENTADAS POR MENINOS E MENINAS
POR
FIGUEIREDO PIMENTEL
 
QUARTA EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
LIVRARIA QUARESMA
1958
 
 
OS MEUS BRINQUEDOS SAO
DE EXCLUSIVA PROPRIEDADE
DA LIVRARIA QUARESMA
Rio — 1958
BAUUM (4
Arce
 
 
PREFÁCIO
A obra que ora publicamos — dizêmoo, sem falsa mo-
déstia — reúne em si o útil e o agradável — dois elementos
que, difícil e raramente se encontram em trabalhos de qual-
quer matureza,
Não sendo um livro prôpriamente didático, todavia, está
subordinado aos dêsse pênero, sendo, também, um fraquissimo
subsídio com que concorremos para o estudo do folk-lore
brasileiro.
Todos os jotos infantis, que estão colecionados, recolhe.
mo-los da tradição oral; a maior parte dêles brincamo-los nós
mesmos, na nossa infância, com crianças de ambos os sexos;
e algums outros vimo-los brincar posteriormente,
Todos êles, sem exceção, são populares, e usados em lo-
calidades do Rio de Janeiro, conquanto também os tivéssemos
visto executados em outros estados.
Na Biblioteca de Fducacão Popular, publicada no Pôrto
pelo enúdito e oberoso pedavogo sr. P. Adolhbo Coelho, en-
contramos alouns, mo obúseulo dos Togos e Rimas Infantis.
Diferem, porém, das versões que colhemos,
Bom seria escrever-se a música que acombanha as cant
gas — música cararterística e penninamente popular, de sm
ritmo bizarro, agradável e harmonioso ao mesmo tempo, e pá-
6 OS MEUS BRINQUEDOS
ra, complemento, ótimo acompanhar o texto de gravuras expli.
cativas. Bem acolhido o presente trabalho, como, aliás, espe-
tamos; é muito possível que os editores se abalancem a tama-
nho empreendimento
Nada quizemos emendar do que ouvimos e coletamos: tô-
das as camiigas foram reproduzidas com a máxima fidelidade,
mesmo nas palavras erradas;frases de construção viciosa; erros
de prosódia e sintaxe; versos sem o número de sílabas reque-
rido pela metrificação.
“Ao público, principalmente aos educadores e às mães de
família, entregamos a nossa obra.
Não precisamos invocar-lhe a atenção. Diremos apenas
que quase todos os jogos que damos têm por fim o exercício
físico, quer violento, quer moderado, mas sempre regular —
o que hoje é recomendado sobejamente, pela pedagogia e pela
higiene,
Além disso a criança que brinca não pensa. O instinto
infantil as fará propensas à mentira, à perversidade, aos maus
costumes. Receiem-se as que vivem pelos cantos da casa, tris-
tes, bisonhas, pensativas; é sintoma de enfermidade,
Foi assim julgando, que reunimos os jogos desta coleção.
Na Primeira Parte incluimos exclusivamente algumas
"eantigas de berço” e brincadeiras para criancinhas ma pri-
meira infância
Na Segunda, estão os jogos para ambos os sexos, quase
sodos de exercício ao ar livre, mas que, também, podem ser
brincados em aposentos.
NaTerceira, reunimos diversões de salão, que aproveitam
não s6 à infância como aos adult
O Teatro Infantil, que constitui a quarta e última parte,
compõe-se de peças para serem representadas por crianças.
A Bela Pastorinha é o desenvolvimento de uma história
e cantiga popular no Brasil e em Portugal, que tóda a gente
conhece, Demos-lhe a forma dramática, que a isso se presta,
emendando ligeiramente os versos e acrescentando outros.
 
 
OS MEUS BRINQUEDOS 7
O Mentiroso é uma comédia da condessa de Ségur, em
dois atos, que reduzimos « um único, adaptado «os nossos
costumes,
O Médico Doente é poesia do ilustre professor Hilário
Ribeiro, arranjada para cena.
E êste o livro.
Cremos que êle preencherá cabalmente o seu fim.
PRIMEIRA PARTE
CANTOS DE BERÇO
 
CANTIGAS PARA ADORMECER
OÃO Curutá,
Detrás do murundá.
Levai êste menino
Prá comer com angú.
 
Acordei de madrugada,
Fui varrer a Conceição,
Encontrei Nossa Senhora
Com seu raminho na mão.
Pedi o raminho,
Ela me disse que não,
Tornei a pedir,
Ela me deu seu cordão.
 
2 OS MEUS BRINQUEDOS
Numa ponta Santo Antô
Noutra ponta S. João,
No meio Nossa Senhora
Com seu lencinho na mão.
 
Bacia de prata,
Areiada com sabão,
Lavai êste menino,
Vesti o seu roupão.
Roupão de veludo,
Camisinha de filó,
Tudo isso feito
Por mãos da vovô.
Nossa Senhora lavava
Na beira do rio,
Lavava os paninhos
Do seu Bento Filho.
A Senhora lavava,
S. José estendia,
O menino chorava
Do frio que fazia.
Não choreis, meu menino,
Não choreis, meu amor,
Que a faca quecorta
Dá golpes sem dor.
SEGUNDA PARTE
JOGOS INFANTIS
 
A CADEIRINHA
UAScriancas maiores fazem uma cadeirinha
com as mãos e os bracos, e carregam outra,
menor.
Faz-se a cadeirinha da seguinte form:
Uma das pessoas aperta com a mão direita o
braço esquerdo, entre o cotovelo e o punho (ante-
braço) : com a mão esquerdaaperta o braço direito da
outra pessoa, que, por sua vez, estando na mesma
posição, agarra com a sua esquerda o braço direito
da primeira.
Formada, assim a cadeira, sentam a criancinha,
e cantam:
 
16 OS MEUS BRINQUEDOS
Lá vai a Senhora Madeira
Sentada na sua cadeira,
Fiando o seu algodão.
Pelas barbas do seu capitão...
capitão não está em casa,
Ora demos com ela no chão!
Fazem menção de atirar a criancinha.
Também se canta do seguinte modo; balançando-se,
porém, a cadeirinha:
Bango-balango,
Sinhô capitão,
Pinga de vinho,
Pedaço de pão,
Cosido e assado
No seu caldeirão!
 
 
 
SERMÃO DE S. COELHO
'OLOCA-SE umacrianca pequena sôbre uma me-
sa, uma cômoda, uma janela, qualquer lugar
elevado, e manda-se repetir:
Sermão de S. Coelho,
Com seu barrête vermelho,
Sua espada de cortiça,
Para matar carriça.
A carriça deu um berro,
Tóda a gente se espantou,
Só ficou uma velhinha,
Embrulhada num chinelo.
pessoa abre os bracos e criancinhaatira-se.
Com êsse brinquedo acostuma-se as crianças
& não terem mêdo.
 
O DEDO MINGUINHO
RINCA-SE com crianças de dois anos e menos.
Pega-se-lhe na mão, e vai-se indicando cada um
dos dedosdizendo:
Dedo minguinho (o auricular) ; seu vizinho (o
anular) ; pai de todos (o médio); fura-bolos (o in-
dicador) ; mata-piolhos (o polegar).
Em seguida roça-se-lhe na palminhã da mão,e
pergunta-se:
— Quem foi que tirou o toucinho daqui?
A própria pessoa responde, se a criança ainda
não fala:
— Foio rato.
OS MEUS BRINQUEDOS 19
E prossegue, passeando com a mão so longo do
braço da crianca, até o sovaco, fazendo cócegas, e
dizendo:
— Lá vai o gatinho atrás do ratinho... Lá
vai O gatinho, atrás do ratinho... Minhão... Mi-
nhão... Entrou no buraquinho...
 
 
A SENHORA D. SANCHA
ENTA-SE uma criança no chão ou numa cadei-
rinha baixa.
As outras seguram um lenço, toalha ou qual-
quer pedaço de fazenda, e, girando em tôrno, can-
tam:
Senhora dona Sancha,
Coberta de outo e prata,
Descubra o seu rosto
Que lhe quero ver a cara.
A que está sentada pergunta:
OS MEUS BRINQUEDOS a
Que anjos são êsses
Que andam me guiando
Denoite e de dia:
Padre-Nosso, Ave-Mari
 
Respondem as da roda:
Somos filhas de dom Rei
E netas de dom Conde,
Que manda que se esconde
Debaixo de uma pedra.
Deixam cair o lenço, cobrindo a cabeca de d.
Sancha,e correm a se esconder.
D. Sancha, passando algum tempo, vai pro-
cura-las.
A quem encontraprimeiro, vai para o seu lugar.
 
AS OPERARIAS
AS crianças que compõem a roda cantam:
Lá na ponte da Vinhaça
Todo o mundo passa:
As lavadeiras fazem assim. ..
 
Esfregam os vestidos, imitando a lavagem de
roupa.
Depois imitam as engomadeiras, as costureiras,
as barbeiras, as faceiras, as quitandeiras, ete., ete,
 
ORMA-SE a roda, ficando umacriança no meio.
Cantam as da roda:
Chora menina, chora
Chora porque não tem
Vintém.
Menina que está na roda
Parece uma toleirona,Bobona
Batem palmas e cantam:
Os quindins,
Os quindins,
Os quindins,
Dô lá... 
Então, a do centro, requebrando-se, executa
passinhos de dança. Dirige-se para uma das da
roda,que à substitui.
Recomeça o brinquedo, só terminando quando
tôdas houverem ido para o meio,
 
 
 
Fim brinquedoé simples.
Formada a roda, as meninas cantam:
O Ciranda, Cirandinha,
Vamos todos cirandar
Umavolta, meia volta,
Volta e meia quero dar.
O anel, que tu me deste,
Era de vidro — quebron-se:
O amor, que tu me tinhas,
Era bem pouco — acabou-se,
 
Us granderoda, fazem as crianças, em número
par, dando as mãos umas às outras. Nêsse sen-
tido giram sempre, suavemente sem parar.
Ao centro conserva-se uma menina, que é a viu-
vinha
A viuvinha canta, dirigindo-se às companheiras
da roda:
6 meninas! 6 meninas!
Onde foste passear?
Tôdas as crianças que compõem a roda, res.
pondem:
Ao jardim dtelcei meu pai,
Para ali contradançar. ..
26 OS MEUS BRINQUEDOS
Então, a menina queestá ao centro, canta:
Eu sou viuvinha
Das bandas d'além:
Quero me casar,
Não acho com quem...
Em seguida, designando sucessivamente cada
uma das crianças:
Com esta não...
Ao chegar, porém, àquela queprefere, bate pal-
mas, abraça-a e exclama:
Com esta sim,
Que é do meu coração!
Nessa ocasião, tôdas as crianças abraçam-se rà-
pidamente umas às outras, formando pares, de mo-
do que uma delas, menos ágil ou menosesperta, fique
isolada.
Essa é que fica sendo a viuvinha: paga prenda,
e o jôgo continua.
 
A BELA PASTORA
“A mesmaformaque no precedente brinquedo da
Viuvinha, forma-se a roda, que também deverá
ser de número pardecrianças.
Um pouco afastada, acha-se aquela com quem
se combinou prêviamente ser a pastôra.
As crianças,de mãos dadas, volteando para qual-
quer dos lados, cantam:
Tá em cima daquela montanha
Avistei uma bela pastóra,
Que dizia na sua linguagem
Que queria se casar...
 
Fazem uma ligeira pausa, e prosseguem:
Bela pastôra entrai na roda...
2 OS MEUS BRINQUEDOS
A crianca que está do lado de fora entra na
roda, que se abre para lhe dar passagem, fechando-
se imediatamente em seguida, enquanto as outras,
girando sempre, continuam:
E vereis como se dança
Uma volta... meia volta
A bela pastôra, que está, então, no centro da
roda executa qualquer passo de dança,
As demais companheiras dizem por último:
E abraçai o vosso amor!
A bela pastôra escolhe alguém que abraça.
A pessoa escolhida vai para fora da roda, co-
mo pastôra, e o brinquedo prossegue.
 
MEU BELO CASTELO
"qndo ficado uma pessoa do lado de fora, de-
pois de formada a roda,as crianças cantam:
Meu belo castelo
Mata tira tirerão...
Meu belo castelo
Mata tira tireção...
A que está fora da roda chama:
Mademoiselle... .
(Diz o nome da criança que escolhe.)
As outras perguntam:
Que dareis por cla?...
Mata tira tirerão...
Que dareis por ela?... ..
Mata tira tirerão...
30 OS MEUS BRINQUEDOS
Então a menina responde o que dá, como seja:
um vestido de sêda, um broche de brilhantes, ete.
Exemplo:
Um vestido de sêda
Mata tira tirerão
Um vestido de séda
Mata tira tirerão.
 
 
A pessoa escolhida sai da roda e vai reunir-se
à outra.
O brinquedo continua assim, até que se for-
me uma segunda roda, ao passo que a primeira vai-
se desmanchando,
 
O SOLDADO INGLÊS
O reaniza-se a roda e todos cantam:
Soldado inglês,
Que veste amarelo,
Vibranco e azul
Da côr daquéle céu:
Se fôsses à Espanha,
Trouxesses o meu chapéu
Daria os meus braços,
Meu verdadeiro amor...
Quando se fala em céu, aponta-se para cima;
em chapéu, leva-se à mão à cabeca, fazendo-se
menção de se descobrir, como quando se cumpri-
menta; em braços, estende-se os braços; e quando
se diz “meu verdadeiro amor”, bate-se no peito.
32 OS MEUS BRINQUEDOS
Depois as criancas em roda giram mais de-
pressa, e também mais aceleradamente cantam:
 
Anda em roda, em roda,
Anda em flôr, em flôr,
Queinda está para nascer
Quem há de ser o meu amor.
As crianças abraçam-se; e está findo o brin-
quedo.
 
O CONDE DE SENA
: Eszanvo as crianças na roda, girando, cantam:
= O conde de Sena
a Diz que nos dará
$ Um jógo galante
3 Que nos divertirá
= A que está no centro responde, apontando com
Po dedo ora uma, ora outra das companheiras:
Nãoquero ati,
Nem àti,
Nem aninguém...
Só a ti,
Só a ti
Só a ti,
Meu rico bem...
 
Abraça a escolhida, que vai para o centro, até
terminar o divertimento, depois que tôdas houve-
rem ido.
 
A MÃO DIREITA
EUNEM-SE em umaroda as crianças, de mãos
dadas, e cantam:
A mão direita tem uma roseira,
A mão direita tem umaroseira,
Que dá flôr na primavera,
Que dá flôr na primavera...
Entrai na roda, 6 linda roscita,
Entrai na roda, 6 linda roseira,
E abraçai a mais faceira,
E abraçai a mais faceira...
A do centro escolhe uma das que compõem a
roda, e abraça-a.
 
 
 
NESTA RUA
G ANTAM es crianças da roda:
Nesta rua tem um bosque
Que se chama solidão...
Nesse bosque mora um anjo
Que roubou meu coração.
Responde a do meio:
Si roubei teu coração,
Tu roubaste o meu também:
Si roubei teu coração,
E porque te quero bem...
Em seguida abraça uma das companheira da
roda que, nesse caso, vai para O centro substitui-a,
e recomeça-se o brinquedo.
 
A MODA DAS TAIS ANQUINHAS
G ANTAM ascrianças da roda:
A moda das tais anquinhas,
E uma moda estrangulada,
Depois do joelho em terra
Faz a gente ficar pasmada.
F... sacode à saia,
F... abre os teus braços,
F... tem dó de mim,
FP... déme um abraço.
 
F... é a pessoa que está no centro.
Diz-se-lhe o nome ou o apelido por que é co-
nhecida.
Essa pessoa, à proporção que as outras vão
cantando, sacode a saia, abre os braços, e final-
mente escolhe para abraçar uma das pessoas a qual,
então, vai para o meio da roda.
 
CONSTANÇA
AS criancas que formam a roda, cantam, em-
quanto vão girando para qualquer um dos
Jados:
Constança, meu bem, Constança
Constante cu hei de ser...
Jurei te amar, Constança,
Constante até morrer!
Por esta ru,
Dominó.
Passou meu bem,
Dominó...
O passarinho,
Dominó. .
Cafu no laço,
Dominó
38 OS MEUS BRINQUEDOS
Dá um beijinho,
Dominó.
Dá um abraço,
Dominó.
 
A criança que está no centro da roda é quem
diz Dominó.
Terminando, ela escolhe alguma das compa-
nheiras e abraça-a. Essa, então, toma-lhe o lugar.
 
VAI ABÓBORA!... VAI MELÃO!..
permase a roda e todos cantam:
Vai
Vai
Vai
Vai jambo, sinhá!...
Vai jambo, sinhá!
Bem doce!...
Senhora dona F..
 
Vai melão!
lancia !
 
(Dizem o nome de uma das meninas, que vai
para o meio, e continuam:)
Entre dentro desta roda,
Diga um verso bem bonito,
Diga adeus, e vá-se embora!
40 OS MEUS BRINQUEDOS
A pessoa do centro canta uma quadra qual
quer: cumprimenta com uma ligeira inclinação de
cabeça, e vai ocupar novamente o seu lugar na
roda.
Prossegue a brincadeira, que só termina quan-
do tôdas houverem ido para o meio.
 
MARIQUITA, MUCHACHA
D EPOIS de formada a roda, e tendo permane-
cido uma pessoa ao centro, cantam as outras
crianç;
 
Vosso pai já vem, Mariquita!....
Lá em cima daquéle morro
Tem uma meninazinha,
Mariquita,
Dêste tamaninho,
Mariquita.
(Abaixam tôdas a mão direita até tocar quase
no chão, mostrando, assim, o tamanho da menina).
42 OS MEUS BRINQUEDOS
Ela está me chamandinho,
Está me chamando assim,
Mariquita
(Acenam com a mão, fingindo que estão cha-
mando alguém.)
Quando fordes à missa,
Mariquita,
Passai por aqui,
Levai meu rosário,
Rezai por mim,
Mariquita.
Minha mãe, p'ra me ver casada,
Prometeu um saco de farinha,
Mariquita,
Um saco do tamanho... olô..
(Dão um grande salto, erguendo os braços pa-
ra o ar, de modo a figurarem o tamanhodo saco.)
Mucadinho de farinha, assim,
Mariquita!
(Abaixam as mãos, figurando um pequenino
monte de farinha.)
Depois que meu viu casada,
É que à porca torce o rabo,
Maciquita!. .
(Tôdas seguram no vestido da que está ao
centro, e torcem-no.)
 
A GATINHA PARDA
ORMA-SE a roda. Ao centro fica uma criança,
a qual prêviamente vendaram os olhos, com
um lenço dobrado, de modo a impedila de ver.
Traz na mão uma varinha.
As que formam a roda, girandosempre can-
tam:
A minha gatinha parda
Que à três anos me fugiu!
Quem roubou minha gatinha?
Você sabe, você sabe, você viu
 
 
Calam-se. A que está ao centro bate com a va-
rinha em umadas da roda. Esta mia como gato.
Se a do meio a reconhece pela voz, diz-lhe o no-
me e essa vai ocupar-lhe o lugar, Se engana-se, o
jôgo prossegue até que ela adivinhe.
 
S crianças, como na Gatinha parda, dão-se as
mãos, formando a roda, enquanto uma delas es-
tá ao centro, com os olhos tapados e trazendo uma
varinha:
As da roda cantam:
Vem cá, Sirirí!
As moças te chamam,
Tu não queres vir...
A que está no centro responde:
Eu sou um pobre velho,
Não vejo o caminho,
Não ouço 0 piano,
Não sei quem, está aí.
OS MEUS BRINQUEDOS 45
As da roda novamente chamam, cantando:
Vem cá, Siriri!
A menina do meio bateindistintamente em uma
das companheiras, que mia como gato.
Se adivinhar em quem bateu, sairá do meio, in-
do para a roda, enquanto aquela a substituirá.
Do contrário, continúa no centro, de olhos
tapados.
 
CARNEIRINHO, CARNEIRÃO
mqcpAs cantam, depois de formada a roda:
Carneirinho, carneirão,
Olhai pr'o céu,
Olhai pr'o chão.
 
(As crianças olham sucessivamente para o céu
e para o chão).
Manda el-rei, nosso senhor
Para nós nos sentarmos.
'Tôdas se sentam no chão, dando-se sempre as
mãos, e prosseguem:
Carneirinho, carneirão,
Olhai pro céu,
OS MEUS BRINQUEDOS 47
Olhai pro chão,
Manda cktei, nosso senhor,
Para nós nos levantarmos
(Levantam-se e continvam girando, a cantar:)
Carneirinho,carncirão,
Olhai pro céu
Olhai pro chão,
Manda el-rei, nosso senhor,
Para nós nos ajoelharmos.
 
(Tôda a roda ajoelha, e canta:)
Carneirinho, carneirão,
Olhai pro céu
Olhai pr'o chão,
Manda el-rei, nosso senhor,
Para nós nos levantarmos.
(Novamente as crianças erguem-se do chão, e
prosseguem)
Carneirinho, carneirão,
Olhai pro céu
Olhai pro chão,
Manda el-rei, nosso senhor,
Para nós nos deitarmos.
(As crianças deitam-se no chão, e só, então,
largam-se as mãos. Deitadas, cantam:)
48 OS MEUS BRINQUEDOS
Carneirinho, carneirão,
Olhai pr'o céu,
Olhai pro chão,
Manda el-xei, nosso senhor,
Para nós nos levantarmos.
(As duas meninas maiores e mais robustas da
roda aproximam-se das outras, e, segurando em ca-
da uma,pelas mãos, ajudam-na saltar. A quepula
mais alto vai para o céu, enquanto as outras ficam
noinferno.)
 
O CHICOTE QUEIMADO
EGA-SE em um lenço, um pedaço de pano tor-
cido, que o diretor do brinquedo primeiramen-
te escondeu, de modo que as outras pessoas o igno-
rem.
Dado o sinal, começam todos a procurá-lo.
Quandoalguém se aproxima dosítio, onde está
oculto o chicote queimado, o diretor vai dizendo:
— Está morno. ... está esquentando... cada vez
mais... está quente... quente... está pegando
fôgo...
Aquêle que o acha,corre atrás dos outros, que
são obrigadosa chegar até um certo ponto. Os re-
tardatários apanham, desde que estejam ao alcance
do chicote queimado.
Quandoosque estão procurando se acham lon-
ge, ou se afastam, diz o diretor:
— Está frio... está esfriando... está gelado...
 
ENDAM-SE os olhos de uma das crianças, do-
brando-se um lenço, de maneira a impossibi-
litá-la de ver.
As outras ficam disseminadas em tôrno, pron-
tas a fugir ao primeiro sinal.
Uma delas pergunta-lhe:
— Cabra cega?
— Senhor, meu amo! responde a cabra cega.
— Donde vens?
— Venho do moinho.
— Quetrouxestes?
— Um saco de farinha.
— Dá-me um bocadinho?
— Não dou, não.
OS MEUS BRINQUEDOS 5
Assim respondendo, a cabra cega estende a
mão,
A queinterroga dá-lhe uma pancadinha, dizen-
do:
— Vai procurar quem te deu.
Tódas as pessoas debandam-se. A caba cega fi-
ca tateando, até agarrar uma des crianças, que vai
para seu lugar; também de olhos vendados.
 
OS VIZINHOS
PAêste divertimento, que podem brincar tam-
| to adultos como crianças, é preciso número
ímpar de pessoas.
Sentam-se todos em cadeiras colocadas de cos-
tas, duas a duas.
Uma pessoafica de pé. Dirige-se a um dos que
estão sentados, é inquire
— Está bem com seu vizinho?
O interpelado responde afirmativa ou negativa-
mente,
Se diz que está, o interrogado dirige-se a ou-
trem..
Quando alguém diz está mal, ordena-se:
— Pois então mudem-se,
Todosse levantam precipitadamente.
O queestá de pé procura sentar-se.
Havendo número par de cadeiras, e ímpar de
pessoas, uma fica forçosamente de pé.
Essa substitui a que se sentou, e paga prenda.
 
QUEM VAI AO AR PERDE O LUGAR
S pessoas que tomarem parte nêste brinquedo
deverão formar um círculo, juntas umas das
outras, ombro a ombro.
Dolado de fora fica uma criança, girando em
tômo da roda.
Depois de haver feito algumas voltas — tan-
tas quantas entender — em qualquer direção, ba-
te de leve no ombro de um dos companheiros, e diz:
— Quem vai ao ar perde o lugar
“Acabando de pronunciar esta frase, corre râpi-
damente, na mesma direção em que estava cami-
nhando.
O outro, por seu turno, também corre, em sen-
tido oposto.
Se a criança que se achava fora do círculo, con-
seguir alcançaro lugar deixado pela que foi batida,
será por essa substituida. Do contrário, terá de ba-
ter em outra, continuando o brinquedo.
 
 
OS CORDEIROS E O LOBO
RAÇAM-SE no chão dois quadrados ou dois
círculos, à vontade, um em frente ao outro, mas
alguns passos distantes.
Num dos quadrados ficam os jogadores, que se
chamam cordeiros, e estão no curral.
Noquadrado oposto permanece sozinho o lobo.
O lobo sai do seu lugar, e grita:
— Olha o lobo!
Logo que êle parte, os cordeiros abandonam o
curral, Atravessam o espaço que medeia entre um e
outro quadrado, procurando chegar à morada do
lobo.
Tenta êste agarrar um doscordeiros, mas ape-
nas um daquêles que se acharem na sua frente,
porquanto não é permitido voltar para trás.
OS MEUS BRINQUEDOS ss
Se, porventura, um doscordeiros se deixar apa-
nhar, ficará sendo lobo também,e, por conseguinte,
obrigado a auxiliar o companheiro na captura dos
outros.
Não se deixando, porém, nenhum dêles agarrar,
escolhe-se outro lobo, mais ágil e mais esperto.
 
O LAVRADOR E A RAPOSA
AZEM roda as crianças, dando as mãos umas
às outras, e elevando os braços, de modo a
formar arcos.
Umadelas é a rapósa e a outra o lavrador; as
demais são aves domésticas.
A rapôsa permanece dentro da roda. Chega o
lavrador e pergunta:
— Que fazes no meu galinheiro, rapôsa?
Responde esta:
— Estou procurando galinhas...
Penetra, então, o lavrador na roda, e persegue
a rapôsa, que trata de se escapulir. Ambos passam
por baixo dosbraços das crianças, ora entrando, ora
saindo.
Termina o brinquedo quando é prêsa a rapôsa.
 
S crianças formam uma cadeia, dando-se as
mãos, em linha. A que fica na extremidade
da esquerda estabelece com a extremidade oposta o
diálogo seguinte:
— Padeiro!... Padeir
— Senhor, meu amo!
— Quantos pães queimou por dia?
— Vinte e um queimados.
— Quem foi que os queimou?
— Foi o padeiro.
— Padeiro!... Padeiro
 
 
Eu já lá vou.
O primeiro passa por baixo dos braços do úl-
, acompenhado por todos; depois pelos do se-
 
58 OS MEUS BRINQUEDOS
, assim, sucessivamente, de maneira que to-
dos fiquem com os braços cruzados sôbre o peito,
mas sempre repetindo o mesmo diálogo acima, de
cada vez.
Quando todos estão nessa posição, o da extremi-
dade esquerda interroga:
 
— 'Tem umaagulha que me empreste?
— Está sem fundo.
— "Tem um dedal que me empreste?
— Está furado.
— Tem um tacho que me empreste?
— Está amassado.
— Tem umacorda que me empreste?
— Estácheia de nós.
— Vamosver se arrebenta.
Fazem fôrca, de modo que todos, ou quase todos,
se desprendam,largando as mãos.
 
BENTO FRADE
 
ESTE pringucão é para o terreiro, para o campo
— lugar espaçoso livre.
Uma pessoa fica sentada, c as crianças de pé,
em atitude decorrer.
Diz aquela pessoa:
— Bento, que bento frade?
Respondem as criancas em côro:
— Frade!
— Na bôca doforno.
— Forno...
— Tirai um bôlo...
— Bolo!...
— Faz tudo quanto seu mestre mandar?
— Faço.
— vá buscar...
A pessoa manda buscar uma flôr, uma fôlha,
uma pedra, um objeto qualquer .
O quechegar por último apanha umbôlo.
 
PIQUE
HAMA-SEPique ou Picolé.
O “pique” é também o lugar designado pa-
ra o ponto de reunião.
Uma criança fica no pique, enquanto tôdas as
outras se escondem.
Depois que tôdas estão escondidas, grita uma
delas:
— É tempo!...
A queestá no pique sai, e vai procurá-las.
A queencontrar substitue-a.
 
TEMPO SERA
 
TA variante do precedente.
Difere que a crianca queestá no pique vô
tôdas as ontras.
Essas gritam:
“Tempo será
De mi co có,
Laranja da China,
“Tabaco em pó,
Mãe Joana já veio?
Ela pode chegar.
Ticotico sabiá.
a OS MEUS BRINQUEDOS
E que bate no pau,
E que faz cantar,
No morro do Gambá!
A que está nopiquesai ao encalço das outras,
fazendoo possível para agarrar uma delas.
As demais esforçam-se para chegar livremente.
Se umaé apanhadavai parao pique.
E preciso, porém, que não deixe a que foi pi-
lhada soltar-se; do contrário permanecerá no pique.
 
 
 
 
MARIA MOCANGUE
MA terceira forma do pique.
A criança fica de face voltada para a pa-
rede.
Uma outra aproxima-se dela, e diz:
Maria Mocangué
Bate, bate,
Vou me esconder.
Corre e esconde-se.
A queestá nopique deixa passar algum tempo,
o sai à cata de qualquer uma, agarrando a que não
conseguir chegar em tempo.
 
A RAPOSA E AS GALINHAS
C HAMA-SE galinhas as pessoas que se associam
à Êste jogo, menos umaqueserá
a
rapósa.
Antes de principiar o divertimento, tracam-se
no chão, em lugares diferentes, três compartimentos:
9 galinheiro, o gramadoe a casa da rapósa.
Sai a rapôsa da sua toca e dirige-se para o ga-
linheiro.
As galinhas, queestão no gramado, cantam:
Podes farejar, rapôsa
Todo 0 nosso galinheiro,
E até mesmo, se quizeres,
Permanecer dia inteiro.
OS MEUS BRINQUEDOS 65
Para à fome saciares,
Nada, nada encontrarás.
Procura, como quizeres,
Que galinha não terás!
Certificando-se a rapôsa que as galinhas na ver-
dade não se acham no galinheiro, vai procura-las,
fazendo todos os esforços para apanha-las, isto an-
tes queelas, saindo do gramado, se recolham.
As que se deixarem agarrar, irão para a casa
da rapôsa.
Daí só sairão terminado o brinquedo, salvo o
caso de, nas outras vêzes, nenhumadas galinhas cair
prisioneira.
O divertimento finda quandosó existir uma ga-
linha no galinheiro.
E preciso observar-se que, principiado o brin-
quedo, é proibido à rapôsa dirigir-se para o gali-
nheiro, enquanto houver alguma galinha fora dêle.
Também aí, ela não poderá agarrar nenhuma prêsa,
só lhe competindo enxotá-las para o gramado.
 
 
 
JOGO DAS COMADRINHAS
FICAM as crianças de cócoras, em linha, ao lon-
go da parede, ou mesmo ao ar livre, contanto
que permaneçam umas em frente às outras. É mis-
tér número par.
As que estão de um lado gritam:
Comadrinha!... Comadrinha!....
— Que quereis, senhora minha? perguntam as
outras.
— Viste por lá meus patinhos?
— Quelhes deste para comer?
— Milho cosido.
Que lhes deste para beber?
— Agua dorio.
 
OS MEUS BRINQUEDOS s7
— Meu comprade já veio?
— Jó, sim, senhora.
— Que me trouxe?
— Um vestido côr de limão.
Então saem tôdas, de cócoras, pulando como
sapo, e avançam umas para as outras gritando:
E de mimfo-fão,
E de mimfão-fã
E de côr de limão,
£ de N. S. da Conceição.
 
Sempre acocoradas trocam de lugar.
 
AS MÃOS QUENTES
RINCAM as criancinhas sentadas em fila.
Umaoutra coloca-se distância, bastante afas-
tada, de cócoras.
Esta grita:
— Cô-cd-rô-cô!...
Naposição em queestá, pula alguns passos.
As outras estão sentadas esfregando as mãos,
para aquecê-las, e respondem:
— La vem galo debaixo do pé do môlôlô!...
— Cô-cô-rô-cô!...
— Lá vem o frango debaixo de pé do môlôlô...
Variando assim, a criança chega próxima das
outras, e indaga:
OS MEUS BRINQUEDOS so
— Que é que tem para me dar?
A pergunta é feita sucessivamente a cada uma
das outras, que responde: um dôce, um presento,
um vestido, qualquer coisa, em suma. Dada a res-
posta, a crianca encosta as palmas das mãos no
rosto da que serviu de galo.
A que tiver as mãos menos quentes vai substi-
tuí-la.
 
BATER AS MÃOS
DS crianças sentadas defronte ao pé uma da
outra, baterão simultâneamente com as mãos
abertas: primeiro nos joelhos; depois cada uma com
a sua direita na sua esquerda; depois com a sua di-
reita na esquerda da companheira, e vive-versa; e,
outra vez, cada uma com uma mão na outra; outra
vez nos joelhos; e assim por diante, sempre na mes-
ma ordem, sem parar.
Cantam ambas modelando as cantilenas pelas
palmas:
 
Lá detrás da serra,
Calunga,
Tem uma mulatinha,
Calunga
OS MEUS BRINQUEDOS n
Com cara queimada,
Calunga,
Quem foi que queimou?
Calunga,
Foi sua senhora
Calunga,
Por causa de que?
Calunga,
Por causa do peixe frito,
Calunga,
Que o gato comeu,
Calunga.
Que é do gato?
Calunga.
Fugiu p'ro mato,
Calunga,
Que é do mato
Calunga.
O fogo queimou,
Calunga.
Que é do fogo?
Calunga,
A água apagou
Calunga.
Que é da água?
Calunga,
O boi bebeu,
Calunga.
Queé doboi?
Calunga,
Está amassando trigo,
Calunga.
Que é do trigo?
Calunga,
n OS MEUS BRINQUEDOS
A galinha espalhou,
Calunga.
Que é dagalinha?
Calunga,
Está pondo ovos,
Calunga.
Que é dos ovos?
Calunga.
O frade bebeu,
Calunga.
Que é do frade?
Calunga,
Está dizendo missa,
Calunga.
Que é da missa,
Calunga.
Está no seu altar,
Calunga.
Que é doaltar
Calunga.
Está no seu lugar,
Calunga.
Também se continua cantando:
Mandei fazer uma casa
Calunga,
De quatro janelas,
Calunga,
Duas para frente,
Calunga,
Duas para 0 mas,
Calunga,
Para esperar meu mano,
Calunga,
Quando ele chegar,
Calunga,
OS MEUS BRINQUEDOS 7
Se êle chegar bom,
 
Calunga,
Paratrabalhar,
Calunga.
Se Ele chegar doente,
Calunga,
Para se tratar,
Calunga,
Se chegar quebrado,
Calunga,
Para se encanar,
Calunga
Papagaio louro,
Calunga,
Do bico dourado,
Calunga,
Levai esta carta,
Calunga,
Ao meu namorado,
Calun,
Que êle não é frade,
Calunga,
Nem homem casado,
Calunga,
 
 
 
 ui 
TIRAR SARDINHA
S ENTAM-SE duascrianças defronte uma da ou-
 
e, esfrega de leve a direita na face: contrária pou-
sa à sua mão direita, de costas para cima, na pal-
ma da outra, e retira-a, e torna a pô-la, de modo
evitar que a companheira consiga bater-lhe.
 
A primeira faz negaças, finge que bateu, até
que finalmente bate ou não.
Então a segunda substitue-a.
Brinca-se, também, por outro processo:
os MEL
 
BRINQUEDOS 7
A primeira estende as duas mãos abertas, com
as palmas para cima, e a contrária pousa nelas as
suas duas mãos — palmas com palmas.
Rapidamente a primeira tira as mãos, torce-as,
de modo que consiga bater com as palmas nas cos-
tas das mãos da adversária.
Assim revezam-se,
 
GAUSAS
qt—
Ea
PIMPOLINHA
S ENTAM-SE as crianças em roda, com as pernas
estendidas, de modoque os pés se toquem.
Umadas da roda bate com a mão no pé de uma
outra, e sucessivamente em todos, inclusive nos seus,
e vai dizendo:
Uma, duas argolinhas,
Finca o pé na pimpolinha,
O rapaz que o jógo faz,
Faz O jógo do gamão...
Canta bem Mané João,
Conta bem que vinte são,
Arrecolhe Este pezinho
Na conchinha de uma mão.
O pé, no qual a mãoda pessoa bateu, ao pronun-
ciar a última palavra, recolhe-se fora da roda.
OS MEUS BRINQUEDOS 7”
O diretor do brinquedo bate, então, em outro,
e em todos os mais, recolhendo-se novamente aquêle
em que tocou por último.
Quando todosos pés estão recolhidos, ascrian-
cas estendem-os outra vez, e batendo com o calca-
nhar no chão, cantam:
Pé de pilão
Carne-sêca com feijão.
Repetem até se aborrecer.
 
O ANEL
M roda, sentam-se as crianças com mãos pos-
tas, em forma de caixa, aberta pelo lado de
cima,
Umafica de pé, também com as mãospostas,
escondendo um anel. Gira em tôrno da roda, fingin-
do que põe o anel nas mãos de tôdas, pondo-o efeti-
vamente nas de uma delas. Essa conserva-se imper-
tubável, de modo à não demonstrar às outras que
o tem.
Então a do centro pergunta uma à uma:
— Com quem está o anel?
A que adivinha vai para o centro.
 
A ARGOLINHA
UNTAS,de pé, ou sentadas, as criancas formam
uma roda que deve ser bastante larga.
Seguram tôdas um barbante, ao qual se enfiou
uma argolinha ou anel, ecujas extremidades se
acham amarradas,
A do meio trata de vêr se consegue agarrar o
anel, onde o vê parado. As outras, porém, fazem-no
passar para diante, imprimindo um movimento com
as mãos, segurando sempre o barbante.
Aquela que, por inábil, deu causa a que fôsse o
anel agarrado, passa para o centro
 
PAZ OU GUERRA
OLOCAM-SE os jogadores em fila, dando-se as
mãos.
Um dêtes — geralmente o que está numa das
extremidades — retira-se dafileira, e, dirigindo-se
ao que se acha no extremo oposto, bate-lhe no om-
bro, dizendo:
— Vem comigo...
Afastam-se ambos, e vão postar-se um em fren-
te do outro, distantes da fila cêrca de vinte passos.
O que desafiou, tendo na mão um lenço enro-
lado pergunta ao outro:
— Paz ou guerra?...
Responde o desafiado:
— Guerral...
 
 
OS MEUS BRINQUEDOS 81
Imediatamente foge, correndo, porque é per-
seguido. Dirige-se para a fileira, e, principiando por
qualquer uma das pontas, passa por baixo dosbra-
gos de todosos outros,ora por trás de um, ora pe-
a frente de outro, até o último.
Se, por acaso, o perseguidor é alcançado pelo
lenço do perseguidor, retira-se para o lado. Então o
perseguidor vai desafiar outro.
Mas, se conseguir percorrer a fila, sem apanhar,
passa,então, a ser desafiador, ao passo que o pri-
meiro tomará o seu lugar.
 
QUATRO CANTOS
UATROcrianças colocam-se nos quetro cantos
de um aposento, de um páteo, ou no terreiro,
simulando um quadrado. Uma quinta fica no meio
Esse bate palmas.
As outras trocam de lugar com a que lhe está
em frente, ou com a do lado,e ainda com do pri-
meiro canto, com a do terceiro, etc. fazendo todo
o possível para que a do centro não ocupe nenhum
déles.
A que, por imperícia, o consentir, perde o lugar
e fica no centro.
 
OS INQUILINOS
0 S jogadores riscam no chão pequenos círculos
disseminados, que ficam sendo casas. Um dê-
les é pretendente, que não ocupacasa alguma, pas-
seandopor onde lhe convier.
Enquanto está passcando, os jogadores mudam
de casa, entre si, de maneira que não deixe o pre-
tendente se aboletar em nenhuma delas.
Sucedendo isso, passa a ser pretendente o que
perdeuo lugar.
fste divertimento é uma variante do Quatro
Cantos, com a diferença que podem brincartantas
pessoas quantas queiram.
 
OS PASSARINHOS
R EUNEM-SEem círculo, no meio do salão, tantas
cadeiras quantas forem as pessoas que toma-
rem parte nêste brinquedo, menos uma.
Todos os jogadores tomam nomes de passa-
rinhos, como sejam: canário, sabiá, rouzinol, pata-
tiva, avinhado, sanhassú, coleiro, ete., ete.
Sentam-se tôdas as pessoas, exceto o diretor
do jôgo, que também terá escolhido o seu nome de
passarinho.
fste chegar-se-á para um dos companheiros
(por exemplo, o sanhassú) e dirá:
— Levanta-te (ou vôa), sanhassú, que o caná-
rio (o diretor do jôgo, que está falando) quer sen-
tar-se,
OS MEUS BRINQUEDOS 8
O sanhassú levanta-se logo, e, enquanto o ca-
nário se senta, dirige-se a outro:
— Levanta-te (diz o nome do passarinho esco-
lhido poressa pessoa) que o sanhassú quer sentar-
se,
Prossegue-se assim, sucessivamente, a brinca-
deira.
Paga prenda aquêle que trocar o nomedo pas-
sarinho ao qual se dirige, ou que não se levantar
assim que fôr interpelado.
 
BARRA
ÃOé admissível jogar a barra em local acanha-
do, Deve êste ser bastante espaçoso e vasto, e
tanto melhor será se fôr ao ar livre.
Os meninosformam dois partidos de igual nú-
mero, colocando-se em fila, uma em frente à outra.
Cada grupo risca no chão umalinha reta, bem vi-
sível.
Esta risca, ou barra, representa o limite do
campo de batalha.
Decide-se por meio da sorte qual dos dois grupos
encetará o ataque.
Um dos jogadores sai do seu campo, e desafia
qualquer contrário, dizendo:
OS MEUS BRINQUEDOS 87
— Peço barra contra Fulano.
Se o desafiado aceita, como é natural, estende
a mão, na qual o adversário bate três palmadas fu-
gindo imediatamente após.
Aíé queestá o interêsse, O quedesafiou deve
negacear com o corpo fugir, evitar que seja agar-
rado, recuando de costas, até ultrapassar a linha,
ou limite, que representa também uma trincheira,
Cabe a vez do desafiado fugir para o seu cam-
po, porque, assim que o primeiro transpuzer a li-
nha, outro sairá contra o segundo.
O jógo prossegue assim,até que um dos gru-
pos tenha perdido mais da metade dos combatentes,
e perde quando um dos campeões se deixa agarrar
antes da barra.
A libertação dos prêsos dá-se da seguinte for-
ma:
Os prisioneiros colocam-se de mãos dadas em
fileira. Se um dos seus companheiros conseguir to-
car noprimeiro da fila, sem ser agarrado, todos fi-
cam soltos.
 
SAUT DE MOUTON
EVAM ascrianças as mãos até os joelhos, cur-
vando-se um pouco o corpo, para o saut de mou-
ton, que quer dizer — salto de carneiro.
É um jôgo divertido e higiênico, como exerci-
cio ginástico.
Um dos meninos fica curvado a meio corpo, des-
cansando as mãossôbre as pernas. Esta posição é
conhecida: só o tronco é que abaixa, pelo enverga-
mento da espinha.
Osoutros vêm correndo, pousam as duas mãos
sôbre as costas do queestá abaixado, e saltam,de
pernas abertas, sem lhe tocar, de modo a ver quem
pula mais.
Usa-se também riscar uma linha antes do que
fica abaixado, e essa pessoa adiantar um passo sem-
pre, para conseguir o mesmo fim: vêr quem mais
salta.
 
OS RATOS E O GATO
SCOLHEM-SE ou sorteiam-se dois ratos e um
gato.
Formam as crianças uma grande roda, dan-
do-se as mãos, mas deixandoduas aberturas ou por-
tas, isto é, um certo número dá-se as mãos, deixa
aí, um intervalo, e os outros procedem da mesma
forma,
O gato perseguirá os ratos, entrando e saindo
pelas portas, salvo se conseguir desprender as mãos
dos jogadores, ou passar por baixo.
Os ratos, porém, entrarão e sairão livremente
por entre as crianças, queos deixarão passar,
Desde que um rato fôr agarrado, outro substi-
tuí-lo-á,
 
O GARRAFÃO
rpragase no chão uma figura mais ou menos
semelhante a um garrafão bojudo: é um círculo
largo tendo uma porta de entrada.
Um combatente persegue o outro, rodeando o
garrafão, mas sem pisar na linha ou pularpara den-
tro, porque representa uma trincheira ou cêrea bas-
tante alta.
Só é permitido saltar de uma extremidadea ou-
tra, isto é, por cima do garrafãl
Há rapazes de grande agilidade e destreza que
o conseguem fácilmente, e comoo inimigo o ignora,
deixa-se prender facilmente.
O divertimento consiste em correr um atrás
do outro, ora se aproximando, ora fugindo, nega-
ceando sempre.
 
ORMA-SE umaroda. O braço de cadapessoa to-
ma o nome de uma madeira, como seja: jaca-
randá, cabiúna, pau-ferro, ipê, canela, etc.
Dentro fica uma criança, que é o veado.
O veado bate no braço dos que formam o cfr-
culo, e pergunta:
— Que pau é êste?
A pessoa responde.
— É forte? indaga o veado.
— E, sim,replica a pessoa.
— Vamos vêr se posso quebrá-lo, torna o vea-
do, esforçando-se para separar as mãos unidas dos
jogadores.
» OS MEUS BRINQUEDOS
Depois, o veado di;
— veadoquer fugir.
— E se o veado fugir? interroga o veado.
— Tem cêrca para saltar, responde a roda.
— 'Tem cachorro para o agarrar, responde a
roda.
E veado esforça-se para desunir os braços.
Conseguindo-o, foge, e todos saem so seu en-
calço.
 
 
A LOJA DE FAZENDAS
OISjogadores, fortes e ágeis, são um o caixei-
ro e outro o freguês.
Os restantes são metros de fazenda.
Colocam-se todos em fila, dando-se as mãos,
bem esticadosos braços, de modo que fique a fazen-
da desdobrada.
Em umadas extremidades permanece o caixei-
ro da loja.
Dirige-se-lhe o freguês da seguinte forme:
— Desejo compraralguns metros de fazenda,
mas preciso saber se ela é de primeira qualidade.
— Melhor não pode haver no mundo inteiro,
respondeo caixeiro.
O freguêspassa revista na fazenda, dando uma
pancada em cada um dosbraços dos jogadores, es-
forçando-se para desprendê-lo.
Se o conseguir, o jogador que soltou a mão é
posto de parte.
Nêsso intervalo, o freguês vai pondo defeitos
4 OS MEUS BRINQUEDOS
na fazenda, e o caixeiro elogia, estabelecendo-se um
diálogo, como,por exemplo:
— Estafazenda não presta.— Como não presta? Duvido que encontre ou-
tra que se lhe compare.
— Está mofada,
— Não é possível, porque chegou há poucos
dias,
—Desbota
— Qual! Podelavá-la.
— Bem, diz por últimoo freguês, como não há
outra, levarei esta mesma, Veja quantos metros tem.
— Tem tantos metros, diz o caixeiro. São tantos
cruzeiros.
— Aqui está o dinheiro. Vou chamar um car-
regador,
Sai o freguês, e imediatamente todos os joga-
dores, desprendem as mãos, colocando-se uns atrás
dos outros, segurando-se pela cintura.
Voltando-se o freguês indaga:
— Onde está a fazenda que comprei?
— Está aqui, diz o caixeiro, designandoa fila.
— Mas faltam alguns metros, porque a peça é
menor.
— O senhorestá enganado. Foi porque eu do-
brei a fazenda. Desdobre-a e verá.
Esforça-se o freguês para desprender o cai-
xeiro dos metros, ou alguns dos outros.
Conseguindo-o, leva. consigo as crianças que se
deixaram desamarrar.
 
 
A ONÇA E O CACHORRO
UY ios jogadores faz o papel de onça, outro de
de cachorro. Os mais formam um círculo.
A onça, dentro da roda, busca fugir do cercado
evitando o cachorro.
Ora a onça está dentro, ora está de fora, sem-
pre perseguida pelo cachorro, de modo que, quando
sai, outro entra, ou então giram em tôrno da roda.
Se o cachorro é ágil, pega a onça.
Para mais divertimento a pessoa que faz de
cachorro ladra é a onça berra.
 
A AMARELA
0 jôgo que em França se chama marclle,é co-
nhecido entre nós por amarela, devido & cor-
rupção da palavra.
Para brincar-se, risca-se a carvão ou a giz, no
chão liso, geralmente em lugar acimentado, um qua-
drilátero semelhante à figura que damos.
O jogador serve-se de uma malha redonda, fei-
ta de madeira, um pouco pesada e grossa, ou de fer-
ro, ou ainda de um pedaço de telha.
Aocomeçar o jógo, assim que vai atirar a ma-
lha, o jogador permanece num pé só, descansando
sôbre 0 direito e erguendo o esquerdo, ou viceversa,
conforme achar mais conveniente e melhor posição.
 
 
OS MEUS BRINQUEDOS
Ceu
 
qa
empada
 
2a
empada.
 
3ºcoração)
4'coração
Écoração
4º coração
 inferno
 
ou
Descanço
4ºcasa
 
3º casa
 
2ºcasa
 1º cosa 
97
 
98 OS MEUS BRINQUEDOS
Atira a malha na primeira casa e pula para
dentro, mas sem tocar em nenhuma das linhas ou
riscas do quadrilátero. Aí, dá um ligeiro impulso com
o pé, na malha, atirando-a paraíora da casa, e cai
com os dois pés.
Em seguida atira com a mão a malha para à
segunda casa. Pula para a primeira, e desta para a
segunda. Empurra-a com o pé da segunda para a
primeira e desta para fora.
Procede do mesmo modo com a terceira casa.
Joga a malha, então, para a quarta casa ou des-
canso. Aí varia, porquanto o jogador descansa os
dois pés; e, ou atira a malha de casa em casa, is-
to é, da quarta para a terceira, desta para a segun-
da, depois para a primeira, levando-a, assim, até
fora do quadrilátero; ou arremessa a malha longe;
ou ainda (o que é mais difícil e bonito) sem se abai-
xar, nem segurar com a mão, coloca-a com o pé
esquerdo sôbre o peito do direito, e atira-a para o
ar aparando-a.
 
Chegadoaté aí, o jogador vai atirar a malha
para o primeiro coração. Daí em diante joga pondo
o pé dentro da primeira casa.
Do primeiro coração atira-a para o descanso, e
procede como ficou explicado.
Em seguida atira-a para o segundo coração,
dêste para o primeiro, depois para o descanso, ete.
OS MEUS BRINQUEDOS 99
Joga,então, para o terceiro coração, dêste para
o segundo, ete.
Porúltimo joga para o quarto coração.
Para arremessar daí a malha, o jogador, como
ficou dito, veio num pé só, passando da primeira
casa, de ondejoga, para a segunda, desta parater-
ocira, depois para a quarta ou descanso onde caiu
comos dois pés.
Chegandoaí, pula caindo com o pé esquerdo no
primeiro coração,e o direito no quarto. Forma novo
pulo, caindo com
o
péesquerdo noterceiroe o direito
no segundo. Aí, no segundo, fica num pé só, e cai
(sempre num pé só) no quarto.
Do quarto coração arremessa a malha para o
terceiro, depois para o segundo, depois para o pri-
meiro, e por último parao descanso.
Joga, então, paraa primeira empada, pondo des-
tá vez o pé na segunda casa. Da primeira empada
atira a malha para o quarto coração, seguindo-se o
jogo como ficou ensinado.
Joga depois para a segunda empada, desta para
a primeira, daí para 0 quarto coração, etc.
Atira a malha,finalmente para o céu, mas des-
ta vez fora do quadrilátero, sem entrar em nenhu-
madas casas.
 
100 OS MEUS BRINQUEDOS
Daí,do céu, o jogador é obrigado a trazer a ma-
lha sucessivamente por tôdas as empadas, corações
e casas, até fora.
Este jôgo brinca-se sempre com um pé só.
O jogador apenas pode descansar na quarta
casa ou descanso, e depois quando tiverde pular em
cruz nos corações. Fóra disso, nunca lhe é permiti-
do descansar os pés.
Aquêle cuja malha cair no primeiro inferno,
recomeça de novo o jôgo; se cair no segundo, volta
para o primeiro coração, e se suceder que caia nas
linhas ouresvale pelos lados, perde vez de jogar,
sendo substituído por outro.
 
 
ISCAM-SEnochão duas linhas divisórias.
De um ladofica o Pépé, e do outro todos
os demais jogadores.
Uma das crianças chega-se perto da casa do
Pépé e pergunta:
— Está aí o Pépé
Queprotestou me agarrar?
Responde o Pépé:
— Esperaaf um instante,
— Vai vêr como sei saltar!
Então o Pépé salta fora da linha, pulando num
pé só, e de chicote (lenço enrolado) na mão, procura
atirá-lo contra o que o desafiou.
102 OS MEUS BRINQUEDOS
Não acertando, tratará decorrer para a sua ca-
sa, depois de apanhar o lenço, quando não outro
jogador o apanhará, e por êsse será perseguido.
Se acertar logo da primeira vez, a criança que
fôr alcançadapassará a ser Pépé.
E preciso notar que o Pépé, desde que pule a
linha divisória da sua casa, nunca poderá descansar
o pé no chão.
Se o fizer, os outros todos persegui-lo-ão.
 
O GAVIÃO
AS GALINHASE OS PINTINHOS
M dos jogadores é o gavião, outro a galinha e
os restantes são pintinhos.
Ficam todos em linha, uns atrás dos outros,
colocandoas duas mãos sôbre os ombros do que lhe
está em frente. À testa de todos se acha a galinha
O gavião, que permaneceafastado, aproxima-se
dos pintinhos, procurando roubar um ou mais deles.
Para isso, ora salta, ora corre, negaceia com
o corpo, etc.
A missão da galinha é defender os pintos, pon-
do-se sempre em frente ao gavião, embargando-lhe
o passo.
Ospintinhos obedecem aos manejos da galinha,
imitando-a em tudo quanto fizer, sem jamais sairem
104 OS MEUS BRINQUEDOS
àa ordem em que ficaram colocados, mesmo no ca-
so em que tenham de desprender as mãos dos om-
bros do companheiro em frente.
Se, por acaso, conseguir o gavião agarrar um
dos pintos, todos os outros que ficarem depois dêsse
lhe pertencerão; e, tornando-se gavióezinhos são
obrigados a imitar o gavião.
Decorrido algum tempo, se se vir que o gavião
não consegue apanhar nenhum pinto, outro o subs-
tituirá.
 
GREGOS E TROIANOS
AZEM-SE duss linhas retas no chão,à distân-
cia de cingienta passos, mais ou menos.
Agrupam-se as crianças — a metade num cam-
po, e à outra no lado oposto.
Sãoos dois partidos: gregos e troianos.
Nocentro do espaço, que medeia entre as duas
linhas, finca-se um pau, colocando-se por cima um
objeto qualquer: uma peteca, uma fruta, uma bo-
ta de borracha, etc.
Ao começar o brinquedo sai uma criança de ca-
da um dos grupos. O troiano procuratirar o objeto
106 OS MEUS BRINQUEDOS
situado sôbre a estaca, e, para isso, corre porentre
o espaço das duas linhas. O grego, armado de um
lenço enrolado, persegue-o.
Se o troiano é alcançado,passa a ser prisionei-
ro dos gregos. Se não fôr, o grego considera-se des-
delogo cativo.
Prossegue o jôgo, assim até que um dos parti-
dos fique sem combatentes. 
 
OS CHICOTES DO DIABO
RAÇA-SE no chão uma linha reta. Sôbre ela
fica, de pé, com as pernas abertas, um dos
jogadores, que o desejar, ou que fôr tirado por sor-
te.
fsse é o Diabo, e permanece ali, imóvel, com
os olhos vendados.
Então, todos os outros, cada um por sua vez
atiram o seu lenço enrolado atravésdas pernas do
diabo longe ou perto, à direita ou à esquerda, mas
sempre paraa frente da linha. Deverão ter o máxi-
mocuidado em que o lenço enrolado (chicote) lhe
108 OS MEUS BRINQUEDOS
não toque nas pernas. Nêsse caso, o diabo será subs-
tituído pelo jogador inábil.
“Atirados todos os chicotes, o diabo põe-se de
cócoras, e caminha nessa posição, tateando para
oslados ou para a frente, mas nunca para trás, a
fim de apanhar um déles .
Se, num dêsses movimentos, sucederque o dia-
bo passe além de um dos lenços enrolados, o seu do-
no apanha-lo-á.
Mas, se conseguir apanhar um, retira a venda.
O dono do chicote, então, correrá, perseguido
por todos, que se esforcarão por lhe bater, até que
êle regresse ao lugar de onde partiu.
 
O VENDEDOR DE PASSARINHOS
NTES de começar a diversão, as crianças esco-
lhem nomes de passarinhos, tais como: ben-
tevi, caboclinho, gaturamo, bico de lacre, bicudo,
encontro, araponga,ete.
Duas outras são o dono dos passarinhos (ou
vendedor) e o comprador.
“Tomam-se os nomes de modo que o comprador
não os saiba.
Aproxima-se o comprador, e bate palmas,
— Quem está aí? pergunta o dono dos pas-
sarinhos.
no OS MEUS BRINQUEDOS
— Um freguês,
— Que quer?
— Comprar um passarinho.
— Qual dêles quer?
— Um (por exemplo) gaturamo.
Se entre as crianças alguma houver que haja
escolhido parasi o nome dêsse pássaro, sai do gru-
po das outras, correndo.
O comprador persegue-a.
Se ela conseguir reunir-se às companheiras, pa-
gará prenda o comprador, que passará a ser passa-
rinho, sendo substituído.
Se não conseguir, é ela quem pagará prenda, e
auxiliará o comprador a perseguir as demais,
Só termina o jôgo quando há maior número de
agarradores do que de passarinhos.
 
AS ABELHASE O ZANGÃO
ANGÃOfica sendo um dos jogadores, e todos
os outros abelhas.
Permanecem as abelhas em grupo, num lugar
apropriado, e o zangão, aproximando-se da colmeia,
diz: — Venho ver o mel que fabricaram....
No mesmoinstante dispersam-se as abelhas, e
gritam: — Agarra-nos,zangão,se és capaz!...
O zangão persegue-as, e procura agarrar uma
delas, dando-lhe umaligeira pancadinha, com a mão.
abelha que apanha, torna-se zangão, e pros-
segue o jógo.
Se as abelhas virem que o zangão insiste con-
tra uma só, podem passar entre êle e aquela, for-
cando-o, dessa forma,a deixá-la, e perseguir outra.
 
MUDANÇAS DE CASA
 
ISCAM-SE duas casas, que podem ser circula-
res ou quadradas, distantes aproximadamente
dez passos entre si.
Osjogadores, exceto um, habitam ora uma, ora
outra casa, à vontade, sem cessar.
Umacriança fica entre as duas casas, passean-
ão de um para outro lado.
Enquanto se fazem as mudanças, esta tenta
apanhar as outras, perseguindo-as somente até a
risca de cada uma das casas, não lhe sendo permi-
tido transpô-las.
Capturando alguém, êsse o auxiliará a prender
os outros.
Finaliza o jôgo quando as casas ficarem vazias.
 
JOÃO E JOSE
 
P RINCIPIAM es crianças de mãos dadas, e fa-
zem roda. Umadelas tem na cabeça um bar-
rete de papel, e chama-se José.
Fica uma outra no centro, de olhos vendados,
empunhando uma varinha. E João.
Rodando sempre, cantam as crianças:
Rodemos, rodemos,
Sem nunca parar!
Não param as ondas,
As ondas do mar!
Giremos, giremos,
No alegre bailéio!
Não param os astros,
Osastros docéu!
114 OS MEUS BRINQUEDOS
Terminando o canto, a roda cessa de girar, e
João pergunta:
— Onde estás, José?
José responde:
— Aqui, João?
ste caminha na direção donde lhe pareceu par-
tir a voz, e bate com a varinha.
Se acertar bater em José, tira a venda e vai
para a roda, ao passo, que José passa a ser João, e
outro qualquer José, pondo à cabeça o barrete de
papel.
 
O BATALHÃO ESCOLAR
O meio da sala ou do parque arrumam-se em
fila tantas cadeiras quantas forem as crianças
que brincarem, menos uma.
As crianças ficam umas atrás das outras, per-
filadas.
Nafrente está o comandante, empunhando uma
espada de fólha de Flandres, uma bengala ou uma
varinha.
Dadoo sinal, todos marcham em tôrno da fila
de cadeiras, cantando o hino escolar do professor
Luiz dos Reis:
Somos da pátria gentil
O batalhão escolar:
Em cada filho, o Brasil
Tem um bravo militar.
n6 OS MEUS BRINQUEDOS
Num céu formoso e sem nuvens
Somos a aurora louçã:
Dos belos dias da Pátria,
A infância é luz da manhã!
Rataplan... rataplan....
Plan... plan...
Rataplan.
 
Se a lei santa, a lei vital
Dotrabalho vem do céu
Rasgaremosafinal
Do tuturoO cspêsso véu.
Num céu formoso, etc,
Rataplan, etc.
Firme sempre, sempre audaz,
Do batalhão escolar,
Quer na guerra, quer na paz,
Nunca soube recuar.
Num céu formoso, etc.
Rataplan, etc.
Fêz da ciência o fanal,
Que à Humanidade conduz:
Há de formar imortal
A terra de Santa Cruz,
Num céu formoso, etc,
Rataplan, et
OS MEUS BRINQUEDOS n7
Somos da Pátria gentil
O batalhão escolar:
Sempre em honra do Brasil,
Eia!'a caminho! marchar!
Numcéu formoso, etc
Rataplan, etc
Brilhe o sol da paz à flus,
Que éste outro sol — a Razão,
À pátria há de encher de luz,
De luz, na grande explosão.
Num céu formoso, etc.
Rataplan, etc.
O comandante poderá cantar tudo com ossol-
dados ou fazer-lhe sinal para se calarem.
De repente aproxima-se das cadeiras, como que
querendo sentar-se, e brada:
— Alto!...
Se algum soldado se sentar, pagará prenda, ou
sairá fora das fileiras( como se houver combinado
prêviamente).
Em seguida comanda:
— Ordinário, marche!
E parte rufando o tambor, imitado pelos com-
panheiros:
n8 OS MEUS BRINQUEDOS
 
Rataplan... cataplan. ..
Plan... plan.
Rataplan.
O comandante, enquanto quizer, fará os sol.
dados cantarem, marcharem, pararem, ou executar
quaisquer evoluções militares, mandando finalmen-
te:
— Alto!... Descansar armas!... Debandart...
À voz de debandar, todos os soldados se senta-
rão e como há uma cadeira de menos, claro está que
um permanecerá de pó.
fsse pagará prenda.
TERCEIRA PARTE
JOGOS DE PRENDAS
EXPLICAÇÕES
Estes jogos chamam-se de Prendas, porque as pessoas que
nêle brincam, quando erram ou perdem, ficam na obrigação
de pagar uma prenda, que vem a ser qualquer objeto de uso,
como anéis, broches, pulseiras, brincos, moedas, carteiras, ci-
garreiras, fosforeiras, etc.
prenda deverá ser imediatamente entregue ao diretor do
jógo, que a guardará, escondida, num lenço, num chapéu ou
numacaixinha portátil; e não voltará às mãos do seu proprie-
tário sem que 0 jogador que errou haja cumprido à Sentença
que lhe impuzer.
Para jogar, faz-se primeiro um círculo ou roda de to-
dos que tomarem paste na brincadeira. Estas, umas vêzes fi-
carão de pé, outras sentadas, segundo determinar o diretor.
O diretor do jôgo, antes de começá-lo, pedirá atenção
aos companheiros, advertindo-os que, uma vez principiado o
brinquedo, a ninguém é permitido perguntar de novo, ou dar
como desculpa não ter compreendido as explicações, ou não
haver tomado sentido no papel que lhe coube.
Ninguém deve escusar-se ao pagamento da prenda, des-
de que erre ou se engane, assim que o diretor a reclamar. O
contrário — como é fácil prever — originará disputas e
discussões desagradáveis que só trarão aborrecimentos e con-
trariedades.
Dada uma sentença, o jogador é obrigado a executá-la,
sujeitando-se a fazer o que lhe fôr determinado, sem poder
122 OS MEUS BRINQUEDOS
de forma alguma pedir absolvição ou comutação. Caso a peça,
diretor não concederá, porque, aberto o precedente, os de-
mais hão de querer o mesmo favor, desde que lhe não sa-
tisfaça a sentença caída por sorte,
Aopresidente ou diretor do jôgo cabe o dircito de sen-
tenciar à primeira prenda.
Daí por diante, irá o sentenciado a pessoa que acabar de
cumprir a sentença que lhe couber.
Para êsse fim, O diretor apanhará a prenda na mão fe-
Chada, de modo que nenhum dosoutos jogadoes a veja, e le-
yantando-se ao ar, perguntará: Que se deve fazer ao dono ou
à dona desta prenda?
 
A BANDA DE MUSICA
O S jogadores ficam dispostos em círculo, e o di-
retor mandará que cada um escolha o instru-
mento que desejar ser, ou então escolherá por si
mesmo, de acôrdo com àvoz, a altura, à idade da
pessoa.
O jogador, na ocasião do brinquedo, deverá pro:
curar imitar, tanto quanto possível, um tocador do
instrumento que representa, dando à voz a entona-
cão precisa, e ficando sentado ou levantando-se, se-
gundo o exigirem as circunstâncias.
O presidente será o maestro regente, preferin-
do-se para êsse lugar uma pessoa que na verdade
conheça música. De pé, à entrada do círculo, tendo
nas mãos qualquercoisa que possa fingir de batuta,
124 OS MEUS BRINQUEDOS
marcará o compasso, determinado por um gesto a
entrada ou saída do instrumento, acelerando ou en-
fraquecendo os sons.
Os instrumentos são:
Violino — Sigurrim, Sigurrim, Sigurrim, etc.
Rabecão — Sonossom, Sonosom, Sonosom,etc.
Bandolim — Ferlimfim, Ferlimfim, Ferlimfim,
ete.
Harpa — Perlemplen, Perlemplen, Perlemplen,
ete.
Trompa — Tromp, Tromp, Tromp, etc.
Flauta — Turulú, Turulu, Turulu,etc.
Clarim — 'Tarará, Tarará, Tarará, cto.
Tambor — Terrontom, Terrontom, Terrontom,
eto.
Pratos — 'Tchem,'Tchem, Tchem,etc.
Ferrinhos — Timtimtin, Timtimtim, Timtim-
tim, ete,
Além dêsses instrumentos, muitissimos outros
podem ser escolhidos pelos jogadores, segundo a
habilidade, ou maior e menor jeito que tiverem;
OS MEUS BRINQUEDOS 125
ou mesmo dois e mais podem escolher o mesmo,
com ligeira modificação na emissão dos sons.
O diretor do jôgo dará o sinal, e todos come-
carão a um tempo, sucessivamente mandará que um
se cale, que recomece, etc.
O jogador que não principiar ou finalizar ao
sinsl dado, ou que se engana emitindo um som di-
ferente, pagará prenda.
 
OS GALANTEIOS
 
ARIADO,alegre, bonito, difícil e interessante é
êste jôgo de prendas,
O diretor escreve em tantas tiras de papel,
quantas forem as pessoas que tomarem parte na
diversão, algumas iniciais ao acaso.
Suponhamos que há dez pessoas e que o dire-
tor escreveu do seguinte modo:
1tira-GMDVESF.
Ptira—TCDCD.
3 tira-NMNHNME.
4tira-TTGMBEC
S'tira—-0OSCEBF.
OS MEUS BRINQUEDOS 127
etira-QMTIFES,
Ttira-DFBPA
8tira —-ARNETF.
Ptira-IAPEDC,
10º tira — DMA ER.
Escritas as tiras, O diretor distribue-as pelos
companheiros.
Estes apressar-se-ão em compor frases com as
iniciais da sua tira, tormando estas:
1º tira — Gosto Muito De Você E Sua Famlia.
2* tira — Tens Cabelos Da Côr Da Noite,
3º tira — No Mundo Não Há Nada Mais Belo.
4º tira — Tu Tens Graça, Mocidade, Beleza E
Candura.
5 tira — O Seu Coração É Bem Formado,
6º tira — Quero Merecer Teus Favores E Sim-
patias.
7º tira — Deus Fezte Bela Para Amar.
8º tira — A Rosa Não E Tão Formosa.
9º tira — Invejam-te As Próprias Estrêlas Do
Céu.
10º tira — Deus Mesmo Ama-te E Respeita-te.
Paga prenda o queentregar
a
tira por último,
ou o que nada conseguir escrever.
 
 
 
PROCURAR UM OBJETO
E !2s serto de chicote queimado, é tanto serve
para crianças como para adultos.
Vai uma pessoa esconder-se, de maneira a não
poder ouvir o que se diz,
Na sala as outras escondem um objeto, ou com-
binam no que deve fazer a que vai adivinhar. Em
seguida chamam-na. Quando o adivinhador entra no
salão, a pianista executa em surdina uma marcha.
À proporção que o advinhador se aproxima ou
se afasta do lugar onde está escondido o objeto, ou
faz menção de executar o que se combinou, o pia-
nista vai acelerando ou enfraquecendo a marcha,
até que a pessoa adivinhe ou desista de adivinhar.
 
O BASTÃO
RINQUEDO do bastão é uma marca de qua-
àrilha, mas também pode ser brincado isola-
damente,
Forma-se uma rodade pares. Ospares volteiam
serenamente, dando-se as mãos.
A pessoa queestá no meio, e que tem uma ben-
gala, de repente bate com ela no chão. Cessa ime-
diatamente o piano, e todos os pares são obrigados
a mudarem-se, não só de posição, como de pessoas
— novas damas e novoscavalheiros.
O de centro aproveita e dá o braço à pessoa
que escolheu ou que conseguiu enlaçar.
Passa, então, o bastão ao que ficou isolado.
Esse vai para o centro. Continua a música e o brin-
quedo,
 
O MEDICO E O BOTICÁRIO
(0 ADA uma das pessoas presentes escolhe para st
o nome de um remédio e uma hora. Se houver
mais de doze, distinguem-se por serem tantas horas
do dia e tantas da noite. Se ainda forem mais de
vinte e quatro, pode-se escolher: meio-dia, meia-
noite, a hora do almôço, a hora do jantar, daceia,
do lunch, do café, do chá, ete.
Duas outras pessoas ficam sendo o médico e o
boticário.
Quando o médico está de pé, senta-se o boti-
cário; quando aquêle tira o chapéu, põe-no, etc.; e
assim sempre contradizendo-se.
O médico, passeando em frente das pessoas que
brincam, ou mesmosentado, diz, por exemplo:
— Fui ontem chamado às pressas para ver um
doente. Encontrei-o muito mal, e receitei-lhe bela-
dona.
OS MEUS BRINQUEDOS 13
A pessoa que escolheu para si o remédio bela-
dona, deverá responder rapidamente o número de
horas à que corresponde.
Por outra dirá o boticário:
— Hoje, por volta das seis horas da manhã...
A pessoa que houver escolhido essa hora, in-
terrompe-lo-á a tôda pressa, dizendo o remédio.
— receitei sulfato de quinino e óleo de
rícino.
Da mesma forma gritarão as suas horas, os que
tiverem tais remédios.
A demora, por mínima que seja na resposta,
importa em pagamento de prenda.
Acaba-se O jógo depois que todos a houverem
pago.
 
 
UU MA gas pessoas que brincam vai para o inte-
rior da casa, de modo a nadapoder ouvir do que
se fala.
Nosalão combina-se a palavra que deverá ser
adivinhada, e, depois de escolhida, chama-se aque-
la pessoa.
—Bamigo ou amiga?
Se a palavra fôr masculina, é amigo, se femini-
na, amiga.
OS MEUS BRINQUEDOS 133
O advinhador vai, então, a cada um dos pre-
sentese indaga:
— Como gosta do amigo?
Depois de recolher mentalmente tôdas as res-
postas, examina-as, combina umas com as outras, e
procura ver se acerta.
Assiste-se aindao direito de perguntara todos:
— Porque gosta do amigoassim? (comodisse).
Vamos exemplificar.
A palavraescolhida foi manga, e é amiga, por
ser feminina.
à pergunta “Como gosta da amiga?” respon-
dem:
— Da Bahia (porque o Estado da Bahia pro-
duz dessas frutas excelentes).
— De vidro (porque antigamente se usavam
mangasde vidro para resguardar as velas do ven-
to).
— Nos vestidos (porque todos os vestidos têm
mangas).
As respostas variam infinitamente, e só de-
pende do talento das pessoas que brincam.
Se o adivinhador descobre qual foi a palavra,
vai substitul-lo a pessoa que, dandoa resposta mais
fácil, conseguintemente o auxiliou na decifração. Do
contrário vai novamente adivinhar outra palavra.
 
PROVÉRBIOS
OMO no jôgo do Amigo, de que êsse é uma va-
riante, mais bela e mais difícil, requerendo
também muito mais talento e espírito, vai uma pes-
soa a esconder-se,
Combina-se um dosinúmeros provérbios, pro-
lóquios, ditados ou anexins populares, e distribue-
-se cada umadas palavras que néle entram pelos pre-
sentes,
Chegando o adivinhador, dirige uma pergunta
sôbre qualquer assunto a um dosda roda. Passa ao
outro em seguida, depois ao terceiro, ao quarto, e
sucessivamente a todos.
Na resposta, o interrogado tem que encaixar
habilmente a sua palavra.
O adivinhador combina tôdas as respostas e vê
se consegue decifrar o adágio.
 
OS MEUS BRINQUEDOS 135
Vamos dar um exemplo.
Seja o provérbio escolhido O homem põe e Deus
dispõe.
Suponhamos que sejam apenasseis as pessoas
que estão brincands
Pergunta o adivinhador:
 
— Qual é a flôr que v. exa. prefere, dentre tô-
das?
— É cravo, porque tem linda côr e é cheiro-
so, responde a moça.
(A palavra o foi aí bem metida, mesmo porque
não oferece dificuldade empregar o artigo em qual-
quer frase).
— E senhor poderá dizer qual é a sua flôr pre-
dileta? dirige-se o advinhador à segunda pessoa.
— Eu,na minha qualidade de homem gosto de
tódas as flôres,
— V. exa. minha senhora, naturalmente gosta
de passear. Mas não será indiscreção perguntar a
quehorasgosta mais de sair?
— Geralmente nunea saio de dia. Depois que o
sol se põe, quase ao anoitecer, é que costumo sair.
Sou como gatos e corujas,
(Tendosidodifícil o encaixe da palavra põe, à
pessoaque responde empregou gato para desnortear
o adivinhador).
Pergunta à terceira pessoa:
— Vai amanhã ao teatro?
— Vou, por fórça. Bailes e teatros nunca perco.
 
136 OS MEUS BRINQUEDOS
— E o senhor também gosta muito de se di-
vertir?
— Muito. Deus me deu vida e saúde para que eu
goze.
— A senhora ainda toca muito piano ?
— Nem porisso. Quando umapessoa, como eu
não dispõe de muito tempo,não pode estudar com
afinco. Assim, ultimamente tenho-o abandonado.
Néêste brinquedo convém que os anexins sejam
conhecidos, sem serem vulgaríssimos, que não te-
nham palavras nem muito difíceis, nem muito fáceis.
É fora de dúvida um dos mais chics, distintos
e belosdivertimentos de salão. Demanda muita pre-
sençade esprito, prática e inteligência esclarecida e
pronta.
Damosa seguir alguns provérbios fáceis e di-
fíceis:
Quem com ferro fere, com ferro será ferido;
Agua mole em pedra dura, tanto bate até que
fura;
Em casa de Gonçalo canta mais a galinha do
que o galo;
Gato ruivo do que usa disso cuida;
De noite todos os gatos são pardos;
A galinha da vizinha é mais gorda do que a
minha;
Quem tem telhadode vidro não joga pedras no
do vizinho;
Em terra de cego quem tem um ôlho é rei;
OS MEUS BRINQUEDOS 137
Mais vale um toma do que doiste darei;
Mais vale um pássaro na mão do que dois a
voar;
Mais vale quem Deus ajuda do que quem cêdo
madruga;
O homem põe e Deus dispõe
Duro com duro não faz bom muro;
Casamento e mortalha no céu se talha;
Com teu amo não jogues as pêras, que êle te
dá as verdes e comeas maduras;
Deondenãose espera daí é que vem;
Morrer por morrer, morra meu pai que é mais
velho;
Mais vale tarde do que nunca;
Não deixes para amanhã aquilo que puderes
fazer hoje;
Quem quer vai, quem não quer manda;
Quem não pode com o tempo não inventa mo-
das;
Dize-me com quem andas e dir-te-ci as manuas
que tens;
Antes só que mal acompanhado;
Em casa de pouco pãotodos gritam e ninguém
tem razão;
Cada terra com seu uso, cada roca com seu
fuso,
 
 
 
O CURA E O SACRISTÃO
STE brinquedo é quase semelhante a O médico
e 0 boticário.
Uma des pessoas é o cura, outra o padre-cura,
e a outra o sacristão.
As demais tomam os nomesde flôres, tais co-
mo: rosa, cravo,dália, camélia, etc.
Dá-se ao padre o tratamento de vossa reveren-
dissima, no sacristão o de você, as flôres o de tu.
O padre-cura, de pé, no meio da roda, começa
dizendo:
— Estive hoje no jardim,onde vi lindíssimas
flôres. Só faltava a... cravina.
A pessoa que tomou o nome de cravina deverá
interrompê-la, exclamando:
OS MEUS BRINQUEDOS 139
— Mente vossa reverendíssima: o que faltava
era... outra flôr.
Essa por seu turno interromperá o companhei-
ro.
— Mentestu, o que faltava era... outra flôr,
A pessoa que ouvindo pronunciar o nome da
flor que escolheu para si, não interromper, pagará
prenda. Do mesmo modoa que se enganar, não dan-
do o tratamento conveniente.
A diversão termina depois que todos houverem
pago prenda.
 
O CORO DOS BICHOS
UITAS pessoas podem tomar parte nêste jôgo.
Cada jogador escolherá a voz do animal que
quer arremedar, como, por exemplo:
Galo — Có-có-ró-có... Pinto — Ki-ki-riki..
Gato — Miáu... Cão — Aw-au-au-au..
Cameiro — Mé-é-... Boi — Múusu...
Compreende-se que são inúmeras as vozes dos
bichos, e que nem tôdas, escritas, dão uma verda-
deira idéia,
Como na Banda de música, o presidente man-
dará que todos gritem a um tempo; um isolado;
dois; três; ete.
Quem não atender ao sinal, ou quem se rir,
pagará prenda.
 
 
 
 
Nº pode êste jôgo ser brincado mais de uma
vez, na mesmanoite, para não perder a graça.
Escolhe-se uma pessoa da roda que absoluta-
mente o não conheça, nem dêle tenhanotícia sequer,
e manda-se-lhe que fique no meio do círculo.
O diretor do jôgo mostra-lhe-á um assobio, di-
zendo quecada um dos companheiros assobiará rà-
pidamente, passando-o logo ao seu vizinho, êsse a
outro, e assim sucessivamente, até queessa pessoa
seja apanhada em flagrante, ou que êle descubra
onde está o assobio.
Dadas essas explicações, venda-lhe os olhos com
um lenço, declarando que assim o faz para poder
entregar a alguém, o assobio começando-se o jógo.
142 OS MEUS BRINQUEDOS
Acrescentará que pode retirar a venda assim
que ouvir apitar.
Enquanto o diretor estiver dando essas ex-
plicações, e lhe vendando os olhos, outro companhei-
ro lhe pregará um assobio, em tudo semelhante ao
primeiro, nas costas, amarrado com uma fita, sem
que a pessoa escolhida o pressinta ou desconfic.
Acabado, um jogador assobiará, fingindo que
passou à qualquer um da roda.
Quem está no meio, necessariamente se dirigi-
rá para êsse lado, buscando apanhar o assobio das
mãos da pessoa a quem lhe pareceu ver entregar
o referido assobio.
“Aproveitando-se dessa circunstância, o jogador
a quem êle der as costas assobiará.
A que está com o assobio volta-se: outro as-
sobia...
Prossegue a brincadeira assim, entre garga-
lhadas, até que a pessoa descubra finalmente onde
está o assobio, ou que, por encalistrado, desista.
 
OGA-SE de pé, fazendo roda de mãos dadas.
Vai uma pessoa para o meio, com os olhos
vendados, segvrando uma bengala.
Essa pessoa bate com a bengala ou a varinha
numa das da roda, e diz:
— Mia,gato.
Essaoutra é obrigada a miar, contrafazendo a
voz para não ser conhecida.
Se o fôr, substituirá a que está no centro, além
de pagar prenda.
Só termina quando todos já tiverem ido para o
meio.
 
A S Pessoas que tomam parte nestabrincadotra
deverão formar roda, sentados, em tôrno de
uma mesa redonda, sôbre a qual estenderão as mãos.
O presidente advertirá que, quando êle nomear
uma ave ou um inseto que voa, todos deverão le-
vantar os braços,
Se, porém, nomear um quadrúpede, réptil ou
peixe, deverão conservar as mãos imóveis.
O diretor do jôgo procurará enganar os com-
panheiros, fazendo preceder o nome do animal pe-
las palavras: Voa... voa...
Nisso é queconsiste a graça.
Se êle disser, por exemplo: Voa... voa... ca-
valo... e os jogadores levantarem os braços, paga-
rão prenda.
OS MEUS BRINQUEDOS 145
Para variar poderá também dize
 
Corre... corre... gaturamo...
Nada... nada... elefante. .
Etc. ete.
Ao presidente, para fazer os parceiros errar, é
permitido erguer ou abaixar os braços à vontade.
 
AS ESTATUAS
OMA cada um dos jogadores o nome de um
personagem célebre da história, ou de mitolo-
gia, exemplo: Joana Arc, Tiradentes, Venus, Ura-
no, Chopin, Mercúrio, Marte, Juno, ete.
Vendam-se os olhos de todos e colocam-se em
posições diferentes, procurando imitar estátuas ou
grupos, devendo assim permanecer.
Feito isto, chegam duas pessoas quesão o dono
das estátuas e o comprador. fste põe defeitos na fi-
gura, e aquêle elogia-lhe a beleza, até que estátua
ria, pagando, então, prenda,
 
OS DISPARATES
P RINCIPIA o presidente ou diretor do jôgo per-
guntando ao ouvido do que lhe fica à mão di-
reita, para que prestará tal coisa.
Responde-lhe o outro o que bem lhe parecer, e
segue para diante, fazendo também a sua pergun-
ta ao que lhe seguir à direita, c êste lhe dará a res-
posta que julgar melhor.
Dêste modo se irá seguindo a roda até chegar
ao presidente.
Êste, então, dirá em voz alta:
O senhor F... (a pessoa que lhefica à esquer-
da) perguntou para que servia tal coisa; o sr. Z...
(o que lhe está à direita) respondeu quepara tal
fim,
Efetivamente, comoa resposia que se aplica à
pergunta era de coisa mui diversa, costumam sair
disparates engraçadíssimos.
 
OS OPERÁRIOS
DEpresidente que cada um dos joga-
dores escolha um ofício, explicando como é que
trabalha.
Assim lavadeira esfregará um lenço nas mãos:
a engomadeira, alisará a perna; o barbeiro passará
a mão pela cara, etc.
Depoisdisto, adverte o diretor que prestem to-
dos muita atenção, pois, quando êle arremedar qual-
quer um dos ofícios escolhidos,o operário dêsse ofi-
cio deverá levar o dedo polegar ao nariz e bolir com
os outros dedos, sem para.
Quando êle arremedar essa gatimonha, o ope-
rário deverá fingir que trabalha, fazendo, portanto,
inverso do que fizer o presidente,
OS MEUS BRINQUEDOS149
Assim, se o presidente começar fazendo a ga-
timonha que ensinamos, a rodainteira executará os
respectivos ofícios,
Se arremedaro barbeiro, êsse fará a gatimonha,
e assim por diante.
Paga prenda quem errar ou não prestar a devi-
da atenção.
 
A GUITARRINHA
6GO êste que deve ser jogado de pé.
Colocam-se duas filas de cadeiras, de costas,
tantas quantas forem as pessoas que tomarem par-
te, menos uma.
Osjogadores ficam uns atrás dos outros.
Vai na frente o diretor, fingindo que toca, e
em passo de dança, cantando:
— Vamos todos cantando ao som da Guitar-
ri...» guitarri..., guitarri... Vamos todos sentan-
do ao som da guitarri... guitarri... guitarrinha.
A última guitarri pode ser repetida duas, três,
dez vêzes, quantas entender o presidente, para fazer
com quetôdas as pessoas estejam na espectativa.
 
OS MEUS BRINQUEDOS 151
Aodizer a última guitarrinha, o diretor do jôgo
senta-se rápidamente.
Todos o imitam.
A pessoa que, por menos ligeira, ficou de pé,
visto como há uma cadeira de menos, paga prenda.
 
CAIR NO POÇO
IREIIZADO o sentenciado da sociednde, tica a um
canto do salão, e suspira:
— Ai!... ai!... caí no poço... Quem me aco-
de?!... Só meu bem pode!
—Quem é seu bem? interroga o diretor do
jogo.
O sentenciado responde, dando o nome de uma
pessoa do sexo contrário, que lhe pergunta, apro-
ximando-se,
— Quantas braças caiu?
— Tantas, responde o sentenciado.
A pessoa escolhida dá-lhe, então êsse número
de abracos, e fica em seu lugar.
Diz a mesma coisa, segue-se a mesma cerimô-
nia, até quetodos tenham ido.
 
 
 
A CAIXINHA DOS TRÊS DESEJOS
AZ-SE êste jôgo da seguinte forma:
— Aquivai a caixinha dos três desejos, diz
o sentenciado para o diretor do jôgo.
— Que contém cla? êsse indaga.
— Amar, querer, aborrecer.
— A quem ama?
AF
O sentenciado cumprimenta F... com uma sim-
ples inclinação de cabeça.
— A quem quer? interrogao diretor.
— AZ...
O sentenciado aperta a mão deZ..
— A quem aborrece?
= A Vos
O sentenciado abraça V...
 
 
 
CASAMENTO OCULTO
UM aposento contíguo ao salão, fica o senten-
ciado, geralmente detrás de uma porta semi-
cerrada, de forma que não possa ver o resto da com-
panhia.
O diretor do jôgo, perto da porta, espera que
o outro bata palmas, e pergunta:
— Quem bate?
— Sou eu, F...
— Que pretende?
— Quero me casar.
OS MEUS BRINQUEDOS 155
— Quercasar com esta pessoa?
Aponta para umadelas, e assim sucessivamen-
te, até que o sentenciado escolha.
O sentenciado tem direito de recusar quantas
quiser, declarando o motivo:
— Porque à pessoa não é bonita;
Porque não é simpática;
Dança mal;
Tem defeito físico;
Ete., etc.
Escolhe finalmente uma, que vai para o seu
lugar.
 
O SENHORS. ROQUE
BRE umacadeira no meio da sala, ajoelha-se
o sentenciado e chama uma pessoa.
Essa pessoa, que é obrigadaa ir, ajoelhar-se em
frente, sôbre um lenço ou sôbre uma almofada, e
tem querepetir.
— Meu Senhor S. Roque,eis-me aqui a vossos
pés, sem me rir nem chorar, sem chorar nem me
rir, sem me rir nem chorar.
O sentenciado deverá fazer caretas e gatimo-
nhas, de modo a forçar a pessoa escolhida a rir-se.
Se se rir, ficará em seu lugar. Do contrário o
sentenciado ficará até encontrar quem se ria ou
até haver chamado todos.
 
SE MINHA BOCA FÔSSE CESTINHA...
PP 44 cada uma das pessoas encaminha-se o sem-
tenciado e pergunta:
— Se minha bôca fôsse cestinha que meteria
nela?
A pessoa a quem se faz a pergunta responde
com um galanteio, dizendo, por exemplo, que poria:
uma fruta rara, uma flôr preciosa, uma jóia de
Preço, um livro,-etc., etc.
 
CORRER CORTINA
SG ENTENCIADA uma pessoa, permanece numa das
14? extremidades da sala e aí fica tendo um lenço
desdobrado, seguro pelas pontas.
Em seguida chama uma das pessoas.
Quando esta vai se aproximando, e está muito
perto, levanta o lenço, tapando assim o rosto; ou
então lho entrega, se quizer que essa pessoa o subs-
titua,
Nêsse caso essa pessoa fica em seu lugar e
chama outra que ainda não tenha ido.
 
 
MANUEL DA HORA
UALQUERpassode dança executará o senten-
ciado dirigindo-se a cada uma das pessoaspre-
sentes e perguntará:
— Viste Manoel da Horao passo quedei agora
 
Essa pessoa poderá responder que não viu,
quantas vêzes quizer. Nesse caso o sentenciado con-
tinuará fazendo os passos, até a pessoa se declarar
satisfoita.
 
LAMPEÃO DE ESQUINA
Te de pé no meio do salão, fica o sen-
tenciado.
Cada um dos jogadores aproxima-se-lhe e fa-
lo ficar em uma posição diferente: com o braço er-
guido para cima,ou curvado, ou em horizontal; num
Pé só; de cócoras; curvado, ete.
Aquêle que quizer tem o direito de o mandar
sentar-se.
 
 
 
SERVIR DE ESPELHO
SENTENCIADOfica no meio da sala.
Cada um dos presentes dirige-se para onde
êle está, e, ficando-lhe em frente, faz um movimen-
to, um gesto, uma careta, um acionado,qualquer coi-
sa em suma, que êle é obrigado a reproduzir fiel-
mente.
 
FAZER UMA CRUZ
SENTENCIADO dirige-se a cada uma das
pessoas, presentes sucessivamente, que faz
uma eruz como dedo em qualquer lugar quelhe pa-
recer.
O sentenciado dará um beijo nêsse lugar.
 
 
mm
gl
BERLINDA
ERALMENTEa berlinda é a sentença que se
escolhe para o dono ou a dona da última pren-
da, depois que se tenham cumprido tôdas as outras.
O sentenciado vai sentar-se a um canto do sa-
lão, no lugar mais afastado possível, ou mesmo es-
condendo-se no interior da casa.
O diretor dos jogos dirige-se sucessivamente a
cada uma das pessoas que tomaram parte no diver-
timento e pergunta:
— Porque F... está na berlinda?
, 40 ouvido, procuran-
do dar uma resposta espirituosa, inventando um
defeito do sentenciado, intrigando-o de qualquer for-
ma, procurando descobrir qualquer segrêdo.
 
164 OS MEUS BRINQUEDOS
'Tendo recebido tôdas as respostas, o diretor,
que deve ter excelente memória, para poder reter fiel
e fâcilmente o que ouviu, chama o sentenciado e re-
pete alto o que ouviu baixinho.
O sentenciado escolhe a pessoa cuja resposta
mais O intrigou,e esta vai para a berlinda; e assim
sucessivamente tôda a companhia.
Se algum dos presentes já tiver ido, escolherá
outro que ainda não o tenha
 
ADA uma das crianças toma umacôrdefita:
azul, branca, rôxa, sulferina, vermelha, côr do
céu, côr do mar, amarela, etc., ete.
Umaé a Mão das Fitas, outra o Anjo Bom,e a
terceira o Anjo Mau,
As crianças conservam-se sentadas. Ao lado,
em uma das extremidades, está a Mãe das Fitas.
Num ponto afastado o Anjo Bom; e o extremo opos-
to, o Anjo Mau.
Nenhum dos anjos sabe que côres escolheram
as fitas.
Vem o Anjo Bom; bate palmas.
 
166 OS MEUS BRINQUEDOS
A Mãe das Fitas
— Quem bate?
O Anjo Bom
— Sou eu, o Anjo Bom.
A Mãedas fitas.
— Que deseja?
O Anjo Bom
— Umafita.
A Mãe das Fitas
— De quecôr?
O Anjo Bom diz uma côr qualquer.
Se acontece que uma das crianças escolheu
aquela côr, levanta-se e o acompanha para o céu.
Se aquela não existe, responde.
A Mãe das Fitas
— Não tem.
O Anjo Bom sai para o seu lugar.
Vem então o Anjo Maue estabelece-se o mes-
mo diálogo.
Aquêlo dos anjos que acerta, leva a criança
correspondente à côr.
OS MEUS BRINQUEDOS 167
Os anjos vão e vem, até que saiam tôdas as
fitas,
Ganha o que tiver maior número.
Nesse caso as crianças formam alas, dando-se
as mãos, erguidas sôbre a cabeça.
Os dois anjos já têm combinado uma côr para
cada um. Suponhamos — azul para o bom, encarna-
do para o mau.
As crianças, que estão em menor número, pas-
sam uma para trás das outras, segurando-se pelos
ombros, em fila, debaixo da abóboda formada pelas
mãos das outras.
Quandochegar a última, os dois anjos que es-
tão atrás de tôdas, prendem-na e perguntam:
— Azul ou encarnado?
Conforme a resposta, a criança fica pertencen-
do ao anjo cuja côr designou .
Continua o brinquedo até que passem ou fi-
quem tôdas.
QUARTA PARTE
Teatro Infantil
 
ANO NOVO
A PROPÓSITO DE UM ATO
ANO VELHO. — ANO NOVO. — O TEMPO
ATO ÚNICO
A cena representa um trecho de paisagem. Sóbre um monte de
fólhas sécas agoniza umancião que é o Ano velho. Ouvem-se

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