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Literatura - Aula 05 - Origens da literatura brasileira - Quinhentismo e Barroco

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55PROENEM
 Q UINHENTISMO BRASILEIRO
Assim como cada autor tem suas preferências 
temáticas ou expressionais, as épocas também as têm. 
Um escritor de uma época passada não trata dos mesmos 
assuntos de um autor contemporâneo, nem mesmo utiliza 
a sua linguagem.
As mudanças culturais são responsáveis por variações 
estéticas no tempo e no espaço. Assim, cada estilo literário 
é caracterizado por valores artísticos, morais, religiosos, 
políticos e sociais predominantes em determinada época.
No entanto, por maior que seja a influência do estilo 
predominante em sua época, cada escritor é um indivíduo 
que sempre deixa impressa sua marca no texto que 
produz. Por isso, um texto é o cruzamento entre um estilo 
de época e estilo individual.
Esses estilos individuais e estilos de época não fi cam 
restritos à literatura. Eles também se manifestam em 
outras formas de arte. Veja, a seguir, como foi representado 
o primeiro contato entre índios e europeus:
(Cândido Portinari, Descobrimento - século XX)
(Oscar Pereira da Silva, Desembarque de Cabral em Porto 
Seguro - Século XX)
Vamos então conhecer melhor o período artístico-
cultural brasileiro do século XVI, conhecido como 
Quinhentismo.
CONTEXTO HISTÓRICO
Desde o século XIV, a Igreja perde espaço no monopólio 
da cultura. A burguesia começa a frequentar a universidade 
e toma contato com uma cultura desligada dos conceitos 
da Idade Média. A decadência do feudalismo e o 
fortalecimento da burguesia resultam em uma visão mais 
liberal, antropocêntrica, identifi cada com o mercantilismo. 
Recuperam-se os ideais da Antiguidade greco-romana, 
com a valorização da arte, da fi losofi a e da mitologia. 
Em Portugal, as grandes navegações impelem o espírito 
português à sua vocação desbravadora e navegante. A 
chegada da imprensa possibilita a divulgação das obras 
de autores humanistas europeus. A Revolução de Avis alia 
a monarquia aos ideais mercantilistas proporcionando a 
expansão marítima portuguesa.
A cultura e as artes florescem, desmantelando os 
quadros da antiga cultura medieval. O êxodo rural provoca 
um surto de urbanização, que gera as condições para 
o desenvolvimento de uma nova cultura, sendo essas
cidades polos de irradiação do Renascimento. A Igreja
sofre os reflexos dessa crise: as forças burguesas rompem 
com o medievalismo católico no movimento da Reforma
Protestante, ao passo que as forças tradicionais reafi rmam
seus dogmas católicos através das resoluções do Concílio
de Trento, nos tribunais da Inquisição, lançando as bases
para o movimento da Contrarreforma.
56
08 QUINHENTISMO BRASILEIRO
De um lado, a conquista material – representada 
em Portugal pelas conquistas marítimas; de outro, 
as mudanças espirituais – representadas aqui pela 
Contrarreforma. São essas as premissas para as primeiras 
manifestações da Nova Terra: as cartas informativas – 
dando conta das riquezas materiais; e a literatura jesuítica, 
voltada ao trabalho de catequese.
No Brasil, a ocupação efetiva do território pelos 
portugueses só começou por volta de 1530. A atividade 
literária não passava de alguns textos de informação 
sobre a nova terra – riquezas, paisagens e indígenas. 
Para garantir o domínio das novas terras, a metrópole 
portuguesa organizou capitanias hereditárias e enviou 
jesuítas para catequizar os índios.
O conjunto de manifestações dos anos de 1500, 
retratando a condição colonial do Brasil, sua terra e 
população, bem como as atividades realizadas na nova 
terra, é chamado de Quinhentismo. Essa literatura, apesar 
de produzida em solo brasileiro, reflete o pensamento, 
a visão de mundo, as ambições e as intenções do 
conquistador português.
LITERATURA INFORMATIVA
A literatura desta primeira fase faz um levantamento 
da nova terra, sua flora, sua fauna, sua gente. A finalidade 
desses textos é descrever as viagens e os primeiros 
contatos com a terra e os nativos, por isso essa literatura 
também é chamada de literatura dos viajantes, literatura 
de expansão ou literatura dos cronistas.
O objetivo principal é descrever e informar tudo o que 
pudesse interessar aos governantes portugueses. Não 
havia nessas comunicações quaisquer sentimentos de 
apego em relação à terra conquistada, percebida como 
mera extensão da metrópole. O que havia era a exaltação 
da terra, resultante do assombro europeu diante da 
exuberância natural desta terra tropical.
Por serem descritivas, tais cartas são carregadas de 
adjetivos, com uso exagerado de superlativos como forma 
de louvar a terra conquistada pelos portugueses. Essa 
exaltação da terra exótica, dos nativos – vistos com certa 
simpatia e malícia, é chamada de ufanismo e dá origem 
ao movimento nativista, que valoriza tudo aquilo que é 
pertencente à terra nova.
O primeiro e mais importante desses registros foi 
a Carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de 
Pedro Álvares Cabral, endereçada a el-rei Rei D. Manuel. 
É considerada como a “certidão de nascimento” do Brasil; 
nela, Caminha mostra claramente as preocupações que 
atormentavam o povo português da época: a conquista de 
bens materiais e o aumento do número de fiéis adeptos ao 
Catolicismo. Veja um trecho da carta:
“Esta terra, Senhor, me parece que da ponta que 
mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o 
norte vem, de que nós deste porto houvemos vista¹, 
será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte cinco 
léguas por costa. Tem, ao longo do mar, nalgumas 
partes, grandes barreiras, delas vermelhas, delas² 
brancas; e a terra por cima toda chã³ e muito cheia 
de grandes arvoredos. De ponta a ponta, é tudo praia-
palma4, muito chã e muito formosa.
Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, 
porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra 
com arvoredos, que nos parecia muito longa.
Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, 
nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem 
lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, 
assim frios e temperados, como os de Entre-Douro e 
Minho5, porque neste tempo de agora os achávamos 
como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é 
graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela 
tudo, por bem das águas que tem.
Porém o melhor fruto, que dela se pode tirar me 
parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a 
principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
E que não houvesse mais que ter aqui esta pousada 
para esta navegação de Calecute6, isso bastaria. Quanto 
mais disposição para se nela cumprir e fazer o que 
Vossa Alteza tanto deseja, a saber, acrescentamento7, 
da nossa santa fé.
1 houvemos vista: pudemos ver
2 delas... delas: umas... outras
3 chã: plana
4 praia-palma: segundo J. Cortesão, pode significar “toda praia, como 
a palma, muito chã e muito formosa”
5 Minho: nome de uma região de Portugal
6 Calecute: cidade da Índia para onde se dirigiam os portugueses
7 acrescentamento: difusão, expansão
Além de Pero Vaz de Caminha, certamente a figura 
mais conhecida entre os cronistas da nova terra, também 
outros viajantes relataram suas impressões sobre a nova 
terra e os nativos. Entre eles podem-se destacar:
• Pero Lopes e Sousa: Diário de Navegação (1530);
• Pero Magalhães de Gândavo: Tratato da Terra do 
Brasil e a História da Província de Santa Cruz a que 
Vulgarmente Chamamos de Brasil (1576);
• Gabriel Soares de Souza: Tratado Descritivo do 
Brasil (1587);
• Ambrósio Fernandes Brandão: Os Diálogos das 
Grandezas do Brasil (1618).
57PROENEM
LITERATURA
LITERATURA JESUÍTICA
A outra manifestação literária que se dá em terras 
brasileiras ocorre graças aos jesuítas, religiosos que 
chegaram ao Brasil junto dos primeiros colonizadores com 
a missão de catequizar os índios. Esses jesuítas deixaram 
várias cartas, tratados descritivos, crônicas históricas e 
poemas.
Destacam-se na produção literária de catequese 
os padres Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim e, 
principalmente José de Anchieta. Os jesuítas produzirampoesias de devoção, peças teatrais de caráter pedagógico, 
inspirado em passagens bíblicas e documentos que 
informavam o andamento de seus trabalhos a seus 
superiores na metrópole. Coube a Anchieta também a 
produção de uma gramática da língua tupi.
As composições dos jesuítas representavam o 
pensamento da Contrarreforma, contrários às ciências e 
tudo aquilo que representasse a liberdade de expressão ou 
de ideias. A intenção é puramente “salvacionista” e a forma 
ignora por completo as influências da arte renascentista.
O trabalho de catequese jesuítica, ao mesmo tempo 
em que impediu a destruição completa dos índios – 
através da luta incansável contra a escravidão indígena 
(o que rendeu o ódio dos colonos) –, destruiu os valores 
culturais indígenas, impondo um modo de vida e uma 
religiosidade completamente distintos do que estavam 
acostumados, transformando-os em presas fáceis de 
bandeirantes e capitães do mato. Vejamos um poema de 
José de Anchieta:
À Santa Inês
Na vinda de sua Imagem
Cordeirinha linda, 
Como folga o povo, 
Porque vossa vinda 
Lhe dá lume novo. 
Cordeirinha santa, 
De Jesus querida, 
ossa santa vida 
O Diabo espanta. 
Por isso vos canta 
Com prazer o povo, 
Porque vossa vinda 
Lhe dá lume novo. 
Nossa culpa escura 
Fugirá depressa, 
Pois vossa cabeça 
Vem com luz tão pura. 
Vossa formosura 
Honra é do povo, 
Porque vossa vinda 
Lhe dá lume novo. 
Virginal cabeça, 
Pela fé cortada, 
Com vossa chegada 
Já ninguém pereça;
HERANÇA DO QUINHENTISMO
Muitos autores revisitaram os autores quinhentistas 
em busca das origens nacionais, ora com uma visão mais 
complacente daqueles acontecimentos, ora com um viés 
mais crítico. O que se pode afi rmar, com certeza, é que o 
período quinhentista brasileiro, ainda que não apresente 
grande quantidade de obras artísticas, nem mesmo 
grandes preocupações estéticas, é uma grande influência 
para artistas posteriores.
Observe a visão crítica de Oswald de Andrade, poeta 
modernista, na denúncia da exploração que marcou a 
colonização brasileira.
História Pátria
Lá vai uma barquinha carregada de
Aventureiros
Lá vai uma barquinha carregada de
Bacharéis
Lá vai uma barquinha carregada de
Cruzes de Cristo
Lá vai uma barquinha carregada de
Donatários
Lá vai uma barquinha carregada de
Espanhóis
Paga prenda
Prenda os espanhóis!
Lá vai barquinha carregada de
Flibusteiros
Lá vai barquinha carregada de
Governadores
Lá vai barquinha carregada de
Holandeses
Lá vem uma barquinha cheinha de índios
Outra de degradados
Outra de pau de tinta
Até que o mar inteiro
Se coalhou de transatlânticos
E as barquinhas fi caram
Jogando prenda coa raça misturada
No litoral azul de meu Brasil 
(Oswald de Andrade)  
58
08 QUINHENTISMO BRASILEIRO
QUESTÃO 01
ENEM
TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; 
e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me que 
viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e 
cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos 
trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes 
davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem 
feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 
1996 (fragmento).
TEXTO II
PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 
199 x 169 cm Disponível em: www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jun. 
2013. (Foto: Reprodução)
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta 
de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari retratam a 
chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, 
constata-se que
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das 
primeiras manifestações artísticas dos portugueses 
em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a 
estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos 
pintados, cuja grande signifi cação é a afi rmação da 
arte acadêmica brasileira e a contestação de uma 
linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o 
olhar do colonizador sobre a gente da terra, e a pintura 
destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens 
diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a mesma 
função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de 
grupos étnicos diferentes, produzidas em um mesmo 
momentos histórico, retratando a colonização.
QUESTÃO 02
ENEM
ECKHOUT, A. Índio Tapuia” (1610-1666). Disponível em: http://
www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 9: jul. 2009.
A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de 
bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem 
nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, 
nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com 
tanta inocência como têm em mostrar o rosto.
CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.
br. Acesso em: 12 ago. 2009.
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o 
trecho do texto de Caminha, conclui-se que
a) ambos se identifi cam pelas características estéticas 
marcantes, como tristeza e melancolia, do movimento 
romântico das artes plásticas.
b) o artista, na pintura, foi fi el ao seu objeto, 
representando-o de maneira realista, ao passo que o 
texto é apenas fantasioso.
c) a pintura e o texto têm uma característica em comum, 
que é representar o habitante das terras que sofreriam 
processo colonizador.
d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a 
cultura europeia e a cultura indígena.
e) há forte direcionamento religioso no texto e na 
pintura, uma vez que o índio representado é objeto da 
catequização jesuítica.
QUESTÃO 03
(Univ. Est. de Londr.) É lícito dizer que a literatura brasileira 
nasceu marcada:
a) pela cultura clássica greco-romana.
b) pelas luzes do racionalismo francês.
c) pelo renascimento italiano, fi ltrado através da 
experiência nativa.
d) pela cultura barroca dos padres jesuítas.
e) pelo folclore indigenista.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Acesse os códigos de cada questão para ver o gabarito
59PROENEM
LITERATURA
QUESTÃO 04
(Santa Casa) Assinale a incorreta:
a) A literatura de viagens constitui valioso documento do 
Brasil-Colônia.
b) Na literatura de viagens encontramos informações 
sobre a natureza e o homem brasileiro.
c) Os primeiros escritos sobre o Brasil pertencem à 
categoria de literatura, uma vez que notamos neles 
preocupações estéticas.
d) O mito ufanista é representado pelo louvor à terra fértil 
e a natureza como algo exuberante.
e) nenhuma das anteriores
QUESTÃO 05
(POLI) “Duas relíquias históricas produzidas no Brasil, foram 
trazidas para exibição na Mostra do Redescobrimento, em 
São Paulo: o manto tupinambá e a carta de Pero Vaz de 
Caminha.” 
(Folha de São Paulo, 11 de maio de 2000.)
A carta de Pero Vaz de Caminha, sobre o achamento 
do Brasil, enviada a El-Rei Dom Manuel é a principal 
manifestação literária do Quinhentismo, movimento 
literário brasileiro do século XVI. Tendo em vista o seu 
teor, podemos afi rmar que os visitantes da Mostra 
do Redescobrimento, ao se depararem com tal texto, 
conseguiriam através dele:
a) resgatar valores e conceitos sociais brasileiros.
b) descobrir a história brasileira pela arte.
c) ter mais informações sobre a arte brasileira.
d) ver a cultura indígena brasileira.
e) perceber o interesse português em explorar a nova 
terra.
QUESTÃO 06
(ENEM) Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga 
com a Carta, de Pero Vaz de Caminha:
A terra é mui graciosa
Tão fértil nunca vi.
A gente espeta um caniço,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito.
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encanareis
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui.
(MENDES, Murilo – Poesia completa e prosa. RJ: Nova Aguilar, 1994)
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nessepoema, 
criando um efeito de contraste, como ocorre em:
a) a terra é mui graciosa / tem macacos até demais;
b) salvo o devido respeito / fi carei muito saudoso;
c) a gente vai passear / fi carei muito saudoso;
d) de plumagens mui vistosas / bengala de castão de oiro;
e) no chão espeta um caniço / diamantes tem à vontade.
QUESTÃO 07
(ENEM)
Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra 
de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos 
traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso 
de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm 
tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam 
os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos 
brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios.
CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. et al. Viagem pela história 
do Brasil: documentos. São Paulo: Companhia das Letras, 1997 
(adaptado).
O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, 
documento fundamental para a formação da identidade 
brasileira. Tratando da relação que, desde esse primeiro 
contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, 
esse trecho da carta revela a
a) preocupação em garantir a integridade do colonizador 
diante da resistência dos índios à ocupação da terra.
b) postura etnocêntrica do europeu diante das 
características físicas e práticas culturais do indígena.
c) orientação da política da Coroa Portuguesa quanto à 
utilização dos nativos como mão de obra para colonizar 
a nova terra.
d) oposição de interesses entre portugueses e índios, 
que difi cultava o trabalho catequético e exigia amplos 
recursos para a defesa recursos para a defesa da 
posse da nova terra.
e) abundância da terra descoberta, o que possibilitou a sua 
incorporação aos interesses mercantis portugueses, 
por meio da exploração econômica dos índios.
60
08 QUINHENTISMO BRASILEIRO
QUESTÃO 08
(PUC-SP) (...) os mitos e o imaginário fantástico medieval 
não foram subitamente subtraídos da mentalidade coletiva 
europeia durante o século XVI. (...) Conforme Laura de 
Mello e Sousa, “parece lícito considerar que, conhecido o 
Índico e desmitificado o seu universo fantástico, o Atlântico 
passará a ocupar papel análogo no imaginário do europeu 
quatrocentista”.
(VILARDAGA, José Carlos. Lastros de viagem: expectativas, 
projeções e descobertas portuguesas no Índico (1498- 1554). São 
Paulo: Annablume, 2010, p. 197)
Se no século XVI a presença de mitos e do imaginário 
fantástico se fazia notar nas artes e na literatura europeia, 
como em Os Lusíadas, de Camões, no Brasil isso não 
ocorria porque
a) as tendências literárias mais sistemáticas no país 
privilegiavam as formas clássicas.
b) predominava entre nós a inclinação para as teses do 
Indianismo.
c) nossas manifestações literárias consistiam em 
descrições informativas e textos religiosos.
d) os jesuítas opunham-se a qualquer divulgação de 
literatura calcada em mitos pagãos.
e) não era do interesse do colonizador permitir a difusão 
da alta cultura europeia entre nós.
QUESTÃO 09
(UNISA) A “literatura jesuíta”, nos primórdios de nossa história:
a) tem grande valor informativo;
b) marca nossa maturação clássica;
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua 
assistência religiosa e moral;
d) está a serviço do poder real;
e) tem fortes doses nacionalistas.
QUESTÃO 10
(UFSM-RS) Sobre a literatura produzida no primeiro século 
da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) É formada principalmente de poemas narrativos e 
textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da 
terra brasileira e pela literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente 
preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra 
e o homem, ao relatar as condições encontradas no 
Novo Mundo.
ANOTAÇÕES
9PROENEM
Aproxime seu dispositivo móvel 
do código para acessar a teoria
BARROCO EUROPEU
ARTE E CONTEXTO
MOMENTO HISTÓRICO DO 
BARROCO
O século XVI marca a ampliação dos limites geográfi cos 
do mundo conhecido; o homem passa a acreditar na sua 
capacidade de dominar a natureza e transformá-la por 
meio da razão. O século XVII parece ser a continuação da 
glória renascentista que se anunciava: os conhecimentos 
científi cos e as grandes descobertas tiveram espaço para 
fl orescer; o antropocentrismo domina o pensamento 
europeu, à exceção da Península Ibérica, que se fecha aos 
novos ares renascentistas e volta-se a uma religiosidade 
extremada, levando Portugal e Espanha a fi car de fora 
dos avanços produzidos na época. O fi nal do século XVII 
guarda alterações no quadro econômico, social, político e 
religioso, abalando a euforia antropocêntrica estabelecida.
O século XVII é marcado pelo mercantilismo, baseado 
no metalismo, na balança comercial favorável e no 
acúmulo de capitais; a burguesia surgia com imenso 
poder econômico nesse contexto. Contudo, se por um 
lado a conjuntura econômica favorecia a ascensão de 
setores populares, tais quais os burgueses; por outro, 
a sociedade não se mostrava aberta em relação às 
estruturas política e social.
Apesar de deter um forte poder econômico, a burguesia 
estava alijada do poder político, constituía o Terceiro 
Estado, a mais baixa das três classes impermeáveis pelas 
quais a sociedade se organizava. As outras duas, o clero 
e a nobreza, gozavam de inúmeros privilégios e controle 
absoluto sobre as decisões políticas e os comportamentos 
sociais. Os camponeses e artesãos sofriam com pesados 
impostos e a falta de direitos. A burguesia fortalecia-se 
com seu poder econômico e pressionava politicamente 
a nobreza e o rei, a fi m de conseguir maior participação 
política no Estado.
O absolutismo monárquico centralizava todo poder 
nas mãos do rei, considerado o representante de deus na 
Terra. Por mais estranho que possa parecer, durante algum 
tempo, esse sistema, ainda que excludente, benefi ciou 
a própria burguesia, já que lhe convinha um governo 
centralizado que unifi casse e ampliasse as condições do 
mercado nacional.
CONTEXTO HISTÓRICO PORTUGUÊS
Se Portugal viveu seus dias de glória nos primeiro 
quarto do século XVI, é bem verdade que o último quarto 
do mesmo século representa o pior período de sua história. 
A expansão ultramarina levou Portugal a conhecer uma 
aparente grandiosidade: Lisboa era a capital mundial das 
especiarias, mas a agricultura nacional era abandonada. 
As colônias na África e na América, que renderam à 
Espanha um enorme acúmulo de metais preciosos, não 
deram a Portugal o mesmo benefício: suas colônias nada 
forneceram de riquezas em imediato, especialmente o 
Brasil. Ouro e prata, principais objetivos do metalismo 
mercantilista não foram achados rapidamente no Brasil, 
levando Portugal a uma condição de dependência de 
seu comércio de especiarias. Com a decadência desse 
comércio, observa-se o franco declínio da economia 
portuguesa. Um vasto domínio territorial, de gastos 
monumentais com uma metrópole em crise econômica 
e política.
Impelido pelo sonho megalomaníaco de transformar 
Portugal em um grande império, o jovem rei D. Sebastião 
parte para a conquista de terras africanas e desaparece 
em meio ao insucesso na batalha de Alcácer-Quibir, 
em Marrocos, em 1578, sem deixar descendentes.
Dom Sebastião I, pintura de Cristóvão de Morais
Dois anos mais tarde, Felipe II da Espanha anexa 
Portugal a seu reino e consolida a unifi cação da 
Península Ibérica. O desaparecimento do jovem rei e 
a perda da autonomia levam o povo português a uma 
imensa amargura para olhar o futuro e uma melancolia 
ao relembrar o passado. Cria-se um ambiente de 
desilusão e esperança na volta do monarca desaparecido, 
que conduziria Portugal à glória, transformando-o 
no Quinto Império. Essa crença messiânica ganha o 
09 BARROCO EUROPEU - ARTE E CONTEXTO
10
nome de Sebastianismo e teve como um dos maiores 
representantes o próprio padre Antônio Vieira.
Com a unificação da península,a Contrarreforma se 
fortalece e o ensino torna-se praticamente um monopólio 
nas mãos dos jesuítas, além de estabelecer-se uma 
forte censura eclesiástica, um obstáculo praticamente 
intransponível a qualquer avanço na área do saber. 
Enquanto a Europa experimenta um rico tempo de 
descobertas científicas e inovações tecnológicas, a 
Península Ibérica permanece como mantenedora da 
cultura medieval.
ESTÉTICA BARROCA
Barroco é a denominação dada às manifestações 
artísticas do século XVII, daí também ser conhecido como 
seiscentismo. A palavra barroco tem origem controversa, 
mas a hipótese mais conhecida versa que o nome designa 
um tipo de pérola de forma irregular, imperfeita, desigual, 
assimétrica. A estética barroca guarda as qualidades da 
pérola que lhe nomeia, já que representa o intenso conflito 
interno do homem dos 1600: por um lado o racionalismo e 
o renascimento, por outro a Contrarreforma. Essa antítese 
vai se retratar no estilo, gerando assimetria, confusão, 
rebuscamento e paradoxos.
Pérola barroca
A contradição social e cultural produz a matiz 
dos conflitos retratados pelo barroco: teocentrismo x 
antropocentrismo, fé x razão, alma x corpo, bem x mal, 
perdão x pecado, espírito x matéria, deus x homem, virtude 
x prazer. O racionalismo oferece o prazer e a vida material; 
a Igreja, a volta aos valores medievais, com a renúncia aos 
prazeres mundanos e à mortificação da carne. 
Caravaggio, São Francisco em êxtase
Essa preocupação insana a qual era submetido 
o homem seiscentista o levava apenas a crer na 
brevidade da vida, na efemeridade da existência, 
restando a ele aproveitar o tempo que lhe restava 
(carpe diem). Longe de ser positiva, essa era uma 
atitude pessimista: devia-se aproveitar a vida, pois 
a morte já chegava. É claro que, após gozar dos 
prazeres da carne, restava o sofrimento, o pecado e o 
arrependimento. Era o momento de pedir perdão de se 
redimir frente a deus. Assim, o homem barroco estava 
sempre enfrentando o dilema de aproveitar o tempo 
que lhe restava na terra e pedir perdão pelos pecados 
que cometeu ao desfrutá-lo.
As lutas religiosas e as dificuldades econômicas 
decorrentes da decadência do comércio de especiarias 
estabelecem as condições da crise por que passam os 
portugueses, gerando tensão e desequilíbrio, características 
tão marcantes do Barroco. Desta forma, culto exagerado 
da forma, a busca pelo detalhe, o rebuscamento, o uso 
sobrecarregado de figuras de linguagem e, até mesmo, 
uma tendência sensualista são expressões do espírito 
seiscentista. Na literatura, pode-se perceber claramente 
duas tendências barrocas: o Cultismo e o Conceptismo.
Cultismo
Remete-se ao rebuscamento no plano formal. 
Caracteriza-se pelo uso de linguagem culta, rebuscada 
e extravagante; um vocabulário sofisticado, com grande 
número de figuras de linguagem (principalmente a 
metáfora, a antítese e a hipérbole) e jogos de palavras. 
A valorização dos pormenores e a exploração de efeitos 
sensoriais como cor, som, forma e volume, além de 
construir imagens violentas e fantasiosas. É um estilo 
presente sobretudo na poesia. A maior influência cultista 
pertence ao poeta espanhol Luís de Gôngora, pelo qual 
também ficou conhecido o estilo como Gongorismo.
Rebuscamento ornamental em igreja da Bahia
Conceptismo
A palavra remete à origem espanhola concepto 
(conceito, ideia) e, por isso, refere-se ao estilo que 
valoriza o jogo de ideias, construído a partir das sutilezas 
do raciocínio lógico, com valorização do pensamento 
através de analogias e alegorias. É um estilo racionalista, 
que utiliza uma retórica aprimorada, bem elaborada; 
LITERATURA
11PROENEM
normalmente manifestado na prosa. O  maior representante conceptista foi, sem dúvida, o  espanhol Francisco de 
Quevedo, que também empresta seu nome para apelidar o gênero: Quevedismo.
Francisco de Quevedo
Apesar de estilos diferentes, é importante ressaltar que ambos retratam a mesma escola barroca. Portanto, não é 
difícil imaginar que a produção de um autor pode apresentar traços cultistas e conceptistas; por vezes, um mesmo texto 
enquadra-se nas características dos dois estilos, sem que haja prejuízo na estética da obra.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Acesse os códigos de cada questão para ver o gabarito
QUESTÃO 01
(ENEM)
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: 
Banco Sudameris Brasil, 1989.
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas 
vestes e nas feições, a escultura barroca no Brasil tem 
forte infl uência do rococó europeu e está representada 
aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom 
Jesus de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em 
pedra-sabão por Aleijadinho. Profundamente religiosa, sua 
obra revela
a) liberdade, representando a vida de mineiros à procura 
da salvação.
b) credibilidade, atendendo a encomendas dos nobres 
de Minas Gerais.
c) simplicidade, demonstrando compromisso com a 
contemplação do divino.
d) personalidade, modelando uma imagem sacra com 
feições populares.
e) singularidade, esculpindo personalidades do reinado 
nas obras divinas.
QUESTÃO 02
(ENEM)
Quando Deus redimiu da tirania
Da mão do Faraó endurecido
O Povo Hebreu amado, e esclarecido,
Páscoa fi cou da redenção o dia.
Páscoa de fl ores, dia de alegria
Àquele povo foi tão afl igido
O dia, em que por Deus foi redimido;
Ergo sois vós, Senhor, Deus da Bahia.
Pois mandado pela Alta Majestade
Nos remiu de tão triste cativeiro,
Nos livrou de tão vil calamidade.
Quem pode ser senão um verdadeiro
Deus, que veio estirpar desta cidade
o Faraó do povo brasileiro.
 (DAMASCENO, D. Melhores poemas: Gregório de Matos. São Paulo: 2006)
09 BARROCO EUROPEU - ARTE E CONTEXTO
12
Com uma elaboração de linguagem e uma visão de mundo 
que apresentam princípios barrocos, o soneto de Gregório 
de Matos apresenta temática expressa por
a) visão cética sobre as relações sociais.
b) preocupação com a identidade brasileira.
c) crítica velada à forma de governo vigente.
d) reflexão sobre dogmas do Cristianismo.
e) questionamento das práticas pagãs na Bahia.
QUESTÃO 03
(ENEM) Em um engenho sois imitadores de Cristo 
crucificado porque padeceis em um modo muito 
semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz 
e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois 
madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também 
ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na 
Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra 
vez para a esponja em que lhe deram o fel. A  Paixão de 
Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem 
descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. 
Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós 
famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados 
em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, 
os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa 
imitação, que, se for acompanhada de paciência, também 
terá merecimento de martírio. 
VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).
O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece 
uma relação entre a Paixão de Cristo e
a) a atividade dos comerciantes de açúcar nos portos 
brasileiros.
b) a função dos mestres de açúcar durante a safra de cana.
c) o sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios.
d) o papel dos senhores na administração dos engenhos.
e) o trabalho dos escravos na produção de açúcar.
QUESTÃO 04
(Fuvest-SP)
“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia.
Depois da luz, se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.”
Na estrofe acima, de um soneto de Gregório de Matos 
Guerra, a principal característica do Barroco é:
a) culto da Natureza.
b) a utilização de rimas alternadas.
c) a forte presença de antíteses.
d) culto do amor cortês.
e) uso de aliterações.
QUESTÃO 05
(PUC-SP)
“Que falta nesta cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha? Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidadeonde falta
Verdade, honra, vergonha.”
Pode-se reconhecer nos versos acima, de Gregório de Matos:
a) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, 
a serviço de uma crítica, em tom de sátira, do perfil 
moral da cidade da Bahia.
b) caráter de jogo verbal próprio da poesia religiosa do 
século XVI, sustentando piedosa lamentação pela 
falta de fé do gentio.
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, por meio da 
qual o poeta se investe das funções de um autêntico 
moralizador.
d) caráter de jogo verbal próprio do estilo barroco, 
a  serviço da expressão lírica do arrependimento do 
poeta pecador.
e) estilo pedagógico da poesia neoclássica, sustentando 
em tom lírico as reflexões do poeta sobre o perfil moral 
da cidade da Bahia.
QUESTÃO 06
(UEA) Leia o poema de Gregório de Matos para responder 
à questão.
Discreta, e formosíssima Maria,
Enquanto estamos vendo a qualquer hora
Em tuas faces a rosada Aurora,
Em teus olhos, e boca o Sol, e o dia:
Enquanto com gentil descortesia
O ar, que fresco Adônis te namora,
Te espalha a rica trança voadora,
Quando vem passear-te pela fria:
Goza, goza da flor da mocidade,
LITERATURA
13PROENEM
Que o tempo trota a toda ligeireza,
E imprime em toda a fl or sua pisada
Oh não aguardes, que a madura idade
Te converta em fl or, essa beleza
Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
(www.itaucultural.org.br)
Esse poema exemplifi ca uma característica marcante da 
estética barroca:
a) a fugacidade da vida e a recomendação para aproveitá-
la.
b) a necessidade de controlar emoções e desejos para 
melhor comportar-se.
c) o reconhecimento social do idoso como fonte 
de sabedoria.
d) a prática da corte amorosa como acesso ao reino 
do céu.
e) a crença na continuidade da existência humana após 
a morte.
QUESTÃO 07
(F. Objetivo-SP) Sobre Cultismo e Conceptismo, os dois 
aspectos construtivos do Barroco, assinale a única 
alternativa incorreta. 
a) O Cultismo opera através de analogias sensoriais, 
valorizando a identifi cação dos seres por metáforas. 
O Conceptismo valoriza a atitude intelectual, 
a argumentação.
b) Cultismo e Conceptismo são partes construtivas do 
Barroco que não se excluem. É possível localizar no 
mesmo autor e até no mesmo texto os dois elementos.
c) Cultismo é perceptível no rebuscamento da linguagem, 
pelo abuso no emprego de fi guras semânticas, 
sintáticas e sonoras. O Conceptismo valoriza a atitude 
intelectual, o que se concretiza no discurso pelo 
emprego de sofi smas, silogismos, paradoxos. 
d) Cultismo na Espanha, Portugal e Brasil é também 
conhecido como Gongorismo e seu mais ardente 
defensor, entre nós, foi o Pe. Antônio Vieira, que, 
no Sermão da sexagésima, propõe a primazia da 
palavra sobre a ideia.
QUESTÃO 08
(PUC)
“Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser fl or, e Anjo juntamente:
Ser Angélica fl or e Anjo fl orente,
Em quem, senão em vós, se uniformara?”
Na estrofe acima, o jogo de palavras: 
a) retrata o confl ito vivido pelo homem barroco, dividido 
entre o senso do pecado e o desejo de perdão.
b) expressa a consciência de que o poeta tem do efêmero 
da existência e o horror pela morte.
c) revela a busca da unidade, por um espírito dividido 
entre o idealismo e o apelo dos sentidos.
d) permite a manifestação do erotismo do homem, 
provocado pela crença na efemeridade dos predicados 
físicos da natureza humana. 
QUESTÃO 09
(UFV) 
“Goza, goza da fl or da mocidade,
que o tempo trota a toda ligeireza,
e imprime em toda fl or sua pisada.
Ó, não aguardes que a madura idade
te converta essa fl or, essa beleza,
em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.”
(Gregório de Matos)
Os tercetos acima ilustram: 
a) caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do 
séc. XVI, sustentando uma crítica à preocupação 
feminina com a beleza.
b) jogo metafórico do Barroco, a respeito da fugacidade 
da vida, exaltando gozo do momento.
c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, ratifi cando 
as refl exões do poeta sobre as mulheres maduras.
d) as características de um romântico, porque fala de 
fl ores, terra, sombras.
09 BARROCO EUROPEU - ARTE E CONTEXTO
14
QUESTÃO 10
(UEL-PR) O Barroco manifesta-se entre os séculos XVI e XVII, momento em que os ideais da Reforma entram em 
confronto com a Contrarreforma católica, ocasionando no plano das artes uma difícil conciliação entre o teocentrismo e o 
antropocentrismo. A alternativa que contém os versos que melhor expressam esse conflito é: 
a) “Um paiá de Monal, bonzo bramá, 
 Primaz da Cafraria do Pegu, 
 Que sem ser do Pequim, por ser do Açu, Quer ser filho do sol, nascendo cá.” 
 Gregório de Matos Guerra 
b) ”Pequei Senhor; mas não porque hei pecado, 
 Da vossa alta clemência me despido;
 Porque quanto mais tenho delinquido,
 Vos tenho a perdoar mais empenhado. “ 
 Gregório de Matos Guerra 
c) “Fábio, que pouco entendes de finezas!
 Quem faz só o que pode a pouco obriga:
 Quem contra os impossíveis se afadiga,
 A esse cede amor em mil ternezas.” 
 Gregório de Matos Guerra 
d) “Luzes qual sol entre astros brilhadores,
 Se bem rei mais propício, e mais amado;
 Que ele estrelas desterra em régio estado, 
 Em régio estado não desterras flores.” 
 Botelho de Oliveira
ANOTAÇÕES
15PROENEM
Aproxime seu dispositivo móvel 
do código para acessar a teoria
BARROCO BRASILEIRO
ARTE E CONTEXTO
CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO
No século XVII o Brasil era um importante 
empreendimento comercial de Portugal, o grande celeiro 
de cana-de-açúcar. Com o declínio do comércio de 
especiarias, a colônia na América torna-se a maior fonte 
de riquezas de Portugal. Tudo aqui era organizado em 
torno dos engenhos de cana, concentrados na Zona da 
Mata nordestina.
Os colonos portugueses que vinham ao Brasil, quando 
não eram degredados – desajustados na sociedade 
europeia – estavam apenas interessados na exploração 
da cana e no enriquecimento rápido, que os permitisse um 
breve retorno a Portugal. Em momento algum se observa 
um movimento de enraizamento na Colônia, de construção 
de uma vida social na América portuguesa.
A realidade brasileira era de violência, de escravização 
do negro e de perseguição aos índios. Aqui não havia 
a opulência da aristocracia europeia – o mercado 
consumidor do açúcar –, mas os incultos e, na maioria das 
vezes, analfabetos comerciantes interessados no lucro. 
Apesar disso, surgia na colônia um grupo de pessoas 
letradas: advogados, religiosos, homens de letras, cuja 
formação dava-se em Portugal por serem filhos desses 
ricos comerciantes ou fidalgos que se instalaram no Brasil.
A cidade de Salvador, capital da Colônia, era, além de um 
centro político e econômico, um verdadeiro – e único – polo 
de produção cultural, reunindo as manifestações artísticas 
da época, ainda que não houvesse sentimento de conjunto, 
representando meramente esforços individuais. O estilo e 
as características eram simplesmente transplantadas da 
Europa para cá, através dos poucos que se aventuravam 
nessa área.
Contudo, a política brasileira vivia um momento delicado: 
com a unificação da Península Ibérica e a passagem do 
trono português à coroa espanhola, o conflito já deflagrado 
entre os Países Baixos e a Espanha passa a ter reflexos em 
Portugal e em suas posses. Os holandeses perderiam sua 
participação nos lucros da produção e comércio do açúcar, 
assim partiram para a invasão da colônia portuguesa na 
América: o Brasil.
Essas invasões começaram por Salvador, ocupada por 
mais de um ano. Apesar de terem demorado pouco mais 
de 24h para ocuparem a cidade, não conseguiram passar 
de seus limites, encontrando resistência nos colonos que, 
refugiados em fazendas próximas à capital, impediram a 
expansão dos invasores. Com a chegada de reforços, duras 
batalhas foram travadas até a expulsão dos holandeses.
Contudo, as invasões continuaram:em 1635 a faixa 
litorânea que vai de Sergipe ao Maranhão estava sob 
domínio holandês, com destaque para a invasão de 
Pernambuco em 1630 e o governo de Maurício de Nassau 
que promoveu intensa urbanização, com inúmeras 
benfeitorias em Recife e Olinda. Somente com a Insurreição 
Pernambucana, que durou dez anos, houve a expulsão 
definitiva dos holandeses no ano de 1654.
(Detalhe de O cristo do Carregamento da Cruz, madeira 
policromada, por Aleijadinho, no Santuário de Bom 
Jesus de Matosinhos, Congonhas, MG)
A arte barroca brasileira segue os mesmos preceitos 
estéticos do barroco europeu nas artes plásticas, com 
destaque para o escultor mineiro Antônio Francisco 
Lisboa, conhecido como Aleijadinho. Apesar de que 
suas obras tenham sido produzidas no século XVIII, elas 
retratam as características do barroco. Na figura em 
destaque, por exemplo, Aleijadinho mostra o imaginário 
da dor e do sofrimento relacionado ao imaginário 
religioso. Não há um Cristo glorioso e alegre, ou mesmo 
reflexivo, mas um Cristo de paixão e morte na cruz.
GREGÓRIO DE MATOS GUERRA
O maior poeta barroco brasileiro nasceu em Salvador, 
Bahia, provavelmente a 23 de dezembro de 1636 (apesar de 
que alguns historiadores datem seu nascimento em 1633 e 
outros em março de 1623).  Filho de uma família abastada, 
teve acesso ao melhor da educação na época, iniciando 
seus estudos no Colégio dos Jesuítas e terminando-os em 
Coimbra, Portugal, onde formou-se em Direito. Tornou-se 
juiz, foi Procurador da Bahia em Lisboa, clérigo e ainda 
encontrou tempo para ensaiar alguns poemas satíricos. 
Por causa deles, que se viu obrigado a retornar ao Brasil 
onde é convidado a trabalhar com os Jesuítas.
10 BARROCO BRASILEIRO - ARTE E CONTEXTO
16
Gregório foi tesoureiro-mor e vigário-geral (ainda 
que sempre tenha se recusado a vestir-se como 
clérigo), mas continuou exercendo sua veia satírica. 
Por seu comportamento, foi destituído de seus cargos 
eclesiásticos e parte para uma vida mais boêmia, 
transformando-se em um verdadeiro cronista da época, 
castigando com suas críticas e sátiras a sociedade 
baiana, ridicularizando impiedosamente as autoridades 
civis e religiosas. Por isso, foi duramente perseguido 
pelo governador baiano Antônio de Souza Menezes, o 
Braço de Prata e denunciado à Inquisição por apresentar 
hábitos de “homem solto sem modo de cristão”.
Casou-se com Maria dos Povos, com quem teve um 
filho, mas não parou nem de advogar nem de escrever 
suas poesias satíricas e pornográficas. Seus poemas 
contra o Governador Antônio Luiz Gonçalves da Câmara 
Coutinho fez com que seus filhos o jurassem de morte. 
Os amigos de Gregório – sim, ele tinha amigos! – armam 
uma forma de prendê-lo e enviá-lo à força para Angola, 
de modo a preservar-lhe a vida.
Profundamente desgostoso com a vida, envolve-
se em uma conspiração de militares portugueses que 
planejavam a independência de Angola. Gregório colabora 
com a prisão dos líderes do movimento, mostrando sua 
fidelidade à corte portuguesa. Como prêmio, pôde voltar 
ao Brasil.
A notícia de sua volta causou enorme repercussão em 
Salvador, onde foi proibido de entrar. Já doente, sua volta 
se dá em Recife, longe de seus desafetos. Morre em 26 
de novembro de 1695 (alguns autores apontam janeiro de 
1696 como a data de sua morte) vítima de uma febre que 
contraíra ainda em Angola.
Gregório desenvolveu sua obra em poesias sacras, 
lírica amorosa, poesias satíricas e escritos erótico-irônicos. 
Araripe Júnior, importante crítico literário, em 1894, definiu 
assim o poeta baiano: “um notabilíssimo canalha, eis o 
que ele era”. Essa fama sempre acompanhou Gregório 
de Matos devido a ter primado pela irreverência. Afrontou 
os valores e a falsa moral da sociedade baiana de seu 
tempo. Comportou-se de maneira a escandalizar todo o 
povo da colônia e da metrópole. Com ele, o sisudo barroco 
“se tropicaliza, come banana, grita palavrões e põe os pés 
no chão brasileiro”, segundo afirma José de Nicola.
Rompe com os modelos europeus do barroco, faz 
a denúncia das contradições da sociedade baiana e 
critica implacavelmente todos os grupos sociais, fossem 
governantes, fidalgos, comerciantes, escravos, clérigos, 
prostitutas, mulatos etc. Gregório é o primeiro poeta 
popular, conseguiu passear por todas as camadas sociais, 
incorporou em sua linguagem vocábulos indígenas 
e africanos, sem contar a linguagem baixa e chula, 
carregada de palavrões e obscenidades. Por sua produção 
e comportamento, ganhou o apelido de Boca do Inferno.
Nenhum de seus poemas foi publicado em vida, todos 
foram transmitidos oralmente até meados do século 
XIX quando foram reunidos em um livro. Houve várias 
compilações que deixaram a desejar, criando controvérsia 
sobre a autoria de alguns poemas atribuídos a Gregório de 
Matos. Sua obra basicamente pode ser dividida em sacra, 
amorosa, satírica e erótica.
Sua poesia sacra é bastante abrangente, desde 
poemas comemorativos por festas de santos até aqueles 
de contrição e reflexão moral. Nessa vertente, obedece aos 
preceitos do barroco europeu, com inúmeras referência 
bíblicas, apresentando temas como o amor a deus, a culpa, 
o arrependimento, o pecado e o perdão. Outras vezes aponta 
o desconcerto do mundo, lembrando a transitoriedade 
da vida e do tempo, fazendo uso do carpe diem. Em sua 
linguagem encontram-se inúmeras inversões e figuras 
de linguagem, além da construção de imagens fortes e 
de um espírito extremamente contraditório, abusando de 
antíteses e paradoxos, bem ao estilo barroco.
A Jesus Cristo Nosso Senhor
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado. 
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória
A lírica amorosa de Gregório é marcada pelo contraste 
entre corpo/alma, levando ao inevitável sentimento de 
culpa no plano espiritual, por se deixar levar pelo pecado 
da carne. A própria figura feminina revela-se como a 
personificação do pecado, levando o poeta à perdição.
Sonetos a D. Ângela de Sousa Paredes
Anjo no nome, Angélica na cara 
Isso é ser flor, e Anjo juntamente 
Ser Angélica flor, e Anjo florente 
Em quem, se não em vós se uniformara? 
Quem veria uma flor, que a não cortara 
De verde pé, de rama florescente? 
E quem um Anjo vira tão luzente 
Que por seu Deus, o não idolatrara? 
Se como Anjo sois dos meus altares 
Fôreis o meu custódio, e minha guarda 
Livrara eu de diabólicos azares 
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda 
Posto que os Anjos nunca dão pesares 
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda
Sua obra satírica é extensa, assim como seus 
desafetos: ricos, pobres, negros, brancos, mulatos, padres, 
freiras, autoridades, amigos, inimigos, toda a sociedade 
baiana foi vítima de sua “lira maldizente”. Esses poemas 
não se resumem à zombaria, mas revelam uma crítica 
aos vícios da sociedade. Sua produção satírica revela 
nosso poeta mais original, fugindo dos padrões europeus, 
LITERATURA
17PROENEM
estando completamente voltados à realidade baiana. Fica 
evidente um sentimento nativista, o início do processo 
de uma consciência crítica nacional, separando o que é 
brasileiro do que é exploração lusitana.
O que falta nessa cidade? Verdade.
Que mais por sua desonra? Honra.
Falta mais que se lhe ponha. Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade, onde falta,
Verdade, Honra, Vergonha.
(...)
E nos frades há manqueiras? Freiras
Em que ocupam os serões? Sermões
Não se ocupam em disputas? Putas.
Com palavras dissolutas
me concluís na verdade,
que as lidas todas de um Frade
são Freiras, Sermões, e Putas.
O açúcar já se acabou? Baixou
E o dinheirose extinguiu? Subiu
Logo já convalesceu? Morreu.
À Bahia aconteceu
o que a um doente acontece,
cai na cama, o mal lhe cresce,
Baixou, Subiu, e Morreu.
A Câmara não acode? Não pode
Pois não tem todo o poder? Não quer
É que o governo a convence? Não vence.
Que haverá que tal pense,
que uma Câmara tão nobre
por ver-se mísera, e pobre
Não pode, não quer, não vence.
Sua poesia erótico-pornográfica exalta a sensualidade 
da mulher, normalmente as amantes que conquistou no 
Recôncavo Baiano. Expressava sua volúpia, seus desejos 
e seus desencontros. Cantava também os escândalos 
sexuais que ocorriam nos conventos, lugares que, segundo 
nosso “cronista” imperavam o pecado, a sodomia e a 
homossexualidade.
A outra freira, que satirizando a delgada fisionomia do 
poeta lhe chamou “pica-flor”
Se Pica-flor me chamais, 
Pica-flor aceito ser, 
mas resta agora saber, 
se no nome, que me dais, 
meteis a flor, que guardais 
no passarinho melhor! 
se me dais este favor, 
sendo só de mim o Pica, 
e o mais vosso, claro fica, 
que fico então Pica-flor.
PADRE ANTÔNIO VIEIRA
“Devemos dar muitas graças a deus por fazer este 
homem católico, porque se o não fosse poderia dar 
muito cuidado à Igreja de deus”. O homem a quem se 
referia o papa Clemente X era Antônio Vieira, o “monstro 
dos ingênuos e príncipe dos oradores”. Vieira nasceu em 
Lisboa, em 6 de fevereiro 1608 e aos sete anos veio para 
a Bahia, onde, aos 15 anos entra para a Companhia de 
Jesus. Seu retorno a Portugal dá-se somente em 1640, 
após a Restauração – movimento pelo qual Portugal 
libertou-se da Espanha – quando saúda o rei D. João IV, de 
quem se tornaria conselheiro e confessor e que o nomearia 
representante e mediador de Portugal nas relações 
econômicas e políticas internacionais. Sua atuação nunca 
foi meramente religiosa. Seus sermões defendiam suas 
posições políticas, voltando contra si a pequena burguesia 
cristã, por defender o capitalismo judaico e os cristãos 
novos; os pequenos comerciantes, por defender um 
monopólio comercial; os administradores e colonos, por 
defender os índios. Teve problemas inclusive com a própria 
Inquisição que o condenou e o prendeu por dois anos, sob 
a acusação da defesa de cristãos-novos.
Vieira pregou a todos, brancos, negros, índios, 
brasileiros e portugueses. Fez de seus sermões sua 
principal arma para veicular suas ideias, postas em prática 
na catequese, na defesa dos índios e da colônia, quando 
da invasão holandesa. Quando no púlpito, o padre tratava 
de todos os assuntos que envolviam e preocupavam 
o auditório; tais encontros eram praticamente o único 
espaço onde era possível informar-se e refletir sobre a 
conjuntura e os acontecimentos da vida e do mundo. Em 
1697, no colégio da Bahia, Antônio Vieira falece, deixando 
mais de 500 cartas, 200 sermões e três obras proféticas.
História do futuro, Esperanças de Portugal e Clavis 
Prophetarum constituem as profecias de Vieira. Nelas, 
notam-se o sentimento sebastianista e as esperanças 
de Portugal em tornar-se o Quinto Império do Mundo, 
uma “interpretação” alegórica de uma profecia bíblica. 
Esses textos demonstram o caráter nacionalista exagerado 
e a servidão incondicional, típica dos jesuítas.
As cartas de Vieira dizem respeito ao relacionamento 
entre Portugal e Holanda, à Inquisição e os cristãos-
novos e, finalmente, aos acontecimentos da colônia. 
Esses documentos possuem mais valor histórico que 
propriamente literário.
A principal vertente da obra de Antônio Vieira, sem 
dúvida, encontra-se em seus sermões. Produzidos no 
estilo conceptista, são textos de brilhante retórica em que 
o pregador utiliza-se da lógica e de uma expressão clara 
e singela para convencer, apresentar e provar ideias e 
conceitos. Vieira pregou no Brasil, em Portugal e na Itália, 
sempre com grande repercussão.
Foi, seguramente, um gênio da língua, obtendo 
efeitos extraordinários, sem utilizar-se de exageros ou 
metáforas: um discurso inventivo e original, de grande 
engenhosidade, com clara construção discursiva, 
seguindo uma estrutura clássica: 
• Introito, exórdio ou introdução – apresenta um 
tema (normalmente um texto bíblico) em que se 
10 BARROCO BRASILEIRO - ARTE E CONTEXTO
18
fundamenta toda a argumentação, ligando-o à introdução do assunto principal do sermão.
• Demonstração ou argumento – é o desenvolvimento do tema, respondendo à questão levantada procurando con-
vencer o ouvinte. Apresenta aí argumentos e exemplos, muitas vezes tirados da história ou da Antiguidade, buscando 
ampliar os limites do texto.
• Peroração ou conclusão – procura despertar no ouvinte sentimentos que decorram da argumentação.
Entre seus principais sermões, destacam-se:
• Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (Bahia, 1640) – coloca-se contrário à inva-
são holandesa.
• Sermão do mandato (Capela Real de Lisboa, 1645) – desenvolve o tema do amor místico.
• Sermão de Santo Antônio (aos peixes) (Maranhão, 1654) – posiciona-se contrariamente à escravização dos índios.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Acesse os códigos de cada questão para ver o gabarito
• Sermão da Sexagésima (Capela Real de Lisboa, 
1655) – apresenta como tema a própria arte de pre-
gar.
QUESTÃO 01
(FUVEST-SP) “Entre os semeadores do Evangelho há uns 
que saem a semear, há outros que semeiam sem sair. 
Os que saem a semear são os que vão pregar à Índia, à 
China, ao Japão; os que semeiam sem sair são os que se 
contentam com pregar na pátria. Todos terão sua razão, 
mas tudo tem sua conta. Aos que têm a seara em casa, 
pagar-lhes-ão a semeadura; aos que vão buscar a seara 
tão longe, hão-lhes de medir a semeadura, e hão-lhes de 
contar os passos. Ah! dia do juízo! Ah! pregadores! Os de cá, 
achar-vos-ei com mais paço; os de lá, com mais passos...”
Essa passagem é representativa de uma das tendências 
estéticas típicas da prosa seiscentista, a saber:
a) Sebastianismo, isto é, a celebração do mito da volta 
de D.Sebastião, rei de Portugal, morto na batalha de 
Alcácer-Quibir.
b) a busca do exotismo e da aventura ultramarina, 
presentes nas crônicas e narrativas de viagem.
c) a exaltação do heroico e do épico, por meio das 
metáforas grandiloquentes da epopeia.
d) lirismo trovadoresco, caracterizado por figuras de 
estilo passionais e místicas.
e) Conceptismo, caracterizado pela utilização constante 
dos recursos da dialética.
QUESTÃO 02
(FEBASP-SP) “Basta, senhor, que eu, porque roubo em 
uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma 
armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, 
o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz 
os piratas, o roubar com muito, os Alexandres... O ladrão 
que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os 
que não só vão, mas que levam, de que eu trato, são os 
outros - ladrões de maior calibre e de mais alta esfera... Os 
outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades 
e reinos; os outros furtam debaixo de seu risco, estes, sem 
temor nem perigo; os outros se furtam, são enforcados, 
estes furtam e enforcam.” 
(Sermão do bom ladrão, Vieira)
Em relação ao estilo empregado por Vieira neste trecho 
pode-se afirmar:
a) autor recorre ao Cultismo da linguagem com o intuito 
de convencer o ouvinte e por isto cria um jogo de 
imagens.
b) Vieira recorre ao preciosismo da linguagem, isto é, 
através de fatos corriqueiros, cotidianos, procura 
converter o ouvinte.
c) Padre vieira emprega, principalmente, o Conceptismo, 
ou seja, o predomínio das ideias, da lógica, do raciocínio.
d) pregador procura ensinar preceitos religiosos ao ouvinte, 
o que era prática comum entre os escritores gongóricos.
QUESTÃO 03
(IFB – Professor: Português/Inglês)
Segundo Bosi (2013), “na esteira do Camões épico e das 
epopeias menores dos fins do século XVI, o poemeto em 
oitavas heroicas publicado em 1601 pode ser considerado 
um primeiro e canhestro exemplo de maneirismo nas 
letras da colônia”. Considerando a literatura barroca no 
Brasil, tal excerto se refere a:
a) Prosopopeia, de Bento Teixeira.
b) “Triste Bahia”,de Gregório de Matos.
c) Sermão da Sexagésima, de Antônio Vieira.
LITERATURA
19PROENEM
d) Música do Parnaso, de Botelho de Oliveira.
e) Sermão XIV do Rosário, de Antônio Vieira.
QUESTÃO 04
(UFRS) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as 
afirmações abaixo sobre os dois grandes nomes do 
barroco brasileiro.
( ) A obra poética de Gregório de Matos oscila entre 
os valores transcendentais e os valores mundanos, 
exemplificando as tensões do seu tempo.
( ) Os sermões do Padre Vieira caracterizam-se por 
uma construção de imagens desdobradas em 
numerosos exemplos que visam a enfatizar o 
conteúdo da pregação.
( ) Gregório de Matos e o Padre Vieira, em seus poemas 
e sermões, mostram exacerbados sentimentos 
patrióticos expressos em linguagem barroca.
( ) A produção satírica de Gregório de Matos e o tom dos 
sermões do Padre Vieira representam duas faces da 
alma barroca no Brasil.
( ) O poeta e o pregador alertam os contemporâneos para 
o desvio operado pela retórica retumbante e vazia.
a) V – V – F – V – F
b) V – V – V – V – F
c) V – V – F – F – F
d) V – V – F – V – V
e) V – F – V – V – F
QUESTÃO 05
(UFRS) Assinale a alternativa que preenche adequadamente 
as lacunas do texto abaixo, na ordem em que aparecem.
Padre Antônio Vieira é um dos principais autores do ........., 
movimento em que o homem é conduzido pela ........ e que 
tem, entre suas características, o ........., com seus jogos de 
palavras, de imagens e de construção, e o ........., o uso de 
silogismo, processo racional de demonstrar uma asserção.
a) Gongorismo - exaltação vital - Cultismo - preciosismo
b) Conceptismo - fé - preciosismo - Gongorismo
c) Barroco - depressão vital - Conceptismo - Cultismo
d) Conceptismo - depressão vital - Gongorismo - 
preciosismo
e) Barroco - fé - Cultismo – Conceptismo
QUESTÃO 06
(PUC-SP)
AOS AFETOS, E LÁGRIMAS DERRAMADAS NA AUSÊNCIA 
DA DAMA A QUEM QUERIA BEM SONETO
Ardor em firme coração nascido;
Pranto por belos olhos derramado; 
Incêndio em mares de águas disfarçado; 
Rio de neve em fogo convertido:
Tu, que em um peito abrasas escondido;
Tu, que em um rosto corres desatado;
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal em chamas derretido.
Se és fogo como passas bradamente,
Se és neve, como queimas com porfia?
Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
Pois para temperar a tirania,
Como quis que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu parecesse a chama fria.
Considere atentamente as seguintes afirmações sobre o 
poema de Gregório de Matos:
I. O par fogo e água, que figura amor e contentação, passa 
por variações contrastantes até evoluir para o oxímoro.
II. O poema evidencia a “fórmula da ordem barroca” ditada 
por Gérard Genette: diferença transforma-se em oposição, 
oposição em simetria e simetria em identidade.
III. O poema inscreve, no âmbito da linguagem, o conflito 
vivido pelo homem do século XVII.
De acordo com o poema, pode-se concluir que:
a) são corretas todas as afirmações.
b) são corretas apenas as afirmações I e II.
c) são corretas apenas as afirmações I e III.
d) é correta apenas a afirmação II.
e) é correta apenas a afirmação III.
QUESTÃO 07
(UEL) Identifique a afirmação que se refere a GREGÓRIO 
DE MATOS.
a) No seu esforço de criação da comédia brasileira, 
realiza um trabalho de crítica que encontra seguidores 
no Romantismo e mesmo no restante do século XIX.
b) Sua obra é uma síntese singular entre o passado 
10 BARROCO BRASILEIRO - ARTE E CONTEXTO
20
e o presente: ainda tem os torneios verbais do 
quinhentismo português, mas combina-os com a 
paixão das imagens pré-românticas.
c) Dos poetas arcádicos eminentes, foi sem dúvida o 
mais liberal, o que mais claramente manifestou as 
ideias da ilustração francesa.
d) Teve grande capacidade em fixar num lampejo os 
vícios, os ridículos, os desmandos do poder local, 
valendo-se para isso do engenho artificioso que 
caracterizava o estilo da época.
e) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa na Minas 
do chamado ciclo do ouro é prova de que seu talento 
não se restringia ao lirismo amoroso.
QUESTÃO 08
(UFSCAR) “O pregar há-de ser como quem semeia, e não 
como quem ladrilha ou azuleja. Ordenado, mas como as 
estrelas. (...) Todas as estrelas estão por sua ordem; mas é 
ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não 
fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores 
fazem o sermão em xadrez de palavras. Se de uma parte 
há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma 
parte está dia, da outra há-de estar noite; se de uma parte 
dizem luz, da outra hão-de dizer sombra; se de uma parte 
dizem desceu, da outra hão-de dizer subiu. Basta que não 
havemos de ver num sermão duas palavras em paz? Todas 
hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário? 
Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o 
das palavras.”
(Vieira, “Sermão da Sexagésima”.)
No texto, Vieira critica um certo estilo de fazer sermão, que 
era comum na arte de pregar dos padres dominicanos da 
época. O uso da palavra xadrez tem o objetivo de
a) defender a ordenação das ideias em um sermão.
b) fazer alusão metafórica a um certo tipo de tecido.
c) comparar o sermão de certos pregadores a uma 
verdadeira prisão.
d) mostrar que o xadrez se assemelha ao semear.
e) criticar a preocupação com a simetria do sermão.
QUESTÃO 09
(FATEC)
AS COUSAS DO MUNDO 
Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa;
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa.
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não digo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.
(Gregório de Matos Guerra, “Seleção de Obras Poéticas”)
A alternativa que melhor exprime as características da 
poesia de Gregório de Matos, encontradas no poema 
transcrito, é a que destaca a presença de
a) inversões da sintaxe corrente, como em “Com sua língua, 
ao nobre o vil decepa” e “Quem menos falar pode”.
b) conflito entre os universos do profano e do sagrado, 
como se vê na oposição “Quem dinheiro tiver” e “pode 
ser Papa”.
c) metáforas raras e desusadas, como no verso 
experimental “a Musa topa/Em apa, epa, ipa, opa, 
upa”.
d) contraste entre os pólos de antíteses violentas, como 
“língua” X “decepa” e “menos falar” X “mais increpa”.
e) imagens que exploram os elementos mais efêmeros e 
diáfanos da natureza, como “flor e “tulipa”.
QUESTÃO 10
(FATEC) 
Os ouvintes ou são maus ou são bons; se são bons, 
faz neles grande fruto a palavra de Deus; se são maus, 
ainda que não faça neles fruto, faz efeito. A palavra de 
Deus é tão fecunda, que nos bons faz muito fruto e é tão 
eficaz, que nos maus, ainda que não faça fruto, faz efeito; 
lançada nos espinhos não frutificou, mas nasceu até nos 
espinhos; lançada nas pedras não frutificou, mas nasceu 
até nas pedras. Os piores ouvintes que há na Igreja de Deus 
são as pedras e os espinhos. E por quê? - Os espinhos por 
agudos, as pedras por duras. Ouvintes de entendimentos 
agudos e ouvintes de vontades endurecidas são os piores 
que há. Os ouvintes de entendimentos agudos são maus 
ouvintes, porque vêm só a ouvir sutilezas, a esperar 
alantarias, a avaliar pensamentos, e às vezes também a 
picar quem os não pica. 
Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, 
porque um entendimento agudo pode-se ferir pelos 
mesmos fios, e vencer-se uma agudeza com outra 
maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma coisa 
LITERATURA
21PROENEM
aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quanto as setas são mais agudas, tanto mais facilmente se despontam 
na pedra.
E com os ouvintes de entendimentos agudos e os ouvintes de vontades endurecidas serem os mais rebeldes, é tanta a 
força da divina palavra, que, apesar da agudeza, nasce nos espinhos, e apesarda dureza, nasce nas pedras.
(Padre Antônio Vieira, “Sermão da Sexagésima”. Texto editado.)
Considere as afirmações seguintes sobre o texto de Vieira.
I. Trata-se de texto predominantemente argumentativo, no qual Vieira emprega as metáforas do espinho e da pedra para 
referir-se àqueles em que a palavra de Deus não prospera.
II. Nota-se no texto a metalinguagem, pois o sermão trata da própria arte da pregação religiosa.
III. À vista da construção essencialmente fundada no jogo de ideias, fazendo progredir o tema pelo raciocínio, pela lógica, 
o texto caracteriza-se como conceptista.
IV. Efeito da Revolução Industrial, que reforçou a perspectiva capitalista e o individualismo, esse texto traduz a busca da 
natureza (pedras, espinhos, .....) como refúgio para o eu lírico religioso.
V. Vincula-se ao Barroco, movimento estético entre cujos traços destaca-se a oscilação entre o clássico (de matriz pagã) 
e o medieval (de matriz cristã), a qual se traduz em estados de conflito religioso.
Estão corretas apenas as afirmações
a) I, II e III.
b) I, III e V.
c) II, III e IV.
d) II, III, IV e V.
e) I, II, III e V.
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