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LIVRO ORIGAMIS

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1 | Origamis 
•William •de •Assis• 
 & 
 Vanda 
 
Dos mesmos autores de 
Canções de violino 
 
Origamis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Participação Especial: 
Prof.ª Flávia 
 
 
2 | Origamis 
© by William de Assis & Vanda 
 
Direitos de edição da obra adquiridos pela AFC Gráfica, Graficell e Poeira ao 
vento. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser arma-
zenada, em qualquer meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a 
permissão dos detentores do copirraite. 
 
Capa: 
Graficell 
Rua Pedro Miranda Campos, 891 - Centro 
Cesário Lange- SP- Brasil 
Tel.: (15) 3246-1132 
http: / /www.graficell.com.br 
 
 
Encadernação: 
Encadernadora Caresia (CNPJ 05.844.114/0001-31) 
Rua: Maria Delaroli Mendes- CDHU 
Tatuí- SP- Brasil 
Tel.: 3205-2585 
 
Texto revisto pelo novo Acordo Ortográfico. 
 
Arranjos para capa: 
Vanda Maria de Oliveira 
 
Projetos eletrônicos e site de divulgação: 
William de Assis 
http: / /nahoradoadeus.blogspot.com 
 
Participação especial: 
Prof.ª: Flávia, em “Luzes eternas” 
 
 
Origamis 
2017 
_______________________________________________________________ 
7899599 
ASSIS, William de. /OLIVEIRA, Vanda Maria de. 
Origamis/ William de Assis e Vanda. – 1. ed. – Cesário Lange: AFC/ Graficell/ Poeira ao vento, 
2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 | Origamis 
 
 
 
Dedicamos Origamis aos nossos bons pensamentos, cada boa 
ideia que temos, cada boa inspiração, que resulta em belos versos 
escritos. 
 
 
 
 
 
 
 
4 | Origamis 
 
 
 
 
Epígrafe: 
 
 
“Uma folha de papel... 
Pode se transformar em muitas coisas 
Um avião, um barco, um origami... 
Se uma folha de papel se transforma em tudo isso... 
Devemos ser como uma folha de papel... 
Prontos para tudo... para o que der e vier. ” 
JMRS 
 
 
 
https://pensador.uol.com.br/autor/jmrs/
 
5 | Origamis 
Origamis 
SUMÁRIO 
 
01.Lyriano 
02.Mágoas 
03.Um renascer 
04.Minha alma (Um arco-íris de cor) 
05.Medo 
06.Saída à francesa 
07.Mistura de sentimentos 
08.Origamis
09.Vagando por amor 
10.Devemos ter consciência 
11.Morada no meu coração 
12.Detalhes 
13.Mausoléu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14.Vida dividida 
15.Lençóis 
16.Recordações 
17.Um presente do passado 
18.Velho porão 
19.Galinha d’angola 
20.Farol do amanhã 
21.Luzes eternas 
Participação especial: Prof.ª Flávia 
22.Um amor das estações 
23.Pobre esperança 
24.Reencontro 
25.Era amor, foi amor 
26.Bater de asas 
 
 
About the book 
Agradecimentos 
 
 
 
6 | Origamis 
01 
Lyriano 
(William de Assis-©2016) 
 
Ao som da lira 
Venho refletir nesse vasto universo 
Venho conhecer a verdade e a mentira 
Venho, por ilusões, ser submerso 
 
Nos confins do espaço 
Viajo como um lyriano, 
Trago comigo o cansaço, 
E um olhar soberano 
 
Você está anos-luz de mim... 
Meu caminho nunca teve fim 
A vagar num universo cheio da insanidade... 
 
Ai, universo! 
Universo meu! 
Universo que só existe aqui... 
Ai, universo! 
Quem sabe os lírios já escreveram essa história 
Ai, universo! 
Eu te deixo pra trás! 
Universo, se não sabes, não o acompanho mais 
 
Quem sabe os lírios ouviram essa história 
Que, cá entre nós, não trouxe glória... 
 
O universo não me importa 
E meus lírios são plantados além da porta 
Mesmo que abertos os portões, 
E soe a voz saudosa, 
O lyriano recusa a hora preciosa... 
 
Ai, universo! 
Que me leva ao sonho tradicional: 
Um lyriano entregando um lírio, ao meu eu emocional 
 
7 | Origamis 
02 
Mágoas 
(William de Assis-©2016) 
 
Neste teu olhar derradeiro, 
Que Deus quisesse que fosse o primeiro 
Guardo mágoas daquele dia... 
Tão breve, sem alegria 
Nunca quis ceder o perdão 
E restou um peso neste coração 
 
Flageladas mágoas, 
Rivais do meu viver, 
Elas impedem o perdão de ocorrer 
E à noite, o som das águas, 
Me impedem de renascer 
 
Se eu soubesse que as mágoas viriam, 
Se eu soubesse a dor que elas trariam 
Eu faria diferente... 
Amor e ciúme... À luz do vagalume 
E nasce o sol pra me prender... 
Porque a vida existe... 
A morte é muito triste, 
E a mágoa resiste 
 
Quem me dera voltar ao passado, 
Junto das águas... 
Para reparar essas mágoas... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 | Origamis 
03 
Um renascer 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Tão perto 
Não importa se distante 
Eu reconheço que a vida quer me ensinar 
Espantei o otimismo, como quem espanta os pássaros 
Mas eu sinto que é hora de renascer 
É hora de respirar, 
É o momento de deixar de chorar 
 
Eu me abro e deixo ir este eu-criança 
Pinto todos os origamis da cor da esperança 
E o passado, agora, não faz mais sentido 
O céu está sorrindo, 
E a vida se abrindo... 
 
Um renascer, 
A vida oferece a um coração que escreve por merecer 
Vejo as horas se restaurando 
Os pecados me deixando 
 
Vou pelas estradas tentando renascer... 
Vendo em cada flor o amanhecer 
Tenho que dar uma chance ao meu novo viver 
Pois em cada manhã posso sentir o renascer... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 | Origamis 
04 
Minha alma 
(Um arco-íris de cor) 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Quando de repente uma nuvem encobrir o sol, 
E o tempo nublar 
É sinal de que a vida quer me falar... 
Nos dias tristes, 
Tanto choro... 
Eu adormeço, 
Deixo-me levar 
 
Ah, saudade de um grande amor 
Como dói 
Apenas despedaça a alma num dissabor 
 
Faço uma prece ao Senhor 
Tento refazer esse amor 
Que aos poucos foi se tornando rancor 
Preciso pintar minha alma com um arco-íris de cor 
Deixo-me levar por cada lembrança... 
Mas confesso que ainda tenho esperança 
De ver esse amor brilhar, como o sol para minha vida iluminar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 | Origamis 
05 
Medo 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Eu tenho medo de que tudo dê errado 
E que eu coloque tudo a perder 
Tenho medo, que tudo para trás, seja deixado 
Tenho medo disso acontecer 
 
O medo me barrou 
O receio, mais uma vez me encontrou 
Ah, seria tão mais fácil se ele não existisse, 
Seria tão mais simples se isso não acontecesse 
 
Por que ter medo? 
Por que fugir assim? 
Se eu te amo em segredo... 
Te quero até o fim... 
 
Por que ter receio? 
Por que? Se de ti eu preciso... 
Se tu és uma história de começo e meio... 
Mas não tem final, apenas um sorriso... 
 
Quero estar contigo, mas o medo, 
Anda sempre comigo 
Preciso vencer esse desafio 
Preciso não sentir esse arrepio... 
 
Um medo que me corrói a alma 
Que por vezes até me acalma 
Mas vou vencer esse medo, e te contar mil segredos 
 
 
 
 
 
 
 
11 | Origamis 
06 
Saída à francesa 
(William de Assis-©2016) 
 
Um baile de máscaras 
O teu rosto ficava escondido, 
Mas pela tua beleza eu era atraído 
 
Olhar que seduz, 
Toque que traduz, 
O amor perdido 
 
Quisera eu, me aproximar dela, 
Mas a distância me impedia 
Quem me dera estar com ela! 
Toda noite, todo dia... 
 
Quisera eu, tocá-la, 
Mas o tempo era uma barreira 
Quem me dera abraçá-la 
Tê-la a vida inteira... 
 
Quisera eu, minha dama, 
Dar-lhe um origami alado, 
Quisera eu, repousar ao teu lado na mesma cama, 
Dar-lhe os versos mais apaixonados 
 
Quisera eu ser teu despertar ao romper da aurora, 
Dar-lhe a minha face descoberta, 
Quisera eu, admirar teu corpo a toda hora, 
Dar-lhe a minha história de poeta 
 
Mas você se afastou... 
Ah, você negou... 
Se escondeu! 
 
Sei que naquele momento você me amou 
E eu amei o teu encanto, a tua beleza, 
Mas a tua saída à francesa, 
Esta, me magoou... 
 
12 | Origamis 
07 
Mistura de sentimentos 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Mistura de sentimentos, 
Euforia, desaventos 
É só olhar para você... 
O erro que não quero cometer, 
O engano que insisto em fazer 
A magia que você faz acontecer... 
Isso não é desse mundo, 
E a cada segundo 
Preciso contigo estar 
Estranha loucura, 
Mas é só ela que cura, 
Os males da alma, 
Que aquisinto, e não minto, 
Que cá entre nós, se acalma 
 
O teu amor é forte, feroz 
Mas te levou para longe de nós 
Deixando marcas profundas desatando os nós 
Porém tenho que ser forte para resgatar 
Esse sentimento que me faz navegar 
 
Por mares desconhecidos que tenho que desbravar 
Mas tenho a esperança que vamos nos reencontrar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 | Origamis 
08 
Origamis 
(William de Assis-©2016) 
 
Como é difícil retornar, 
À noite meu caminho vira um mar 
E as minhas certezas se transformam num talvez 
E fico a pensar em ti toda vez 
Imagino a seda do teu rosto 
Mas o pranto traz o desgosto 
 
Eu pego os meus sonhos e começo a dobra-los 
A vida está a guia-los! 
Origamis alados, 
Que fiz nos momentos amargurados 
 
E são eles que me dão asas! 
São eles que me fazem voar! 
Afastam a tristeza, 
Trazem à alma a pureza 
Origamis, meu porto-seguro 
Tudo o que sou está no teu voar, 
Nas tuas dobras, 
E nas tuas sobras... 
De papel, escrevo meu amanhã... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 | Origamis 
09 
 
Vagando por amor 
(William de Assis-©2015) 
Agora quero falar de um encontro, 
Que nunca aconteceu... 
Sozinha você ficou no banco daquela praça, 
Esperando-me 
 
Saiba que na tristeza eu encontro, 
O que naquela noite não foi meu 
Solitária, abandonada em meio à cerração, 
E à fumaça... 
Agora me peguei pensando 
 
Doeu demais, 
Machucou teu coração 
Queria te dar mundos que não eram reais 
E se foi o meu chão 
 
Hoje sei... Você está por aí... 
Vagando por amor 
Feito alma que não descansa, 
Feito criança... 
Sem sono, 
Feito folhas de outono 
 
E culpado sou eu! 
Que nem ligou para dizer, 
Que nem pensou em você, 
Que nem pensou em te avisar, 
Que não ia pra te amar 
 
Agora não adianta lamentar! 
A vida foi breve, 
O pensamento? Nada leve! 
Mas eu daria tudo, 
Pra reverter esses meu erro 
Nem que eu tivesse que deixar minh’alma gelada 
E fazer de ti, poetisa apaixonada 
 
15 | Origamis 
10 
Devemos ter consciência 
(William de Assis-©2016) 
 
O homem não sabe mais onde chegar 
Poluição, fumaça em todo lugar 
Derrubada de florestas e áreas verdes 
Animais em gaiolas, enrolados em redes 
Rio límpido, de água pura, 
Hoje remete tristeza com a água escura 
Chaminés de indústrias, 
Soltam mais que fumaça 
Disseminam sofrimento e desgraça 
Por isso a natureza se rebela 
E a destruição se revela 
Tempestades e terremotos, 
Enchentes e maremotos 
Tudo vem pra dar consciência, 
A tal indiferença 
Ser humano é singelo à primeira aparência 
Mas suas atitudes fazem diferença 
Devemos refletir... 
A natureza não é eterna 
Essa é hora de agir, 
E não se acomodar, como urso que hiberna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 | Origamis 
11 
Morada no meu coração 
(William de Assis-©2016) 
 
Foi por vontade minha, 
Que eu te conheci 
 
Foi por vontade do destino, 
Que eu te encontrei 
 
Eu passei tanto pela sombra da solidão 
Mas agora, queimo em vida, de tanta paixão 
Todas as noites saio na sacada, 
Imagino te ver no céu... 
Ah! Sonho na hora errada! 
 
Cristais de luz que iluminam 
E foi por minha vontade, que a deixei entrar, 
Nesse coração andarilho, 
Que tu me deste 
A tua luz é só um brilho, 
Que me deixa despido, sem veste... 
 
Se eu me entregasse como um amante, 
Por capricho 
Talvez ouvisse por um instante, 
Sua voz soar como um cochicho 
 
Hoje sei que o que sou, 
É fruto da minha decisão 
E você, sim, me amou, 
Fez morada no meu coração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 | Origamis 
12 
Detalhes 
(William de Assis-©2016) 
 
Como vento você entrou na minha vida, 
E como vento, você também a deixou 
E eu não esqueci os detalhes 
 
Apesar de tudo ter sido tão passageiro, 
Parece que o amor ficou inteiro... 
 
Os detalhes não são esquecidos, 
Os seus detalhes não ficam escondidos 
Aroma de rosa, detalhe do teu perfume 
Murmúrios tristonhos, detalhe do teu ciúme 
 
Jardins floridos e canteiros bem cuidados, 
Amigos queridos e amigos magoados 
São detalhes 
 
Olhai para mim! 
Enxergai os detalhes do fim! 
 
Aqueles detalhes que permaneceram, 
Mesmo depois que o livro do tempo se fechou 
Detalhes que não esmoreceram, 
Junto a ti, quando me deixou 
 
Negros origamis que você fazia 
Detalhes de uma vida fria 
 
E hoje o véu da saudade cobre meu rosto, 
Já é possível ver detalhes do desgosto 
São detalhes 
 
Tranco todos os detalhes no meu coração, 
Disfarço de alegria, a decepção 
Jogo a chave fora... 
E os detalhes permanecem aqui a toda hora 
 
 
18 | Origamis 
13 
Mausoléu 
(William de Assis-©2016) 
 
Aqui terminam todos os sonhos, 
Que um dia tu sonhaste 
Esperanças vagas, 
Histórias de vida, sagas, 
E nada mais faz sentido, 
Pois o caminho vivido, 
Não importa agora... 
 
Sepultamos hoje a alma, o coração do poeta 
Que soube ser romântico na hora certa 
Sepultamos aqui neste mausoléu 
 
Mausoléu dos azares 
Onde todos os sonhos esmorecem 
Já não são mais seus esses ares, 
Que as vidas tanto lhe oferecem 
 
O teu corpo permanece cativo, 
Dentro desse mausoléu 
Preso, inativo 
E eu, vivendo de suas memórias no papel 
 
Lapidei as paredes do teu coração, 
Nunca imaginei deixá-la sozinha aqui 
Também sentirei solidão 
Algo que jamais senti 
 
Mausoléu dos meus medos... 
O vento balançaste a tua cruz 
Ah, mausoléu onde repousam os segredos, 
Que não carecem da luz 
 
Mausoléu da angústia e da agonia 
Portões carcomidos pelo desespero 
Um grande medo de partir, você tinha 
Mas por toda vida, fui seu seresteiro 
 
19 | Origamis 
 14 
Vida dividida 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Vida dividida, 
Já chega de tentar juntar os pedaços! 
Recordações, hoje, são seus abraços 
Já chega de tentar refazer, 
Esse erro não dá para reparar! 
Sonho quebrado, 
Coração magoado 
 
Já chega de tentar unir as metades, 
Disfarçar o amor de saudades 
Querer inventar histórias inteiras, 
Sendo que parte desse amor são poeiras 
 
Vida dividida, 
Os corações clamam nova união, 
Não conseguem viver longe da paixão 
 
Caíram no esquecimento da solidão 
O amor vive da cumplicidade, não suporta maldade 
Vida dividida pelo rancor 
Pelas marcas doloridas do desamor 
 
Podemos até tentar juntar novamente, 
Mas está difícil encontrar a semente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 | Origamis 
15 
Lençóis 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Ainda é madrugada, 
Vá dormir! 
É cedo para levantar, ir longe de mim 
E mesmo suplicando, tu me deixas mesmo assim 
 
Eu sei que é difícil amar, 
É preciso cuidar 
Mas eu venho lhe magoando tanto, 
Que em ti está a tristeza, e em mim o pranto 
 
Invernos são precisos no amor, 
São necessários os momentos de dor, 
Para que se confirme o sentimento 
 
E esses lençóis, com tanta história para contar 
Tantos episódios, cada um viu esse breve amar 
Lençóis... 
Macios, eram nossa paixão, 
Muitas vezes se desprendiam da cama, caíam no chão 
Eram cúmplices, nada diziam, 
Calados permaneciam... 
Ah, esses lençóis... 
Lembrança branda de quando éramos “nós”! 
 
Hoje restam apenas tristes lençóis... 
Tudo se apagou e até a cor dos lençóis desbotou 
Sim, hoje nada mais existe, pois nem os lençóis suportaram 
As mágoas, os rancores que eles levaram 
 
 
 
 
 
 
 
21 | Origamis 
16 
Recordações 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Antigas fotografias 
Momentos, alegrias 
Lembranças, fantasias 
 
Recordo momentos que existiram 
Momentos que passaram 
E agora só existem... 
Fotos que persistem... 
Em aparecer... 
 
São recordações, 
Retratos, memórias 
Vídeo-tapes, 
Que contam cada detalhe, 
Minha história... 
 
Uma história que eu mesma escrevi 
Com muitas lágrimas, ela teci 
Dela hoje restam apenas o nada 
O vazio que ficou na sacada 
 
Recordações que rondam meus sonhos, 
Que insiste em não se importar 
É triste saber que nada restou... 
Uma história que eu mesma escrevi... 
Hoje restam apenas as recordações... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 | Origamis 
17 
Um presente do passado 
(William de Assis-©2016)Sei que tu és apenas um sonho 
E que não posso te tocar 
Esse rosto que o tempo insiste em esconder 
Olhos que insistem em se perder 
 
Nada é esquecido, 
Talvez eu tenha te conhecido, 
Em outras vidas 
 
Mas esses sonhos que esta vida tem me dado, 
Um presente do passado 
 
Queria tanto me lembrar! 
Mas a memória é tão vaga 
São poucas lembranças que o passado quer me dar, 
Que imploro aos céus, que recordações me traga 
 
Tu rogaste para que eu deixe no passado, 
Aquilo que aconteceu... 
Mas não se ignoram sonhos que são mostrados, 
Com insistência, daquilo que aconteceu! 
 
Apenas devo ter deixado de lembrar 
E a vida se encarrega de me mostrar 
 
Ah! Eu queria tanto saber quem tu és... 
Mas a vida mantém no chão os meus pés! 
Quem sabe um dia eu possa me lembrar... 
Este presente do passado, o que mais quero é recordar 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 | Origamis 
18 
Velho porão 
(William de Assis-©2016) 
 
Há momentos que a vida se cala para mim 
Sinto que ela quer me ensinar 
Lições preciosas, para quando um triste momento chegar, 
Quando eu me deparar com o fim 
 
Nos momentos em que nada faz sentido, 
A vida apresenta o que o coração não tem pressentido 
Mas o meu eu se fecha num canto 
E aquele lindo dia de sol, vira em chuva e em pranto 
 
Que perfeito final àquele que não ama! 
Tão perfeito que a própria vela apaga sua chama 
Aqui neste coração, morreria de desgosto 
Ah, se tu fizeste do meu coração, um velho porão, 
E andaste com um véu, cobrindo-lhe o rosto, 
Não traria decepção... 
 
Se me contasse a verdade, 
Não a precisaria esconder, 
Neste velho porão sem liberdade, 
Não me veria morrer 
 
Eu preciso falar: 
A vida é uma estrada imprevisível 
Cheia do obstáculo e do impedimento 
Porém, sei que é maior em ti o sentimento 
Não é preciso pressa! 
O destino é apenas um... 
 
E o poeta que tem o coração, 
Cheio da recordação... 
Faz dele, um velho porão! 
 
 
 
 
 
24 | Origamis 
19 
Galinha d’angola 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Cisca aqui, cisca ali! 
A galinha d’angola já não tem mais onde ciscar 
Vai no terreno do vizinho... 
Mas ele, tem por ela, um imenso carinho 
Gosta tanto dela... 
Gosta tanto, que quer vê-la na panela 
 
Galinha d’angola, 
Mais parece um origami de pintinhas 
Um origami de asinhas 
 
Com olhinhos esbugalhados, 
Com pezinhos que querem conhecer o mundo, 
Numa simples viagem: 
Uma lição de coragem! 
 
Galinha d’angola, 
Que anda sempre em bando 
Pelos campos ciscando 
Seu canto que ecoa a mata, vai encantando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 | Origamis 
20 
Farol do amanhã 
(William de Assis-©2015) 
 
Houve uma noite em que nada iluminava 
Nem o sol e nem as estrelas, 
Nem a lua e nem os planetas 
 
Em meio a essa escuridão 
Aos poucos o amor deixava meu coração 
 
Era maior o calafrio 
Apenas ouvia o barulho do rio 
Mas não podia vê-lo 
Não podia conhecê-lo 
 
Foi então que num raio de luz, 
Os teus olhos se abriram 
 
Iluminaram, 
Aqueceram-me feito o sol, 
Guiaram-me feito um farol, 
O farol do amanhã 
 
Os teus olhos me deram vida 
Esse farol do amanhã, 
Minha única saída, 
Meu sol, meu talismã 
 
Luz do meu mundo, 
Reflexo da lua no meu mar 
Razão do meu tudo 
Estrela do meu céu, sol e meu luar 
 
Menina do meu dia, 
Flor da minha manhã, 
Meu sorriso de alegria, 
Farol do amanhã 
 
 
 
26 | Origamis 
21 
Luzes eternas 
(William de Assis/ Prof.ª Flávia -©2017) 
*Participação especial: Prof.ª Flávia* 
 
Quarto tão escuro 
O que ilumina é o olhar 
Mas ainda juro: 
Sei que vou te encontrar 
 
Nas estradas os faróis 
Vi passar tantas luas... 
Na minha vida tantos sóis... 
Tantas estrelas suas 
 
São luzes eternas, meu guiar 
São minha vida, meu cintilar 
Meus encantos eternos, 
Minhas primaveras, meus invernos 
São luzes eternas, meu iluminar 
São meu reencontro, meu recordar 
Meus momentos ofuscados por tanta luz, 
Iluminados, pela esperança que a conduz 
 
Enquanto em meu quarto fico sozinho a pensar 
Não sei se sua presença eu consigo sentir 
Porém sei que estás sempre a me guiar 
Hoje, ontem e em todos os anos que estão por vir 
 
A luz, o brilho, sua alma, eu juro 
Cintila, eleva, conduz meu caminhar 
Por isso, agradeço todos os dias, eu juro 
E sei que um dia vamos todos nos reencontrar 
 
 
 
 
 
 
27 | Origamis 
22 
Um amor das estações 
(William de Assis-©2017) 
 
Quando a lua nova se arma no firmamento, 
É que percebo que o tempo passou 
Quando passa por mim a saudade e seu vento, 
É que vejo que você me amou 
Eu apenas fiquei a esperar os dias passarem, 
Esperei que o céu me desse a mão e me ajudasse a levantar 
Me escondi, para mal de mim não pensarem, 
Mas a vida e a saudade conseguiram me encontrar 
 
¡Pobre de mí! 
Me he dado en la primavera, 
En verano, otoño e invierno 
Para mí no había tiempo sin amor 
Pero hoy estoy solo, sientiendo el dolor 
 
Lágrimas, desespero 
Afundam a caravela da paixão 
Y los mares tan ondulantes, el miedo de perderte 
Tengo miedo de morir, no hay donde esconderse 
 
Vida, um oceano infinito 
Se pode navegar 
Nesses mares, se encontras um rosto tão bonito 
Se deixa apaixonar 
 
La vida, um océano infinito 
Si se puede navegar 
En estos mares, se encuentra um rostro tan hermoso 
Dejar que el amor 
 
Pobre de mim! 
Eu que me entreguei na primavera, 
No verão, no outono e no inverno 
Para mim não houve tempo sem amor 
Mas hoje estou sozinho, sentindo esta dor 
 
28 | Origamis 
23 
Pobre esperança 
(William de Assis-©2016) 
 
Talismãs pendurados 
Balançam ao vento 
A brisa da saudade 
Já é maior que a ansiedade 
Em cada canto que vou encontro recordações 
Até mesmo a vejo: minhas alucinações 
Que perfeito seria dizer que a esqueci! 
Ah, com este coração que tanto sofri! 
Mas estes talismãs reluzem tão otimistas 
Luz sonora como a que vem do violinista 
Mas quem sabe possas retornar? 
Quem sabe? Para me alegrar? 
Não sei de onde tiro essa pobre esperança 
Talvez dos talismãs a luzir... 
Talvez nessa solidão, eu venha a cair, 
Num chão duro, como um coração frio 
E venha a me despedaçar num extremo vazio 
Feito seus belos olhos que voaram para o espaço, 
Para longe do meu abraço... 
Que perfeito seria reencontrá-la, 
Que perfeito seria de novo amá-la 
Se estes talismãs não dessem ilusões 
Se estes talismãs apenas iluminassem os corações, 
Eu iria viver tão calmo à brisa mansa, 
E não teria essa pobre esperança! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 | Origamis 
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Reencontro 
(William de Assis/ Vanda-©2017) 
 
Sei que os teus olhos são lanternas prontas para me iluminar 
A vida é mais que simplesmente sonhar 
Há horas que é preciso acordar 
 
Já não vivo mais de ilusão 
No mundo dos sonhos, perdi meu coração 
Eu quis desafiar, ir mais além, 
Perdi você também... 
 
Preciso te encontrar, 
Ainda tenho esperança 
Não se vive de sonho, nem de lembrança, 
Com certeza você está a me esperar... 
 
Para curtirmos juntos esse amor 
Que fica dentro de mim a palpitar 
Sim, precisamos nos encontrar 
Serei sua luz, seu mar 
A hora mais perfeita, o seu dia, o céu claro 
As estrelas, a lua, serão nossas testemunhas 
Desse nosso breve reencontrar... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 | Origamis 
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Era amor, foi amor 
(William de Assis-©2017) 
 
Vida, minha vida, 
Já é hora de se acostumar com a partida 
Já é hora de acreditar, 
Que não vai mais voltar 
O amor calou tão fundo 
Você era meu mundo 
Foi amor à primeira vista 
Risquei todos os nomes, só deixei o seu na minha lista 
E hoje, eu sei... 
Que tudo o que passei... 
Foi por você, eu te amei... 
Era amor, foi amor, 
A saudade despedaça o coração sonhador 
E no lugar de confessar a você, 
Me deixei fechar pelo medo de você não querer 
É! Esta minha vida tão alusiva 
Nela não encontro uma história de amor afetiva 
Este coração alvissareiro 
 Que não me disse que ia viver um amor passageiro 
Um destino que gosta de alvitrar, 
Que estende a mão para eu pegar 
Mas sei que era amor, foi amor 
Agora posso dizer que umavez na vida cultivei esse sentimento, 
Que hoje, em pedaços, é meu lamento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 | Origamis 
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Bater de asas 
(William de Assis-©2017) 
 
Vai, fere intensamente o peito que lhe acolheu! 
Mas lembra-te que este foi o único amor que a vida lhe deu 
Recordo-lhe que antes, andavas só pelo universo da solidão 
Jamais sabias, que tu eras parte deste coração, 
Que agora feres sem pensar, 
Que agora desprezas sem lembrar, 
Que numa noite como esta, as paredes viram o amor 
Ah, amor que aconteceu, mas que deixou a dor! 
 
A partida não foi fácil 
Esse amor nunca foi dócil 
A vida reserva surpresas ao coração que ilude 
Ah, coração iludido com um falso amor, que até confunde 
 
Vai, fere esta alma sonhadora! 
Sonhou com o amor, mulher de encanto, tão sedutora 
Mas lembra-te que ela é única, não vais encontrar amor maior 
Não vais encontrar tamanha perfeição ao seu redor 
Agora feres o coração, ao qual jurou amor eterno?! 
Agora deixas quem amou na primavera, e abandonas no inverno?! 
Agora simplesmente a ignora com o coração apertado, 
Ela sempre o amou, sempre ofereceu um olhar apaixonado... 
 
Talvez num simples bater de asas, este amor deixou de existir 
E perante um céu tão nebuloso, talvez ela deixou de sorrir 
Que final triste, nesse desamor que existe 
A vida nunca juntará os pedaços deste coração sonhador 
Esse bater de asas, deixou mais que saudade, deixou a dor! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 | Origamis 
•William •de •Assis• 
 & 
 Vanda 
 
 
 
Origamis 
ABOUT THE BOOK 
(MAKING OF) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 | Origamis 
ABOUT THE BOOK 
William de Assis 
 
 “E são eles que me dão asas! / São eles que me fazem voar! 
 Certamente estes versos definem esse novo momento e novo tra-
balho, que tem tudo para ser emoção. 
 Cuidadosamente pensado, Origamis, traz mais um conjunto de 
poemas simbolistas, que tendem a tratar de assuntos como o amor 
e a saudade. Alguns dos destaques desse livro, além do próprio Ori-
gamis – que conta a história de uma viagem mental que diz o quanto 
devemos acreditar em nossos sonhos –, também são Detalhes, Mau-
soléu, Um amor das estações e Lençóis. 
 Cada um dos poemas foi escrito com a delicadeza de cada senti-
mento, usando palavras simples, de fácil compreensão. 
 Pensando em convidar alguém para participar do novo projeto, 
cheguei ao nome da Prof.ª Flávia, que desenvolveu um excelente po-
ema, que fala sobre a esperança nas luzes da vida, intitulado Luzes 
eternas. 
 Espero que o público receba mais este trabalho, feito com tanto 
carinho, e que agora, será tema de várias apresentações maravilho-
sas. ” 
 
 
Vanda 
 
 “Poder escrever sobre um novo trabalho que está sendo realizado 
é sempre uma emoção, sobre a continuação de trabalho, é melhor 
ainda. 
 Me sinto muito honrada de poder continuar compondo com o Wil-
liam, pois admiro muito sua sensibilidade e sua forma de expressar 
através das poesias. 
 Sua imaginação criativa vai além de escrever poemas, pois ele co-
loca alma, sentimento e coração em tudo o que faz. 
 Gostaria que todos pudessem conhecer nosso trabalho, e se de-
liciarem com poesias cheias de emoção e amor. 
 Brincar com as palavras, deixar sonhos fluírem é uma maneira de 
ver com outros olhos o nosso mundo tão cheio de incertezas. Fica a 
dica! 
 Que Deus continue nos iluminando e abençoando sempre, para 
continuarmos nossa caminhada. Beijos, até a próxima! 
 
 
34 | Origamis 
 
 
 
 
 
 
“E são eles que me dão asas! / São eles 
que me fazem voar! ” 
 
 
 
 Toda nossa gratidão a Deus, primeiramente, pelas ideias e boas 
inspirações, que Ele nos proporciona a cada novo trabalho, como se 
fossem novos “origamis” a serem dobrados e prontos para voar! 
 Agradecemos os amigos da Graficell, mais uma vez pela confec-
ção da capa e das artes inclusas neste trabalho. Aos amigos da AFC 
e Poeira ao vento, nosso abraço e todo carinho a vocês. Ao Fábio 
Caresia, um grande abraço e nossos sinceros agradecimentos pelos 
acabamentos da obra. Nossa eterna gratidão a todos! 
 Um grande abraço, Prof.ª Flávia, pela honra e inédita participação 
mais que especial neste livro! Que seja a primeira de outras! 
 Ao público querido, seja do nosso Blog, Facebook, dos saraus e 
apresentações, nosso “muito obrigado! ”, e que hoje os aplausos se-
jam para vocês, pois sem público, não há apresentação, não há sa-
rau, não há emoções, não há os diversos sentimentos que nos en-
volvem, e acima de tudo, não há sentido para compor! Obrigado, pú-
blico querido! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 | Origamis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devidos registros simples passados à AFC gráfica: 
1.©2017/ 2.©2017/ 3.©2017/ 4.©2017/ 5.©2017/ 6.©2017/ 7.©2017/ 8.©2017/ 9.©2015/ 10.©2015/ 11.©2017/ 12.©2017/ 
13.©2017/ 14.©2017/ 15.©2017/ 16.©2017/ 17.©2017/ 18.©2017/ 19.©2017/ 20.©2015/ 21.©2017/ 22.©2017/ 23.©2017/ 
24.©2017/ 25.©2017/ 26.©2017. 
©POEIRA AO VENTO, in: ASSIS, William de e OLIVEIRA, Vanda Maria de. Origamis. 
 
 
Esta obra foi editada por William de Assis e Vanda Maria 
de Oliveira, de abril a agosto de 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
36 | Origamis

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