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1 | Origamis •William •de •Assis• & Vanda Dos mesmos autores de Canções de violino Origamis Participação Especial: Prof.ª Flávia 2 | Origamis © by William de Assis & Vanda Direitos de edição da obra adquiridos pela AFC Gráfica, Graficell e Poeira ao vento. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser arma- zenada, em qualquer meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação etc., sem a permissão dos detentores do copirraite. Capa: Graficell Rua Pedro Miranda Campos, 891 - Centro Cesário Lange- SP- Brasil Tel.: (15) 3246-1132 http: / /www.graficell.com.br Encadernação: Encadernadora Caresia (CNPJ 05.844.114/0001-31) Rua: Maria Delaroli Mendes- CDHU Tatuí- SP- Brasil Tel.: 3205-2585 Texto revisto pelo novo Acordo Ortográfico. Arranjos para capa: Vanda Maria de Oliveira Projetos eletrônicos e site de divulgação: William de Assis http: / /nahoradoadeus.blogspot.com Participação especial: Prof.ª: Flávia, em “Luzes eternas” Origamis 2017 _______________________________________________________________ 7899599 ASSIS, William de. /OLIVEIRA, Vanda Maria de. Origamis/ William de Assis e Vanda. – 1. ed. – Cesário Lange: AFC/ Graficell/ Poeira ao vento, 2017. 3 | Origamis Dedicamos Origamis aos nossos bons pensamentos, cada boa ideia que temos, cada boa inspiração, que resulta em belos versos escritos. 4 | Origamis Epígrafe: “Uma folha de papel... Pode se transformar em muitas coisas Um avião, um barco, um origami... Se uma folha de papel se transforma em tudo isso... Devemos ser como uma folha de papel... Prontos para tudo... para o que der e vier. ” JMRS https://pensador.uol.com.br/autor/jmrs/ 5 | Origamis Origamis SUMÁRIO 01.Lyriano 02.Mágoas 03.Um renascer 04.Minha alma (Um arco-íris de cor) 05.Medo 06.Saída à francesa 07.Mistura de sentimentos 08.Origamis 09.Vagando por amor 10.Devemos ter consciência 11.Morada no meu coração 12.Detalhes 13.Mausoléu 14.Vida dividida 15.Lençóis 16.Recordações 17.Um presente do passado 18.Velho porão 19.Galinha d’angola 20.Farol do amanhã 21.Luzes eternas Participação especial: Prof.ª Flávia 22.Um amor das estações 23.Pobre esperança 24.Reencontro 25.Era amor, foi amor 26.Bater de asas About the book Agradecimentos 6 | Origamis 01 Lyriano (William de Assis-©2016) Ao som da lira Venho refletir nesse vasto universo Venho conhecer a verdade e a mentira Venho, por ilusões, ser submerso Nos confins do espaço Viajo como um lyriano, Trago comigo o cansaço, E um olhar soberano Você está anos-luz de mim... Meu caminho nunca teve fim A vagar num universo cheio da insanidade... Ai, universo! Universo meu! Universo que só existe aqui... Ai, universo! Quem sabe os lírios já escreveram essa história Ai, universo! Eu te deixo pra trás! Universo, se não sabes, não o acompanho mais Quem sabe os lírios ouviram essa história Que, cá entre nós, não trouxe glória... O universo não me importa E meus lírios são plantados além da porta Mesmo que abertos os portões, E soe a voz saudosa, O lyriano recusa a hora preciosa... Ai, universo! Que me leva ao sonho tradicional: Um lyriano entregando um lírio, ao meu eu emocional 7 | Origamis 02 Mágoas (William de Assis-©2016) Neste teu olhar derradeiro, Que Deus quisesse que fosse o primeiro Guardo mágoas daquele dia... Tão breve, sem alegria Nunca quis ceder o perdão E restou um peso neste coração Flageladas mágoas, Rivais do meu viver, Elas impedem o perdão de ocorrer E à noite, o som das águas, Me impedem de renascer Se eu soubesse que as mágoas viriam, Se eu soubesse a dor que elas trariam Eu faria diferente... Amor e ciúme... À luz do vagalume E nasce o sol pra me prender... Porque a vida existe... A morte é muito triste, E a mágoa resiste Quem me dera voltar ao passado, Junto das águas... Para reparar essas mágoas... 8 | Origamis 03 Um renascer (William de Assis/ Vanda-©2017) Tão perto Não importa se distante Eu reconheço que a vida quer me ensinar Espantei o otimismo, como quem espanta os pássaros Mas eu sinto que é hora de renascer É hora de respirar, É o momento de deixar de chorar Eu me abro e deixo ir este eu-criança Pinto todos os origamis da cor da esperança E o passado, agora, não faz mais sentido O céu está sorrindo, E a vida se abrindo... Um renascer, A vida oferece a um coração que escreve por merecer Vejo as horas se restaurando Os pecados me deixando Vou pelas estradas tentando renascer... Vendo em cada flor o amanhecer Tenho que dar uma chance ao meu novo viver Pois em cada manhã posso sentir o renascer... 9 | Origamis 04 Minha alma (Um arco-íris de cor) (William de Assis/ Vanda-©2017) Quando de repente uma nuvem encobrir o sol, E o tempo nublar É sinal de que a vida quer me falar... Nos dias tristes, Tanto choro... Eu adormeço, Deixo-me levar Ah, saudade de um grande amor Como dói Apenas despedaça a alma num dissabor Faço uma prece ao Senhor Tento refazer esse amor Que aos poucos foi se tornando rancor Preciso pintar minha alma com um arco-íris de cor Deixo-me levar por cada lembrança... Mas confesso que ainda tenho esperança De ver esse amor brilhar, como o sol para minha vida iluminar 10 | Origamis 05 Medo (William de Assis/ Vanda-©2017) Eu tenho medo de que tudo dê errado E que eu coloque tudo a perder Tenho medo, que tudo para trás, seja deixado Tenho medo disso acontecer O medo me barrou O receio, mais uma vez me encontrou Ah, seria tão mais fácil se ele não existisse, Seria tão mais simples se isso não acontecesse Por que ter medo? Por que fugir assim? Se eu te amo em segredo... Te quero até o fim... Por que ter receio? Por que? Se de ti eu preciso... Se tu és uma história de começo e meio... Mas não tem final, apenas um sorriso... Quero estar contigo, mas o medo, Anda sempre comigo Preciso vencer esse desafio Preciso não sentir esse arrepio... Um medo que me corrói a alma Que por vezes até me acalma Mas vou vencer esse medo, e te contar mil segredos 11 | Origamis 06 Saída à francesa (William de Assis-©2016) Um baile de máscaras O teu rosto ficava escondido, Mas pela tua beleza eu era atraído Olhar que seduz, Toque que traduz, O amor perdido Quisera eu, me aproximar dela, Mas a distância me impedia Quem me dera estar com ela! Toda noite, todo dia... Quisera eu, tocá-la, Mas o tempo era uma barreira Quem me dera abraçá-la Tê-la a vida inteira... Quisera eu, minha dama, Dar-lhe um origami alado, Quisera eu, repousar ao teu lado na mesma cama, Dar-lhe os versos mais apaixonados Quisera eu ser teu despertar ao romper da aurora, Dar-lhe a minha face descoberta, Quisera eu, admirar teu corpo a toda hora, Dar-lhe a minha história de poeta Mas você se afastou... Ah, você negou... Se escondeu! Sei que naquele momento você me amou E eu amei o teu encanto, a tua beleza, Mas a tua saída à francesa, Esta, me magoou... 12 | Origamis 07 Mistura de sentimentos (William de Assis/ Vanda-©2017) Mistura de sentimentos, Euforia, desaventos É só olhar para você... O erro que não quero cometer, O engano que insisto em fazer A magia que você faz acontecer... Isso não é desse mundo, E a cada segundo Preciso contigo estar Estranha loucura, Mas é só ela que cura, Os males da alma, Que aquisinto, e não minto, Que cá entre nós, se acalma O teu amor é forte, feroz Mas te levou para longe de nós Deixando marcas profundas desatando os nós Porém tenho que ser forte para resgatar Esse sentimento que me faz navegar Por mares desconhecidos que tenho que desbravar Mas tenho a esperança que vamos nos reencontrar 13 | Origamis 08 Origamis (William de Assis-©2016) Como é difícil retornar, À noite meu caminho vira um mar E as minhas certezas se transformam num talvez E fico a pensar em ti toda vez Imagino a seda do teu rosto Mas o pranto traz o desgosto Eu pego os meus sonhos e começo a dobra-los A vida está a guia-los! Origamis alados, Que fiz nos momentos amargurados E são eles que me dão asas! São eles que me fazem voar! Afastam a tristeza, Trazem à alma a pureza Origamis, meu porto-seguro Tudo o que sou está no teu voar, Nas tuas dobras, E nas tuas sobras... De papel, escrevo meu amanhã... 14 | Origamis 09 Vagando por amor (William de Assis-©2015) Agora quero falar de um encontro, Que nunca aconteceu... Sozinha você ficou no banco daquela praça, Esperando-me Saiba que na tristeza eu encontro, O que naquela noite não foi meu Solitária, abandonada em meio à cerração, E à fumaça... Agora me peguei pensando Doeu demais, Machucou teu coração Queria te dar mundos que não eram reais E se foi o meu chão Hoje sei... Você está por aí... Vagando por amor Feito alma que não descansa, Feito criança... Sem sono, Feito folhas de outono E culpado sou eu! Que nem ligou para dizer, Que nem pensou em você, Que nem pensou em te avisar, Que não ia pra te amar Agora não adianta lamentar! A vida foi breve, O pensamento? Nada leve! Mas eu daria tudo, Pra reverter esses meu erro Nem que eu tivesse que deixar minh’alma gelada E fazer de ti, poetisa apaixonada 15 | Origamis 10 Devemos ter consciência (William de Assis-©2016) O homem não sabe mais onde chegar Poluição, fumaça em todo lugar Derrubada de florestas e áreas verdes Animais em gaiolas, enrolados em redes Rio límpido, de água pura, Hoje remete tristeza com a água escura Chaminés de indústrias, Soltam mais que fumaça Disseminam sofrimento e desgraça Por isso a natureza se rebela E a destruição se revela Tempestades e terremotos, Enchentes e maremotos Tudo vem pra dar consciência, A tal indiferença Ser humano é singelo à primeira aparência Mas suas atitudes fazem diferença Devemos refletir... A natureza não é eterna Essa é hora de agir, E não se acomodar, como urso que hiberna 16 | Origamis 11 Morada no meu coração (William de Assis-©2016) Foi por vontade minha, Que eu te conheci Foi por vontade do destino, Que eu te encontrei Eu passei tanto pela sombra da solidão Mas agora, queimo em vida, de tanta paixão Todas as noites saio na sacada, Imagino te ver no céu... Ah! Sonho na hora errada! Cristais de luz que iluminam E foi por minha vontade, que a deixei entrar, Nesse coração andarilho, Que tu me deste A tua luz é só um brilho, Que me deixa despido, sem veste... Se eu me entregasse como um amante, Por capricho Talvez ouvisse por um instante, Sua voz soar como um cochicho Hoje sei que o que sou, É fruto da minha decisão E você, sim, me amou, Fez morada no meu coração 17 | Origamis 12 Detalhes (William de Assis-©2016) Como vento você entrou na minha vida, E como vento, você também a deixou E eu não esqueci os detalhes Apesar de tudo ter sido tão passageiro, Parece que o amor ficou inteiro... Os detalhes não são esquecidos, Os seus detalhes não ficam escondidos Aroma de rosa, detalhe do teu perfume Murmúrios tristonhos, detalhe do teu ciúme Jardins floridos e canteiros bem cuidados, Amigos queridos e amigos magoados São detalhes Olhai para mim! Enxergai os detalhes do fim! Aqueles detalhes que permaneceram, Mesmo depois que o livro do tempo se fechou Detalhes que não esmoreceram, Junto a ti, quando me deixou Negros origamis que você fazia Detalhes de uma vida fria E hoje o véu da saudade cobre meu rosto, Já é possível ver detalhes do desgosto São detalhes Tranco todos os detalhes no meu coração, Disfarço de alegria, a decepção Jogo a chave fora... E os detalhes permanecem aqui a toda hora 18 | Origamis 13 Mausoléu (William de Assis-©2016) Aqui terminam todos os sonhos, Que um dia tu sonhaste Esperanças vagas, Histórias de vida, sagas, E nada mais faz sentido, Pois o caminho vivido, Não importa agora... Sepultamos hoje a alma, o coração do poeta Que soube ser romântico na hora certa Sepultamos aqui neste mausoléu Mausoléu dos azares Onde todos os sonhos esmorecem Já não são mais seus esses ares, Que as vidas tanto lhe oferecem O teu corpo permanece cativo, Dentro desse mausoléu Preso, inativo E eu, vivendo de suas memórias no papel Lapidei as paredes do teu coração, Nunca imaginei deixá-la sozinha aqui Também sentirei solidão Algo que jamais senti Mausoléu dos meus medos... O vento balançaste a tua cruz Ah, mausoléu onde repousam os segredos, Que não carecem da luz Mausoléu da angústia e da agonia Portões carcomidos pelo desespero Um grande medo de partir, você tinha Mas por toda vida, fui seu seresteiro 19 | Origamis 14 Vida dividida (William de Assis/ Vanda-©2017) Vida dividida, Já chega de tentar juntar os pedaços! Recordações, hoje, são seus abraços Já chega de tentar refazer, Esse erro não dá para reparar! Sonho quebrado, Coração magoado Já chega de tentar unir as metades, Disfarçar o amor de saudades Querer inventar histórias inteiras, Sendo que parte desse amor são poeiras Vida dividida, Os corações clamam nova união, Não conseguem viver longe da paixão Caíram no esquecimento da solidão O amor vive da cumplicidade, não suporta maldade Vida dividida pelo rancor Pelas marcas doloridas do desamor Podemos até tentar juntar novamente, Mas está difícil encontrar a semente 20 | Origamis 15 Lençóis (William de Assis/ Vanda-©2017) Ainda é madrugada, Vá dormir! É cedo para levantar, ir longe de mim E mesmo suplicando, tu me deixas mesmo assim Eu sei que é difícil amar, É preciso cuidar Mas eu venho lhe magoando tanto, Que em ti está a tristeza, e em mim o pranto Invernos são precisos no amor, São necessários os momentos de dor, Para que se confirme o sentimento E esses lençóis, com tanta história para contar Tantos episódios, cada um viu esse breve amar Lençóis... Macios, eram nossa paixão, Muitas vezes se desprendiam da cama, caíam no chão Eram cúmplices, nada diziam, Calados permaneciam... Ah, esses lençóis... Lembrança branda de quando éramos “nós”! Hoje restam apenas tristes lençóis... Tudo se apagou e até a cor dos lençóis desbotou Sim, hoje nada mais existe, pois nem os lençóis suportaram As mágoas, os rancores que eles levaram 21 | Origamis 16 Recordações (William de Assis/ Vanda-©2017) Antigas fotografias Momentos, alegrias Lembranças, fantasias Recordo momentos que existiram Momentos que passaram E agora só existem... Fotos que persistem... Em aparecer... São recordações, Retratos, memórias Vídeo-tapes, Que contam cada detalhe, Minha história... Uma história que eu mesma escrevi Com muitas lágrimas, ela teci Dela hoje restam apenas o nada O vazio que ficou na sacada Recordações que rondam meus sonhos, Que insiste em não se importar É triste saber que nada restou... Uma história que eu mesma escrevi... Hoje restam apenas as recordações... 22 | Origamis 17 Um presente do passado (William de Assis-©2016)Sei que tu és apenas um sonho E que não posso te tocar Esse rosto que o tempo insiste em esconder Olhos que insistem em se perder Nada é esquecido, Talvez eu tenha te conhecido, Em outras vidas Mas esses sonhos que esta vida tem me dado, Um presente do passado Queria tanto me lembrar! Mas a memória é tão vaga São poucas lembranças que o passado quer me dar, Que imploro aos céus, que recordações me traga Tu rogaste para que eu deixe no passado, Aquilo que aconteceu... Mas não se ignoram sonhos que são mostrados, Com insistência, daquilo que aconteceu! Apenas devo ter deixado de lembrar E a vida se encarrega de me mostrar Ah! Eu queria tanto saber quem tu és... Mas a vida mantém no chão os meus pés! Quem sabe um dia eu possa me lembrar... Este presente do passado, o que mais quero é recordar 23 | Origamis 18 Velho porão (William de Assis-©2016) Há momentos que a vida se cala para mim Sinto que ela quer me ensinar Lições preciosas, para quando um triste momento chegar, Quando eu me deparar com o fim Nos momentos em que nada faz sentido, A vida apresenta o que o coração não tem pressentido Mas o meu eu se fecha num canto E aquele lindo dia de sol, vira em chuva e em pranto Que perfeito final àquele que não ama! Tão perfeito que a própria vela apaga sua chama Aqui neste coração, morreria de desgosto Ah, se tu fizeste do meu coração, um velho porão, E andaste com um véu, cobrindo-lhe o rosto, Não traria decepção... Se me contasse a verdade, Não a precisaria esconder, Neste velho porão sem liberdade, Não me veria morrer Eu preciso falar: A vida é uma estrada imprevisível Cheia do obstáculo e do impedimento Porém, sei que é maior em ti o sentimento Não é preciso pressa! O destino é apenas um... E o poeta que tem o coração, Cheio da recordação... Faz dele, um velho porão! 24 | Origamis 19 Galinha d’angola (William de Assis/ Vanda-©2017) Cisca aqui, cisca ali! A galinha d’angola já não tem mais onde ciscar Vai no terreno do vizinho... Mas ele, tem por ela, um imenso carinho Gosta tanto dela... Gosta tanto, que quer vê-la na panela Galinha d’angola, Mais parece um origami de pintinhas Um origami de asinhas Com olhinhos esbugalhados, Com pezinhos que querem conhecer o mundo, Numa simples viagem: Uma lição de coragem! Galinha d’angola, Que anda sempre em bando Pelos campos ciscando Seu canto que ecoa a mata, vai encantando 25 | Origamis 20 Farol do amanhã (William de Assis-©2015) Houve uma noite em que nada iluminava Nem o sol e nem as estrelas, Nem a lua e nem os planetas Em meio a essa escuridão Aos poucos o amor deixava meu coração Era maior o calafrio Apenas ouvia o barulho do rio Mas não podia vê-lo Não podia conhecê-lo Foi então que num raio de luz, Os teus olhos se abriram Iluminaram, Aqueceram-me feito o sol, Guiaram-me feito um farol, O farol do amanhã Os teus olhos me deram vida Esse farol do amanhã, Minha única saída, Meu sol, meu talismã Luz do meu mundo, Reflexo da lua no meu mar Razão do meu tudo Estrela do meu céu, sol e meu luar Menina do meu dia, Flor da minha manhã, Meu sorriso de alegria, Farol do amanhã 26 | Origamis 21 Luzes eternas (William de Assis/ Prof.ª Flávia -©2017) *Participação especial: Prof.ª Flávia* Quarto tão escuro O que ilumina é o olhar Mas ainda juro: Sei que vou te encontrar Nas estradas os faróis Vi passar tantas luas... Na minha vida tantos sóis... Tantas estrelas suas São luzes eternas, meu guiar São minha vida, meu cintilar Meus encantos eternos, Minhas primaveras, meus invernos São luzes eternas, meu iluminar São meu reencontro, meu recordar Meus momentos ofuscados por tanta luz, Iluminados, pela esperança que a conduz Enquanto em meu quarto fico sozinho a pensar Não sei se sua presença eu consigo sentir Porém sei que estás sempre a me guiar Hoje, ontem e em todos os anos que estão por vir A luz, o brilho, sua alma, eu juro Cintila, eleva, conduz meu caminhar Por isso, agradeço todos os dias, eu juro E sei que um dia vamos todos nos reencontrar 27 | Origamis 22 Um amor das estações (William de Assis-©2017) Quando a lua nova se arma no firmamento, É que percebo que o tempo passou Quando passa por mim a saudade e seu vento, É que vejo que você me amou Eu apenas fiquei a esperar os dias passarem, Esperei que o céu me desse a mão e me ajudasse a levantar Me escondi, para mal de mim não pensarem, Mas a vida e a saudade conseguiram me encontrar ¡Pobre de mí! Me he dado en la primavera, En verano, otoño e invierno Para mí no había tiempo sin amor Pero hoy estoy solo, sientiendo el dolor Lágrimas, desespero Afundam a caravela da paixão Y los mares tan ondulantes, el miedo de perderte Tengo miedo de morir, no hay donde esconderse Vida, um oceano infinito Se pode navegar Nesses mares, se encontras um rosto tão bonito Se deixa apaixonar La vida, um océano infinito Si se puede navegar En estos mares, se encuentra um rostro tan hermoso Dejar que el amor Pobre de mim! Eu que me entreguei na primavera, No verão, no outono e no inverno Para mim não houve tempo sem amor Mas hoje estou sozinho, sentindo esta dor 28 | Origamis 23 Pobre esperança (William de Assis-©2016) Talismãs pendurados Balançam ao vento A brisa da saudade Já é maior que a ansiedade Em cada canto que vou encontro recordações Até mesmo a vejo: minhas alucinações Que perfeito seria dizer que a esqueci! Ah, com este coração que tanto sofri! Mas estes talismãs reluzem tão otimistas Luz sonora como a que vem do violinista Mas quem sabe possas retornar? Quem sabe? Para me alegrar? Não sei de onde tiro essa pobre esperança Talvez dos talismãs a luzir... Talvez nessa solidão, eu venha a cair, Num chão duro, como um coração frio E venha a me despedaçar num extremo vazio Feito seus belos olhos que voaram para o espaço, Para longe do meu abraço... Que perfeito seria reencontrá-la, Que perfeito seria de novo amá-la Se estes talismãs não dessem ilusões Se estes talismãs apenas iluminassem os corações, Eu iria viver tão calmo à brisa mansa, E não teria essa pobre esperança! 29 | Origamis 24 Reencontro (William de Assis/ Vanda-©2017) Sei que os teus olhos são lanternas prontas para me iluminar A vida é mais que simplesmente sonhar Há horas que é preciso acordar Já não vivo mais de ilusão No mundo dos sonhos, perdi meu coração Eu quis desafiar, ir mais além, Perdi você também... Preciso te encontrar, Ainda tenho esperança Não se vive de sonho, nem de lembrança, Com certeza você está a me esperar... Para curtirmos juntos esse amor Que fica dentro de mim a palpitar Sim, precisamos nos encontrar Serei sua luz, seu mar A hora mais perfeita, o seu dia, o céu claro As estrelas, a lua, serão nossas testemunhas Desse nosso breve reencontrar... 30 | Origamis 25 Era amor, foi amor (William de Assis-©2017) Vida, minha vida, Já é hora de se acostumar com a partida Já é hora de acreditar, Que não vai mais voltar O amor calou tão fundo Você era meu mundo Foi amor à primeira vista Risquei todos os nomes, só deixei o seu na minha lista E hoje, eu sei... Que tudo o que passei... Foi por você, eu te amei... Era amor, foi amor, A saudade despedaça o coração sonhador E no lugar de confessar a você, Me deixei fechar pelo medo de você não querer É! Esta minha vida tão alusiva Nela não encontro uma história de amor afetiva Este coração alvissareiro Que não me disse que ia viver um amor passageiro Um destino que gosta de alvitrar, Que estende a mão para eu pegar Mas sei que era amor, foi amor Agora posso dizer que umavez na vida cultivei esse sentimento, Que hoje, em pedaços, é meu lamento 31 | Origamis 26 Bater de asas (William de Assis-©2017) Vai, fere intensamente o peito que lhe acolheu! Mas lembra-te que este foi o único amor que a vida lhe deu Recordo-lhe que antes, andavas só pelo universo da solidão Jamais sabias, que tu eras parte deste coração, Que agora feres sem pensar, Que agora desprezas sem lembrar, Que numa noite como esta, as paredes viram o amor Ah, amor que aconteceu, mas que deixou a dor! A partida não foi fácil Esse amor nunca foi dócil A vida reserva surpresas ao coração que ilude Ah, coração iludido com um falso amor, que até confunde Vai, fere esta alma sonhadora! Sonhou com o amor, mulher de encanto, tão sedutora Mas lembra-te que ela é única, não vais encontrar amor maior Não vais encontrar tamanha perfeição ao seu redor Agora feres o coração, ao qual jurou amor eterno?! Agora deixas quem amou na primavera, e abandonas no inverno?! Agora simplesmente a ignora com o coração apertado, Ela sempre o amou, sempre ofereceu um olhar apaixonado... Talvez num simples bater de asas, este amor deixou de existir E perante um céu tão nebuloso, talvez ela deixou de sorrir Que final triste, nesse desamor que existe A vida nunca juntará os pedaços deste coração sonhador Esse bater de asas, deixou mais que saudade, deixou a dor! 32 | Origamis •William •de •Assis• & Vanda Origamis ABOUT THE BOOK (MAKING OF) 33 | Origamis ABOUT THE BOOK William de Assis “E são eles que me dão asas! / São eles que me fazem voar! Certamente estes versos definem esse novo momento e novo tra- balho, que tem tudo para ser emoção. Cuidadosamente pensado, Origamis, traz mais um conjunto de poemas simbolistas, que tendem a tratar de assuntos como o amor e a saudade. Alguns dos destaques desse livro, além do próprio Ori- gamis – que conta a história de uma viagem mental que diz o quanto devemos acreditar em nossos sonhos –, também são Detalhes, Mau- soléu, Um amor das estações e Lençóis. Cada um dos poemas foi escrito com a delicadeza de cada senti- mento, usando palavras simples, de fácil compreensão. Pensando em convidar alguém para participar do novo projeto, cheguei ao nome da Prof.ª Flávia, que desenvolveu um excelente po- ema, que fala sobre a esperança nas luzes da vida, intitulado Luzes eternas. Espero que o público receba mais este trabalho, feito com tanto carinho, e que agora, será tema de várias apresentações maravilho- sas. ” Vanda “Poder escrever sobre um novo trabalho que está sendo realizado é sempre uma emoção, sobre a continuação de trabalho, é melhor ainda. Me sinto muito honrada de poder continuar compondo com o Wil- liam, pois admiro muito sua sensibilidade e sua forma de expressar através das poesias. Sua imaginação criativa vai além de escrever poemas, pois ele co- loca alma, sentimento e coração em tudo o que faz. Gostaria que todos pudessem conhecer nosso trabalho, e se de- liciarem com poesias cheias de emoção e amor. Brincar com as palavras, deixar sonhos fluírem é uma maneira de ver com outros olhos o nosso mundo tão cheio de incertezas. Fica a dica! Que Deus continue nos iluminando e abençoando sempre, para continuarmos nossa caminhada. Beijos, até a próxima! 34 | Origamis “E são eles que me dão asas! / São eles que me fazem voar! ” Toda nossa gratidão a Deus, primeiramente, pelas ideias e boas inspirações, que Ele nos proporciona a cada novo trabalho, como se fossem novos “origamis” a serem dobrados e prontos para voar! Agradecemos os amigos da Graficell, mais uma vez pela confec- ção da capa e das artes inclusas neste trabalho. Aos amigos da AFC e Poeira ao vento, nosso abraço e todo carinho a vocês. Ao Fábio Caresia, um grande abraço e nossos sinceros agradecimentos pelos acabamentos da obra. Nossa eterna gratidão a todos! Um grande abraço, Prof.ª Flávia, pela honra e inédita participação mais que especial neste livro! Que seja a primeira de outras! Ao público querido, seja do nosso Blog, Facebook, dos saraus e apresentações, nosso “muito obrigado! ”, e que hoje os aplausos se- jam para vocês, pois sem público, não há apresentação, não há sa- rau, não há emoções, não há os diversos sentimentos que nos en- volvem, e acima de tudo, não há sentido para compor! Obrigado, pú- blico querido! 35 | Origamis Devidos registros simples passados à AFC gráfica: 1.©2017/ 2.©2017/ 3.©2017/ 4.©2017/ 5.©2017/ 6.©2017/ 7.©2017/ 8.©2017/ 9.©2015/ 10.©2015/ 11.©2017/ 12.©2017/ 13.©2017/ 14.©2017/ 15.©2017/ 16.©2017/ 17.©2017/ 18.©2017/ 19.©2017/ 20.©2015/ 21.©2017/ 22.©2017/ 23.©2017/ 24.©2017/ 25.©2017/ 26.©2017. ©POEIRA AO VENTO, in: ASSIS, William de e OLIVEIRA, Vanda Maria de. Origamis. Esta obra foi editada por William de Assis e Vanda Maria de Oliveira, de abril a agosto de 2017. 36 | Origamis
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